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15º Curso de Licenciatura em Enfermagem
Enfermagem VII – Criança e o Adolescente
3º Ano / 1º Semestre
Ano Letivo 2016/2017
Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016
A Adolescência e o
Consumo de substâncias
Os cuidados de enfermagem ao adolescente no
consumo de substâncias
Discentes:
Bernardo Lemos (nº 8028)
Carolina Soares (nº8003)
Gonçalo Nascimento (nº8038)
Joana Pinto (nº8008)
Pedro Faias (nº8037)
Responsável da Unidade Curricular:
Professora Doutora Ana Lúcia Ramos
Docentes Orientadores:
Professora Doutora Ana Lúcia Ramos
Professor Francisco Vaz
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  1
A Adolescência e o
Consumo de substâncias
Os cuidados de enfermagem ao adolescente no
consumo de substâncias
Discentes:
Bernardo Lemos (nº 8028)
Carolina Soares (nº8003)
Gonçalo Nascimento (nº8038)
Joana Pinto (nº8008)
Pedro Faias (nº8037)
Responsável da Unidade Curricular:
Professora Doutora Ana Lúcia Ramos
Docentes Orientadores:
Professora Doutora Ana Lúcia Ramos
Professor Francisco Vaz
5º Curso de Licenciatura em Enfermagem
Enfermagem VII – Criança e o Adolescente
3º Ano / 1º Semestre
Ano Letivo 2016/2017
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  2
Índice
Introdução......................................................................................................3
A Adolescência e o Consumo de Substâncias ..............................................4
Os diferentes estádios da Adolescência .....................................................4
Os consumos na adolescência....................................................................6
Problemáticas inerentes aos abusos de substâncias nos Adolescentes .........7
Nível social e familiar................................................................................8
Nível físico e psicológico...........................................................................9
O papel do Enfermeiro no consumo de substâncias no adolescente...........10
Onde Recorrer em Caso de Adição? ...........................................................15
Conclusão....................................................................................................17
Referências..................................................................................................18
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  3
Introdução
Este trabalho foi redigido no âmbito da Unidade Curricular (UC) da Enfermagem
VII – Criança e Adolescente lecionada no 15º Curso de Licenciatura em Enfermagem da
Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal. Este trabalho foi orientado
pelos professores docentes, a Professora Doutra Ana Lúcia Ramos e o Professor Francisco
Vaz.
A Adolescência é uma fase onde os jovens se encontram mais suscetíveis ao início
dos consumos por se integrarem novos grupos sociais, no sentido em que há a exposição
ao consumo por parte dos outros; por parte do “peer presure” (a pressão exercida pelo
grupo para a inclusão); por ser uma idade onde ocorrem novas experiências e os
adolescentes apresentam curiosidade a nível da sexualidade, entre outros (Virgínio,
2015).
Como principal objetivo deste trabalho escrito o grupo decidiu que seria abordar
o adolescente segundo uma perspetiva holística e, relacionar assim, os consumos de
substâncias psicoativas nesta faixa etária. Ou seja, o grupo acreditou ser pertinente
abordar o desenvolvimento dentro da adolescência; os consumos mais comuns nestas
fases em termos de substâncias; passamos assim para a questão dos consumos regulares
onde mencionamos as consequências a nível físico e psicológico, e social e familiar; após
analisarmos estas consequências ou efeitos dos consumos prolongados iremos abordar
qual o papel que o enfermeiro pode exercer sobre estas pessoas; por fim iremos realizar
uma abordagem aos locais onde as pessoas poderão recorrer para programas de apoio.
Tentamos assim abordar holísticamente o desenvolvimento do adolescente e da posição
dos consumos dentro do desenvolvimento, por ser uma fase propícia para o início dos
consumos.
Este trabalho foi redigido segundo o Novo Acordo Ortográfico de Língua
Portuguesa, e referenciado segundo a Norma APA.
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  4
A Adolescência e o Consumo de Substâncias
A adolescência é um período de transição, onde o indivíduo ainda não é adulto,
mas também já não é uma criança. Esta é uma fase com características peculiares, que se
define entre os 10 e os 19 anos (segundo a Organização Mundial de Saúde) e é, em geral
uma fase saudável. No entanto, muitos adolescentes morrem prematuramente devido a
acidentes, suicídio, violência, complicações derivadas da gravidez ou outras doenças que
podiam ser tanto prevenidas como tratadas com sucesso (WHO, s.d.).
Sendo um conceito relativamente recente, está muito ligado á vulnerabilidade,
impulsividade, egocentrismo e transformação fisiológica, o que leva a ser um grupo com
uma alta probabilidade de risco.
Os diferentes estádios da Adolescência
É consensual pelos autores que este é o período onde ocorrem uma quantidade
maior de mudanças que as verificadas em muitos anos da infância ou da fase adulta. Na
adolescência, além dos fatores biológicos há uma influência do ambiente familiar,
cultural e social. Podemos considerar que a adolescência é uma fase típica do
desenvolvimento do jovem no ambiente familiar, na cultura que participa e na sociedade
vigente (Silva, Viana & Carneiro, 2011).
Segundo Piaget por Silva, Viana & Carneiro, o último período ou estádio é o das
“operações formais”, que ocorre dos 12 anos para cima, sendo este caracterizado por uma
dependência cada vez menor de objetos e fantasias para formular problemas e situações.
Assim, o adolescente desenvolve a habilidade de formular conteúdos puramente
abstratos, tal como elevados conceitos matemáticos e filosóficos (Silva, Viana & Caneiro,
2011).
A adolescência implica, então, segundo vários autores, um processo evolutivo ao
longo de 3 estádios de maturação: orgânico, psicológico e social, sendo que cada um
reflete uma fase de transição da criança para o ser adulto (Tavares & Alarcão, 2002).
As mudanças físicas manifestam-se sobretudo na fase inicial, também designada
por puberdade ou pré-adolescência (entre os 11 e os 14 anos) e, ainda que de forma menos
acentuada, ao longo das fases seguintes. Na fase intermédia, isto é, na adolescência
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  5
propriamente dita (entre os 13 e os 16 anos), salienta-se o desenvolvimento cognitivo,
embora a sua reestruturação e evolução tenha começado na fase inicial e continue até à
fase final. Na fase final da adolescência (entre os 15 e os 18-21 anos), os aspetos sociais,
após uma manifestação não muito acentuada, expressam-se de forma significativas
(Tavares & Alarcão, 2002).
Assim, poder-se-á considerar a evolução da adolescência ao longo de três fases, a
fase da espera, a da mudança e a da descoberta, sendo estas caracterizadas pela vivência
e aquisição de diversas competências. Em cada uma delas a ideia de transição marca a
personalidade do adolescente e esta vai evoluindo gradual e progressivamente, não
estando, no entanto, nem estanques nem independentes (Sampaio, 2006).
A primeira fase é a adolescência inicial ou pré-adolescência, onde ocorrem as
mudanças físicas típicas da puberdade. Alguns autores sugerem que nesta fase é comum
que se incrementem também o número de conflitos entre pais e filhos, sendo que, nesse
sentido, as variáveis individuais como o ânimo depressivo, o consumo de drogas e a
maturação antes do tempo, estejam relacionadas com maiores probabilidades de conflito
entre pais e filhos (Rodrigues, 2011).
A segunda fase, a adolescência intermédia, é a adolescência propriamente dita
onde o adolescente desenvolve os seus pensamentos e valores e passa a atribuir uma maior
importância ao grupo de pares heterossexual e luta pela sua privacidade. Nesta fase as
mudanças de humor podem ser bruscas e frequentes, o adolescente pode experimentar
estados de animo depressivo com maior frequência que crianças e adultos. Quantos mais
acontecimentos vitais negativos experimentam, maiores probabilidades terão de
manifestar alterações de humor (Rodrigues, 2011).
Na adolescência final, terceira fase, dá-se a transição para a idade adulta com a
consolidação das tarefas da adolescência, a formação da identidade e a resolução do
processo de separação e individulização em relação à família de origem (Alarcão, 2006).
Também é mais provável nesta fase que os jovens incidam mais em comportamentos
potencialmente prejudiciais para os mesmos ou para os que os rodeiam, como por
exemplo, o consumo de drogas e comportamentos sexuais de risco (Rodrigues, 2011).
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  6
Os consumos na adolescência
Ao longo do seu desenvolvimento, os adolescentes adotam determinadas atitudes
que lhes proporcionam experiências de vida, estas derivadas das suas opções e decisões
tomadas, permitindo-lhes assim assumir novas responsabilidades e comportamentos
(Virgínio, 2015).
“Na juventude há um acesso mais facilitado a comportamentos de risco
relacionados quer com o uso de veículos motorizados, quer com o uso de substâncias
nocivas para a saúde, para além das influências e das pressões para o seu uso” (Barroso,
2001 cited in Virgínio 2015) Face a esta situação, Pascual apud Jiménez e Bernal (2006)
cited in Virgínio (2015), referem que a juventude é uma fase muito rica em novas
experiências, o momento onde se formam novos laços de amizades, se experimentam
novas vivências, se passam por experiências que marcam a vida de cada um. Nesta fase,
as atitudes impostas pelo grupo passam a ser soberanas, pois os adolescentes identificam-
se com os seus pares, tornando-se propensos a influências por estereótipos e valores
consumistas, que podem influenciar o seu estilo de vida (Virgínio, 2015).
Os amigos passam assim a exercer um papel cada vez mais importante na vida dos
adolescentes. Conflitos familiares contribuem para o que adolescente recorra às amizades
para ter a confiança que não tem no seio familiar. Assim, para ser aceite pelo grupo, pode
passar a consumir substâncias psicoativas demonstrando comportamentos e atitudes
semelhantes às dos seus pares (Virgínio, 2015).
O contexto escolar, nomeadamente o grupo de pares e o ambiente social no qual
o adolescente está envolvido, são considerados os maiores e mais fortes preditores do
consumo de substâncias na adolescência. Na escola, para além de fatores protetores,
identificam-se fatores que podem favorecer comportamentos de risco, nomeadamente a
falta de motivação associado ao fraco rendimento académico, assim como a vontade de
independência, mas fraco na realização pessoal (Matos, 2009).
A psicopatologia das adições no adolescente pode ser entendida como um
fenómeno multideterminado por vários fatores quer de ordem biológica, psicológica e
sociocultural (Rodrigues, 2013).
A adolescência é, portanto, uma etapa particularmente vulnerável no que se refere
a numerosas condutas de risco e/ou patológicas, nomeadamente o consumo de drogas,
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  7
entre elas o tabaco, uma vez que representa um período de socialização onde o jovem
adquire os valores, as atitudes e os hábitos. A necessidade da aceitação social pelos
amigos que exercem pressão e influência, promove o inicio do consumo, associado ao
desejo de estabelecer a autonomia e a identidade que é próprio da adolescência. Fumar
está assim associado a um símbolo de independência e personalidade (Rodrigues, 2013).
Segundo a Estratégia de Luta contra a Droga, foram identificados os fatores de
risco e os fatores de proteção caracterizados em função da condição individual, familiar
e de escola. Os fatores de risco a nível individual podem ser reconhecidos como o
insucesso e abandono escolar, comportamentos violentos e antissociais, experimentação
de droga em idade precoce, pouca resistência à pressão do grupo e abuso no consumo de
substâncias. Na família são a precaridade económica, as ruturas nos elementos que a
constituem, as dificuldades de comunicação, a ausência de suporte emocional dos adultos
em relação às crianças desde muito cedo, ou expectativas irrealistas do desempenho dos
mais novos. A nível escolar, identificados os estabelecimentos com más instalações, a
ausência de espaços de lazer, a existência de um mau ambiente escolar com falta de regras
e conflitos permanentes e a ausência de participação da população estudantil. Os fatores
protetores para o adolescente, relacionam-se com uma boa autoestima, capacidade na
resolução de problemas, competência de relacionamento interpessoal e expetativas de
sucesso realistas. Nas famílias um bom envolvimento afetivo, capacidade de
comunicação e fronteiras nítidas de envolvimento e distanciamento, favorecem o bom
ambiente familiar. Em relação às escolas, devem facilitar e promover o envolvimento dos
alunos nas atividades, valorizando as suas capacidades e com comunidades ativas capazes
de fomentar a discussão de problemas e a utilização de estratégias para os resolverem
(Rodrigues, 2015).
Problemáticas inerentes aos abusos de substâncias nos
Adolescentes
O consumo de substâncias psicoativas pelos adolescentes é uma preocupação para
a saúde pública, bem como as suas consequências (Macho & Almeida,2011).
A adolescência é uma fase de mudança, a nível físico e psicológico, devido ao
início da puberdade, o que propicia a uma maior variedade de experiencias que podem
representar fatores de risco ou de proteção para o seu desenvolvimento, uma das
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  8
atividades de risco pode ser a experimentação de substâncias psicoativas (Simões &
Matos, 2007). Assim, a elevada prevalência de consumo de substâncias psicoativas lícitas
ou ilícitas nos adolescentes, constituem uma ameaça à sua saúde, bem-estar e qualidade
de vida (Vinagre & Lima, 2006).
Nível social e familiar
Em estudos efetuados verificou-se que o consumo de substâncias psicoativas poderia
estar de alguma forma ligado a comportamentos delinquentes menos graves e a
comportamentos mais graves como o antissocial (Negreiros,1998).
“A ligação entre os dois comportamentos não pode ser considerada linear, pois
existem evidências de que muitos daqueles que se envolvem em condutas antissociais,
acabam, também, por consumir substâncias e vice-versa” (Brochu, 1997); (Nunes, 2010).
Comportamentos observados em alguns jovens com problemas de consumo de
substâncias:
 Comportamentos de agressividade, (Gomide, 2001, cit. in Caballo, 2002) tanto no
seio familiar como na sociedade.
 Desobediência, Patterson (1991; cit. in Pacheco, 2004).
 Oposicionismo, Patterson (1991; cit. in Pacheco, 2004).
 Temperamento exaltado e baixo controlo dos impulsos, com as pessoas mais
chegadas ou desconhecidos (Patterson,1991; cit. in Pacheco, 2004).
 Furtos (Jorge Negreiros,1998).
 Insegurança, (Cardoso, 2001, cit. in Nunes, 2010).
 Crime, (Cardoso, 2001, cit. in Nunes, 2010).
 Perversões (Cardoso, 2001, cit. in Nunes, 2010).
 Transgressões sociais e morais (Cardoso, 2001, cit. in Nunes, 2010).
 Desorganização Familiar (menos atividades em família, relações e vínculos
familiares conflituosos, brigas entre pais e filhos) (Malbergier, Cardoso, &
Amaral, 2012), (Caballo & Marinho, 2002).
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  9
Nível físico e psicológico
O uso de substâncias lícitas ou ilícitas na adolescência em excesso pode ter várias
repercussões físicas e psicológicas, tais como:
 Mortes associadas à epidemia do VIH. O consumo de substâncias ilícitas ou álcool
coloca os adolescentes numa situação vulnerável, o que os pode levar a ter
comportamentos de risco devido ao estado alterado de consciência.
Nomeadamente as relações sexuais desprotegidas (Azevedo,2007).
 O consumo de substâncias, especialmente o álcool, produz aumento do risco de
acidentes e da violência (Pinto, 2007).
 O consumo de álcool exagerado, poderá conduzir a coma e consequentemente à
morte (Pinto, 2007).
 O consumo exagerado de álcool, leva a alterações das funções cognitivas e
autonómicas (capacidade de julgamento, memória e aprendizagem), gastrites,
deficiências nutricionais. Quando em abstinência, leva a ansiedade, tremores,
alucinações, convulsões (Hockenberry & Wilson, 2011) e problemas hepáticos.
 O tabaco, devido aos seus constituintes, poderá causar dependência rápida
(nicotina), e a longo prazo poderá causar: danos na maturação e função
pulmonares, poderá agravar ou dificultar o controlo da asma e sintomatologia
respiratória como a tosse e a expetoração, diminuição do rendimento físico e
alteração dos lípidos no sangue, como o aumento das LDL (mau colesterol). O
consumo de tabaco está também ligado ao aparecimento de algumas doenças
como o cancro em diversas localizações, doenças do aparelho respiratório e do
aparelho circulatório (U.S. Department of Health and Human Services,2004).
 As benzodiazepinas em larga utilização, podem potencializar os efeitos do álcool
e, em altas doses, provocar depressão respiratória (Hockenberry & Wilson, 2011).
 O uso crónico de benzodiazepinas produz dependência e a sua retirada abrupta
pode provocar síndrome de abstinência. A abstinência pode incluir
hiperexcitabilidade e irritabilidade (Hockenberry & Wilson, 2011).
 A cocaína e as anfetaminas estimulam as ações dopaminérgica e noradrenérgica
podendo produzir, durante a intoxicação, crises convulsivas, isquemia cardíaca e
cerebral, além de quadros maníacos e paranóia, bem como pode deixar o
adolescente violento (Hockenberry & Wilson, 2011).
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  10
 O consumo de cocaína cria uma sensação de euforia, tendo uma ação intensa
embora curta. Como sinais físicos, verifica-se hipertensão e taquicardia, como
complicações, desequilíbrio nos neurónios sensoriais (sensação de insetos que
rastejam sobre a pele), náuseas, vómitos, se inalada poderá ocorrer inflamação ou
perfuração do septo nasal (Hockenberry & Wilson, 2011).
 A heroína e outros narcóticos, produzem um estado de euforia, removem
sentimentos dolorosos e criam uma sensação de realização agradável
acompanhada de obnubilação da consciência. Como as complicações deste tipo
de drogas, são as mais comuns, mioses, depressão respiratória, cianose, cáries
dentárias (negligência na satisfação das necessidades físicas) no autocuidado) e
poderão ser visíveis marcas de picadas de agulhas (braços, pernas), nos
consumidores crónicos, o que poderá resultar em infeções como hepatite, tétano e
VIH. A abstinência gera caibras estomacais e musculares, diarreia, secreção nasal
e ocular, inquietação e convulsões (Hockenberry & Wilson, 2011).
 O cannabis e os seus derivados estão relacionados com comportamentos como:
passividade, apatia ou euforia simples e estado de alerta. Este tipo de drogas altera
a mente, podendo notar-se nos consumidores uma taquicardia ocasional, atraso no
tempo de resposta, coordenação pobre (Hockenberry & Wilson, 2011).
O papel do Enfermeiro no consumo de substâncias no
adolescente
O consumo de substancias na adolescência, é uma problemática complexa, e que
pode derivar de inúmeros fatores, sendo os cinco principais: a falta de informação acerca
do tema, a dificuldade na inserção no ambiente familiar ou na escola, uma insatisfação
com a qualidade de vida, problemas de saúde e a facilidade de acesso a substâncias
(Pereira, s.d) e nos quais o enfermeiro apresenta-se com um importante papel,
desempenhando funções a vários níveis, desde a prevenção do consumo de substancias
até ao seu tratamento, tendo sempre como objetivo principal a manutenção do estado de
saúde do adolescente e da comunidade que o rodeia, promovendo um estilo de vida
saudável, ao ajudar o adolescente a criar estratégias defensivas aos fatores de risco,
valorizado a escola e a família como importantes (Silva, 2015).
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  11
A prevenção destes consumos pode ser dividida em três níveis, a prevenção
primária, a secundária e a terciaria (Silva, 2015).
A prevenção primária consiste em atuar antes do inicio do consumo, através da
promoção de estilos de vida saudáveis, utilizando estratégias educativas, através do
fornecimento de informações relevantes relacionadas com as drogas e como lidar com
situações de risco (Silva, 2015).
A prevenção secundaria consiste na adoção de medidas preventivas aplicadas no
inicio do consumo de drogas e sua deteção precoce, tendo o objetivo de evitar o seu
progresso para consumos mais frequentes e mais prejudiciais para o individuo. A este
nível o papel do enfermeiro passa, numa fase inicial, pela deteção de problemas
relacionados com os consumos de substancias na comunidade e no envolvimento familiar.
Numa segunda fase, após a deteção do problema, torna-se necessária a deteção de grupos
de risco, para os quais deverão ser criados programas de ação de acordo com as
necessidades de cada grupo. É ainda importante ajudar os indivíduos a compreender as
implicações e a relação existente entre o consumo de drogas e as consequências negativas
que destas advêm, quer seja para a pessoa, para a família ou para a comunidade. O
enfermeiro comunitário apresenta ainda um papel de importante para as famílias,
ajudando-as a conhecer que é muito importante permanecerem unidos, prestando suporte
emocional e financeiro ao seu familiar com consumo de substancias (Silva, 2015).
Ao nível da prevenção terciaria, as intervenções preventivas são implementadas
em indivíduos que apresentem problemas com o consumo de drogas ou dependência,
tendo estas o objetivo de restabelecimento e reintegração do indivíduo na família, escola
e comunidade. O enfermeiro atua não somente no consumidor de substancias, tendo
também o papel de orientar a família e auxiliar na reabilitação e prestar apoio emocional
para a recuperação e ligando o usuário de substancias e a sua família a grupos de apoio
(Silva, 2015).
Existem ainda três modelos de educação para a saúde que ajudam o enfermeiro a
identificar situações de risco e proteção da saúde dos indivíduos, através do planeamento
e implementação de ações educativas para os utentes, famílias e comunidade (Silva,
2015).
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  12
O primeiro modelo, Modelo de Precede-Proceed, tem como objetivo apoiar
comunidades na mudança de comportamentos e apresentando como ponto de referência
a resolução de problemas em áreas de necessidades identificadas. Atua avaliando o
ambiente em que o grupo em causa vive, procurando incluir fatores internos, ambientais
e sociais que influenciam os comportamentos em relação à saúde, identificando fatores
que ajudem a comunidade a adotar comportamentos saudáveis (Silva, 2015).
O segundo, o Modelo de saúde-crença, é utilizado com o objetivo de prever
situações que possam surgir e propor intervenções para diminuir a resistência à procura
de cuidados de saúde. Utiliza três componentes: a perceção individual, os fatores de
mudança e variáveis que possam afetar a probabilidade de ação. Este modelo é utilizado
como meio de divulgação de conhecimento na comunicação social, artigos de jornais ou
revistas, tendo o objetivo de motivar os utentes a tomar precauções (Silva, 2015).
Por fim, o terceiro modelo, Modelo de Promoção de Saúde, é um complemento
dos restantes modelos, contribuindo para criar estratégias que ajudem os jovens a
adotarem um estilo de vida mais saudável, e ajudar a identificar situações de risco, com
o intuito de diminuir a vulnerabilidade destes indivíduos e respetivas famílias (Silva,
2015).
A abordagem do profissional de saúde, onde se insere o enfermeiro, necessita de
estabelecer uma relação com base na cumplicidade, interatividade e sigilo, procurando
assim conquistar a confiança do adolescente para que este sinta que pode confiar no
profissional e fale com este acerca da sua vontade para experimentar ou que substancias
já experimentou. A avaliação deve ter como base uma anamnese com informações
relativas ao contacto, a experimentação ou uso frequente de substancias, tipo de
substancias, tratamentos anteriores, identificação de fatores de risco e exame físico
(Pereira, s.d).
O enfermeiro atua não só ao nível do adolescente, mas também ao nível dos pais,
que por vezes ao perceberem que os seus filhos consomem substancias psicoativas,
poderão sentir-se culpados, incompetentes e confusos, sem saber que atitudes tomar. Por
esta razão torna-se importante estabelecer uma relação de parceria com a família, podendo
ser sugerida a possibilidade de uma comunicação emocional, onde os pais expressão os
seus sentimentos, podendo aproximarem-se do filho através de um abraço ou declaração
de amor. O enfermeiro pode ainda propor à família, que esta assuma como suas decisões,
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  13
por exemplo, o amor incondicional pelo filho, a intolerância ao consumo de drogas, a
responsabilidade e o não compactuar com segredos referentes ao consumo de drogas,
sendo estas declarações importantes para um processo de individualização em que o
adolescente se sinta integrado na família (Pereira, s.d)
O Enfermeiro atua com os objetivos de promover e difundir informações, discutir
o impacto do consumo de substancias na saúde dos adolescentes, não só em termos de
dano direto, mas também de outros efeitos que poderão ocorrer, sendo consequentes
destes consumos, como a ocorrência de outros comportamentos de risco. Tem ainda o
objetivo de estimular ações que valorizem a autoestima e o autocuidado, bem como
valores que promovam a preservação da vida (Pereira, s.d).
Ao nível das intervenções de apoio social é importante intervir, por exemplo, ao
incentivar e integrar a organização de uma Rede Interinstitucional para a prevenção e
redução de danos decorrentes do consumo de substancias, com uma equipa
multidisciplinar; identificar e procurar parcerias na comunidade de modo a desenvolver
ações de prevenção destes consumos; Advogar em prol de serviços que prestem apoio a
adolescentes com dependências, e às suas famílias; Capacitar profissionais de saúde sobre
os efeitos associados ás substancias psicoativas e aos danos que o seu consumo poderá
provocar e a diferenciação entre o uso, o abuso e a dependência; Capacitar profissionais
de saúde que trabalhem em serviços de emergência para a identificação de situações
associadas ao abuso de substancias; Identificar serviços de referencia para encaminhar
adolescentes que sejam usuários e dependentes de substancias, bem como as suas
famílias; Promoção de ações integradas com agentes comunitários de saúde, para fornecer
informações a famílias no seu ambiente social e cultural; e estabelecer parcerias com
escolas para desenvolver ações educativas direcionadas para os adolescentes sobre o
consumo de substancias (Pereira, s.d).
Em termos de intervenções ao nível do Suporte Familiar, o enfermeiro pode atuar
a vários níveis, como por exemplo, ao incentivar o processo de comunicação na família
com base no amor; Valorizar a participação da família no processo do tratamento da
dependência de substancias; Incentivar pais que sejam fumadores a suspender o uso do
tabaco para reduzir a exposição passiva dos demais membros da família; Orientar
adolescentes que se encontrem gravidas e os seus familiares acerca das consequências da
exposição do bebe desde a fase intrauterina a substancias psicoativas; Promover a
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  14
autoestima da família e reforçar a sua capacidade para ajudar o adolescente consumidor
de substancias psicoativas (Pereira, s.d).
Quanto ao acolhimento do adolescente, o enfermeiro deverá apresentar uma
atitude não julgadora e não preconceituosa, bem como garantir a privacidade. Quanto às
necessidades do adolescente, o enfermeiro deverá abrir um espaço para a expressão de
sentimentos e experiencias. Para além disto nesta área, o enfermeiro deverá ainda utilizar
práticas educativas e de educação em saúde; promover a capacitação de profissionais de
saúde, de educação, lideranças comunitárias e conselheiros tutelares acerca da prevenção
e como lidar com situações de consumos de substancias; Divulgar a inter-relação entre o
consumo de substancias e as consequências que estas provocam na saúde dos
adolescentes; Divulgar os fatores de risco e os fatores protetores relacionados com o
consumo de sustâncias, para a identificação de adolescentes vulneráveis; Realizar
campanhas de consciencialização sobre o consumo de substancias; Realizar palestras e
debates relacionado com o tema para profissionais que trabalhem com adolescentes; e
utilizar os diversos meios de comunicação para a divulgação de informações acerca da
temática, bem como serviços disponíveis para atendimento (Pereira, s.d).
Quanto ao acompanhamento físico e emocional do adolescente, as intervenções
do enfermeiro focam-se na prestação de cuidados de qualidade a adolescentes que
consumam substancias; Identificar situações de uso e experimentação destas substancias
e atuar de modo a evitar a dependência; Através da realização da anamnese e exame físico,
procurar possíveis evidencias de consumo de substancias; e Alertar os pais para estarem
atentos a determinadas alterações como, por exemplo, o emagrecimento, olhos
vermelhos, irritação nasal ou picadas de agulha, a nível comportamental informar para
estarem atentos a comportamentos como desinibição, letargia, episódios de violência ou
faltar as aulas, em termos cognitivos deverão estar atentos a alterações na capacidade de
concentração e atenção, diminuição do desempenho académico ou alterações de memoria,
quanto ao humor devem estar atentos a oscilações de humor ou reações de pânico;
poderão ainda alterar hábitos pessoais como alterações no padrão do sono e apetite,
descuido com a higiene, desinteresse por práticas que anteriormente lhe eram
interessantes, alterações no vestuário ou nas preferências musicas (Pereira, s.d).
A Adolescência e o Consumo de substâncias
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Onde Recorrer em Caso de Adição?
As pessoas que têm comportamentos aditivos e necessitam de apoio podem procurá-
lo de três maneiras:
1. Por iniciativa própria, dirigindo-se á sua UCSP de referência, ou a um dos locais
especializados em tratamentos de comportamentos aditivos e dependências na sua
zona residencial;
2. Por referenciação, sendo que a pessoa é identificada a partir de uma consulta de
medicina de saúde familiar, saúde ocupacional, em espaço de consulta ou de episódio
de urgência, quando o médico avalia, no âmbito das medidas de diagnóstico, a
existência de consumo de risco, nocivo ou mesmo dependência de substâncias lícitas
ou ilícitas;
3. Por determinação judicial, que se torna numa medida alternativa à prisão para pessoas
que têm comportamentos aditivos, sendo que a pessoa tem de ser submetida a
tratamento desses comportamentos. Esta pode surgir na fase de decisão judicial sobre
a pena, na avaliação da liberdade condicional, ou durante a execução da pena, e pode
determinar a inserção do cidadão em diferentes tipos de programa, em ambulatório
ou em internamento (SICAD, s.d.).
Existem diversos tipos de instituições a que se podem recorrer em caso de adições,
que poderão ajudar na desintoxicação, como é o caso das Equipas de Tratamento, ou das
Comunidades Terapêuticas.
Os Centros de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) existem integrados no
Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) e, para além de funcionarem como
clínicas de desintoxicação, asseguram a execução do programa de narcóticos de
substituição (Saúde no Futuro, s.d.).
As Comunidades Terapêuticas (CT) são Unidades Especializadas de Tratamento
Residencial de longa duração, em regime de internamento, onde através de apoio
psicoterapêutico e socio-terapêutico se procura ajudar à reorganização do mundo interno
dos toxicodependentes, e a perspetivar o seu futuro. As Comunidades Terapêuticas são
assim espaços residenciais, destinados a promover a reabilitação biopsicossocial do
doente toxicodependente, mediante um programa terapêutico articulado em diferentes
fases (e eventualmente hierarquizado) (SICAD, 2011).
A Adolescência e o Consumo de substâncias
  
Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  16
A Comunidade Terapêutica é um recurso integrado num conjunto de respostas
terapêuticas em que a dinâmica comunitária a distingue das restantes abordagens de
tratamento. Estes dispositivos terapêuticos operam com uma equipa multidisciplinar, sob
supervisão psiquiátrica. Ao proporem uma rutura com o meio onde os consumidores se
inserem e através de apoio especializado, têm como objetivo o reaprender a viver sem
drogas e o identificar as suas competências pessoais, visando uma reorganização
psicossocial, de forma a facilitar uma reinserção sentida como gratificante (Henriques,
2013).
Em termos gerais, podem ser enunciados alguns objetivos das Comunidades
Terapêuticas:
 Criar um espaço de reflexão com vista à elaboração da história pessoal do indivíduo
para que lhe possa dar um novo sentido e identificar pontos de mudança necessária;
 Mudar padrões negativos de comportamento, pensamento e sentimentos que
predispõem ao consumo de drogas a fim de conseguir a abstinências e sua
manutenção;
 Promover a autonomia e responsabilidade como pilares da vida adulta em sociedade.
 Desenvolver a capacidade de estabelecer e manter relações saudáveis rompendo
padrões destrutivos;
 Fomentar competências sociais que permitam encontrar alternativas de trajetória para
um projeto de vida realista;
 Perspetivar a inserção social através da elaboração e contratualização de um Plano
Individual de Reinserção.
 Estes objetivos têm como finalidade promover o autocontrolo sobre o consumo de
drogas, desenvolver as competências pessoais e sociais, tendo em vista a
autonomização do indivíduo e a sua plena inserção social (SICAD, 2011).
Na zona de Almada existe a Comunidade Terapêutica Vale de Acor, essa
comunidade adota o método terapêutico-educativo denominado de Projeto-Homem. Esse
método pretende levar ao reencontro da pessoa consigo mesma, com os seus problemas e
as suas potencialidades, recuperando assim o respeito por si próprio e aprendendo a viver
em sociedade, com a dignidade inerente ao facto de ser Homem (Vale de Acor, 2014).
A Adolescência e o Consumo de substâncias
  
Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  17
Conclusão
Os adolescentes encontram-se numa fase onde ocorrem imensas mudanças, tanto
a nível físico como psicológico, não descurando as mudanças a nível social e de interação
com os outros. Por ser uma fase onde existem tantas mudanças, o adolescente tem a
tendência para experimentar coisas novas, ele explorar os seus limites, determina o nível
da sua autonomia. Esta nova experimentação é uma das causas principais para o início do
consumo de substâncias psicoativas. Isto acontece não só pela curiosidade de
experimentar estas novas substâncias, mas também pela pressão que estes podem sentir
pelos seus pares (relacionando-se com a questão do “peer-pressure” e da integração em
novos grupos sociais).
Assim, por o adolescente se apresentar vulnerável nesta fase é importante ter em
conta a importância da prevenção e do tratamento destes consumos. Aqui entra o
Enfermeiro. O Enfermeiro apresenta um papel fulcral nesta fase devido a diversas ações
que este pode tomar, tanto a nível de integração de programas preventivos aos consumos
que atuarão dentro das comunidades escolares com sessões de educação para a saúde e
campanhas diversas, como a nível de tratamento pelo pedido de ajuda realizado pela
pessoa e/ou família em contexto de cuidados de saúde primários. Com este último tópico,
o Enfermeiro deve atuar perante a família através da dinamização de diversas atividades
de partilha entre os pais e o indivíduo jovem que consuma, e caso seja necessário,
reencaminhar o jovem para instituições adequadas para a desintoxicação do mesmo.
Concluindo, o grupo acredita que cumpriu os objetivos propostos na introdução
deste trabalho, realizando assim uma abordagem a todas as temáticas mais fulcrais
relacionadas com o consumo de substâncias e adolescência. O grupo considerou esta
temática de extrema importância por ser algo que ocorre muito frequentemente no
adolescente, dando-nos assim algum aporte teórico na eventualidade de nos depararmos
com situações de consumos em contexto de Ensino Clínico.
A Adolescência e o Consumo de substâncias
  
Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  1
Referências
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A Adolescência e o Consumo de substâncias
  
Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  2
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A Adolescência e o Consumo de substâncias
  
Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  3
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OL_TABACO_E_DROGA_EM_ADOLESCENTES_EXPERIENCIAS_E_JUL
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Disponível em http://www.who.int/topics/adolescent_health/en/

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A adolescência-e-o-consumo-de-substâncias-trabalho-escrito

  • 1. 15º Curso de Licenciatura em Enfermagem Enfermagem VII – Criança e o Adolescente 3º Ano / 1º Semestre Ano Letivo 2016/2017 Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016 A Adolescência e o Consumo de substâncias Os cuidados de enfermagem ao adolescente no consumo de substâncias Discentes: Bernardo Lemos (nº 8028) Carolina Soares (nº8003) Gonçalo Nascimento (nº8038) Joana Pinto (nº8008) Pedro Faias (nº8037) Responsável da Unidade Curricular: Professora Doutora Ana Lúcia Ramos Docentes Orientadores: Professora Doutora Ana Lúcia Ramos Professor Francisco Vaz
  • 2. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  1 A Adolescência e o Consumo de substâncias Os cuidados de enfermagem ao adolescente no consumo de substâncias Discentes: Bernardo Lemos (nº 8028) Carolina Soares (nº8003) Gonçalo Nascimento (nº8038) Joana Pinto (nº8008) Pedro Faias (nº8037) Responsável da Unidade Curricular: Professora Doutora Ana Lúcia Ramos Docentes Orientadores: Professora Doutora Ana Lúcia Ramos Professor Francisco Vaz 5º Curso de Licenciatura em Enfermagem Enfermagem VII – Criança e o Adolescente 3º Ano / 1º Semestre Ano Letivo 2016/2017
  • 3. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  2 Índice Introdução......................................................................................................3 A Adolescência e o Consumo de Substâncias ..............................................4 Os diferentes estádios da Adolescência .....................................................4 Os consumos na adolescência....................................................................6 Problemáticas inerentes aos abusos de substâncias nos Adolescentes .........7 Nível social e familiar................................................................................8 Nível físico e psicológico...........................................................................9 O papel do Enfermeiro no consumo de substâncias no adolescente...........10 Onde Recorrer em Caso de Adição? ...........................................................15 Conclusão....................................................................................................17 Referências..................................................................................................18
  • 4. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  3 Introdução Este trabalho foi redigido no âmbito da Unidade Curricular (UC) da Enfermagem VII – Criança e Adolescente lecionada no 15º Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal. Este trabalho foi orientado pelos professores docentes, a Professora Doutra Ana Lúcia Ramos e o Professor Francisco Vaz. A Adolescência é uma fase onde os jovens se encontram mais suscetíveis ao início dos consumos por se integrarem novos grupos sociais, no sentido em que há a exposição ao consumo por parte dos outros; por parte do “peer presure” (a pressão exercida pelo grupo para a inclusão); por ser uma idade onde ocorrem novas experiências e os adolescentes apresentam curiosidade a nível da sexualidade, entre outros (Virgínio, 2015). Como principal objetivo deste trabalho escrito o grupo decidiu que seria abordar o adolescente segundo uma perspetiva holística e, relacionar assim, os consumos de substâncias psicoativas nesta faixa etária. Ou seja, o grupo acreditou ser pertinente abordar o desenvolvimento dentro da adolescência; os consumos mais comuns nestas fases em termos de substâncias; passamos assim para a questão dos consumos regulares onde mencionamos as consequências a nível físico e psicológico, e social e familiar; após analisarmos estas consequências ou efeitos dos consumos prolongados iremos abordar qual o papel que o enfermeiro pode exercer sobre estas pessoas; por fim iremos realizar uma abordagem aos locais onde as pessoas poderão recorrer para programas de apoio. Tentamos assim abordar holísticamente o desenvolvimento do adolescente e da posição dos consumos dentro do desenvolvimento, por ser uma fase propícia para o início dos consumos. Este trabalho foi redigido segundo o Novo Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa, e referenciado segundo a Norma APA.
  • 5. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  4 A Adolescência e o Consumo de Substâncias A adolescência é um período de transição, onde o indivíduo ainda não é adulto, mas também já não é uma criança. Esta é uma fase com características peculiares, que se define entre os 10 e os 19 anos (segundo a Organização Mundial de Saúde) e é, em geral uma fase saudável. No entanto, muitos adolescentes morrem prematuramente devido a acidentes, suicídio, violência, complicações derivadas da gravidez ou outras doenças que podiam ser tanto prevenidas como tratadas com sucesso (WHO, s.d.). Sendo um conceito relativamente recente, está muito ligado á vulnerabilidade, impulsividade, egocentrismo e transformação fisiológica, o que leva a ser um grupo com uma alta probabilidade de risco. Os diferentes estádios da Adolescência É consensual pelos autores que este é o período onde ocorrem uma quantidade maior de mudanças que as verificadas em muitos anos da infância ou da fase adulta. Na adolescência, além dos fatores biológicos há uma influência do ambiente familiar, cultural e social. Podemos considerar que a adolescência é uma fase típica do desenvolvimento do jovem no ambiente familiar, na cultura que participa e na sociedade vigente (Silva, Viana & Carneiro, 2011). Segundo Piaget por Silva, Viana & Carneiro, o último período ou estádio é o das “operações formais”, que ocorre dos 12 anos para cima, sendo este caracterizado por uma dependência cada vez menor de objetos e fantasias para formular problemas e situações. Assim, o adolescente desenvolve a habilidade de formular conteúdos puramente abstratos, tal como elevados conceitos matemáticos e filosóficos (Silva, Viana & Caneiro, 2011). A adolescência implica, então, segundo vários autores, um processo evolutivo ao longo de 3 estádios de maturação: orgânico, psicológico e social, sendo que cada um reflete uma fase de transição da criança para o ser adulto (Tavares & Alarcão, 2002). As mudanças físicas manifestam-se sobretudo na fase inicial, também designada por puberdade ou pré-adolescência (entre os 11 e os 14 anos) e, ainda que de forma menos acentuada, ao longo das fases seguintes. Na fase intermédia, isto é, na adolescência
  • 6. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  5 propriamente dita (entre os 13 e os 16 anos), salienta-se o desenvolvimento cognitivo, embora a sua reestruturação e evolução tenha começado na fase inicial e continue até à fase final. Na fase final da adolescência (entre os 15 e os 18-21 anos), os aspetos sociais, após uma manifestação não muito acentuada, expressam-se de forma significativas (Tavares & Alarcão, 2002). Assim, poder-se-á considerar a evolução da adolescência ao longo de três fases, a fase da espera, a da mudança e a da descoberta, sendo estas caracterizadas pela vivência e aquisição de diversas competências. Em cada uma delas a ideia de transição marca a personalidade do adolescente e esta vai evoluindo gradual e progressivamente, não estando, no entanto, nem estanques nem independentes (Sampaio, 2006). A primeira fase é a adolescência inicial ou pré-adolescência, onde ocorrem as mudanças físicas típicas da puberdade. Alguns autores sugerem que nesta fase é comum que se incrementem também o número de conflitos entre pais e filhos, sendo que, nesse sentido, as variáveis individuais como o ânimo depressivo, o consumo de drogas e a maturação antes do tempo, estejam relacionadas com maiores probabilidades de conflito entre pais e filhos (Rodrigues, 2011). A segunda fase, a adolescência intermédia, é a adolescência propriamente dita onde o adolescente desenvolve os seus pensamentos e valores e passa a atribuir uma maior importância ao grupo de pares heterossexual e luta pela sua privacidade. Nesta fase as mudanças de humor podem ser bruscas e frequentes, o adolescente pode experimentar estados de animo depressivo com maior frequência que crianças e adultos. Quantos mais acontecimentos vitais negativos experimentam, maiores probabilidades terão de manifestar alterações de humor (Rodrigues, 2011). Na adolescência final, terceira fase, dá-se a transição para a idade adulta com a consolidação das tarefas da adolescência, a formação da identidade e a resolução do processo de separação e individulização em relação à família de origem (Alarcão, 2006). Também é mais provável nesta fase que os jovens incidam mais em comportamentos potencialmente prejudiciais para os mesmos ou para os que os rodeiam, como por exemplo, o consumo de drogas e comportamentos sexuais de risco (Rodrigues, 2011).
  • 7. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  6 Os consumos na adolescência Ao longo do seu desenvolvimento, os adolescentes adotam determinadas atitudes que lhes proporcionam experiências de vida, estas derivadas das suas opções e decisões tomadas, permitindo-lhes assim assumir novas responsabilidades e comportamentos (Virgínio, 2015). “Na juventude há um acesso mais facilitado a comportamentos de risco relacionados quer com o uso de veículos motorizados, quer com o uso de substâncias nocivas para a saúde, para além das influências e das pressões para o seu uso” (Barroso, 2001 cited in Virgínio 2015) Face a esta situação, Pascual apud Jiménez e Bernal (2006) cited in Virgínio (2015), referem que a juventude é uma fase muito rica em novas experiências, o momento onde se formam novos laços de amizades, se experimentam novas vivências, se passam por experiências que marcam a vida de cada um. Nesta fase, as atitudes impostas pelo grupo passam a ser soberanas, pois os adolescentes identificam- se com os seus pares, tornando-se propensos a influências por estereótipos e valores consumistas, que podem influenciar o seu estilo de vida (Virgínio, 2015). Os amigos passam assim a exercer um papel cada vez mais importante na vida dos adolescentes. Conflitos familiares contribuem para o que adolescente recorra às amizades para ter a confiança que não tem no seio familiar. Assim, para ser aceite pelo grupo, pode passar a consumir substâncias psicoativas demonstrando comportamentos e atitudes semelhantes às dos seus pares (Virgínio, 2015). O contexto escolar, nomeadamente o grupo de pares e o ambiente social no qual o adolescente está envolvido, são considerados os maiores e mais fortes preditores do consumo de substâncias na adolescência. Na escola, para além de fatores protetores, identificam-se fatores que podem favorecer comportamentos de risco, nomeadamente a falta de motivação associado ao fraco rendimento académico, assim como a vontade de independência, mas fraco na realização pessoal (Matos, 2009). A psicopatologia das adições no adolescente pode ser entendida como um fenómeno multideterminado por vários fatores quer de ordem biológica, psicológica e sociocultural (Rodrigues, 2013). A adolescência é, portanto, uma etapa particularmente vulnerável no que se refere a numerosas condutas de risco e/ou patológicas, nomeadamente o consumo de drogas,
  • 8. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  7 entre elas o tabaco, uma vez que representa um período de socialização onde o jovem adquire os valores, as atitudes e os hábitos. A necessidade da aceitação social pelos amigos que exercem pressão e influência, promove o inicio do consumo, associado ao desejo de estabelecer a autonomia e a identidade que é próprio da adolescência. Fumar está assim associado a um símbolo de independência e personalidade (Rodrigues, 2013). Segundo a Estratégia de Luta contra a Droga, foram identificados os fatores de risco e os fatores de proteção caracterizados em função da condição individual, familiar e de escola. Os fatores de risco a nível individual podem ser reconhecidos como o insucesso e abandono escolar, comportamentos violentos e antissociais, experimentação de droga em idade precoce, pouca resistência à pressão do grupo e abuso no consumo de substâncias. Na família são a precaridade económica, as ruturas nos elementos que a constituem, as dificuldades de comunicação, a ausência de suporte emocional dos adultos em relação às crianças desde muito cedo, ou expectativas irrealistas do desempenho dos mais novos. A nível escolar, identificados os estabelecimentos com más instalações, a ausência de espaços de lazer, a existência de um mau ambiente escolar com falta de regras e conflitos permanentes e a ausência de participação da população estudantil. Os fatores protetores para o adolescente, relacionam-se com uma boa autoestima, capacidade na resolução de problemas, competência de relacionamento interpessoal e expetativas de sucesso realistas. Nas famílias um bom envolvimento afetivo, capacidade de comunicação e fronteiras nítidas de envolvimento e distanciamento, favorecem o bom ambiente familiar. Em relação às escolas, devem facilitar e promover o envolvimento dos alunos nas atividades, valorizando as suas capacidades e com comunidades ativas capazes de fomentar a discussão de problemas e a utilização de estratégias para os resolverem (Rodrigues, 2015). Problemáticas inerentes aos abusos de substâncias nos Adolescentes O consumo de substâncias psicoativas pelos adolescentes é uma preocupação para a saúde pública, bem como as suas consequências (Macho & Almeida,2011). A adolescência é uma fase de mudança, a nível físico e psicológico, devido ao início da puberdade, o que propicia a uma maior variedade de experiencias que podem representar fatores de risco ou de proteção para o seu desenvolvimento, uma das
  • 9. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  8 atividades de risco pode ser a experimentação de substâncias psicoativas (Simões & Matos, 2007). Assim, a elevada prevalência de consumo de substâncias psicoativas lícitas ou ilícitas nos adolescentes, constituem uma ameaça à sua saúde, bem-estar e qualidade de vida (Vinagre & Lima, 2006). Nível social e familiar Em estudos efetuados verificou-se que o consumo de substâncias psicoativas poderia estar de alguma forma ligado a comportamentos delinquentes menos graves e a comportamentos mais graves como o antissocial (Negreiros,1998). “A ligação entre os dois comportamentos não pode ser considerada linear, pois existem evidências de que muitos daqueles que se envolvem em condutas antissociais, acabam, também, por consumir substâncias e vice-versa” (Brochu, 1997); (Nunes, 2010). Comportamentos observados em alguns jovens com problemas de consumo de substâncias:  Comportamentos de agressividade, (Gomide, 2001, cit. in Caballo, 2002) tanto no seio familiar como na sociedade.  Desobediência, Patterson (1991; cit. in Pacheco, 2004).  Oposicionismo, Patterson (1991; cit. in Pacheco, 2004).  Temperamento exaltado e baixo controlo dos impulsos, com as pessoas mais chegadas ou desconhecidos (Patterson,1991; cit. in Pacheco, 2004).  Furtos (Jorge Negreiros,1998).  Insegurança, (Cardoso, 2001, cit. in Nunes, 2010).  Crime, (Cardoso, 2001, cit. in Nunes, 2010).  Perversões (Cardoso, 2001, cit. in Nunes, 2010).  Transgressões sociais e morais (Cardoso, 2001, cit. in Nunes, 2010).  Desorganização Familiar (menos atividades em família, relações e vínculos familiares conflituosos, brigas entre pais e filhos) (Malbergier, Cardoso, & Amaral, 2012), (Caballo & Marinho, 2002).
  • 10. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  9 Nível físico e psicológico O uso de substâncias lícitas ou ilícitas na adolescência em excesso pode ter várias repercussões físicas e psicológicas, tais como:  Mortes associadas à epidemia do VIH. O consumo de substâncias ilícitas ou álcool coloca os adolescentes numa situação vulnerável, o que os pode levar a ter comportamentos de risco devido ao estado alterado de consciência. Nomeadamente as relações sexuais desprotegidas (Azevedo,2007).  O consumo de substâncias, especialmente o álcool, produz aumento do risco de acidentes e da violência (Pinto, 2007).  O consumo de álcool exagerado, poderá conduzir a coma e consequentemente à morte (Pinto, 2007).  O consumo exagerado de álcool, leva a alterações das funções cognitivas e autonómicas (capacidade de julgamento, memória e aprendizagem), gastrites, deficiências nutricionais. Quando em abstinência, leva a ansiedade, tremores, alucinações, convulsões (Hockenberry & Wilson, 2011) e problemas hepáticos.  O tabaco, devido aos seus constituintes, poderá causar dependência rápida (nicotina), e a longo prazo poderá causar: danos na maturação e função pulmonares, poderá agravar ou dificultar o controlo da asma e sintomatologia respiratória como a tosse e a expetoração, diminuição do rendimento físico e alteração dos lípidos no sangue, como o aumento das LDL (mau colesterol). O consumo de tabaco está também ligado ao aparecimento de algumas doenças como o cancro em diversas localizações, doenças do aparelho respiratório e do aparelho circulatório (U.S. Department of Health and Human Services,2004).  As benzodiazepinas em larga utilização, podem potencializar os efeitos do álcool e, em altas doses, provocar depressão respiratória (Hockenberry & Wilson, 2011).  O uso crónico de benzodiazepinas produz dependência e a sua retirada abrupta pode provocar síndrome de abstinência. A abstinência pode incluir hiperexcitabilidade e irritabilidade (Hockenberry & Wilson, 2011).  A cocaína e as anfetaminas estimulam as ações dopaminérgica e noradrenérgica podendo produzir, durante a intoxicação, crises convulsivas, isquemia cardíaca e cerebral, além de quadros maníacos e paranóia, bem como pode deixar o adolescente violento (Hockenberry & Wilson, 2011).
  • 11. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  10  O consumo de cocaína cria uma sensação de euforia, tendo uma ação intensa embora curta. Como sinais físicos, verifica-se hipertensão e taquicardia, como complicações, desequilíbrio nos neurónios sensoriais (sensação de insetos que rastejam sobre a pele), náuseas, vómitos, se inalada poderá ocorrer inflamação ou perfuração do septo nasal (Hockenberry & Wilson, 2011).  A heroína e outros narcóticos, produzem um estado de euforia, removem sentimentos dolorosos e criam uma sensação de realização agradável acompanhada de obnubilação da consciência. Como as complicações deste tipo de drogas, são as mais comuns, mioses, depressão respiratória, cianose, cáries dentárias (negligência na satisfação das necessidades físicas) no autocuidado) e poderão ser visíveis marcas de picadas de agulhas (braços, pernas), nos consumidores crónicos, o que poderá resultar em infeções como hepatite, tétano e VIH. A abstinência gera caibras estomacais e musculares, diarreia, secreção nasal e ocular, inquietação e convulsões (Hockenberry & Wilson, 2011).  O cannabis e os seus derivados estão relacionados com comportamentos como: passividade, apatia ou euforia simples e estado de alerta. Este tipo de drogas altera a mente, podendo notar-se nos consumidores uma taquicardia ocasional, atraso no tempo de resposta, coordenação pobre (Hockenberry & Wilson, 2011). O papel do Enfermeiro no consumo de substâncias no adolescente O consumo de substancias na adolescência, é uma problemática complexa, e que pode derivar de inúmeros fatores, sendo os cinco principais: a falta de informação acerca do tema, a dificuldade na inserção no ambiente familiar ou na escola, uma insatisfação com a qualidade de vida, problemas de saúde e a facilidade de acesso a substâncias (Pereira, s.d) e nos quais o enfermeiro apresenta-se com um importante papel, desempenhando funções a vários níveis, desde a prevenção do consumo de substancias até ao seu tratamento, tendo sempre como objetivo principal a manutenção do estado de saúde do adolescente e da comunidade que o rodeia, promovendo um estilo de vida saudável, ao ajudar o adolescente a criar estratégias defensivas aos fatores de risco, valorizado a escola e a família como importantes (Silva, 2015).
  • 12. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  11 A prevenção destes consumos pode ser dividida em três níveis, a prevenção primária, a secundária e a terciaria (Silva, 2015). A prevenção primária consiste em atuar antes do inicio do consumo, através da promoção de estilos de vida saudáveis, utilizando estratégias educativas, através do fornecimento de informações relevantes relacionadas com as drogas e como lidar com situações de risco (Silva, 2015). A prevenção secundaria consiste na adoção de medidas preventivas aplicadas no inicio do consumo de drogas e sua deteção precoce, tendo o objetivo de evitar o seu progresso para consumos mais frequentes e mais prejudiciais para o individuo. A este nível o papel do enfermeiro passa, numa fase inicial, pela deteção de problemas relacionados com os consumos de substancias na comunidade e no envolvimento familiar. Numa segunda fase, após a deteção do problema, torna-se necessária a deteção de grupos de risco, para os quais deverão ser criados programas de ação de acordo com as necessidades de cada grupo. É ainda importante ajudar os indivíduos a compreender as implicações e a relação existente entre o consumo de drogas e as consequências negativas que destas advêm, quer seja para a pessoa, para a família ou para a comunidade. O enfermeiro comunitário apresenta ainda um papel de importante para as famílias, ajudando-as a conhecer que é muito importante permanecerem unidos, prestando suporte emocional e financeiro ao seu familiar com consumo de substancias (Silva, 2015). Ao nível da prevenção terciaria, as intervenções preventivas são implementadas em indivíduos que apresentem problemas com o consumo de drogas ou dependência, tendo estas o objetivo de restabelecimento e reintegração do indivíduo na família, escola e comunidade. O enfermeiro atua não somente no consumidor de substancias, tendo também o papel de orientar a família e auxiliar na reabilitação e prestar apoio emocional para a recuperação e ligando o usuário de substancias e a sua família a grupos de apoio (Silva, 2015). Existem ainda três modelos de educação para a saúde que ajudam o enfermeiro a identificar situações de risco e proteção da saúde dos indivíduos, através do planeamento e implementação de ações educativas para os utentes, famílias e comunidade (Silva, 2015).
  • 13. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  12 O primeiro modelo, Modelo de Precede-Proceed, tem como objetivo apoiar comunidades na mudança de comportamentos e apresentando como ponto de referência a resolução de problemas em áreas de necessidades identificadas. Atua avaliando o ambiente em que o grupo em causa vive, procurando incluir fatores internos, ambientais e sociais que influenciam os comportamentos em relação à saúde, identificando fatores que ajudem a comunidade a adotar comportamentos saudáveis (Silva, 2015). O segundo, o Modelo de saúde-crença, é utilizado com o objetivo de prever situações que possam surgir e propor intervenções para diminuir a resistência à procura de cuidados de saúde. Utiliza três componentes: a perceção individual, os fatores de mudança e variáveis que possam afetar a probabilidade de ação. Este modelo é utilizado como meio de divulgação de conhecimento na comunicação social, artigos de jornais ou revistas, tendo o objetivo de motivar os utentes a tomar precauções (Silva, 2015). Por fim, o terceiro modelo, Modelo de Promoção de Saúde, é um complemento dos restantes modelos, contribuindo para criar estratégias que ajudem os jovens a adotarem um estilo de vida mais saudável, e ajudar a identificar situações de risco, com o intuito de diminuir a vulnerabilidade destes indivíduos e respetivas famílias (Silva, 2015). A abordagem do profissional de saúde, onde se insere o enfermeiro, necessita de estabelecer uma relação com base na cumplicidade, interatividade e sigilo, procurando assim conquistar a confiança do adolescente para que este sinta que pode confiar no profissional e fale com este acerca da sua vontade para experimentar ou que substancias já experimentou. A avaliação deve ter como base uma anamnese com informações relativas ao contacto, a experimentação ou uso frequente de substancias, tipo de substancias, tratamentos anteriores, identificação de fatores de risco e exame físico (Pereira, s.d). O enfermeiro atua não só ao nível do adolescente, mas também ao nível dos pais, que por vezes ao perceberem que os seus filhos consomem substancias psicoativas, poderão sentir-se culpados, incompetentes e confusos, sem saber que atitudes tomar. Por esta razão torna-se importante estabelecer uma relação de parceria com a família, podendo ser sugerida a possibilidade de uma comunicação emocional, onde os pais expressão os seus sentimentos, podendo aproximarem-se do filho através de um abraço ou declaração de amor. O enfermeiro pode ainda propor à família, que esta assuma como suas decisões,
  • 14. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  13 por exemplo, o amor incondicional pelo filho, a intolerância ao consumo de drogas, a responsabilidade e o não compactuar com segredos referentes ao consumo de drogas, sendo estas declarações importantes para um processo de individualização em que o adolescente se sinta integrado na família (Pereira, s.d) O Enfermeiro atua com os objetivos de promover e difundir informações, discutir o impacto do consumo de substancias na saúde dos adolescentes, não só em termos de dano direto, mas também de outros efeitos que poderão ocorrer, sendo consequentes destes consumos, como a ocorrência de outros comportamentos de risco. Tem ainda o objetivo de estimular ações que valorizem a autoestima e o autocuidado, bem como valores que promovam a preservação da vida (Pereira, s.d). Ao nível das intervenções de apoio social é importante intervir, por exemplo, ao incentivar e integrar a organização de uma Rede Interinstitucional para a prevenção e redução de danos decorrentes do consumo de substancias, com uma equipa multidisciplinar; identificar e procurar parcerias na comunidade de modo a desenvolver ações de prevenção destes consumos; Advogar em prol de serviços que prestem apoio a adolescentes com dependências, e às suas famílias; Capacitar profissionais de saúde sobre os efeitos associados ás substancias psicoativas e aos danos que o seu consumo poderá provocar e a diferenciação entre o uso, o abuso e a dependência; Capacitar profissionais de saúde que trabalhem em serviços de emergência para a identificação de situações associadas ao abuso de substancias; Identificar serviços de referencia para encaminhar adolescentes que sejam usuários e dependentes de substancias, bem como as suas famílias; Promoção de ações integradas com agentes comunitários de saúde, para fornecer informações a famílias no seu ambiente social e cultural; e estabelecer parcerias com escolas para desenvolver ações educativas direcionadas para os adolescentes sobre o consumo de substancias (Pereira, s.d). Em termos de intervenções ao nível do Suporte Familiar, o enfermeiro pode atuar a vários níveis, como por exemplo, ao incentivar o processo de comunicação na família com base no amor; Valorizar a participação da família no processo do tratamento da dependência de substancias; Incentivar pais que sejam fumadores a suspender o uso do tabaco para reduzir a exposição passiva dos demais membros da família; Orientar adolescentes que se encontrem gravidas e os seus familiares acerca das consequências da exposição do bebe desde a fase intrauterina a substancias psicoativas; Promover a
  • 15. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  14 autoestima da família e reforçar a sua capacidade para ajudar o adolescente consumidor de substancias psicoativas (Pereira, s.d). Quanto ao acolhimento do adolescente, o enfermeiro deverá apresentar uma atitude não julgadora e não preconceituosa, bem como garantir a privacidade. Quanto às necessidades do adolescente, o enfermeiro deverá abrir um espaço para a expressão de sentimentos e experiencias. Para além disto nesta área, o enfermeiro deverá ainda utilizar práticas educativas e de educação em saúde; promover a capacitação de profissionais de saúde, de educação, lideranças comunitárias e conselheiros tutelares acerca da prevenção e como lidar com situações de consumos de substancias; Divulgar a inter-relação entre o consumo de substancias e as consequências que estas provocam na saúde dos adolescentes; Divulgar os fatores de risco e os fatores protetores relacionados com o consumo de sustâncias, para a identificação de adolescentes vulneráveis; Realizar campanhas de consciencialização sobre o consumo de substancias; Realizar palestras e debates relacionado com o tema para profissionais que trabalhem com adolescentes; e utilizar os diversos meios de comunicação para a divulgação de informações acerca da temática, bem como serviços disponíveis para atendimento (Pereira, s.d). Quanto ao acompanhamento físico e emocional do adolescente, as intervenções do enfermeiro focam-se na prestação de cuidados de qualidade a adolescentes que consumam substancias; Identificar situações de uso e experimentação destas substancias e atuar de modo a evitar a dependência; Através da realização da anamnese e exame físico, procurar possíveis evidencias de consumo de substancias; e Alertar os pais para estarem atentos a determinadas alterações como, por exemplo, o emagrecimento, olhos vermelhos, irritação nasal ou picadas de agulha, a nível comportamental informar para estarem atentos a comportamentos como desinibição, letargia, episódios de violência ou faltar as aulas, em termos cognitivos deverão estar atentos a alterações na capacidade de concentração e atenção, diminuição do desempenho académico ou alterações de memoria, quanto ao humor devem estar atentos a oscilações de humor ou reações de pânico; poderão ainda alterar hábitos pessoais como alterações no padrão do sono e apetite, descuido com a higiene, desinteresse por práticas que anteriormente lhe eram interessantes, alterações no vestuário ou nas preferências musicas (Pereira, s.d).
  • 16. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  15 Onde Recorrer em Caso de Adição? As pessoas que têm comportamentos aditivos e necessitam de apoio podem procurá- lo de três maneiras: 1. Por iniciativa própria, dirigindo-se á sua UCSP de referência, ou a um dos locais especializados em tratamentos de comportamentos aditivos e dependências na sua zona residencial; 2. Por referenciação, sendo que a pessoa é identificada a partir de uma consulta de medicina de saúde familiar, saúde ocupacional, em espaço de consulta ou de episódio de urgência, quando o médico avalia, no âmbito das medidas de diagnóstico, a existência de consumo de risco, nocivo ou mesmo dependência de substâncias lícitas ou ilícitas; 3. Por determinação judicial, que se torna numa medida alternativa à prisão para pessoas que têm comportamentos aditivos, sendo que a pessoa tem de ser submetida a tratamento desses comportamentos. Esta pode surgir na fase de decisão judicial sobre a pena, na avaliação da liberdade condicional, ou durante a execução da pena, e pode determinar a inserção do cidadão em diferentes tipos de programa, em ambulatório ou em internamento (SICAD, s.d.). Existem diversos tipos de instituições a que se podem recorrer em caso de adições, que poderão ajudar na desintoxicação, como é o caso das Equipas de Tratamento, ou das Comunidades Terapêuticas. Os Centros de Atendimento a Toxicodependentes (CAT) existem integrados no Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) e, para além de funcionarem como clínicas de desintoxicação, asseguram a execução do programa de narcóticos de substituição (Saúde no Futuro, s.d.). As Comunidades Terapêuticas (CT) são Unidades Especializadas de Tratamento Residencial de longa duração, em regime de internamento, onde através de apoio psicoterapêutico e socio-terapêutico se procura ajudar à reorganização do mundo interno dos toxicodependentes, e a perspetivar o seu futuro. As Comunidades Terapêuticas são assim espaços residenciais, destinados a promover a reabilitação biopsicossocial do doente toxicodependente, mediante um programa terapêutico articulado em diferentes fases (e eventualmente hierarquizado) (SICAD, 2011).
  • 17. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  16 A Comunidade Terapêutica é um recurso integrado num conjunto de respostas terapêuticas em que a dinâmica comunitária a distingue das restantes abordagens de tratamento. Estes dispositivos terapêuticos operam com uma equipa multidisciplinar, sob supervisão psiquiátrica. Ao proporem uma rutura com o meio onde os consumidores se inserem e através de apoio especializado, têm como objetivo o reaprender a viver sem drogas e o identificar as suas competências pessoais, visando uma reorganização psicossocial, de forma a facilitar uma reinserção sentida como gratificante (Henriques, 2013). Em termos gerais, podem ser enunciados alguns objetivos das Comunidades Terapêuticas:  Criar um espaço de reflexão com vista à elaboração da história pessoal do indivíduo para que lhe possa dar um novo sentido e identificar pontos de mudança necessária;  Mudar padrões negativos de comportamento, pensamento e sentimentos que predispõem ao consumo de drogas a fim de conseguir a abstinências e sua manutenção;  Promover a autonomia e responsabilidade como pilares da vida adulta em sociedade.  Desenvolver a capacidade de estabelecer e manter relações saudáveis rompendo padrões destrutivos;  Fomentar competências sociais que permitam encontrar alternativas de trajetória para um projeto de vida realista;  Perspetivar a inserção social através da elaboração e contratualização de um Plano Individual de Reinserção.  Estes objetivos têm como finalidade promover o autocontrolo sobre o consumo de drogas, desenvolver as competências pessoais e sociais, tendo em vista a autonomização do indivíduo e a sua plena inserção social (SICAD, 2011). Na zona de Almada existe a Comunidade Terapêutica Vale de Acor, essa comunidade adota o método terapêutico-educativo denominado de Projeto-Homem. Esse método pretende levar ao reencontro da pessoa consigo mesma, com os seus problemas e as suas potencialidades, recuperando assim o respeito por si próprio e aprendendo a viver em sociedade, com a dignidade inerente ao facto de ser Homem (Vale de Acor, 2014).
  • 18. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  17 Conclusão Os adolescentes encontram-se numa fase onde ocorrem imensas mudanças, tanto a nível físico como psicológico, não descurando as mudanças a nível social e de interação com os outros. Por ser uma fase onde existem tantas mudanças, o adolescente tem a tendência para experimentar coisas novas, ele explorar os seus limites, determina o nível da sua autonomia. Esta nova experimentação é uma das causas principais para o início do consumo de substâncias psicoativas. Isto acontece não só pela curiosidade de experimentar estas novas substâncias, mas também pela pressão que estes podem sentir pelos seus pares (relacionando-se com a questão do “peer-pressure” e da integração em novos grupos sociais). Assim, por o adolescente se apresentar vulnerável nesta fase é importante ter em conta a importância da prevenção e do tratamento destes consumos. Aqui entra o Enfermeiro. O Enfermeiro apresenta um papel fulcral nesta fase devido a diversas ações que este pode tomar, tanto a nível de integração de programas preventivos aos consumos que atuarão dentro das comunidades escolares com sessões de educação para a saúde e campanhas diversas, como a nível de tratamento pelo pedido de ajuda realizado pela pessoa e/ou família em contexto de cuidados de saúde primários. Com este último tópico, o Enfermeiro deve atuar perante a família através da dinamização de diversas atividades de partilha entre os pais e o indivíduo jovem que consuma, e caso seja necessário, reencaminhar o jovem para instituições adequadas para a desintoxicação do mesmo. Concluindo, o grupo acredita que cumpriu os objetivos propostos na introdução deste trabalho, realizando assim uma abordagem a todas as temáticas mais fulcrais relacionadas com o consumo de substâncias e adolescência. O grupo considerou esta temática de extrema importância por ser algo que ocorre muito frequentemente no adolescente, dando-nos assim algum aporte teórico na eventualidade de nos depararmos com situações de consumos em contexto de Ensino Clínico.
  • 19. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  1 Referências  Alarcão, M. (2006). (Des) Equilíbrios familiares (3ª ed.). Coimbra: Quarteto.  Azevedo, A. (2013). Do consumo de substâncias ao comportamento antissocial: programa de intervenção. Porto. Disponível em: http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/3991/1/Projecto%20de%20Grada%C3%A 7%C3%A3o%20-%20Ana%20Teresa%20Azevedo%2022-07-2013%20- %20VERS%C3%83O%20CORRIGIDA%20e%20FINAL%20(1).pdf  Guanilo, M. & Takahashi, R. & Toledo, M. (2011). Elementos de vulnerabilidade individual de adolescentes ao HIV/AIDS. Revista Brasileira de Enfermagem, 64 (2). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 71672011000200024  Henriques, T. (2013). Toxicodependência: O caso da Comunidade Terapêutica Arco-Íris. Coimbra.  Hockenberry, M.& Wilson, d. (2011). Wong Enfermagem da Criança e do Adolescente, 9ª edição. Loures: Lusociência.  Malbergier, A., Cardoso, L. & Amaral, R. (2012). Uso de substâncias na adolescência e problemas familiares. Cadernos de Saúde Pública, 28 (4), 678-688. Disponível em: http://abramd.org/wp- content/uploads/2014/06/2012_Uso_de_substancias_na_adolescencia_e_proble mas_familiares.pdf  MATOS, Margarida & SAMPAIO, Daniel (2009). Jovens com saúde, Diálogo com uma geração. 1ª ed. Lisboa: Texto Editores.  Pereira, S. (s.d.). ADOLESCÊNCIA E CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: Riscos e reflexos para a vida futura. Disponível em: http://www.abennacional.org.br/revista/cap4.3.html  Rocha, B. (2011). Consumos de Substâncias Psicoativas e Atitudes em Jovens do 3º ciclo da escola do cerco: Implicações para a prevenção. Porto. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/57449/2/88513.pdf  Rodrigues, Cidália. (2013). Comportamentos de Consumo em Adolescentes: Estudo sobre comportamentos de consumo de álcool, tabaco e outras drogas em adolescentes de escolas de Coimbra. Disponível em http://repositorio.esenfc.pt/private/index.php?process=download&id=25780&co de=122
  • 20. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  2  Rodrigues, Y. (2011). Dissertação – Autoridade familiar, autoconceito e valores: Um estudo com alunos do 7º, 9º e 11º anos de escolaridade. Disponível em http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/4619/1/ulfpie039590_tm.pdf  Sampaio, D. (2006). Lavrar o mar – um novo olhar sobre o relacionamento entre pais e filhos. Lisboa: Editorial Caminho, S.A.  Saúde no Futuro. Centro de Atendimento à Toxicodependentes – CAT. Disponível em: http://usf-saudenofuturo.min- saude.pt/informacoes_uteis/parcerias_institucionais/centro_atendimento_toxicod ependentes/Paginas/default.aspx  SICAD. (2011). Linhas Orientadoras para o Tratamento e Reabilitação em Comunidades Terapêuticas. Disponível em: http://www.sicad.pt/BK/Intervencao/TratamentoMais/Documentos%20Partilhad os/LinhasOrientadorasTratamentoReabilitacaoComunidadesTerapeuticas.pdf  SICAD (s.d.) Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências. Disponível em: http://www.sicad.pt  Silva, N. (2015). O CONSUMO DE DROGAS NA ADOLESCÊNCIA: UMA ABORDAGEM DA ENFERMAGEM COMUNITÁRIA. [Consultado a 1 de Dezembro de 2016], Disponível em: http://www.portaldoconhecimento.gov.cv/bitstream/10961/4685/1/Nilza%20Silv a%202015.%20O%20consumo%20de%20drogas%20na%20adolesc%C3%AAn cia.pdf  Sousa, A. et al. (2007). Consumo de Substâncias Psicoativas e Prevenção em Meio Escolar. Lisboa: Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC) Direcção-Geral de Saúde (DGS) Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT). Disponível em: https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Esaude/consumospa_prevencaomeioe scolar.pdf  TAVARES, J. e ALARCÃO, I. (2002). Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. 5ª Ed. Coimbra: Livraria Almedina  Vale de Acor. Método Terapêutico. Disponível em: http://www.a- valedeacor.pt/metodo-terapeutico.html  Vinagre, M. & Lima, M. (2006). Consumo de álcool, tabaco e droga em adolescentes: Experiencias e julgamentos de risco. Psicologia, Saúde e Doenças, 7 (1), 73-81. Disponível em:
  • 21. A Adolescência e o Consumo de substâncias    Enfermagem VII 15º CLE Dezembro 2016  3 https://www.researchgate.net/publication/242248304_CONSUMO_DE_ALCO OL_TABACO_E_DROGA_EM_ADOLESCENTES_EXPERIENCIAS_E_JUL GAMENTOS_DE_RISCO  Virgínio, Ana F. C. (2015). Estilos de Vida – Consumo de substâncias psicoativas dos “caloiros” de Enfermagem. Disponível em: http://repositorio.esenfc.pt/private/index.php?process=download&id=35569&co de=395  WHO(s.d.). Health topics – Adolescent health. Acesso em Dezembro 10, 2016. Disponível em http://www.who.int/topics/adolescent_health/en/