O documento discute a ecoteologia, definida como o diálogo entre a fé cristã e a consciência ecológica. Apresenta as origens do termo e abordagens iniciais, e discute como a ecoteologia reinterpreta conceitos bíblicos e propõe novos paradigmas e princípios éticos. Também apresenta tipologias da ecoteologia desenvolvidas por diferentes teólogos.
2. O começo....
• Termo cunhado por David G. Hallman, presidente do
Conselho Mundial das Igrejas -> Ecotheology: Voices from
South and North, 1994.
• Abordagem inaugurada por J. Moltmann -> Deus na Criação
• A perspectiva latino-americana de Leonardo Boff ->
Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres
3. A ecoteologia ativa o diálogo da fé
cristã com a consciência ecológica
• Redefine a noção de domínio e reinterpreta a tarefa de
“administrar o mundo” em Gn 1.
• Busca novas metáforas e conceitos para expressar a relação de
Deus com a criação e o vínculo do ser humano com as outras
criaturas.
• Explicita paradigmas bíblicos e outras tradições para superar o
dualismo grego e da estratificação hierárquica dos seres.
• Acentuar o valor intrínseco de todas as criaturas, que tem sua
origem em Deus.
• Propõe princípios éticos e critérios práticos para pessoas e
comunidades, em vista de novo estilo de vida (GURIDI, 2018, p. 87).
4. A ecoteologia:
• reelabora a fé em diálogo com as ciências ambientais, as práticas
socioambientais e o paradigma ecológico;
• contribui no cuidado com o planeta, a sustentabilidade e o bem viver;
• desenvolve uma espiritualidade, unificadora, celebrativa, alegre,
esperançada, lúcida, conectada com o mundo humano e cósmico;
• articula a dimensão social da fé cristã consciência planetária, ampliando
o horizonte da teologia da Libertação;
• agrega elementos das teologias de gênero, afroamericana, indígena,
decolonial, ecumênica e inter-religiosa;
• convoca para desenvolver atitudes pessoais, ações coletivas e políticas
institucionais visando manter a terra habitável e promover a inclusão
social dos pobres.
5. As diferenças se devem a:
• as formas de lidar com o uso da Escritura;
• as perguntas formuladas e estudadas;
• as preocupações particulares ou gerais;
• a pluralidade de Igrejas cristãs;
• o tipo de diálogo estabelecido com as ciências e a filosofia;
• o horizonte intelectual,
• os objetivos estabelecidos
• a forma como se recebe e interpreta a Tradição cristã (GURIDI,
2018, p. 101).
6. A ecoteologia penetrou em vários âmbitos da
teologia, como a dogmática, a ética, a história, os
estudos bíblicos, a liturgia e a espiritualidade.
Desta forma, propicia uma revisão integral e uma
nova expressão do cristianismo.
Ela conecta as práticas e crenças ecologicamente
amigáveis com as convicções e símbolos mais
profundos da fé cristã (GURIDI, 2018, p.155-157).
7. Tipologias da Ecoteologia
• Mapa conceitual para agrupar diferentes ênfases, centros de
gravidade, métodos e perspectivas, através das quais a ecoteologia
se desenvolve.
• Guridi apresenta as tipologias construídas pelos teólogos(as) norte-
americanos John Haught, Rosemary Radford Ruether e Willis
Jenkins.
8. John Haught: três perspectivas
• Apologética: a teologia explora a Escritura e a Tradição para
desentranhar os elementos ecologicamente amigáveis.
• Sacramental: reconhecimento do valor intrínseco de cada
criatura. Continuidade entre os humanos e as demais
criaturas, estreita relação entre toda a criação
• Escatológica: A humanidade forma parte de uma história
ampla na qual o universo inteiro aguarda a realização das
promessas divinas.
9. Rosemary Radford Ruether
• Tradição da aliança: Bíblia fonte primária da ecoteologia.
Salmos, profetas e sapienciais: a criação inteira está viva e
em relação dinâmica com Deus. Deus estabeleceu uma
aliança com toda a criação, e nela se configuram as
relações de justiça na sociedade humana e de equilíbrio na
natureza.
• Tradição sacramental: compreende aa comunidade da
criação em seu conjunto como um todo vivente. Deus
próximo e imanente na criação. O universo visível é um
sacramento do divino. Recupera a cristologia cósmica.
10. Willis Jenkins
Três enfoques, em relação à teologia da Graça.
1. Santificação, mais desenvolvida pelos católicos, que se
traduz na estratégia teológica da ecojustiça.
2. Redenção, mais presente entre os protestantes,
enfatizando a administração da terra.
3. Deificação, desenvolvida pelos ortodoxos, salientando a
espiritualidade ecológica.
Assim, diferentes padrões de resposta cristã ante os
desafios ecológicos
11. Conclusão aberta
• As tipologias significam “rotas” adotadas. Elas nos ajudam
a compreender o alcance e o limite das opções na
ecoteologia.
• No contexto latino-americano, as rotas se ampliam, ao se
conjugarem com as teologias da libertação, afro, indígena,
ecofeminista e macroecumênica.