1) O documento discute conceitos e aplicações de tecnologia assistiva, incluindo definições, tipos, áreas de aplicação e fatores que influenciam seu uso efetivo.
2) A tecnologia assistiva pode melhorar a autonomia e qualidade de vida de pessoas com deficiência ao facilitar a comunicação, mobilidade e inclusão social.
3) No entanto, o abandono desses recursos é comum devido a falhas de adaptação às necessidades individuais dos usuários e falta de treinamento e aceitação social.
1. • recursos e serviços que auxiliam pessoas com
deficiências. Recurso entende-se todo e
qualquer item, equipamento ou parte dele,
produto ou sistema fabricado em série ou sob-
medida utilizado para aumentar, manter ou
melhorar as capacidades funcionais de pessoas
com deficiência. O termo serviços significa
auxílios prestados, por profissionais habilitados,
diretamente à pessoa com deficiência para
selecionar, comprar ou usar os recursos acima
definidos (Public Law 100-407, 1988).
Tecnologia assistiva: conceituação
2. • Tecnologia assistiva = ajudas técnicas
• os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia
adaptados ou especialmente projetados para melhorar a
funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou
com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia
pessoal, total ou assistida. (Lei nº 5296 de 2/12/2004)
• os elementos que permitem compensar uma ou mais
limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da
pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de
permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da
mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social.
(decreto Lei No 3.298, de 20 de dezembro de 1999 )
Conceituação - Brasil
3. I - próteses auditivas, visuais e físicas;
II - órteses que favoreçam a adequação funcional;
III - equipamentos e elementos necessários à terapia e reabilitação da
pessoa portadora de deficiência;
IV - equipamentos, maquinarias e utensílios de trabalho especialmente
desenhados ou adaptados para uso por pessoa portadora de
deficiência;
V - elementos de mobilidade, cuidado e higiene pessoal necessários
para facilitar a autonomia e a segurança da pessoa portadora de
deficiência;
VI - elementos especiais para facilitar a comunicação, a informação e a
sinalização para pessoa portadora de deficiência;
VII - equipamentos e material pedagógico especial para educação,
capacitação e recreação da pessoa portadora de deficiência;
VIII - adaptações ambientais e outras que garantam o acesso, a
melhoria funcional e a autonomia pessoal; e
IX - bolsas coletoras para os portadores de ostomia
Tipos de tecnologia assistiva
4. • alta tecnologia engloba equipamentos sofisticados que
necessitam de controle de computadores ou eletrônico,
tais como vocalizadores e sistemas de controle
ambiental. Estes dispositivos são produzidos em
indústrias, geralmente em série e exigem profissionais
especializados para sua confecção.
• Baixa tecnologia são aqueles equipamentos ou recursos
com pouca sofisticação e confeccionados com materiais
de baixo custo disponíveis no dia-a-dia. Estes
equipamentos são produzidos de maneira mais artesanal
e individualizados.
Classificação
5. • Os equipamentos de baixa tecnologia são
confeccionados pelos próprios familiares e
amigos do usuário ou por profissionais da
fonoaudiologia, fisioterapia, terapia
ocupacional, marceneiros.
• No Brasil parece haver uma
predominância na indicação e confecção
de equipamentos de baixa tecnologia.
Predominância
6. 1) tenham um maior controle sobre suas vidas;
2) possam participar e contribuir mais ativamente
nas atividades em casa, no lazer, na escola, e no
ambiente de trabalho, e em suas comunidades;
3) possam interagir mais intensamente com os
indivíduos não-deficientes;
4) tenham as mesmas oportunidades concedidas
às pessoas não-deficientes durante a realização
de exames.
Tecnologia assistiva permite que as
pessoas com deficiência
7. • maximizar as potencialidades destes
indivíduos, melhorar a independência
funcional, aumentar a interação social e
evidentemente, melhor sua qualidade de
vida e a das pessoas que os cercam
Objetivo da tecnologia assistiva
8. • Adaptações de equipamentos para auxiliar na
mobilidade
• Adaptações para vida diária e escolar
• Sistemas de comunicação alternativa ou aumentativa
• Acessórios para utilização em computadores
• Sistemas de controle ambiental
• Adaptações estruturais no ambiente doméstico, de
trabalho ou público
• Adaptação de mobiliário que favoreçam a postura
sentada
• Adaptações em veículos
áreas de aplicação da tecnologia assistiva
9. 1) não encorajar ou exigir movimentos inapropriados
durante o seu uso;
2) não despender grande gasto energético durante a
utilização;
3) ser seguro e confortável para o usuário;
4) ter baixo custo e alta resolutividade das necessidades
do usuário;
5) ser de fácil manutenção e uso;
6) ser personalizado às necessidades do usuário;
7) ser durável;
8) ter boa aceitação social ou invisibilidade relativa.
Dispositivo eficiente quando
10. • A qualidade de vida do usuário;
• O desempenho do usuário com a
aquisição do equipamento;
• a eficiência do dispositivo em relação à
diminuição do tempo gasto para a
execução da atividade;
• o custo do mesmo.
Prescrição do dispositivo deve considerar
11. 1) conhecer as necessidades do usuário;
2) elaborar um projeto;
3) construir o recurso;
4) avaliar o uso;
5) acompanhar o uso.
Passos para confecção de um dispositivo
13. • possibilitar a comunicação com os outros;
• melhorar a mobilidade;
• melhorar a segurança física;
• possibilitar a autonomia, confiança,
competência e independência pessoal;
• melhorar as habilidades para a inserção
no mercado de trabalho e na comunidade
Atributos necessários a um recurso
14. • mais de 30% de todos os dispositivos
adquiridos são abandonados pelo usuário
entre o primeiro ano e o quinto ano de
uso, e alguns não chegam nem mesmo a
ser utilizado (VERZA et al., 2006;
GOODMAN, TIENE, LUFT, 2002;
PHILLIPS, ZAO, 1993; SCHERER, 2002).
Abandono da tecnologia assistiva
15. 1. falta de participação do usuário durante a
seleção do dispositivo;
2. desempenho ineficaz do dispositivo;
3. mudanças nas necessidades do usuário;
4. falta do treinamento do usuário;
5. dispositivo inadequado às necessidades do
usuário;
Motivos que levam ao usuário a abandonar o recurso
16. 6. dispositivos de uso complicado;
7. aceitação social do dispositivo;
8. falta de motivação; para o uso do dispositivo;
9. falta de treinamento e conhecimento do
dispositivo;
10. dispositivos com aparência, peso e tamanho
não estéticos.
Motivos que levam ao usuário a abandonar o recurso
17. • conotação negativa pela sociedade ou se
forem estigmatizantes mesmo se o
desempenho funcional do usuário
melhorou.
• quanto maior a invisibilidade do recurso e
a aceitação deste pela comunidade
menor a probabilidade de ser abandonado
Abandono do recurso
18. • qualidade de vida do usuário;
• econômico
• satisfação profissional da equipe
envolvida na prescrição.
Abandono do dispositivo provoca impacto negativo
19. Exemplos de recursos e equipamentos
de baixa tecnologia UNESP - Marília
Caderno de elástico - Eduardo José Manzini
27. RECURSO E ESTRATÉGIA PARA O ENSINO DE
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA: PERCEPÇÃO DE
PROFESSORES (REGANHAM; BRACCIALLI, 2006)
• Professores relataram a necessidade de modificação nos
procedimentos de ensino (recursos e estratégias) para o
aprendizado do aluno deficiente inserido em sua sala do
ensino regular, porém muitas não sabem realizar as
modificações;
• as modificações na aula deveriam ser diferentes
dependendo das características do aluno e das situações
de ensino,
Pesquisas na UNESP - Marília
28. Influência do uso de peso no desempenho de MMS
de alunos com pc (AUDI; BRACCIALLI, 2006)
29. • Uso de pulseira com peso em alunos com
encefalopatia não-progressiva que
apresenta movimentos involuntários,
melhora o desempenho do indivíduo
durante a realização de atividades
funcionais de apontar
Influência do uso de peso no desempenho de MMS de
alunos com pc (AUDI; BRACCIALLI, 2006)
30. cadeira com assento madeira cadeira com assento de lona
Influência do assento no desempenho de alunos com pc
espástica (BRACCIALLI, L.M.P.; OLIVEIRA, F.; BRACCIALLI, A.C.; SANKAKO, A,
2007)
31. • Atividades realizadas em assento de lona
aumentam o tempo de execução;
• Atividades realizadas em assento de lona
aumentam a distância percorrida;
• Assento de lona menor o pico de pressão e
maior a área de distribuição de pressão;
• Não existem diferenças estatísticas na atividade
eletromiográfica de músculos abdominais e
paravertebrais e na força de preensão palmar
Influência do assento no desempenho de alunos com pc espástica
(BRACCIALLI, L.M.P.; OLIVEIRA, F.; BRACCIALLI, A.C.; SANKAKO, A, 2007)
32. Influência da textura do recurso pedagógico no desempenho
de MMSS em pc espástico (PAIVA; BRACCIALLI, 2007)
33. • Diminuição da força de preensão palmar na
utilização de recursos com texturas ásperas;
• Recurso com textura lisa melhora a trajetória do
movimento executado.
• Recurso com textura lisa diminui o tempo
despendido para a realização da tarefa
mostrando maior eficiência
Influência da textura do recurso pedagógico no desempenho de MMSS
em pc espástico (PAIVA; BRACCIALLI, 2007)
34. • O acesso à tecnologia assistiva diminui o
impacto que as limitações funcionais impõem à
vida de uma pessoa com deficiência, pois
proporciona uma participação mais efetiva nas
atividades de lazer, de trabalho, escolares e
domiciliares. Esta maior interação à sociedade e
a maior independência conquistada com o uso
de uma tecnologia interferem na auto-estima e
na qualidade de vida destas pessoas.
CONCLUSÃO
35. • Apesar do uso de uma tecnologia aumentar a
autonomia de uma pessoa com deficiência, ela
pode, também, ser identificada pelo usuário como
um símbolo de sua incapacidade e, assim, diminuir
sua auto-estima.
• a eficiência e o uso efetivo do equipamento pelo
usuário depende de como ele e a sociedade que o
cerca aceitam e compreendem a necessidade do
mesmo em suas atividades.
36. AUDI, M. Estudo comparativo do comportamento motor de membro superior
em encefalopatas que fazem uso de pulseira estabilizadora. Dissertação
(Mestrado em Educação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade
Estadual Paulista, 2006
BRACCIALLI, L. M. P., MANZINI, J. E. Considerações teóricas sobre a posição
sentada do aluno com paralisia cerebral espástica: implicações orgânicas e
indicação de mobiliários. In: Marquezine, M.C. e colaboradores. Educação
física, atividades motoras e lúdicas, e acessibilidade de pessoas com
necessidades especiais. Londrina: Eduel, 2003. Coleção Perspectivas
Multidisciplinares em Educação Especial. p.73- 86.
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educação: equipamento e material pedagógico para educação,
capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: recursos
pedagógicos adaptados. Secretaria de Educação Especial - Brasília: MEC:
SEESP, 2002, fascículo 1. 56p.
DELIBERATO, D.; MANZINI, E. J. Recursos para comunicação alternativa.
IN: BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Portal de ajudas técnicas
para a educação: equipamento e material pedagógico para a educação,
capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: recursos para
comunicação alternativa. Secretaria de Educação Especial – Brasília: MEC:
SEESP, 2004, fascículo 2. 52p.
REFERÊNCIAS
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de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de
19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial da União de
3/12/2004. Disponível em:
<http://www.mj.gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/legis1/loc_legis.asp>.
DECRETO No 3298 de 20/12/1999.Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de
1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Diário
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