Conduta dos Agentes Comunitários de saúde diante dos casos de Violência Familiar.
Trabalho realizado por alunos Técnicos em Agente Comunitário de Saúde na cidade de Mogi das Cruzes, São Paulo.
2. • INTRODUÇÃO:
• A violência contra a mulher é fenômeno universal que atinge
todas as classes sociais, etnias, religiões e culturas, ocorrendo
em populações de diferentes níveis de desenvolvimento
econômico e social. Este tipo de violência é considerada
mesmo quando praticada fora do domicílio da vítima, quer
tenha sido ocasionado pelos pais biológicos ou por pessoas
que exerçam a função parental.
3. • ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO COMBATE À
VIOLÊNCIA.
• A Estratégia saúde da Família se apresenta como
uma nova maneira de trabalhar a saúde, tendo a
família como centro de atenção, facilitando a
aproximação e a criação de vínculos entre
profissionais e pessoa.
4. FORMAS DE VIOLÊNCIA
• Violência física
• Violência
psicológica
• Violência sexual
• Violência
patrimonial
• Violência moral
5. TIPOS DE VIOLÊNCIA
• Violência contra a mulher - é
qualquer conduta - ação ou
omissão - de discriminação,
agressão ou coerção,
ocasionada pelo simples fato de
a vítima ser mulher e que cause
dano, morte, constrangimento,
limitação, sofrimento físico,
sexual, moral, psicológico,
social, político ou econômico ou
perda patrimonial
6. DADOS NACIONAIS SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA AS
MULHERES
2014
• 43% das mulheres em situação de
violência sofrem agressões diariamente;
para 35%, a agressão é semanal. Esses
dados foram revelados no Balanço dos
atendimentos realizados em 2014 pela
Central de Atendimento à Mulher.
• Em 2014, do total de 52.957 denúncias de
violência contra a mulher, 27.369
corresponderam a denúncias de violência
física (51,68%), 16.846 de violência
psicológica (31,81%), 5.126 de violência
moral (9,68%), 1.028 de violência
patrimonial (1,94%), 1.517 de violência
sexual (2,86%), 931 de cárcere privado
(1,76%) e 140 envolvendo tráfico (0,26%).
• Em relação ao momento em que a violência
começou dentro do relacionamento,
os atendimentos de 2014 revelaram que os
episódios de violência acontecem desde o
início da relação (23,51%) ou de um até cinco
anos (23,28%).
• Dos atendimentos registrados em 2014, 80%
das vítimas tinham filhos, sendo que 64,35%
presenciavam a violência e 18,74% eram
vítimas diretas juntamente com as mães.
7. FEMINICÍDIO
• Entre 1980 e 2010 foram assassinadas mais de 92 mil mulheres no Brasil, 43,7 mil
somente na última década. Segundo o Mapa da Violência 2012 divulgado pelo
Instituto Sangari, o número de mortes nesse período passou de 1.353 para 4.465,
que representa um aumento de 230%. Já o Mapa da Violência 2013: Homicídios e
Juventude no Brasil revela que, de 2001 a 2011, o índice de homicídios de mulheres
aumentou 17,2%, com a morte de mais de 48 mil brasileiras nesse período. Só em
2011 mais de 4,5 mil mulheres foram assassinadas no país.
• Já a Pesquisa Avaliando a Efetividade da Lei Maria da Penha (Ipea,
março/2015) apontou que a Lei nº 11.340/2004 fez diminuir em cerca de 10% a taxa
de homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas, o que
“implica dizer que a LMP foi responsável por evitar milhares de casos de violência
doméstica no país”.
8. PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA
AS MULHERES
• Pesquisa realizada pelo Data Popular e
Instituto Patrícia Galvão revelou que
98% dos brasileiros conhecem, mesmo
de ouvir falar, a Lei Maria da Penha
e 86% acham que as mulheres
passaram a denunciar mais os casos
de violência doméstica após a Lei.
Para 70% dos entrevistados, a mulher
sofre mais violência dentro de casa do
que em espaços públicos.
• Segundo a última pesquisa
DataSenado sobre violência
doméstica e familiar (2015), uma
em cada cinco mulheres já foi
espancada pelo marido,
companheiro, namorado ou ex. E
100% das brasileiras conhecem a
Lei Maria da Penha.
9. SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES JOVENS DA
PERIFERIA
• Énois Inteligência Jovem realizou estudo, em parceria com os institutos
Vladimir Herzog e Patrícia Galvão, com mais de 2.300 mulheres de 14 a 24
anos, das classes C, D e E, que envolveu a aplicação de questionário online e
entrevistas em profundidade visando compreender como a violência contra
as mulheres e o machismo atingem as jovens de periferia. Os números
levantados pelo estudo mostram que 74% das entrevistadas afirmam ter
recebido um tratamento diferente em sua criação, por serem mulheres; 90%
dizem que deixaram de fazer alguma coisa por medo da violência, como
usar determinadas roupas e frequentar espaços públicos; e 77% acham que
o machismo afetou seu desenvolvimento.
10. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER NA VISÃO DO
AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
• Revolta e raiva contra o agressor
• Revolta e raiva contra a mulher
agredida
• Compreensão e pena da mulher
violentada
• Sensação de alívio e impotência
• Desesperança e conformismo
• escuta e orientação sem
posicionamento
• vontade de ajudar a mulher
agredida
• vislumbrando soluções idealizadas.
11. VIOLÊNCIA FAMILIAR À MULHER: COMPORTAMENTO DOS
AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
• Cada profissional (ACS) tem uma forma de encarar essas
situações, muitos orientam a vítima ir à delegacia,
Unidade Básica de Saúde ou até mesmo reagir que no
caso não é o indicado, mas por falta de treinamento ou
capacitação acabam falando ou até mesmo prejudicando
a si mesmo.
12. POSSIBILIDADES DA ABORDAGEM ÁS VÍTIMAS
• Na verdade como o Agente de Comunitário de Saúde não tem
apoio na Unidade Básica de Saúde, segurança pública, justiça.
Eles só fazem a assistência psicológica, nesse caso tentam
acalmar a vítima conversando, aconselhando e até mesmo
orientando ir a delegacia da mulher, CAV Crime (Centro de Apoio
ás Vítimas de Crime) para que possa ser acolhida, orientada e ter
assistência jurídica, psicológica e social.
13. LIMITAÇÕES DE SERVIÇOS
• Os cursos na área da saúde, não podem se isentar de discutir em
seus currículos a questão da violência, e situação presente na
sociedade, os gestores municipais e estatuais também têm o
papel decisivo nas organizações de redes integradas de
prestação de atendimento na capacitação de recursos humanos,
a violência contra a mulher deve ser vista como uma questão de
saúde pública que precisa de intervenções, ou seja de política
pública específica.