Este documento analisa como algumas propagandas publicitárias erotizam o corpo infantil de forma inadequada. Discute exemplos como uma campanha da Lilica Ripilica que usou uma pose sensual infantil e um ensaio da Vogue francesa que adultificou uma modelo criança. Conclui que essas mensagens influenciam negativamente a formação das crianças.
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
A erotização do corpo infantil na publicidade
1. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
COMUNICACÃO SOCIAL - PUBLICIDADE E PROPAGANDA
Carolina A, Guilherme G, Jaqueline P, Michele B
Orientador: Eduardo Rabello
A EROTIZACÃO DO CORPO INFANTIL
RESUMO
O trabalho irá elaborar uma análise sobre algumas peças publicitárias para o público infantil, e quais são as
devidas abordagens. Os produtos anunciados em ambas são produtos infantis, roupas, entre outros.
O objetivo do presente trabalho é de discutir, através de um estudo comparativo entre algumas propagandas,
destinadas ao mesmo público, a maneira de veiculação de informações e como cada uma trabalha a imagem
de uma criança.
INTRODUÇÃO
Faremos um estudo que consistirá na elaboração de uma análise entre peças destinadas ao público infantil, e
observar o que gera cada tipo de abordagem. As peças escolhidas compõem campanhas publicitárias, todas
sob forma de imagem, que foram veiculadas em suportes diferentes de mídia.
Serão abordadas questões relacionadas à forma como se apresenta a erotização infantil nas peças publicitárias,
a manifestação do gênero, quais os elementos são utilizados para a construção dessa intenção, como a
erotização infantil interfere em relação ao público-alvo e qual é a sua influência na formação de crianças que
consomem este tipo de publicidade.
A criança – e a infância – é um tema bastante discutido na pós-modernidade e não é incomum o uso de
expressões como “perda da infância”. A expressão é uma representação da mudança que se tem na forma como
as crianças vão se relacionar com o mundo na contemporaneidade. Essas mudanças aconteceram, dentre outros Thylane Blondeau para a Vogue francesa
fatores, pela influência dos meios de comunicação de massa, que passaram a dividir com os pais e a escola, o
próprio papel de transmissão de conhecimento, educação comportamental e valores. Neste momento, a criança
adquire um papel importante e determinante: percebe-se nela a possibilidade de atuação como consumidoras.
Propagandas publicitárias surgem na intenção de seduzir cada vez mais o público infantil para a
compra de sandálias, brinquedos, entre outros.
Nos dias atuais podemos perceber que a concepção de infância é bem diferente de anos atrás. Ao longo
desses tempos a forma de ver, tratar e entender as crianças já teve uma grande mudança, até que hoje
temos essa nova forma de representação social infantil, marcada pela influência exercida pelos meios
de comunicação de massa e dentro da qual se instala um problema que merece importância: a erotização.
No ano de 2008, a agência Opus Múltipla criou para a grife de roupas infantis Lilica Riplica um anúncio
em outdoor, que fez parte da campanha de lançamento da coleção de Outono/Inverno.
Na imagem aparece uma modelo infantil maquiada com uma sútil pose sensual usada geralmente em
propagandas de adultos, nas quais as mulheres usam a sensualidade para agregar valor ao produto
oferecido, mesmo que este não tenha nada de sexual. Neste caso, a imagem do corpo infantil e o texto
inserem um valor a publicidade, inadequado ao público alvo.
A “adultificação” da criança, através da pose, gestos e roupa. Os termos “use e lambuze” são carregados
de valor sexual na nossa cultura. Não fica claro o objetivo real da peça, fazendo você ter o seguinte
questionamento: use e lambuze do doce, da roupa ou da criança? Na melhor das hipóteses da roupa.
Na época a agência tentou se explicar e disse “...Nesse sentido, a frase escolhida apenas reforça o lado
‘brincadeira’ de uma cena aparentemente adulta. ‘Use e se lambuze’ teve o único propósito de sugerir
que as crianças podem usar as roupas, sem deixar de ser crianças, podendo brincar e até se sujar com
elas. Nosso erro foi o de não prever a malícia na cabeça das pessoas e as possíveis leituras que poderiam
ser feitas a partir de uma mensagem simples e direta".
Já o ensaio em 2011 a Vogue francesa, traz a mini top-model Thylane Blondeau com maquiagens pesadas,
roupas e penteados como se fosse uma adulta. O editorial mostra a menina no meio de tecidos com
padrão de leopardo e fazendo bocas provocantes. O objetivo que era de mostrar uma brincadeira Campanha Outono Inverno da Lilica Ripilica
inocente como meninas que se maquiam, colocam salto e a roupa da mãe e brincam de gente grande
e mostrou o contrário, o olhar da câmera é sedutor e pede à pequena modelo que seduza também Ao contrário das duas imagens citadas aqui em cima, foi veiculado uma coleção Primavera/Verão
2011/2012 feita pelo estilista Amir Slama para a marca infantil Bugbee que mostra uma criança com maquiagens leves e com uma pose infantil.
CONCLUSÃO
Com a elaboração desta pesquisa concluímos que a parte voltada para o público infantil é ampla e a utilização de expressões eróticas já é
uma discussão existente que resulta em conflito de ideias e princípios.
Há, de fato, uma influência dessas mensagens sobre o público infantil, interferindo diretamente na sua formação
REFERÊNCIAS
FELIPE, Jane; GUIZZO, Bianca Salazar. Erotização dos corpos infantis na sociedade de consumo. Grupo de Estudos de Educação e Relações de
Gênero, UFRGS, 2003. HAMANN, Fernanda Passarelli. Erotização da Infância e Meios de Comunicação de Massa. Centro de Filosofia e Ciências
Humanas. Escola de Comunicação, UFRJ, 2002
LACERDA, A.; NUNES, J.; VIANA, M. E.; SOUZA, S. Erotização e Infância: as Duas Faces da Publicidade. Anagrama: Revista Científica
Interdisciplinar da Graduação v.4, n.3, 2011.http://corpolatriaemidia.blogspot.com.br/2009/11/use-e-abuse-por-milena-godolphin.html
http://sixonmidia.blogspot.com.br/2010/02/use-e-se-lambuze.html
http://apachamama.blogspot.com.br/2011/08/erotizacao-infantil-na-pauta.html
Amir Slama para a Bugbee