O documento discute a música como um ato interpretativo que nos transforma, baseado na teoria de Gadamer de uma fusão de horizontes no ato interpretativo. Aborda a história da música dos séculos XV e XVI até a atualidade, mostrando a simbiose entre teoria e prática. Defende que a interpretação requer mais do que apenas o uso de instrumentos originais, mas também compreensão de elementos como ritmo, ornamentos e paixões.
Este documento apresenta uma entrevista com o compositor e educador Paulo Costa Lima sobre a pedagogia da teoria e análise musical. Paulo Lima argumenta que a análise musical pode ser vista como um "feito composicional" ou uma forma de "escrever música", e que isso pode ajudar a construir pontes entre a didática da composição e da análise musical. Ele também discute como a experiência musical, teoria, análise e composição estão interligadas e não devem ser vistas como compartimentos isolados.
1. Os textos comparam a efemeridade da vida, mostrando como tudo passa rapidamente e se transforma, da juventude para a velhice e da vida para a morte.
2. Tanto o poema barroco quanto a canção contemporânea usam antíteses e oposições para expressar essa ideia, como dia e noite, passado e futuro, igual e diferente.
3. A brevidade da vida é o tema central de ambos os textos através dos séculos.
Este documento fornece um resumo do período clássico da música entre 1750-1810. Apresenta informações sobre compositores importantes como Mozart e Beethoven, gêneros musicais como a sonata, instrumentos como o piano, e o contexto sociocultural deste período. Inclui também uma cronologia dos principais eventos e uma lista dos grandes compositores do período clássico.
Texto música antiga - história completaValdene Silva
O documento discute a história da música antiga, desde a Idade Média até o Barroco. Aborda tópicos como modos gregorianos, notação musical, trovadores, introdução do pentagrama, escolas de música, entre outros. Também discute a interpretação histórica da música antiga e sua chegada no Brasil no século 20.
Este documento apresenta a obra L'Oiseau Lyre do compositor português Jorge Peixinho. A obra foi composta em 1982 e é considerada uma obra-prima para guitarra. O documento descreve a vida e obra de Jorge Peixinho, analisa L'Oiseau Lyre e discute os principais intérpretes desta obra, incluindo o guitarrista Lopes e Silva, que estreou e gravou a obra.
O documento discute o cancioneiro goliárdico Carmina Burana (séculos XII-XIII) a partir da perspectiva da história cultural. Apresenta que a produção cultural medieval era baseada principalmente na voz e no oral, não na escrita, e que os neumas nos manuscritos indicam uma relação entre o escrito e o oral. Defende que os historiadores devem utilizar a voz como instrumento para compreender melhor a cultura medieval.
Espaço virtual na música instrumental do Período Barroco: timbre e dinâmica a...Renato Borges
Apresentação da comunicação "Espaço virtual na música instrumental do Período Barroco: timbre e dinâmica a serviço da espacialidade" por Renato Pereira Torres Borges, realizada no III SIMPOM (Simpósio Brasileiro de Pós-Graduandos em Música), na UniRio em novembro de 2014.
Os modos antigos são escalas musicais usadas na música medieval europeia. O documento descreve os sete modos autênticos e seus correspondentes modos plagais, explica conceitos como final, âmbito e tenor, e resume as principais formas polifônicas desenvolvidas a partir do organum primitivo como a vox principalis/vox organalis, o fabordão, o organum livre e o organum com clausula.
Este documento apresenta uma entrevista com o compositor e educador Paulo Costa Lima sobre a pedagogia da teoria e análise musical. Paulo Lima argumenta que a análise musical pode ser vista como um "feito composicional" ou uma forma de "escrever música", e que isso pode ajudar a construir pontes entre a didática da composição e da análise musical. Ele também discute como a experiência musical, teoria, análise e composição estão interligadas e não devem ser vistas como compartimentos isolados.
1. Os textos comparam a efemeridade da vida, mostrando como tudo passa rapidamente e se transforma, da juventude para a velhice e da vida para a morte.
2. Tanto o poema barroco quanto a canção contemporânea usam antíteses e oposições para expressar essa ideia, como dia e noite, passado e futuro, igual e diferente.
3. A brevidade da vida é o tema central de ambos os textos através dos séculos.
Este documento fornece um resumo do período clássico da música entre 1750-1810. Apresenta informações sobre compositores importantes como Mozart e Beethoven, gêneros musicais como a sonata, instrumentos como o piano, e o contexto sociocultural deste período. Inclui também uma cronologia dos principais eventos e uma lista dos grandes compositores do período clássico.
Texto música antiga - história completaValdene Silva
O documento discute a história da música antiga, desde a Idade Média até o Barroco. Aborda tópicos como modos gregorianos, notação musical, trovadores, introdução do pentagrama, escolas de música, entre outros. Também discute a interpretação histórica da música antiga e sua chegada no Brasil no século 20.
Este documento apresenta a obra L'Oiseau Lyre do compositor português Jorge Peixinho. A obra foi composta em 1982 e é considerada uma obra-prima para guitarra. O documento descreve a vida e obra de Jorge Peixinho, analisa L'Oiseau Lyre e discute os principais intérpretes desta obra, incluindo o guitarrista Lopes e Silva, que estreou e gravou a obra.
O documento discute o cancioneiro goliárdico Carmina Burana (séculos XII-XIII) a partir da perspectiva da história cultural. Apresenta que a produção cultural medieval era baseada principalmente na voz e no oral, não na escrita, e que os neumas nos manuscritos indicam uma relação entre o escrito e o oral. Defende que os historiadores devem utilizar a voz como instrumento para compreender melhor a cultura medieval.
Espaço virtual na música instrumental do Período Barroco: timbre e dinâmica a...Renato Borges
Apresentação da comunicação "Espaço virtual na música instrumental do Período Barroco: timbre e dinâmica a serviço da espacialidade" por Renato Pereira Torres Borges, realizada no III SIMPOM (Simpósio Brasileiro de Pós-Graduandos em Música), na UniRio em novembro de 2014.
Os modos antigos são escalas musicais usadas na música medieval europeia. O documento descreve os sete modos autênticos e seus correspondentes modos plagais, explica conceitos como final, âmbito e tenor, e resume as principais formas polifônicas desenvolvidas a partir do organum primitivo como a vox principalis/vox organalis, o fabordão, o organum livre e o organum com clausula.
Analise Intersemiótica da letra da Música “Flor da Idade” de Chico Buarque d...Lucas Miranda Nascimento
A tradução ocorreu por intertextualidade externa nos últimos versos e pela criação de signos rítmicos e textuais que denotam o poema ao longo da música.
Traducao intersemiotica em grafismos e cantos htamha e steromkwaSamuel Lima
Trabalho apresentado à disciplina de Estética e Comunicação do Curso de Comunicação Social / Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins, como requisito parcial de avaliação do 1º bimestre de 2012. Orientadora: Profª MsC. Daniela Soares.
1) O documento descreve a música do período clássico entre 1750-1820, focando em compositores como Haydn, Mozart e Beethoven.
2) Neste período, formas musicais como a sonata e a sinfonia se desenvolveram, enfatizando princípios como ordem, equilíbrio e razão.
3) A música clássica valorizava a beleza, graça e refinamento, com exploração da dinâmica e novos instrumentos como o piano e clarinete.
1. Desde a Grécia Antiga que arquitetura e música são associadas através da matemática, sendo consideradas por Pitágoras como expressões da harmonia universal.
2. Vitrúvio defendia que o arquiteto deveria conhecer a música para alcançar a harmonia na obra. Leonardo da Vinci e Le Corbusier se inspiraram nessa associação.
3. No Renascimento, arquitetos como Alberti e Palladio utilizaram proporções musicais em suas obras, enquanto Blondel tentou traduzir
Apresentação Para Décimo Primeiro Ano, Aula 29luisprista
Este documento discute a origem da palavra "barroco" e define o estilo artístico do Barroco, caracterizado por um dramatismo sensacional e emotivo que começou como uma reação contra a Reforma religiosa do século XVI. Também explora as principais figuras retóricas utilizadas na poesia barroca, como a metáfora, hipérbole e antítese.
O documento descreve a música medieval na Europa entre os séculos V e XV, período marcado pela espiritualidade e expressão artística religiosa. Apresenta os principais gêneros musicais como o canto gregoriano e a polifonia, o desenvolvimento da notação musical, as escolas de Notre-Dame e Ars Antiqua e Nova, assim como a música profana dos trovadores. Também lista os principais instrumentos musicais dessa era.
O documento discute o período romântico na música, abordando características como maior liberdade de expressão das emoções e relação com outras artes. Apresenta exemplos de compositores e obras como Der Freischütz de Weber, Lieder alemães e música programática de Berlioz.
1) A música barroca era exuberante, com ritmos enérgicos, melodias ornamentadas e contrastes de timbres.
2) A primeira grande ópera foi "Orfeu", de Monteverdi, escrita em 1607 com 40 instrumentos variados e violinos.
3) Cantatas expressavam sentimentos religiosos ou profanos, enquanto oratórios contavam histórias sagradas de forma dramática e narrativa.
1) A entrevista discute a história e motivação do movimento de performance histórica da música barroca, com foco no trabalho do violinista Luis Otávio Santos.
2) Santos descreve como os primeiros músicos do movimento foram motivados pelo amor pela música antiga e desejo de interpreta-la da forma como foi concebida originalmente.
3) Ele também discute como a autenticidade na performance deve ser entendida e como a música barroca continua ressoando com ouvintes modernos.
A concepção intervalar na poética pós-ruptura: uma análise da Sonata n. 3 de ...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este documento discute a concepção intervalar na poética pós-ruptura de Almeida Prado, analisando especificamente a Sonata n.o 3. O autor demonstra como Prado desenvolveu um espaço "entre" sistemas musicais, chamado transtonalismo, utilizando mecanismos intervalares. A análise da Sonata mostra como esses intervalos característicos ocorrem nas fases Pós-Tonal, Síntese e Pós-Moderna de Prado.
1) O documento discute o período romântico na música, caracterizado pela liberdade de forma, ênfase nas emoções e no nacionalismo.
2) Algumas características musicais românticas incluem melodias líricas, harmonias ricas e orquestras expansivas.
3) A ópera romântica alemã se baseava em lendas e contos de fadas, enquanto a grande ópera francesa valorizava o espetáculo.
O documento discute a escala dominante diminuta e sua aplicação na análise de obras de Mozart e Chopin. A escala é percebida em fragmentos musicais dos compositores e fornece uma explicação harmônica concisa para progressões consideradas instáveis. Além disso, defende que a análise musical deve considerar aspectos materiais da execução e que escalas da teoria popular carregam cultura de combinações de notas.
Este documento discute a percepção da forma musical como um processo. Apresenta diferentes teorias históricas que entendem a forma como resultado da sucessão de segmentos musicais, cada um com uma função formal específica. Também discute a teoria das funções formais de William Caplin, que considera progressões harmônicas como determinantes da forma. Por fim, exemplifica a análise de uma obra de Haydn usando esta abordagem.
Música é uma arquitetura de sons" - O documento discute possíveis analogias entre música e arquitetura, analisando conceitos musicais como ritmo, estrutura, harmonia e transpondo seus significados para a arquitetura. A música é usada como ponto de partida para apresentar os conceitos, que são ilustrados com imagens arquitetônicas e questões sobre como esses conceitos se manifestam na arquitetura. O texto é dividido em partes ímpares, sobre música, e partes pares, sobre arquitetura, para
Análise da Sonata para viola e piano de Radamés Gnattali: primeiro movimentoAparecida Valiatti
O presente trabalho pretende analisar o primeiro movimento da Sonata para viola e piano de Radamés Gnattali, um personagem merecedor de maior sistematização e divulgação de sua obra em estudos que associem os processos criativos com a prática musical, contribuindo para a escuta e a apreciação. Apresenta resumidamente uma visão geral sobre o compositor e a sua obra. A análise abrangeu, de um lado, a estrutura e a forma e de outro, processos harmônicos e melódicos da sonata. A peça se mostrou coesa e equilibrada.
O documento resume os principais aspectos da música litúrgica e secular da Idade Média, incluindo o cantochão, a notação musical, a missa e os instrumentos musicais da época.
1) A orquestra surgiu no século XVI como grupos instrumentais autônomos durante o Renascimento.
2) No século XVII, as orquestras eram baseadas nos instrumentos de cordas da família das violas.
3) No século XVIII, as orquestras passaram a ser baseadas nos instrumentos de cordas da família dos violinos, formando a orquestra clássica.
Este documento analisa a "Ode Triunfal" de Álvaro de Campos através da perspectiva da assinatura e do narcisismo. Ele argumenta que o poema expressa a indiferença à moral da assinatura e canta sobre a experiência moderna de estímulos múltiplos, forçando-nos a ouvir nossa própria voz. A assinatura de Álvaro de Campos captura tanto o primitivismo quanto a sofisticação do canto humano.
O documento descreve a música medieval na Europa entre os séculos V e XV. A música medieval surgiu com a queda do Império Romano e foi produzida principalmente para rituais religiosos, desenvolvendo formas como o canto gregoriano e a polifonia nas catedrais. Instrumentos como flautas, alaúdes e harpas eram comuns nesse período.
Bach e pink floyd breve estudo comparativo entre a música clássica e a música...BRIAN MOORE
Este documento discute os elementos essenciais da música - melodia, harmonia e ritmo - e fornece exemplos de como esses elementos são utilizados na música clássica e no rock. O documento analisa como Bach e Pink Floyd utilizam esses elementos de maneira diferente e como a música clássica geralmente dá mais ênfase à melodia em comparação com o rock, que enfatiza mais o ritmo e os efeitos especiais.
Felipe valoz nova hermenêutica” e “new historicism” – uma breve comparaçãoGisele Laura Haddad
O documento compara a "Nova Hermenêutica" e o "New Historicism", abordagens analíticas da música e literatura respectivamente. Ambas rejeitam o distanciamento do observador da obra e enfatizam a compreensão da obra como parte integrante do discurso histórico mais amplo.
O documento discute as origens e definições da música, notando que não há consenso sobre o que constitui música. A música pode variar de um simples som a complexas sinfonias, e as performances se diferenciam dependendo dos intérpretes. Embora as origens exatas da música sejam incertas, ela provavelmente começou como canto ou ritmos para danças em culturas primitivas.
Analise Intersemiótica da letra da Música “Flor da Idade” de Chico Buarque d...Lucas Miranda Nascimento
A tradução ocorreu por intertextualidade externa nos últimos versos e pela criação de signos rítmicos e textuais que denotam o poema ao longo da música.
Traducao intersemiotica em grafismos e cantos htamha e steromkwaSamuel Lima
Trabalho apresentado à disciplina de Estética e Comunicação do Curso de Comunicação Social / Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins, como requisito parcial de avaliação do 1º bimestre de 2012. Orientadora: Profª MsC. Daniela Soares.
1) O documento descreve a música do período clássico entre 1750-1820, focando em compositores como Haydn, Mozart e Beethoven.
2) Neste período, formas musicais como a sonata e a sinfonia se desenvolveram, enfatizando princípios como ordem, equilíbrio e razão.
3) A música clássica valorizava a beleza, graça e refinamento, com exploração da dinâmica e novos instrumentos como o piano e clarinete.
1. Desde a Grécia Antiga que arquitetura e música são associadas através da matemática, sendo consideradas por Pitágoras como expressões da harmonia universal.
2. Vitrúvio defendia que o arquiteto deveria conhecer a música para alcançar a harmonia na obra. Leonardo da Vinci e Le Corbusier se inspiraram nessa associação.
3. No Renascimento, arquitetos como Alberti e Palladio utilizaram proporções musicais em suas obras, enquanto Blondel tentou traduzir
Apresentação Para Décimo Primeiro Ano, Aula 29luisprista
Este documento discute a origem da palavra "barroco" e define o estilo artístico do Barroco, caracterizado por um dramatismo sensacional e emotivo que começou como uma reação contra a Reforma religiosa do século XVI. Também explora as principais figuras retóricas utilizadas na poesia barroca, como a metáfora, hipérbole e antítese.
O documento descreve a música medieval na Europa entre os séculos V e XV, período marcado pela espiritualidade e expressão artística religiosa. Apresenta os principais gêneros musicais como o canto gregoriano e a polifonia, o desenvolvimento da notação musical, as escolas de Notre-Dame e Ars Antiqua e Nova, assim como a música profana dos trovadores. Também lista os principais instrumentos musicais dessa era.
O documento discute o período romântico na música, abordando características como maior liberdade de expressão das emoções e relação com outras artes. Apresenta exemplos de compositores e obras como Der Freischütz de Weber, Lieder alemães e música programática de Berlioz.
1) A música barroca era exuberante, com ritmos enérgicos, melodias ornamentadas e contrastes de timbres.
2) A primeira grande ópera foi "Orfeu", de Monteverdi, escrita em 1607 com 40 instrumentos variados e violinos.
3) Cantatas expressavam sentimentos religiosos ou profanos, enquanto oratórios contavam histórias sagradas de forma dramática e narrativa.
1) A entrevista discute a história e motivação do movimento de performance histórica da música barroca, com foco no trabalho do violinista Luis Otávio Santos.
2) Santos descreve como os primeiros músicos do movimento foram motivados pelo amor pela música antiga e desejo de interpreta-la da forma como foi concebida originalmente.
3) Ele também discute como a autenticidade na performance deve ser entendida e como a música barroca continua ressoando com ouvintes modernos.
A concepção intervalar na poética pós-ruptura: uma análise da Sonata n. 3 de ...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este documento discute a concepção intervalar na poética pós-ruptura de Almeida Prado, analisando especificamente a Sonata n.o 3. O autor demonstra como Prado desenvolveu um espaço "entre" sistemas musicais, chamado transtonalismo, utilizando mecanismos intervalares. A análise da Sonata mostra como esses intervalos característicos ocorrem nas fases Pós-Tonal, Síntese e Pós-Moderna de Prado.
1) O documento discute o período romântico na música, caracterizado pela liberdade de forma, ênfase nas emoções e no nacionalismo.
2) Algumas características musicais românticas incluem melodias líricas, harmonias ricas e orquestras expansivas.
3) A ópera romântica alemã se baseava em lendas e contos de fadas, enquanto a grande ópera francesa valorizava o espetáculo.
O documento discute a escala dominante diminuta e sua aplicação na análise de obras de Mozart e Chopin. A escala é percebida em fragmentos musicais dos compositores e fornece uma explicação harmônica concisa para progressões consideradas instáveis. Além disso, defende que a análise musical deve considerar aspectos materiais da execução e que escalas da teoria popular carregam cultura de combinações de notas.
Este documento discute a percepção da forma musical como um processo. Apresenta diferentes teorias históricas que entendem a forma como resultado da sucessão de segmentos musicais, cada um com uma função formal específica. Também discute a teoria das funções formais de William Caplin, que considera progressões harmônicas como determinantes da forma. Por fim, exemplifica a análise de uma obra de Haydn usando esta abordagem.
Música é uma arquitetura de sons" - O documento discute possíveis analogias entre música e arquitetura, analisando conceitos musicais como ritmo, estrutura, harmonia e transpondo seus significados para a arquitetura. A música é usada como ponto de partida para apresentar os conceitos, que são ilustrados com imagens arquitetônicas e questões sobre como esses conceitos se manifestam na arquitetura. O texto é dividido em partes ímpares, sobre música, e partes pares, sobre arquitetura, para
Análise da Sonata para viola e piano de Radamés Gnattali: primeiro movimentoAparecida Valiatti
O presente trabalho pretende analisar o primeiro movimento da Sonata para viola e piano de Radamés Gnattali, um personagem merecedor de maior sistematização e divulgação de sua obra em estudos que associem os processos criativos com a prática musical, contribuindo para a escuta e a apreciação. Apresenta resumidamente uma visão geral sobre o compositor e a sua obra. A análise abrangeu, de um lado, a estrutura e a forma e de outro, processos harmônicos e melódicos da sonata. A peça se mostrou coesa e equilibrada.
O documento resume os principais aspectos da música litúrgica e secular da Idade Média, incluindo o cantochão, a notação musical, a missa e os instrumentos musicais da época.
1) A orquestra surgiu no século XVI como grupos instrumentais autônomos durante o Renascimento.
2) No século XVII, as orquestras eram baseadas nos instrumentos de cordas da família das violas.
3) No século XVIII, as orquestras passaram a ser baseadas nos instrumentos de cordas da família dos violinos, formando a orquestra clássica.
Este documento analisa a "Ode Triunfal" de Álvaro de Campos através da perspectiva da assinatura e do narcisismo. Ele argumenta que o poema expressa a indiferença à moral da assinatura e canta sobre a experiência moderna de estímulos múltiplos, forçando-nos a ouvir nossa própria voz. A assinatura de Álvaro de Campos captura tanto o primitivismo quanto a sofisticação do canto humano.
O documento descreve a música medieval na Europa entre os séculos V e XV. A música medieval surgiu com a queda do Império Romano e foi produzida principalmente para rituais religiosos, desenvolvendo formas como o canto gregoriano e a polifonia nas catedrais. Instrumentos como flautas, alaúdes e harpas eram comuns nesse período.
Bach e pink floyd breve estudo comparativo entre a música clássica e a música...BRIAN MOORE
Este documento discute os elementos essenciais da música - melodia, harmonia e ritmo - e fornece exemplos de como esses elementos são utilizados na música clássica e no rock. O documento analisa como Bach e Pink Floyd utilizam esses elementos de maneira diferente e como a música clássica geralmente dá mais ênfase à melodia em comparação com o rock, que enfatiza mais o ritmo e os efeitos especiais.
Felipe valoz nova hermenêutica” e “new historicism” – uma breve comparaçãoGisele Laura Haddad
O documento compara a "Nova Hermenêutica" e o "New Historicism", abordagens analíticas da música e literatura respectivamente. Ambas rejeitam o distanciamento do observador da obra e enfatizam a compreensão da obra como parte integrante do discurso histórico mais amplo.
O documento discute as origens e definições da música, notando que não há consenso sobre o que constitui música. A música pode variar de um simples som a complexas sinfonias, e as performances se diferenciam dependendo dos intérpretes. Embora as origens exatas da música sejam incertas, ela provavelmente começou como canto ou ritmos para danças em culturas primitivas.
1) A escuta musical é uma preocupação relativamente recente nos estudos musicais, tornando-se mais proeminente no século XX.
2) A separação entre fazer música e escutá-la tornou-se mais pronunciada a partir do século XIX, com os ouvintes assumindo um papel mais passivo de consumo em oposição aos músicos produtores.
3) A invenção da fonografia no final do século XIX mediou ainda mais a escuta musical, permitindo novos modos de escuta ativa e seletiva mediada por
José maria neves musicologia histórica para a música de hojeGisele Laura Haddad
1) O documento discute a necessidade de a musicologia histórica se voltar para a produção musical contemporânea, em vez de focar excessivamente no passado europeu.
2) Isso permitiria que os musicólogos estudassem contextos culturais familiares e de seu interesse pessoal.
3) Também é necessário incluir a música popular em termos de uso e valor social nas pesquisas musicológicas.
1) O documento discute a diferença entre música e ruído, e como a percepção disso mudou ao longo da história da música, com ruídos passando a ser incorporados como elementos musicais.
2) É proposto um conjunto de atividades em aula para explorar a diferenciação entre sons e ruídos, como composição, ditado e observação sonora.
3) Referências bibliográficas sobre o tema são fornecidas.
O documento discute a importância da música clássica, resumindo seus principais períodos históricos e estilos, além de destacar seus benefícios cognitivos e de saúde.
Esta tese aborda três problemas da teoria musical usando ferramentas matemáticas: (1) a enumeração e classificação dos tipos de acordes possíveis numa escala bem temperada, (2) a generalização do ciclo de quintas numa escala para construir escalas genéricas, (3) o temperamento de escalas à luz da teoria das frações contínuas.
O documento fornece um resumo da história da música ocidental ao longo dos tempos, desde as origens pré-históricas até a música do século XX, descrevendo os principais períodos, estilos, gêneros e desenvolvimentos.
A Música no período de Da Vinci e o seu DesenvolvimentoJofran Lirio
Slides da palestra realizada dia 02 de junho entitulada A Música no período de Da Vinci e o seu Desenvolvimento dada pelo palestrante Edson Leite (Maestro e Prof. Dr. da USP) na exposição Leonardo Da Vinci - Vitória/ES
Este documento discute a música erudita em Portugal no século XXI. Ele fornece detalhes sobre os períodos barroco, clássico e romântico, incluindo compositores e características de cada período. Também descreve as principais orquestras de música erudita em Portugal e mecanismos para produzir e divulgar música erudita no país.
Música, Artes Visuais, Dança e Teatro - Idade Média, Renascimento e BarrocoGabriel Resende
O documento descreve a música, artes visuais, dança e teatro nos períodos da Idade Média, Renascimento e Barroco, fornecendo detalhes sobre cada área em cada período. Na música da Idade Média, destaca-se o canto gregoriano e o desenvolvimento da polifonia, com compositores como Hildegarda de Bingen, Leonin e Pérotin. O Renascimento trouxe novos estilos musicais como a música profana e a polifonia complexa. O período Barroco é caracterizado por gêner
Campbell, luciano; soares, t. r. p. a relação da cidade de cuiabá com a estét...lcwebd
O documento discute a relação entre a cidade de Cuiabá, que tem forte cultura popular, e a estética musical contemporânea, representada pela Bienal de Música Brasileira Contemporânea de Cuiabá. Os pesquisadores analisaram como uma cidade com cultura popular aceita e se interessa por uma estética diferente da sua. Eles também exploram como a música erudita contemporânea se relaciona com o cenário cultural de Cuiabá e como a Bienal tem papel importante na divulgação desse tipo de música.
O documento resume a história da música desde a pré-história até o século XX, destacando os principais períodos e suas características musicais, como o uso da voz e objetos naturais na pré-história, a influência religiosa na antiguidade e idade média, o desenvolvimento de gêneros musicais no barroco e o foco na instrumental no classicismo. No século XX houve uma revolução com novas tecnologias e incorporação de sons inusitados às composições.
O documento discute as principais contribuições da semiótica para o estudo do sentido na música entre 1990-2010, abordando questões metodológicas e conceituais. Analisa o trabalho de semioticistas como Ruwet, Nattiez e Tarasti e como eles aplicaram métodos como análise paradigmática e modelos inspirados em Greimas para entender a significação musical. Também discute precursores como Schenker, Kurth e Meyer que anteciparam abordagens semióticas na música.
O documento discute a história da música, dividida em períodos: Renascimento, Barroco, Clássico e Romântico. Descreve as principais características musicais e eventos históricos de cada período, assim como seus compositores mais importantes, como Monteverdi, Bach, Mozart, Beethoven e Chopin. O texto fornece um panorama geral da evolução da música ao longo dos séculos.
Este documento discute a música erudita em Portugal no século XXI. Ele fornece informações sobre a definição de cultura e música erudita, as características dos períodos barroco, clássico e romântico, e os principais compositores de cada período. Também resume os resultados de uma pesquisa sobre o interesse da música erudita entre os estudantes de uma escola profissional.
A música é considerada a arte mais antiga, desenvolvendo-se a partir dos ritmos e vibrações da natureza. Ao longo da história, a música esteve presente em rituais e cerimônias, inicialmente apenas com voz e sons corporais, adicionando gradualmente instrumentos construídos. A música assumiu papel central nas civilizações antigas e foi influenciada pelas igrejas cristãs na Idade Média.
A música é considerada a arte mais antiga e desenvolveu-se a partir dos ritmos e vibrações da natureza. O documento resume a história da música desde a Pré-História até a música moderna do século XX, passando pelas civilizações antigas como o Egito e a Grécia, a Idade Média, o Renascimento, o Barroco, o Classicismo e o Romantismo.
1) O livro analisa a relação entre poesia, música e voz na canção, reunindo ensaios de diferentes áreas do conhecimento.
2) Dois ensaios destacam a importância de se compreender a canção como performance, questionando abordagens tradicionais e redimensionando o papel da voz.
3) Mário de Andrade buscou compreender a canção de forma interdisciplinar e a partir da origem comum da fala e do canto no grito primitivo.
O documento fornece informações sobre a música clássica no período entre 1750-1810. Aborda tópicos como os principais instrumentos musicais da época como o piano, os principais compositores como Mozart e Beethoven, e aspectos da cultura e sociedade que influenciaram a música clássica.
Semelhante a Régis duprat musicologia e interpretação - teoria e prática (20)
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1) O documento discute as características da música brega e sua natureza híbrida e mutável, tornando difícil definí-la com precisão.
2) Artistas considerados bregas como Waldick Soriano apropriaram-se de diversas influências musicais ao longo do tempo, de boleros a sambas.
3) O tecnobrega atual também apresenta grande diversidade de estilos, como melodia, brega dance, brega sarro e brega hardcore.
O documento discute a música popular no rádio como produto cultural ou comercial. Apresenta a história da música popular no Brasil desde antes da era do rádio, quando era veiculada em casas de música e teatros, até a popularização do rádio e a profissionalização da indústria musical. Destaca figuras importantes como Sinhô, considerado o primeiro grande compositor popular, e sua contribuição para o desenvolvimento inicial do samba e sua comercialização.
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A União Europeia está considerando novas regras para veículos autônomos. As regras propostas exigiriam que os fabricantes de veículos autônomos assumam mais responsabilidade por acidentes e forneçam mais dados sobre o desempenho do veículo para reguladores. Os fabricantes teriam que mostrar que sistemas autônomos são seguros antes de colocá-los à venda.
BANDA MUSICAL DE CONCERTO DE SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAGisele Laura Haddad
Este documento é um relatório de experiência sobre a Banda Musical de Concerto Escola Viva de Santa Cruz das Palmeiras entre 2009-2012. Ele descreve o processo de ensino musical e educação para músicos jovens, identificando desafios como repertório limitado e falta de inserção de novos membros. A banda desempenha um papel cultural importante na comunidade.
A INFLUÊNCIA DOS PRINCIPAIS PEDAGOGOS MUSICAIS DA PRIMEIRA GERAÇÃO NA PRÁTICA...Gisele Laura Haddad
Este documento descreve a influência de quatro importantes pedagogos musicais do século XX (Dalcroze, Willems, Orff e Suzuki) na prática docente do autor. Ele relata sua experiência aplicando os métodos destes pedagogos em uma escola municipal de música em Luiz Antônio, SP entre 2009 e 2012, resultando em melhorias nas apresentações musicais dos alunos e na relação professor-aluno.
Silva, jaderson luís da. trabalho de conclusão de curso licenciatura plena em...Gisele Laura Haddad
Este documento descreve a educação musical na escola E.M.E.F. Dr. Alfredo Guedes em Tambaú, SP. O resumo apresenta:
1) A localização e contexto social de Tambaú;
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Este documento discute a criação da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto em 1938 sob a liderança do empresário alemão Max Bartsch. A monografia analisa o contexto cultural e social da época, quando a cidade passava por um processo de modernização urbana e mudança do eixo do poder político. Apesar de resistências ao modernismo, a elite local valorizava a música erudita. Bartsch soube aproveitar esse ambiente favorável, usando seu carisma para mobilizar apoio e fundar a Orquestra,
Este documento fornece uma lista de revistas científicas. Menciona que a lista pode estar desatualizada e direciona para um site da Capes para conferir a classificação Qualis atualizada de cada revista, que pode ser pesquisada pelo nome ou código ISSN da publicação. Algumas revistas na lista estão destacadas por terem classificação A1, A2 ou B1 no Qualis.
A empresa está enfrentando desafios financeiros devido à queda nas vendas e precisa cortar custos. O departamento de marketing gastou muito em eventos que não geraram resultados e sua estrutura de custos precisa ser revisada. Uma proposta é reduzir o tamanho da equipe de marketing e realocar recursos para canais digitais que possam gerar mais receita.
Este documento é uma dissertação apresentada por Gisele Laura Haddad ao programa de pós-graduação em música da UNESP sobre a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. A dissertação analisa o contexto histórico e social que levou à criação da orquestra na cidade no século XX, bem como sua representação e significado social através da interação com a elite local. O trabalho utiliza fontes dos arquivos da cidade e da própria orquestra, como programas de concerto, fotos e jornais da época
Este documento descreve a música em Ribeirão Preto no início do século XX. Apresenta o desenvolvimento de bandas, músicos, comércio de instrumentos musicais e o papel da música em escolas, comemorações e entretenimento. Detalha como a modernização e o crescimento econômico influenciaram a cena musical local.
Régis duprat musicologia e interpretação - teoria e prática
1. Musicologia e Interpretação: Teoria e Prática
Régis Duprat1
RESUMO: O presente artigo aborda a música como um ato interpretativo que nos transforma.
Fundamenta-se em Gadamer que afirma haver uma fusão de horizontes no ato interpretativo. Mostra a
história da música nos séculos XV e XVI até a contemporaneidade discutindo a simbiose entre a teoria e a
prática.
PALAVRAS – CHAVES: musicologia, interpretação, música.
ABSTRACT: This article deals with music as an interpretative act that transforms us. Fundamenta
himself in Gadamer says that there is a fusion of horizons in the interpretative act. It shows the history of
music in the fifteenth and sixteenth centuries to the contemporary discussing the symbiosis between theory
and practice.
KEY – WORDS: musicology, interpretation, music
Abrir a nossa sensibilidade para um tema, lacônico que seja, já é proceder a um
vastíssimo ato de interpretação, já é nos introduzirmos no universo infinito e multifacetado da
pré-compreensão das coisas. Porque nós já estamos sempre previamente inseridos dentro desse
estar-aí no mundo da música; porque aprender música já constitui, desde antes de seu início
pedagógico, um gigantesco passo de interpretação, pois nenhuma interpretação é possível sem
que cotizemos a nossa pré-compreensão de alguma coisa com os desafios permanentes a que o
estar-aí no mundo da música nos convida, nos constrange, nos condiciona. Eis porque o ato
interpretativo nos transforma. Gadamer, o grande nome da hermenêutica filosófica
contemporânea (Gadamer, 1990), diz que na interpretação dá-se uma fusão de horizontes, ou
melhor, ela consiste necessariamente numa fusão de horizontes, fusão que no nosso caso consiste
no diálogo com a obra que interpretamos ou nos dispomos a interpretar. Gadamer desenvolve a
noção de círculo hermenêutico, de Heidegger, ou seja, o reconhecimento da permanente e
constante vigência da situação hermenêutica; a condição interpretativa é uma condição
existencial, inerente à própria vida, ao compreender. Viver e compreender a música são
igualmente atos continuadamente interpretativos. Mas a interpretação não é um processo através
1
Professor-titular da Universidade de São Paulo
2. Revista Eletrônica de Divulgação Científica 2
Faculdade de Educação Ciências e Letras Don Domênico
do qual chegamos à versão definitiva de uma coisa. Fazendo “blague”, diríamos que a versão a
que chegamos é definitivamente provisória...
Desde o início do século dezenove, século em que se consagrou o historicismo, a
civilização ocidental despertou para a música do seu passado. De longa data dedicam-se as
Sociedades de Concertos de Música Antiga à interpretação da música da Idade Média, dos
séculos XV e XVI, épocas em que o rigor da instrumentação e da execução era uma preocupação
muito relativa. No decorrer do século dezenove as pesquisas, estudos e especulações sobre o
passado musical gradualmente recuaram no tempo, culminando, no final daquele século, nas
descobertas importantes sobre a Ars Nova, do início do século XIV. Hoje, que adentramos o
século XXI, o antigo já alcança o século XVIII, abarcando todo o período barroco. Mas o
problema não se reduz ao que se costuma ouvir em matéria de execução, ou seja, contingentes
orquestrais e/ou vocais gigantescos executando obras escritas originariamente para pequenos
conjuntos de câmara, e cuja sonoridade assim obtida é de duvidosa validade histórica; ou mesmo
se devem usar-se instrumentos originais de época, determinando a redução do volume de
acompanhamento por razões de sonoridade. Geralmente escudam-se na propriedade estilística.
Estilo, porém, também não se reduz a problemas de sonoridade; é uma coisa muito mais
complexa; resulta de uma elaboração contra o acaso. Apesar de não se pretender um modelo
matemático de estilo, diríamos, com Gilles Granger, (1974) que se trata, pelo menos, de aplicar
aos fatos de estilo elementos que permitam estabelecer uma orientação para a análise efetiva dos
casos concretos e até sugerir, em certos casos, o estabelecimento de verdadeiros modelos. Nos
fatos de estilo, muito mais do que a sonoridade dos instrumentos de época, há outros parâmetros
pertinentes como o tempo e o andamento, a interpretação das alterações rítmicas praticadas
convencionalmente na época, a solução dos ornamentos, a agógica e a realização do baixo
cifrado, e muitos outros cuja execução até causaria estranheza hoje.
Até agora não surgiu um corpo teórico, abrangente e consistente, tentando listar os
elementos que se trata de reformular. O próprio uso de instrumentos originais nem sempre é
coisa meridiana; qual o instrumento de teclado para o qual foi escrita uma peça: cravo, órgão,
clavicórdio, fortepiano ou lautenclavicembalo? Com os demais instrumentos de corda e sopro
ocorre o mesmo problema. Mas as especulações e experimentos interpretativos encarados como
alternativas e não como apaixonada exclusividade, só poderão contribuir para enriquecer a visão
3. Revista Eletrônica de Divulgação Científica 3
Faculdade de Educação Ciências e Letras Don Domênico
do problema da interpretação de época. Igualmente, não podemos repudiar em bloco as
contribuições interpretativas anteriores só porque descobrimos, por pesquisa, convincentes
aspectos em que a prática original era diversa. Em certo sentido, nossa visão dos estilos,
historicamente elaborada, é inseparável da evolução histórica que teve essa mesma visão.
Concordemos, entretanto, com as especulações quando elas refletem pesquisa competente
e inteligente sobre problemas de expressão, sonoridade, ritmo, andamento e tempo, agógica,
ornamento, fraseio, dinâmica, baixo contínuo e/ou cifrado etc.. Pois também ocorre que muita
gente que não tem nenhuma proposta, e tende a inovar no modismo vazio, propondo novas
extravagâncias. A crítica deve estar alerta para debater, pois não se trata de cercear a liberdade de
expressão...
O problema fundamental parece ser o das limitações naturais da notação musical, da
exata correspondência desta com a execução original; da execução original com a atual. A
consciência disso é coisa muito recentemente conquistada, porque nas artes do som especificam-
se formas existenciais não cognoscíveis em sua plenitude perceptiva senão através do seu
registro sonoro. A grafia musical constitui, então, um verdadeiro metacódigo (não um
subcódigo) a cujo acesso só se permitem os iniciados, e dentre estes, em geral, que são os
músicos, há os especializados nas execuções de época. Ora, o barroco não primou por manter o
intérprete numa camisa-de-força, tendência forte da música moderna no princípio do século XX,
na qual pouca coisa resta ao intérprete além de cumprir fielmente o projeto realizado pelo
compositor. Diga-se de passagem que essa postura já havia inspirado João Sebastião Bach (1685-
1750) na própria codificação sistematizada da realização dos ornamentos em sua música.
A introdução do áleas, o aleatório, na música moderna, reverteu essa tendência iniciada já
no barroco. Passados os tempos, foram surgindo novos estilos; evolaram-se as tradições de
improvisação e o executante atual, ao retomar a interpretação daquela música, vê-se cruamente
diante da obra escrita, às vezes de um esqueleto, de um esquema da notação musical que não
representa inteiramente a música viva daquele período. Defronta-se, inclusive, com uma visão
adulterada que pode conduzi-lo a ver a música escrita como rigorosamente inalterável. O
intérprete, como diz Thurston Dart (1960), tornou-se prisioneiro do passado; e também das
interpretações-chave das obras do passado.
4. Revista Eletrônica de Divulgação Científica 4
Faculdade de Educação Ciências e Letras Don Domênico
O problema se agrava ainda mais quando transcendemos os aspectos técnicos para
abordar, na interpretação, a teoria das paixões, dos afetos, e sua evolução. Os autores de época
falam muito de “paixão dominante” em um texto musical; dela se desdobrariam todas as demais
formulações técnicas de interpretação. Quantz (Johan Joachin, 1697-1773), o grande teórico do
século XVIII, fonte inesgotável de sugestões, dizia, em 1752 (Strunk, 1952), que uma boa
execução deve ser cheia de variedade, opor luz e sombra, mudanças de forte e piano etc.. Se
colhermos em nosso período colonial brasileiro, depoimentos do mesmo âmbito, posso citar um
exemplo que nos calha bem: o de André da Silva Gomes (1752-1844), mestre-de-capela da Sé de
São Paulo entre 1774 e 1823, que no seu notável tratado denominado “Arte Explicada de
Contraponto”, (Duprat et al. 1998), que como os similares europeus da época constituíam
verdadeiros tratados de composição, destaca, enfática e preliminarmente, na primeira página e
lição do tratado, uma lúcida distinção entre contraponto e composição: o primeiro seria a
invenção da harmonia das partes e a segunda, a invenção das partes individuais; o contraponto
são as regras e a composição é a fantasia... Para ele o preceito da variedade também é prioritário,
pois evita, na música, os motivos fastidiosos. As dissonâncias são-lhe preceito salutar (Lição 9),
pois com elas a música se torna mais deleitável e até realçam-se as espécies consonantes.
Aqui se levanta o aspecto mais pertinente, que é o da edição, da transcrição ou revisão de
obras do passado, verdadeira intermediação ente o original e o intérprete, e que nem sempre, na
História, contribuiu positivamente para esclarecer – em vez disso, confundiu e às vezes continua
confundindo. Esse próprio mister já possui uma tradição. As edições conhecidas e consagradas
pela interpretação resultam de mais de século e meio de movimento editorial, pois até o princípio
do século XIX não surgira o interesse pela música do passado. Foi o romantismo que redescobriu
os trovadores; Felix Mendelssohn (1809-1847) a João Sebastião Bach. Guillaume de Machault
(1300-1377) e a Ars Nova são recuperados a partir de 1893; as edições eruditas das décadas de
1910 e 1920 recuperam a memória de Gillaume Dufay (1400-1474), Jean de Ockeghem (1430-
1495), Josquin dès Prés (1440-1521) e outros polifonistas dos séculos XV e XVI; muitos deles
ainda aguardam a sua vez... Antes mesmo de Curt Sachs (1881-1959) se sensibilizar pela
aplicação, no campo da música, das designações cronológicas e morfológicas que Heinrich
Wölfflin cometera às artes visuais e à arquitetura do período barroco, Arnold Dolmetsch (1946),
lança em 1916 o seu livro de interpretação da música dos séculos XVII e XVIII. Já se vê que,
5. Revista Eletrônica de Divulgação Científica 5
Faculdade de Educação Ciências e Letras Don Domênico
apesar de tudo, a tradição de interpretação é acentuadamente recente e jovem. Por isso, talvez, o
encanto do seu arrebatamento deslumbrado e juvenil...
Lembremos as palavras de Thurston Dart (1960) em A Interpretação da Música: “A música
é ao mesmo tempo uma arte e uma ciência; como toda arte e toda ciência não tem nenhum
inimigo salvo a ignorância”. Para interpretar o barroco não basta formar conjuntos pequenos ou
eleger instrumentos originais; é preciso muito mais do que isso, como dissemos anteriormente.
De alguma forma nos defrontamos, nesta altura, com um problema que não é outro senão o
da contraposição de teoria e prática, de racionalidade e sensibilidade. Sustentar que o artista não
se prestaria ao raciocínio sistemático e ao trabalho cientificamente conduzido; de que a função
do artista seria limitada a intuir e a expressar por signos misteriosamente específicos, parece-nos
preconceito difuso e daninho, ultrapassado resíduo da estética romântica.
Cabem aqui algumas considerações sobre o fazer e o refletir em arte. Parafraseando John
Barth, o novelista norte-americano tido como pós-moderno, porque fabulista desde a década de
1960, de fato os pássaros têm pouco a dizer sobre ornitologia. Mas essa atitude, compreensível
no artista atuante que não tem caprichos reflexivos relativamente ao desempenho do seu fazer
artístico, pode conduzir, e conduz efetivamente, à adoção de um comportamento empírico, ou se
quiserem, empiricizante, no qual não há lugar para a manifestação humana diferenciada que é a
reflexão e que nos distingue dos animais, no caso, dos pássaros aos quais não interessa,
realmente, a ornitologia.
São comuns os argumentos de que é bonito falar sobre arte mas que esse falar não pode
sobrepor-se a ou substituir o fazer arte. Essa atitude é simplória e reducionista já que, de início,
se torna difícil a definição do que seja “fazer arte”. Será que fazer arte sem refletir sobre o fazer
seria fazê-la bem? E valeria a pena fazer arte sem fazê-la bem? O fato é que embutida no fazer,
e inseparável dele, está sempre presente a reflexão sobre o fazer. A polêmica, então, muda de
lugar, de âmbito: trata-se de saber em que nível ou até que nível é válido refletir sobre o fazer.
Aí, já não estamos numa refutação pura e simples de toda reflexão, ou de nenhuma reflexão.
Diríamos, até, que os que fazem as coisas bem seriam justamente os que refletem bem sobre o
que fazem; porque se não souberem refletir sobre o que fazem jamais se tornarão bons no fazer.
Insisto em que não há fazer sem a reflexão sobre esse fazer; que existe uma instância pragmática
em toda tarefa reflexiva, e uma instância reflexiva em toda tarefa pragmática. O homem
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culturalizado de hoje não pode mais abdicar dessa verdade. E toda vez que o faz ou que é
constrangido a fazê-lo, se robotiza. E essa ameaça de robotização, universalmente presente em
nossa civilização pós-industrial, tida como pós-moderna, constitui, talvez, o maior obstáculo para
a livre expansão das potencialidades humanas e, portanto, da liberdade. Diríamos, também, que
essa robotização constitui uma sobrevivência da modernidade, porque mecânica, no período da
pós-modernidade.
No âmbito do fazer instrumental musical, por exemplo, é flagrante a tradicionalidade do
ato mecânico e manual frente ao gesto eletro-eletrônico-geracional que transcende a dimensão
mecânico-muscular que busca deflagrar o som, com suas proverbiais imperfeições. Aliás, é tido
e sabido pelos que manipulam os recursos eletro-acústicos agora computadorizados e
digitalizados, que vem sendo uma tarefa interessante e divertida introduzir no “fazer eletro-
acústico”, imperfeições perfeitamente projetáveis graficamente, para garantir ao produto final
um resultado mais “humano”. Entretanto, a música instrumental nunca conheceu o viço de que
goza atualmente. A própria capacidade instalada universalmente, que demanda vultosos recursos
aplicados permanentemente nessa área transforma os anseios eletro-acústicos de substituição dos
recursos instrumentais em um sonho ingênuo que provavelmente jamais se realizará...
A expressão moderna do fazer prende-se em grande parte à sobrevivência do trabalho
manual e escravo que, na atualidade, se expressa na robotização. Na verdade, é uma divisão de
trabalho que gerou um preconceito, expresso por uma divisão da sociedade em classes sociais;
até mais do que uma simples divisão de classes, uma divisão entre o capital e o trabalho
(dimensão econômica), entre a iniciativa e a passividade (dimensão social), entre a apropriação e
o despojamento (dimensão jurídica) entre o fazer e o refletir (dimensão gnosiológica ou
epistêmica).
O fato é que conhecemos duas grandes divisões no estudo da Música: a Música Prática e
a Música Teórica. Teoria e Prática são os dois componentes de qualquer estudo musical
imaginável. E não tenho notícia de ninguém que pudesse ter chegado ao domínio razoável de
qualquer uma dessas divisões sem ter tido um treinamento exaustivo, intensivo e permanente, na
outra divisão. Ninguém consegue conceber um bom teórico sem a prática e muito menos um
bom prático sem a Teoria.
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O que é Teoria, afinal? Vem do grego: visão de um espetáculo, visão intelectual,
especulação, construção especulativa do espírito. O grande teórico do Renascimento musical
espanhol, Bartolomé Ramos de Pareja (1983) que reprochava aos teóricos a abstração
matemática, diz no Prologo do seu Livro, publicado no ano de 1482: ”...preparamos uma obra
muito proveitosa tanto para os cantores práticos como para os especulativos, que em grego
chamamos teóricos”
E, dando ao seu livro o título de Música Prática, e admoestando severamente os teóricos
conservadores da época, não deixou de fazer, ele mesmo, a melhor Teoria, a melhor especulação,
porque quando esta se baseia na prática, e na boa prática, tudo correrá bem. E o nosso Pareja
também não deixa de atingir com vigor os praticões do seu tempo quando diz: « Y si en estos
tiempos nuestros son muy escasos los prodigios por obra de la musica, no se ha de imputar al
arte, en su divina perfección, sino a los que la usan malamente. Si volviesen pues a vivir aquellos
sumos musicos ..., negarian haber compuesto la musica de nuestro tiempo, que la depravación de
algunos cantores ha provado de buen gusto, de elegancia y de reglas”.
Talvez tenha sido o Romantismo (a cena do estudante, no 1º Ato do Fausto, de Goethe:
« Toda teoria, caro amigo, é uma coisa cinza; mas a árvore de ouro da vida é verdejante”) o
principal responsável pela veiculação de um sentido pejorativo da palavra Teoria; seja, como diz
André Lalande (1951), em seu Vocabulário da Filosofia, como uma visão do espírito
artificialmente simplificada, que representaria os fatos de uma forma demasiadamente
esquemática para que se possa aplicá-las à realidade; seja como uma concepção individual e
casual, devida muito mais à imaginação do que à razão. E’ o mesmo Lalande que invoca as
palavras de Claude Bernard para esclarecer e engrandecer que a Teoria: «é a hipótese verificada,
após submetida ao controle do raciocínio e da crítica experimental... Para permanecer, uma
Teoria deve modificar-se com o progresso da ciência e permanecer constantemente submetida à
verificação e à crítica dos fatos novos que surgem” o que a isenta, inclusive, de transformar-se
em doutrina. Assim dizendo estamos em plena vigência do espírito de uma obra antológica que,
publicada em 1960, goza ainda hoje de grande prestígio na ciência moderna. Falo da « Estrutura
das Revoluções Científicas », de Thomas Kuhn (1994), na qual o autor defende que o progresso
da ciência se procede pela sucessiva vigência e periódica substituição de paradigmas acatados
8. Revista Eletrônica de Divulgação Científica 8
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pela comunidade científica internacional enquanto e até que esses paradigmas deixem de explicar
os fenômenos estudados pela ciência em geral e/ou pelas ciências particulares.
Já a Prática, é o que concerne à ação (do grego: practikós, do verbo agir: prattein). A
antiguidade grega já a contrapunha a Teoria. Mas Aristoteles (1973) a opõe, também, a Poética
(de fazer, poiéo), formando as tres categorias: Teoria, Prática e Poética, as tres grandes divisões
do pensamento, ou da ciência. Ernildo Stein (1988, p.104) é claro em sua abordagem: Em Kant,
as idéias puras da razão (liberdade, imortalidade, Deus, lei moral) garantem a ação prática do
homem, e os conceitos fundamentais são a base do conhecimento empírico-matemático tratato
pelo universo do ser. Temos aí, então, razão pura e razão prática (Teoria e Prática) mas estanques
ainda, cuja síntese entre ser e dever ser (Prática e Teoria) Kant nunca conseguiu realizar. Temos
aí, também, a marginalização do campo estético que, para Kant, não pertencia nem à razão pura
nem à razão prática e que foi tratada pelo filósofo alemão, na Crítica do Juízo.
Só em Heidegger desaparece essa separação estanque: não há, para ele, uma teoria e uma
prática da racionalidade. Nosso modo de ser-no-mundo já implica um todo indissociável em que
se pressupõe estarmos sempre ligados ao mundo por uma pré-compreensão, praticamente, a um
mundo que interpretamos e compreendemos.
Evidenciada a simbiose natural entre teoria e prática, categorias inseparáveis no mundo da
música, cabe uma incursão no campo das práticas interpretativas vigentes no mercado dos
concertos e do disco. Atualmente a quase totalidade da atividade mundial no setor da
interpretação musical transformou-se numa gigantesca usina de fabricação de peças de reposição,
ou seja, numa reprodução, ipsis literis, exata, de um repertório musical consagrado já na era
romântica, sem nenhuma preocupação de pesquisa, seja de repertório novo de toda a fase de ouro
da música instrumental, do barroco ao moderno, seja de reinterpretação do repertório conhecido.
A ânsia da carreira, as necessidades profissionais de enquadramento e por fim, uma
universidade que não pretende mais ser universal, conduzem docilmente o músico a esse estado
de coisas. Todos sabem como o mercado de discos anda abarrotado de produtos de quinta
categoria, impingidos como de primeira e que nada mais oferecem além da enésima interpretação
facsimilada de tantas obras num sistema quadrafônico ou digital como se o acesso aos recursos
tecnológicos mais sofisticados satisfizessem plenamente a carência de expressão e comunicação
do Homem.
9. Revista Eletrônica de Divulgação Científica 9
Faculdade de Educação Ciências e Letras Don Domênico
Nenhum esforço para solucionar problemas, e pelo menos, equacioná-los na
interpretação, no andamento, na dinâmica, no ornamento, ritmo etc., de que a música do passado
e do presente está repleta. Não será com a imitação auditiva que daremos um passo sequer para o
enriquecimento autêntico dessa atividade. Bons mestres não faltam para ombrear: no teclado
podemos citar tres que fizeram desse mister um verdadeiro sacerdócio: Albert Schweitzer (1875-
1965), para a obra de João Sebastião Bach; Willi Apel (1893-1981), para o cravo e toda a música
do século XVII e XVIII; e Charles Rosen (1977), para a interpretação do estilo clássico e
romântico.
Os três grandes intérpretes assumiram o desafio de conceber a música como a simbiose
perfeita entre a Teoria e a Prática. Todos sabemos que as grandes soluções pragmáticas de um
regente sobre uma obra deve ser obtida no silêncio recluso das horas de estudo devotado à
partitura. Se isso não ocorrer, teremos meramente reprodução mecânica de gestos e um coro e/ou
uma orquestra cantando e/ou tocando sozinha; porque afinal o compositor, em última instância,
zelou para que também o fizessem...
Referências bibliográficas
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DART, Thurston The Interpretation of Music. Londres, Hutchinson, 1960
DOLMETSCH, Arnold. The Interpretation of the Music. Londres, Novello/ Oxford, 1946
DUPRAT, Régis et al. André da Silva Gomes, a “Arte Explicada de Contraponto”, São Paulo,
Arte e ciência, 1998
GADAMER, Hans-Georg , Verità e Método, Milão, Bompiani (trad. Gianni Vattimo)1990
GRANGER, Gilles . Filosofia do Estilo. São Paulo, Ed. Perspectiva / Ed. da Universidade de
São Paulo, 1974 (trad. Scarlet Z. Marton)
KUHN, Thomas A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo, Ed. Perspectiva,1994
LALANDE, André. Vocabulaire de la Philosophie. Paris, Presses Universitaires de France,1951
PAREJA, Bartolomé Ramos. Musica Practica, Madri, Joyas Bibliográficas,1983
ROSEN, Charles. The Classic Style. Nova York, Faber,1977
STEIN, Ernildo Racionalidade e Existência, Porto Alegre, LPPM ,1988