Este documento discute os principais aspectos da pesquisa observacional. A pesquisa observacional envolve a observação de amostras de comportamentos, pessoas e situações para representar uma população maior. Os métodos de amostragem temporal e situacional são usados para obter amostras representativas. A análise de dados observacionais pode ser qualitativa ou quantitativa.

1. Observação

2. Pesquisa observacional
 Os pesquisadores não conseguem
observar
• Todos os comportamentos de uma pessoa
• O comportamento de todas as pessoas
 Os pesquisadores conseguem observar
• Amostras de indivíduos
• Amostras do comportamento em momentos
específicos
• Amostras de diferentes situações e condições

3. Pesquisa observacional
 Objetivo das amostras
• Representar população maior de
 Comportamentos
 Pessoas
 Situações e condições

4. Pesquisa observacional
 Exemplo:
• Quantas horas de televisão você assistiu na
semana passada?
 Esse número é representativo do quanto você
costuma assistir televisão?
 A média para a classe é representativa do número
de horas de televisão para
• todos os estudantes do campus?
• todos os estudantes universitários?
• todas as pessoas?

5. Pesquisa observacional
 Usa dados de uma amostra para
representar a população
• “Generaliza” os resultados da amostra para a
população
• A amostra deve ser semelhante à população
 Validade externa
• Até onde os resultados de um estudo podem
ser usados para descrever pessoas,
situações e condições além das usadas no
estudo.

6. Amostrando o comportamento
 Até onde as observações podem ser
generalizadas (validade externa)
• Depende de como o comportamento é
amostrado
 Dois métodos
• Amostragem temporal
• Amostragem situacional
 Objetivo: obter amostra representativa do
comportamento

7. Amostrando o comportamento,
continuação
 Amostragem temporal
• Escolher períodos de tempo para fazer
observações
 Sistemáticas
 Aleatórias
• Não usar amostragem temporal para
observar o comportamento durante eventos
raros (p.ex., um furacão)
 Amostragem de eventos

8. Amostrando o comportamento,
continuação
 Amostragem situacional
• Escolher situações, circunstâncias ou
condições diferentes para observações
• Aumenta a validade externa
• Usar amostragem de sujeitos para observar
algumas pessoas em uma situação

9. Classificação de métodos
observacionais
Métodos observacionais
Observação direta Observação indireta (não-obstrutiva)
Observação sem
intervenção
Observação com
intervenção
Traços físicos Registros
arquivísticos
Observação
participante
Observação
estruturada
Experimento de
campo

10. Observação direta sem intervenção
 Observação naturalística
• Observação em situação natural (mundo real)
• Sem tentativa de intervir ou mudar a situação
 Objetivos
• Descrever o comportamento como ocorre
normalmente
• Analisar relações entre variáveis de ocorrência
natural
• Estabelecer a validade externa de resultados
laboratoriais
• Usar quando considerações éticas impedirem a
manipulação experimental

11. Observação direta com intervenção
 Caracteriza a maioria das pesquisas
psicológicas
• Adquirir controle sobre as observações
 Três métodos em situações naturais
• Observação participante
 oculta, explícita
• Observação estruturada
• Experimento de campo

12. Observação com intervenção
 Problema da reatividade
• As pessoas mudam o seu comportamento
normal quando sabem que estão sendo
observadas.
• Objetivo: observar o comportamento normal
das pessoas
• Evitar a reatividade

13. Métodos observacionais indiretos (não-
obstrutivos)
 Analizam evidências de comportamento
pretérito
• Não-reativos
 Dois tipos de métodos
• Traços físicos
 Uso (natural ou controlado)
 Produtos
• Registros arquivísticos
 Registros contínuos
 Registros episódicos

14. Medidas não-obstrutivas
 Problemas possíveis em registros
arquivísticos
• Depósito seletivo
• Sobrevivência seletiva
• Relações espúrias
 Procurar evidências convergentes usando
a abordagem multimétodos.

15. Registrando o comportamento
 Registro abrangente
• Gravações de vídeo e áudio; anotações de campo
• Selecionar comportamentos específicos
• Checklists, classificações
 O método usado para registrar o
comportamento determina como os resultados
são
• mensurados, sintetizados, analisados, divulgados

16. Escalas de medição
 Nominais
• Categorizam comportamentos, fatos
 Ordinais
• Ordem de classificação
 Intervalares
• Especificam distância em uma dimensão
 As escalas de classificação são tratadas como escalas de
intervalos
 Racionais
• Especificam a distância além de um zero significativo

17. Análise de dados observacionais
 O método de análise depende de
• Objetivo do estudo
• Como os dados são registrados
• Escala de medição
 Dois tipos de análise
• Qualitativa
• Quantitativa

18. Análise de dados observacionais,
continuação
 Análise qualitativa
• Redução de dados para sintetizar registros
abrangentes
 Codificação: identificar unidades de
comportamento usando critérios específicos
• Ênfase em síntese verbal
• Análise de conteúdo
 Identificar fonte arquivística relevante
 Obter amostra representativa da fonte
 Codificar conteúdo usando categorias descritivas

19. Análise de dados observacionais,
continuação
 Análise quantitativa
• Síntese estatística de observações
• Estatísticas descritivas dependem de escala
de medição
 Nominal: frequência relativa
 Ordinal: classes percentuais
 Intervalo e razão: média, desvio-padrão

20. Análise de dados observacionais,
continuação
 Fidedignidade entre observadores
• Medida da concordância entre observadores
 Nominal: concordância percentual
 Ordinal: correlação de classes ordinais de
Spearman
 Intervalo e razão: correlação de Pearson

21. Análise de dados observacionais,
continuação
 Fatores que afetam a fidedignidade entre
observadores
• Características dos observadores
 Entediados, cansados, quantidade de experiência
 Treinar observadores e proporcionar feedback
• Definir claramente os fatos e comportamentos
a observar
 Dar exemplos
 Definições operacionais claras

22. Reflexão crítica sobre a pesquisa
observacional
 Problemas na pesquisa observacional
• Influência do observador no comportamento
• Viés do observador

23. Reflexão crítica sobre a pesquisa
observacional, continuação
 Influência do observador
• Reatividade: as pessoas mudam de
comportamento quando sabem que estão
sendo observadas.
• Os pesquisadores querem observar o
comportamento normal das pessoas.
• Características de demanda: as pessoas
prestam atenção em sinais e informações da
situação para orientar o seu comportamento.

24. Reflexão crítica sobre a pesquisa
observacional, continuação
 Controle da reatividade
• Observador oculto
• Observação participante oculta
• Observação indireta (não-obstrutiva)
• Adaptar participantes para observar
 Habituação
 Dessensibilização
• Limitar as informações sobre o estudo
 A reatividade é um problema potencial em
toda a pesquisa psicológica.

25. Reflexão crítica sobre a pesquisa
observacional, continuada
 Questões éticas ao controlar a reatividade
• Privacidade e consentimento informado
 Observar pessoas sem o seu consentimento
• Riscos potenciais
 Observação estruturada e experimentos de campo
• Razão risco/benefício
 Balancear a obrigação ética de beneficiar os
indivíduos e a sociedade com os riscos potenciais
de observar o comportamento das pessoas

26. Reflexão crítica sobre a pesquisa
observacional, continuação
 Viés do observador
• Os observadores costumam ter expectativas para o
comportamento.
 Exemplo: expectativas baseadas em hipóteses de pesquisa
• As expectativas podem fazer os observadores
olharem apenas certos comportamentos
• Viés do observador: erros sistemáticos na
observação que resultam de expectativas
 Também chamados efeitos de expectativas

27. Reflexão crítica sobre a pesquisa
observacional, continuação
 Viés do observador
• Problema potencial em todas as pesquisas
• Difícil de eliminar
• Observadores devem estar sempre cientes
de que podem ser tendenciosos
• Reduzir o viés mantendo os observadores
“cegos” quanto a certos aspectos do estudo:
 Razões para as observações
 Objetivos do estudo
 Hipóteses