SEGURANÇA DO PACIENTE - UTI - resumo e aula juntos
1. UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
CAMPUS SERRA TALHADA
BACHARELADO EM MEDICINA
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão,
quedas e pneumonia
Disciplina de Medicina Intensiva
Matheus de Souza Ferreira
Serra Talhada
2023
2. Objetivos de
aprendizagem
Identificar os pacientes sob risco e com
necessidade de profilaxia;
1
Manejar os pacientes para evitar lesões
agravantes do estado clínico;
2
Compreender as principais medidas de
profilaxia e seus objetivos;
3
3. Segurança do paciente
• “Primum non nocere” - Hipócrates (460AC-377AC)
• Institute of Medicine (IOM): qualidade na assistência à saúde é o grau que
os serviços de saúde aumentam a chance de obtenção de resultados
desejados pelos stakeholders, sendo a segurança um dos seis parâmetros
de qualidade.
• Segurança: ausência de erro clínico, seja por comissão ou por omissão.
• Em 2005 a OMS lança a Aliança Mundial para Segurança do Paciente com
6 metas;
• Sociedade Europeia de Medicina Intensiva (ESICM), 2009, lança a
Declaração de Viena;
• No Brasil, RDC n. 36 de 2013 criação do PNSP, e dos núcleos de
segurança hospitalar, responsável pela cultura de segurança.
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
4. Segurança na UTI
• A redução do risco é tarefa essencial da gestão de uma UTI:
• Cultura de segurança - conjunto de valores, atitudes, competências e comportamentos que determinam o
comprometimento com a gestão da saúde e da segurança, substituindo a culpa e a punição pela oportunidade de aprender com as
falhas e melhorar a atenção à saúde:
• Mudança do paradigma de culpa para aprendizado com o erro;
• Foco em mitigar a cadeia de eventos que culminou com o erro e a prevenção de falhas
futuras;
• Como pré-requisito, é necessário abandonar a utopia do ambiente perfeito.
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
6. Metas de segurança do paciente
• Meta 1: Identificar corretamente todos os pacientes antes da
realização de procedimentos, de tratamentos e de exames.
• Meta 2: Melhorar a comunicação entre os profissionais,
especialmente nas ordens verbais e telefônicas.
• Meta 3: Melhorar a segurança dos medicamentos de alta
vigilância, com foco nos eletrólitos de alta concentração.
• Meta 4: Assegurar a realização de cirurgias em local de
intervenção determinado, procedimento e paciente corretos,
marcação do local de cirurgia e realizar check-list de cirurgia
segura.
• Meta 5: Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados
de Saúde, por meio da higienização das mãos.
• Meta 6: Reduzir o risco de úlcera por pressão e de lesão por
queda.
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
7. Metas de segurança do paciente
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
Identificar corretamente todos os pacientes antes da realização de
procedimentos, de tratamentos e de exames
• Sempre confirme o nome completo e a data de nascimento
com o paciente;
• Todo paciente deve estar devidamente identificado com
pulseira branca, com etiqueta padrão legível, garantindo a
confirmação dos dados do paciente a cada cuidado realizado.
8. Metas de segurança do paciente
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
Melhorar a comunicação entre os profissionais, especialmente nas
ordens verbais e telefônicas.
• Registre no prontuário todas as informações, procedimentos e
condutas realizadas no cuidado do paciente.
• Na comunicação verbal, certifique-se que houve compreensão
correta da informação.
9. Metas de segurança do paciente
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
Melhorar a segurança dos medicamentos de alta vigilância, com foco
nos eletrólitos de alta concentração.
• Antes de administrar qualquer medicamento, verifique:
• Paciente certo
• Medicamento certo
• Hora certa
• Via certa
• Dose certa
• Anotação certa
10. Metas de segurança do paciente
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
Assegurar a realização de cirurgias em local de intervenção
determinado, procedimento e paciente corretos, marcação do local de
cirurgia e realizar check-list de cirurgia segura.
• Antes de qualquer cirurgia, verifique o local, o funcionamento
dos equipamentos e os procedimentos necessários.
• Nunca se esqueça de fazer o checklist cirúrgico e documentar
no prontuário:
• Avaliação pré-anestésica
• Anamnese;
• Exame físico;
• Consentimento informado
• Identificação precisa
11. Metas de segurança do paciente
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de Saúde, por
meio da higienização das mãos.
• Adote a higienização correta e constante das mãos para evitar
infecções.
• Higienize as mãos:
• Antes e depois de tocar o paciente
• Antes de realizar procedimento limpo/asséptico
• Após riscos de exposição a fluidos corporais
• Após tocar superfícies próximas ao paciente
12. Metas de segurança do paciente
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
Reduzir o risco de úlcera por pressão e de lesão por queda
• Fique atento!
• Paciente sob efeito de medicamentos;
• Avalie o ambiente, as condições de acessibilidade e locomoção;
• Avalie o paciente diariamente quanto ao risco de úlcera;
• Realize a mudança de decúbito
• Paciente e acompanhante devem ser orientados;
• Registre as orientações fornecidas ao paciente.
13. Profilaxia de lesão por pressão
• Escala de Norton para avaliação de risco para úlceras de pressão
• Para cada condição, associa-se uma pontuação de 1 a 4.
• Escore menor ou igual a 14 sugere risco
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Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
14. Profilaxia de lesão por pressão
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
15. Profilaxia de lesão por pressão
• Medidas profiláticas
• 1. Cuidar da pele:
• Inspeção diária em locais suscetíveis;
• Limpeza diária e à evacuações com leveza;
• Utilizar agentes hidratantes não irritantes;
• Evita massagem em proeminências ósseas;
• Minimizar umidade local;
• Reduzir atrito e fricção.
• 2. Manter aporte nutricional adequado
• 3. Minimizar a pressão sobre as áreas suscetíveis:
• Indivíduos acamados em risco reposição a cada 2h, para rotação sistemática;
• Travesseiros de espuma entre áreas de contato;
• Travesseiros nas pernas;
• Evitar apoio nos trocânteres femorais;
• Elevação adequada;
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Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
16. Profilaxia de lesão por pressão
• Medidas profiláticas
• 4. Utilizar sistemas de suporte e redistribuição adequados:
• Tipo I = colchão de gel;
• Tipo II = colchão low-air loss;
• Tipo III = camas fluidificadas.
• 5. Abordagem multiprofissional associada a programas educacionais
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
17. Profilaxia de quedas
• “Deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com
incapacidade de correção em tempo hábil, provocada por circunstâncias multifatoriais que
comprometem a estabilidade”
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
18. Profilaxia de quedas
• Possuem alto risco de quedas:
• Paciente independente, que se locomove e realiza suas atividades sem ajuda de
terceiros, mas possui pelo menos um fator de risco;
• Paciente dependente de ajuda de terceiros para realizar suas atividades, com ou
sem a presença de algum fator de risco;
• Anda com auxílio (de pessoa ou de dispositivo) ou se locomove em cadeira de
rodas;
• Paciente acomodado em maca, por exemplo, aguardando a realização de exames
ou transferência, com ou sem a presença de fatores risco;
• Todos os pacientes que são classificados como alto risco devem receber
sinalização na beira do leito.
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
19. Profilaxia de quedas
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
Admissão
Coleta de dados pela enfermagem
JH-FRAT
Baixo
risco:
1-5
Médio
risco:
6-13
Identificar fatores de risco
Medidas gerais e específicas de prevenção
Identificar o leito com placa
Registrar em prontuário
Alto
risco:
>13
REAVALIAÇÃO DO RISCO DE QUEDA
A cada 48h
Alterações clínicas do paciente
Após a ocorrência de uma queda
• Medidas profiláticas
• Gerais:
• Pisos antiderrapantes;
• Mobiliário e iluminação adequados;
• Corredores livres de obstáculos;
• Orientação para o uso de vestuário e calçados
adequados;
• Movimentação segura dos pacientes, como as
transferências e retirada do leito;
• A utilização de estratégias de educação dos
pacientes e familiares não só sobre o risco de queda
e de dano por queda como também sobre como
prevenir sua ocorrência na admissão e durante a
permanência do paciente no hospital, utilizando-se
linguagem acessível e de fácil compreensão.
• Para os pacientes pediátricos, deve-se observar a
adequação das acomodações e do mobiliário à
faixa etária.
• Específicas;
JH-FRAT: https://www.hopkinsmedicine.org/institute_nursing/_docs/JHFRAT/JHFRAT%20Tools/JHFRAT_acute%20care%20original_6_22_17.pdf
20. Profilaxia de pneumonia
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
• Pneumonia: Infecção pulmonar identificada pela utilização de uma
combinação de critérios: imagem radiológica, clínicos e laboratorial.
• Pneumonia Relacionada a Assistência à Saúde (PRAS): quadro
pneumônico que se inicia após 72hs de ambiente hospitalar.
• Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica (PAV): pneumonia em
paciente em ventilação mecânica (VM) por um período maior que dois
dias de calendário (sendo que o D1 é o dia de início da VM) e que na data
da infecção o paciente estava em VM ou o ventilador mecânico havia sido
removido no dia anterior.
21. Profilaxia de pneumonia
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
• A cada ano, nos EUA, ocorrem 5-10 episódios de pneumonia relacionada
à assistência à saúde por 1.000 admissões;
• 15% das IRAS;
• 9-40% de todas as infecções adquiridas nas UTIs – 2ª mais comum
• A maioria destas infecções é associada à ventilação mecânica;
• Associada a um aumento no período de hospitalização e índices de
morbimortalidade, repercutindo de maneira significativa nos custos
hospitalares.
22. Profilaxia de pneumonia
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
• Fatores de risco:
• 1. Fatores que elevam a colonização da orofaringe e/ou estômago por
microrganismos:
• Antimicrobianos, IBP
• Admissão em UTI
• Presença de doença pulmonar crônica
• 2. Condições que favorecem a aspiração do trato respiratório ou refluxo do trato
gastrintestinal:
• Intubação endotraqueal ou intubações subsequentes
• Sonda nasogástrica
• Posição supina
• Coma
• Cirurgias envolvendo a cabeça, pescoço, tórax e abdome superior
• Mobilização devido a trauma ou outra doença
23. Profilaxia de pneumonia
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
• Fatores de risco:
• 3. Fatores do hospedeiro:
• Extremos da idade
• Desnutrição
• Doenças de base (neoplasias, doenças auto-imunes, diabetes),
• Imunossupressão
24. Profilaxia de pneumonia
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
• Medidas gerais:
• Vigilância de IRAS;
• Educação e responsabilização da equipe;
• Higienização de mãos adequada e constante sabão com clorexidina em locais onde
ocorrem bactérias multirresistentes.
• Uso de preparação alcoólica para mãos em todas as áreas;
• Rotina de visitas multidisciplinares;
• Profilaxia da úlcera de estresse e profilaxia da trombose venosa profunda.
25. Profilaxia de pneumonia
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
• Medidas fortemente recomendadas na prevenção de PRAS/PAV:
• Decúbito elevado semi-recumbente (30º), salvo na existência de contraindicação.
• Aspirar a secreção subglótica rotineiramente;
• Pressão do cuff do tubo orotraqueal ou da traqueostomia entre 20-25cmH2O;
• Realizar a mensuração da pressão do balonete de 6 em 6 horas.
• Higiene oral com antissépticos clorexidina veículo oral (0,12% ou 0,2%):
• < 6 anos cetilpiridínio.
• Médico: prescrições diárias de higienização da cavidade oral com Clorexidina 0,12% em
pacientes sob ventilação mecânica, três vezes ao dia, avaliar contraindicação.
• Avaliar diariamente a sedação e diminuir sempre que possível;
28. Checklist - médico
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
29. Checklist - enfermagem
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
30. Referências
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão, quedas e pneumonia
• GUIMARÃES, H.P. et al. Manual de medicina intensiva: AMIB. 4 ed. São
Paulo: Editora Atheneu, 2014.
• AZEVEDO, Luciano César Pontes de et al. Medicina intensiva: abordagem
prática. Barueri: Editora Manole., 2018.
• Manual da residência de medicina intensiva. Barueri: Manole, 2016
31. Obrigado!
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
CAMPUS SERRA TALHADA
BACHARELADO EM MEDICINA
SEGURANÇA DO PACIENTE:
Metas de segurança do paciente, profilaxia de lesão por pressão,
quedas e pneumonia
Disciplina de Medicina Intensiva
Matheus de Souza Ferreira
Serra Talhada
2023
Notas do Editor
Segurança: ausência de erro clínico, seja por comissão (fazer a coisa errada sem querer) ou por omissão (não fazer a coisa certa sem querer), e erro como a falha de uma ação planejada em ser concluída conforme pretendido ou o uso de um plano errado para atingir um objetivo.
Declaracao de Viena = Neste estudo, o grupo avaliou uma série de indicadores que poderiam ser usados para medir e melhorar a qualidade e a segurança dos cuidados nas UTIs, sendo obrigatórios e integrados na prática rotineira. Utilizando um processo Delphi modificado, foi delineado um grupo desses indicadores que deveriam ser recomendados para uso mais amplo como indicadores de segurança obrigatórios.
- Como pré-requisito, é necessário abandonar a utopia do ambiente perfeito e procurar aceitar a limitação da atuação humana, tendo sempre nas ações, expectativa de que algo possa dar errado e para tal, medidas preventivas sejam exaustivamente pensadas, planejadas e implementadas.
Composto por dois domínios fundamentais -a cultura e o sistema de aprendizagem -com nove componentes inter-relacionados
As úlceras de pressão acometem de 1 a 3 milhões de pessoas no mundo.
• Em idosos, estão associadas a aumento de mortalidade.
• Em indivíduos internados, são um parâmetro de qualidade de serviço.
• Podem aparecer rapidamente (mesmo em 6 h).
• Ressalta-se que não se demonstrou superioridade de um sistema em
relação a outro na prevenção de úlceras de pressão.
• Ressalta-se que não se demonstrou superioridade de um sistema em
relação a outro na prevenção de úlceras de pressão.