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Por um Currículo Inclusivo e Integrador
Daniela Vieira Costa Menezes
Depois de um processo de expansão das redes públicas de ensino, acelerado
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família e da comunidade nas definições escolares, a garantia da permanência dos
alunos com maiores dificuldades específicas na escola e o atendimento às suas
necessidades” (p. 21), percebe-se que há uma contraposição conceitual entre a ideia
de ciclos e de seriação. A lógica da organização curricular em séries pressupõe a
sequência de conteúdos em blocos cumulativos, utilizando-se de uma avaliação
classificatória e excludente. Já a ideia que envolve os ciclos está no caminho da
contextualização dos conteúdos de forma interdisciplinar, utilizando-se de uma
avaliação diagnóstica e inclusiva.
Porém, a adoção do ciclo deve repensar os espaços e tempos pedagógicos,
onde: as estratégias de acompanhamento do aluno devem assegurar o direito a uma
aprendizagem significativa e contextualizada; os vínculos entre escola e comunidade
devem ser reforçados através da integração entre todos os segmentos escolares; a
organização curricular deve seguir uma proposta de trabalho inclusiva (de pessoas e
saberes) e interdisciplinar; e, o professor deva buscar novas metodologias de
ensino-aprendizagem para realizar seu trabalho com qualidade, garantido o direito
do aluno de aprender.
Dessa forma, podemos perceber que há o “ciclo de formação”, de envolve
todos os pontos acima mencionados, e um “ciclo de progressão”, que promove uma
inclusão ilusória uma vez que imprime a lógica seriada no discurso do ciclo. Uma vez
que “a sala de aula deixa de ser o único local de aprendizagem e sociabilidade”
(p.22) e que a escola tem a função de “ampliar o universo de referências culturais da
criança” (p. 23), para se construir um currículo inclusivo e interdisciplinar é preciso
buscar subsídios didático-metodológicos para garantir os Direitos de Aprendizagem
entendendo o Ciclo de Alfabetização como um “ciclo de formação”, considerando o
tempo de apropriação da cultura escolar; o tempo para o trabalho de apropriação e
consolidação do Sistema de Escrita Alfabética - SEA e a autonomia discente diante
dos diversos componentes curriculares.
Portanto, “a inserção das crianças em situações desafiadoras e
contextualizadas para o efetivo uso da linguagem escrita não pode prescindir a
compreensão, por elas, dos princípios do SEA” (p. 24). Além disso, para a garantia
dos Direitos de Aprendizagem do Ciclo de Alfabetização, é preciso que o professor
tenha clareza de objetivos e metas curriculares, como pressupostos de sua
organização didática.
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sociocultural e o aprofundamento de conhecimentos específicos através do
letramento linguístico e matemático, da sensibilização e vivência estética e da
observação, registro e investigação dos fenômenos naturais e sociais. Por isso, “é
preciso repensar e reinventar um currículo a partir das sensibilidades para com os
educandos e na concepção de sujeitos de direito ao conhecimento” (p. 29).
Um currículo inclusivo e integrador (de conteúdos e de pessoas) se constrói a
partir da intencionalidade, sob o olhar docente e discente, onde “experiências
interdisciplinares, se conduzidas de modo dinâmico e desafiador, podem motivar as
crianças a participarem e construírem novos conhecimentos “ (p. 64).
Resenha dos textos: A interdisciplinaridade na sala de aula: reflexões sobre as intencionalidades docentes
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Currículo Inclusivo

  • 1. Por um Currículo Inclusivo e Integrador Daniela Vieira Costa Menezes Depois de um processo de expansão das redes públicas de ensino, acelerado a partir da Constituição de 1988, o Brasil busca uma solução para a questão da qualidade de ensino. Para tanto, foi preciso começar a medir em índices o desempenho dos nossos estudantes em todos os níveis de escolaridade, de modo que fosse possível estabelecer metas de crescimento qualitativo e observar o crescimento real da aprendizagem discente. Como principal índice escolar, temos o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, criado em 2007, que calcula o desempenho das escolas através de aplicação de avaliações e análise da taxa de aprovação, o que não significa que, aumentando o seu índice se está ampliando necessariamente o volume de aprendizagens significativas a partir do trabalho pedagógico desenvolvido em uma escola. Uma das direções apontadas pelos documentos oficiais, desde a LDBEN (9394/96), visando o crescimento qualitativo das escolas da educação básica, está na reorganização curricular através da adoção de ciclos. Entendendo que “o debate sobre os ciclos problematiza questões como a inclusão da diversidade de culturas na escola e da heterogeneidade de conhecimentos dos sujeitos, a participação da família e da comunidade nas definições escolares, a garantia da permanência dos alunos com maiores dificuldades específicas na escola e o atendimento às suas necessidades” (p. 21), percebe-se que há uma contraposição conceitual entre a ideia de ciclos e de seriação. A lógica da organização curricular em séries pressupõe a sequência de conteúdos em blocos cumulativos, utilizando-se de uma avaliação classificatória e excludente. Já a ideia que envolve os ciclos está no caminho da contextualização dos conteúdos de forma interdisciplinar, utilizando-se de uma avaliação diagnóstica e inclusiva. Porém, a adoção do ciclo deve repensar os espaços e tempos pedagógicos, onde: as estratégias de acompanhamento do aluno devem assegurar o direito a uma aprendizagem significativa e contextualizada; os vínculos entre escola e comunidade devem ser reforçados através da integração entre todos os segmentos escolares; a organização curricular deve seguir uma proposta de trabalho inclusiva (de pessoas e saberes) e interdisciplinar; e, o professor deva buscar novas metodologias de ensino-aprendizagem para realizar seu trabalho com qualidade, garantido o direito do aluno de aprender. Dessa forma, podemos perceber que há o “ciclo de formação”, de envolve todos os pontos acima mencionados, e um “ciclo de progressão”, que promove uma inclusão ilusória uma vez que imprime a lógica seriada no discurso do ciclo. Uma vez que “a sala de aula deixa de ser o único local de aprendizagem e sociabilidade” (p.22) e que a escola tem a função de “ampliar o universo de referências culturais da criança” (p. 23), para se construir um currículo inclusivo e interdisciplinar é preciso buscar subsídios didático-metodológicos para garantir os Direitos de Aprendizagem entendendo o Ciclo de Alfabetização como um “ciclo de formação”, considerando o tempo de apropriação da cultura escolar; o tempo para o trabalho de apropriação e consolidação do Sistema de Escrita Alfabética - SEA e a autonomia discente diante dos diversos componentes curriculares. Portanto, “a inserção das crianças em situações desafiadoras e contextualizadas para o efetivo uso da linguagem escrita não pode prescindir a compreensão, por elas, dos princípios do SEA” (p. 24). Além disso, para a garantia dos Direitos de Aprendizagem do Ciclo de Alfabetização, é preciso que o professor tenha clareza de objetivos e metas curriculares, como pressupostos de sua organização didática. O desafio é integrar vários saberes para a compreensão da realidade sociocultural e o aprofundamento de conhecimentos específicos através do letramento linguístico e matemático, da sensibilização e vivência estética e da observação, registro e investigação dos fenômenos naturais e sociais. Por isso, “é preciso repensar e reinventar um currículo a partir das sensibilidades para com os educandos e na concepção de sujeitos de direito ao conhecimento” (p. 29). Um currículo inclusivo e integrador (de conteúdos e de pessoas) se constrói a partir da intencionalidade, sob o olhar docente e discente, onde “experiências interdisciplinares, se conduzidas de modo dinâmico e desafiador, podem motivar as crianças a participarem e construírem novos conhecimentos “ (p. 64). Resenha dos textos: A interdisciplinaridade na sala de aula: reflexões sobre as intencionalidades docentes a partir do olhar das professoras e das crianças (Caderno 3 – pg. 46 – 65) e Ciclo de Alfabetização e Direitos de Aprendizagem (Caderno 1 – p. 19 – 29).