Ranking das 350 maiores empresas do varejo brasileiro.
materiais analíticos e textos sobre o setor.
Ranking Novarejo é uma publicação da Padrão Editorial.
4. 4
Ranking Novarejo é uma publicação da Padrão Editorial.
Av. Pacaembu, 1.613 Pacaembu – CEP 01234-001 – São Paulo – SP Telefax 55 11 3125 2244
A Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou nas matérias assinadas. A reprodução do
conteúdo editorial desta revista só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte. Todos os
direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright, sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos
textos publicados nesta revista, salvo expresso consentimento dos seus editores. Padrão Editorial Eireli.
Publisher Roberto Meir
Diretora-executiva-comercial e de Relacionamento Estratégico Fabiana Zuanon | fzuanon@gpadrao.com.br
Diretor-executivo de Conhecimento Jacques Meir | jacques@gpadrao.com.br
Controller Pedro Ganut | pedroganut@gpadrao.com.br
Gerente Executiva de Inteligência Estratégica Aline Tobal | aline@gpadrao.com.br
Gestora-Executiva do Design Tatiane Martins | tatiane@gpadrao.com.br
REDAÇÃO
Editora Camila Mendonça | camila@gpadrao.com.br
CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO – CIP
Especialista em Inteligência de Mercado Daniel Hernandes | dhernandes@gpadrao.com.br
Especialista em Inteligência de Mercado Gustavo Gurgel | ggurgel@gpadrao.com.br
Especialista em Inteligência de Mercado Luana Soares | luana@gpadrao.com.br
Assistente de Inteligência Competitiva Emilly Fernanda | emilly@gpadrao.com.br
Assistente de Inteligência Competitiva Matheus Valle | matheus@gpadrao.com.br
Assistente de Relacionamento Nathalia Perazzolo | nathalia@gpadrao.com.br
NÚCLEO DE CRIAÇÃO
Designers Érika Bernal, Flávio Pavan e Luan Almeida
MARKETING DIGITAL
Gerente Thiago Cid | thiago@gpadrao.com.br
REVISÃO
Elani Cardoso
IMPRESSÃO
AR FERNANDEZ GRÁFICA LTDA.
www.portalnovarejo.com.br
: novarejo
: novarejo
: novarejo
: novarejo
: cmnovarejo
: novarejo
: novarejo
www.gpadrao.com.br
5. RANKING NOVAREJO
5
O FUNDAMENTO
POR TRÁS DAS
ESTRATÉGIAS EFICAZES
O s últimos três anos foram os piores da his-
tória do varejo brasileiro. Foram anos duros, mas nem todos
sucumbiram. Para muitos, os últimos três anos foram os me-
lhores de suas histórias. Quem se preparou e enxergou opor-
tunidades onde tantos outros encontraram problemas conse-
guiu ter resultados. Preparar-se não representa apenas cortar
custos, garantir margens e manter a expansão de lojas. Esse
tempoacabou.Ganhaojogoquemconseguirserdiferenteen-
tre os iguais,quem conseguir oferecer a melhor experiência ao
consumidor e enxergar o próprio negócio para além do volu-
me de vendas. Ganha o jogo quem conseguir criar estratégias
consistentes, baseadas na realidade e em números sólidos.
É evidente que a atenção à estratégia nem sempre es-
teve no escopo do setor. Por anos, o varejo brasileiro ignorou
os números. As vendas aconteciam sem nenhum esforço e não
exigiam dos empresários uma análise atenta do negócio. Mas
o cenário hoje é outro. A crise escancarou as ineficiências que
o alto volume de vendas dos anos passados escondia. Qualquer
empresa que se proponha a crescer hoje precisa saber ler os gran-
des e pequenos números – eles estão por trás de toda e qualquer
estratégia inteligente de negócios.
Este é o grande objetivo deste Ranking NOVAREJO
Brasileiro: ser a referência por trás das estratégias das empresas
do setor. Produzido pelo Centro de Inteligência Padrão – CIP,
em parceria com a Serasa Experian e a Mastercard, com pu-
blicações impressa e digital, este ranking traz mais do que a
lista das 350 maiores empresas do varejo; traz as análises dos
segmentos a que elas pertencem, permitindo comparações de
performance em todos os níveis. Por trás dessa análise, está a
mais completa e respeitada plataforma de conteúdo do varejo
nacional, a NOVAREJO. Resultado de um trabalho de coleta
de informações meticulosa,o Ranking NOVAREJO Brasileiro
2017 mostra o que nenhum outro do mercado faz: apresenta
o que não está evidente. As grandes oportunidades estão nos
dados que poucos veem.
Em sua terceira edição, este ranking evoluiu. Em seu
primeiro ano, captou do mercado as informações de 200 em-
presas. A edição de 2016 trouxe as 300 maiores companhias do
varejo. Agora, mais do que elevar este número para 350, este
ranking se consolida como referência para o setor e para outros
que buscam entender o mercado de consumo brasileiro. Mais
do que um conjunto de fotografias, este Ranking NOVAREJO
Brasileiro cria um roteiro consistente,em que o varejo é o grande
protagonista que não pode ser isolado das variações dos cenários
econômico e político.
Ao confrontar suas performances com o mercado, con-
siderando o contexto, as empresas do setor têm em mãos uma
ferramenta poderosa para tomada de decisão para o próximo
ano.Somente os dados são capazes de ajudar o varejo nessa tare-
fa,pois estabelecem novas métricas para decisões de longo prazo.
Empresas que buscam análises sólidas como parâmetro para suas
estratégias são as que mais crescem. É por isso que este ranking
também tem como objetivo incentivar as empresas varejistas a
serem mais atentas a dados. Quanto mais informações, maior a
transparência – e essa demanda não é somente do mercado, que
cada vez mais exige que os princípios da governança corporativa
estejam alinhados à gestão,mas é uma exigência dos consumido-
res, que não aceitam mais ser enganados.
Com informações, dados e transparência, o Ranking
NOVAREJO Brasileiro ajuda o varejo a ser mais profissional.
Só evoluímos e crescemos de fato se tivermos referência para
saber onde estamos para depois projetarmos para onde vamos.
Portanto, leia este Ranking NOVAREJO Brasileiro 2017. Em
tempos de incertezas,apenas os números – e os desdobramentos
deles – garantem alguma certeza.“Data is the new oil”,dizem os
especialistas globais. Vamos, então, beber dessa fonte para cons-
truir um varejo mais sólido e consistente. Um varejo cada vez
mais forte. Pode acreditar, todos ganham com isso.
Roberto Meir
6. CENÁRIO ADVERSO DEVE INSPIRAR
VAREJISTAS A REVISAR PROCESSOS
POR JOSÉ LUIZ ROSSI
C omo o mercado já sinalizava em 2015, 2016 se
confirmou um ano de desempenho ruim para o varejo. Um novo
estudo feito para o Ranking NOVAREJO Brasileiro, com base
no desempenho de cerca de três mil empresas de 12 segmentos
entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016, comprovou que o
comércio foi impactado negativamente por fatores que inibiram
os gastos do consumidor, como a recessão econômica, a pressão
inflacionária,o aumento dos juros e o desemprego.
De acordo com o estudo, os principais indicadores da economia
fecharam 2016 no negativo. É o caso do indicador de evolução
nas vendas, que apresentou queda em todos os setores do varejo.
Destaque para os setores de Óticas (-25%), Casa & Decoração
(-18%), Vestuário e Lojas de Departamento (-14,5%), seguidos
de Calçados e Artigos Esportivos (-13,5%) e Materiais de
Construção (-13%).
Da mesma forma, o indicador de endividamento, que demonstra
o percentual das dívidas totais sobre os recursos próprios (capital
dos sócios ou acionistas), registrou alta na maioria dos setores.
Para se ter uma ideia, o setor de Calçados e Artigos Esportivos
teve acréscimo de 182% nas dívidas, em seguida está o setor de
Redes Alimentícias e Fast-food,com alta de 136%.
Já o indicador margem EBITDA, que demonstra a geração
potencial de caixa do comércio, apresentou uma ligeira piora em
2016emrelaçãoaoanoanterior,massemantevepositivoemtodos
os setores, com destaque para Óticas (12,6%), Casa & Decoração
(10,6%), Vestuário e Lojas de Departamento (7,3%) e o setor de
Farmácia,Cosméticos e Perfumaria (7%).
O risco de crédito das empresas também sofreu impacto. Na
categoria “Risco Baixo”, com exceção dos segmentos Atacarejo e
Vestuário e Lojas de Departamentos,que mantiveram os números
anteriores, os demais apresentaram migração para baixo, para
outras classes de risco,em especial para o “Risco Aceitável”.Outro
ponto a destacar foi a expansão da classe de “Risco Default”, com
exceção de Calçados e Artigos Esportivos; e Vestuário e Lojas de
Departamento,que mantiveram os percentuais.
Porém,mesmodiantedodesempenhosombrio,algunsindicadores
do comércio apontam para uma embrionária retomada do
crescimento. É o caso do indicador de rentabilidade sobre o
patrimônio líquido, que registrou alta na maior parte dos setores,
com destaque para Farmácias, Cosmético e Perfumaria (24%),
Livrarias e Papelaria (21%) e Atacarejo (18%).
Cientes da situação desfavorável, comerciantes de alguns
segmentos focaram a redução de custos, com processos mais
eficientes, provando que a situação adversa, gerada pelo menor
volume de vendas,também leva o varejo a rever sua fórmula.
Quando os índices são favoráveis, ineficiência e improdutividade
podem ser camufladas. Por isso, a adversidade no varejo é a
oportunidade para passar em revista todos os processos.Inovação,
criatividade e eficiência operacional deverão estar cada vez mais
presentes na gestão do varejo no País.Este é o momento para que
as empresas repensem estratégias, revejam planos de negócios e
melhorem a competitividade de seus produtos e serviços. Nesse
contexto, o varejo contribui para a geração de novos empregos,
pois o setor é o maior empregador do Brasil, segundo dados da
PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
O consumidor livre da inadimplência é uma das condições para
o comércio voltar a crescer. Nós, da Serasa Experian, temos o
compromisso de atuar por um sistema de crédito sustentável,
ajudando em especial os 61 milhões de inadimplentes a recuperar
a cidadania financeira, além de fornecer serviços que empoderem
o consumidor, como o Serasa Score, ferramenta gratuita que
informa a pontuação de crédito que pode variar de zero a mil e
é usada por instituições financeiras e lojas para calcular o risco
de emprestar dinheiro. Quanto mais alto o score, maiores as
chances de o cidadão honrar compromissos financeiros e ter
acesso facilitado ao mercado de crédito. Retomar a confiança de
consumidores e empresas também é fundamental. Confiar no
futuro leva a população a poupar e a consumir conscientemente.
José Luiz Rossi é presidente da Serasa Experian
6
7. RANKING NOVAREJORANKING NOVAREJO
TRANSFORMANDO DADOS
EM INSIGHTS
POR CASSIANO DIAS
O ano de 2017 vem se mostrando bastante
desafiador para o varejo brasileiro.As vendas caíram 0,2% em abril
em comparação com abril de 2016 segundo o relatório mensal
SpendingPulse Mastercard (baseado nas atividades de vendas na
rede de pagamentos Mastercard e nas estimativas para todas as
outras formas de pagamento,incluindo dinheiro e cheque).
Os dados,que excluem vendas de automóveis,materiais de
construção e restaurantes, sinalizam uma pequena recuperação do
varejo em relação às quedas de 1,4% no primeiro trimestre de 2017
e de 4,6% no último trimestre de 2016.
Apesar dessa tendência de melhora, ainda que tímida, o
alto nível de desemprego e a instabilidade política devem contribuir
para que o ambiente de negócios no País continue bastante
desafiador até o final do ano.
Nosperíodosdeinstabilidadeerecessãocomooqueestamos
vivendo,executivos e empresários procuram repensar estratégias,ser
mais criativos e buscar mais eficiência em suas operações. Nesses
momentos, é ainda mais importante avaliar a situação de mercado,
do negócio e, principalmente, o comportamento de compra dos
consumidores utilizando ferramentas analíticas e dados robustos
para a tomada de decisões mais segura.
Em um mercado cada vez mais dinâmico e complexo
como o varejo, no qual o consumidor tem cada vez mais acesso
a informações sobre produtos e preços e utiliza diversos canais
para comprar, criar ofertas ou serviços relevantes e personalizados
é fundamental. Para isso, é necessário ter uma visão completa do
consumidor, que só é atingida através da busca de fontes de dados
internas e externas e da criação de processo analítico rigoroso de
análise de comportamento de consumo. Com base nos insights
gerados por esses dados e essas análises, é possível ser mais criativo
na concepção de ofertas e tomar decisões mais assertivas.
Imagine, por exemplo, que uma cadeia de
supermercados pode segmentar a base de clientes de seu
programa de fidelidade não apenas com base em informações
de consumo em suas lojas, mas, também, identificando padrões
de consumo de seus clientes em outras indústrias, como
restaurantes, postos de gasolina e companhias aéreas.
Com base nesse tipo de análise, essa cadeia pode
ter um entendimento mais profundo de seus clientes e gerar
insights sobre os seus estilos de vida e padrões de consumo,
influenciando decisões de escolha de sortimento de produtos e
negociações de parcerias.
Também é possível entender o real potencial da
base de clientes por meio de uma análise de gastos no setor,
identificando a parcela de gastos em supermercado e o “share of
wallet”capturado em cada cliente. Em um mercado competivo
como o brasileiro, não basta medir a fidelidade dos clientes por
meio do valor de seu ticket médio e gasto total; é fundamental
saber se todo o valor potencial está sendo capturado, ou seja,
entender uma parcela realmente significativa do total de gastos
de tais clientes, neste caso em supermercados.
Um varejista pode ter um bom entendimento de seus
clientesedesuaperformance,masesseentendimentogeralmente
é limitado a informações internas ou fontes de informações que
muitas vezes não acompanham a velocidade do varejo.
O objetivo da Matercard Advisors é ajudar nossos
clientes de varejo a ter mais informação, rigor analítico e
velocidade em suas análises para otimizar a tomada de decisões,
seja utilizando a base de dados da Mastercard, seja dos próprios
clientes. Tal objetivo é atingido por meio de um amplo
portfólio de serviços de consultoria, ferramentas analíticas e
experiência de 15 anos oferecendo suporte a diversos varejistas
mundiais (incluindo as principais cadeias de supermercados
dos Estados Unidos e redes de fast-food globais) em temas
relacionados a programas de fidelidade,segmentação de clientes,
acompanhamento de market share,mensuração de resultados de
experimentos de mercado (pilotos) e meios de pagamento.
Cassiano Dias é diretor da Mastercard Advisors –
Estabelecimentos Comerciais.
7
8.
9. SUMÁRIO
AS BASES DA CREDIBILIDADE
10
APRESENTAÇÃO, OBJETIVOS, CONCEITOS, CRITÉRIOS E METODOLOGIA
CENÁRIO: O BRASIL E O VAREJO EM 2017
16
UM PANORAMA DE UM DOS PRINCIPAIS SETORES DA ECONOMIA BRASILEIRA
NA BOLSA: FECHADAS PARA A CRISE
126
ENTENDA O COMPORTAMENTO DAS EMPRESAS DE CAPITAL ABERTO DO SETOR
CONCLUSÕES: OS INSIGHTS POR TRÁS DOS DADOS
138
OS IMPACTOS DA ECONOMIA NO VAREJO E OPORTUNIDADES PARA CRESCER
RANKING 350
26
SAIBA QUAIS SÃO AS 350 MAIORES EMPRESAS DO VAREJO BRASILEIRO
INSIGHTS: O VAREJO EM DEZ DIMENSÕES
50
COMPREENDA AS DINÂMICAS E ESTRATÉGIAS DO VAREJO NACIONAL
ANÁLISES SETORIAIS
60
INSIGHTS E DADOS MAIS RELEVANTES DE CADA SEGMENTO
PERSPECTIVAS DO VAREJO PELO MUNDO
132
CONFIRA MERCADOS COM MAIOR POTENCIAL PARA O VAREJO
10. APRESENTAÇÃO
Entre 2015 e 2016, o varejo apresentou seus piores resultados desde
2001, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
com quedas de 4,3% e 6,2% no volume de vendas, respectivamente. Os recuos
representaram uma quebra no desempenho do setor que veio de uma década de
crescimento forte, estimulado pelo aumento da renda da população e disponibi-
lidade excessiva de crédito.
As mudanças no cenário político, porém, sinalizaram um início de recupera-
ção. O impeachment de Dilma Rousseff e os novos direcionamentos da equipe econô-
mica, bem como a expectativa de reformas há muito demandadas pelos empresários,
AS BASES DA
CREDIBILIDADE
MAIS DO QUE NÚMEROS, O RANKING NOVAREJO
BRASILEIRO APRESENTA INSUMOS PARA A
TOMADA DE DECISÃO. EM SUA TERCEIRA EDIÇÃO,
A PUBLICAÇÃO APRESENTA AS ANÁLISES
DE DIVERSOS SEGMENTOS DO VAREJO, AS
MUDANÇAS QUE A CRISE PROVOCOU EM CADA
UM DELES E AS TENDÊNCIAS QUE VÃO MUDAR OS
RUMOS DO SETOR. ENTENDA COMO CHEGAMOS
AOS NÚMEROS DESTA PUBLICAÇÃO
10
11. das famílias representou 64% do PIB brasileiro.Este é o poten-
cial do mercado doméstico, que pode crescer ainda mais.
O Ranking NOVAREJO Brasileiro 2017 apresenta os
resultados de um estudo realizado pelo Centro de Inteligência
Padrão – CIP, em parceria com a Serasa Experian e a Master-
card, que investigou o comportamento das principais empresas
do varejo brasileiro, mostrando como o setor será o protagonis-
ta da recuperação econômica nacional.
Entre osnúmerosmaisimportantesdorankingque serão
apresentadosnaspróximaspáginas,destacam-se:
1.Ofaturamentodas350maioresvarejistasbrasileiras
cresceu 12,1%em2016.
2.Onúmerode lojasdas350maioresexpandiu8%em2016.
3.Arentabilidade porlojacresceu5,5%.
4.As350maioresempregaram1,32milhãode pessoas,6,5%
menosque em2015.
5.Aprodutividade médiaporfuncionárioaumentou9,3%.
OBJETIVOS
O varejo é um dos principais setores da economia, seja
em termos de geração de riqueza, seja em quantidade de em-
presas. Ainda hoje, porém, é um dos setores mais carentes de
informações e conhecimento para a tomada de decisão, visto
que é um setor pulverizado.
Considerando esta realidade, o Ranking NOVAREJO
Brasileiro tem o objetivo de prover o mercado do mais comple-
to panorama do setor no País, apresentando dados, análises e
insights valiosos, que foram aprimorados em relação à edição
de 2016. Com grande repercussão perante o mercado varejis-
ta em sua segunda edição, o Ranking NOVAREJO Brasileiro
evoluiu enquanto referência para consulta e definição de es-
tratégias relacionadas ao negócio, visando ao crescimento e à
profissionalização das empresas do setor.
Em virtude da carência de dados das empresas e do
setor, alguns dados do Ranking foram estimados pelo merca-
do ou pela equipe do Centro de Inteligência Padrão - CIP, e
não puderam ser auditados. Por essa razão, este material não
deve ser considerado como documento oficial com caráter
contábil. Ainda assim, as análises aqui contidas oferecem uma
referência válida e valiosa a respeito do momento atual e das
tendências do setor varejista.
como a Trabalhista e a Previdenciária, colaboraram para certa
recuperação dos índices de confiança do consumidor e do in-
vestidor, mas não foram suficientes para reverter a tendência de
queda da economia e das vendas no varejo. Em 2016, o PIB caiu
3,6%, em relação a 2015.
Como se não bastassem os números, os impasses
políticos seguiram cada vez mais fortes. O primeiro semes-
tre de 2017 foi marcado por novos escândalos em Brasília,
envolvendo o novo Governo. Neste momento, em que este
Ranking NOVAREJO Brasileiro 2017 está sendo finali-
zado, o País segue polarizado. Há divergências entre os
próprios agentes políticos, que protagonizam a votação das
medidas, como entre a população.
Enquanto as pessoas não se entendem, políticas não
são implantadas e a crise se alastra, postos formais de trabalho
no País são fechados aos milhares todos os meses. Em 2016, o
mercado de trabalho encerrou com saldo negativo de 448 mil
vagas – quase metade dessas vagas vem do comércio: 228 mil,
segundo dados do Ministério do Trabalho. O número de lojas
fechadas entre 2015 e 2016, segundo a Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), passou dos
200 mil estabelecimentos, acompanhado da escalada de pedi-
dos e decretos de falência e recuperações judiciais.
Apesar da crise, porém, e dos duros desafios postos à
mesa, o potencial do varejo é seu maior trunfo. O setor é o
maior empregador privado do País e continua a ganhar espaço
em meio a um cenário de profunda recessão. Se antes produti-
vidade e eficiência eram importantes, hoje são elas que definem
quem sobrevive à turbulência e quem terá sucesso quando a
atividade econômica for retomada.
O varejo pode ser identificado como o núcleo de uma
economia. É o setor responsável por unir dois elos da cadeia
de consumo: os produtores, geralmente da indústria, e os con-
sumidores. Além de permitir a interação entre esses atores, é
também responsável pelo sortimento de produtos disponíveis
para comercialização, o que abre grandes oportunidades e no-
vos mercados dentro daqueles que já se consolidaram. Não é
apenas a indústria e as universidades e institutos de pesquisas
que lideram a inovação, embora sejam os campos tradicionais
do desenvolvimento de novas ideias. O varejo é, hoje, uma nova
fronteira para a disrupção.
E o que não falta ao setor é espaço para se expandir.
Apenas para ilustrar, em 2016, ano de crise aguda, o consumo
RANKING NOVAREJO
11
12. CONCEITOS
VAREJO
O varejo inclui todas as atividades relativas à venda de bens
e serviços diretamente aos consumidores finais para uso pessoal,se-
gundo Philip Kotler, professor de Marketing da Kellogg Graduate
School of Management. Considerando essa definição, varejista é
qualquer instituição que tenha como atividade a venda de produ-
tos ou serviços ao consumidor final, não importa qual seja o canal
utilizado para isso.Toda transação que ocorre em uma loja, na in-
ternet, por telefone, televisão ou na casa do consumidor, envolven-
do atividades relacionadas à venda direta de produtos e serviços aos
consumidores finais, para uso pessoal, não relacionado a negócios,
caracteriza-se como varejo.
Para Juracy Gomes Parente, professor do Departamento
de Mercadologia da FGV-EAESP, o varejo consiste em todas as
atividades que englobam o processo de venda de produtos e serviços
para atender a uma necessidade pessoal do consumidor final.
PIBDOVAREJOBRASILEIRO
O cálculo do PIB do varejo brasileiro é baseado no con-
sumo final das famílias, um dos componentes do PIB do País. Sua
identidade macroeconômica básica é dada por:
PIB = C + I + G + X – M
Em que:
C – Representa o consumo privado ou consumo final das famílias
I – É a totalidade de investimentos realizada no período
G – Corresponde aos gastos do governo
X – É o volume de exportações
M – É o volume de importações
O consumo final das famílias diz respeito aos gastos para
a aquisição de bens ou serviços, ou seja, refere-se a tudo o que as
famílias gastaram no ano, seja na compra de uma geladeira, seja na
compra de produtos de higiene pessoal,medicamentos,alimentação
fora de casa ou materiais para construção e reforma da casa.E todos
esses são produtos consumidos por meio do varejo.
Dessa forma,o consumo final das famílias é utilizado neste
estudo para o cálculo do PIB do varejo brasileiro, sendo ambos os
valores equivalentes entre si.
FATURAMENTOLÍQUIDO
Faturamento líquido da empresa é o faturamento bru-
to proveniente da venda de produtos e serviços e da revenda de
mercadorias, mais crédito-prêmio de IPI, deduzidos dos impostos
incidentes sobre as vendas, ou seja, aqueles que guardam propor-
cionalidade com o preço de venda (ICMS, PIS/PASEP sobre fa-
turamento, COFINS etc.), IPI, vendas canceladas, abatimentos e
descontos incondicionais.
O faturamento líquido é calculado da seguinte forma:
FATURAMENTO BRUTO
(vendasdeprodutos+vendasdemercadorias+prestaçãodeserviços)
(-) DEDUÇÕES DO FATURAMENTO BRUTO
(devoluções de vendas,abatimentos,impostos e
contribuições incidentes sobre vendas)
= FATURAMENTO LÍQUIDO
CRESCIMENTODOFATURAMENTO
O indicador mensura a evolução do faturamento líqui-
do da empresa em relação ao ano anterior. O cálculo é feito da
seguinte forma:
Crescimento do faturamento = (faturamento líquido 2016/
faturamento líquido 2015)-1
RENTABILIDADEPORLOJA
O conceito de rentabilidade por loja é apresentado neste
material para fins de análise e não representa o valor real da rentabi-
lidade em cada loja da empresa.Ele representa o faturamento médio
produzido por loja,ou seja,o quão rentável é cada loja.O indicador
foi calculado da seguinte forma:
Rentabilidade por loja = faturamento líquido/número de lojas
VARIAÇÃODARENTABILIDADEPORLOJA
A variação da rentabilidade por loja mensura quanto a ren-
tabilidade por loja da empresa cresceu ou diminuiu de 2015 para
2016.O indicador é calculado da seguinte forma:
Variação da rentabilidade por loja = (rentabilidade por loja
2016/rentabilidade por loja 2015) – 1
PRODUTIVIDADEPORFUNCIONÁRIO
O conceito de produtividade por funcionário foi desenvol-
vido apenas para a geração das análises e não representa o valor real
da produtividade dos funcionários da companhia. Ele representa
quanto cada funcionário teria gerado de faturamento para a empre-
sa,em média.O indicador é calculado da seguinte forma:
Produtividade por funcionário = faturamento líquido/número
de funcionários
VARIAÇÃODAPRODUTIVIDADE
PORFUNCIONÁRIO
A variação da produtividade por funcionário mensura
quanto a produtividade do colaborador da empresa cresceu ou dimi-
nuiu de 2015 para 2016.O indicador é calculado da seguinte forma:
Variação da produtividade por funcionário = (produtividade
porfuncionário2016/produtividadeporfuncionário2015)-1
12
13. EBITDA
EBITDA representa o lucro da companhia antes de ju-
ros,impostos,depreciação e amortização.É um indicador financeiro
bastante utilizado pelas empresas de capital aberto e pelos analistas
de mercado.De forma geral,o EBITDA representa a geração ope-
racional de caixa da companhia,ou seja,o quanto a empresa gera de
recursos apenas em suas atividades operacionais, sem considerar os
efeitos financeiros e de impostos.Esse indicador é usado pelos ana-
listas para estimar a geração de caixa operacional pela companhia.
O conceito de EBITDA utilizado neste material é o de-
finido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A CVM
editou no dia 04/10/2012 a Instrução 527/12, que dispõe sobre
a divulgação voluntária de informações de natureza não contábil,
como o EBITDA.O objetivo da Instrução é uniformizar a divulga-
ção desses dados, a fim de melhorar o nível de compreensão dessas
informações e torná-las comparáveis entre as companhias abertas.
LUCROLÍQUIDO(PREJUÍZOLÍQUIDO)
O lucro líquido representa o lucro restante depois que todo
o custo e as despesas (incluindo impostos) foram deduzidos do fa-
turamento total em um determinado período.Se o resultado é posi-
tivo,chamamos de lucro; se é negativo,de prejuízo.
PARTICIPAÇÃODECAPITAISDETERCEIROS
(GRAUDEENDIVIDAMENTO)
A composição dos recursos da empresa pode abranger
tanto recursos de terceiros, como recursos próprios. Este indicador
apresenta uma medida comparativa entre o volume de recursos de
terceiros e recursos próprios.O ideal é que o valor seja o menor pos-
sível.O cálculo deste indicador se dá pela seguinte fórmula:
Participação de capitais de terceiros = (Capitais de terceiros/
Patrimônio Líquido) x 100
COMPOSIÇÃODOENDIVIDAMENTO
Asobrigaçõesda empresasão classificadasno balanço patri-
monial em dois grupos,os de curto prazo (Passivo Circulante) e os de
longo prazo (Exigíveis a Longo Prazo). A composição do endivida-
mento é de grande importância para a empresa,uma vez que,quanto
maior o valor do índice,maior parte das obrigações a empresa terá de
pagar no curto prazo.O cálculo se dá pela seguinte fórmula:
Composição do Endividamento = (Passivo Circulante/
Capitais deTerceiros) x 100
IMOBILIZAÇÃODOPATRIMÔNIOLÍQUIDO
A aplicação dos recursos da empresa em ativos perma-
nentes (de baixa liquidez) é relevante, uma vez que, destinada
grande parcela de capital próprio para tal finalidade, pouco fica
disponível para financiar o ativo circulante. Se grande parte dos
recursos se imobiliza com ativos permanentes, a empresa começa
a depender de capital de terceiros para financiar sua atividade. A
fórmula do cálculo é:
Imobilização de Patrimônio Líquido = (Ativo Permanente/
Patrimônio Líquido) x 100
IMOBILIZAÇÃODOSRECURSOS
NÃOCORRENTES
Este indicador, assim como o descrito acima, faz a análise
da imobilização dos passivos,incluindo,além dos recursos próprios,
os recursos de terceiros de longo prazo. O financiamento dos ati-
vos permanentes com recursos de terceiros não se faz um problema,
desde que a vida útil do ativo e o prazo do financiamento sejam
compatíveis.O cálculo é realizado pela seguinte fórmula:
Imobilização de Recursos não Correntes = [Ativo Permanente/
(Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo)] x 100
LIQUIDEZGERAL
A liquidez geral diz respeito à capacidade que a empresa
tem (em termos de ativos não permanentes) de cumprir suas obri-
gações.O cálculo da liquidez é realizado da seguinte forma:
Liquidez Geral = (Ativo Circulante + Realizável a
Longo Prazo)/(Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo)
LIQUIDEZCORRENTE
Este indicador avalia a capacidade de quitar as dívidas de
curto prazo com os recursos de elevada liquidez. Quanto maior o
valor do indicador,mais confortável a situação da empresa para ma-
nejar prazos.O cálculo é realizado da seguinte forma:
Liquidez Corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante
LIQUIDEZSECA
O Índice de Liquidez Seca leva em conta apenas os ativos
circulantes,excluídos os estoques,devido a diversos riscos associados
a eles, assim como a relativa incerteza de sua liquidez. Ressalta-se
que a análise individual deste indicador não é de grande valia, pois
existe uma faixa neutra que parte de um valor inferior (não determi-
nado) até 1 que não traz grandes conclusões. Acima desta faixa há
melhora da situação financeira da empresa e abaixo há piora.
Liquidez Seca = (Ativo Circulante – Estoques)/
Passivo Circulante
Para a padronização dos cálculos,esta forma é uma simpli-
ficação das apresentadas nas literaturas.
GIRODOATIVO
O Giro do Ativo faz a relação direta da quantidade ven-
dida pela empresa com o montante investido. De forma genérica,
pode se falar que este indicador mede o desempenho comercial da
empresa.Sua análise se torna mais completa quando realizada com
a Margem Líquida, explicada a seguir. Isso se dá, principalmente,
pelo fato de que algumas empresas podem optar por vender menos
RANKING NOVAREJO
13
14. produtos a um preço superior,o que permite uma margem de lucro
maior,apesar de um baixo giro de capital.O Giro do Ativo é calcu-
lado da seguinte forma:
Giro do Ativo = Vendas Líquidas/Ativo
MARGEMLÍQUIDA
A margem líquida aponta o percentual das vendas que re-
sultaram em lucro líquido. Pode ocorrer casos em que estes indica-
dores apresentem valores negativos,configurando,assim,o prejuízo
da empresa.O cálculo é realizado da seguinte forma:
Margem Líquida = (Lucro Líquido/Vendas Líquidas) x 100
RENTABILIDADEDOATIVO
O retorno mensurado em relação ao montante total in-
vestido (Ativo) é uma medida do potencial de geração de lucros da
empresa.Seu cálculo se dá por:
Rentabilidade do Ativo = (Lucro Líquido/Ativo) x100
RENTABILIDADEDOPATRIMÔNIOLÍQUIDO
A rentabilidade do Patrimônio Líquido traz a rentabilida-
de do capital próprio investido, podendo servir de medida compa-
rativa a outras opções de investimento disponíveis no mercado.Seu
cálculo é dado por:
Rentabilidade do Patrimônio Líquido = {Lucro Líqui-
do /[(Patrimônio Líquido em 31/12/2015 + Patrimônio Líquido em
31/12/2016)/2]} x100
CRITÉRIOS
CLASSIFICAÇÃO
A classificação dos grupos e das empresas varejistas no
Ranking foi baseada no faturamento líquido. Quando da im-
possibilidade de encontrar o faturamento líquido, foi utilizado o
faturamento bruto.
Nos casos de faturamentos iguais, o segundo critério
utilizado na classificação das empresas foi o número de lojas. E,
em terceiro lugar, foi considerado o número de funcionários.
DADOS
Os dados utilizados neste material referem-se ao final do
exercício de 2016, apenas das operações no Brasil. O faturamento
é o contabilizado e registrado pela empresa no referido exercício.
O número de lojas e funcionários corresponde ao que a empresa
possuía em 31/12/2016. Esse critério foi adotado para permitir
que os cálculos de crescimento, rentabilidade por loja e produti-
vidade por funcionário fossem realizados utilizando uma mesma
base e que as análises e os insights gerados a partir deles tivessem
consistência e validade.
Além disso, sempre que possível, foram utilizados apenas
os dados das operações de varejo das empresas, nos casos em que
estas atuam em mais de um ramo de atividade.
ESTRUTURA
O Ranking NOVAREJO Brasileiro 2017 é constituí-
do por duas partes.
A primeira apresenta o ranking geral dos 350 maiores
grupos varejistas do País, trazendo dados, como faturamento
líquido do exercício de 2016, crescimento do faturamento, nú-
mero de lojas, número de funcionários, sede (cidade e Estado),
presidente ou principal executivo e bandeiras com que operam.
O ranking geral utiliza a abordagem de grupos ou,
quando não pertencente a nenhum grupo, de empresas indivi-
duais.Dessa forma,esse ranking é constituído tanto por grupos
como o GPA, como por empresas, como a C&A.
Na segunda parte deste material, são apresentados os
rankings por segmento. Nesses rankings, os grupos que atu-
am em mais de um segmento de varejo foram desmembrados
em suas respectivas unidades de negócio. O GPA foi dividido
em Multivarejo (atuação em super e hipermercados), Via Va-
rejo (eletroeletrônicos e móveis), CNova (e-commerce) e Assaí
(atacarejo).
Por outro lado, os grupos cujas unidades de negócio
possuem atuação no mesmo segmento foram mantidos unifi-
cados nos rankings por segmento.Este é o caso do Grupo Boti-
cário, em que O Boticário, quem disse, berenice?, Eudora e The
Beauty Box atuam no segmento de cosméticos e perfumaria.
Por fim, é importante mencionar que nem todas as
empresas que constam do ranking geral estão presentes nos
rankings setoriais. Para a elaboração de um ranking setorial, é
necessária uma amostra de, no mínimo, cinco empresas repre-
sentativas que atuem no mesmo segmento.
O Ranking NOVAREJO Brasileiro 2017 também
conta com cinco seções de análises sobre o varejo:
1. Cenário: o Brasil e o Varejo em 2017
2. Insights: o Varejo em Dez Dimensões
3. Análises Setoriais
4. Na Bolsa: Fechadas para a Crise
5. Perspectivas do Varejo Pelo Mundo
6. Conclusões: os Insights por Trás dos Dados
METODOLOGIA
ESCOPO
Para a realização de um trabalho consistente e estru-
turado que permitisse a realização de cruzamentos e análises
relevantes para o mercado, foram identificados e utilizados
neste material os principais segmentos do varejo, devido à sua
14
15. relevância no faturamento do setor. Sem isso, não seria possível
cumprir o principal objetivo deste estudo – prover o mercado
de análises e insights valiosos.
Em vista deste escopo,os rankings presentes neste mate-
rial não priorizaram somente o tamanho das empresas. Para que
a realização das análises fosse possível e tivesse representatividade
para os segmentos abordados, além do tamanho da empresa tam-
bém houve a preocupação de garantir que cada segmento fosse
representado por, no mínimo, seus cinco maiores players, mesmo
que estes não fossem tão representativos em termos de tamanho
para o varejo geral. Dessa forma, nos rankings geral e setorial há
empresas que não estão entre as maiores do País, mas que estão
entre as maiores de seu segmento de atuação.
Os grupos e as empresas presentes neste material fo-
ram levantados por meio de questionários primários, de edi-
ções da revista NOVAREJO, de dados de associações setoriais
e instituições do varejo e de outros rankings do mercado, fontes
secundárias especializadas, além de estimativas de faturamento
baseadas em projeções de crescimento divulgadas pelas pró-
prias empresas também nas fontes mencionadas.
SEGMENTOS
O Ranking NOVAREJO Brasileiro 2017 aborda 12 seg-
mentos. Devido à semelhança de formatos de negócio e de pro-
dutos comercializados, alguns segmentos foram agrupados na sua
apresentação e análises.Os segmentos avaliados são os seguintes:
1. Atacarejo e Cash & Carry
2. Calçados
3. Casa & Decoração
4. E-commerce
5. Eletroeletrônicos e Móveis
6. Farmácias, Cosméticos e Perfumaria
7. Livrarias e Papelarias
8. Materiais de Construção
9. Óticas
10. Redes Alimentícias e Fast-food
11. Super e Hipermercados
12. Vestuário e Lojas de Departamento
É importante ressaltar que o segmento de E-commer-
ce é contemplado apenas por empresas de e-commerce puro,ou
seja, aquelas que iniciaram suas atividades no ambiente virtual,
sem lojas físicas.
LEVANTAMENTO E COLETA DE DADOS
Os dados e as informações contidas neste material
foram levantados e coletados por meio de fontes primárias e
secundárias. Por fontes primárias, entende-se o que foi enviado
por meio de questionários para as próprias empresas varejistas,
tanto de capital aberto quanto de capital fechado. Nos casos
de dados informados pelas companhias de capital fechado, que
não divulgam seus demonstrativos de resultados, não podendo
ser verificados pela equipe do Centro de Inteligência Padrão
– CIP, eles são responsabilidade da própria empresa que os en-
viou. Nesse sentido, todas as empresas que enviaram seus dados
via questionário para este estudo concordaram com o Termo de
Responsabilidade dele constante, que segue:
O respondente deste questionário e a empresa a que repre-
senta se responsabilizam pela veracidade dos dados e das informações
aqui preenchidos. Isto significa que o respondente e a empresa são
responsáveis por garantir que os dados e as informações presentes neste
questionário e entregues à equipe do Centro de Inteligência Padrão –
CIP são os oficiais da empresa e, portanto, verdadeiros.
Os dados informados pelas companhias de capital
aberto, além de contarem com o Termo de Responsabilidade,
também foram comparados com os dados e as informações
contidos nos demonstrativos de resultados e relatórios anuais
publicados pela empresa.
Além disso, como poucas empresas são de capital
aberto, houve a necessidade de recorrer a fontes secundárias
especializadas para obter as informações faltantes. Esses dados
são considerados aproximados, em vista da impossibilidade de
serem verificados. Também há dados estimados, valendo-se da
utilização de valores do dólar comercial e do euro para cálculo
dos faturamentos líquidos.
Foram levantados dados para o ranking em si e para as
análises. Os dados apresentados no ranking são considerados
básicos. Por outro lado, também foram levantados dados consi-
derados mais estratégicos e que são utilizados apenas de forma
consolidada para fins de análises e geração de insights. Alguns
desses dados são EBITDA, lucro líquido, CAPEX, expansão,
investimentos em lojas,gestão de risco,planejamento estratégi-
co, turnover, benefícios oferecidos a colaboradores, investimen-
tos em TI (Tecnologia da Informação), gestão do atendimento,
taxa de conversão do e-commerce, entre outros.
O Ranking NOVAREJO Brasileiro 2017 conta mais
uma vez com dados inéditos gerados pela Serasa Experian a partir
de uma amostra de mais de 3.000 empresas dos 12 segmentos
analisados neste ranking.Para serem contempladas,foram selecio-
nadas empresas com balanços válidos e encerrados em 31/12/2015
e 31/12/2016, com ativo total ou faturamento anual acima de R$
25 milhões, constantes da base da empresa em julho de 2016. A
partir dessa base, foram calculados os principais indicadores eco-
nômico-financeiros, como evolução real de vendas, margem EBI-
TDA, endividamento e, também, indicadores de risco, como a
probabilidade de inadimplência. Este conteúdo inédito vem enri-
quecer e aprimorar as análises propostas neste ranking e contribuir
para a consecução do propósito deste material: prover ao mercado
o mais completo panorama do setor varejista no País.
RANKING NOVAREJO
15
17. RANKING NOVAREJO
17
O Brasil apresenta um mercado consumidor com enorme potencial,
tanto para o empresariado nacional quanto para investidores estrangeiros interes-
sados em expandir suas operações para os mercados emergentes. Para termos uma
ideia dessa grandeza,historicamente,o consumo das famílias brasileiras represen-
ta algo em torno de 60% a 65% do Produto Interno Bruto (PIB),conforme mostra
o gráfico 1. Hoje, estamos entre os dez maiores países consumidores do mundo, e
a expectativa é de que até 2030 o País esteja entre os top 5 globais.
Antes da crise político-econômica que assola o País desde o final de 2014, a
economia brasileira investiu em instrumentos de estímulo ao consumo, como o au-
mento da distribuição de renda e da renda per capita, abrindo espaço para a entrada
de milhões de brasileiros no mercado consumidor.
RANKING NOVAREJO
O varejo sentiu o peso da crise nos últimos
dois anos. Mas os números mostram que a
fase mais aguda da recessão ficou para trás.
Entenda o cenário e as expectativas para o setor
17
POR DANIEL HERNANDES
18. 18
Além disso, nesse período, o Brasil passou por um crescimento qualitativo e quantitativo da força de trabalho, que esti-
mulou aumentos de produtividade em diversos setores da economia, incluindo o varejista.
No entanto, desde a eclosão da crise, fatores determinantes para a expansão da atividade comercial foram fragilizados.
Entre eles, a confiança para fazer novos negócios e a capacidade das instituições públicas de promover o correto funcionamento
da economia. O resultado foi uma queda no PIB de 3,8% em 2015, seguida de outra de 3,6% em 2016. Nas páginas a seguir,
veremos mais detalhes da situação atual da economia brasileira, que busca trilhar um caminho de recuperação já no ano de 2017.
ATIVIDADE ECONÔMICA
O gráfico 2 ilustra a variação do PIB e do consumo das famílias brasileiras nos últimos cinco anos. Depois de taxas de
crescimento do PIB de 1,9%, 3% e 0,5% entre 2012 e 2014, a trajetória de expansão econômica foi interrompida. Note que o
consumo, principal componente do PIB, apresentou as mesmas tendências no período, e experimentou quedas de 3,9% e de 4,3%
no final de 2015 e 2016, respectivamente.
A análise do comportamento das curvas traz reflexões mistas, porém otimistas: continuamos em recessão, pois permane-
cemos no território de variação negativa, tanto do PIB quanto do consumo no final do primeiro trimestre de 2017. No entanto,
a inflexão das curvas iniciada no segundo trimestre de 2016 indica que a fase mais crítica da crise ficou para trás, abrindo espaço
para o atual processo de recuperação econômica.
Vale mencionar os efeitos do direito ao saque dos saldos das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tem-
po de Serviço) no primeiro semestre de 2017: do total de R$ 43 bilhões previstos para saque ao longo do ano, 40% seriam
destinados à quitação de dívidas e outros 13% ao consumo – representando uma injeção de R$ 12 bilhões a R$ 16 bilhões no
comércio varejista.
EVOLUÇÃO DO CONSUMO DAS FAMÍLIAS
(percentual em relação ao PIB)
66%
65%
64%
63%
62%
61%
60%
59%
(%DOPIB-VALORESNOMINAIS)
2010T1
2010T4
2011T3
2012T2
2013T1
2013T4
2014T3
2015T2
2016T1
2016T4
FONTE: IBRE/FGV | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
Gráfico 1 - Evolução do Consumo das Famílias
19. RANKING NOVAREJO
19
Os três principais segmentos
de atividade – a indústria, o comércio e
os serviços – foram afetados com bas-
tante intensidade durante os últimos
dois anos de crise. A variação do Índi-
ce de Volume de Comércio, divulgado
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), por exemplo, apre-
sentou uma variação negativa absoluta
de 14% entre abril de 2013 e julho de
2016, saindo de um crescimento de 7%
para uma retração equivalente de 7% no
período. O Índice de Volume de Servi-
ços e o Índice de Produção Industrial,
analogamente, apresentaram variações
negativas aproximadas de 9% e 11% no
mesmo período.
Felizmente, essa trajetória re-
cessiva pode estar com seus dias con-
tados, com base no comportamento
das curvas a partir do segundo semes-
tre de 2016, como mostra o gráfico 3.
Ao que tudo indica,as empresas que se
organizaram, promoveram melhorias
estruturais e tiveram a competência de
passar por esses anos de turbulência
serão recompensadas com aumento de
faturamento no futuro próximo.
No entanto, muitas empresas
não sobreviveram à tempestade: da-
dos da Serasa Experian apontam que
1.287 empresas entraram com pedido
de recuperação judicial em 2015 – um
aumento de 55,4% em relação ao ano
anterior. Adicionalmente, o número
de empresas que decretaram falência
aumentou 16,4% no mesmo período.
O ano de 2016 seguiu trajetória pare-
cida, com 1.863 pedidos de recupera-
ção judicial – aumento de 44,8% em
relação ao ano anterior – e um aumen-
to de falências na ordem de 12,2% no
mesmo período.
Gráfico 2 - Evolução do PIB e do Consumo das Famílias
FONTE: IBGE | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
EVOLUÇÃO DO PIB E
DO CONSUMO DAS FAMÍLIAS
(variação dos últimos 4 trimestres, em relação aos 4 trimestres imediatamente anteriores)
4%
2%
0%
-2%
-4%
-6%
(%)
1ºTrim.2012
3ºTrim.2012
1ºTrim.2013
3ºTrim.2013
1ºTrim.2014
3ºTrim.2014
1ºTrim.2015
3ºTrim.2015
1ºTrim.2016
3ºTrim.2016
1ºTrim.2017
PIB CONSUMO DAS FAMILIAS
FONTE: IBGE | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
Gráfico 3 - Evolução dos Índices de Setores Econômicos
EVOLUÇÃO DOS ÍNDICES DE
SETORES ECONÔMICOS
(variação dos últimos 12 meses, em relação aos 12 meses imediatamente anteriores)
7%
4%
1%
-2%
-8%
-11%
(%)
VOLUME DE SERVIÇO
-5%
VOLUME DE COMÉRCIO PRODUÇÃO INDUSTRIAL
nov/12
mai/13
nov/13
mai/14
nov/14
mai/15
nov/15
mai/16
nov/16
mai/17
20. 20
MERCADO DE
TRABALHO E CRÉDITO
O cenário se mostrou igualmen-
te desafiador para as famílias nesse perí-
odo de crise político-econômica. Como
pode ser visto no gráfico 4, a taxa de
desemprego divulgada pelo IBGE – que
flutuou entre 7% e 8% entre 2012 e 2014
– subiu acentuadamente até março de
2017, atingindo uma máxima de 13,7%.
Como o mercado de trabalho funciona
com uma dinâmica defasada em relação
às variações na atividade econômica, os
sinais de recuperação devem aparecer
apenas em 2018.
A ampliação do mercado de tra-
balho formal foi essencial para a expan-
são do mercado consumidor interno nos
anos pré-crise. Trabalhadores com car-
teira de trabalho assinada tendem a ter
rendas maiores destinadas às compras.
Como pode ser visto no gráfico 5, quase
3 milhões de pessoas deixaram o merca-
do formal nos últimos dois anos. Com
isso em mente, é imprescindível que haja
uma recuperação da oferta de postos for-
mais para que o mercado consumidor in-
terno atinja seu potencial.
Além de depender da geração de
mais empregos, a recuperação do merca-
do interno também depende da melhoria
de renda da população. Em cenários de
incerteza no mercado de trabalho, como
vivemos atualmente, é comum que pes-
soas empregadas se comportem como
se estivessem desempregadas, limitando
seus gastos ao máximo.
Dados da CNC (Confedera-
ção Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo) mostram que o
percentual de famílias endividadas (grá-
fico 6) diminuiu ao longo dos últimos
dois anos, saindo de 62,4% em maio de
FONTE: IBGE | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
Gráfico 5 - Emprego com Carteira Assinada
EMPREGO COM
CARTEIRA ASSINADA
36.100
EMMILHARESDEPESSOAS
Gráfico 4 - Evolução do Rendimento Real e Taxa de Desemprego
EVOLUÇÃO DO RENDIMENTO REAL
E TAXA DE DESEMPREGO
FONTE: IBGE | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
2.200
RENDIMENTOMENSAL(R$)
RENDIMENTO MÉDIO
(COMÉRCIO)
RENDIMENTO MÉDIO TAXA DESEMPREGO
2.100
2.000
1.900
1.800
1.700
1.600
14
13
12
11
10
9
8
7
6
TAXADEDESOCUPAÇÃO(%)
abr/12
ago/12
dez/12
abr/13
ago/13
dez/13
abr/14
ago/14
dez/14
abr/15
ago/15
dez/15
abr/16
ago/16
dez/16
abr/17
35.600
35.100
34.600
34.100
33.600
33.100
fev/15
abr/15
jun/15
ago/15
out/15
dez/15
fev/16
abr/16
jun/16
ago/16
out/16
dez/16
fev/17
abr/17
21. 21
2015 para 57,6% em maio desse ano.
Levando em consideração a fragilida-
de do mercado de trabalho, tudo indica
que essa diminuição esteja relacionada à
queda de consumo das famílias.
Considerando as famílias que
estão endividadas, o número daque-
las com contas atrasadas (gráfico 7)
aumentou consideravelmente nesse
mesmo período, saindo de 33,8% para
42,1%. Na mesma linha, o número de
famílias com contas atrasadas, que fi-
caram sem condições de pagar (gráfi-
co 8), foi bastante semelhante, ou seja,
também aumentou.
Uma das saídas para sobreviver
aos momentos de turbulência é recor-
rer ao crédito. Essa é uma opção viável
e funciona em muitos países do mundo,
mas no Brasil o custo de financiamen-
to é muito alto. Tanto as empresas, que
precisam de capital de giro para manter
sua operação em funcionamento, como
o consumidor, que precisa de crédito
para manter suas contas em dia, pode-
riam manter a máquina girando se os
prêmios de risco, ou seja, os juros, fos-
sem menores, tornando o sistema de
crédito funcional e sustentável.
Os gráficos 9 e 10 mostram a
evolução dos juros médios de alguns ins-
trumentos de crédito – cheque especial,
crédito não consignado, cartão de crédi-
to, capital de giro rotativo – praticados
pelas instituições financeiras brasileiras.
Perceba o comportamento das
curvas: conforme a crise se aprofun-
da entre 2015 e 2016, as taxas médias
aumentam drasticamente. O caso mais
contundente é o do cheque especial,
cujos juros praticamente dobram no
período analisado, saindo de aproxi-
madamente 170% ao ano para 330% a
Gráfico 6 - % Famílias Endividadas
FONTE: CNC | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
FAMÍLIASENDIVIDADAS
(% do total de famílias)
67%
63%
59%
55%
mai/12
nov/12
mai/13
nov/13
mai/14
nov/14
mai/15
nov/15
mai/16
nov/16
mai/17
Gráfico 7 - Percentual de famílias com Contas Atrasadas
FONTE: CNC | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
COM CONTAS ATRASADAS
(% dos endividados)
44%
29%
mai/12
nov/12
mai/13
nov/13
mai/14
nov/14
mai/15
nov/15
mai/16
nov/16
mai/17
39%
34%
Gráfico 8 - Percentual de Famílias Sem Condições de Pagar
FONTE: CNC | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
SEM CONDIÇÕES DE PAGAR
(% do total de famílias)
41%
37%
33%
29%
mai/12
nov/12
mai/13
nov/13
mai/14
nov/14
mai/15
nov/15
mai/16
nov/16
mai/17
22. 22
340% ao ano. Com isso, pessoas físicas e jurídicas em situação
de fragilidade financeira acabam assumindo dívidas cada vez
mais difíceis de quitar, gerando um ciclo vicioso que envolve
aumento da inadimplência e dos juros.
Quando o preço dos empréstimos sufoca demais o
tomador, é natural que as taxas de inadimplência aumentem,
e no caso brasileiro esse processo tende a se retroalimentar.
No gráfico 11, é possível observar essa tendência tanto no
caso da carteira de crédito de pessoas jurídicas, quanto no
de pessoas físicas.
Note que o aumento progressivo da carteira de crédito da
pessoa jurídica (PJ) cessou no início de 2016,saindo de um patamar
de aproximadamente 29% do PIB para um pouco mais de 23% em
abril de 2017. Um dos componentes que ajudam a entender essa
dinâmica é justamente o aumento da inadimplência da carteira ini-
ciado na virada de 2014 para 2015.A carteira de crédito da pessoa
física (PF) apresentou a mesma tendência,mas de modo bem mais
suave. Afinal, o consumidor tem mais facilidade para adaptar seus
gastos em períodos de crise do que as empresas,que possuem obri-
gações e contratos com fornecedores,funcionários etc.
Gráfico 9 – Evolução dos Juros Médios para Pessoa Física
FONTE: BCB | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
EVOLUÇÃO DOS JUROS MÉDIOS
PARA PESSOA FÍSICA
330
abr/11
out/11
abr/12
abr/13
out/13
abr/14
out/14
abr/15
out/15
abr/16
out/16
out/12
abr/17
280
230
180
130
(%AAA-CHEQUEESPECIAL)
(%AA-CARTÃO&NÃOCONSIGNADO
150
130
110
90
70
50
NAO CONSIGNADOCHEQUE ESPECIAL CARTÃO DE CRÉDITO TOTAL
Gráfico 10 – Evolução dos Juros Médios para Pessoa Jurídica
FONTE: BCB | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
EVOLUÇÃO DOS JUROS MÉDIOS
PARA PESSOA JURÍDICA
340
abr/11
out/11
abr/12
abr/13
out/13
abr/14
out/14
abr/15
out/15
abr/16
out/16
out/12
abr/17
300
260
220
180
(%A.A.-CHEQUEESPECIAL)
(%A.A.-CARTÃO&GIROROTATIVO
120
100
80
60
40
20
CARTÃO DE CRÉDITO TOTALCHEQUE ESPECIAL CAPITAL DE GIRO ROTATIVO
140
23. RANKING NOVAREJO
23
EXPECTATIVAS
DE RECUPERAÇÃO
As tão aguardadas mudanças
políticas realizadas no meio de 2016 e
o encaminhamento das reformas traba-
lhista e previdenciária ao Congresso, no
primeiro semestre de 2017, trouxeram
uma perspectiva positiva para o empre-
sariado brasileiro. Desde então, todos os
componentes do Índice de Confiança
do Empresário do Comércio (ICEC) –
que mensura também as expectativas, os
investimentos e as condições atuais do
comércio – divulgado pela CNC apre-
sentaram forte tendência de recuperação.
Veja o gráfico 12, que ilustra o otimis-
mo do empresariado nacional, que ficou
em longo compasso de espera por avan-
ços nas esferas política e econômica. No
mesmo gráfico, perceba que o Índice de
Confiança do Consumidor, divulgado
pela FGV, segue uma tendência muito
parecida no período analisado.
Além da agenda política e das
reformas, outro fator que impulsiona as ex-
pectativas positivas é a estabilização de duas
importantes variáveis macroeconômicas:
1. A taxa de juros Selic (Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia),
depois de permanecer no patamar de
14,25% ao ano durante mais de um ano,
começou a ser flexibilizada em novembro
de 2016. Com o objetivo de estimular a
atividade econômica e o investimento
produtivo, na reunião do COPOM (Co-
mitê de Política Monetária) dos dias 30
e 31 de maio, as autoridades reduziram a
taxa básica novamente, para 10,25% ao
ano, dando continuidade à política mo-
netária expansionista.
FONTE: BCB/FGV | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
Gráfico 11 – Evolução da Carteira de Crédito e Inadimplência
EVOLUÇÃO DO CRÉDITO
E INADIMPLÊNCIA
29
abr/11
out/11
abr/12
abr/13
out/13
abr/14
out/14
abr/15
out/15
abr/16
out/16
out/12
abr/17
(CARTEIRADECRÉDITO-%PIB)
(INADIMPLÊNCIA-%)
6
INADIMPLÊNCIA CARTEIRA DE CRÉDITO PJ
CARTEIRA DE CRÉDITO PJ CARTEIRA DE CRÉDITO PF
INADIMPLÊNCIA CARTEIRA DE CRÉDITO PF
27
5
25
4
23
3
21
219
FONTE: CNC/FGV| ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
Gráfico 12 – Índices de Confiança do Empresário do Comércio e do Consumidor
EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE CONFIANÇA
DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO
E DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR
132
mar/11
ICEC&ICC
ÍNDICE DE CONFIANÇA DO CONSUMIDORICEC
120
108
96
84
72
60
ago/11
jan/12
jun/12
nov/12
abr/13
set/13
fev/14
jul/14
dez/14
mai/15
out/15
ago/16
jan/17
mar/16
24. 24
2. O IPCA (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo) – que ex-
trapolou a meta de inflação estabelecida
pelo Banco Central (BCB) para o ano de
2015, quando fechou em 10,67% – está
abaixo do centro da meta de 2017, de
4,5% ao ano, com intervalo de tolerân-
cia de 1,5% a.a. para cima ou para bai-
xo. A divulgação feita pelo IBGE para
o mês de maio, de 3,6% acumulado em
12 meses, foi a menor taxa desde 2007
no Brasil.
O cenário prospectivo é positivo,
segundo os dados extraídos do Sistema
de Expectativas de Mercado do Banco
Central apresentados na tabela 1. Apesar
de a previsão de crescimento do PIB em
2017 ter caído de 1,3% em julho de 2016
para 0,41% em junho de 2017,– fruto do
prolongamento das indefinições políticas
e do risco de as reformas não avançarem
como esperado – as expectativas de cres-
cimento para 2018 e 2019 continuam em
torno de 2,3% e 2,5%, respectivamente.
Além disso, as expectativas apon-
tam para o IPCA dentro das metas de in-
flação durante os próximos três anos, pela
redução dos preços administrados por con-
trato e monitorados,e para uma redução um
pouco mais gradual da taxa de juros Selic.
Com o cenário econômico está-
vel, a tendência é de retomada conjunta
da atividade econômica, dos investimen-
tos e do mercado de trabalho. Como o
mercado consumidor brasileiro tem um
potencial enorme, e esteve um pouco
adormecido nos últimos tempos, os pró-
ximos anos tendem a ser frutíferos para
o comércio varejista brasileiro.
Dados da CNC mostram que os
consumidores estão em processo de re-
versão de comportamento, aumentando
suas intenções de consumo, como pode
ser visto no gráfico 14, que mostra a evo-
lução do Índice de Intenção de Consu-
mo das Famílias (ICF).
FONTE: BCB | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
Gráfico 13 – Evolução do IPCA e da Meta Selic
EVOLUÇÃO DO IPCA
E DA META SELIC
15
fev/15
(%)
ÍNDICEDEINVESTIMENTO
180
IPCA META SELIC
15
13
9
7
5
3
160
140
120
100
jun/15
out/15
fev/16
jun/16
out/16
fev/17
jun/17
INVESTIMENTOS
11
25. RANKING NOVAREJO
25
Todos os componentes deste ín-
dice – perspectiva profissional, emprego
atual, renda atual, acesso ao crédito, nível
de consumo atual, perspectiva para con-
sumo e momento para aquisição de bens
duráveis – apresentaram trajetórias mais
otimistas, um prato cheio para as empre-
sas que entraram em 2017 mais fortes,
adotando mecanismos de gestão mais
eficientes para alavancar seus resultados
operacionais e financeiros, e preparadas
para oferecer serviços cada vez mais so-
fisticados para seus clientes.
Gráfico 14 – Índice de Intenção de Consumo das Famílias
FONTE: CNC/FGV | ELABORAÇÃO: CENTRO DE INTELIGÊNCIA PADRÃO - CIP
ÍNDICE DE INTENÇÃO
DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS
137
ICF
nov/11
125
113
101
89
77
65
mai/12
nov/12
mai/13
nov/13
mai/14
nov/14
mai/15
nov/15
mai/15
nov/16
mai/17
2017 2018 2019
PIB 0,41% 2,30% 2,50%
IPCA 3,71% 4,37% 4,25%
PREÇOS ADMINISTRADOS POR CONTRATO E MONITORADOS 5,50% 4,70% 4,50%
META PARA TAXA OVER SELIC - MÉDIA DO ANO 10,28% 8,50% 8,75%
PREVISÕES DO SISTEMA
DE EXPECTATIVAS DO BANCO CENTRAL
Tabela 1 – Previsões do Banco Central
Fonte:BCB|Elaboração:CIP-CentrodeInteligênciaPadrão