O documento compara a "Nova Hermenêutica" e o "New Historicism", abordagens analíticas da música e literatura respectivamente. Ambas rejeitam o distanciamento do observador da obra e enfatizam a compreensão da obra como parte integrante do discurso histórico mais amplo.
A tendência da teoria e análise ao direcionamento crítico na nova musicologia...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este artigo discute autores que tem estabelecido contribuições significativas quanto ao
direcionamento da teoria e da análise musical no cenário contemporâneo da musicologia brasileira
em direção à crítica musical. Discorre sobre o desafio de transcender a compreensão da
composição musical atual e cânon teórico em direção à aplicabilidade da análise musical embasada
em teoria crítica capaz de superar aspectos tecnicistas em direção à utopia e à inovação na
metodologia musicológica e seus resultados como produto de conhecimento contextualizado.
A(s) Musicologia(s) na Atualidade Brasileira: o Jogo do Saber e seus ParadoxosEDSON HANSEN SANT ' ANA
Este texto visa tratar sobre algumas questões e problemas que concernem à atuação da(s)
Musicologia(s) na atual conjuntura brasileira. Alguns questionamentos são levantados à luz de Denis
Laborde, musicólogo francês; Paulo Costa Lima, compositor e musicólogo crítico brasileiro; e José
D’Assunção Barros (2013), músico, escritor, teórico, e historiador brasileiro. Complementarmente
desenvolvo perguntas e afirmações no sentido de pleitear uma pesquisa em Música mais empírica e
mais especulativa propondo uma visão libertária em relação aos modelos e às teorias estanques
provindas dos centros acadêmicos dominantes, entretanto evidenciando a importância da lógica
teórico-metodológica, ouso apresentar uma postura inovadora e inventiva no que tange às novas
buscas, interpretações e associações de teorias aparentemente díspares, na sugestão de tornar os estudos
em Música mais coerentes à postura de uma “ciência da música” que se comporte como ‘ciência’.
Intertextualidade em Monte Castelo: como os sentidos são construídos na compo...Mayara Vellardi
Artigo apresentado à disciplina de Produção de Texto, do primeiro ano do Curso de Letras Português da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2018.
A tendência da teoria e análise ao direcionamento crítico na nova musicologia...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este artigo discute autores que tem estabelecido contribuições significativas quanto ao
direcionamento da teoria e da análise musical no cenário contemporâneo da musicologia brasileira
em direção à crítica musical. Discorre sobre o desafio de transcender a compreensão da
composição musical atual e cânon teórico em direção à aplicabilidade da análise musical embasada
em teoria crítica capaz de superar aspectos tecnicistas em direção à utopia e à inovação na
metodologia musicológica e seus resultados como produto de conhecimento contextualizado.
A(s) Musicologia(s) na Atualidade Brasileira: o Jogo do Saber e seus ParadoxosEDSON HANSEN SANT ' ANA
Este texto visa tratar sobre algumas questões e problemas que concernem à atuação da(s)
Musicologia(s) na atual conjuntura brasileira. Alguns questionamentos são levantados à luz de Denis
Laborde, musicólogo francês; Paulo Costa Lima, compositor e musicólogo crítico brasileiro; e José
D’Assunção Barros (2013), músico, escritor, teórico, e historiador brasileiro. Complementarmente
desenvolvo perguntas e afirmações no sentido de pleitear uma pesquisa em Música mais empírica e
mais especulativa propondo uma visão libertária em relação aos modelos e às teorias estanques
provindas dos centros acadêmicos dominantes, entretanto evidenciando a importância da lógica
teórico-metodológica, ouso apresentar uma postura inovadora e inventiva no que tange às novas
buscas, interpretações e associações de teorias aparentemente díspares, na sugestão de tornar os estudos
em Música mais coerentes à postura de uma “ciência da música” que se comporte como ‘ciência’.
Intertextualidade em Monte Castelo: como os sentidos são construídos na compo...Mayara Vellardi
Artigo apresentado à disciplina de Produção de Texto, do primeiro ano do Curso de Letras Português da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2018.
Intertextualidade em Monte Castelo: como os sentidos são construídos na compo...Mayara Vellardi
Apresentação em slides do artigo desenvolvido na disciplina de Produção de Texto, do primeiro ano do Curso de Letras Português da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2018.
Em meio as vertentes da crítica do século XX, duas escolas críticas surgiram: a Crítica Estilística e a Nova Crítica, Enquanto uma está inserida nas várias áreas de investigação textual, a outra procura não admitir informações além daquelas contida no texto.
Enquanto a Crítica Estilística, de acordo com Bonnicci e Zolin (2003), tem como principal objetivo estudar as ocorrências linguísticas, já distribuídas em escaninhos já estabelecidos tradicionalmente, inspirada principalmente na classificação gramatical, abordando portanto, o campo semântico, o lexical, o sintático e o sonoro. A Nova Critica, assim como o Formalismo, busca separar o autor do texto para que o texto seja objeto de si mesmo.
Trabalho sobre o Formalismo Russo realizado pelas acadêmicas Daniele da Costa e Verônca A. Beckenkamp.-UNIOESTE.
Trabalho baseado na resenha produzida pelos acadêmicos do 2º ano de letras da Unioeste - Campus de Marechal Candido Rondon de 2013.
O MODELO SEMIÓTICO DE LUIZ TATIT E SUAS
IMPLICAÇÕES NA ANÁLISE DA CANÇÃO POPULAR NO
BRASIL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O presente artigo parte de uma tentativa de local
izar o modelo semiótico de
interpretação da canção popular proposto por Luiz T
atit no interior dos
desdobramentos da teoria semiótica greimasiana, par
a, em seguida, pensar qual a sua
especificidade enquanto modelo analítico, entendend
o de que modo sua contribuição
pode operar uma verdadeira mudança de paradigma na
compreensão da canção
brasileira, que implica uma transformação mais gera
l do próprio sistema de valoração
estético.
A presente comunicação visa oferecer uma visão panorâmica de algumas das principais contribuições de semioticistas de diferentes correntes para o estudo do sentido na música, bem como algumas das mais relevantes questões metodológicas e/ou conceituais com que os pesquisadores vêm-se deparando ao longo de suas investigações.
Intertextualidade em Monte Castelo: como os sentidos são construídos na compo...Mayara Vellardi
Apresentação em slides do artigo desenvolvido na disciplina de Produção de Texto, do primeiro ano do Curso de Letras Português da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2018.
Em meio as vertentes da crítica do século XX, duas escolas críticas surgiram: a Crítica Estilística e a Nova Crítica, Enquanto uma está inserida nas várias áreas de investigação textual, a outra procura não admitir informações além daquelas contida no texto.
Enquanto a Crítica Estilística, de acordo com Bonnicci e Zolin (2003), tem como principal objetivo estudar as ocorrências linguísticas, já distribuídas em escaninhos já estabelecidos tradicionalmente, inspirada principalmente na classificação gramatical, abordando portanto, o campo semântico, o lexical, o sintático e o sonoro. A Nova Critica, assim como o Formalismo, busca separar o autor do texto para que o texto seja objeto de si mesmo.
Trabalho sobre o Formalismo Russo realizado pelas acadêmicas Daniele da Costa e Verônca A. Beckenkamp.-UNIOESTE.
Trabalho baseado na resenha produzida pelos acadêmicos do 2º ano de letras da Unioeste - Campus de Marechal Candido Rondon de 2013.
O MODELO SEMIÓTICO DE LUIZ TATIT E SUAS
IMPLICAÇÕES NA ANÁLISE DA CANÇÃO POPULAR NO
BRASIL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O presente artigo parte de uma tentativa de local
izar o modelo semiótico de
interpretação da canção popular proposto por Luiz T
atit no interior dos
desdobramentos da teoria semiótica greimasiana, par
a, em seguida, pensar qual a sua
especificidade enquanto modelo analítico, entendend
o de que modo sua contribuição
pode operar uma verdadeira mudança de paradigma na
compreensão da canção
brasileira, que implica uma transformação mais gera
l do próprio sistema de valoração
estético.
A presente comunicação visa oferecer uma visão panorâmica de algumas das principais contribuições de semioticistas de diferentes correntes para o estudo do sentido na música, bem como algumas das mais relevantes questões metodológicas e/ou conceituais com que os pesquisadores vêm-se deparando ao longo de suas investigações.
Felipe valoz nova hermenêutica” e “new historicism” – uma breve comparação
1. “Nova hermenêutica” e “New Historicism” – Uma breve comparação
Felipe Valoz
“A Música não é uma expressão artística que possui significantes, ela é a própria
linguagem”, enfatizava Pierre Boulez1 em um ensaio sobre Música na segunda metade do
século XX. Porém, o próprio Boulez está munido de um amplo léxico de termos musicais e
não musicais além de uma profunda orientação estética, que o permite discorrer ou escrever
com fluência e persuasão sobre a composição musical tanto do passado como do presente.
Os textos crítico, estético/musical de Theodor Adorno2, assim como as análises do estilo
clássico proferidas por Charles Rosen3, e também as reflexões de Vladimir Jankélevitch4,
que conseguem dar ao texto literário/musical a flexibilização sonora inteirada do discurso
musical, podem ser compreendidas como aspectos da musicologia, legitimada como área de
conhecimento. O compositor Luciano Bério5, sendo questionado sobre os escritos
crítico/teórico de Boulez e Adorno, por exemplo, diz que é importante à Música que ela
tenha seus advogados. Ironias à parte, o fato é que os textos crítico, analítico e estético
sobre música, buscam razões detectáveis auxiliadoras naquilo que é a essência plena e
ontológica da música: o ouvir – como afirma José Eduardo Martins6 a respeito de
Jankélevitch (outro advogado da música?!).
Na literatura, ao contrário da música, percebe-se com mais nitidez um delineamento
de tendências e escolas de interpretação poética, que discutem, polemizam e ainda orientam
e auxiliam na compreensão das obras literárias. Evidentemente não se trata de confundir
análise literária com a explicação literal do texto, confiante na idéia de que a decodificação
do significado referencial basta para conferir consistência à literatura7, mas sim de dar um
passo provisório na iniciação do contato científico com o texto8.
No Brasil, se na literatura existe uma larga aceitação de conceitos crítico-teórico-
histórico, na Musicologia persiste o equívoco e depreciação no que diz respeito a crítica e
abordagem literário/retórica da obra musical assim como a transcrição e restauração (de
partituras9). Ocorre que na área de Música, devido à especialização técnica necessária, na
formação do indivíduo (mesmo que precária) é comum um distanciamento do
conhecimento humanístico, que leva à presunção e ao discurso teórico sem procedência e
sem reflexão profunda dos elementos que envolvem uma composição musical. Esse
2. argumento nos lembra o escritor português José Saramago10 quando, questionado pelo fato
de ele próprio não discorrer muito sobre a técnica em que escreve e estilo em que se define,
é bastante sutil, ou ambíguo, ao responder perguntando: Por que o escritor só tem que falar
sobre o que escreve ou sobre literatura? Ora, pudesse questionar algo semelhante no que se
refere ao compositor estudioso de música: por que se preocupar em argumentar apenas com
o encadeamento de tríades ou grupo de sons, motivos rítmicos, detectar a série ou intervalos
predominantes, ou ainda os efeitos produzidos pelo compositor...? É claro que o músico
não deve ter entraves para com a expressão musical, seja qual for o estilo em que se
trabalha. O que é representativo na musicologia é a postura analítico/histórica, integrada
permanente às diversas abordagens que nela se encontram (teórico; crítica; histórica;
estilística; interpretativa; analítica; estética, além das relações entre as mesmas), como bem
afirma o musicólogo Régis Duprat11.
Em conferência realizada no V Encontro Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em
Música, em Salvador, Bahia, em setembro de 1992, Régis Duprat enfatiza a fragilidade da
episteme analítica que esteve em voga nos anos 60 e 70 por influência da tendência
estruturalista ou neo-estruturalista, que parte de uma estrutura já existente, explicando o
conjunto dos significados altamente formalistas de uma obra. Régis Duprat ainda
argumenta que a tendência analítica que se faz recente no Brasil é por parte de uma geração
de especialistas que trazem uma formação e uma preocupação voltadas primordialmente
para a análise musical. Entretanto, a referida tendência se faz de modo tardio, de forma
ultrapassada no momento em que os centros do sistema cultural ocidental passam, em
termos de análise, a prognosticar uma coexistência dos modelos disponíveis, ou seja, de
diferentes modelos de análise musical12.
A essencialidade dos conteúdos e a própria historicidade, quando vinculada a uma
obra analisada, sustenta a interpretação de textos como evento dialógico de onde
observador e obra interagem-se. Nesse aspecto surge uma relação de conteúdos, que no
método estruturalista são repreendidas, e que se traduz, segundo Régis Duprat, como a
“Nova hermenêutica”. O pensamento hermenêutico oferece como base uma reação de
diálogo entre interlocutores (observador e obra), que define a interpretação de um evento.
Contra o pretenso distanciamento do analista, a hermenêutica prognostica a integração do
sujeito observador na compreensão e no evento da verdade da obra13.
3. Fazendo um paralelo com a analítica existencial do filósofo alemão Martin
Heidegger, o musicólogo Régis Duprat deduz que a racionalidade da obra musical nós já
trazemos conosco desde o momento em que ela integra a nossa existência concreta; há uma
co-originalidade entre ser e mundo, onde intuição e conceito, sensibilidade e categorias
estão juntas e inseparáveis.
A “Nova Hermenêutica”, abordada por Régis Duprat, sustenta essencialmente que
não é só a técnica que ajuda a compreender a obra de arte, e a partir deste argumento
podemos cotejar o conceito do “New Historicism”14. A comparação que aqui se propõe das
correntes de pensamento da musicologia e da literatura pretende ser apenas elucidativa no
sentido de uma interdisciplinaridade entre as mesmas. Tendo em vista que tanto a “Nova
Hermenêutica” e o “New historicism” podem servir como heurística para o
desenvolvimento da pesquisa em musicologia, ciência que já se faz legítima com a
referência das músicas/pensadores até aqui citados.
É interessante ressaltar que o movimento crítico conhecido como “New
Historicism” teve origem no final da década de 80, por meio da proposta do crítico
americano Stephen Greenbatt. O estudioso proclama o desejo de falar com os mortos, com
franca oposição à orientação lingüística da análise textual defendida pelo estruturalismo,
tendo como objetivo central restaurar polemicamente a dimensão histórica dos estudos
literários.
O que nos chama a atenção para uma comparação com a “Nova Hermenêutica”,
argumentada por Régis Duprat, é o fato de Stephen Greenbatt recusar o entendimento da
literatura como fenômeno isolado das demais práticas sociais, interpretando-a como uma
dentre as muitas estruturas em que se pode ler o espírito de uma época. Segundo Lous
Montrose, outro defensor da proposta, o crítico deve captar simultaneamente a historicidade
do texto e a textualidade da história. Partindo desta perspectiva, o “New Historicism”
procura restaurar a forma mental à época estudada, o que acaba por criar um objeto próprio
de pesquisa literária. Ora, nesse sentido a hermenêutica que traz como uma de suas
definições a interpretação de textos históricos, não se sustenta apenas como uma teoria do
diálogo, mas articula-se como diálogo, empenhado concretamente nos confrontos dos
conteúdos da tradição.15 Essa aproximação das duas correntes de pensamento, torna-se
evidente quando se observa que ambas não tratam de entender a obra como reflexo do
4. contexto e muito menos de considerar a história como pano de fundo para um compreensão
supostamente politizada da obra. Trata-se de entender sim, a produção artística como parte
integrante de um discurso mais amplo, o discurso histórico, do qual a obra de arte participa
como um procedimento retórico. As manifestações culturais de um período, no entender de
Hayden White16 são uma constelação de signos da realidade que as compõe, e a obra de
arte integra essa constelação.
Se tomarmos como exemplo os estudos sobre música colonial e Literatura Colonial
no Brasil, podemos nos amparar da tendência no “New Historicism”, considerando que este
atenua os limites entre o discurso social, entendendo aquele como projeção deste. O
ensaísta Stephem Greenblatt recusa a noção de uma mera teoria de veneração do passado e
da tradição, mas ao contrário, propõe, como o musicólogo Régis Duprat, o sentimento de
maravilha, responsável pelo trabalho historiográfico, que não deve apenas se dedicar à
reconstrução da totalidade de culturas, mas também se empenhar na análise dos processos
unificadores, por exemplo, como estilo, influências diversificadas, estrutura e forma,
referências estas que segundo Greenblatt revelam toda estrutura imaginária da sociedade
que os produziu.
1
Pierre Boulez - Compositor, intérprete e pensador francês em ensaio de 1958 sobre música contemporânea.
Boulez, Pierre – Música hoje – ed. Perspectiva.
2
Theodor Adorno - Filósofo da Escola de Frankfurt.
3
Charles Rosen - Pianista e musicólogo americano.
4
Vladimir Jankélevitch – Filósofo e musicólogo, especialista em Debussy, biógrafo e crítico.
5
Luciano Bério – Entrevista Sobre a Música realizada por Rossana Dalmonte – E. Civilização Brasileira. Pg.
25
6
José Eduardo Martins – Pianista e professor do Departamento de Música ECA-USP. Artigo: Jankélevitch e
os Opostos Sonoros em Harmonia – Revista Música. Vol. 7. 1996.
7
Ensaio sobre o New Criticism de Ivan Teixeira (professor do departamento de jornalismo da ECA-USP).
Publicado na Revista Cult Nº 14.
8
Idem.
9
Artigo, Análise, Musicologia, positivismo de Régis Duprat – Revista Música, Vol. 7, 1996. ECA-USP.
10
José Saramago – Entrevista em Programa Roda Viva, Tv Cultura, com o escritor Português.
11
Régis Duprat – Musicólogo e professor do Dep. De Música ECA-USP.
12
Idem nota 9.
13
Idem.
14
New Historicism – O ensaista Ivant Teixeira – professor do Dep. De Jornalismo ECA-Usp – Discorre em
uma série de artigos sobre as principais correntes da crítica literária, publicado pela revista Cult, nºs 12, 13,
14, 15, 16 e 17.
15
Idem.
16
Hayden White – Crítico literário americano, que também partilha das idéias do New Historicism.