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PARQUE FARROUPILHA – REDENÇÃO
REVITALIZAÇÃO
DO RECANTO EUROPEU
CHAFARIZ
IMPERIAL
P O R T O A L E G R E – R S – B R A S I L
Patrocínio
Realização
Financiamento
Apoio
Realização
Apoio
Financiamento
Patrocínio
Organização
Vitor Ortiz
Denise Viana Pereira
PARQUE FARROUPILHA – REDENÇÃO
REVITALIZAÇÃO
DO RECANTO EUROPEU
CHAFARIZ
IMPERIAL
P O R T O A L E G R E – R S – B R A S I L
Resgate do Patrimônio Histórico:
Construção Cultural
Revitalização do Recanto Europeu
Chafariz Imperial/Parque Farroupilha – Redenção
	 Caderno de Restauro do Projeto Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico –
	 Revitalização do Recanto Europeu/Chafariz Imperial
Edição
Associação Sul Riograndense da Construção Civil
Organização do Caderno
Denise Viana Pereira e Vitor Ortiz
Pesquisa e revisão dos textos
Vitor Ortiz
Memorial descritivo das intervenções realizadas
Verônica Di Benedetti, Sergio Luiz Valente Tomasini e Alex Pereira de Souza
Design Gráfico
Clô Barcellos
Fotografias
Tom Silveira e Gilberto Perin
Colaboração Especial
José Francisco Alves
Impressão
SGI Gráfica e Editora
R433 	 Resgate do Patrimônio Histórico: Construção Cultural – Revitalização do Recanto 	
		 Europeu Chafariz Imperial/Parque Farroupilha – Redenção. / Organizado por Vitor 	
	 Ortiz e Denise Viana Pereira. – Porto Alegre: Associação Sul Riograndense da
	 Construção Civil, 2019.
		 60p.; 21x24cm.
		 Caderno de Restauro do Projeto Construção Cultural
		 1. Patrimônio Histórico. . 2. Revitalização. 3. Porto Ale-gre. 4. Parque Farroupilha. 	
	 5. Redenção. I. Ortiz, Vitor; org. II. Pereira, Denise Viana; org. III. Caderno. IV. Título.
			 				 CDD363.69
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação:
Bibliotecária Daiane Schramm – CRB-10/1881
6	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Sumário
UM ORGULHO PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
Aquiles Dal Molin Jr.
A REVITALIZAÇÃO DO CHAFARIZ IMPERIAL
Nelson Marchezan Júnior
OS BENEFÍCIOS DO SISTEMA PRÓ-CULTURA
Eduardo Hahn
O PARQUE É UMA DE NOSSAS MELHORES HERANÇAS
Zalmir Chwartzmann
PROJETO CONSTRUÇÃO CULTURAL
A importância de preservar e revitalizar os parques urbanos
PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO RECANTO EUROPEU
E DO CHAFARIZ IMPERIAL
A ocupação do espaço urbano como forma de estimular
a convivência entre as pessoas e o meio ambiente
O CHAFARIZ IMPERIAL – O ÚLTIMO DE UMA ERA
José Francisco Alves
PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO RECANTO DO CHAFARIZ
Verônica Di Benedetti
JARDIM DO RECANTO DO CHAFARIZ IMPERIAL:
PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO
Sergio Luiz Valente Tomasini
Alex Pereira de Souza
9
11
13
15
20
28
34
42
49
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 7
8	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 9
UM ORGULHO PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
Aquiles Dal Molin Jr.
Presidente do SINDUSCON-RS e
da Associação Sul-Riograndense da Construção Civil
A melhor palavra, neste caso de expressar
nosso sentimento com a entrega de mais uma obra
do Projeto Construção Cultural – Revitalização do
Patrimônio Cultural é orgulho. Estamos orgulhosos
do Sinduscon e da Associação Rio-Grandense da
Construção Civil pela liderança nestas realizações
que vêm qualificando o Parque Farroupilha, a nos-
sa querida Redenção, e buscando a revitalização e
cuidados indispensáveis com nossos monumentos,
como é o caso do Laçador, grande símbolo da cul-
tura gaúcha.
O projeto Construção Cultural vem sendo
promovido desde 2014, especialmente com as inicia-
tivas de resgate dos monumentos, e agora também
dos espaços do Parque Farroupilha, como o Recanto
Europeu, e nos cuidados para a preservação da es-
tátua do Laçador. Há ainda neste projeto um braço
de incentivo à música instrumental com o projeto
Sindusom, que vem formando músicos e oportuni-
zando espetáculos gratuitos no Teatro da sede do
Sinduscon, em Porto Alegre.
Esta iniciativa tem origem no antigo enga-
jamento do nosso Sindicato e da nossa Associação
com as questões culturais da cidade e muito espe-
cialmente também no entendimento que comunga-
mos sobre responsabilidade empresarial com a coo-
peração para a boa gestão da cidade, em particular
dos seus espaços públicos. Não seria correto espe-
rar apenas pelas estruturas públicas, pela Prefeitu-
ra ou pelo Governo do Estado. É preciso cooperar.
Neste sentido, temos incentivado nossos
principais parceiros do meio empresarial a partici-
par do projeto doando recursos através do instituto
da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Lei 13.490/10).
Ao Sinduscon e à Associação cabe preparar os pro-
jetos arquitetônicos, de revitalização e até mesmo
paisagísticos, viabilizando a sua formulação e tam-
bém realizar a gestão dos projetos, respeitando os
ritos e processos de licenciamento junto ao Conse-
lho Estadual de Cultura e da Secretaria de Estado
da Cultura.
Como são projetos de interesse público
da municipalidade, com intervenções em espaços
como o Parque Farroupilha/Redenção, a Prefeitura
também participa, disponibilizando equipes da Se-
cretaria Municipal da Cultura e da Secretaria Muni-
cipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Desse modo, para cada uma dessas reali-
zações, como esta que estamos entregando agora
– o resgate do Recanto Europeu/Chafariz Imperial
– ocorreu uma ampla mobilização envolvendo sin-
dicato, associação, empresas, prefeitura e governo
estadual. O resultado é o bem-estar da sociedade,
que agora pode voltar a usufruir um dos mais belos
cartões postais de Porto Alegre.
10	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 11
A REVITALIZAÇÃO DO CHAFARIZ IMPERIAL
Nelson Marchezan Júnior
Prefeito de Porto Alegre
Como um dos mais icônicos lugares de Por-
to Alegre o Parque Farroupilha está entre aqueles
de maior afluxo de público local e de fora da capi-
tal. Trata-se de um parque vivo, dinâmico, demo-
crático e encantador como poucos. Constitui-se no
único parque tombado como patrimônio cultural em
todo o seu conjunto, por várias razões, principal-
mente pela sua história e relação com a evolução
da cidade – é a nossa “Redenção”, por exemplo, em
razão das campanhas antiescravagistas anteriores
a 1888. Entre as suas atrações estão os espaços te-
máticos, concluídos entre 1935 e princípios da déca-
da seguinte, como o Recanto Oriental e o Recanto
Alpino. O Recanto Europeu, finalizado por volta de
1941, abriga uma rara peça vinda de outro espaço da
cidade, o “Chafariz Imperial”. A presente revitaliza-
ção deste chafariz e de seu ambiente é mais um dos
projetos em conjunto entre a Prefeitura de Porto
Alegre e o Projeto Cultural do Sindicato das Indús-
trias da Construção Civil no Estado do Rio Grande
do Sul, o Sinduscon-RS, sendo a terceira destas par-
cerias no Parque Farroupilha.
Esta iniciativa destaca mais uma vez a im-
portância das parcerias e a necessidade do envolvi-
mento de instituições, entidades e população pelos
esforços de conservação e manutenção dos espaços
públicos. Este projeto de continuidade da parceria
da Prefeitura com o Sinduscon-RS (desde 2014) vem
a somar-se às iniciativas da Secretaria Municipal da
Cultura (SMC).
Havia mais de vinte anos que o Chafariz
Imperial tinha recebido sua manutenção mais pro-
funda. No presente projeto, não só o chafariz foi
restaurado e as partes vandalizadas recompostas,
como todo o seu entorno foi revitalizado, em es-
pecial reparadas as tubulações e os mecanismos
hidráulicos para que o local possa resistir a ala-
gamentos, como vinha ocorrendo desde o início
da década de 1940. O Chafariz Imperial tem suma
importância pelas décadas que testemunhou em
transformações da cidade, eis que se passaram
incríveis 154 anos desde o início de seu funciona-
mento, quando foi instalado originalmente junto ao
Mercado Público, antes mesmo da própria existên-
cia da Praça XV de Novembro.
O Chafariz Imperial não só veio para o Par-
que Farroupilha de outra parte da cidade como é
originário de outro continente, da velha Europa,
exemplar de um de seus patrimônios marcantes
do Séc. XIX, a produção de estátuas e chafarizes
franceses de ferro fundido: a indústria artística das
Fontes d’ Art. Trata-se de patrimônio cultural pes-
quisado e protegido em vários continentes, em es-
pecial em países de colonização ibero-americana.
Infelizmente, de um conjunto instalado entre 1865
e 1866 o qual somava sete chafarizes franceses (de
ferro) e um italiano (de mármore), foi o único chafa-
riz monumental para o primeiro abastecimento pú-
blico de água potável que sobreviveu na cidade, por
isto, como um patrimônio da “época da Guerra do
Paraguai”, único, redobram-se os cuidados de sua
preservação.
Abrem-se mais perspectivas com esta ini-
ciativa, somada à retomada da autoestima das coi-
sas públicas da cidade, com os exemplos da revita-
lização da Orla do Guaíba e do Largo dos Açorianos,
repotencializando os lugares públicos qualificados,
os verdes, a presença apaziguadora da água, em
chafarizes, lagos e espelhos d´água.
12	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 13
OS BENEFÍCIOS DO SISTEMA PRÓ-CULTURA
Eduardo Hahn
Arquiteto CAU A27775-4
Diretor do Departamento de Memória e Patrimônio
SEDAC/RS
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul,
através da Secretaria de Estado Cultura, tem, des-
de o início da gestão atual, afirmado a importância
das políticas públicas que visam fomentar ações
para a valorização da história e da cultura do Es-
tado. As discussões oriundas deste claro e aberto
posicionamento têm direcionado para um processo
de aprimoramento dos instrumentos já utilizados
para este fim, entre eles o Sistema Pró-Cultura (Lei
13.490/10) e seu mecanismo de incentivo através da
isenção fiscal.
Quando analisamos os resultados obtidos
através desta lei e na aplicação dos recursos gera-
dos através do Pró-Cultura no decorrer do tempo,
em todo o território do Estado, nos parece clara e
inegável a sua grande importância na valorização
de nosso patrimônio cultural.
A inauguração da obra de revitalização do
Chafariz Imperial, localizado no Recanto Europeu
do Parque Farroupilha, é mais um exemplo do êxito
desta política de cooperação fomentada pelo Go-
verno do Estado com os municípios e a sociedade
civil. Através desta ação, assim como de tantas ou-
tras já executadas, torna-se possível a disponibili-
zação de recursos públicos para a restauração e re-
qualificação de estruturas históricas reconhecidas
e protegidas por lei específica.
O resultado destas ações redunda também
em incremento educacional e econômico, na medi-
da em que tais ações contribuem para a formação
de novos agentes e profissionais, gerando emprego,
oportunidade e renda.
A cada monumento inaugurado e devolvido
ao cotidiano da sociedade está o Sistema Pró-Cul-
tura, a nossa Lei de Incentivo Estadual, se afirman-
do como um instrumento de sucesso e comprovan-
do o desempenho no atendimento das demandas
das comunidades.
Desta forma, a Secretaria de Estado da Cul-
tura – SEDAC RS manifesta a sua satisfação na via-
bilização de mais uma entrega para a sociedade,
certa de que, através deste caminho trilhado, está
apoiando a construção de um futuro mais próspero
para todos os gaúchos.
14	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 15
Desde 2014, o Projeto Construção Cultural –
Resgate do Patrimônio Histórico, capitaneado pelo
Sinduscon e pela Associação Sul-Riograndense da
Construção Civil, vem trabalhando com foco no Par-
que Farroupilha, seus espaços e monumentos. Nes-
te final de 2019, com grande alegria, estamos entre-
gando mais uma obra extraordinária: o resgate do
Recanto Europeu – Chafariz Imperial, um dos mais
expressivos lugares do Parque Farroupilha.
A Redenção, como é popularmente conhe-
cido, é uma das melhores heranças do passado de
Porto Alegre para as gerações atuais. Antes da cida-
de transbordar sua antiga malha urbana para além
dos contornos do atual Centro Histórico, o lugar era
conhecido como a “Várzea da Redenção”. Sua utili-
zação festiva e comum pelos porto-alegrenses teve
como marca a realização da Feira Internacional de
1935, comemorativa dos cem anos da guerra Farrou-
pilha, quando então governava o Estado o General
Flores da Cunha e Alberto Bins era o Prefeito.
Na atualidade, Porto Alegre, e em particular
o Bairro Bom Fim, seria irreconhecível sem o Parque.
Frequentado por milhares de pessoas diariamente,
em especial nos domingos ensolarados de todas as
estações do ano, o lugar representa um ponto de
encontro de passado e presente. Crianças, jovens,
senhores e senhoras que vivem a possibilidade de
partilhar uma área comum nos melhores momentos
do seu cotidiano são, na verdade, herdeiros de uma
propriedade comum, que precisa ser cuidada por to-
dos nós para que as gerações seguintes possam ter
o mesmo privilégio.
No que tange aos monumentos e recantos
do Parque, esta é uma das muitas tarefas da sua
manutenção e qualificação. Há outras que podem
e devem ser assumidas por outros entes da socie-
O PARQUE É UMA DE NOSSAS MELHORES HERANÇAS
Zalmir Chwartzmann
Vice-Presidente do SINDUSCON-RS e
Coordenador do Projeto Construção Cultural
dade ou mesmo pelo próprio poder público, a quem
realmente a lei delega a competência de gestão do
espaço. O Sinduscon-RS e Associação Riograndense
da Construção em conjunto com um grupo de pa-
trocinadores apoiadores do projeto – utilizando a
oportunidade do incentivo à cultura do programa
Pró-Cultura do Governo Estadual – dão um belíssi-
mo exemplo de atitude e mobilização ao assumir e
resolver essa tarefa de revitalizar os símbolos que a
cidade plantou no seu espaço de uso e convivência
comum.
Além disso, é importante salientar aqui
que, para a realização deste projeto de revitalização
do Recanto Europeu e do Chafariz Imperial, houve
zelosa preocupação técnica e conceitual nas inter-
venções revitalizadoras; muito cuidado na seleção
da equipe de profissionais encarregados pelo pro-
jeto e a grande dedicação pró-bônus dos dirigentes
do Sinduscon-RS e da Associação da Construção Ci-
vil, sem o que seria impossível realizar um serviço
desta qualidade, seriedade e importância.
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 17
Recanto Europeu
Chafariz Imperial
18	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 19
20	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
PROJETO CONSTRUÇÃO CULTURAL
A importância de preservar e revitalizar os parques urbanos
O crescimento da urbanização aumentou
as distâncias entre as pessoas, lugares e reduziu as
possibilidades de comunicação tradicionais como
aquela que ocorria e era comum entre os vizinhos,
nos bairros, nas ruas. Este processo, acompanhado
da individualização em função do tempo escasso
que restringe o cotidiano ao mínimo necessário
‘casa – trabalho – casa’, tem levado as pessoas a
uma condição de maior vulnerabilidade, ao estresse
e às doenças físicas e emocionais.
A correria do dia a dia, o trânsito, a violên-
cia e a poluição fazem com que a vida nos grandes
centros seja cada vez mais inquietante e perigosa.
Poucos são os que têm recursos e tempo de viajar
para o campo para ter contato com a natureza. Nes-
te contexto, os parques urbanos se tornam ainda
mais importantes.
Fazer caminhadas em locais abertos é ne-
cessário para manter uma boa saúde e para o rela-
xamento que todos necessitam. O lazer é conside-
rado como uma forma de descanso necessária para
o bem-estar pessoal.
Os espaços públicos, entre eles praças e
parques, ganham então cada vez mais importân-
cia no desenvolvimento sustentável das cidades,
mostrando-se fundamentais em seu planejamento
na perspectiva de melhora na qualidade de vida de
seus habitantes.
Um parque é o espaço chamado de “área
verde”, em geral livre de edificações e caracterizado
pela abundante presença de vegetação. Protegido
pela cidade, pelo estado/província ou pelo país no
qual se encontra, destina-se à recreação dos habi-
tantes da cidade, e/ou à preservação do meio am-
biente natural. Desta forma, um parque pode ser
caracterizado como urbano ou natural.
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 21
Parque Urbano
Um parque urbano é um espaço público
que oferece oportunidades de lazer e recreação
aos habitantes da cidade. Parques urbanos incluem
muitas vezes playgrounds e campos de esportes, la-
guinhos e centros educativos como academias ou
escolas de verão. Eventualmente esse parque está
ligado a um conjunto de equipamentos públicos de
caráter cultural, como monumentos, centros cultu-
rais e casas de espetáculo.
Parques são um dos componentes-chaves
de uma cidade especialmente dedicada em propi-
ciar um alto nível de qualidade de vida aos
seus habitantes. Várias das cidades com os
melhores índices de desenvolvimento huma-
no, como Genebra e Zurique, na Suíça, Van-
couver, no Canadá, e Estocolmo, na Suécia,
possuem sistemas complexos de espaços
de recreação e parques urbanos. Um parque
urbano humaniza a cidade e amplia a qua-
lidade de vida. Além de que os parques, em
geral, preservam árvores, plantas e espécies
de todo tipo. Neste ponto entra o paisagis-
mo, que além de ter grande importância na
estruturação dos espaços públicos, deve ser
pensado como forma de proporcionar melhor
qualidade de vida à população. O paisagis-
mo não é um simples projeto de jardim, mas
uma construção ampla que
busca harmonia com a arqui-
tetura, com o clima e as esta-
ções do ano, com a população
que vai freqüentar os lugares
de intervenção paisagística.
Parque Farroupilha
O Parque Farroupilha,
conhecido como Parque da Re-
denção ou Redenção, é o mais
tradicional e popular parque
de Porto Alegre. É um local
visitado por muitos nas horas
de descanso, seja para praticar
esportes, pegar sol ou confra-
ternizar tomando chimarrão
com a família e amigos.
Doado à cidade em 24 de outubro de 1807
pelo governador Paulo José da Silva Gama, o local
foi inicialmente chamado de Potreiro da Várzea ou
Campos da Várzea do Portão, passando mais tarde
a denominar-se Campos do Bom Fim, devido à pro-
ximidade da Igreja do Nosso Senhor do Bom Fim
(1867) e das festas que ali se realizavam. Em 9 de
setembro de 1884, a Câmara propôs que o parque
passasse a ser denominado de Campos de Reden-
ção, em homenagem à libertação dos escravos do
terceiro distrito da Capital. O primeiro ajardinamen-
22	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
to ocorreu em 1901, quando já existiam na área do
parque a Escola Militar (1872) e a Escola de Enge-
nharia (1896). Com a Exposição Comemorativa do
Centenário da Revolução Farroupilha, em 1935, tor-
nou-se Parque Farroupilha, pois o evento transitório
efetivou a ocupação total deste espaço. No dia 19
de setembro de 1935, Campos da Redenção recebeu
a denominação de Parque Farroupilha, por meio do
Decreto Municipal 307/3.
Em 1939 foram construídos o espelho d’água
no eixo central e foi dada continuidade ao ajardina-
mento do parque. Os recantos Jardim Alpino, Jardim
Europeu e Jardim Oriental foram implantados em
1941 por Arnaldo Gladosch. Após a enchente de 1941,
foi criado um recanto que recebeu o antigo chafa-
riz de ferro fundido da Praça Pereira Parobé, que já
havia estado na Praça XV de Novembro. Em 1953 foi
inaugurado o Monumento ao Expedicionário, obra
do escultor Antônio Caringi, e em 1964, o novo Audi-
tório Araújo Viana, projeto de Moacir Moojen Mar-
ques e Carlos Maximiliano Fayet.
Desde então não cessou de ser ajardina-
do e urbanizado, mas os jardins perderam outros
fragmentos para dar lugar a postos de gasolina e a
um parque de diversões, um minizoo e um comple-
xo desportivo. Conta atualmente com 370 mil m² de
área. Aos domingos acontece no local o tradicional
Brique da Redenção, com inúmeras bancas que ven-
dem artesanato, alimentos e antiguidades. O Par-
que Farroupilha foi tombado em 3 de janeiro de 1997
pelo município de Porto Alegre.
Além de diversos recantos, como Orqui-
dário, Recanto Alpino, Recanto Oriental, Recanto
Europeu, Solar, Fonte Luminosa, Espelho d’água e
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 23
Auditório Araújo Viana, conta ainda com 38 monu-
mentos e cerca de 10.000 árvores.
Cultura
e bem coletivo
A cultura é o caráter de uma sociedade. Sua
difusão e aprimoramento determinam a capacidade
de evolução e qualificam os processos de desenvol-
vimento. Através dela, é estimulada a participação
e a contribuição para o bem coletivo. E, junto com
os fatores econômico, social e ambiental, é um dos
pilares da sustentabilidade na sociedade do conhe-
cimento.
Numa nação como o Brasil, que busca pa-
tamares mais relevantes de desenvolvimento, a res-
ponsabilidade social empresarial adquire imensa
relevância. Ao lado das enormes carências e desi-
gualdades, geralmente está o descaso com o pa-
trimônio público. O problema é compartilhado por
toda a sociedade, embora inexista uma ação concre-
ta sobre isso. A prioridade é desenvolver esforços,
canalizar energias para comunicar e agir. Restaurar
o que estava comprometido. Para isso, a sinergia
entre os atores culturais, público e privado ajuda
a mapear dados, necessidades e oportunidades,
viabilizando o resgate de monumentos da cidade.
É o que vem promovendo em Porto Alegre o projeto
Construção Cultural, protagonizado pelo Sinduscon
e pela Associação Sul-Riograndense da Construção
Civil, de forma efetiva.
O rico acervo escultórico da municipalida-
de, a cada dia que passa tem sofrido novos danos,
causados pelos efeitos do tempo e das intempéries,
24	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
mas também por roubos, vandalismo e a ausência
de incentivos a sua preservação. Na atualidade, é
bastante lamentável o estado de conservação das
esculturas, monumentos e espaços públicos como
era o caso específico do Recanto Europeu/Chafariz
Imperial, há pouco tempo abandonado e submetido
a constantes alagamentos, localizado no Parque da
Redenção, atrás do Auditório Araújo Viana.
Objetivos do Projeto
Construção Cultural
O projeto registrado neste Caderno de Res-
tauro é parte de um conjunto de intervenções de
revitalização destes lugares e das mais diversas
obras e monumentos públicos da cidade que vem
sendo desenvolvido desde 2014 pelo Sindicato e
Associação Sul-Riograndense da Construção Civil,
como forma de colaborar com a municipalidade, uti-
lizando-se para tal do instituto da Lei Estadual de
Incentivo à Cultura (Lei 13.490/10) – Sistema Pró-Cul-
tura, que incentiva a participação das empresas no
desenvolvimento de ações culturais diversas, entre
estas aquelas de resgate, proteção e promoção do
patrimônio histórico.
O projeto Construção Cultural foi criado
com esse objetivo de desenvolver a cooperação
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 25
26	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
empresarial em áreas onde
o estado, neste caso a Pre-
feitura, tem dificuldades de
realizar sozinho o trabalho
de resgate, revitalização e
preservação. Desde que foi
criado, o Construção Cultural
vem promovendo ações me-
ticulosamente planejadas,
com amplo suporte técnico,
a fim de que essa coopera-
ção empresarial pu­desse
contribuir com a pauta de
necessidades culturais da
sociedade porto-alegrense e
gaúcha.
A estratégia de-
senvolvida visa também
ampliar o valor das ações
das entidades Sinduscon
e Associação, tornando-as
referência para outras instituições e empresas do
setor, para que essas também invistam em projetos
culturais.
O projeto, desde que teve início, já recupe-
rou 32 monumentos instalados no Parque Farrou-
pilha, entre eles o Monumento ao Expedicionário;
promoveu o traslado da estátua do Gaúcho Oriental
para ponto de maior visibilidade junto aos Espelhos
Dáguas da Redenção e trouxe especialistas brasilei-
ros e estrangeiros para, em conjunto, realizarem um
importante diagnóstico dos problemas existentes
no Monumento O Laçador, que será pauta da pró-
xima iniciativa de revitalização a ser empreendia.
Nesta quarta etapa, o projeto - resultado
da parceria entre o SINDUSCON-RS, Associação da
Construção Civil, Prefeitura Municipal de Porto Ale-
gre, Ministério Público, Governo do Estado e empre-
sas patrocinadoras foi selecionado o Recanto Euro-
peu, entre os vários recantos existentes no Parque
Farroupilha, o primeiro a ser revitalizado nesta nova
fase do Construção Cultural.
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 27
28	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
O Resgate do Patrimônio Público, progra-
ma no qual se insere o Construção Cultural contém,
além de ações de restauração de monumentos, a
realização de eventos para discussão de ideais e de
ações para a sociedade preservar melhor o seu pa-
trimônio. Como dar mais segurança aos monumen-
tos e praças para deixarem de ser vandalizados?
Como educar melhor a população?
Com o cercamento físico dos parques, se
conseguiria uma melhor condição de proteção aos
monumentos? Os principais ou mais populares mo-
numentos estão em lugares adequados para serem
contemplados e vivenciados pela população?
Essas e outras questões são debatidas com
lideranças públicas e privadas, especialistas e mul-
tiplicadores de opinião.
O resultado mais recompensador tem sido
estimular o debate da importância do cuidado e da
preservação em pauta nos principais veículos de co-
municação do Rio Grande do Sul. O SINDUSCON-RS,
como protagonista desse cenário, conquistou ganhos
intangíveis em relacionamento com a sociedade.
Apenas boas ideias não são o suficiente
para que sejam postas em prática. Elas precisam
ser contagiantes. O Projeto Construção Cultural ins-
tiga a comunidade, pois questiona sobre o papel
da sociedade na preservação da sua história atra-
vés da manutenção de seus monumentos. As ações
disponibilizadas geram ganhos para todos os envol-
vidos – comunidade, realizadores e patrocinadores.
Por sua esmerada adequação, é recompensada com
o envolvimento da sociedade, dos meios de comuni-
cação e das lideranças públicas e privadas.
O Projeto tem obtido reconhecimento re-
gional e nacional. Várias premiações foram conquis-
tadas, como: Top de Marketing da ADVB/RS em 2014,
PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO RECANTO EUROPEU
E DO CHAFARIZ IMPERIAL
A ocupação do espaço urbano como forma de estimular
a convivência entre as pessoas e o meio ambiente
na categoria Cultura; o Prêmio CBIC de Responsabi-
lidade Social em 2015; Prêmio Top Cidadania 2015 da
ABRH/RS. Além disso, teve o relato do projeto/case
publicado na Revista Case Studies da FGV em 2014.
Esses fatos proporcionaram um real impacto junto
ao público e foi uma das principais razões para que
o Sinduscon-RS obtivesse a primeira colocação na
pesquisa Top of Mind em 2016/2017 na categoria Sin-
dicatos Empresariais.
O Parque Farroupilha com seus 370 mil m²
abriga cinco recantos temáticos com parte do ce-
nário a ser oferecido aos seus frequentadores. São
eles: Europeu, Oriental, Solar, Alpino e o Roseiral.
O Recanto Europeu compreende uma área
de 7mil m² divididos em dois espaços consecuti-
vos a área dos pergolados (5.400 m²) e a área do
chafariz de ferro, denominado de Chafariz Imperial
(1.600 m²).
A área dos pergolados é composta por três
pergolados, canteiros elaborados segundo o concei-
to de jardim francês, com desenhos de piso mar-
cados por formas geométricas, espécies vegetais
desenhadas por podas (topiaria), bancos temáticos
(base em forma de cabeça de leões), vasos orna-
mentais de cimento e de metal, também com moti-
vos decorativos.
A área do Chafariz Imperial, foco desse pro-
jeto de revitalização, apresenta em seu centro o
chafariz de ferro fundido datado da segunda meta-
de do século XIX originário da França. Porto Alegre
tinha um dos oito chafarizes. Este foi o único dos
oito originais a sobreviver até os dias de hoje. Em
1866 foi instalado na então Praça do Mercado ao
lado do Chalé. Por volta de 1925, o chafariz foi trans-
ferido para o outro lado do Mercado Público, onde
está hoje o terminal de ônibus Rui Barbosa. Após a
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 29
30	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 31
Problemas de drenagem na região do cha-
fariz impedem o ajardinamento contemplativo, pois
as espécies não resistem as constantes inundações
O que foi proposto
para revitalização do espaço
•	 Projeto de revitalização e recupera-
ção, tanto das obras existentes, como do
paisagismo.
•	 Os canteiros, terão seu desenho ori-
ginal resgatados com plantio de espécies
baseadas em pesquisa histórica dos proje-
tos originais, As plantas que serão imple-
mentadas são perenes ou seja, florescem o
ano todo.
•	 Os passeios serão novamente co-
bertos por saibro dando unidade visual ao
conjunto.
•	 A área do chafariz receberá sistema
de drenagem eficiente a fim de poder res-
gatar sua paisagem.
•	 O sistema hidráulico será revisado
trazendo de volta elementos de água per-
didos devido a precariedade da manuten-
ção. Será revitalizado, sendo novamente
pintado e tendo seu elemento superior no-
vamente colocado no lugar.
•	 Todos os bancos, vasos e elementos
arquitetônicos serão revitalizados. Os ele-
mentos artísticos terão retirada de molde
e nova modelagem irá recompor sua forma
original (cabeça dos leões).
enchente de 1941, o chafariz foi transferido para o
Parque, no mesmo local que se encontra hoje.
É importante lembrar que a função original
dos chafarizes era abastecer a população com água
no tempo do Império. Por isso sua denominação de
chafariz Imperial.
O chafariz Imperial é o centro do desenho
que compõe o espaço. Em seu entorno estão dis-
postos bancos num desenho circular com piso em
pedras portuguesas. O ajardinamento, além de es-
pécies vegetais rasteiras, possuipalmeiras impe-
riais marcando o limite do espaço. Espelhos d’água
recebem a água do chafariz criando um desenho
bastante agradável, convidando a contemplação do
monumento.
Situação existente
A falta de manutenção fez com que a ve-
getação crescesse de forma descontrolada gerando
um microclima, o que favoreceu com que as espé-
cies vegetais originais não resistissem ao sombrea-
mento e perecessem. O desenho dos canteiros, pelo
fato de não ter delimitações rígidas se perderam,
desfazendo assim o desenho paisagístico de com-
posição geométrica.
O desordenado crescimento também fez
com que a ligação entre os espaços pergolados/
chafariz perdesse a continuidade segmentando a
leitura visual do espaço.
Os problemas de umidade constante, van-
dalismo e falta de manutenção comprometeram as
estruturas arquitetônicas e o mobiliário urbanos,
tendo partes perdidas e deterioradas.
32	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 33
34	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
O CHAFARIZ IMPERIAL – O ÚLTIMO DE UMA ERA
José Francisco Alves
Doutor em História da Arte, membro do ICOMOS, ICOM e AICA,
professor do Atelier Livre Xico Stockinger, Prefeitura de Porto Alegre
Brasil e França
O Chafariz Imperial diz respeito a diversos
aspectos da evolução urbana de Porto Alegre. Num
sentido mais amplo, é também uma peça das re-
lações entre o Brasil e a França, pois naquele país
fomos buscar os nossos primeiros equipamentos ur-
banos – chafarizes monumentais. A França exerceu
no Brasil presença e influência desde os primeiros
momentos da colonização portuguesa, com incur-
sões, saques e invasões. Destes, o legado maior foi
no Nordeste, com a fundação da cidade de São Luís
(1612). Nos séculos XIX e XX esta influência foi efeti-
va na modelagem da nossa cultura, desde a Missão
Artística Francesa, a partir de 1816, até os anos 1940,
sendo Paris nosso modelo em urbanismo, arquitetu-
ra e arte. Na área do pensamento podemos citar o
Positivismo do francês Augusto Comte (1798–1857),
que nos influiu, efetivamente, no seu aspecto po-
lítico, sendo o pensamento oficial dos governantes
do Rio Grande do Sul entre 1889 e 1930.
A presença de franceses no RS não foi sig-
nificativa quanto as demais etnias europeias, que
programaram com o governo brasileiro uma imi-
gração em significativa escala, a exemplo dos ger-
mânicos e dos italianos. Informações apontam, por
exemplo, que os franceses perfizeram 5% do contin-
gente de 12.593 imigrantes, entre 1859 e 1875. A atu-
ação direta de franceses no RS pode ser lembrada
de várias formas, a exemplo dos Irmãos Franceses
da Ordem Lassalista (1907), que a partir daqui disse-
minaram-se pelo Brasil. No Séc. XIX, foram os viajan-
tes franceses os que propiciaram os mais célebres
depoimentos sobre o RS, em especial Saint-Hilaire
(entre 1820–21), Arsène Isabelle (entre 1833–34) e Ni-
colau Dreys (1817–1827). No sentido iconográfico, o
pintor Jean Baptiste Debret (cerca de 1827).
Os Chafarizes Monumentais
do Séc. XIX
Na década de 1860, a capital da então Pro-
víncia de São Pedro do Rio Grande do Sul necessi-
tava de uma distribuição pública de água potável.
Para tanto, foi dada a concessão destes serviços ao
empresário Francisco Antônio Pereira da Costa, em
1861. Mais tarde, este negociante passou a contrato
à recém-criada Cia. Hidráulica Porto-Alegrense, com
os trabalhos de implantação do sistema desenvol-
vendo-se entre 1865 e 1866. A comercialização da
água foi feita inicialmente por oito chafarizes mo-
numentais que vieram da Europa, os quais já cons-
tavam previstos no contrato original (1861).
O principal deles foi o Chafariz “Dom Pe-
dro II”, instalado na Praça “da Matriz” (em 1865
denominada Praça Dom Pedro II), em mármore, im-
portado muito provavelmente da região de Carrara,
Itália. Começou a funcionar em 1866 e foi montado
como uma homenagem ao Guaíba e seus afluentes,
uma vez que as quatro estátuas da base aqui foram
denominadas, por ideia de Giuseppe Obino, como
rios “Caí, Sinos, Gravataí e Jacuí”. A principal, que
encimava o conjunto, era o “Guaíba”. Embora este
chafariz não fosse francês, os gradis e oito postes
de iluminação originais que o cercavam, todos em
ferro fundido, eram produtos da fundição francesa
de Antoine Durenne. Os demais chafarizes eram
todos franceses, também eles e os gradis e ilumi-
nação sob projeto e fabricação da “SOCIÉTÉ DES
ÉTABLISSMENTS MÉTALLURGIQUES A. DURENNE”, lo-
calizada em Sommevoire, nordeste francês. Todos
eles, previstos em 1861 e assim localizados:
O Chafariz “da Imperatriz”, instalado em
frente à Alfândega, na Rua da Praia (de frente ao
atual Clube do Comércio), e o Chafariz “Princesa
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 35
Chafariz
Imperial,
em foto
possivelmente
de 1880
Chafariz
Imperial, em
foto por volta
de 1803, na
Praça XV de
Novembro
36	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Isabel”, previsto inicialmente para a Praça da Inde-
pendência, foi alterado ainda em 1861 para ser ins-
talado na então Praça do Portão. Ambos chafarizes
inaugurados em 29 de outubro de 1865, com a pre-
sença do Imperador Dom Pedro II; em 1866, começa-
ram a funcionar os demais – na Praça da Caridade
(atual Praça Dom Feliciano), o Chafariz “Princesa
Leopoldina”; na Praça da Harmonia, o Chafariz
“Duque de Saxe”, que foi o maior de todos; dois
chafarizes sem denominação específica à época, na
Praça do Alto da Bronze (atual Praça General Osó-
rio, na Rua Duque de Caxias) e na Praça da Várzea,
em local no ponto norte do descampado que veio a
se chamar depois como Campos do Bom Fim, Cam-
po da Redenção e Parque Farroupilha; finalmente,
o Chafariz “Conde d’Eu”, instalado na então Praça
“do Mercado”.
O Chafariz Imperial
E este último foi o único dos oito chafari-
zes originais a sobreviver até os dias de hoje, de-
nominado pela historiografia como “Chafariz Im-
perial”. À época, a Praça do Mercado era um amplo
descampado. Depois foi denominada Praça Paraíso,
em seguida Praça Conde d’Eu (1870), e, finalmente,
Praça Quinze de Novembro (1899). Por volta de 1925,
com o local já plenamente urbanizado, tendo a com-
panhia próxima do célebre “Chalé” (houve dois cha-
lés, o antigo – 1882, e o atual – 1911), o chafariz foi
deslocado para a outra lateral do Mercado Público,
em área que antes havia sido as docas do Mercado,
aterrada logo após 1900 (local do atual terminal de
ônibus Rui Barbosa). Nesse local, o chafariz gozava
de destaque como ponto de convergência, no cen-
tro de uma bela e nova praça, em espaço projetado
para recebê-lo, inclusive com a construção de um
imenso tanque de alvenaria, com oito seções, com
uma carranca de cimento em cada uma de suas jun-
ções externas.
A curiosidade é que nessa nova localização
foram colocadas junto ao chafariz, dentro do novo
tanque externo, quatro peças artísticas hidráuli-
cas – em forma de sapos (ao que pode se deduzir
das poucas e desbotadas fotos da época), as quais
jorravam água em diagonal, na direção do chafariz.
Após a grande enchente de 1941 (não pelo motivo da
enchente, mas para um novo uso do local), a praça
foi desmanchada e o chafariz foi transladado para
o seu atual sítio, no interior do Parque Farroupi-
lha. O novo local, inserido na área denominada de
“Recanto Europeu”, mostrou-se muito bem projeta-
do para receber o chafariz, sendo o seu tanque de
alvenaria reconstruído tal qual o anterior. Ao redor
do conjunto, em nível mais baixo, uma área ampla o
cercando, com espelho d’água e pequeninas quedas
d’água. Também o recinto foi circundado com pal-
meiras, hoje em sua plenitude. Um ambiente apra-
zível, bucólico, como poucos.
Este modelo de chafariz tem como sua peça
principal – o elemento central – as figuras de três
meninos em pé recostados contra o eixo central,
constituindo-se num dos elementos mais comercia-
lizados pelas fundições Durenne, o qual vemos em
muitos chafarizes que ainda restam pelo mundo.
A grande bandeja é bem numerosa em suas elabo-
radas carrancas (quatorze), por cujas bocas a água
jorra ao tanque maior. A base é de um modelo bem
volumoso, com quatro carrancas de leões, por cujas
bocas igualmente jorra água ao tanque. Enquanto
tivemos o mesmo conjunto principal no Chafariz da
Alfândega, a grande bandeja daquele continha oito
carrancas e a sua base era de um modelo menor. Se-
gundo a ASPM (Association pour la Sauvegarde et la
Promotion du Patrimoine Métallurgique haute-mar-
nais | Associação para a Salvaguarda e a Promoção
do Patrimônio Metalúrgico do Alto Marne), um cha-
fariz que tenha recebido este conjunto estatuário
principal leva também o nome de “Chafariz dos Três
Menininhos” [fontaine aux trois putti]. Este, com
boa parte dos chafarizes de A. Durenne, foram cria-
dos pelo escultor Carrier-Belleuse (1824-1887).
Este chafariz, como os demais sete das
fundições Durenne que Porto Alegre teve, eram ven-
didos sob catálogos finamente elaborados, joias
da arte gráfica francesa do Séc. XIX, pelos quais o
comprador escolhia os elementos a compor. Como
produto de arte industrial, suas peças continham
encaixes para se acoplarem os diversos elementos,
entre si. De forma similar, o chafariz italiano da
Praça da Matriz também era industrial, porém, de
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 37
uma indústria totalmente diversa, a indústria das
peças artísticas em mármore da região de Carrara,
Itália, pois as quatro estátuas dos afluentes são de
dois modelos iguais, eis que esculpidas industrial-
mente, à mão, uma a uma. Dessa mesma indústria,
observamos também os dois conjuntos iguais dos
leões de mármore do Paço Municipal, lá instalados
por volta de 1905.
O chafariz de mármore da Praça da Matriz
e mais seis chafarizes monumentais de ferro fundi-
do da Fundição Durenne, junto com postes e gradis
finamente elaborados, desapareceram completa-
mente, entre 1900 e 1910. Do chafariz de mármore
salvaram-se as cinco estátuas; os seis chafarizes
de ferro, muito provavelmente viraram ferro velho.
Nenhuma outra cidade da América Latina – e talvez
nem no mundo – teve um conjunto tão numeroso
e significativo instalado, e, portanto, igualmente
perdido, como Porto Alegre. Note-se que na insta-
lação de todos eles a cidade era uma longínqua ca-
pital provinciana, de cerca de 40 mil habitantes. É
fato por demais significativo, que os empresários
e governantes de então resolveram para iniciar o
abastecimento de água potável importar da Europa
obras de arte monumentais elaboradas, caras, com
o objetivo também de embelezar a pequena cidade.
Chafariz Imperial, em foto de cerca de 1930
38	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Porto Alegre teve estas e outras peças da
arte industrial francesas de ferro fundido, cuja cul-
tura é chamada de Fontes d’Art, as quais várias
ainda existem, resistem, e que vieram décadas de-
pois dos chafarizes monumentais por outros mo-
tivos e oportunidades, dentro de um contexto de
embelezamento de espaços públicos, internos e ex-
ternos (jardins e edifícios). Temos nesse sentido os
exemplos do Palácio Piratini, Biblioteca Pública do
Estado e outros locais (um exemplo, a Praça Quinze
de Novembro, com o pequeno Chafariz “da Cornucó-
pia”, de cerca de 1882; posteriormente transferido
para a Redenção).
A importância do restauro
e revitalização
Com os anos, o Chafariz Imperial precisou
de reparos. Finalmente, em 1998-99, ele recebeu o
seu primeiro restauro, ficando em bom estado até a
década seguinte. Neste ano, novamente o Imperial
passou por restauro e revitalização, com recursos
financeiros da prefeitura da capital, e, principal-
mente, com verba captada em empresas privadas
(via Lei de Incentivo à Cultura – Pró-Cultura RS), por
meio de projeto cultural do Sindicato da Construção
Civil – SINDUSCON. Além do restauro da estrutura de
ferro fundido e recompostas partes vandalizadas,
todo o ambiente em torno do chafariz foi revitali-
zado. A parte hidráulica recuperada faz com que o
chafariz possa novamente jorrar água por sua bica
superior e pelas bocas de suas carrancas.
A importância desta fonte é imensa, pois
foi a única obra de arte industrial monumental
europeia que restou de uma era. O registro de um
tempo em que vivia-se sob uma economia agropas-
toril. À época, adquirir um dispendioso acervo na
Europa significou uma firme declaração de querer
tornar-se uma cidade moderna. Uma pena, todavia,
que se perdeu como em nenhuma outra cidade o
incrível acervo de seis chafarizes monumentais das
Fundições Durenne (nem Paris teve tantos destes),
mais um belíssimo chafariz de mármore produzido
na região italiana de Carrara, como nenhum outro
jamais houve no Brasil. Encontra-se agora a respon-
sabilidade redobrada da cidade para bem conservar
o Chafariz Imperial para as próximas gerações, pa-
trimônio tombado assim como todo o conjunto do
Parque Farroupilha.
Bibliografia
ALVES, José Francisco. Fontaine impériale – La
dernière d’uma époque. In Fontes nº 113, Saint-
Dizier, Juin 2019 [p. 35–38].
ALVES, José Francisco. Fontes d’art no Rio Grande do
Sul. Porto Alegre: Artfolio, 2009, 216 p.
ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto
Alegre – história, contexto e significado. Porto Alegre:
Artfolio, 2004, 264 p.
ROBERT-DEHAULT, Élisabeth et al. Fontes d’Art –
Chafarizes e estátuas francesas do Rio de Janeiro.
Paris: Les Éditions de l’Amateur, ASPM – FBM, 2000,
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DUARTE, Miguel A. de O. Chafariz – um equipamento
de vida e sua morte. O Rio Grande Filatélico, n.º 24.
Porto Alegre, 2001 [p. 34–39].
FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: Guia Histórico.
Porto Alegre: UFRGS, 1992, 441 p., 2ª ed. ampliada.
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 39
40	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 41
42	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO RECANTO DO CHAFARIZ
Verônica Di Benedetti
Graduada em Arquitetura e Urbanismo, mestre em Geociências
Coordenadora técnica do Projeto de Revitalização e Resgate do
Patrimônio Histórico do Parque Farroupilha
O Parque Farroupilha, tradicionalmente
chamado de Parque da Redenção, é o principal e
mais antigo parque público da cidade de Porto Ale-
gre. Sua história começa no início do século XIX e
hoje é o Parque mas freqüentado pela maioria dos
porto-alegrenses e visitantes.
Apresenta várias áreas de lazer das quais
se destacam os Recantos Jardim Alpino, Jardim
Oriental, Jardim Europeu e Recanto Solar. Criados a
partir de 1941, os Recantos recebem visitação cons-
tante e despertam curiosidade e interesse de quem
passa por ali, nos passeios pelo Parque mais popu-
lar da cidade.
Criados pelo agrônomo Guilherme Gauden-
zi, da Divisão Municipal de Parques, os recantos fo-
ram desenvolvidos de forma casual, evitando proje-
tos rígidos (GERMANI, 2002). O último recanto desta
série foi aquele destinado a receber o Chafariz Im-
perial, que deixava sua última localização na Praça
Pereira Parobé para compor a paisagem do Recanto
Jardim Europeu, no Parque Farroupilha.
Recanto do Chafariz Imperial
Segundo informa administração municipal
da Redenção, o Recanto do Chafariz Imperial é o
mais visitado do Parque, no entanto, sem as devidas
medidas de manutenção ao longo de vários anos, o
espaço perdeu sua potencialidade dando espaço ao
abandono e à degradação.
O espaço onde foi instalado, localizado logo
atrás do Auditório Araújo Viana, apresentava antes
dessa revitalização problemas crônicos de alaga-
mento, principal limitação para o uso permanente
do espaço. Os constantes afogamentos do passeio,
adereços e da vegetação ornamental contribuíram
para a degradação dos materiais e do ajardinamen-
to. O sistema do chafariz e seu espelho d’água apre-
sentavam entupimento e fugas de água impedindo
o desenvolvimento das suas funções ornamentais.
A vegetação, debilitada pelas cheias que chegavam
a durar até sete dias para seu esgotamento, estava
bastante danificada. Com os alagamentos conse-
cutivos o calçamento em pedra portuguesa sofreu
rebaixamento de sua base e conseqüente perda
de material, prejudicando a harmonia do conjunto
além de criar situações de risco para os freqüen-
tadores. Os bancos de concreto e madeira, rema-
nescentes da década de 1930, estavam avariados,
muitos deles inutilizados por vandalismo ou falta
de manutenção adequada. As raízes das árvores do
entorno interferiam no calçamento comprometendo
a forma dos canteiros e o nivelamento dos passeios
de pedra portuguesa. O sistema elétrico de aciona-
mento da circulação das águas do chafariz e espe-
lho d’água estava desativado há mais de dois anos
por falta de mão-de-obra especializada para insta-
lação da bomba. Estas e outras patologias contribu-
íram para o estado de deterioração do local o que
motivou a intervenção de revitalizadora do espaço,
proposta pelo projeto Construção Cultural – Resgate
do Patrimônio Histórico – Chafariz Imperial/Recanto
Europeu, realização financiada pelo Sistema Pró-
Cultura, da Lei 8.313/2010.
Fotos: Paulo Roberto dos Santos Rocha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 43
Intervenção
O projeto de revitalização desta parte do
Recanto Europeu e do Chafariz Imperial atende aos
anseios de Porto Alegre que encontra no Parque
uma área de lazer, vivências, encontro com a cidade
e resgate da sua memória.
A primeira medida tomada foi a execução
de projeto de drenagem para sanar os problemas de
alagamento existentes no espaço. Para isso, formu-
lou-se uma solução a partir de um sistema de dre-
nos e escoamento ligado à rede pluvial existente,
direcionada à rua José Bonifácio. Com a ocorrência
de alagamentos resolvida, as ações se concentra-
ram na revitalização do conjunto paisagístico: cha-
fariz de ferro, bancos, calçamento e ajardinamento.
O Chafariz de ferro ao ser introduzido no es-
paço do Parque recebeu um tratamento direcionado
a sua nova função, agora de caráter exclusivamente
ornamental, o que lhe rendeu uma nova bacia em
argamassa decorada e elementos em concreto ar-
mado permitindo fluir o movimento das águas.
A água que abastece o Chafariz cai por gra-
vidade enchendo a bacia que, ao chegar a determi-
nado nível, é conduzida para pelos elementos em
formato de conchas. Estes canais, por sua vez, ali-
mentam o sistema de espelho d’água que circunda
seu elemento principal, o Chafariz Imperial.
A última intervenção no equipamento ocor-
reu há 20 anos, quando passou por criterioso res-
tauro que lhe garantiu longevidade. No entanto,
medidas conservativas se fazem necessárias com
mais frequência. Fabricado pela fundição francesa
Val Doste, em 1864, a peça em ferro fundido recebeu
jateamento com pressão controlada a fim de remo-
ver a oxidação presente superficialmente nas áre-
as mais vulneráveis do elemento. Após retirada das
oxidações e da camada superficial da tinta existen-
te, foi aplicada duas demãos de fundo e duas de-
mãos de tinta poliuretânica, própria para contato
com águas tratadas. A cor segue a palheta especifi-
cada na intervenção de restauro precedente. Ainda
como medida de conservação do chafariz de ferro,
o pináculo superior que havia sido quebrado, tendo
Imagem 1:
situação de alagamento
em dezembro de 2018
Imagem 2:
sistema de drenagem
para escoamento
MarciaHelenaFlores
44	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
se partido em duas partes devido a uma tentativa
de roubo, foi submetido à solda fria recebendo um
sistema de fixação em aço inoxidável resguardando
sua estabilidade.
Imagem 3:
anterior
à intervenção
conservativa
Imagem 4:
anterior à
intervenção
conservativa
Imagem 5:
detalhe do pináculo
antes e depois
da intervenção
conservativa
Imagem 6:
detalhes da
fonte após a
intervenção
conservativa
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 45
O sistema de circulação de água passou
por revisão, corrigindo-se as fugas d’água e entupi-
mentos. Com isto, os elementos de queda da água
foram revitalizados, atraindo os olhares e marcando
a paisagem.
O resgate do projeto nos revela canteiros
bem marcados e desenhados pelas pedras portu-
guesas, num jogo de cores entre o vermelho e o
preto. Muito de seu desenho havia se perdido devi-
do a ausência de manutenção da pavimentação. Os
tapetes foram resgatados com suas molduras e as
áreas em que houve rebaixamento da base foram
niveladas novamente.
Imagem 7:
detalhe da bacia
de concreto
anterior a
intervenção
conservativa
Imagem 8:
bacia de
concreto após a
impermeabilização
e recomposição
dos elementos em
argamassa
Imagem 9:
Situação do
calçamento de
pedras portuguesas
anterior à
intervenção
conservativa
46	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Os bancos em concreto armado ornados
por baixo relevo com motivos fitomórficos que lem-
bram a decoração marajoara tiveram seus relevos
recuperados. Os assentos em madeira também fo-
ram complementados, contribuindo com a requalifi-
cação do ambiente.
O projeto paisagístico da equipe da Se-
cretaria Municipal de Meio Ambiente e da Susten-
tabilidade resgata os antigos jardins floridos que
marcaram o local. A recuperação dos meio-fios que
demarcam os canteiros devolveram a leitura origi-
nal do espaço.
Questões de ordem prática no que tange
ao funcionamento do sistema elétrico também fo-
ram resolvidas. Foi instalada uma bomba de aciona-
mento da circulação de água, tendo sido conserta-
da uma bomba reserva. Foi ainda implantada uma
botoeira para proteção da bomba diante de quedas
de energia e para programação de timer de funcio-
namento automático.
Com isto, finalizada a obra, devolvemos o
espaço íntegro e aprazível à sociedade. Gratificante
é ver que o principal resultado foi a reaproxima-
ção das pessoas com uma postura mais positiva e
de apropriação em relação a mais este espaço tão
importante para a reconstrução da nossa trajetória
urbana.
Imagem 10:
pedras portuguesas
após intervenção
Imagem 11:
bancos em
concreto armado
antes e depois
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 47
48	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 49
JARDIM DO RECANTO DO CHAFARIZ IMPERIAL:
PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO
No final do ano de 2016, a Coordenação da
Memória Cultural da Secretaria Municipal da Cultura
(SMC) recebeu o convite da Associação Sul-Riogran-
dense da Construção Civil e do Sinduscon-RS para par-
ticipar do planejamento da terceira edição do Projeto
Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico
do Parque Farroupilha. De maneira diferente das duas
edições anteriores do Projeto, concluídas, respectiva-
mente, em 2014 e 2016, focadas sobre a revitalização
de monumentos e marcos históricos (BENEDETTI, 2016
p.13), a nova proposta visava contemplar alguns re-
cantos ajardinados localizados no Parque.
Em um primeiro momento, decidiu-se que
a proposta seria voltada à revitalização dos recan-
tos denominados Recanto Europeu e Recanto do
Chafariz Imperial, descritos no documento “Parque
Farroupilha - Instrução Detalhada de Tombamento”
(PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 2002).
Através da colaboração entre os corpos técnicos da
Secretaria Municipal da Cultura (SMC) e da Secreta-
ria Municipal do Meio Ambiente (SMAM)1
, foram de-
senvolvidos projetos para a revitalização dos jardins
dos dois recantos com o intuito de promover a maior
integração entre ambos, seguindo-se as recomenda-
Alex Pereira de Souza
Arquiteto – Coordenador de Áreas Verdes (CAV) da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade
(SMAMS) da Prefeitura Municipal de Porto Alegre
Sergio Luiz Valente Tomasini
Engenheiro Agrônomo, Dr. – Professor Adjunto do
Departamento de Horticultura e Silvicultura da Faculdade
de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
– UFRGS (Técnico da Prefeitura Municipal de Porto Alegre à
época do desenvolvimento do projeto)
ções contidas na referida Instrução. Dentre os dois
projetos, foi priorizada a execução da revitalização
do jardim do Recanto do Chafariz Imperial, em fun-
ção das frequentes ocorrências de alagamento da-
quela área decorrentes do comprometimento do seu
sistema de drenagem, o que vinha prejudicando o
seu uso pela população.
Ao contemplar a revitalização do jardim
que compõe o Recanto do Chafariz Imperial, a ter-
ceira edição do Projeto Construção Cultural inscre-
ve-se num capítulo recente da história das ações de
recuperação dos espaços públicos de Porto Alegre
ao buscar subsídios no conceito de jardim histórico
enquanto patrimônio cultural. Iniciativas semelhan-
tes foram desenvolvidas pelo município há poucos
anos, através de projetos como as revitalizações
dos jardins da Praça da Alfândega e da Praça Otávio
Rocha, ambos executados em 2012.
O conceito de jardim histórico é definido
na “Carta de Florença” como “uma composição de
arquitetura cujo material é principalmente vege-
tal, portanto, vivo e, como tal, perecível e renová-
vel” (ICOMOS, 1981). Nesse documento, o jardim
histórico é reconhecido como um “monumento
vivo” que deve ser salvaguardado segundo regras
específicas que orientam os cuidados com a sua
manutenção, conservação, restauração, reconsti-
tuição e utilização.
Em 2010, por ocasião do I Encontro Nacio-
nal de Gestores de Jardins Históricos, organizado
pelo IPHAN, foi assinada a “Carta dos Jardins His-
tóricos Brasileiros”, dita “Carta de Juiz de Fora” em
referência à cidade onde foi realizado o evento. Na
referida Carta, considerou-se que “na realidade bra-
sileira, equivalem aos jardins históricos, em impor-
tância simbólica e afetiva, os locais de encontro e
50	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
convívio, como os parques, jardins e passeios das
cidades históricas e também das grandes metrópo-
les (IPHAN, 2010)”. O documento destacou, contudo,
problemáticas e fatores de degradação que amea-
çam a conservação de bens culturais dessa natu-
reza, apontando uma série de recomendações para
lidar com essas dificuldades no contexto das políti-
cas públicas nacionais.
A proposta para a revitalização do jardim
que compõe o Recanto do Chafariz Imperial do Par-
que Farroupilha foi desenvolvida a partir de refle-
xões baseadas, fundamentalmente, nos conteúdos
dessas cartas patrimoniais, além das orientações
técnicas apresentadas pela publicação disponibili-
zada pelo IPHAN, denominada “Manual de Interven-
ção em Jardins Históricos”, de autoria do arquiteto
Carlos Fernando de Moura Delphim (DELPHIM, 1999),
pioneiro na defesa dos jardins históricos no Brasil
(OLIVEIRA, 2003).
Histórico do Recanto do
Chafariz Imperial
Concedida à municipalidade em 1807
pelo Governador da Província Paulo José da
Silva Gama (1779-1826), a área onde hoje se
encontra o Parque Farroupilha, conhecida na
época como a “Várzea do Portão”, contava,
originalmente, com aproximadamente 69 hec-
tares2
. Durante mais de um século, a área foi
alvo de diversas disputas e discussões quan-
to à sua destinação, sendo ocupada para di-
ferentes usos e reconhecida por diferentes
denominações associadas a esses últimos e
a eventos históricos de relevância para a loca-
lidade (Várzea do Potreiro, Campo do Bom Fim
e Campo da Redenção) (SEGAWA, 1996).
Apesar de algumas iniciativas ante-
riores visando transformar o Campo da Reden-
ção em um parque urbano (como a proposta
de Moreira Maciel) e do ajardinamento de uma
porção de sua área que ficou conhecida como
Jardim Paulo Gama, foi somente no final dos
anos de 1920 que o então intendente muni-
cipal Alberto Bins (1869-1957) encomendou ao
urbanista francês Alfred Agache (1875-1959) o projeto
de ajardinamento do Campo da Redenção, que viria
determinar a configuração da área de maneira mais
próxima à sua condição atual. Em 1935, o projeto se-
ria parcialmente implantado para servir como cenário
para as instalações da Exposição do Centenário da
Revolução Farroupilha. De acordo com Segawa (1996,
p. 187), “embora desvirtuado, o desenho de Agache e
as obras realizadas em 1935 naquela área foram as
intervenções que afinal estabeleceram para a antiga
Várzea do Potreiro a condição definitiva de um grande
jardim público para a cidade de Porto Alegre”.
Os recantos do Parque Farroupilha, contu-
do, incluindo o Recanto do Chafariz Imperial, não
estavam previstos no projeto de Agache e tampou-
co foram executados para a Exposição de 1935. De
acordo com Germani (2002, p.5), os recantos Jardim
Alpino, Jardim Europeu, Jardim Oriental, Recanto
Solar e Recanto do Chafariz Imperial foram constru-
ídos a partir de 1941, sendo que o último foi execu-
tado para receber o chafariz retirado da Praça Paro-
bé por conta da enchente de 1940. A denominação
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 51
Desenho do
urbanista francês
Alfred Agache
(1875-1959):
o projeto de
ajardinamento do
Campo da Redenção
do chafariz de ferro que batizou o Recanto do Cha-
fariz Imperial se deve, provavelmente, ao fato do
mesmo constituir o “único sobrevivente monumen-
tal de uma época – os primórdios do abastecimento
de água no tempo do Império”3
(ALVES, 2009 p.122).
Atualmente, assim como para os demais
recantos do Parque, não se dispõe de registros que
apresentem informações detalhadas sobre o proje-
to original do recanto criado para receber o chafariz
na ocasião de sua transferência. Devido a um incên-
dio que atingiu o pavilhão que abrigava a antiga
Divisão de Parques e Jardins4
, em 1970, localizado
no próprio Parque Farroupilha, os arquivos relativos
às áreas verdes de Porto Alegre foram destruídos
(GERMANI, 2002), o que leva a supor que, por conta
desse evento, registros de projeto, incluindo plan-
tas e outras informações técnicas referentes aos
recantos, possam ter sido perdidos.
Para Calovi (2009), a autoria dos recantos do
Parque Farroupilha deve ser entendida, assim como
outras obras desenvolvidas durante a administração
de Loureiro da Silva (1902-1964), num contexto de cola-
boração entre Arnaldo Gladosch (1903-1954), enquan-
to urbanista, Christiano de laPaixGelbert (1899-1984),
enquanto arquiteto e Guilherme Gaudenzi (19__?), en-
quanto paisagista.
A carência de registros sobre os planos ori-
ginais dos recantos do Parque prejudica, particular-
52	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
mente, o estudo das composições vegetais e das
técnicas de cultivo utilizadas na época para a cons-
trução dos jardins que faziam parte desses espa-
ços. Em entrevista concedida a Germani (2002), um
antigo funcionário da Divisão de Parques e Jardins
revela que, possivelmente, registros mais detalha-
dos a esse respeito sequer foram produzidos, em
função da metodologia de trabalho de quem plane-
jou e executou esses jardins.
Segundo relato do agrônomo Rui Baddo Krug, o dire-
tor da divisão, também agrônomo, Guilherme Gauden-
zi, foi o criador dos recantos do Parque Farroupilha.
Sob sua orientação, os desenhistas davam forma às
ideias, que eram executadas com sua supervisão pes-
soal. Deve-se também a ele, boa parte do plantio
executado na área. Este plantio foi feito de forma
aleatória, sem nenhum projeto. Observava-se, porém,
um certo critério, no plantio das palmeiras e ciprestes
que formam desenhos e margeiam recantos (GERMA-
NI, 2002 p. 5).
Em relação à vegetação
arbórea que faz parte do conjun-
to do Recanto do Chafariz Im-
perial, atualmente, verifica-se
a presença de uma imponente
colunata de palmeiras-da-Ca-
lifórnia (Washingtonia robus-
ta) margeando o jardim. Calovi
(2009) afirma que a decisão de
plantar palmeiras no perímetro
do Recanto, com a finalidade de
criar uma moldura especial para
o setor, pode ser atribuída a
Guilherme Gaudenzi (Imagem 1).
Autor de um aprofundado estu-
do sobre o plantio de palmeiras
de grande porte em Porto Ale-
gre, no período de 1935 a 1943,
Calovi é conclusivo ao apontar a
conexão entre o plantio do con-
junto que circunda o Recanto e
o planejamento do paisagismo dos
espaços públicos da cidade na época.
Se, por um lado, a longevidade das palmei-
ras-da-Califórnia ainda permite a verificação in loco
das intenções originais do planejamento do compo-
nente arbóreo do jardim, por outro, a maior vulne-
rabilidade dos componentes arbustivo e herbáceo
aos fatores temporais, ambientais e às práticas de
manejo, tornam essa tarefa bem mais difícil. Todos
os registros de que se dispõe a esse respeito são al-
gumas fotografias antigas, tal como ilustrado pela
Imagem 2. O que se pode visualizar em tais fotogra-
fias é a presença de canteiros cultivados com espé-
cies de baixo porte, adotando formas que repetem
os padrões geométricos dos canteiros limitados pe-
los meios-fios, observação que se reflete na única
menção a esses canteiros encontrada na Instrução
de Tombamento do Parque, na qual consta: “(...) Os
canteiros com bordadura e flores possuem meio-fio
de concreto (...)” (PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO
ALEGRE, 2002 p.11).
Imagem 1: Recanto do Chafariz Imperial,
em meados da década de 1950, circundado
por palmeiras palmeiras-da-Califórnia
(Washingtonia robusta)
Fonte: acervo do Museu de Porto Alegre
Joaquim José Felizardo
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 53
Proposta para a
Revitalização do Jardim
Partindo-se do já mencionado contexto de
escassez de informações históricas e técnicas sobre
os componentes vegetais, a proposta de interven-
ção para a revitalização do jardim foi desenvolvida
tomando-se por base a mesma orientação utiliza-
da por Benedetti (2016) nas edições anteriores do
Projeto Construção Cultural - Resgate do Patrimô-
nio Histórico do Parque Farroupilha. Ou seja, assim
como para as intervenções desenvolvidas sobre os
monumentos e marcos históricos do Parque, tam-
bém para o jardim do Recanto do Chafariz Imperial,
buscou-se, em primeiro lugar, o resgate da leitura
visual do bem cultural. Para tanto, a proposta foi
construída a partir de três eixos referenciais: histó-
rico, estético e ambiental.
Do ponto de vista histórico, a proposta pro-
cura ressaltar o estilo formal do jardim, claramente
presente na proposta original da década de 1940,
como pode ser percebido pelo formato circular do
jardim, construído a partir do elemento central re-
presentado pelo chafariz, bem como pelo desenho
geométrico e composição simétrica dos elementos
construídos dispostos em seu
entorno (espelhos d’água, cas-
catas e canteiros delimitados
por meios-fios). Dessa forma,
assim como o plano de plantio,
baseado na construção de áreas
de cultivo que repetem os pa-
drões formais de tais elementos
(Imagem 4), também o plano de
manutenção proposto para o jar-
dim (através, por exemplo, da in-
dicação de práticas de topiaria5
)
remete ao estilo formal pretendido pela proposta
original. Vale destacar que um dos pontos centrais
da proposta é a própria produção de registros que
possam subsidiar a conservação do bem revitaliza-
do e orientar eventuais intervenções futuras visan-
do a sua recuperação, suprindo a carência de infor-
mações verificada atualmente.
Através das composições vegetais propos-
tas, a intervenção também procura enfatizar o sen-
tido histórico do jardim, agregando-lhe valor estético
enquanto sítio destinado a abrigar um monumento
importante para a história da urbanização da cida-
de: o Chafariz Imperial. Através de variações de volu-
me, forma, cor e textura das espécies elencadas pelo
projeto (Imagem 3), pretende-se a criação de uma di-
nâmica visual capaz de um diálogo mais harmônico
com os elementos construídos do jardim, tais como a
bacia do chafariz, espelhos d’água, pontilhões e ban-
cos, além do próprio chafariz enquanto ponto focal
do conjunto. A criação de cercas vivas baixas com
espécies que se adaptam bem à prática de topiaria no
entorno imediato da área onde se encontra o chafariz
e nos canteiros adjacentes (interna e externamente)
aos espelhos d’água, exemplifica a intenção de pro-
mover a associação visual entre as vegetações arbus-
tiva e herbácea e os referidos elementos construídos.
Imagem 2: canteiros do Recanto do
Chafariz Imperial em 1943
Fonte: acervo do Museu de Porto
Alegre Joaquim José Felizardo
54	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Por fim, do ponto de vista ambiental, a
escolha das espécies baseou-se na sua adaptação
a solos com nível de umidade elevado. Cabe des-
tacar que, mesmo após a recuperação do sistema
de drenagem do Recanto, prevista no conjunto de
intervenções voltadas à revitalização da área, o su-
cesso do cultivo de espécies ornamentais no jardim
depende dessa capacidade de adaptação, já que os
canteiros onde serão plantadas se encontram em
uma cota baixa do terreno, cujo lençol freático é
bastante superficial.
Pitangueira-anã
Vedélia
Imagem 3:
espécies arbustivas e herbáceas previstas
no projeto de revitalização do jardim
Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Alegre
Copo-de-leite
Íris-da-sibéria
Grama-sempre-verde
Camarão Amarelo
Hera
Eugenia
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 55
Imagem 4:
plano de
plantio para a
revitalização do
jardim do Recanto
do Chafariz
Imperial
Fonte:
Prefeitura
Municipal de Porto
Alegre
56	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 57
Notas
1.	 Atualmente, denominada Secretaria Munici-
pal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (SMAMS).
2.	 Atualmente, o Parque Farroupilha possui
área de 37,5 ha.
3.	 Segundo o autor, durante a década de 1860,
por conta da implantação do sistema de distribuição
de água potável, foram instalados, originalmente, em
Porto Alegre, oito chafarizes, sendo que dentre eles,
apenas um era confeccionado em mármore, instalado
na Praça da Matriz, enquanto os outros sete eram pe-
ças de ferro fundido importadas da França.
4.	 Divisão de Parques e Jardins, responsável,
até a segunda metade da década de 1970, pelos par-
ques e praças de Porto Alegre e vinculada à Secretaria
Municipal de Obras e Viação (SMOV). Posteriormen-
te, esses serviços foram incorporados pela Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, quando da sua criação,
em 1976.
5.	 Prática de jardinagem que consiste em dar
formas às plantas mediante corte com tesouras ou
outros instrumentos de poda.
Referências Bibliográficas
ALVES, J.F. Fontes d’Art no/au Rio Grande do Sul.
Porto Alegre: Artfolio, 2009.
BENEDETTI, V. Os procedimento técnicos de
revitalização. In.: ALVES. J.F. (Org.) Resgate
do Patrimônio Histórico: construção cultural -
Parque Farroupilha. Porto Alegre: Associação Sul
Riograndense da Construção Civil, 2016. p.13
CALOVI, R. Colunatas Vegetais - Palmeiras e
cenografia urbana em Porto Alegre. Dissertação
(Mestrado em Arquitetura). Faculdade de
Arquitetura, UFRGS, Porto Alegre, 2009.
DELPHIM, C. Manual de Intervenção em Jardins
Históricos. Brasília: IPHAN, 1999. Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/Man_
IntervencaoJardinsHistoricos_1edicao_m.pdf Acesso
em: 20/12/2016.
GERMANI. A.M. Parque Farroupilha: ensaio sobre a
evolução do projeto paisagístico. Trabalho Acadêmico
- (Mestrado em Arquitetura). Faculdade de
Arquitetura, UFRGS, Porto Alegre, 2002. Disponível
em: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/
prefpoa/smam/usu_doc/doc._eletr._smam_-_parque_
farroupilha.pdf Acesso em: 21/07/2017.
ICOMOS. Carta de Florença. Florença, 1981.
Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/
uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20
Florenc%CC%A7a%201981.pdf >. Acesso em: 5 jun.
2018.
IPHAN. Carta dos Jardins Históricos Brasileiros dita
Carta de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2010. Disponível
em: < http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/
arquivos/Carta%20dos%20Jardins%20Historicos.
pdf>. Acesso em: 5 jun. 2018.
OLIVEIRA, A.R. Entrevista com Carlos Fernando de
Moura Delphim.
São Paulo, ano 04, n. 016.01, Vitruvius, out. 2003.
Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/
revistas/read/entrevista/04.016/3334>. Acesso em:
15 mar. 2018.
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Parque
Farroupilha: Instrução Detalhada do Tombamento.
Porto Alegre, 2002.
SEGAWA. H. Ao Amor do Público. São Paulo: Studio
Nobel, 1996.
58	 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
Verônica Di Benedetti
Graduada em Arquitetura e
Urbanismo pela Universidade
de Mogi das Cruzes (1995),
especialista em restauro de
materiais pétreos e cerâmicos
pelo Instituto italiano Palazzo
Spinell (2001), mestre em
Geociências – UFRGS (2006) e
MBA de empresas de construção
civil pela FGV (2011). Dedica-
se atualmente, a projeto,
execução e consultoria para
obras nas áreas civil e de
restauração de bens edificados,
móveis e integrados. Possui
em seu currículo diversos
artigos publicados em
revistas científicas na área de
materiais e de conservação
e restauro. Destaca entre
seus trabalhos o projeto de
Execução de Restauração
das fachadas da Antiga
Alfândega – Florianópolis/
SC, Projeto de Restauro das
fachadas e Execução da Antiga
Confeitaria Rocco – Porto
Alegre/RS, projeto de restauro
do Antigo Sobrado da Praça
João Abott - São Gabriel /
RS e diagnóstico dos arenitos
da Ruína de São Miguel
Arcanjo Patrimônio Mundial
da UNESCO- São Miguel /RS.
Como coordenadora técnica
do Projeto Construção Cultural
– Resgate do Patrimônio
Histórico desenvolve e executa
os projetos de conservação e
restauro do patrimônio cultural
do RS.
Paulo Ratinecas
Mestre em Gestão Empresarial
pela FGV/EBAPE, Pós-Graduado
em Marketing pela UFRGS e
Graduado em Administração
de Empresas e Pública pela
UFRGS, além de experiências
de aprimoramento nos
Estados Unidos, Espanha
e Israel. Especializado em
desenvolvimento de projetos e
trabalhos nas áreas de gestão:
comunicação, reconhecimento,
relacionamento, cultura e
responsabilidade social. É
Sócio-Diretor da MaxiMarket
desde 1998, ao longo deste
tempo vem atuando como
consultor de empresas,
professor e palestrante.
Anteriormente, exerceu,
durante 15 anos, atividades
como profissional de Marketing
e Estratégia no Grupo RBS.
Criador e coordenador
mercadológico do Projeto
Construção Cultural – Resgate
do Patrimônio Histórico.
ratinecas@maximarket.com.br
Sérgio Luiz Valente
Tomazini
Professor Dr. Sergio possui
graduação em Agronomia
pela Universidade de Passo
Fundo (1996), mestrado
(2002) e doutorado (2008) em
Engenharia Civil pela UFRGS
e graduação em Artes Visuais
pela mesma universidade
(2013). Tem experiência
nas áreas de Agronomia e
Engenharia Civil, com ênfase
em Parques e Jardins e
Desempenho do Ambiente
Construído. Tem experiência em
Artes Visuais, com ênfase nos
estudos da paisagem, atuando
principalmente nos seguintes
temas: jardim e poéticas
visuais, história dos jardins
e gestão da arte pública.
Trabalhou junto à Prefeitura
de Porto Alegre no período de
2006 a 2019, na Secretaria
do Meio Ambiente e da
Sustentabilidade e na Secretaria
da Cultura, desenvolvendo
trabalhos técnicos relacionados
ao planejamento, manejo e
gestão de parques, praças
e jardins e da arborização
urbana de Porto Alegre, bem
como à gestão do patrimônio
cultural vinculado a essas áreas
(especialmente, monumentos
e obras de arte públicas).
Atualmente, trabalha
como Professor Adjunto no
Departamento de Horticultura
e Silvicultura da Faculdade de
Agronomia (UFRGS) na área de
Floricultura, Parques e Jardins,
subárea de Paisagismo.
Recanto Europeu – Chafariz Imperial	 59
Zalmir
Chwartzmann
Engenheiro Civil e Bacharel
em Administração de Empresas
formado pela PUC RS, em
1974 e 1979. Desempenha
suas atividades profissionais
na empresa Chwartzmann
Construções e Incorporações
Ltda, como Diretor e
Responsável Técnico pela
mesma. Foi vice- presidente
do SINDUSCON RS de 1997 a
1989 e desde 1999 é membro
nato do Conselho Consultivo
da entidade. Foi diretor da
FIERGS e vice presidente da
Câmara Brasileira da Indústria
da Construção Civil.
Junto à Fundação Israelita
do Rio Grande do Sul tem
também dedicada atuação
sendo atualmente Presidente
do Conselho Geral das
Entidades da FIRS e diretor
da Confederação Israelita do
Brasil.
Vitor Ortiz
Gestor cultural com larga
experiência na área pública
e privada. Foi secretário de
cultura em Viamão e Porto
Alegre entre 1997 e 2003.
Neste período, integrou o
grupo redator da Agenda 21
da Cultura, documento de
referência internacional para
as políticas locais do setor,
hoje traduzido para mais de
20 idiomas. Foi diretor da
FUNARTE, no Rio de Janeiro,
e secretário de cultura de São
Leopoldo. Por dois anos, entre
2011 e 2012, foi Secretário-
Executivo do Ministério da
Cultura e Ministro Interino
em diversas ocasiões. Desde
2017, é um dos coordenadores
da Virada Sustentável POA,
sendo o responsável também
pela elaboração dos projetos
da Virada em São Paulo, Rio de
Janeiro, Manaus e Salvador.
É formado em História pela
UFRGS com extensão em gestão
cultural pelo OPC (Observatoire
de Politiques Culturelles de
Grenoble/França).
Denise Viana
Com 20 anos de atuação na
gestão cultural, Denise foi
Diretora de Economia da
Cultura, da Secretaria de Cultura
do RS, de 2011 a 2014, tendo
dado início a estruturação desse
setor, e a implantação do Fundo
de Apoio à Cultura no Estado-
FAC. É formada em Publicidade
e Propaganda (UFRGS/1991)
e atuou nos anos 90 na área
de produção de comerciais de
rádio e TV. Em seu currículo tem
dois cursos de especialização:
Economia da Cultura (Faculdade
de Economia/UFRGS, 2010)
e Teoria de Jornalismo e
Comunicação de Massas
(Famecos/PUC-RS, 1998).
Integrou a Representação
Regional Sul do Ministério da
Cultura. Chefiou o Gabinete
da Secretaria Municipal de
Cultura de Porto Alegre e
compôs a equipe do Instituto
Estadual de Música. Desde
2015, através da De Cultura,
é uma das organizadoras
da Virada Sustentável Porto
Alegre, gerente de projetos
da Liga Produção Cultural e
presta serviços de assessoria
e consultoria para diversos
projetos e instituições.
Caderno de Restauro do Projeto Construção Cultural
– Resgate do Patrimônio Histórico –
Revitalização do Recanto Europeu/Chafariz Imperial
Impresso em setembro de 2019
PARQUE FARROUPILHA – REDENÇÃO
REVITALIZAÇÃO
DO RECANTO EUROPEU
CHAFARIZ
IMPERIAL
P O R T O A L E G R E – R S – B R A S I L
Patrocínio
Realização
Financiamento
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  • 1. PARQUE FARROUPILHA – REDENÇÃO REVITALIZAÇÃO DO RECANTO EUROPEU CHAFARIZ IMPERIAL P O R T O A L E G R E – R S – B R A S I L Patrocínio Realização Financiamento Apoio
  • 2.
  • 4. Organização Vitor Ortiz Denise Viana Pereira PARQUE FARROUPILHA – REDENÇÃO REVITALIZAÇÃO DO RECANTO EUROPEU CHAFARIZ IMPERIAL P O R T O A L E G R E – R S – B R A S I L
  • 5. Resgate do Patrimônio Histórico: Construção Cultural Revitalização do Recanto Europeu Chafariz Imperial/Parque Farroupilha – Redenção Caderno de Restauro do Projeto Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico – Revitalização do Recanto Europeu/Chafariz Imperial Edição Associação Sul Riograndense da Construção Civil Organização do Caderno Denise Viana Pereira e Vitor Ortiz Pesquisa e revisão dos textos Vitor Ortiz Memorial descritivo das intervenções realizadas Verônica Di Benedetti, Sergio Luiz Valente Tomasini e Alex Pereira de Souza Design Gráfico Clô Barcellos Fotografias Tom Silveira e Gilberto Perin Colaboração Especial José Francisco Alves Impressão SGI Gráfica e Editora R433 Resgate do Patrimônio Histórico: Construção Cultural – Revitalização do Recanto Europeu Chafariz Imperial/Parque Farroupilha – Redenção. / Organizado por Vitor Ortiz e Denise Viana Pereira. – Porto Alegre: Associação Sul Riograndense da Construção Civil, 2019. 60p.; 21x24cm. Caderno de Restauro do Projeto Construção Cultural 1. Patrimônio Histórico. . 2. Revitalização. 3. Porto Ale-gre. 4. Parque Farroupilha. 5. Redenção. I. Ortiz, Vitor; org. II. Pereira, Denise Viana; org. III. Caderno. IV. Título. CDD363.69 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação: Bibliotecária Daiane Schramm – CRB-10/1881
  • 6.
  • 7. 6 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha Sumário UM ORGULHO PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL Aquiles Dal Molin Jr. A REVITALIZAÇÃO DO CHAFARIZ IMPERIAL Nelson Marchezan Júnior OS BENEFÍCIOS DO SISTEMA PRÓ-CULTURA Eduardo Hahn O PARQUE É UMA DE NOSSAS MELHORES HERANÇAS Zalmir Chwartzmann PROJETO CONSTRUÇÃO CULTURAL A importância de preservar e revitalizar os parques urbanos PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO RECANTO EUROPEU E DO CHAFARIZ IMPERIAL A ocupação do espaço urbano como forma de estimular a convivência entre as pessoas e o meio ambiente O CHAFARIZ IMPERIAL – O ÚLTIMO DE UMA ERA José Francisco Alves PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO RECANTO DO CHAFARIZ Verônica Di Benedetti JARDIM DO RECANTO DO CHAFARIZ IMPERIAL: PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO Sergio Luiz Valente Tomasini Alex Pereira de Souza 9 11 13 15 20 28 34 42 49
  • 8. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 7
  • 9. 8 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
  • 10. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 9 UM ORGULHO PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL Aquiles Dal Molin Jr. Presidente do SINDUSCON-RS e da Associação Sul-Riograndense da Construção Civil A melhor palavra, neste caso de expressar nosso sentimento com a entrega de mais uma obra do Projeto Construção Cultural – Revitalização do Patrimônio Cultural é orgulho. Estamos orgulhosos do Sinduscon e da Associação Rio-Grandense da Construção Civil pela liderança nestas realizações que vêm qualificando o Parque Farroupilha, a nos- sa querida Redenção, e buscando a revitalização e cuidados indispensáveis com nossos monumentos, como é o caso do Laçador, grande símbolo da cul- tura gaúcha. O projeto Construção Cultural vem sendo promovido desde 2014, especialmente com as inicia- tivas de resgate dos monumentos, e agora também dos espaços do Parque Farroupilha, como o Recanto Europeu, e nos cuidados para a preservação da es- tátua do Laçador. Há ainda neste projeto um braço de incentivo à música instrumental com o projeto Sindusom, que vem formando músicos e oportuni- zando espetáculos gratuitos no Teatro da sede do Sinduscon, em Porto Alegre. Esta iniciativa tem origem no antigo enga- jamento do nosso Sindicato e da nossa Associação com as questões culturais da cidade e muito espe- cialmente também no entendimento que comunga- mos sobre responsabilidade empresarial com a coo- peração para a boa gestão da cidade, em particular dos seus espaços públicos. Não seria correto espe- rar apenas pelas estruturas públicas, pela Prefeitu- ra ou pelo Governo do Estado. É preciso cooperar. Neste sentido, temos incentivado nossos principais parceiros do meio empresarial a partici- par do projeto doando recursos através do instituto da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Lei 13.490/10). Ao Sinduscon e à Associação cabe preparar os pro- jetos arquitetônicos, de revitalização e até mesmo paisagísticos, viabilizando a sua formulação e tam- bém realizar a gestão dos projetos, respeitando os ritos e processos de licenciamento junto ao Conse- lho Estadual de Cultura e da Secretaria de Estado da Cultura. Como são projetos de interesse público da municipalidade, com intervenções em espaços como o Parque Farroupilha/Redenção, a Prefeitura também participa, disponibilizando equipes da Se- cretaria Municipal da Cultura e da Secretaria Muni- cipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade. Desse modo, para cada uma dessas reali- zações, como esta que estamos entregando agora – o resgate do Recanto Europeu/Chafariz Imperial – ocorreu uma ampla mobilização envolvendo sin- dicato, associação, empresas, prefeitura e governo estadual. O resultado é o bem-estar da sociedade, que agora pode voltar a usufruir um dos mais belos cartões postais de Porto Alegre.
  • 11. 10 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
  • 12. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 11 A REVITALIZAÇÃO DO CHAFARIZ IMPERIAL Nelson Marchezan Júnior Prefeito de Porto Alegre Como um dos mais icônicos lugares de Por- to Alegre o Parque Farroupilha está entre aqueles de maior afluxo de público local e de fora da capi- tal. Trata-se de um parque vivo, dinâmico, demo- crático e encantador como poucos. Constitui-se no único parque tombado como patrimônio cultural em todo o seu conjunto, por várias razões, principal- mente pela sua história e relação com a evolução da cidade – é a nossa “Redenção”, por exemplo, em razão das campanhas antiescravagistas anteriores a 1888. Entre as suas atrações estão os espaços te- máticos, concluídos entre 1935 e princípios da déca- da seguinte, como o Recanto Oriental e o Recanto Alpino. O Recanto Europeu, finalizado por volta de 1941, abriga uma rara peça vinda de outro espaço da cidade, o “Chafariz Imperial”. A presente revitaliza- ção deste chafariz e de seu ambiente é mais um dos projetos em conjunto entre a Prefeitura de Porto Alegre e o Projeto Cultural do Sindicato das Indús- trias da Construção Civil no Estado do Rio Grande do Sul, o Sinduscon-RS, sendo a terceira destas par- cerias no Parque Farroupilha. Esta iniciativa destaca mais uma vez a im- portância das parcerias e a necessidade do envolvi- mento de instituições, entidades e população pelos esforços de conservação e manutenção dos espaços públicos. Este projeto de continuidade da parceria da Prefeitura com o Sinduscon-RS (desde 2014) vem a somar-se às iniciativas da Secretaria Municipal da Cultura (SMC). Havia mais de vinte anos que o Chafariz Imperial tinha recebido sua manutenção mais pro- funda. No presente projeto, não só o chafariz foi restaurado e as partes vandalizadas recompostas, como todo o seu entorno foi revitalizado, em es- pecial reparadas as tubulações e os mecanismos hidráulicos para que o local possa resistir a ala- gamentos, como vinha ocorrendo desde o início da década de 1940. O Chafariz Imperial tem suma importância pelas décadas que testemunhou em transformações da cidade, eis que se passaram incríveis 154 anos desde o início de seu funciona- mento, quando foi instalado originalmente junto ao Mercado Público, antes mesmo da própria existên- cia da Praça XV de Novembro. O Chafariz Imperial não só veio para o Par- que Farroupilha de outra parte da cidade como é originário de outro continente, da velha Europa, exemplar de um de seus patrimônios marcantes do Séc. XIX, a produção de estátuas e chafarizes franceses de ferro fundido: a indústria artística das Fontes d’ Art. Trata-se de patrimônio cultural pes- quisado e protegido em vários continentes, em es- pecial em países de colonização ibero-americana. Infelizmente, de um conjunto instalado entre 1865 e 1866 o qual somava sete chafarizes franceses (de ferro) e um italiano (de mármore), foi o único chafa- riz monumental para o primeiro abastecimento pú- blico de água potável que sobreviveu na cidade, por isto, como um patrimônio da “época da Guerra do Paraguai”, único, redobram-se os cuidados de sua preservação. Abrem-se mais perspectivas com esta ini- ciativa, somada à retomada da autoestima das coi- sas públicas da cidade, com os exemplos da revita- lização da Orla do Guaíba e do Largo dos Açorianos, repotencializando os lugares públicos qualificados, os verdes, a presença apaziguadora da água, em chafarizes, lagos e espelhos d´água.
  • 13. 12 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
  • 14. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 13 OS BENEFÍCIOS DO SISTEMA PRÓ-CULTURA Eduardo Hahn Arquiteto CAU A27775-4 Diretor do Departamento de Memória e Patrimônio SEDAC/RS O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria de Estado Cultura, tem, des- de o início da gestão atual, afirmado a importância das políticas públicas que visam fomentar ações para a valorização da história e da cultura do Es- tado. As discussões oriundas deste claro e aberto posicionamento têm direcionado para um processo de aprimoramento dos instrumentos já utilizados para este fim, entre eles o Sistema Pró-Cultura (Lei 13.490/10) e seu mecanismo de incentivo através da isenção fiscal. Quando analisamos os resultados obtidos através desta lei e na aplicação dos recursos gera- dos através do Pró-Cultura no decorrer do tempo, em todo o território do Estado, nos parece clara e inegável a sua grande importância na valorização de nosso patrimônio cultural. A inauguração da obra de revitalização do Chafariz Imperial, localizado no Recanto Europeu do Parque Farroupilha, é mais um exemplo do êxito desta política de cooperação fomentada pelo Go- verno do Estado com os municípios e a sociedade civil. Através desta ação, assim como de tantas ou- tras já executadas, torna-se possível a disponibili- zação de recursos públicos para a restauração e re- qualificação de estruturas históricas reconhecidas e protegidas por lei específica. O resultado destas ações redunda também em incremento educacional e econômico, na medi- da em que tais ações contribuem para a formação de novos agentes e profissionais, gerando emprego, oportunidade e renda. A cada monumento inaugurado e devolvido ao cotidiano da sociedade está o Sistema Pró-Cul- tura, a nossa Lei de Incentivo Estadual, se afirman- do como um instrumento de sucesso e comprovan- do o desempenho no atendimento das demandas das comunidades. Desta forma, a Secretaria de Estado da Cul- tura – SEDAC RS manifesta a sua satisfação na via- bilização de mais uma entrega para a sociedade, certa de que, através deste caminho trilhado, está apoiando a construção de um futuro mais próspero para todos os gaúchos.
  • 15. 14 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
  • 16. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 15 Desde 2014, o Projeto Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico, capitaneado pelo Sinduscon e pela Associação Sul-Riograndense da Construção Civil, vem trabalhando com foco no Par- que Farroupilha, seus espaços e monumentos. Nes- te final de 2019, com grande alegria, estamos entre- gando mais uma obra extraordinária: o resgate do Recanto Europeu – Chafariz Imperial, um dos mais expressivos lugares do Parque Farroupilha. A Redenção, como é popularmente conhe- cido, é uma das melhores heranças do passado de Porto Alegre para as gerações atuais. Antes da cida- de transbordar sua antiga malha urbana para além dos contornos do atual Centro Histórico, o lugar era conhecido como a “Várzea da Redenção”. Sua utili- zação festiva e comum pelos porto-alegrenses teve como marca a realização da Feira Internacional de 1935, comemorativa dos cem anos da guerra Farrou- pilha, quando então governava o Estado o General Flores da Cunha e Alberto Bins era o Prefeito. Na atualidade, Porto Alegre, e em particular o Bairro Bom Fim, seria irreconhecível sem o Parque. Frequentado por milhares de pessoas diariamente, em especial nos domingos ensolarados de todas as estações do ano, o lugar representa um ponto de encontro de passado e presente. Crianças, jovens, senhores e senhoras que vivem a possibilidade de partilhar uma área comum nos melhores momentos do seu cotidiano são, na verdade, herdeiros de uma propriedade comum, que precisa ser cuidada por to- dos nós para que as gerações seguintes possam ter o mesmo privilégio. No que tange aos monumentos e recantos do Parque, esta é uma das muitas tarefas da sua manutenção e qualificação. Há outras que podem e devem ser assumidas por outros entes da socie- O PARQUE É UMA DE NOSSAS MELHORES HERANÇAS Zalmir Chwartzmann Vice-Presidente do SINDUSCON-RS e Coordenador do Projeto Construção Cultural dade ou mesmo pelo próprio poder público, a quem realmente a lei delega a competência de gestão do espaço. O Sinduscon-RS e Associação Riograndense da Construção em conjunto com um grupo de pa- trocinadores apoiadores do projeto – utilizando a oportunidade do incentivo à cultura do programa Pró-Cultura do Governo Estadual – dão um belíssi- mo exemplo de atitude e mobilização ao assumir e resolver essa tarefa de revitalizar os símbolos que a cidade plantou no seu espaço de uso e convivência comum. Além disso, é importante salientar aqui que, para a realização deste projeto de revitalização do Recanto Europeu e do Chafariz Imperial, houve zelosa preocupação técnica e conceitual nas inter- venções revitalizadoras; muito cuidado na seleção da equipe de profissionais encarregados pelo pro- jeto e a grande dedicação pró-bônus dos dirigentes do Sinduscon-RS e da Associação da Construção Ci- vil, sem o que seria impossível realizar um serviço desta qualidade, seriedade e importância.
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  • 18. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 17 Recanto Europeu Chafariz Imperial
  • 19. 18 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
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  • 21. 20 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha PROJETO CONSTRUÇÃO CULTURAL A importância de preservar e revitalizar os parques urbanos O crescimento da urbanização aumentou as distâncias entre as pessoas, lugares e reduziu as possibilidades de comunicação tradicionais como aquela que ocorria e era comum entre os vizinhos, nos bairros, nas ruas. Este processo, acompanhado da individualização em função do tempo escasso que restringe o cotidiano ao mínimo necessário ‘casa – trabalho – casa’, tem levado as pessoas a uma condição de maior vulnerabilidade, ao estresse e às doenças físicas e emocionais. A correria do dia a dia, o trânsito, a violên- cia e a poluição fazem com que a vida nos grandes centros seja cada vez mais inquietante e perigosa. Poucos são os que têm recursos e tempo de viajar para o campo para ter contato com a natureza. Nes- te contexto, os parques urbanos se tornam ainda mais importantes. Fazer caminhadas em locais abertos é ne- cessário para manter uma boa saúde e para o rela- xamento que todos necessitam. O lazer é conside- rado como uma forma de descanso necessária para o bem-estar pessoal. Os espaços públicos, entre eles praças e parques, ganham então cada vez mais importân- cia no desenvolvimento sustentável das cidades, mostrando-se fundamentais em seu planejamento na perspectiva de melhora na qualidade de vida de seus habitantes. Um parque é o espaço chamado de “área verde”, em geral livre de edificações e caracterizado pela abundante presença de vegetação. Protegido pela cidade, pelo estado/província ou pelo país no qual se encontra, destina-se à recreação dos habi- tantes da cidade, e/ou à preservação do meio am- biente natural. Desta forma, um parque pode ser caracterizado como urbano ou natural.
  • 22. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 21 Parque Urbano Um parque urbano é um espaço público que oferece oportunidades de lazer e recreação aos habitantes da cidade. Parques urbanos incluem muitas vezes playgrounds e campos de esportes, la- guinhos e centros educativos como academias ou escolas de verão. Eventualmente esse parque está ligado a um conjunto de equipamentos públicos de caráter cultural, como monumentos, centros cultu- rais e casas de espetáculo. Parques são um dos componentes-chaves de uma cidade especialmente dedicada em propi- ciar um alto nível de qualidade de vida aos seus habitantes. Várias das cidades com os melhores índices de desenvolvimento huma- no, como Genebra e Zurique, na Suíça, Van- couver, no Canadá, e Estocolmo, na Suécia, possuem sistemas complexos de espaços de recreação e parques urbanos. Um parque urbano humaniza a cidade e amplia a qua- lidade de vida. Além de que os parques, em geral, preservam árvores, plantas e espécies de todo tipo. Neste ponto entra o paisagis- mo, que além de ter grande importância na estruturação dos espaços públicos, deve ser pensado como forma de proporcionar melhor qualidade de vida à população. O paisagis- mo não é um simples projeto de jardim, mas uma construção ampla que busca harmonia com a arqui- tetura, com o clima e as esta- ções do ano, com a população que vai freqüentar os lugares de intervenção paisagística. Parque Farroupilha O Parque Farroupilha, conhecido como Parque da Re- denção ou Redenção, é o mais tradicional e popular parque de Porto Alegre. É um local visitado por muitos nas horas de descanso, seja para praticar esportes, pegar sol ou confra- ternizar tomando chimarrão com a família e amigos. Doado à cidade em 24 de outubro de 1807 pelo governador Paulo José da Silva Gama, o local foi inicialmente chamado de Potreiro da Várzea ou Campos da Várzea do Portão, passando mais tarde a denominar-se Campos do Bom Fim, devido à pro- ximidade da Igreja do Nosso Senhor do Bom Fim (1867) e das festas que ali se realizavam. Em 9 de setembro de 1884, a Câmara propôs que o parque passasse a ser denominado de Campos de Reden- ção, em homenagem à libertação dos escravos do terceiro distrito da Capital. O primeiro ajardinamen-
  • 23. 22 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha to ocorreu em 1901, quando já existiam na área do parque a Escola Militar (1872) e a Escola de Enge- nharia (1896). Com a Exposição Comemorativa do Centenário da Revolução Farroupilha, em 1935, tor- nou-se Parque Farroupilha, pois o evento transitório efetivou a ocupação total deste espaço. No dia 19 de setembro de 1935, Campos da Redenção recebeu a denominação de Parque Farroupilha, por meio do Decreto Municipal 307/3. Em 1939 foram construídos o espelho d’água no eixo central e foi dada continuidade ao ajardina- mento do parque. Os recantos Jardim Alpino, Jardim Europeu e Jardim Oriental foram implantados em 1941 por Arnaldo Gladosch. Após a enchente de 1941, foi criado um recanto que recebeu o antigo chafa- riz de ferro fundido da Praça Pereira Parobé, que já havia estado na Praça XV de Novembro. Em 1953 foi inaugurado o Monumento ao Expedicionário, obra do escultor Antônio Caringi, e em 1964, o novo Audi- tório Araújo Viana, projeto de Moacir Moojen Mar- ques e Carlos Maximiliano Fayet. Desde então não cessou de ser ajardina- do e urbanizado, mas os jardins perderam outros fragmentos para dar lugar a postos de gasolina e a um parque de diversões, um minizoo e um comple- xo desportivo. Conta atualmente com 370 mil m² de área. Aos domingos acontece no local o tradicional Brique da Redenção, com inúmeras bancas que ven- dem artesanato, alimentos e antiguidades. O Par- que Farroupilha foi tombado em 3 de janeiro de 1997 pelo município de Porto Alegre. Além de diversos recantos, como Orqui- dário, Recanto Alpino, Recanto Oriental, Recanto Europeu, Solar, Fonte Luminosa, Espelho d’água e
  • 24. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 23 Auditório Araújo Viana, conta ainda com 38 monu- mentos e cerca de 10.000 árvores. Cultura e bem coletivo A cultura é o caráter de uma sociedade. Sua difusão e aprimoramento determinam a capacidade de evolução e qualificam os processos de desenvol- vimento. Através dela, é estimulada a participação e a contribuição para o bem coletivo. E, junto com os fatores econômico, social e ambiental, é um dos pilares da sustentabilidade na sociedade do conhe- cimento. Numa nação como o Brasil, que busca pa- tamares mais relevantes de desenvolvimento, a res- ponsabilidade social empresarial adquire imensa relevância. Ao lado das enormes carências e desi- gualdades, geralmente está o descaso com o pa- trimônio público. O problema é compartilhado por toda a sociedade, embora inexista uma ação concre- ta sobre isso. A prioridade é desenvolver esforços, canalizar energias para comunicar e agir. Restaurar o que estava comprometido. Para isso, a sinergia entre os atores culturais, público e privado ajuda a mapear dados, necessidades e oportunidades, viabilizando o resgate de monumentos da cidade. É o que vem promovendo em Porto Alegre o projeto Construção Cultural, protagonizado pelo Sinduscon e pela Associação Sul-Riograndense da Construção Civil, de forma efetiva. O rico acervo escultórico da municipalida- de, a cada dia que passa tem sofrido novos danos, causados pelos efeitos do tempo e das intempéries,
  • 25. 24 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha mas também por roubos, vandalismo e a ausência de incentivos a sua preservação. Na atualidade, é bastante lamentável o estado de conservação das esculturas, monumentos e espaços públicos como era o caso específico do Recanto Europeu/Chafariz Imperial, há pouco tempo abandonado e submetido a constantes alagamentos, localizado no Parque da Redenção, atrás do Auditório Araújo Viana. Objetivos do Projeto Construção Cultural O projeto registrado neste Caderno de Res- tauro é parte de um conjunto de intervenções de revitalização destes lugares e das mais diversas obras e monumentos públicos da cidade que vem sendo desenvolvido desde 2014 pelo Sindicato e Associação Sul-Riograndense da Construção Civil, como forma de colaborar com a municipalidade, uti- lizando-se para tal do instituto da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Lei 13.490/10) – Sistema Pró-Cul- tura, que incentiva a participação das empresas no desenvolvimento de ações culturais diversas, entre estas aquelas de resgate, proteção e promoção do patrimônio histórico. O projeto Construção Cultural foi criado com esse objetivo de desenvolver a cooperação
  • 26. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 25
  • 27. 26 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha empresarial em áreas onde o estado, neste caso a Pre- feitura, tem dificuldades de realizar sozinho o trabalho de resgate, revitalização e preservação. Desde que foi criado, o Construção Cultural vem promovendo ações me- ticulosamente planejadas, com amplo suporte técnico, a fim de que essa coopera- ção empresarial pu­desse contribuir com a pauta de necessidades culturais da sociedade porto-alegrense e gaúcha. A estratégia de- senvolvida visa também ampliar o valor das ações das entidades Sinduscon e Associação, tornando-as referência para outras instituições e empresas do setor, para que essas também invistam em projetos culturais. O projeto, desde que teve início, já recupe- rou 32 monumentos instalados no Parque Farrou- pilha, entre eles o Monumento ao Expedicionário; promoveu o traslado da estátua do Gaúcho Oriental para ponto de maior visibilidade junto aos Espelhos Dáguas da Redenção e trouxe especialistas brasilei- ros e estrangeiros para, em conjunto, realizarem um importante diagnóstico dos problemas existentes no Monumento O Laçador, que será pauta da pró- xima iniciativa de revitalização a ser empreendia. Nesta quarta etapa, o projeto - resultado da parceria entre o SINDUSCON-RS, Associação da Construção Civil, Prefeitura Municipal de Porto Ale- gre, Ministério Público, Governo do Estado e empre- sas patrocinadoras foi selecionado o Recanto Euro- peu, entre os vários recantos existentes no Parque Farroupilha, o primeiro a ser revitalizado nesta nova fase do Construção Cultural.
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  • 29. 28 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha O Resgate do Patrimônio Público, progra- ma no qual se insere o Construção Cultural contém, além de ações de restauração de monumentos, a realização de eventos para discussão de ideais e de ações para a sociedade preservar melhor o seu pa- trimônio. Como dar mais segurança aos monumen- tos e praças para deixarem de ser vandalizados? Como educar melhor a população? Com o cercamento físico dos parques, se conseguiria uma melhor condição de proteção aos monumentos? Os principais ou mais populares mo- numentos estão em lugares adequados para serem contemplados e vivenciados pela população? Essas e outras questões são debatidas com lideranças públicas e privadas, especialistas e mul- tiplicadores de opinião. O resultado mais recompensador tem sido estimular o debate da importância do cuidado e da preservação em pauta nos principais veículos de co- municação do Rio Grande do Sul. O SINDUSCON-RS, como protagonista desse cenário, conquistou ganhos intangíveis em relacionamento com a sociedade. Apenas boas ideias não são o suficiente para que sejam postas em prática. Elas precisam ser contagiantes. O Projeto Construção Cultural ins- tiga a comunidade, pois questiona sobre o papel da sociedade na preservação da sua história atra- vés da manutenção de seus monumentos. As ações disponibilizadas geram ganhos para todos os envol- vidos – comunidade, realizadores e patrocinadores. Por sua esmerada adequação, é recompensada com o envolvimento da sociedade, dos meios de comuni- cação e das lideranças públicas e privadas. O Projeto tem obtido reconhecimento re- gional e nacional. Várias premiações foram conquis- tadas, como: Top de Marketing da ADVB/RS em 2014, PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO RECANTO EUROPEU E DO CHAFARIZ IMPERIAL A ocupação do espaço urbano como forma de estimular a convivência entre as pessoas e o meio ambiente na categoria Cultura; o Prêmio CBIC de Responsabi- lidade Social em 2015; Prêmio Top Cidadania 2015 da ABRH/RS. Além disso, teve o relato do projeto/case publicado na Revista Case Studies da FGV em 2014. Esses fatos proporcionaram um real impacto junto ao público e foi uma das principais razões para que o Sinduscon-RS obtivesse a primeira colocação na pesquisa Top of Mind em 2016/2017 na categoria Sin- dicatos Empresariais. O Parque Farroupilha com seus 370 mil m² abriga cinco recantos temáticos com parte do ce- nário a ser oferecido aos seus frequentadores. São eles: Europeu, Oriental, Solar, Alpino e o Roseiral. O Recanto Europeu compreende uma área de 7mil m² divididos em dois espaços consecuti- vos a área dos pergolados (5.400 m²) e a área do chafariz de ferro, denominado de Chafariz Imperial (1.600 m²). A área dos pergolados é composta por três pergolados, canteiros elaborados segundo o concei- to de jardim francês, com desenhos de piso mar- cados por formas geométricas, espécies vegetais desenhadas por podas (topiaria), bancos temáticos (base em forma de cabeça de leões), vasos orna- mentais de cimento e de metal, também com moti- vos decorativos. A área do Chafariz Imperial, foco desse pro- jeto de revitalização, apresenta em seu centro o chafariz de ferro fundido datado da segunda meta- de do século XIX originário da França. Porto Alegre tinha um dos oito chafarizes. Este foi o único dos oito originais a sobreviver até os dias de hoje. Em 1866 foi instalado na então Praça do Mercado ao lado do Chalé. Por volta de 1925, o chafariz foi trans- ferido para o outro lado do Mercado Público, onde está hoje o terminal de ônibus Rui Barbosa. Após a
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  • 31. 30 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
  • 32. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 31 Problemas de drenagem na região do cha- fariz impedem o ajardinamento contemplativo, pois as espécies não resistem as constantes inundações O que foi proposto para revitalização do espaço • Projeto de revitalização e recupera- ção, tanto das obras existentes, como do paisagismo. • Os canteiros, terão seu desenho ori- ginal resgatados com plantio de espécies baseadas em pesquisa histórica dos proje- tos originais, As plantas que serão imple- mentadas são perenes ou seja, florescem o ano todo. • Os passeios serão novamente co- bertos por saibro dando unidade visual ao conjunto. • A área do chafariz receberá sistema de drenagem eficiente a fim de poder res- gatar sua paisagem. • O sistema hidráulico será revisado trazendo de volta elementos de água per- didos devido a precariedade da manuten- ção. Será revitalizado, sendo novamente pintado e tendo seu elemento superior no- vamente colocado no lugar. • Todos os bancos, vasos e elementos arquitetônicos serão revitalizados. Os ele- mentos artísticos terão retirada de molde e nova modelagem irá recompor sua forma original (cabeça dos leões). enchente de 1941, o chafariz foi transferido para o Parque, no mesmo local que se encontra hoje. É importante lembrar que a função original dos chafarizes era abastecer a população com água no tempo do Império. Por isso sua denominação de chafariz Imperial. O chafariz Imperial é o centro do desenho que compõe o espaço. Em seu entorno estão dis- postos bancos num desenho circular com piso em pedras portuguesas. O ajardinamento, além de es- pécies vegetais rasteiras, possuipalmeiras impe- riais marcando o limite do espaço. Espelhos d’água recebem a água do chafariz criando um desenho bastante agradável, convidando a contemplação do monumento. Situação existente A falta de manutenção fez com que a ve- getação crescesse de forma descontrolada gerando um microclima, o que favoreceu com que as espé- cies vegetais originais não resistissem ao sombrea- mento e perecessem. O desenho dos canteiros, pelo fato de não ter delimitações rígidas se perderam, desfazendo assim o desenho paisagístico de com- posição geométrica. O desordenado crescimento também fez com que a ligação entre os espaços pergolados/ chafariz perdesse a continuidade segmentando a leitura visual do espaço. Os problemas de umidade constante, van- dalismo e falta de manutenção comprometeram as estruturas arquitetônicas e o mobiliário urbanos, tendo partes perdidas e deterioradas.
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  • 35. 34 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha O CHAFARIZ IMPERIAL – O ÚLTIMO DE UMA ERA José Francisco Alves Doutor em História da Arte, membro do ICOMOS, ICOM e AICA, professor do Atelier Livre Xico Stockinger, Prefeitura de Porto Alegre Brasil e França O Chafariz Imperial diz respeito a diversos aspectos da evolução urbana de Porto Alegre. Num sentido mais amplo, é também uma peça das re- lações entre o Brasil e a França, pois naquele país fomos buscar os nossos primeiros equipamentos ur- banos – chafarizes monumentais. A França exerceu no Brasil presença e influência desde os primeiros momentos da colonização portuguesa, com incur- sões, saques e invasões. Destes, o legado maior foi no Nordeste, com a fundação da cidade de São Luís (1612). Nos séculos XIX e XX esta influência foi efeti- va na modelagem da nossa cultura, desde a Missão Artística Francesa, a partir de 1816, até os anos 1940, sendo Paris nosso modelo em urbanismo, arquitetu- ra e arte. Na área do pensamento podemos citar o Positivismo do francês Augusto Comte (1798–1857), que nos influiu, efetivamente, no seu aspecto po- lítico, sendo o pensamento oficial dos governantes do Rio Grande do Sul entre 1889 e 1930. A presença de franceses no RS não foi sig- nificativa quanto as demais etnias europeias, que programaram com o governo brasileiro uma imi- gração em significativa escala, a exemplo dos ger- mânicos e dos italianos. Informações apontam, por exemplo, que os franceses perfizeram 5% do contin- gente de 12.593 imigrantes, entre 1859 e 1875. A atu- ação direta de franceses no RS pode ser lembrada de várias formas, a exemplo dos Irmãos Franceses da Ordem Lassalista (1907), que a partir daqui disse- minaram-se pelo Brasil. No Séc. XIX, foram os viajan- tes franceses os que propiciaram os mais célebres depoimentos sobre o RS, em especial Saint-Hilaire (entre 1820–21), Arsène Isabelle (entre 1833–34) e Ni- colau Dreys (1817–1827). No sentido iconográfico, o pintor Jean Baptiste Debret (cerca de 1827). Os Chafarizes Monumentais do Séc. XIX Na década de 1860, a capital da então Pro- víncia de São Pedro do Rio Grande do Sul necessi- tava de uma distribuição pública de água potável. Para tanto, foi dada a concessão destes serviços ao empresário Francisco Antônio Pereira da Costa, em 1861. Mais tarde, este negociante passou a contrato à recém-criada Cia. Hidráulica Porto-Alegrense, com os trabalhos de implantação do sistema desenvol- vendo-se entre 1865 e 1866. A comercialização da água foi feita inicialmente por oito chafarizes mo- numentais que vieram da Europa, os quais já cons- tavam previstos no contrato original (1861). O principal deles foi o Chafariz “Dom Pe- dro II”, instalado na Praça “da Matriz” (em 1865 denominada Praça Dom Pedro II), em mármore, im- portado muito provavelmente da região de Carrara, Itália. Começou a funcionar em 1866 e foi montado como uma homenagem ao Guaíba e seus afluentes, uma vez que as quatro estátuas da base aqui foram denominadas, por ideia de Giuseppe Obino, como rios “Caí, Sinos, Gravataí e Jacuí”. A principal, que encimava o conjunto, era o “Guaíba”. Embora este chafariz não fosse francês, os gradis e oito postes de iluminação originais que o cercavam, todos em ferro fundido, eram produtos da fundição francesa de Antoine Durenne. Os demais chafarizes eram todos franceses, também eles e os gradis e ilumi- nação sob projeto e fabricação da “SOCIÉTÉ DES ÉTABLISSMENTS MÉTALLURGIQUES A. DURENNE”, lo- calizada em Sommevoire, nordeste francês. Todos eles, previstos em 1861 e assim localizados: O Chafariz “da Imperatriz”, instalado em frente à Alfândega, na Rua da Praia (de frente ao atual Clube do Comércio), e o Chafariz “Princesa
  • 36. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 35 Chafariz Imperial, em foto possivelmente de 1880 Chafariz Imperial, em foto por volta de 1803, na Praça XV de Novembro
  • 37. 36 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha Isabel”, previsto inicialmente para a Praça da Inde- pendência, foi alterado ainda em 1861 para ser ins- talado na então Praça do Portão. Ambos chafarizes inaugurados em 29 de outubro de 1865, com a pre- sença do Imperador Dom Pedro II; em 1866, começa- ram a funcionar os demais – na Praça da Caridade (atual Praça Dom Feliciano), o Chafariz “Princesa Leopoldina”; na Praça da Harmonia, o Chafariz “Duque de Saxe”, que foi o maior de todos; dois chafarizes sem denominação específica à época, na Praça do Alto da Bronze (atual Praça General Osó- rio, na Rua Duque de Caxias) e na Praça da Várzea, em local no ponto norte do descampado que veio a se chamar depois como Campos do Bom Fim, Cam- po da Redenção e Parque Farroupilha; finalmente, o Chafariz “Conde d’Eu”, instalado na então Praça “do Mercado”. O Chafariz Imperial E este último foi o único dos oito chafari- zes originais a sobreviver até os dias de hoje, de- nominado pela historiografia como “Chafariz Im- perial”. À época, a Praça do Mercado era um amplo descampado. Depois foi denominada Praça Paraíso, em seguida Praça Conde d’Eu (1870), e, finalmente, Praça Quinze de Novembro (1899). Por volta de 1925, com o local já plenamente urbanizado, tendo a com- panhia próxima do célebre “Chalé” (houve dois cha- lés, o antigo – 1882, e o atual – 1911), o chafariz foi deslocado para a outra lateral do Mercado Público, em área que antes havia sido as docas do Mercado, aterrada logo após 1900 (local do atual terminal de ônibus Rui Barbosa). Nesse local, o chafariz gozava de destaque como ponto de convergência, no cen- tro de uma bela e nova praça, em espaço projetado para recebê-lo, inclusive com a construção de um imenso tanque de alvenaria, com oito seções, com uma carranca de cimento em cada uma de suas jun- ções externas. A curiosidade é que nessa nova localização foram colocadas junto ao chafariz, dentro do novo tanque externo, quatro peças artísticas hidráuli- cas – em forma de sapos (ao que pode se deduzir das poucas e desbotadas fotos da época), as quais jorravam água em diagonal, na direção do chafariz. Após a grande enchente de 1941 (não pelo motivo da enchente, mas para um novo uso do local), a praça foi desmanchada e o chafariz foi transladado para o seu atual sítio, no interior do Parque Farroupi- lha. O novo local, inserido na área denominada de “Recanto Europeu”, mostrou-se muito bem projeta- do para receber o chafariz, sendo o seu tanque de alvenaria reconstruído tal qual o anterior. Ao redor do conjunto, em nível mais baixo, uma área ampla o cercando, com espelho d’água e pequeninas quedas d’água. Também o recinto foi circundado com pal- meiras, hoje em sua plenitude. Um ambiente apra- zível, bucólico, como poucos. Este modelo de chafariz tem como sua peça principal – o elemento central – as figuras de três meninos em pé recostados contra o eixo central, constituindo-se num dos elementos mais comercia- lizados pelas fundições Durenne, o qual vemos em muitos chafarizes que ainda restam pelo mundo. A grande bandeja é bem numerosa em suas elabo- radas carrancas (quatorze), por cujas bocas a água jorra ao tanque maior. A base é de um modelo bem volumoso, com quatro carrancas de leões, por cujas bocas igualmente jorra água ao tanque. Enquanto tivemos o mesmo conjunto principal no Chafariz da Alfândega, a grande bandeja daquele continha oito carrancas e a sua base era de um modelo menor. Se- gundo a ASPM (Association pour la Sauvegarde et la Promotion du Patrimoine Métallurgique haute-mar- nais | Associação para a Salvaguarda e a Promoção do Patrimônio Metalúrgico do Alto Marne), um cha- fariz que tenha recebido este conjunto estatuário principal leva também o nome de “Chafariz dos Três Menininhos” [fontaine aux trois putti]. Este, com boa parte dos chafarizes de A. Durenne, foram cria- dos pelo escultor Carrier-Belleuse (1824-1887). Este chafariz, como os demais sete das fundições Durenne que Porto Alegre teve, eram ven- didos sob catálogos finamente elaborados, joias da arte gráfica francesa do Séc. XIX, pelos quais o comprador escolhia os elementos a compor. Como produto de arte industrial, suas peças continham encaixes para se acoplarem os diversos elementos, entre si. De forma similar, o chafariz italiano da Praça da Matriz também era industrial, porém, de
  • 38. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 37 uma indústria totalmente diversa, a indústria das peças artísticas em mármore da região de Carrara, Itália, pois as quatro estátuas dos afluentes são de dois modelos iguais, eis que esculpidas industrial- mente, à mão, uma a uma. Dessa mesma indústria, observamos também os dois conjuntos iguais dos leões de mármore do Paço Municipal, lá instalados por volta de 1905. O chafariz de mármore da Praça da Matriz e mais seis chafarizes monumentais de ferro fundi- do da Fundição Durenne, junto com postes e gradis finamente elaborados, desapareceram completa- mente, entre 1900 e 1910. Do chafariz de mármore salvaram-se as cinco estátuas; os seis chafarizes de ferro, muito provavelmente viraram ferro velho. Nenhuma outra cidade da América Latina – e talvez nem no mundo – teve um conjunto tão numeroso e significativo instalado, e, portanto, igualmente perdido, como Porto Alegre. Note-se que na insta- lação de todos eles a cidade era uma longínqua ca- pital provinciana, de cerca de 40 mil habitantes. É fato por demais significativo, que os empresários e governantes de então resolveram para iniciar o abastecimento de água potável importar da Europa obras de arte monumentais elaboradas, caras, com o objetivo também de embelezar a pequena cidade. Chafariz Imperial, em foto de cerca de 1930
  • 39. 38 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha Porto Alegre teve estas e outras peças da arte industrial francesas de ferro fundido, cuja cul- tura é chamada de Fontes d’Art, as quais várias ainda existem, resistem, e que vieram décadas de- pois dos chafarizes monumentais por outros mo- tivos e oportunidades, dentro de um contexto de embelezamento de espaços públicos, internos e ex- ternos (jardins e edifícios). Temos nesse sentido os exemplos do Palácio Piratini, Biblioteca Pública do Estado e outros locais (um exemplo, a Praça Quinze de Novembro, com o pequeno Chafariz “da Cornucó- pia”, de cerca de 1882; posteriormente transferido para a Redenção). A importância do restauro e revitalização Com os anos, o Chafariz Imperial precisou de reparos. Finalmente, em 1998-99, ele recebeu o seu primeiro restauro, ficando em bom estado até a década seguinte. Neste ano, novamente o Imperial passou por restauro e revitalização, com recursos financeiros da prefeitura da capital, e, principal- mente, com verba captada em empresas privadas (via Lei de Incentivo à Cultura – Pró-Cultura RS), por meio de projeto cultural do Sindicato da Construção Civil – SINDUSCON. Além do restauro da estrutura de ferro fundido e recompostas partes vandalizadas, todo o ambiente em torno do chafariz foi revitali- zado. A parte hidráulica recuperada faz com que o chafariz possa novamente jorrar água por sua bica superior e pelas bocas de suas carrancas. A importância desta fonte é imensa, pois foi a única obra de arte industrial monumental europeia que restou de uma era. O registro de um tempo em que vivia-se sob uma economia agropas- toril. À época, adquirir um dispendioso acervo na Europa significou uma firme declaração de querer tornar-se uma cidade moderna. Uma pena, todavia, que se perdeu como em nenhuma outra cidade o incrível acervo de seis chafarizes monumentais das Fundições Durenne (nem Paris teve tantos destes), mais um belíssimo chafariz de mármore produzido na região italiana de Carrara, como nenhum outro jamais houve no Brasil. Encontra-se agora a respon- sabilidade redobrada da cidade para bem conservar o Chafariz Imperial para as próximas gerações, pa- trimônio tombado assim como todo o conjunto do Parque Farroupilha. Bibliografia ALVES, José Francisco. Fontaine impériale – La dernière d’uma époque. In Fontes nº 113, Saint- Dizier, Juin 2019 [p. 35–38]. ALVES, José Francisco. Fontes d’art no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Artfolio, 2009, 216 p. ALVES, José Francisco. A Escultura Pública de Porto Alegre – história, contexto e significado. Porto Alegre: Artfolio, 2004, 264 p. ROBERT-DEHAULT, Élisabeth et al. Fontes d’Art – Chafarizes e estátuas francesas do Rio de Janeiro. Paris: Les Éditions de l’Amateur, ASPM – FBM, 2000, 206 p. DUARTE, Miguel A. de O. Chafariz – um equipamento de vida e sua morte. O Rio Grande Filatélico, n.º 24. Porto Alegre, 2001 [p. 34–39]. FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: Guia Histórico. Porto Alegre: UFRGS, 1992, 441 p., 2ª ed. ampliada.
  • 40. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 39
  • 41. 40 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
  • 42. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 41
  • 43. 42 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO RECANTO DO CHAFARIZ Verônica Di Benedetti Graduada em Arquitetura e Urbanismo, mestre em Geociências Coordenadora técnica do Projeto de Revitalização e Resgate do Patrimônio Histórico do Parque Farroupilha O Parque Farroupilha, tradicionalmente chamado de Parque da Redenção, é o principal e mais antigo parque público da cidade de Porto Ale- gre. Sua história começa no início do século XIX e hoje é o Parque mas freqüentado pela maioria dos porto-alegrenses e visitantes. Apresenta várias áreas de lazer das quais se destacam os Recantos Jardim Alpino, Jardim Oriental, Jardim Europeu e Recanto Solar. Criados a partir de 1941, os Recantos recebem visitação cons- tante e despertam curiosidade e interesse de quem passa por ali, nos passeios pelo Parque mais popu- lar da cidade. Criados pelo agrônomo Guilherme Gauden- zi, da Divisão Municipal de Parques, os recantos fo- ram desenvolvidos de forma casual, evitando proje- tos rígidos (GERMANI, 2002). O último recanto desta série foi aquele destinado a receber o Chafariz Im- perial, que deixava sua última localização na Praça Pereira Parobé para compor a paisagem do Recanto Jardim Europeu, no Parque Farroupilha. Recanto do Chafariz Imperial Segundo informa administração municipal da Redenção, o Recanto do Chafariz Imperial é o mais visitado do Parque, no entanto, sem as devidas medidas de manutenção ao longo de vários anos, o espaço perdeu sua potencialidade dando espaço ao abandono e à degradação. O espaço onde foi instalado, localizado logo atrás do Auditório Araújo Viana, apresentava antes dessa revitalização problemas crônicos de alaga- mento, principal limitação para o uso permanente do espaço. Os constantes afogamentos do passeio, adereços e da vegetação ornamental contribuíram para a degradação dos materiais e do ajardinamen- to. O sistema do chafariz e seu espelho d’água apre- sentavam entupimento e fugas de água impedindo o desenvolvimento das suas funções ornamentais. A vegetação, debilitada pelas cheias que chegavam a durar até sete dias para seu esgotamento, estava bastante danificada. Com os alagamentos conse- cutivos o calçamento em pedra portuguesa sofreu rebaixamento de sua base e conseqüente perda de material, prejudicando a harmonia do conjunto além de criar situações de risco para os freqüen- tadores. Os bancos de concreto e madeira, rema- nescentes da década de 1930, estavam avariados, muitos deles inutilizados por vandalismo ou falta de manutenção adequada. As raízes das árvores do entorno interferiam no calçamento comprometendo a forma dos canteiros e o nivelamento dos passeios de pedra portuguesa. O sistema elétrico de aciona- mento da circulação das águas do chafariz e espe- lho d’água estava desativado há mais de dois anos por falta de mão-de-obra especializada para insta- lação da bomba. Estas e outras patologias contribu- íram para o estado de deterioração do local o que motivou a intervenção de revitalizadora do espaço, proposta pelo projeto Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico – Chafariz Imperial/Recanto Europeu, realização financiada pelo Sistema Pró- Cultura, da Lei 8.313/2010. Fotos: Paulo Roberto dos Santos Rocha
  • 44. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 43 Intervenção O projeto de revitalização desta parte do Recanto Europeu e do Chafariz Imperial atende aos anseios de Porto Alegre que encontra no Parque uma área de lazer, vivências, encontro com a cidade e resgate da sua memória. A primeira medida tomada foi a execução de projeto de drenagem para sanar os problemas de alagamento existentes no espaço. Para isso, formu- lou-se uma solução a partir de um sistema de dre- nos e escoamento ligado à rede pluvial existente, direcionada à rua José Bonifácio. Com a ocorrência de alagamentos resolvida, as ações se concentra- ram na revitalização do conjunto paisagístico: cha- fariz de ferro, bancos, calçamento e ajardinamento. O Chafariz de ferro ao ser introduzido no es- paço do Parque recebeu um tratamento direcionado a sua nova função, agora de caráter exclusivamente ornamental, o que lhe rendeu uma nova bacia em argamassa decorada e elementos em concreto ar- mado permitindo fluir o movimento das águas. A água que abastece o Chafariz cai por gra- vidade enchendo a bacia que, ao chegar a determi- nado nível, é conduzida para pelos elementos em formato de conchas. Estes canais, por sua vez, ali- mentam o sistema de espelho d’água que circunda seu elemento principal, o Chafariz Imperial. A última intervenção no equipamento ocor- reu há 20 anos, quando passou por criterioso res- tauro que lhe garantiu longevidade. No entanto, medidas conservativas se fazem necessárias com mais frequência. Fabricado pela fundição francesa Val Doste, em 1864, a peça em ferro fundido recebeu jateamento com pressão controlada a fim de remo- ver a oxidação presente superficialmente nas áre- as mais vulneráveis do elemento. Após retirada das oxidações e da camada superficial da tinta existen- te, foi aplicada duas demãos de fundo e duas de- mãos de tinta poliuretânica, própria para contato com águas tratadas. A cor segue a palheta especifi- cada na intervenção de restauro precedente. Ainda como medida de conservação do chafariz de ferro, o pináculo superior que havia sido quebrado, tendo Imagem 1: situação de alagamento em dezembro de 2018 Imagem 2: sistema de drenagem para escoamento MarciaHelenaFlores
  • 45. 44 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha se partido em duas partes devido a uma tentativa de roubo, foi submetido à solda fria recebendo um sistema de fixação em aço inoxidável resguardando sua estabilidade. Imagem 3: anterior à intervenção conservativa Imagem 4: anterior à intervenção conservativa Imagem 5: detalhe do pináculo antes e depois da intervenção conservativa Imagem 6: detalhes da fonte após a intervenção conservativa
  • 46. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 45 O sistema de circulação de água passou por revisão, corrigindo-se as fugas d’água e entupi- mentos. Com isto, os elementos de queda da água foram revitalizados, atraindo os olhares e marcando a paisagem. O resgate do projeto nos revela canteiros bem marcados e desenhados pelas pedras portu- guesas, num jogo de cores entre o vermelho e o preto. Muito de seu desenho havia se perdido devi- do a ausência de manutenção da pavimentação. Os tapetes foram resgatados com suas molduras e as áreas em que houve rebaixamento da base foram niveladas novamente. Imagem 7: detalhe da bacia de concreto anterior a intervenção conservativa Imagem 8: bacia de concreto após a impermeabilização e recomposição dos elementos em argamassa Imagem 9: Situação do calçamento de pedras portuguesas anterior à intervenção conservativa
  • 47. 46 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha Os bancos em concreto armado ornados por baixo relevo com motivos fitomórficos que lem- bram a decoração marajoara tiveram seus relevos recuperados. Os assentos em madeira também fo- ram complementados, contribuindo com a requalifi- cação do ambiente. O projeto paisagístico da equipe da Se- cretaria Municipal de Meio Ambiente e da Susten- tabilidade resgata os antigos jardins floridos que marcaram o local. A recuperação dos meio-fios que demarcam os canteiros devolveram a leitura origi- nal do espaço. Questões de ordem prática no que tange ao funcionamento do sistema elétrico também fo- ram resolvidas. Foi instalada uma bomba de aciona- mento da circulação de água, tendo sido conserta- da uma bomba reserva. Foi ainda implantada uma botoeira para proteção da bomba diante de quedas de energia e para programação de timer de funcio- namento automático. Com isto, finalizada a obra, devolvemos o espaço íntegro e aprazível à sociedade. Gratificante é ver que o principal resultado foi a reaproxima- ção das pessoas com uma postura mais positiva e de apropriação em relação a mais este espaço tão importante para a reconstrução da nossa trajetória urbana. Imagem 10: pedras portuguesas após intervenção Imagem 11: bancos em concreto armado antes e depois
  • 48. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 47
  • 49. 48 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
  • 50. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 49 JARDIM DO RECANTO DO CHAFARIZ IMPERIAL: PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO No final do ano de 2016, a Coordenação da Memória Cultural da Secretaria Municipal da Cultura (SMC) recebeu o convite da Associação Sul-Riogran- dense da Construção Civil e do Sinduscon-RS para par- ticipar do planejamento da terceira edição do Projeto Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico do Parque Farroupilha. De maneira diferente das duas edições anteriores do Projeto, concluídas, respectiva- mente, em 2014 e 2016, focadas sobre a revitalização de monumentos e marcos históricos (BENEDETTI, 2016 p.13), a nova proposta visava contemplar alguns re- cantos ajardinados localizados no Parque. Em um primeiro momento, decidiu-se que a proposta seria voltada à revitalização dos recan- tos denominados Recanto Europeu e Recanto do Chafariz Imperial, descritos no documento “Parque Farroupilha - Instrução Detalhada de Tombamento” (PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 2002). Através da colaboração entre os corpos técnicos da Secretaria Municipal da Cultura (SMC) e da Secreta- ria Municipal do Meio Ambiente (SMAM)1 , foram de- senvolvidos projetos para a revitalização dos jardins dos dois recantos com o intuito de promover a maior integração entre ambos, seguindo-se as recomenda- Alex Pereira de Souza Arquiteto – Coordenador de Áreas Verdes (CAV) da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (SMAMS) da Prefeitura Municipal de Porto Alegre Sergio Luiz Valente Tomasini Engenheiro Agrônomo, Dr. – Professor Adjunto do Departamento de Horticultura e Silvicultura da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS (Técnico da Prefeitura Municipal de Porto Alegre à época do desenvolvimento do projeto) ções contidas na referida Instrução. Dentre os dois projetos, foi priorizada a execução da revitalização do jardim do Recanto do Chafariz Imperial, em fun- ção das frequentes ocorrências de alagamento da- quela área decorrentes do comprometimento do seu sistema de drenagem, o que vinha prejudicando o seu uso pela população. Ao contemplar a revitalização do jardim que compõe o Recanto do Chafariz Imperial, a ter- ceira edição do Projeto Construção Cultural inscre- ve-se num capítulo recente da história das ações de recuperação dos espaços públicos de Porto Alegre ao buscar subsídios no conceito de jardim histórico enquanto patrimônio cultural. Iniciativas semelhan- tes foram desenvolvidas pelo município há poucos anos, através de projetos como as revitalizações dos jardins da Praça da Alfândega e da Praça Otávio Rocha, ambos executados em 2012. O conceito de jardim histórico é definido na “Carta de Florença” como “uma composição de arquitetura cujo material é principalmente vege- tal, portanto, vivo e, como tal, perecível e renová- vel” (ICOMOS, 1981). Nesse documento, o jardim histórico é reconhecido como um “monumento vivo” que deve ser salvaguardado segundo regras específicas que orientam os cuidados com a sua manutenção, conservação, restauração, reconsti- tuição e utilização. Em 2010, por ocasião do I Encontro Nacio- nal de Gestores de Jardins Históricos, organizado pelo IPHAN, foi assinada a “Carta dos Jardins His- tóricos Brasileiros”, dita “Carta de Juiz de Fora” em referência à cidade onde foi realizado o evento. Na referida Carta, considerou-se que “na realidade bra- sileira, equivalem aos jardins históricos, em impor- tância simbólica e afetiva, os locais de encontro e
  • 51. 50 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha convívio, como os parques, jardins e passeios das cidades históricas e também das grandes metrópo- les (IPHAN, 2010)”. O documento destacou, contudo, problemáticas e fatores de degradação que amea- çam a conservação de bens culturais dessa natu- reza, apontando uma série de recomendações para lidar com essas dificuldades no contexto das políti- cas públicas nacionais. A proposta para a revitalização do jardim que compõe o Recanto do Chafariz Imperial do Par- que Farroupilha foi desenvolvida a partir de refle- xões baseadas, fundamentalmente, nos conteúdos dessas cartas patrimoniais, além das orientações técnicas apresentadas pela publicação disponibili- zada pelo IPHAN, denominada “Manual de Interven- ção em Jardins Históricos”, de autoria do arquiteto Carlos Fernando de Moura Delphim (DELPHIM, 1999), pioneiro na defesa dos jardins históricos no Brasil (OLIVEIRA, 2003). Histórico do Recanto do Chafariz Imperial Concedida à municipalidade em 1807 pelo Governador da Província Paulo José da Silva Gama (1779-1826), a área onde hoje se encontra o Parque Farroupilha, conhecida na época como a “Várzea do Portão”, contava, originalmente, com aproximadamente 69 hec- tares2 . Durante mais de um século, a área foi alvo de diversas disputas e discussões quan- to à sua destinação, sendo ocupada para di- ferentes usos e reconhecida por diferentes denominações associadas a esses últimos e a eventos históricos de relevância para a loca- lidade (Várzea do Potreiro, Campo do Bom Fim e Campo da Redenção) (SEGAWA, 1996). Apesar de algumas iniciativas ante- riores visando transformar o Campo da Reden- ção em um parque urbano (como a proposta de Moreira Maciel) e do ajardinamento de uma porção de sua área que ficou conhecida como Jardim Paulo Gama, foi somente no final dos anos de 1920 que o então intendente muni- cipal Alberto Bins (1869-1957) encomendou ao urbanista francês Alfred Agache (1875-1959) o projeto de ajardinamento do Campo da Redenção, que viria determinar a configuração da área de maneira mais próxima à sua condição atual. Em 1935, o projeto se- ria parcialmente implantado para servir como cenário para as instalações da Exposição do Centenário da Revolução Farroupilha. De acordo com Segawa (1996, p. 187), “embora desvirtuado, o desenho de Agache e as obras realizadas em 1935 naquela área foram as intervenções que afinal estabeleceram para a antiga Várzea do Potreiro a condição definitiva de um grande jardim público para a cidade de Porto Alegre”. Os recantos do Parque Farroupilha, contu- do, incluindo o Recanto do Chafariz Imperial, não estavam previstos no projeto de Agache e tampou- co foram executados para a Exposição de 1935. De acordo com Germani (2002, p.5), os recantos Jardim Alpino, Jardim Europeu, Jardim Oriental, Recanto Solar e Recanto do Chafariz Imperial foram constru- ídos a partir de 1941, sendo que o último foi execu- tado para receber o chafariz retirado da Praça Paro- bé por conta da enchente de 1940. A denominação
  • 52. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 51 Desenho do urbanista francês Alfred Agache (1875-1959): o projeto de ajardinamento do Campo da Redenção do chafariz de ferro que batizou o Recanto do Cha- fariz Imperial se deve, provavelmente, ao fato do mesmo constituir o “único sobrevivente monumen- tal de uma época – os primórdios do abastecimento de água no tempo do Império”3 (ALVES, 2009 p.122). Atualmente, assim como para os demais recantos do Parque, não se dispõe de registros que apresentem informações detalhadas sobre o proje- to original do recanto criado para receber o chafariz na ocasião de sua transferência. Devido a um incên- dio que atingiu o pavilhão que abrigava a antiga Divisão de Parques e Jardins4 , em 1970, localizado no próprio Parque Farroupilha, os arquivos relativos às áreas verdes de Porto Alegre foram destruídos (GERMANI, 2002), o que leva a supor que, por conta desse evento, registros de projeto, incluindo plan- tas e outras informações técnicas referentes aos recantos, possam ter sido perdidos. Para Calovi (2009), a autoria dos recantos do Parque Farroupilha deve ser entendida, assim como outras obras desenvolvidas durante a administração de Loureiro da Silva (1902-1964), num contexto de cola- boração entre Arnaldo Gladosch (1903-1954), enquan- to urbanista, Christiano de laPaixGelbert (1899-1984), enquanto arquiteto e Guilherme Gaudenzi (19__?), en- quanto paisagista. A carência de registros sobre os planos ori- ginais dos recantos do Parque prejudica, particular-
  • 53. 52 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha mente, o estudo das composições vegetais e das técnicas de cultivo utilizadas na época para a cons- trução dos jardins que faziam parte desses espa- ços. Em entrevista concedida a Germani (2002), um antigo funcionário da Divisão de Parques e Jardins revela que, possivelmente, registros mais detalha- dos a esse respeito sequer foram produzidos, em função da metodologia de trabalho de quem plane- jou e executou esses jardins. Segundo relato do agrônomo Rui Baddo Krug, o dire- tor da divisão, também agrônomo, Guilherme Gauden- zi, foi o criador dos recantos do Parque Farroupilha. Sob sua orientação, os desenhistas davam forma às ideias, que eram executadas com sua supervisão pes- soal. Deve-se também a ele, boa parte do plantio executado na área. Este plantio foi feito de forma aleatória, sem nenhum projeto. Observava-se, porém, um certo critério, no plantio das palmeiras e ciprestes que formam desenhos e margeiam recantos (GERMA- NI, 2002 p. 5). Em relação à vegetação arbórea que faz parte do conjun- to do Recanto do Chafariz Im- perial, atualmente, verifica-se a presença de uma imponente colunata de palmeiras-da-Ca- lifórnia (Washingtonia robus- ta) margeando o jardim. Calovi (2009) afirma que a decisão de plantar palmeiras no perímetro do Recanto, com a finalidade de criar uma moldura especial para o setor, pode ser atribuída a Guilherme Gaudenzi (Imagem 1). Autor de um aprofundado estu- do sobre o plantio de palmeiras de grande porte em Porto Ale- gre, no período de 1935 a 1943, Calovi é conclusivo ao apontar a conexão entre o plantio do con- junto que circunda o Recanto e o planejamento do paisagismo dos espaços públicos da cidade na época. Se, por um lado, a longevidade das palmei- ras-da-Califórnia ainda permite a verificação in loco das intenções originais do planejamento do compo- nente arbóreo do jardim, por outro, a maior vulne- rabilidade dos componentes arbustivo e herbáceo aos fatores temporais, ambientais e às práticas de manejo, tornam essa tarefa bem mais difícil. Todos os registros de que se dispõe a esse respeito são al- gumas fotografias antigas, tal como ilustrado pela Imagem 2. O que se pode visualizar em tais fotogra- fias é a presença de canteiros cultivados com espé- cies de baixo porte, adotando formas que repetem os padrões geométricos dos canteiros limitados pe- los meios-fios, observação que se reflete na única menção a esses canteiros encontrada na Instrução de Tombamento do Parque, na qual consta: “(...) Os canteiros com bordadura e flores possuem meio-fio de concreto (...)” (PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 2002 p.11). Imagem 1: Recanto do Chafariz Imperial, em meados da década de 1950, circundado por palmeiras palmeiras-da-Califórnia (Washingtonia robusta) Fonte: acervo do Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo
  • 54. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 53 Proposta para a Revitalização do Jardim Partindo-se do já mencionado contexto de escassez de informações históricas e técnicas sobre os componentes vegetais, a proposta de interven- ção para a revitalização do jardim foi desenvolvida tomando-se por base a mesma orientação utiliza- da por Benedetti (2016) nas edições anteriores do Projeto Construção Cultural - Resgate do Patrimô- nio Histórico do Parque Farroupilha. Ou seja, assim como para as intervenções desenvolvidas sobre os monumentos e marcos históricos do Parque, tam- bém para o jardim do Recanto do Chafariz Imperial, buscou-se, em primeiro lugar, o resgate da leitura visual do bem cultural. Para tanto, a proposta foi construída a partir de três eixos referenciais: histó- rico, estético e ambiental. Do ponto de vista histórico, a proposta pro- cura ressaltar o estilo formal do jardim, claramente presente na proposta original da década de 1940, como pode ser percebido pelo formato circular do jardim, construído a partir do elemento central re- presentado pelo chafariz, bem como pelo desenho geométrico e composição simétrica dos elementos construídos dispostos em seu entorno (espelhos d’água, cas- catas e canteiros delimitados por meios-fios). Dessa forma, assim como o plano de plantio, baseado na construção de áreas de cultivo que repetem os pa- drões formais de tais elementos (Imagem 4), também o plano de manutenção proposto para o jar- dim (através, por exemplo, da in- dicação de práticas de topiaria5 ) remete ao estilo formal pretendido pela proposta original. Vale destacar que um dos pontos centrais da proposta é a própria produção de registros que possam subsidiar a conservação do bem revitaliza- do e orientar eventuais intervenções futuras visan- do a sua recuperação, suprindo a carência de infor- mações verificada atualmente. Através das composições vegetais propos- tas, a intervenção também procura enfatizar o sen- tido histórico do jardim, agregando-lhe valor estético enquanto sítio destinado a abrigar um monumento importante para a história da urbanização da cida- de: o Chafariz Imperial. Através de variações de volu- me, forma, cor e textura das espécies elencadas pelo projeto (Imagem 3), pretende-se a criação de uma di- nâmica visual capaz de um diálogo mais harmônico com os elementos construídos do jardim, tais como a bacia do chafariz, espelhos d’água, pontilhões e ban- cos, além do próprio chafariz enquanto ponto focal do conjunto. A criação de cercas vivas baixas com espécies que se adaptam bem à prática de topiaria no entorno imediato da área onde se encontra o chafariz e nos canteiros adjacentes (interna e externamente) aos espelhos d’água, exemplifica a intenção de pro- mover a associação visual entre as vegetações arbus- tiva e herbácea e os referidos elementos construídos. Imagem 2: canteiros do Recanto do Chafariz Imperial em 1943 Fonte: acervo do Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo
  • 55. 54 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha Por fim, do ponto de vista ambiental, a escolha das espécies baseou-se na sua adaptação a solos com nível de umidade elevado. Cabe des- tacar que, mesmo após a recuperação do sistema de drenagem do Recanto, prevista no conjunto de intervenções voltadas à revitalização da área, o su- cesso do cultivo de espécies ornamentais no jardim depende dessa capacidade de adaptação, já que os canteiros onde serão plantadas se encontram em uma cota baixa do terreno, cujo lençol freático é bastante superficial. Pitangueira-anã Vedélia Imagem 3: espécies arbustivas e herbáceas previstas no projeto de revitalização do jardim Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Alegre Copo-de-leite Íris-da-sibéria Grama-sempre-verde Camarão Amarelo Hera Eugenia
  • 56. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 55 Imagem 4: plano de plantio para a revitalização do jardim do Recanto do Chafariz Imperial Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Alegre
  • 57. 56 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha
  • 58. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 57 Notas 1. Atualmente, denominada Secretaria Munici- pal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (SMAMS). 2. Atualmente, o Parque Farroupilha possui área de 37,5 ha. 3. Segundo o autor, durante a década de 1860, por conta da implantação do sistema de distribuição de água potável, foram instalados, originalmente, em Porto Alegre, oito chafarizes, sendo que dentre eles, apenas um era confeccionado em mármore, instalado na Praça da Matriz, enquanto os outros sete eram pe- ças de ferro fundido importadas da França. 4. Divisão de Parques e Jardins, responsável, até a segunda metade da década de 1970, pelos par- ques e praças de Porto Alegre e vinculada à Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV). Posteriormen- te, esses serviços foram incorporados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, quando da sua criação, em 1976. 5. Prática de jardinagem que consiste em dar formas às plantas mediante corte com tesouras ou outros instrumentos de poda. Referências Bibliográficas ALVES, J.F. Fontes d’Art no/au Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Artfolio, 2009. BENEDETTI, V. Os procedimento técnicos de revitalização. In.: ALVES. J.F. (Org.) Resgate do Patrimônio Histórico: construção cultural - Parque Farroupilha. Porto Alegre: Associação Sul Riograndense da Construção Civil, 2016. p.13 CALOVI, R. Colunatas Vegetais - Palmeiras e cenografia urbana em Porto Alegre. Dissertação (Mestrado em Arquitetura). Faculdade de Arquitetura, UFRGS, Porto Alegre, 2009. DELPHIM, C. Manual de Intervenção em Jardins Históricos. Brasília: IPHAN, 1999. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/Man_ IntervencaoJardinsHistoricos_1edicao_m.pdf Acesso em: 20/12/2016. GERMANI. A.M. Parque Farroupilha: ensaio sobre a evolução do projeto paisagístico. Trabalho Acadêmico - (Mestrado em Arquitetura). Faculdade de Arquitetura, UFRGS, Porto Alegre, 2002. Disponível em: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/ prefpoa/smam/usu_doc/doc._eletr._smam_-_parque_ farroupilha.pdf Acesso em: 21/07/2017. ICOMOS. Carta de Florença. Florença, 1981. Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/ uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20 Florenc%CC%A7a%201981.pdf >. Acesso em: 5 jun. 2018. IPHAN. Carta dos Jardins Históricos Brasileiros dita Carta de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2010. Disponível em: < http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/ arquivos/Carta%20dos%20Jardins%20Historicos. pdf>. Acesso em: 5 jun. 2018. OLIVEIRA, A.R. Entrevista com Carlos Fernando de Moura Delphim. São Paulo, ano 04, n. 016.01, Vitruvius, out. 2003. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/ revistas/read/entrevista/04.016/3334>. Acesso em: 15 mar. 2018. PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Parque Farroupilha: Instrução Detalhada do Tombamento. Porto Alegre, 2002. SEGAWA. H. Ao Amor do Público. São Paulo: Studio Nobel, 1996.
  • 59. 58 Resgate do Patrimônio Histórico – Parque Farroupilha Verônica Di Benedetti Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (1995), especialista em restauro de materiais pétreos e cerâmicos pelo Instituto italiano Palazzo Spinell (2001), mestre em Geociências – UFRGS (2006) e MBA de empresas de construção civil pela FGV (2011). Dedica- se atualmente, a projeto, execução e consultoria para obras nas áreas civil e de restauração de bens edificados, móveis e integrados. Possui em seu currículo diversos artigos publicados em revistas científicas na área de materiais e de conservação e restauro. Destaca entre seus trabalhos o projeto de Execução de Restauração das fachadas da Antiga Alfândega – Florianópolis/ SC, Projeto de Restauro das fachadas e Execução da Antiga Confeitaria Rocco – Porto Alegre/RS, projeto de restauro do Antigo Sobrado da Praça João Abott - São Gabriel / RS e diagnóstico dos arenitos da Ruína de São Miguel Arcanjo Patrimônio Mundial da UNESCO- São Miguel /RS. Como coordenadora técnica do Projeto Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico desenvolve e executa os projetos de conservação e restauro do patrimônio cultural do RS. Paulo Ratinecas Mestre em Gestão Empresarial pela FGV/EBAPE, Pós-Graduado em Marketing pela UFRGS e Graduado em Administração de Empresas e Pública pela UFRGS, além de experiências de aprimoramento nos Estados Unidos, Espanha e Israel. Especializado em desenvolvimento de projetos e trabalhos nas áreas de gestão: comunicação, reconhecimento, relacionamento, cultura e responsabilidade social. É Sócio-Diretor da MaxiMarket desde 1998, ao longo deste tempo vem atuando como consultor de empresas, professor e palestrante. Anteriormente, exerceu, durante 15 anos, atividades como profissional de Marketing e Estratégia no Grupo RBS. Criador e coordenador mercadológico do Projeto Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico. ratinecas@maximarket.com.br Sérgio Luiz Valente Tomazini Professor Dr. Sergio possui graduação em Agronomia pela Universidade de Passo Fundo (1996), mestrado (2002) e doutorado (2008) em Engenharia Civil pela UFRGS e graduação em Artes Visuais pela mesma universidade (2013). Tem experiência nas áreas de Agronomia e Engenharia Civil, com ênfase em Parques e Jardins e Desempenho do Ambiente Construído. Tem experiência em Artes Visuais, com ênfase nos estudos da paisagem, atuando principalmente nos seguintes temas: jardim e poéticas visuais, história dos jardins e gestão da arte pública. Trabalhou junto à Prefeitura de Porto Alegre no período de 2006 a 2019, na Secretaria do Meio Ambiente e da Sustentabilidade e na Secretaria da Cultura, desenvolvendo trabalhos técnicos relacionados ao planejamento, manejo e gestão de parques, praças e jardins e da arborização urbana de Porto Alegre, bem como à gestão do patrimônio cultural vinculado a essas áreas (especialmente, monumentos e obras de arte públicas). Atualmente, trabalha como Professor Adjunto no Departamento de Horticultura e Silvicultura da Faculdade de Agronomia (UFRGS) na área de Floricultura, Parques e Jardins, subárea de Paisagismo.
  • 60. Recanto Europeu – Chafariz Imperial 59 Zalmir Chwartzmann Engenheiro Civil e Bacharel em Administração de Empresas formado pela PUC RS, em 1974 e 1979. Desempenha suas atividades profissionais na empresa Chwartzmann Construções e Incorporações Ltda, como Diretor e Responsável Técnico pela mesma. Foi vice- presidente do SINDUSCON RS de 1997 a 1989 e desde 1999 é membro nato do Conselho Consultivo da entidade. Foi diretor da FIERGS e vice presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil. Junto à Fundação Israelita do Rio Grande do Sul tem também dedicada atuação sendo atualmente Presidente do Conselho Geral das Entidades da FIRS e diretor da Confederação Israelita do Brasil. Vitor Ortiz Gestor cultural com larga experiência na área pública e privada. Foi secretário de cultura em Viamão e Porto Alegre entre 1997 e 2003. Neste período, integrou o grupo redator da Agenda 21 da Cultura, documento de referência internacional para as políticas locais do setor, hoje traduzido para mais de 20 idiomas. Foi diretor da FUNARTE, no Rio de Janeiro, e secretário de cultura de São Leopoldo. Por dois anos, entre 2011 e 2012, foi Secretário- Executivo do Ministério da Cultura e Ministro Interino em diversas ocasiões. Desde 2017, é um dos coordenadores da Virada Sustentável POA, sendo o responsável também pela elaboração dos projetos da Virada em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Salvador. É formado em História pela UFRGS com extensão em gestão cultural pelo OPC (Observatoire de Politiques Culturelles de Grenoble/França). Denise Viana Com 20 anos de atuação na gestão cultural, Denise foi Diretora de Economia da Cultura, da Secretaria de Cultura do RS, de 2011 a 2014, tendo dado início a estruturação desse setor, e a implantação do Fundo de Apoio à Cultura no Estado- FAC. É formada em Publicidade e Propaganda (UFRGS/1991) e atuou nos anos 90 na área de produção de comerciais de rádio e TV. Em seu currículo tem dois cursos de especialização: Economia da Cultura (Faculdade de Economia/UFRGS, 2010) e Teoria de Jornalismo e Comunicação de Massas (Famecos/PUC-RS, 1998). Integrou a Representação Regional Sul do Ministério da Cultura. Chefiou o Gabinete da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre e compôs a equipe do Instituto Estadual de Música. Desde 2015, através da De Cultura, é uma das organizadoras da Virada Sustentável Porto Alegre, gerente de projetos da Liga Produção Cultural e presta serviços de assessoria e consultoria para diversos projetos e instituições.
  • 61. Caderno de Restauro do Projeto Construção Cultural – Resgate do Patrimônio Histórico – Revitalização do Recanto Europeu/Chafariz Imperial Impresso em setembro de 2019
  • 62. PARQUE FARROUPILHA – REDENÇÃO REVITALIZAÇÃO DO RECANTO EUROPEU CHAFARIZ IMPERIAL P O R T O A L E G R E – R S – B R A S I L Patrocínio Realização Financiamento Apoio