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Médico psiquiatra especialista em Dependência Química
PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS E
ENTREVISTA MOTIVACIONAL
NÍVEIS DE PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS
• Prevenção Primária: conjunto de ações que procuram evitar o uso de drogas
• Prevenção Secundária: conjunto de ações que procuram evitar a ocorrência
de complicações para as pessoas que fazem uso ocasional de drogas
• Prevenção Terciária: Conjunto de ações que procuram evitar prejuízos
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dependência destas.
PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS
O PAPEL DA FAMÍLIA
 Adolescência:
 época de crise com alterações de auto imagem, de auto estima, alterações
físicas e sociais.
 Novas obrigações e responsabilidades
 Necessidade de adoção de papéis sexuais por imposição biológica e SOCIAL,
além de familiar muitas vezes.
 Relação com os pais é de conflito de gerações com revisão de valores morais e
éticos
 Maior afinidade com experiências imediatas
 Ênfase na obtenção do prazer
 dificuldade de prevenir danos futuros
 Sentimento de invulnerabilidade
PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS
O PAPEL DA FAMÍLIA
 Adolescência
 Tendência natural ao afastamento da família e aproximação do grupo de
amigos.
 Risco de pressão por uso de drogas pelo grupo de amigos
 Atitudes fortemente monitoradas por amigos e colegas
 Risco de uso de drogas se amplia se houver sofrimento psíquico ou
diagnóstico psiquiátrico. FAMÍLIA DEVE TER ESCUTA EMPÁTICA
FATORES DE RISCO AO USO DE DROGAS
RELACIONADOS A FAMÍLIA
• Conflitos graves
• Falta de diálogo
• Baixo envolvimento dos filhos nas atividades familiares
• Pouco controle dos pais sobre amizades e atividades dos filhos
• Estilo de criação autoritário: Pais autocráticos,muito exigentes e pouco
responsivos. Filhos obedientes e com baixa auto confiança
• Estilo de criação permissivo: pais indulgentes ou negligentes. No primeiro caso
maior uso de drogas e desengajamento escolar. No segundo caso problemas de
personalidade, de auto conceito e de competência
• Pais que apresentam poucas normas e limites: Produzem adolescentes
inassertivos e ambíguos em relação a leis e normas.
• Pais amigos: Falta de posicionamento como figura de autoridade, de confiança e de
respeito para os adolescentes.
• Envolvimento materno insuficiente
• Tabagismo dos pais
FATORES DE PROTEÇÃO AO USO DE DROGAS
RELACIONADAS A FAMÍLIA
• Diálogo, favorecendo a detecção de mudança de comportamento
• Afeto Paterno: Devido a questões socioculturais atuais, o adolescente
percebe em mãe carinhosa e afetiva um desempenho esperado de um papel
sócio cultural definido. O afeto paterno é culturalmente associado a
aprovação ou reprovação de comportamentos filiais, enquanto o afeto
materno é visto como incondicional.
• Interesse dos pais, principalmente do pai, na ocupação do tempo livre do
adolescente.
• Vínculos familiares fortes
• Estabelecimento de normas claras para comportamentos sociais, incluindo o uso
de drogas. Compartilhamento de valores, atitudes e crenças sobre drogas.
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• Estilo de aconselhamento diretivo, centrado no paciente, que visa estimular
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• Baseia-se em dois conceitos:
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2. Prontidão para mudança (Prochaska e DiClemente):
Pré contemplação: Não percebe o comportamento como um problema
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5 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ENTREVISTA
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1. Expressar empatia. Escutar criticamente: “ deixa eu ver se entendi o que
você está dizendo”
2. Desenvolver discrepância: evidenciar a distância entre onde a pessoa está e
onde ela quer chegar.
3. Evitar discussões.
4. Fluir com a resistência
5. Estimular a auto eficácia (Bandura): “crença da própria pessoa em sua
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ESTRATÉGIAS DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL
a) Aconselhar: conselho claro, na hora certa, da forma certa
b) Remover barreiras: Custo, transporte, horário
c) Oferecer ao paciente liberdade de escolha
d) Diminuir a desejabilidade do comportamento, aumentando a consciência do
paciente para as consequências adversas do mesmo
e) Praticar a empatia: Entender o outro. Não é identificar-se com o outro
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g) Estabelecer objetivos realistas e atingíveis
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• Pontos Importantes:
 Fazer perguntas abertas
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• Estratégias para lidar com a resistência:
 Reflexão simples: P: Se bebo, é porque minha esposa me incomoda
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 Reflexão Amplificada: P: Eu consigo controlar minha bebida
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Prevenção ao uso de drogas e entrevista motivacional

  • 1. Ricardo Manzochi Assmé Médico psiquiatra especialista em Dependência Química PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS E ENTREVISTA MOTIVACIONAL
  • 2. NÍVEIS DE PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS • Prevenção Primária: conjunto de ações que procuram evitar o uso de drogas • Prevenção Secundária: conjunto de ações que procuram evitar a ocorrência de complicações para as pessoas que fazem uso ocasional de drogas • Prevenção Terciária: Conjunto de ações que procuram evitar prejuízos adicionais aos indivíduos que apresentam uso problemático de drogas ou dependência destas.
  • 3. PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS O PAPEL DA FAMÍLIA  Adolescência:  época de crise com alterações de auto imagem, de auto estima, alterações físicas e sociais.  Novas obrigações e responsabilidades  Necessidade de adoção de papéis sexuais por imposição biológica e SOCIAL, além de familiar muitas vezes.  Relação com os pais é de conflito de gerações com revisão de valores morais e éticos  Maior afinidade com experiências imediatas  Ênfase na obtenção do prazer  dificuldade de prevenir danos futuros  Sentimento de invulnerabilidade
  • 4. PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS O PAPEL DA FAMÍLIA  Adolescência  Tendência natural ao afastamento da família e aproximação do grupo de amigos.  Risco de pressão por uso de drogas pelo grupo de amigos  Atitudes fortemente monitoradas por amigos e colegas  Risco de uso de drogas se amplia se houver sofrimento psíquico ou diagnóstico psiquiátrico. FAMÍLIA DEVE TER ESCUTA EMPÁTICA
  • 5. FATORES DE RISCO AO USO DE DROGAS RELACIONADOS A FAMÍLIA • Conflitos graves • Falta de diálogo • Baixo envolvimento dos filhos nas atividades familiares • Pouco controle dos pais sobre amizades e atividades dos filhos • Estilo de criação autoritário: Pais autocráticos,muito exigentes e pouco responsivos. Filhos obedientes e com baixa auto confiança • Estilo de criação permissivo: pais indulgentes ou negligentes. No primeiro caso maior uso de drogas e desengajamento escolar. No segundo caso problemas de personalidade, de auto conceito e de competência • Pais que apresentam poucas normas e limites: Produzem adolescentes inassertivos e ambíguos em relação a leis e normas. • Pais amigos: Falta de posicionamento como figura de autoridade, de confiança e de respeito para os adolescentes. • Envolvimento materno insuficiente • Tabagismo dos pais
  • 6. FATORES DE PROTEÇÃO AO USO DE DROGAS RELACIONADAS A FAMÍLIA • Diálogo, favorecendo a detecção de mudança de comportamento • Afeto Paterno: Devido a questões socioculturais atuais, o adolescente percebe em mãe carinhosa e afetiva um desempenho esperado de um papel sócio cultural definido. O afeto paterno é culturalmente associado a aprovação ou reprovação de comportamentos filiais, enquanto o afeto materno é visto como incondicional. • Interesse dos pais, principalmente do pai, na ocupação do tempo livre do adolescente. • Vínculos familiares fortes • Estabelecimento de normas claras para comportamentos sociais, incluindo o uso de drogas. Compartilhamento de valores, atitudes e crenças sobre drogas. • Conhecer os amigos dos filhos e os pais dos amigos dos filhos • Exigir desempenho do adolescente na escola • Incentivar engajamento em atividades comunitárias e solidárias.
  • 7. ENTREVISTA MOTIVACIONAL • Estilo de aconselhamento diretivo, centrado no paciente, que visa estimular a mudança no comportamento, ajudando os clientes a explorarem e resolverem sua ambivalência • Orienta o paciente a convencer a si mesmo sobre a mudança necessária • Evita-se a confrontação direta e a persuasão
  • 8. ENTREVISTA MOTIVACIONAL • Baseia-se em dois conceitos: 1. Ambivalência: conflito psicológico entre dois caminhos diferentes 2. Prontidão para mudança (Prochaska e DiClemente): Pré contemplação: Não percebe o comportamento como um problema Contemplação: Considera a mudança, mas a rejeita Preparação: Prontidão para mudança Ação: Modificação do comportamento Manutenção: estabilidade no estado de ação
  • 9. 5 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL 1. Expressar empatia. Escutar criticamente: “ deixa eu ver se entendi o que você está dizendo” 2. Desenvolver discrepância: evidenciar a distância entre onde a pessoa está e onde ela quer chegar. 3. Evitar discussões. 4. Fluir com a resistência 5. Estimular a auto eficácia (Bandura): “crença da própria pessoa em sua habilidade de executar uma tarefa”
  • 10. ESTRATÉGIAS DA ENTREVISTA MOTIVACIONAL a) Aconselhar: conselho claro, na hora certa, da forma certa b) Remover barreiras: Custo, transporte, horário c) Oferecer ao paciente liberdade de escolha d) Diminuir a desejabilidade do comportamento, aumentando a consciência do paciente para as consequências adversas do mesmo e) Praticar a empatia: Entender o outro. Não é identificar-se com o outro f) Promover feedback: Deixar o paciente a par de seu estado presente g) Estabelecer objetivos realistas e atingíveis h) Promover ajuda ativa: telefonar frente a faltas
  • 11. ENTREVISTA MOTIVACIONAL • Pontos Importantes:  Fazer perguntas abertas  Fazer resumos da evolução e comentários de apreciação da evolução  Respeitar o momento do paciente • Estratégias para lidar com a resistência:  Reflexão simples: P: Se bebo, é porque minha esposa me incomoda T: Para você, a razão de beber são problemas conjugais  Reflexão Amplificada: P: Eu consigo controlar minha bebida T: Você não precisa ter medo do álcool, ele não é um problema  Enfatizar controle pessoal: T: Ninguém pode mudar o seu hábito. Quem decide é você