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“Os pés não me trouxe...Vim com o desejo de conhecer outras coisas...Deixei tudo que tinha
hoje não tenho nada...Já tive tudo, mas o desejo me fez chegar até aqui.
“Pois conheço um lugar que tive curiosidade de conhecer a terra de Peter Pan, onde nada
acontece, nada cresce para quem entra nesse labirinto, nesse navio... navio não porque já
afundou faz tempo.”
“Poxa cara...Coloca bem grande aí no mural , cada um que chegar e ler, vai ficar pensando o que
veio fazer aqui... tá ligado? ”...
Tim
Sinopse: Através desses pés, com profundas feridas, calejados,
disformes, marcados pelos caminhos, pela vida... suas histórias.
Um contato com o individuo descartado da sociedade, que
nesse lugar “democrático” chamado “Cracolândia”, chão do sem
chão, se sente acolhido.
Uma reflexão sobre o Ser Humano que compõe essa tribo
“de Refugiados Urbanos" contrapondo o paradigma "Droga e
Drogados”; sua nuance e estereótipos.
Por onde andei... Pés
Por quê me trouxe? Aqui...
Por onde andei... Pés
Por quê me trouxe? Aqui...
Justificativa: Trabalhando há cinco anos como enfermeira junto as
pessoas em situação de rua, transitando
pelos inúmeros nichos da região central de São Paulo e
nos últimos tempos na Luz, lugar intitulado “Cracolândia",a cada dia,
a cada escuta, a cada vínculo estabelecido, aumenta a indagação e
grande inquietude, baseadas nas histórias de vida desses sujeitos, que
neste espaço chegam “pelos próprios pés” de diversos lugares, de
diversos saberes, de rupturas e descartes dos vínculos familiares e
sociais, e encontram um acolhimento dentro da exclusão.
Nessa vivência, a percepção dentro de diferentes contextos,
tanto na vida profissional, nas relações pessoais, na
exploração da mídia ou da sociedade em geral, o olhar é
veemente para "droga e o drogado”, onde estereótipos e
preconceitos são estabelecidos, dando invisibilidade, anulando e
enquadrando esse sujeito, suas especificidades, sua
própria vida.
A partir dessas questões , desse incomodo, busco através dos
pés, em sua diversidade, a compreensão, aproximação e o
olhar com e sobre esses sujeitos que compõe essa
dinâmica social. Pés são esses que carregam suas historias,
maneiras de (sobre) viver e conviver, seus corpos, suas marcas,
dores, alegrias; pés que possibilitam enxergar a integralidade do
ser.
Por onde andei... Pés
Por quê me trouxe? Aqui...
Por onde andei... Pés
Por quê me trouxe? Aqui...
Objetivo: Suscitar reflexão e discussão através das
imagens dos pés, suas histórias, do contexto do Ser, para além
do consumo do crack.
Mostrar que no caos há espaço para o belo, para o
acolhimento, para o olhar, para habilidades, solidariedade e
afeto. A existência de pessoas vivas e reais.
Projeto: Agostinha Francisca de Oliveira
Fotografia: Giorge de Santi
Design Gráfico: Diego Weissel Rovira
Giulia Lorenzi
Revisão: Guiomar Francisca Teixeira
São Paulo, Novembro 2015
Agradecimentos
Aos agentes de saúde que compõem a minha história junto à
população de rua, no despertar do meu olhar para os pés como
elemento de identificação do sujeito.
Aos meus filhos Lucas e Mariana, que contribuíram entre outros
contextos na elaboração do título.
A todos e todas trabalhadores e voluntários que se fazem presentes
junto a essa população.
À ASF e PMSP por implementar a assistência a essa população.
Gratidão especial ao dono dos pés que compõe essa população.
São Paulo, Novembro 2015
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Pés. Por quê me trouxe?

  • 1.
  • 2. “Os pés não me trouxe...Vim com o desejo de conhecer outras coisas...Deixei tudo que tinha hoje não tenho nada...Já tive tudo, mas o desejo me fez chegar até aqui. “Pois conheço um lugar que tive curiosidade de conhecer a terra de Peter Pan, onde nada acontece, nada cresce para quem entra nesse labirinto, nesse navio... navio não porque já afundou faz tempo.” “Poxa cara...Coloca bem grande aí no mural , cada um que chegar e ler, vai ficar pensando o que veio fazer aqui... tá ligado? ”... Tim
  • 3.
  • 4.
  • 5.
  • 6. Sinopse: Através desses pés, com profundas feridas, calejados, disformes, marcados pelos caminhos, pela vida... suas histórias. Um contato com o individuo descartado da sociedade, que nesse lugar “democrático” chamado “Cracolândia”, chão do sem chão, se sente acolhido. Uma reflexão sobre o Ser Humano que compõe essa tribo “de Refugiados Urbanos" contrapondo o paradigma "Droga e Drogados”; sua nuance e estereótipos. Por onde andei... Pés Por quê me trouxe? Aqui...
  • 7.
  • 8. Por onde andei... Pés Por quê me trouxe? Aqui... Justificativa: Trabalhando há cinco anos como enfermeira junto as pessoas em situação de rua, transitando pelos inúmeros nichos da região central de São Paulo e nos últimos tempos na Luz, lugar intitulado “Cracolândia",a cada dia, a cada escuta, a cada vínculo estabelecido, aumenta a indagação e grande inquietude, baseadas nas histórias de vida desses sujeitos, que neste espaço chegam “pelos próprios pés” de diversos lugares, de diversos saberes, de rupturas e descartes dos vínculos familiares e sociais, e encontram um acolhimento dentro da exclusão.
  • 9. Nessa vivência, a percepção dentro de diferentes contextos, tanto na vida profissional, nas relações pessoais, na exploração da mídia ou da sociedade em geral, o olhar é veemente para "droga e o drogado”, onde estereótipos e preconceitos são estabelecidos, dando invisibilidade, anulando e enquadrando esse sujeito, suas especificidades, sua própria vida. A partir dessas questões , desse incomodo, busco através dos pés, em sua diversidade, a compreensão, aproximação e o olhar com e sobre esses sujeitos que compõe essa dinâmica social. Pés são esses que carregam suas historias, maneiras de (sobre) viver e conviver, seus corpos, suas marcas, dores, alegrias; pés que possibilitam enxergar a integralidade do ser. Por onde andei... Pés Por quê me trouxe? Aqui...
  • 10. Por onde andei... Pés Por quê me trouxe? Aqui... Objetivo: Suscitar reflexão e discussão através das imagens dos pés, suas histórias, do contexto do Ser, para além do consumo do crack. Mostrar que no caos há espaço para o belo, para o acolhimento, para o olhar, para habilidades, solidariedade e afeto. A existência de pessoas vivas e reais.
  • 11. Projeto: Agostinha Francisca de Oliveira Fotografia: Giorge de Santi Design Gráfico: Diego Weissel Rovira Giulia Lorenzi Revisão: Guiomar Francisca Teixeira São Paulo, Novembro 2015
  • 12. Agradecimentos Aos agentes de saúde que compõem a minha história junto à população de rua, no despertar do meu olhar para os pés como elemento de identificação do sujeito. Aos meus filhos Lucas e Mariana, que contribuíram entre outros contextos na elaboração do título. A todos e todas trabalhadores e voluntários que se fazem presentes junto a essa população. À ASF e PMSP por implementar a assistência a essa população. Gratidão especial ao dono dos pés que compõe essa população. São Paulo, Novembro 2015