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Você gosta de milho de pipoca? Antes de responder que adora, note bem que
estou perguntando sobre o milho da pipoca e não sobre a pipoca. A pipoca
todo mundo gosta, um excelente acompanhamento para um cineminha. Claro,
aquela flor branca, cheirosa, crocante e bem temperada, quem não gosta?
Agora, do milho da pipoca, ninguém gosta. O milho da pipoca é um milho
mirrado, grão redondo, duro, subdesenvolvido, que um agricultor
inexperiente trataria de se livrar daquelas espigas, pelo simples fato de, sob o
ponto de vista de tamanho, não poderem competir com os milhos normais.
Não sei como isso aconteceu; o fato é que houve alguém que teve a ideia de
debulhar as mini espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando
que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.
Havendo fracassado a experiência com a água, tentou a gordura. O que
aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos
começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas
o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros se
transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer.
E o que é que isso tem a ver com as pessoas? Simples. É que a conversão do
milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque
devem passar os homens aqui na Terra, para que eles venham a ser o que
devem ser. Toda dificuldade traz sempre uma grande lição. Embora a gente
procure remédio para as dores do mundo, é preciso ter coragem para encarar
o fogo (desafio ou dor) que algumas vezes se coloca à nossa frente.
Nos momentos de medo, quando a oportunidade de sair do casulo se
apresenta, é preciso humildade para admitir que não somos donos da verdade;
é preciso coragem para libertar-se de velhos hábitos, e de dar um salto no
vazio rumo à transformação, para que possamos nascer de novo, para nossa
verdadeira natureza, para quem realmente somos. Conforme Rubem Alves
relata no conto abaixo, somente milho duro que passa pelo fogo se transforma
em flor branca e macia. A transformação do milho duro em pipoca macia é
símbolo da grande transformação porque devem passar os homens, para que
eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser.
Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.
O milho da pipoca somos nós; duros, quebra-dentes, impróprios para comer.
Pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra
coisa, voltar a ser criança, ensina o filósofo. Por outro lado, milho que se
recusa a sair da casca e estourar, mesmo sob fogo ardente, fica piruá, duro e
triste, como as pessoas inflexíveis que se recusam a mudar e permanecem
iguais a vida inteira, por terem a convicção de que o jeito delas é o melhor
jeito de ser. Porém, mais cedo ou mais tarde, todos passam pelo fogo.
Imaginemos o pobre milho, fechado dentro da panela; lá dentro ficando cada
vez mais quente, pensa que a sua hora chegou, vai morrer. De dentro de sua
casca dura, fechado em si mesmo, ele não imaginar destino diferente. Não
pode imaginar a transformação que está sendo preparada.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo
poder do fogo, a grande transformação acontece, bum! E ela aparece como
uma outra coisa completamente diferente, que ela mesma nunca havia
sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta
voante. Na simbologia cristã, o milagre do milho de pipoca está representado
pela morte e ressurreição de Cristo; a ressurreição é o estouro do milho de
pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. “Morre e
transforma-te”, dizia Goethe. Assim acontece com a gente. As grandes
transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo
fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de
uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem.
Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Passar pelo fogo,
podemos entender, são situações de dor, que nunca imaginamos vivenciar.
Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um emprego, ficar doente
gravemente, etc. Mas também pode ser fogo de dentro: medo, pânico,
ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos, e demoramos a
descobrir, e que nos atormenta. Contudo, sem tal sofrimento, não acontecerá
a grande transformação. Por sua vez, existem pessoas que, por mais que o
fogo esquente, se recusam a mudar, são como os piruás do milho de pipoca;
são pessoas que acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o
jeito delas serem. A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho
que não estoura. O destino delas é triste; vão ficar duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para
ninguém, e terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela só
restam os piruás, que não servem para nada; seu destino é o lixo.
Lamentavelmente, essas criaturas não se permitem transformar; não desejam
se tornar mais maleáveis, doces, amorosas. Perdem a chance de agregar
valores para um futuro feliz. Então, ser pipoca estourada ou piruá é uma
opção. Aqueles que desejam ser felizes aceitam as lições das dores, tornando-
se mais afáveis, gentis no trato e ponderados, e compreendem as dores
alheias.
Todos nós nascemos milho e estamos destinados a nos transformarmos em
pipoca. E esse processo é muito intenso e, muitas vezes, bem doloroso, para
que a pessoa se transforme profundamente em seus valores, seu jeito de
pensar, agir, e ver o mundo. Portanto, cabe unicamente a nós vivermos como
pipoca ou como piruá.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
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Pipoca ou piruá

  • 2. Você gosta de milho de pipoca? Antes de responder que adora, note bem que estou perguntando sobre o milho da pipoca e não sobre a pipoca. A pipoca todo mundo gosta, um excelente acompanhamento para um cineminha. Claro, aquela flor branca, cheirosa, crocante e bem temperada, quem não gosta? Agora, do milho da pipoca, ninguém gosta. O milho da pipoca é um milho mirrado, grão redondo, duro, subdesenvolvido, que um agricultor inexperiente trataria de se livrar daquelas espigas, pelo simples fato de, sob o ponto de vista de tamanho, não poderem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu; o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as mini espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.
  • 3. Havendo fracassado a experiência com a água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. E o que é que isso tem a ver com as pessoas? Simples. É que a conversão do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens aqui na Terra, para que eles venham a ser o que devem ser. Toda dificuldade traz sempre uma grande lição. Embora a gente procure remédio para as dores do mundo, é preciso ter coragem para encarar o fogo (desafio ou dor) que algumas vezes se coloca à nossa frente.
  • 4. Nos momentos de medo, quando a oportunidade de sair do casulo se apresenta, é preciso humildade para admitir que não somos donos da verdade; é preciso coragem para libertar-se de velhos hábitos, e de dar um salto no vazio rumo à transformação, para que possamos nascer de novo, para nossa verdadeira natureza, para quem realmente somos. Conforme Rubem Alves relata no conto abaixo, somente milho duro que passa pelo fogo se transforma em flor branca e macia. A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens, para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.
  • 5. O milho da pipoca somos nós; duros, quebra-dentes, impróprios para comer. Pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa, voltar a ser criança, ensina o filósofo. Por outro lado, milho que se recusa a sair da casca e estourar, mesmo sob fogo ardente, fica piruá, duro e triste, como as pessoas inflexíveis que se recusam a mudar e permanecem iguais a vida inteira, por terem a convicção de que o jeito delas é o melhor jeito de ser. Porém, mais cedo ou mais tarde, todos passam pelo fogo. Imaginemos o pobre milho, fechado dentro da panela; lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou, vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechado em si mesmo, ele não imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.
  • 6. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece, bum! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante. Na simbologia cristã, o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo; a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro. “Morre e transforma-te”, dizia Goethe. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem.
  • 7. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Passar pelo fogo, podemos entender, são situações de dor, que nunca imaginamos vivenciar. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um emprego, ficar doente gravemente, etc. Mas também pode ser fogo de dentro: medo, pânico, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos, e demoramos a descobrir, e que nos atormenta. Contudo, sem tal sofrimento, não acontecerá a grande transformação. Por sua vez, existem pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar, são como os piruás do milho de pipoca; são pessoas que acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste; vão ficar duras a vida inteira.
  • 8. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém, e terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela só restam os piruás, que não servem para nada; seu destino é o lixo. Lamentavelmente, essas criaturas não se permitem transformar; não desejam se tornar mais maleáveis, doces, amorosas. Perdem a chance de agregar valores para um futuro feliz. Então, ser pipoca estourada ou piruá é uma opção. Aqueles que desejam ser felizes aceitam as lições das dores, tornando- se mais afáveis, gentis no trato e ponderados, e compreendem as dores alheias.
  • 9. Todos nós nascemos milho e estamos destinados a nos transformarmos em pipoca. E esse processo é muito intenso e, muitas vezes, bem doloroso, para que a pessoa se transforme profundamente em seus valores, seu jeito de pensar, agir, e ver o mundo. Portanto, cabe unicamente a nós vivermos como pipoca ou como piruá. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.