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Viticultura e Enologia


        Videira
PRINCIPAIS CULTIVARES PARA
  VINHO TINTO E SEUS MELHORES
             CLONES
• Aglianico: Cultivar do sul da Itália. De brotação precoce, prefere
  solos de origem vulcânica.
• Aleátrico: uva italiana com forte aroma “Moscato” sendo
  empregada para a elaboração de vinhos tintos aromáticos, vinhos
  doces, licorosos e o “Vinsanto”. Aparentemente é uma mutante tinta
  da “Muscat Blanc e Petits Grains”
• Alicante Bouschet: cultivar criada por Henri Bouschet na França.
  O teor de açucar, em geral, é baixo. Extremamente sensível à
  antracnose.
• Ancellotta: uva nativa da região da Emilia-Romagna (Itália). Produz
  vinhos de médio teor alcoólico e pouco ácido. De boa produtividade
  e resistência às moléstias. Clone interessante para o Brasil: R2.
• Arinarnoa: cruzamento de “Tannat” com “Cabernet Sauvignon”
  produtora de vinhos finos, de boa qualidade e com média
  capacidade de envelhecimento.
• Barbera: originária do Piemonte (Itália), é uma uva tinta de sabor
  simples. De média resistência ao míldio e antracnose, é, no
  entanto, sensível ao oídio e às podridões. Os clones mais
  promissores são: R4 e AT 84.
• Bonarda: uva tinta originária do Piemonte (Itália). Tem boa aptidão
  em cortes para aportar extrato seco.
• Cabernet Franc: originária de Bordeaux, França. De película tinta e
  sabor herbáceo. É moderadamente sensível à antracnose, sensível
  ao oídio e resistente ao míldio e às podridões. Origina vinho
  tinto, varietal fino, de médio envelhecimento. Foi por muitos anos a
  principal cultivar vinífera tinta no Brasil.
• Cabernet Sauvignon: originária de Bordeaux, França (hibrido natural
  entre “Cabernet Franc” e “Sauvignon Blanc”. De película tinta e sabor
  herbáceo. Produz vinho tinto, varietal fino, de longo envelhecimento. É
  uma das viníferas mais disseminadas no mundo, produzindo vinho de
  qualidade em vários países. No Brasil produz o vinho tinto fino de
  melhores condições para envelhecimento.
• Cannonau: é a mesma “Grenache” (França) ou “Garnacha”
  (Espanha), cultivada na Sardenha (Itália).
• Carménère: tinta, aparentada à família dos “Cabernet” não é mais
  cultivada comercialmente na França devido ao seu excessivo vigor
  quando enxertada. O vinho é tânico, necessitando longo
  envelhecimento.
•   Corvina Veronese: é a principal cultivar de uva tinta de Vêneto (Itália)
    onde se obtêm vinhos Bardolino e Valpolicella, relativamente leves,
    frutados e com uma certa característica de amêndoas. Seus vinhos podem
    ser ricos de cor e acidez, levemente tãnicos, e, em geral, desarmônicos.
    Necessita poda longa e sistemas de condução amplos (pérgolas), sendo
    sensível ao míldio, à podridão cinzenta e ao oídio.
•   Dolcetto: uva tinta originária de Piemonte (Itália). Extremamente sensível à
    seca e à escaldadura das bagas, bem como ao oídio e ao míldio. Seu
    aroma é agradável e a acidez baixa.
•   Gaglioppo: uva tinta que domina os vinhedos da Calábria (Itália) onde
    produz vinho de alto teor alcoólico e robusto. Resiste aos climas secos.
•   Gamay Noir; originaria da Borgonha, onde produz em vinificação com
    maceração carbõnica. Existem muitos subtipos e clones, a qualidade
    variando muito em função disto.
•   Graciano: uva tinta rica de teor e de aroma, porém de baixa produtividade.
    Brota cedo e é sensível ao míldio.
•   Grenache: é a segunda uva mais plantada no mundo. Cultivar tinta,
    originária da Espanha e do sul do França.
•   Lambrusco: os “Lambruscos” formam o grupo de uvas tintas muito usadas
    na Itália, para a produção de vinhos frisantes de baixa graduação alcoólica.
    As plantas são de baixo vigor e o mosto é de baixo teor de açúcar e alta
    acidez.
•   Limnio; cultivar tinta, antiga da ilha de Lemnos (Grécia). Produz vinho
    encorpado e de bom nível de acidez.
•   Malbec ou Cot: tinta, pouco utilizada no Brasil, sendo importante na
    Argentina. Serve para cortes visando aumentar extrato seco. A videira é de
    muito alta produtividade, necessitando retirada do excesso de cachos.
•   Marselan: uva tinta obtida por cruzamento “Grenache” e “Cabernet
    Sauvignon”. Os cachos são grandes e as bagas pequenas. O rendimento
    em mosto é muito baixo, necessitando 160 kg para obter 100l de mosto.
•   Marzemino; uva tinta do norte da Itália, de maturação tardia. É sensível às
    moléstias fúngicas mais comuns, dificilmente amadurecendo nas condições
    sul brasileiras.
• Merlot: originaria de Bordeaux, França. De película tinta e sabor
  herbáceo. Produz vinho tinto, varietal fino, de médio
  envelhecimento. Uva de excelente adaptação às condições de solo
  e clima do sul do Brasil. Produz fino vinho tinto, de grande
  qualidade. Sensível à antracnose,oídio e míldio.
• Sangiovese: Tem o maior número de clones selecionados dentre
  todas as viníferas. Nos anos mais frescos tem problemas de acidez
  alta e taninos duros. Clones muitos produtivos dão vinhos mais
  fracos e de menos cor. Nos anos chuvosos sofre de podridão. A uva
  amadurece tardiamente,produzindo vinhos ricos,alcoólicos e de
  grande longevidade nos anos quentes.
Principais cultivares para vinhos
         brancos e seus clones.
•   Alvarinho: Uva branca originária da Galícia,região de verões úmidos e
    chuvosos. Produz vinho de aroma que lembra pêssego,similar ao da
    “Viognier”. Tem película grossa e é resistente as podridões. É a mais
    importante cultivar para a produção de vinhos verdes,tem boas chances de
    se adaptar à Serra Gaúcha.
•   Chadonnay: De película branca e sabor simples a aromático. Brota de
    10/08 a 20/08. é resistente à antracnose ,sensível à oídio e podridões.
    Aceita maturação em barricas de carvalho.
•   Chenin Blanc: Destaca-se pela alta produtividade, atingindo até 20 t/ha.
    Planta vigorosa devido ao clima do RS,é colhida antes da completa
    maturação quando ainda tem acidez alta e baixo teor de açúcar.
•   Gewurztraminer: Originária da Alsácia,França. Película rosada e sabor
    picante,fortemente aromática. Produtividade de 7 a 12t/há. Produz vinho
    branco ou rosado,varietal fino,aromático. Plantas sofrem de morte precoce
    e tem problemas de podridão. Permanece no mercado,pois seu vinho é
    característico e típico.
•   Moscato Bianco: De película branca e sabor moscatel. Produtividade de 25
    a 30t/há. Resistente à antracnose,sensível ao oídio e míldio. Pode ser
    usado para espumante ou corte para vinhos fracos de aroma. Seu bagaço
    fermentado produz graspa de alta qualidade. É a segunda vinífenra mais
    plantada no Brasil.
•   Prosecco: No norte da Itália,é empregada na produção de espumantes pelo
    método Charmat .Sua produtividade e graduação em açúcar são maiores
    que a média do RS. Vem se destacando para a produção de espumantes
    no Brasil,tendo qualidade similar ao produto original italiano. Clone
    interessante ESAV 19.
•   Sémillon: originária da França, de película branca e sabor simples. Brota de
    20/08 a 30/08 e amadurece de 24/01 a 03/02. produtividade de 18 a 23t/há.
    É resistente à antracnose ,sensível à oídio e podridões. Os clones
    franceses promissores são 173 e 315. produz vinho branco,varietal fino,de
    consumo breve,levemente frutado, para corte com Sauvignon Blanc. Uva
    branca de grande importância e produtividade. Sua área diminui devido à
    redução pela procura pela industria e ao estado sanitário ruim(viroses) em
    que se encontram os vinhedos. Origina um bom vinho nas condições de
    Serra Gaúcha.
•   Trebbiano Toscano: originária da Toscana, de película branca e sabor
    simples. Produtividade de 20 a 25t/há. Pode ser usado para vinho branco
    ou espumantes para corte por ser neutro de aroma. É a uva ideal para a
    destilação para Brandy. Uva de múltiplas aptidões.
Porta-enxertos
• Clima: em climas tropicais tem que se utilizar os do
  grupo IAC
• Características desejadas da copa:adequar o porta
  enxerto às necessidades como época de
  maturação,vigor,qualidade da produção
• A escolha do porta-enxerto deve ser feita considerando
  o destino da produção a fertilidade do solo, os
  problemas de doenças e pragas ocorrentes na região ou
  na área do vinhedo e o vigor da variedade copa. Em
  geral, para a produção de uvas viníferas deveriam ser
  preferidos os porta-enxertos de menor vigor, para
  privilegiar a qualidade da matéria-prima.
420 A
•   Millardet e De Grasset – França – 1887
•   Vitis berlandieri x Vitis riparia
•   • Vigor médio, diferentes solos
•   • Não vai bem em solos muito ácidos
•   • Resistente a filoxera e nematóides
•   •Sensível à fusariose e antracnose.
•   • Bom pegamento e enraizamento
•   • Não produz frutos
106-8 Mgt ‘Ripária do Traviú’ ou
                ‘Traviú’
•   • Millardet e De Grasset na França – 1882
•   • Vitis riparia x (V. rupestris x V. cordifolia)
•   • Pouco vigoroso, muitos solos
•   • Adapta-se bem em solos ácidos
•   • Ótimo pegamento e enraizamento
•   • Susceptível à Antracnose
•   • Não vai bem na região noroeste paulista
•   • Produz frutos
SO4
• Teleki – Oppenheim - Alemanha
• Vitis berlandieri x Vitis riparia
• • Vigor médio, resistente a seca
• • Adapta-se a solo argiloso, sensível à seca e
   Al
• • Bom pegamento e enraizamento
• • Não produz frutos
• • Alta resistência a nematóides e filoxera
• • Sensível à antracnose e fusariose
IAC 313 ‘Tropical’
•   Santos Neto – Campinas – 1950
•   Golia x Vitis cinerea
•   Vigor alto, diferentes tipos de solos, ácidos
•   Bom pegamento e enraizamento
•   Seus ramos dificilmente perdem folhas.
•   Lignificação tardia
•   Alta resistência a filoxera e nematóides
IAC 572 ‘Jales’
• Santos Neto – Campinas – 1970
• V. caribaea e V. riparia x V. rupestris
  101-14
• Vigor alto, solos arenosos, argilosos,
  ácidos
• Bom pegamento e enraizamento
• Seus ramos não perdem folhas
• Alta resistência a filoxera e nematóides
IAC 766 ‘Campinas’
• Santos Neto – Campinas – 1958
• Riparia do Traviú x V. caribaea
• Vigor alto, solos arenosos, argilosos,
  ácidos
• Bom pegamento e enraizamento
• Seus ramos perdem folhas
• Alta resistência a filoxera e
  nematóides
Preparo do solo
• Escolha da área: A videira se adapta em ampla variedades de
  solos, dá-se preferência a solos com textura franca e bem
  drenados, com pH variando de 5,0 a 6,0 e com teor de matéria
  orgânica com pelo menos 20 g dm-3.
• Topografia:A topografia influencia na drenagem das águas e na
  temperatura ambiente. Solos planos e argilosos tendem a ter menor
  capacidade de drenagem das águas, enquanto que os solos
  declivosos tendem a não apresentar problemas com
  encharcamento.
• Preparo da área: O preparo da área tem por finalidade assegurar
  que as mudas de videira sejam plantadas em condições que
  possam expressar todo o seu potencial produtivo. Ele consta das
  operações de
  roçagem, destocamento, lavração, gradagem, abertura das covas
  ou sulcamento.
•   Roçagem - Consiste na eliminação da vegetação existente. Esta prática pode ser
    executada manualmente ou com tratores. Em ambos os casos, não se aconselha a
    queima da vegetação, apenas retiram-se os arbustos e galhos maiores, sendo o
    restante incorporado ao solo através de uma ou mais lavrações.
•   Destocamento - Caso a área seja coberta por mata ou outra vegetação maior, com
    sistema radicular mais desenvolvido, aconselha-se executar o destocamento após a
    roçagem da vegetação. Esta prática tem por objetivo a retirada dos tocos maiores
    para facilitar os demais trabalhos. Ela é feita com implementos mais pesados
    tracionados por tratores e eventualmente por animais.
•   Lavração - Esta prática visa a mobilização total do solo. A profundidade em que esta
    mobilização é feita depende do tipo de solo e dos trabalhos nele executados
    anteriormente. É mais comum fazer a lavração à profundidade de 20 a 25 cm.
•   Gradagem - Esta prática visa nivelar o terreno que foi revolvido. Este nivelamento
    permite a distribuição mais uniforme dos adubos e facilita a demarcação das covas
    para o plantio.
•   Preparo das covas ou sulcamento - As covas são preparadas após o nivelamento
    do solo, tendo as dimensões de 50 x 50 x 50 cm. Quando a topografia permite, no
    lugar das covas, faz-se a abertura de sulcos com profundidade de 20 a 25 cm.
Calagem

•      Tem como finalidade eliminar prováveis
    efeitos tóxicos dos elementos que podem
    ser prejudicial às plantas, tais como
    alumínio e manganês, e corrigir os teores
    de cálcio e magnésio do solo. Para a
    videira o pH do solo deve estar próximo
    de 6,0.
Nutrição e Adubação

• Fósforo: Solos brasileiros são deficientes em fósforo.Os
  sintomas de deficiência de fósforo ocorrem em folhas
  maduras, onde é observado redução do tamanho, tornam-se
  amareladas e ainda podem apresentar limbo com manchas
  vermelhadas.

• Potássio - Na grande maioria dos solos brasileiros o
  concentração de K é considerada baixa. Os sintomas de
  deficiência de potássio ocorrem em folhas mais velhas. Nas
  variedades brancas os sintomas iniciais se caracterizam por
  amarelecimento nas proximidades das bordas foliares, com o
  agravamento da deficiência as bordas ficam necrosadas. Nas
  variedades tintas, as folhas tornam-se avermelhadas e também
  mostram o necrosamento das bordas. O uso indiscriminado de
  fertilizantes potássicos aumenta a concentração desse
  elemento no mosto, isso pode acarretar problemas
  enológicos.
• Nitrogênio - O teor de matéria orgânica é o indicador de
  disponibilidade de N no solo mais utilizado, mas este não tem sido
  muito eficaz na predição do comportamento das plantas, o que tem
  causado sérios problemas na viticultura, pois tanto o excesso
  quanto a deficiência de nitrogênio afeta a produtividade e a
  qualidade dos frutos.
• Os sintomas de deficiência de nitrogênio se caracterizam pela
  redução no vigor e pela clorose no limbo das folhas maduras e
  velhas. Em algumas variedades tintas as folhas podem apresentar
  coloração avermelhada.

• Cálcio - O cálcio é um elemento pouco móvel na planta, por isso os
  sintomas de deficiência aparecem nas folhas jovens. Essas folhas
  normalmente são menores do que as normais, com a superfície
  entre as nervuras cloróticas, com pintas necróticas e tendência a se
  encurvarem para baixo.
• Magnésio - Apesar dos teores da grande maioria dos solos
  brasileiros serem baixos, ele não tem sido problema sério para a
  videira, pois, como para o cálcio, a utilização de calcário dolomítico
  para aumentar o pH do solo também aumenta o teor de Mg.
  Os sintomas de deficiência aparecem nas folhas maduras,
  apresentam a superfície entre as nervuras cloróticas, que com o
  agravamento da deficiência vão ficando amareladas, no entanto as
  nervuras permanecem verdes. Tem-se observado um distúrbio
  fisiológico chamado dessecamento da ráquis, sendo sua ocorrência
  mais freqüente em anos em que o período de maturação dos frutos
  é bastante chuvoso e o solo apresenta-se com alto teor de potássio
  e baixo de magnésio.

• Boro - A grande maioria dos solos do Brasil, cultivados com videira,
  possuem baixo teor de boro. A característica principal da deficiencia
  é a redução no tamanho das folhas e encurtamento dos estrenós.
Formas de Aplicação de Adubos e
           Corretivos
• Existem três tipos fundamentais de adubação: a de
  correção, efetuada antes do plantio, a de plantio ou
  crescimento, realizada na ocasião do plantio do porta-
  enxerto ou da muda até 2 a 3 anos, e a de manutenção,
  realizada durante a vida produtiva da planta.
• A primeira é feita para corrigir a fertilidade do solo para
  padrões de fertilidade preestabelecido, a segunda é feita
  para permitir o crescimento inicial das plantas, a terceira
  é para repor os elementos absorvidos pela planta
  durante o ano.
Manejo da Cobertura do Solo

• Durante os dois primeiros anos de cultivo da videira a
  área poder ser cultivada com uma cultura anual nas
  entrelinhas da videira, esta cultura intercalar deverá
  permitir a cobertura do solo enquanto a videira cresce.
• A partir do 3° ano do plantio (2° ano após a enxertia)
  não é mais recomendável a cultura intercalar. Contudo,
  a utilização da cobertura verde do solo do vinhedo, com
  gramíneas e/ou leguminosas de outono-inverno, pode
  ser útil ao solo e à videira.
• Entre vários benefícios, esta prática auxilia o controle de
  ervas daninhas, mantém ou aumenta o teor de matéria
  orgânica do solo e diminui o estresse hídrico nas
  primaveras e verões secos.
Sistemas de condução
• Espaldeira: sistema ideal para produção de uvas finas.
• É um dos mais utilizados pelos viticultores nos principais
  países vitivinícolas.
• O dossel é vertical e a poda é mista ou em cordão esporonado.
• A distância entre as fileiras varia de 2,00 a 2,50 m
• A distância entre plantas é de 1,20 a 2,00 m, conforme a
  variedade e a fertilidade do solo.
• A zona de produção geralmente situa-se entre 1,00 e 1,20 m do
  solo. Deixam-se de 65 mil a 80 mil gemas/ha, dependendo
  principalmente da variedade.
• A altura do sistema de sustentação do solo até a parte superior
  é de 2,00 a 2,20 m
• Principais Vantagens:
• Adapta-se bem ao hábito vegetativo da maior parte das viníferas;
• Os frutos situam-se numa área do dossel vegetativo e as
  extremidades dos ramos em outra: isso facilita as operações
  mecanizadas, como remoção de folhas, pulverizações dos cachos e
  desponta;
• Apresenta boa aeração;
• Pode ser ampliado paulatinamente
• O custo de implantação é menor que o do latada;
• É atrativo aos olhos.
• Principais Desvantagens
• Apresenta tendência ao sombreamento, portanto não é indicado
  para cultivares muito vigorosas ou para solos muito férteis;
• A densidade de ramos geralmente é muito elevada;
•   Latada
•       O sistema de condução latada é também chamado de pérgola. O dossel é
    horizontal e a poda é mista ou em cordão esporonado. As videiras são alinhadas em
    fileiras distanciadas geralmente de 2,00 a 3,00 m.A zona de produção da uva situa-
    se a aproximadamente 1,80 m do solo. A carga de gemas é variável, sendo em
    geral de 100 mil a 140 mil gemas/ha.
•   Principais Vantagens
•   Desenvolvimento de videiras vigorosas
•   Permite uma área do dossel extensa. Isto proporciona elevado número de cachos e
    alta produtividade;
•   Possui uma boa rentabilidade econômica especialmente em pequenas propriedades;
•   É de fácil adaptação à topografia de regiões montanhosas
•   Principais Desvantagens
•   Os custos de implantação e de manutenção do sistema são elevados;
•   A posição do dossel causa transtornos à execução das práticas culturais;
•   A posição horizontal e o vigor excessivo das videiras podem causar sombreamento
•   O elevado índice de área foliar favorece o aparecimento de doenças fúngicas;
•   A área máxima recomendada de cada parcela é de 4 ha.
Poda
• A poda compreende um conjunto de
  operações que se efetuam na planta e
  que consistem na supressão parcial do
  sistema vegetativo lenhoso (sarmentos,
  cordões e, excepcionalmente, tronco) ou
  herbáceo (brotos, inflorescências, cachos,
  bagas, folhas, gavinhas).
• Poda Seca
Os principais objetivos da poda seca são:
• Propiciar que as videiras frutifiquem desde os primeiros
  anos de plantio
• limitar o número de gemas para regularizar e harmonizar
  a produção e o vigor
• melhorar a qualidade da uva, que pode ser
  comprometida por uma elevada produção
• uniformizar a distribuição da seiva elaborada para os
  diferentes órgãos da videira
• proporcionar à planta uma forma determinada que se
  mantenha por muito tempo e que facilite a execução dos
  tratos culturais.
Escolha do sistema de poda
• A eleição de um sistema de poda depende da cultivar, das
  características do solo, da influência do clima e de aspectos
  sanitários.
• Cultivar: em condições similares de clima e solo, as diversas
  cultivares apresentam desenvolvimento vegetativo diferenciado.
  Nas vigorosas deixa-se um maior número de gemas/vara.
     O sistema de poda depende também da localização das gemas
  férteis ao longo do sarmento. Quando as gemas férteis estão
  situadas em sua base, normalmente faz-se a poda em cordão
  esporonado; as cultivares que apresentam gemas inférteis na base
  do sarmento exigem poda longa ou mista. O comprimento dos
  entrenós também deve ser considerado para a realização da poda.
• Características do solo: o vigor da planta está relacionado com a
  fertilidade do solo. Videiras em solos de baixa fertilidade não são
  muito vigorosas e, por isso, normalmente adota-se a poda curta;
  solos férteis propiciam grande desenvolvimento às videiras, sendo
  então utilizada a poda longa.
• Influência do clima: uma mesma cultivar, plantada em solos
  similares, comporta-se segundo as características climáticas do
  local. Em áreas sujeitas a geadas tardias, a videira deve ser
  conduzida mais alta. Em climas úmidos, as gemas da base do
  sarmento geralmente são inférteis. Climas secos proporcionam
  maior fertilidade das gemas da base do sarmento. É importante,
  ainda, considerar a predominância dos ventos.
•    Nas regiões onde a incidência direta do sol não é favorável à
  qualidade da uva, deve-se fazer a poda de forma que os cachos
  fiquem sombreados; nas regiões frias e úmidas, a poda deve
  facilitar a incidência dos raios solares nos cachos.
• Aspectos sanitários: as partes da videira com umidade persistente
  e pouco arejadas propiciam o desenvolvimento de doenças
  fúngicas. Para evitar a proliferação de doenças nas videiras, deve-
  se eleger o sistema de poda que assegure o máximo de circulação
  de ar e penetração de luz.
Localização e tipos de gemas

• Gemas prontas: formam-se na primavera-verão, cerca
  de 10 dias antes das gemas francas. Podem dar origem
  a uma brotação chamada feminela ou neto (ramo
  antecipado), que segundo a cultivar pode ser estéril,
  pouco ou muito fértil. Localiza-se, também, na axila das
  folhas, ao lado da gema franca.
• Gemas francas ou axilares: formam-se na base das
  gemas prontas,permanecem dormentes durante o ano
  de formação.A formação dos primórdios florais se
  completa somente na primavera seguinte. Durante a
  brotação e desenvolvimento dos ramos, as gemas
  francas não brotam.
• Podem produzir geralmente de um a três cachos.
• Gemas basilares, da coroa ou casqueiras: são um
  conjunto de gemas não bem diferenciadas que se
  formam na base do ramo, junto à inserção do broto do
  ano com a madeira do ano anterior. Somente brotam
  quando se fizer poda curta, aplicação de regulador de
  crescimento ou ocorrer problemas com as gemas
  francas. Geralmente são inférteis na maioria das
  cultivares viníferas.
• Gemas cegas: são as mais desenvolvidas das gemas
  basilares, sendo as primeiras gemas visíveis localizadas
  logo acima dessas.
Princípios fundamentais da poda
• A videira normalmente frutifica em ramos do ano que se
  desenvolvem de sarmentos do ano anterior.
• O sarmento que proporcionou um broto frutífero não
  produz novamente, por isso deve ser substituído por
  outro que ainda não tenha produzido.
• A frutificação é em geral inversa ao vigor, pois a
  produção de uva reduz a capacidade da videira para a
  próxima safra ou safras. As videiras com altas
  produções apresentam menos vigor e terão menor
  produtividade no ano seguinte ou nos anos seguintes.
• Para continuar um braço, se elegerá o sarmento situado
  mais próximo da base.
• Os ramos mais afastados do tronco são, em igualdade
  de condições, os mais vigorosos. As gemas mais
  afastadas da base do ramo têm, em geral, maior
  fertilidade.
• O tamanho e o peso dos cachos, nas mesmas
  condições de cultivar, solo, clima e poda, aumentam
  quando se faz desbaste de cachos após o pegamento
  do fruto.
• Qualquer que seja o sistema de poda aplicado, o
  viticultor deverá vigiar para que a futura área foliar e a
  produção tenham as melhores condições de aeração,
  calor e luminosidade.
• O vigor individual dos ramos de uma videira é
  inversamente proporcional ao seu número.
• Quanto mais o ramo se aproximar da posição vertical,
  maior será o seu vigor. A brotação inicia pelas gemas
  das pontas das varas ou esporões (brotação mais
  precoce e mais vigorosa); as gemas da parte mediana e
  da base das varas brotam posteriormente e algumas
  delas, muitas vezes, nem brotam. A curvatura da vara,
  as amarrações e o uso de reguladores de crescimento
  alteram essa dominância.
• Uma videira só tem condições de nutrir e maturar de
  forma eficaz uma determinada quantidade de frutos.
Tipos de poda
• Poda de implantação: efetuada na muda, antes do
  plantio. Consiste no encurtamento das raízes que se
  quebraram durante o transporte e na poda do enxerto a
  duas ou três gemas.
• Poda de formação: finalidade dar a forma adequada à
  planta.
• Consiste em podar os futuros braços das videiras
  deixando no máximo seis gemas.
• As mudas que não foram despontadas,são podadas na
  altura da estrutura de sustentação. As mudas fracas
  devem ser podadas a duas gemas. É importante manter
  uniformidade, pois videiras com diferentes idades
  dificultam o manejo e os tratos culturais do vinhedo.
• Normalmente, a poda de formação é concluída até o
  terceiro ano.
• Poda de frutificação: A poda de frutificação, também
  chamada de poda de produção, tem por objetivo
  preparar a videira para a produção da próxima safra.
• Deve ser feita através da eliminação de sarmentos mal
  localizados ou fracos.
• Das duas brotações dos esporões seleciona-se, na
  próxima poda, a mais afastada do braço para ser a
  futura vara e a mais basal para ser o esporão. Desta
  forma, a carga básica é de 6 varas e 12 esporões por
  videira. Nas videiras conduzidas em espaldeira pode-se
  adotar a poda tipo Guyot (vara e esporão)
• Poda de renovação: a poda de renovação
  consiste em eliminar as partes da planta,
  principalmente braços e cordões, que se
  encontram com pouca vitalidade devido a
  acidentes climáticos, danos mecânicos, doenças
  ou pragas, e substituí-los por sarmentos mais
  jovens. É utilizada, também, para rebaixar
  partes da planta que se elevaram em demasia
  em relação ao aramado, bem como às partes
  que devido a sucessivas podas se distanciaram
  dos braços ou cordões.
Poda Verde
• Denomina-se poda verde as operações efetuadas durante o período
  vegetativo da videira.
• Poderá melhorar as condições do microclima dos vinhedos(
  diminuição de doenças fúngicas) maior eficiência nos tratamentos
  fitossanitários e colheitas mais equilibradas.
• Os objetivos gerais da poda verde na videira são:
• Direcionar o crescimento vegetativo para as partes que formarão o
  tronco e os braços
• Diminuir os estragos causados pelo vento;
• Abrir o dossel vegetativo de maneira a expor as folhas mais
  favoravelmente à luz e ao ar.
      As principais modalidades de poda verde, realizada nas videiras
  destinadas à elaboração de vinhos finos, são a remoção de gemas,
  a desbrota, a desponta e a desfolha.
• Remoção de gemas:Consiste na eliminação das gemas
  antes da brotação. Ela pode ser praticada tanto na poda
  de formação quanto na de frutificação.
• Desbrota: Consiste em suprimir os brotos herbáceos
  que se desenvolvem no tronco e nos braços e os
  ladrões que se desenvolvem no porta-enxerto
  (esladroamento).
• Desfolha: consiste na eliminação de folhas da
  videira, principalmente as situadas próximas aos
  cachos.
  Desponta: consiste na eliminação de uma parte da
  extremidade do ramo em crescimento.
• Sistematização dos brotos
• É uma operação indispensável para a condução da
  videira.
• O objetivo geral, além de manter a arquitetura do
  sistema de condução, é reorientar os brotos, através de
  amarrações, para a correta ocupação dos espaços do
  dossel vegetativo e com isso uniformizar as condições
  microclimáticas da planta.
• São utilizadas tiras plásticas flexíveis para a fixação dos
  brotos junto ao aramado.
• O uso de máquinas para a amarração (alceador) agiliza
  essa atividade.
Maturação
•   Herbáceo - Abrange desde a formação do grão até a mudança de cor da
    película da baga.
•   Mudança de cor - A mudança de cor vem acompanhada de mudanças
    físicas; a baga adquire elasticidade e amolece, à medida que a maturação
    avança.
•   Maturação - inicia com a mudança de cor da uva e termina na colheita.
    Pode durar de 30 a 70 dias.As bagas amolecem progressivamente, ocorre
    um aumento no teor dos pigmentos antociânicos (nas variedades tintas) e
    de açúcares (glicose e frutose), assim como uma diminuição pronunciada
    da acidez.
       A maturação tecnológica é o ponto da maturação a partir do qual não há
    acúmulo significativo de açúcares na baga de uva, nem expressiva queda
    da acidez.
•   A uva é uma fruta do tipo não-climatérico,
•   Sobrematuração - Começa a partir da maturação tecnológica. As
    flutuações dos teores de açúcares e ácidos se devem a fenômenos de
    diluição ou murcha das bagas, ocasionados chuvas ou de períodos de
    seca. Os teores de polifenóis das cascas continuam a aumentar nesta fase.
• A uva destinada à produção de vinho é colhida segundo
  diferentes critérios, em função da região de produção,
  do tipo de vinho a ser elaborado e das condições
  climáticas.
• Um controle completo da maturação de uvas tintas
  visando à elaboração de vinho de qualidade
  compreende o acompanhamento da evolução de
  açúcares, ácidos, taninos e antocianinas. Para uvas
  brancas, dever-se-ia proceder ao acompanhamento da
  evolução de açúcares, ácidos e aromas. O
  acompanhamento via análises químicas é de difícil
  execução, uma ferramenta complementar (também
  muito usada para uvas tintas) é a degustação de bagas.
Colheita
• Colher as uvas pela manhã, reduzindo assim o calor de
  campo, indesejável para as fases iniciais de elaboração
  dos vinhos;
• Proceder à seleção da uva colhida, de modo a vinificar
  lotes semelhantes e sem problemas de podridão ou de
  desuniformidade de maturação.
• Acondicionar a uva colhida em caixas plásticas
  especiais, limpas, com capacidade máxima de 20Kg;
• Manter a uva colhida à sombra e manuseá-la o menos
  possível;
• Encaminhar a uva à unidade beneficiadora
  imediatamente após colhê-la, pois a mesma não se
  mantém em boas condições por muito tempo após ser
  colhida. O ideal é iniciar seu processamento em no
  máximo 12 horas após a colheita;
• Evitar transportes a longas distâncias, bem como a
  utilização de veículos de transporte que trepidem ou
  sacolejem demasiadamente.
• Se possível, resfriar rapidamente a uva na vinícola,
  antes do esmagamento da mesma. Este procedimento
  tem a vantagem de reduzir a atividade enzimática
  oxidativa na fase de esmagamento e prensagem,
  limitando o desenvolvimento e a ação de bactérias
  acéticas. A conseqüência é a limitação da produção de
  acidez volátil e a preservação da qualidade do vinho
• Proceder à colheita manual, que preserva mais a
  integridade física da uva.
Pragas e doenças
• Míldio - Plasmopara viticola
• A principal doença fúngica da videira, podendo infectar
  todas as partes verdes da planta, causando maiores
  danos quando afeta as flores e os frutos.
• Sintomatologia - Nas folhas, na parte superior
  aparecem manchas amarelas, translúcidas contra a luz
  do sol com aspecto encharcado, denominadas .Em
  umidade relativa alta surge a esporulação branca do
  fungo na parte inferior da mancha,a seguir a área
  afetada fica necrosada, podendo causar a queda da
  folha. Nas inflorescências infectadas ocorre o
  escurecimento da ráquis, podendo ainda haver
  esporulação do fungo seguido pelo secamento e queda
  dos botões florais.
•  A temperatura ideal para o desenvolvimento do míldio
  fica entre 18 °C e 25 °C. O fungo necessita de água livre
  nos tecidos por um período mínimo de 2 horas para
  haver infecção.
• Medidas de controle - O controle preventivo deve
  começar adotando-se medidas que melhorem a aeração
  e insolação da copa, objetivando diminuir o tempo de
  molhamento foliar.
• Estas medidas incluem: espaçamento adequado; evitar
  áreas de baixada ou voltados para o sul;boa disposição
  espacial dos ramos sobre o aramado; adubação
  equilibrada; poda verde.
• O controle químico deve ser realizado com os fungicidas
  registrados para a cultura.
• Oídio - Uncinula necator
• As cultivares européias (Vitis vinifera) são em geral
  suscetíveis ao oídio, mas nas condições climáticas do
  sul do Brasil,este fungo não tem causado grandes
  perdas, com exceção de alguns anos em que ocorrem
  períodos de seca.
• Sintomatologia - Todos os tecidos tenros da videira são
  suscetíveis à infecção e mostram sintomas
  característicos. Nas folhas as frutificações podem ser
  encontradas em ambos os lados e se apresentam como
  uma massa acinzentada. As bagas infectadas
  apresentam cicatrizes que posteriormente podem
  rachar, permitindo a entrada de organismos que causam
  podridões. Sobre a superfície infectada ocorre a
  formação de uma massa branca acinzentada.
• A doença ocorre desde a primavera até o
  outono, é uma doença de clima fresco e
  seco, sendo a temperatura ótima 25 °C;
• Medidas de controle - A observação dos
  sintomas nos ramos maduros é fundamental
  para prever a intensidade da doença no próximo
  ciclo vegetativo e para articular as medidas de
  controle a serem adotadas. O melhor controle
  do oídio é a prevenção. Aplicação de fungicidas
  a base de enxofre é um eficiente e econômico
  meio de controle.
• Antracnose - Elsinoe ampelina
• Sintomatologia - A doença ataca todos órgãos verdes
  da planta.Nos ramos, a doença causa o aparecimento
  de cancros com formatos irregulares de coloração
  cinzenta no centro e bordas pretas.Nas bagas também
  aparecem manchas circulares de cor cinza no centro e
  preta nas bordas.
• Favorecido por alta umidade. Temperaturas ótimas: 24
  °C a 26 °C.
• Controle - Algumas medidas preventivas devem na
  implantação: evitar o plantio em baixadas úmidas e
  terrenos expostos aos ventos frios do sul, construir
  quebra-vento; utilizar material sadio. Quando se
  observar incidência de antracnose em anos anteriores, o
  controle deve ser iniciado no período de repouso da
  videira, pela poda e queima de ramos doentes, e/ou
  tratamento químico de inverno com calda
  sulfocálcica, visando eliminar ou reduzir o inoculo inicial.
• Podridão cinzenta da uva - Botryotinia
  fuckeliana (Botrytis cinerea)
• Existe em todos os países vitícolas do mundo.É
  considerada a mais importante das podridões
  do cacho.
• Os primeiros sintomas ocorrem na primavera e
  são microscópicos. Na floração, o estilete floral
  é infectado, só aparecendo os sintomas no
  início da maturação. A podridão do cacho se
  inicia com uma simples baga que se torna
  marrom e apodrece, produzindo visível massa
  de esporos. Quando a película da baga racha o
  mosto da uva escorre sobre o cacho produzindo
  a característica aparência de mofo cinzento
  devido a esporulação do fungo
• Na maioria dos casos, podridões severas dos cachos
  estão associadas com umidade relativa alta e
  temperaturas entre 15 °C e 28 °C durante a maturação
  da uva.
• Medidas de controle - Pode ser reduzida por meio de
  algumas medidas que integradas: evitar cultivares de
  cacho compacto; adotar espaçamentos que
  proporcionem uma boa aeração e insolação; controlar a
  adubação nitrogenada; colher todos os
  cachos;proporcionar um bom distanciamento entre
  cachos;realizar poda verde;tratar com fungicidas
  registrados e recomendados nas épocas de maior
  suscetibilidade (50% das flores abertas), (frutificação) e
  (início da maturação).
• Podridão da uva madura - Glomerella cingulata
• Sintomatologia - O sintoma principal é o apodrecimento
  dos frutos maduros. Sobre as bagas inicialmente
  aparecem manchas marrom-avermelhadas, que
  posteriormente atingem todo o fruto, escurecendo-o.
• Temperaturas entre 25 °C e 30 °C e alta umidade são as
  condições favoráveis ao patógeno.
• Medidas de controle: remoção e destruição de frutos
  mumificados; eliminação de ramos podados; adubação
  equilibrada; localização do vinhedo (meia encosta e
  exposição norte).
• O tratamento químico deve ser iniciado no final da
  floração, e repetir as pulverizações para proteger as
  bagas em todos os seus estádios de desenvolvimento.
• Galhas da coroa- bactéria Agrobacterium vitis.
• A disseminação do patógeno pode ocorrer por
  meio de material propagativo infectado (estacas,
  mudas), tesoura de poda e água do solo. A
  colonização dos tecidos da planta se dá a partir
  de ferimentos causados pela poda, desbrota e
  outros tratos culturais.
• Sintomatologia - A galha é o sintoma mais
  característico da doença, de ocorrência mais
  comum na parte basal do tronco, próximo à
  linha do solo.
• Controle - As plantas contaminadas devem ser
  arrancadas com o máximo possível de raízes e
  queimadas. Em áreas que já apresentaram
  plantas contaminadas, fazer rotação de cultura.
• Cancro bacteriano- Xanthomonas campestris pv.
  viticola.
• Sintomatologia - Nas folhas ocorrem pequenas
  manchas angulares escuras, circundadas ou não por um
  halo amarelado. No cacho, ocorrem fissuras e fendas
  necróticas no engaço e lesões escuras ligeiramente
  arredondadas nas bagas.
• Controle - O controle mais eficiente da doença está na
  utilização de mudas e material propagativo sadio, de
  modo a evitar a introdução da doença na propriedade.
• Controle: Em região de ocorrência do cancro bacteriano
  o manejo da doença deve ser feito, principalmente, no
  período seco, época desfavorável a infecção poda de
  ramos infectados, a poda drástica ou poda de recepa, a
  eliminação de plantas com altos níveis de infecção,
  queima de restos de cultura.
• Pérola-da-Terra Eurhizococcus brasiliensis
• O inseto é considerado a principal praga da videira.É
  uma cochonilha subterrânea que ataca as raízes.
• A disseminação ocorre principalmente através da
  movimentação de mudas enraizadas infestadas.
• Sintomas e danos - A sucção da seiva nas raízes
  provoca um definhamento progressivo da videira, com
  redução da produção e morte das plantas. Em parreirais
  adultos, as folhas amarelecem entre as nervuras de
  maneira similar à deficiência de Mg; os bordos das
  folhas encarquilham para dentro.
• Controle - Nos plantios novos, escolher áreas não
  infestadas pela pérola-da-terra. Entretanto, não seja
  possível: usar mudas de boa procedência e livres de
  viroses; porta-enxertos resistentes.Quimico: inseticidas
  Thiamethoxan e Imidacloprid
• Filoxera Daktulosphaira vitifoliae, inseto sugador.
• Sintomas e danos - Os danos da filoxera são
  observados nas folhas de cultivares de porta-enxertos
  sensíveis à forma galícola.O ataque impede o
  desenvolvimento das brotações, reduz a atividade
  fotossintética, chegando a paralisar o desenvolvimento
  da planta.
• Controle - Não existe controle químico que possa ser
  empregado de forma econômica,a maneira mais
  eficiente para evitar os danos do inseto é através do
  emprego de porta-enxertos resistentes.
• Cochonilhas
• É comum formigas doceiras associarem-se a esta
  cochonilha em busca dos excrementos açucarados.
• Sintomas e danos - A espécie normalmente ataca os
  ramos novos de forma agregada. As brotações das
  plantas infestadas crescem menos, reduzem a produção
  e, dependendo da intensidade de infestação podem
  secar.
• Controle - A poda de inverno ajuda eliminar o inseto
  dos ramos infestados. Após a poda, utilizar um inseticida
  associado com 1% de óleo mineral ou vegetal. É
  importante que o controle seja direcionado à fase de
  ninfa, que geralmente ocorre no início da brotação

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Principais cultivares de uva para vinho e seus clones

  • 2. PRINCIPAIS CULTIVARES PARA VINHO TINTO E SEUS MELHORES CLONES • Aglianico: Cultivar do sul da Itália. De brotação precoce, prefere solos de origem vulcânica. • Aleátrico: uva italiana com forte aroma “Moscato” sendo empregada para a elaboração de vinhos tintos aromáticos, vinhos doces, licorosos e o “Vinsanto”. Aparentemente é uma mutante tinta da “Muscat Blanc e Petits Grains” • Alicante Bouschet: cultivar criada por Henri Bouschet na França. O teor de açucar, em geral, é baixo. Extremamente sensível à antracnose. • Ancellotta: uva nativa da região da Emilia-Romagna (Itália). Produz vinhos de médio teor alcoólico e pouco ácido. De boa produtividade e resistência às moléstias. Clone interessante para o Brasil: R2.
  • 3. • Arinarnoa: cruzamento de “Tannat” com “Cabernet Sauvignon” produtora de vinhos finos, de boa qualidade e com média capacidade de envelhecimento. • Barbera: originária do Piemonte (Itália), é uma uva tinta de sabor simples. De média resistência ao míldio e antracnose, é, no entanto, sensível ao oídio e às podridões. Os clones mais promissores são: R4 e AT 84. • Bonarda: uva tinta originária do Piemonte (Itália). Tem boa aptidão em cortes para aportar extrato seco. • Cabernet Franc: originária de Bordeaux, França. De película tinta e sabor herbáceo. É moderadamente sensível à antracnose, sensível ao oídio e resistente ao míldio e às podridões. Origina vinho tinto, varietal fino, de médio envelhecimento. Foi por muitos anos a principal cultivar vinífera tinta no Brasil.
  • 4. • Cabernet Sauvignon: originária de Bordeaux, França (hibrido natural entre “Cabernet Franc” e “Sauvignon Blanc”. De película tinta e sabor herbáceo. Produz vinho tinto, varietal fino, de longo envelhecimento. É uma das viníferas mais disseminadas no mundo, produzindo vinho de qualidade em vários países. No Brasil produz o vinho tinto fino de melhores condições para envelhecimento. • Cannonau: é a mesma “Grenache” (França) ou “Garnacha” (Espanha), cultivada na Sardenha (Itália). • Carménère: tinta, aparentada à família dos “Cabernet” não é mais cultivada comercialmente na França devido ao seu excessivo vigor quando enxertada. O vinho é tânico, necessitando longo envelhecimento.
  • 5. Corvina Veronese: é a principal cultivar de uva tinta de Vêneto (Itália) onde se obtêm vinhos Bardolino e Valpolicella, relativamente leves, frutados e com uma certa característica de amêndoas. Seus vinhos podem ser ricos de cor e acidez, levemente tãnicos, e, em geral, desarmônicos. Necessita poda longa e sistemas de condução amplos (pérgolas), sendo sensível ao míldio, à podridão cinzenta e ao oídio. • Dolcetto: uva tinta originária de Piemonte (Itália). Extremamente sensível à seca e à escaldadura das bagas, bem como ao oídio e ao míldio. Seu aroma é agradável e a acidez baixa. • Gaglioppo: uva tinta que domina os vinhedos da Calábria (Itália) onde produz vinho de alto teor alcoólico e robusto. Resiste aos climas secos. • Gamay Noir; originaria da Borgonha, onde produz em vinificação com maceração carbõnica. Existem muitos subtipos e clones, a qualidade variando muito em função disto. • Graciano: uva tinta rica de teor e de aroma, porém de baixa produtividade. Brota cedo e é sensível ao míldio. • Grenache: é a segunda uva mais plantada no mundo. Cultivar tinta, originária da Espanha e do sul do França.
  • 6. Lambrusco: os “Lambruscos” formam o grupo de uvas tintas muito usadas na Itália, para a produção de vinhos frisantes de baixa graduação alcoólica. As plantas são de baixo vigor e o mosto é de baixo teor de açúcar e alta acidez. • Limnio; cultivar tinta, antiga da ilha de Lemnos (Grécia). Produz vinho encorpado e de bom nível de acidez. • Malbec ou Cot: tinta, pouco utilizada no Brasil, sendo importante na Argentina. Serve para cortes visando aumentar extrato seco. A videira é de muito alta produtividade, necessitando retirada do excesso de cachos. • Marselan: uva tinta obtida por cruzamento “Grenache” e “Cabernet Sauvignon”. Os cachos são grandes e as bagas pequenas. O rendimento em mosto é muito baixo, necessitando 160 kg para obter 100l de mosto. • Marzemino; uva tinta do norte da Itália, de maturação tardia. É sensível às moléstias fúngicas mais comuns, dificilmente amadurecendo nas condições sul brasileiras.
  • 7. • Merlot: originaria de Bordeaux, França. De película tinta e sabor herbáceo. Produz vinho tinto, varietal fino, de médio envelhecimento. Uva de excelente adaptação às condições de solo e clima do sul do Brasil. Produz fino vinho tinto, de grande qualidade. Sensível à antracnose,oídio e míldio. • Sangiovese: Tem o maior número de clones selecionados dentre todas as viníferas. Nos anos mais frescos tem problemas de acidez alta e taninos duros. Clones muitos produtivos dão vinhos mais fracos e de menos cor. Nos anos chuvosos sofre de podridão. A uva amadurece tardiamente,produzindo vinhos ricos,alcoólicos e de grande longevidade nos anos quentes.
  • 8. Principais cultivares para vinhos brancos e seus clones. • Alvarinho: Uva branca originária da Galícia,região de verões úmidos e chuvosos. Produz vinho de aroma que lembra pêssego,similar ao da “Viognier”. Tem película grossa e é resistente as podridões. É a mais importante cultivar para a produção de vinhos verdes,tem boas chances de se adaptar à Serra Gaúcha. • Chadonnay: De película branca e sabor simples a aromático. Brota de 10/08 a 20/08. é resistente à antracnose ,sensível à oídio e podridões. Aceita maturação em barricas de carvalho. • Chenin Blanc: Destaca-se pela alta produtividade, atingindo até 20 t/ha. Planta vigorosa devido ao clima do RS,é colhida antes da completa maturação quando ainda tem acidez alta e baixo teor de açúcar.
  • 9. Gewurztraminer: Originária da Alsácia,França. Película rosada e sabor picante,fortemente aromática. Produtividade de 7 a 12t/há. Produz vinho branco ou rosado,varietal fino,aromático. Plantas sofrem de morte precoce e tem problemas de podridão. Permanece no mercado,pois seu vinho é característico e típico. • Moscato Bianco: De película branca e sabor moscatel. Produtividade de 25 a 30t/há. Resistente à antracnose,sensível ao oídio e míldio. Pode ser usado para espumante ou corte para vinhos fracos de aroma. Seu bagaço fermentado produz graspa de alta qualidade. É a segunda vinífenra mais plantada no Brasil. • Prosecco: No norte da Itália,é empregada na produção de espumantes pelo método Charmat .Sua produtividade e graduação em açúcar são maiores que a média do RS. Vem se destacando para a produção de espumantes no Brasil,tendo qualidade similar ao produto original italiano. Clone interessante ESAV 19.
  • 10. Sémillon: originária da França, de película branca e sabor simples. Brota de 20/08 a 30/08 e amadurece de 24/01 a 03/02. produtividade de 18 a 23t/há. É resistente à antracnose ,sensível à oídio e podridões. Os clones franceses promissores são 173 e 315. produz vinho branco,varietal fino,de consumo breve,levemente frutado, para corte com Sauvignon Blanc. Uva branca de grande importância e produtividade. Sua área diminui devido à redução pela procura pela industria e ao estado sanitário ruim(viroses) em que se encontram os vinhedos. Origina um bom vinho nas condições de Serra Gaúcha. • Trebbiano Toscano: originária da Toscana, de película branca e sabor simples. Produtividade de 20 a 25t/há. Pode ser usado para vinho branco ou espumantes para corte por ser neutro de aroma. É a uva ideal para a destilação para Brandy. Uva de múltiplas aptidões.
  • 11. Porta-enxertos • Clima: em climas tropicais tem que se utilizar os do grupo IAC • Características desejadas da copa:adequar o porta enxerto às necessidades como época de maturação,vigor,qualidade da produção • A escolha do porta-enxerto deve ser feita considerando o destino da produção a fertilidade do solo, os problemas de doenças e pragas ocorrentes na região ou na área do vinhedo e o vigor da variedade copa. Em geral, para a produção de uvas viníferas deveriam ser preferidos os porta-enxertos de menor vigor, para privilegiar a qualidade da matéria-prima.
  • 12. 420 A • Millardet e De Grasset – França – 1887 • Vitis berlandieri x Vitis riparia • • Vigor médio, diferentes solos • • Não vai bem em solos muito ácidos • • Resistente a filoxera e nematóides • •Sensível à fusariose e antracnose. • • Bom pegamento e enraizamento • • Não produz frutos
  • 13. 106-8 Mgt ‘Ripária do Traviú’ ou ‘Traviú’ • • Millardet e De Grasset na França – 1882 • • Vitis riparia x (V. rupestris x V. cordifolia) • • Pouco vigoroso, muitos solos • • Adapta-se bem em solos ácidos • • Ótimo pegamento e enraizamento • • Susceptível à Antracnose • • Não vai bem na região noroeste paulista • • Produz frutos
  • 14. SO4 • Teleki – Oppenheim - Alemanha • Vitis berlandieri x Vitis riparia • • Vigor médio, resistente a seca • • Adapta-se a solo argiloso, sensível à seca e Al • • Bom pegamento e enraizamento • • Não produz frutos • • Alta resistência a nematóides e filoxera • • Sensível à antracnose e fusariose
  • 15. IAC 313 ‘Tropical’ • Santos Neto – Campinas – 1950 • Golia x Vitis cinerea • Vigor alto, diferentes tipos de solos, ácidos • Bom pegamento e enraizamento • Seus ramos dificilmente perdem folhas. • Lignificação tardia • Alta resistência a filoxera e nematóides
  • 16. IAC 572 ‘Jales’ • Santos Neto – Campinas – 1970 • V. caribaea e V. riparia x V. rupestris 101-14 • Vigor alto, solos arenosos, argilosos, ácidos • Bom pegamento e enraizamento • Seus ramos não perdem folhas • Alta resistência a filoxera e nematóides
  • 17. IAC 766 ‘Campinas’ • Santos Neto – Campinas – 1958 • Riparia do Traviú x V. caribaea • Vigor alto, solos arenosos, argilosos, ácidos • Bom pegamento e enraizamento • Seus ramos perdem folhas • Alta resistência a filoxera e nematóides
  • 18. Preparo do solo • Escolha da área: A videira se adapta em ampla variedades de solos, dá-se preferência a solos com textura franca e bem drenados, com pH variando de 5,0 a 6,0 e com teor de matéria orgânica com pelo menos 20 g dm-3. • Topografia:A topografia influencia na drenagem das águas e na temperatura ambiente. Solos planos e argilosos tendem a ter menor capacidade de drenagem das águas, enquanto que os solos declivosos tendem a não apresentar problemas com encharcamento. • Preparo da área: O preparo da área tem por finalidade assegurar que as mudas de videira sejam plantadas em condições que possam expressar todo o seu potencial produtivo. Ele consta das operações de roçagem, destocamento, lavração, gradagem, abertura das covas ou sulcamento.
  • 19. Roçagem - Consiste na eliminação da vegetação existente. Esta prática pode ser executada manualmente ou com tratores. Em ambos os casos, não se aconselha a queima da vegetação, apenas retiram-se os arbustos e galhos maiores, sendo o restante incorporado ao solo através de uma ou mais lavrações. • Destocamento - Caso a área seja coberta por mata ou outra vegetação maior, com sistema radicular mais desenvolvido, aconselha-se executar o destocamento após a roçagem da vegetação. Esta prática tem por objetivo a retirada dos tocos maiores para facilitar os demais trabalhos. Ela é feita com implementos mais pesados tracionados por tratores e eventualmente por animais. • Lavração - Esta prática visa a mobilização total do solo. A profundidade em que esta mobilização é feita depende do tipo de solo e dos trabalhos nele executados anteriormente. É mais comum fazer a lavração à profundidade de 20 a 25 cm. • Gradagem - Esta prática visa nivelar o terreno que foi revolvido. Este nivelamento permite a distribuição mais uniforme dos adubos e facilita a demarcação das covas para o plantio. • Preparo das covas ou sulcamento - As covas são preparadas após o nivelamento do solo, tendo as dimensões de 50 x 50 x 50 cm. Quando a topografia permite, no lugar das covas, faz-se a abertura de sulcos com profundidade de 20 a 25 cm.
  • 20. Calagem • Tem como finalidade eliminar prováveis efeitos tóxicos dos elementos que podem ser prejudicial às plantas, tais como alumínio e manganês, e corrigir os teores de cálcio e magnésio do solo. Para a videira o pH do solo deve estar próximo de 6,0.
  • 21. Nutrição e Adubação • Fósforo: Solos brasileiros são deficientes em fósforo.Os sintomas de deficiência de fósforo ocorrem em folhas maduras, onde é observado redução do tamanho, tornam-se amareladas e ainda podem apresentar limbo com manchas vermelhadas. • Potássio - Na grande maioria dos solos brasileiros o concentração de K é considerada baixa. Os sintomas de deficiência de potássio ocorrem em folhas mais velhas. Nas variedades brancas os sintomas iniciais se caracterizam por amarelecimento nas proximidades das bordas foliares, com o agravamento da deficiência as bordas ficam necrosadas. Nas variedades tintas, as folhas tornam-se avermelhadas e também mostram o necrosamento das bordas. O uso indiscriminado de fertilizantes potássicos aumenta a concentração desse elemento no mosto, isso pode acarretar problemas enológicos.
  • 22. • Nitrogênio - O teor de matéria orgânica é o indicador de disponibilidade de N no solo mais utilizado, mas este não tem sido muito eficaz na predição do comportamento das plantas, o que tem causado sérios problemas na viticultura, pois tanto o excesso quanto a deficiência de nitrogênio afeta a produtividade e a qualidade dos frutos. • Os sintomas de deficiência de nitrogênio se caracterizam pela redução no vigor e pela clorose no limbo das folhas maduras e velhas. Em algumas variedades tintas as folhas podem apresentar coloração avermelhada. • Cálcio - O cálcio é um elemento pouco móvel na planta, por isso os sintomas de deficiência aparecem nas folhas jovens. Essas folhas normalmente são menores do que as normais, com a superfície entre as nervuras cloróticas, com pintas necróticas e tendência a se encurvarem para baixo.
  • 23. • Magnésio - Apesar dos teores da grande maioria dos solos brasileiros serem baixos, ele não tem sido problema sério para a videira, pois, como para o cálcio, a utilização de calcário dolomítico para aumentar o pH do solo também aumenta o teor de Mg. Os sintomas de deficiência aparecem nas folhas maduras, apresentam a superfície entre as nervuras cloróticas, que com o agravamento da deficiência vão ficando amareladas, no entanto as nervuras permanecem verdes. Tem-se observado um distúrbio fisiológico chamado dessecamento da ráquis, sendo sua ocorrência mais freqüente em anos em que o período de maturação dos frutos é bastante chuvoso e o solo apresenta-se com alto teor de potássio e baixo de magnésio. • Boro - A grande maioria dos solos do Brasil, cultivados com videira, possuem baixo teor de boro. A característica principal da deficiencia é a redução no tamanho das folhas e encurtamento dos estrenós.
  • 24. Formas de Aplicação de Adubos e Corretivos • Existem três tipos fundamentais de adubação: a de correção, efetuada antes do plantio, a de plantio ou crescimento, realizada na ocasião do plantio do porta- enxerto ou da muda até 2 a 3 anos, e a de manutenção, realizada durante a vida produtiva da planta. • A primeira é feita para corrigir a fertilidade do solo para padrões de fertilidade preestabelecido, a segunda é feita para permitir o crescimento inicial das plantas, a terceira é para repor os elementos absorvidos pela planta durante o ano.
  • 25. Manejo da Cobertura do Solo • Durante os dois primeiros anos de cultivo da videira a área poder ser cultivada com uma cultura anual nas entrelinhas da videira, esta cultura intercalar deverá permitir a cobertura do solo enquanto a videira cresce. • A partir do 3° ano do plantio (2° ano após a enxertia) não é mais recomendável a cultura intercalar. Contudo, a utilização da cobertura verde do solo do vinhedo, com gramíneas e/ou leguminosas de outono-inverno, pode ser útil ao solo e à videira. • Entre vários benefícios, esta prática auxilia o controle de ervas daninhas, mantém ou aumenta o teor de matéria orgânica do solo e diminui o estresse hídrico nas primaveras e verões secos.
  • 26. Sistemas de condução • Espaldeira: sistema ideal para produção de uvas finas. • É um dos mais utilizados pelos viticultores nos principais países vitivinícolas. • O dossel é vertical e a poda é mista ou em cordão esporonado. • A distância entre as fileiras varia de 2,00 a 2,50 m • A distância entre plantas é de 1,20 a 2,00 m, conforme a variedade e a fertilidade do solo. • A zona de produção geralmente situa-se entre 1,00 e 1,20 m do solo. Deixam-se de 65 mil a 80 mil gemas/ha, dependendo principalmente da variedade. • A altura do sistema de sustentação do solo até a parte superior é de 2,00 a 2,20 m
  • 27. • Principais Vantagens: • Adapta-se bem ao hábito vegetativo da maior parte das viníferas; • Os frutos situam-se numa área do dossel vegetativo e as extremidades dos ramos em outra: isso facilita as operações mecanizadas, como remoção de folhas, pulverizações dos cachos e desponta; • Apresenta boa aeração; • Pode ser ampliado paulatinamente • O custo de implantação é menor que o do latada; • É atrativo aos olhos. • Principais Desvantagens • Apresenta tendência ao sombreamento, portanto não é indicado para cultivares muito vigorosas ou para solos muito férteis; • A densidade de ramos geralmente é muito elevada;
  • 28. Latada • O sistema de condução latada é também chamado de pérgola. O dossel é horizontal e a poda é mista ou em cordão esporonado. As videiras são alinhadas em fileiras distanciadas geralmente de 2,00 a 3,00 m.A zona de produção da uva situa- se a aproximadamente 1,80 m do solo. A carga de gemas é variável, sendo em geral de 100 mil a 140 mil gemas/ha. • Principais Vantagens • Desenvolvimento de videiras vigorosas • Permite uma área do dossel extensa. Isto proporciona elevado número de cachos e alta produtividade; • Possui uma boa rentabilidade econômica especialmente em pequenas propriedades; • É de fácil adaptação à topografia de regiões montanhosas • Principais Desvantagens • Os custos de implantação e de manutenção do sistema são elevados; • A posição do dossel causa transtornos à execução das práticas culturais; • A posição horizontal e o vigor excessivo das videiras podem causar sombreamento • O elevado índice de área foliar favorece o aparecimento de doenças fúngicas; • A área máxima recomendada de cada parcela é de 4 ha.
  • 29. Poda • A poda compreende um conjunto de operações que se efetuam na planta e que consistem na supressão parcial do sistema vegetativo lenhoso (sarmentos, cordões e, excepcionalmente, tronco) ou herbáceo (brotos, inflorescências, cachos, bagas, folhas, gavinhas).
  • 30. • Poda Seca Os principais objetivos da poda seca são: • Propiciar que as videiras frutifiquem desde os primeiros anos de plantio • limitar o número de gemas para regularizar e harmonizar a produção e o vigor • melhorar a qualidade da uva, que pode ser comprometida por uma elevada produção • uniformizar a distribuição da seiva elaborada para os diferentes órgãos da videira • proporcionar à planta uma forma determinada que se mantenha por muito tempo e que facilite a execução dos tratos culturais.
  • 31. Escolha do sistema de poda • A eleição de um sistema de poda depende da cultivar, das características do solo, da influência do clima e de aspectos sanitários. • Cultivar: em condições similares de clima e solo, as diversas cultivares apresentam desenvolvimento vegetativo diferenciado. Nas vigorosas deixa-se um maior número de gemas/vara. O sistema de poda depende também da localização das gemas férteis ao longo do sarmento. Quando as gemas férteis estão situadas em sua base, normalmente faz-se a poda em cordão esporonado; as cultivares que apresentam gemas inférteis na base do sarmento exigem poda longa ou mista. O comprimento dos entrenós também deve ser considerado para a realização da poda. • Características do solo: o vigor da planta está relacionado com a fertilidade do solo. Videiras em solos de baixa fertilidade não são muito vigorosas e, por isso, normalmente adota-se a poda curta; solos férteis propiciam grande desenvolvimento às videiras, sendo então utilizada a poda longa.
  • 32. • Influência do clima: uma mesma cultivar, plantada em solos similares, comporta-se segundo as características climáticas do local. Em áreas sujeitas a geadas tardias, a videira deve ser conduzida mais alta. Em climas úmidos, as gemas da base do sarmento geralmente são inférteis. Climas secos proporcionam maior fertilidade das gemas da base do sarmento. É importante, ainda, considerar a predominância dos ventos. • Nas regiões onde a incidência direta do sol não é favorável à qualidade da uva, deve-se fazer a poda de forma que os cachos fiquem sombreados; nas regiões frias e úmidas, a poda deve facilitar a incidência dos raios solares nos cachos. • Aspectos sanitários: as partes da videira com umidade persistente e pouco arejadas propiciam o desenvolvimento de doenças fúngicas. Para evitar a proliferação de doenças nas videiras, deve- se eleger o sistema de poda que assegure o máximo de circulação de ar e penetração de luz.
  • 33. Localização e tipos de gemas • Gemas prontas: formam-se na primavera-verão, cerca de 10 dias antes das gemas francas. Podem dar origem a uma brotação chamada feminela ou neto (ramo antecipado), que segundo a cultivar pode ser estéril, pouco ou muito fértil. Localiza-se, também, na axila das folhas, ao lado da gema franca. • Gemas francas ou axilares: formam-se na base das gemas prontas,permanecem dormentes durante o ano de formação.A formação dos primórdios florais se completa somente na primavera seguinte. Durante a brotação e desenvolvimento dos ramos, as gemas francas não brotam. • Podem produzir geralmente de um a três cachos.
  • 34. • Gemas basilares, da coroa ou casqueiras: são um conjunto de gemas não bem diferenciadas que se formam na base do ramo, junto à inserção do broto do ano com a madeira do ano anterior. Somente brotam quando se fizer poda curta, aplicação de regulador de crescimento ou ocorrer problemas com as gemas francas. Geralmente são inférteis na maioria das cultivares viníferas. • Gemas cegas: são as mais desenvolvidas das gemas basilares, sendo as primeiras gemas visíveis localizadas logo acima dessas.
  • 35. Princípios fundamentais da poda • A videira normalmente frutifica em ramos do ano que se desenvolvem de sarmentos do ano anterior. • O sarmento que proporcionou um broto frutífero não produz novamente, por isso deve ser substituído por outro que ainda não tenha produzido. • A frutificação é em geral inversa ao vigor, pois a produção de uva reduz a capacidade da videira para a próxima safra ou safras. As videiras com altas produções apresentam menos vigor e terão menor produtividade no ano seguinte ou nos anos seguintes. • Para continuar um braço, se elegerá o sarmento situado mais próximo da base.
  • 36. • Os ramos mais afastados do tronco são, em igualdade de condições, os mais vigorosos. As gemas mais afastadas da base do ramo têm, em geral, maior fertilidade. • O tamanho e o peso dos cachos, nas mesmas condições de cultivar, solo, clima e poda, aumentam quando se faz desbaste de cachos após o pegamento do fruto. • Qualquer que seja o sistema de poda aplicado, o viticultor deverá vigiar para que a futura área foliar e a produção tenham as melhores condições de aeração, calor e luminosidade.
  • 37. • O vigor individual dos ramos de uma videira é inversamente proporcional ao seu número. • Quanto mais o ramo se aproximar da posição vertical, maior será o seu vigor. A brotação inicia pelas gemas das pontas das varas ou esporões (brotação mais precoce e mais vigorosa); as gemas da parte mediana e da base das varas brotam posteriormente e algumas delas, muitas vezes, nem brotam. A curvatura da vara, as amarrações e o uso de reguladores de crescimento alteram essa dominância. • Uma videira só tem condições de nutrir e maturar de forma eficaz uma determinada quantidade de frutos.
  • 38. Tipos de poda • Poda de implantação: efetuada na muda, antes do plantio. Consiste no encurtamento das raízes que se quebraram durante o transporte e na poda do enxerto a duas ou três gemas. • Poda de formação: finalidade dar a forma adequada à planta. • Consiste em podar os futuros braços das videiras deixando no máximo seis gemas. • As mudas que não foram despontadas,são podadas na altura da estrutura de sustentação. As mudas fracas devem ser podadas a duas gemas. É importante manter uniformidade, pois videiras com diferentes idades dificultam o manejo e os tratos culturais do vinhedo. • Normalmente, a poda de formação é concluída até o terceiro ano.
  • 39. • Poda de frutificação: A poda de frutificação, também chamada de poda de produção, tem por objetivo preparar a videira para a produção da próxima safra. • Deve ser feita através da eliminação de sarmentos mal localizados ou fracos. • Das duas brotações dos esporões seleciona-se, na próxima poda, a mais afastada do braço para ser a futura vara e a mais basal para ser o esporão. Desta forma, a carga básica é de 6 varas e 12 esporões por videira. Nas videiras conduzidas em espaldeira pode-se adotar a poda tipo Guyot (vara e esporão)
  • 40. • Poda de renovação: a poda de renovação consiste em eliminar as partes da planta, principalmente braços e cordões, que se encontram com pouca vitalidade devido a acidentes climáticos, danos mecânicos, doenças ou pragas, e substituí-los por sarmentos mais jovens. É utilizada, também, para rebaixar partes da planta que se elevaram em demasia em relação ao aramado, bem como às partes que devido a sucessivas podas se distanciaram dos braços ou cordões.
  • 41. Poda Verde • Denomina-se poda verde as operações efetuadas durante o período vegetativo da videira. • Poderá melhorar as condições do microclima dos vinhedos( diminuição de doenças fúngicas) maior eficiência nos tratamentos fitossanitários e colheitas mais equilibradas. • Os objetivos gerais da poda verde na videira são: • Direcionar o crescimento vegetativo para as partes que formarão o tronco e os braços • Diminuir os estragos causados pelo vento; • Abrir o dossel vegetativo de maneira a expor as folhas mais favoravelmente à luz e ao ar. As principais modalidades de poda verde, realizada nas videiras destinadas à elaboração de vinhos finos, são a remoção de gemas, a desbrota, a desponta e a desfolha.
  • 42. • Remoção de gemas:Consiste na eliminação das gemas antes da brotação. Ela pode ser praticada tanto na poda de formação quanto na de frutificação. • Desbrota: Consiste em suprimir os brotos herbáceos que se desenvolvem no tronco e nos braços e os ladrões que se desenvolvem no porta-enxerto (esladroamento). • Desfolha: consiste na eliminação de folhas da videira, principalmente as situadas próximas aos cachos. Desponta: consiste na eliminação de uma parte da extremidade do ramo em crescimento.
  • 43. • Sistematização dos brotos • É uma operação indispensável para a condução da videira. • O objetivo geral, além de manter a arquitetura do sistema de condução, é reorientar os brotos, através de amarrações, para a correta ocupação dos espaços do dossel vegetativo e com isso uniformizar as condições microclimáticas da planta. • São utilizadas tiras plásticas flexíveis para a fixação dos brotos junto ao aramado. • O uso de máquinas para a amarração (alceador) agiliza essa atividade.
  • 44. Maturação • Herbáceo - Abrange desde a formação do grão até a mudança de cor da película da baga. • Mudança de cor - A mudança de cor vem acompanhada de mudanças físicas; a baga adquire elasticidade e amolece, à medida que a maturação avança. • Maturação - inicia com a mudança de cor da uva e termina na colheita. Pode durar de 30 a 70 dias.As bagas amolecem progressivamente, ocorre um aumento no teor dos pigmentos antociânicos (nas variedades tintas) e de açúcares (glicose e frutose), assim como uma diminuição pronunciada da acidez. A maturação tecnológica é o ponto da maturação a partir do qual não há acúmulo significativo de açúcares na baga de uva, nem expressiva queda da acidez. • A uva é uma fruta do tipo não-climatérico, • Sobrematuração - Começa a partir da maturação tecnológica. As flutuações dos teores de açúcares e ácidos se devem a fenômenos de diluição ou murcha das bagas, ocasionados chuvas ou de períodos de seca. Os teores de polifenóis das cascas continuam a aumentar nesta fase.
  • 45. • A uva destinada à produção de vinho é colhida segundo diferentes critérios, em função da região de produção, do tipo de vinho a ser elaborado e das condições climáticas. • Um controle completo da maturação de uvas tintas visando à elaboração de vinho de qualidade compreende o acompanhamento da evolução de açúcares, ácidos, taninos e antocianinas. Para uvas brancas, dever-se-ia proceder ao acompanhamento da evolução de açúcares, ácidos e aromas. O acompanhamento via análises químicas é de difícil execução, uma ferramenta complementar (também muito usada para uvas tintas) é a degustação de bagas.
  • 46. Colheita • Colher as uvas pela manhã, reduzindo assim o calor de campo, indesejável para as fases iniciais de elaboração dos vinhos; • Proceder à seleção da uva colhida, de modo a vinificar lotes semelhantes e sem problemas de podridão ou de desuniformidade de maturação. • Acondicionar a uva colhida em caixas plásticas especiais, limpas, com capacidade máxima de 20Kg; • Manter a uva colhida à sombra e manuseá-la o menos possível; • Encaminhar a uva à unidade beneficiadora imediatamente após colhê-la, pois a mesma não se mantém em boas condições por muito tempo após ser colhida. O ideal é iniciar seu processamento em no máximo 12 horas após a colheita;
  • 47. • Evitar transportes a longas distâncias, bem como a utilização de veículos de transporte que trepidem ou sacolejem demasiadamente. • Se possível, resfriar rapidamente a uva na vinícola, antes do esmagamento da mesma. Este procedimento tem a vantagem de reduzir a atividade enzimática oxidativa na fase de esmagamento e prensagem, limitando o desenvolvimento e a ação de bactérias acéticas. A conseqüência é a limitação da produção de acidez volátil e a preservação da qualidade do vinho • Proceder à colheita manual, que preserva mais a integridade física da uva.
  • 48. Pragas e doenças • Míldio - Plasmopara viticola • A principal doença fúngica da videira, podendo infectar todas as partes verdes da planta, causando maiores danos quando afeta as flores e os frutos. • Sintomatologia - Nas folhas, na parte superior aparecem manchas amarelas, translúcidas contra a luz do sol com aspecto encharcado, denominadas .Em umidade relativa alta surge a esporulação branca do fungo na parte inferior da mancha,a seguir a área afetada fica necrosada, podendo causar a queda da folha. Nas inflorescências infectadas ocorre o escurecimento da ráquis, podendo ainda haver esporulação do fungo seguido pelo secamento e queda dos botões florais.
  • 49. • A temperatura ideal para o desenvolvimento do míldio fica entre 18 °C e 25 °C. O fungo necessita de água livre nos tecidos por um período mínimo de 2 horas para haver infecção. • Medidas de controle - O controle preventivo deve começar adotando-se medidas que melhorem a aeração e insolação da copa, objetivando diminuir o tempo de molhamento foliar. • Estas medidas incluem: espaçamento adequado; evitar áreas de baixada ou voltados para o sul;boa disposição espacial dos ramos sobre o aramado; adubação equilibrada; poda verde. • O controle químico deve ser realizado com os fungicidas registrados para a cultura.
  • 50. • Oídio - Uncinula necator • As cultivares européias (Vitis vinifera) são em geral suscetíveis ao oídio, mas nas condições climáticas do sul do Brasil,este fungo não tem causado grandes perdas, com exceção de alguns anos em que ocorrem períodos de seca. • Sintomatologia - Todos os tecidos tenros da videira são suscetíveis à infecção e mostram sintomas característicos. Nas folhas as frutificações podem ser encontradas em ambos os lados e se apresentam como uma massa acinzentada. As bagas infectadas apresentam cicatrizes que posteriormente podem rachar, permitindo a entrada de organismos que causam podridões. Sobre a superfície infectada ocorre a formação de uma massa branca acinzentada.
  • 51. • A doença ocorre desde a primavera até o outono, é uma doença de clima fresco e seco, sendo a temperatura ótima 25 °C; • Medidas de controle - A observação dos sintomas nos ramos maduros é fundamental para prever a intensidade da doença no próximo ciclo vegetativo e para articular as medidas de controle a serem adotadas. O melhor controle do oídio é a prevenção. Aplicação de fungicidas a base de enxofre é um eficiente e econômico meio de controle.
  • 52. • Antracnose - Elsinoe ampelina • Sintomatologia - A doença ataca todos órgãos verdes da planta.Nos ramos, a doença causa o aparecimento de cancros com formatos irregulares de coloração cinzenta no centro e bordas pretas.Nas bagas também aparecem manchas circulares de cor cinza no centro e preta nas bordas. • Favorecido por alta umidade. Temperaturas ótimas: 24 °C a 26 °C. • Controle - Algumas medidas preventivas devem na implantação: evitar o plantio em baixadas úmidas e terrenos expostos aos ventos frios do sul, construir quebra-vento; utilizar material sadio. Quando se observar incidência de antracnose em anos anteriores, o controle deve ser iniciado no período de repouso da videira, pela poda e queima de ramos doentes, e/ou tratamento químico de inverno com calda sulfocálcica, visando eliminar ou reduzir o inoculo inicial.
  • 53. • Podridão cinzenta da uva - Botryotinia fuckeliana (Botrytis cinerea) • Existe em todos os países vitícolas do mundo.É considerada a mais importante das podridões do cacho. • Os primeiros sintomas ocorrem na primavera e são microscópicos. Na floração, o estilete floral é infectado, só aparecendo os sintomas no início da maturação. A podridão do cacho se inicia com uma simples baga que se torna marrom e apodrece, produzindo visível massa de esporos. Quando a película da baga racha o mosto da uva escorre sobre o cacho produzindo a característica aparência de mofo cinzento devido a esporulação do fungo
  • 54. • Na maioria dos casos, podridões severas dos cachos estão associadas com umidade relativa alta e temperaturas entre 15 °C e 28 °C durante a maturação da uva. • Medidas de controle - Pode ser reduzida por meio de algumas medidas que integradas: evitar cultivares de cacho compacto; adotar espaçamentos que proporcionem uma boa aeração e insolação; controlar a adubação nitrogenada; colher todos os cachos;proporcionar um bom distanciamento entre cachos;realizar poda verde;tratar com fungicidas registrados e recomendados nas épocas de maior suscetibilidade (50% das flores abertas), (frutificação) e (início da maturação).
  • 55. • Podridão da uva madura - Glomerella cingulata • Sintomatologia - O sintoma principal é o apodrecimento dos frutos maduros. Sobre as bagas inicialmente aparecem manchas marrom-avermelhadas, que posteriormente atingem todo o fruto, escurecendo-o. • Temperaturas entre 25 °C e 30 °C e alta umidade são as condições favoráveis ao patógeno. • Medidas de controle: remoção e destruição de frutos mumificados; eliminação de ramos podados; adubação equilibrada; localização do vinhedo (meia encosta e exposição norte). • O tratamento químico deve ser iniciado no final da floração, e repetir as pulverizações para proteger as bagas em todos os seus estádios de desenvolvimento.
  • 56. • Galhas da coroa- bactéria Agrobacterium vitis. • A disseminação do patógeno pode ocorrer por meio de material propagativo infectado (estacas, mudas), tesoura de poda e água do solo. A colonização dos tecidos da planta se dá a partir de ferimentos causados pela poda, desbrota e outros tratos culturais. • Sintomatologia - A galha é o sintoma mais característico da doença, de ocorrência mais comum na parte basal do tronco, próximo à linha do solo. • Controle - As plantas contaminadas devem ser arrancadas com o máximo possível de raízes e queimadas. Em áreas que já apresentaram plantas contaminadas, fazer rotação de cultura.
  • 57. • Cancro bacteriano- Xanthomonas campestris pv. viticola. • Sintomatologia - Nas folhas ocorrem pequenas manchas angulares escuras, circundadas ou não por um halo amarelado. No cacho, ocorrem fissuras e fendas necróticas no engaço e lesões escuras ligeiramente arredondadas nas bagas. • Controle - O controle mais eficiente da doença está na utilização de mudas e material propagativo sadio, de modo a evitar a introdução da doença na propriedade. • Controle: Em região de ocorrência do cancro bacteriano o manejo da doença deve ser feito, principalmente, no período seco, época desfavorável a infecção poda de ramos infectados, a poda drástica ou poda de recepa, a eliminação de plantas com altos níveis de infecção, queima de restos de cultura.
  • 58. • Pérola-da-Terra Eurhizococcus brasiliensis • O inseto é considerado a principal praga da videira.É uma cochonilha subterrânea que ataca as raízes. • A disseminação ocorre principalmente através da movimentação de mudas enraizadas infestadas. • Sintomas e danos - A sucção da seiva nas raízes provoca um definhamento progressivo da videira, com redução da produção e morte das plantas. Em parreirais adultos, as folhas amarelecem entre as nervuras de maneira similar à deficiência de Mg; os bordos das folhas encarquilham para dentro. • Controle - Nos plantios novos, escolher áreas não infestadas pela pérola-da-terra. Entretanto, não seja possível: usar mudas de boa procedência e livres de viroses; porta-enxertos resistentes.Quimico: inseticidas Thiamethoxan e Imidacloprid
  • 59. • Filoxera Daktulosphaira vitifoliae, inseto sugador. • Sintomas e danos - Os danos da filoxera são observados nas folhas de cultivares de porta-enxertos sensíveis à forma galícola.O ataque impede o desenvolvimento das brotações, reduz a atividade fotossintética, chegando a paralisar o desenvolvimento da planta. • Controle - Não existe controle químico que possa ser empregado de forma econômica,a maneira mais eficiente para evitar os danos do inseto é através do emprego de porta-enxertos resistentes.
  • 60. • Cochonilhas • É comum formigas doceiras associarem-se a esta cochonilha em busca dos excrementos açucarados. • Sintomas e danos - A espécie normalmente ataca os ramos novos de forma agregada. As brotações das plantas infestadas crescem menos, reduzem a produção e, dependendo da intensidade de infestação podem secar. • Controle - A poda de inverno ajuda eliminar o inseto dos ramos infestados. Após a poda, utilizar um inseticida associado com 1% de óleo mineral ou vegetal. É importante que o controle seja direcionado à fase de ninfa, que geralmente ocorre no início da brotação