Capacitação 360°: Da cultura inovadora a aplicação - Sumário Executivo
A surda guerra pelo conhecimento
1. A Surda Guerra pelo Conhecimento
Roberto Meizi Agune e José Antônio Carlos1
Os próximos anos mostrarão um acirramento na disputa das nações pelo domínio do ciclo de
criação e circulação do conhecimento. Esta guerra sem tiros, mas com muitas vítimas, ocorre pelo
simples fato de que a capacidade de produzir, utilizar e exportar conhecimento irá definir quem
serão, para valer, os países mais opulentos do século XXI.
Por dever de ofício, temos acompanhado diversas iniciativas governamentais adotadas em nações
nas quais o debate sobre a economia do conhecimento encontra-se mais amadurecido. Sem a
menor pretensão de esgotar o assunto, vamos apontar neste artigo algumas das ações presentes
nas agendas modernizadoras desses países que mais nos tem chamado atenção.
1. Readequação de todo o sistema educacional para a economia do conhecimento. Esta
providência envolve local, forma e conteúdo. Não há mais como pensar que o processo de
aprendizagem deva se restringir às salas de aula. Aprender sempre, e em qualquer lugar, é o lema.
O uso sério da educação à distância e de métodos pedagógicos desafiadores, inserem-se, também,
neste desafio. Mais que isso, saberes emergentes vinculados à nanotecnologia, biotecnologia,
sustentabilidade, ecoturismo, entretenimento, só para citar algumas áreas, dia após dia, ocupam
mais espaço no curriculum das escolas.
2. Construção de redes digitais cada vez mais densas, velozes e acessíveis para todos os cidadãos.
A percepção de que, a cada momento, uma significativa e crescente percentagem do PIB - Produto
Interno Bruto trafega por estradas virtuais, e não por rodovias, ferrovias, portos e aeroportos tem
ampliado, de forma exponencial, o número de políticas públicas dedicadas ao problema.
3. Incremento do número de ministérios, secretarias, agências e outras estruturas administrativas
dedicadas especificamente à gestão do conhecimento e à inovação. Ainda que essas estruturas não
sejam, per se, garantia de modernização efetiva, têm o mérito de dar visibilidade aos esforços de
ruptura dos modelos e paradigmas industriais.
4. Recalibragem das estruturas públicas de financiamento, de modo a valorizar a geração de
produtos e serviços inovadores. Este desafio passa, também, por uma revisão nos critérios de
priorização de recursos, de modo a incorporar, nesse modelo, a produção de bens intangíveis e
abrir espaço para empresas cujo grande capital seja a qualidade de seus recursos humanos.
5. Utilização de métodos e técnicas gerenciais pós industriais, como storytelling, brainstorming,
jogos empresariais, entre outros, orientados para a captação e gerenciamento de idéias, estímulo
à criatividade, tratamento de problemas complexos e prototipagem de produtos e serviços
inovadores.
6. Revisão radical de processos, de modo a diminuir a burocracia e acelerar a entrega de serviços a
uma sociedade cada vez mais bem informada e exigente. O uso de dispositivos móveis, e de
ferramentas sociais como blogs, twitters e wikis tem sido importantes aliados deste movimento.
7. Ampliação da comunicação direta e descomplicada dos governantes com a população,
principalmente em relação aos seus segmentos mais jovens, utilizando recursos áudio visuais como
vídeos, podcasts e chats.
8. Avanço na democracia participativa. O incremento no número de consultas populares,
envolvendo desde o macro-planejamento de cidades até pequenas intervenções urbanas, e a
avaliação de serviços públicos prestados diretamente por quem os utiliza são fenômenos cada vez
mais corriqueiros, que exemplificam bem esta tendência.
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Técnicos da Secretaria de Gestão Pública do Governo de São Paulo