O documento discute oxigenoterapia, definindo-a como a administração de oxigênio de forma terapêutica em concentração superior à atmosfera para corrigir hipóxia. Detalha objetivos, sinais e sintomas, indicações, equipamentos, sistemas de administração como cateter, máscaras e ventilador mecânico. Também aborda cuidados de enfermagem, oxigenoterapia hiperbárica e o uso de oxigênio no tratamento da COVID-19.
2. Definição
Consiste na administração de oxigênio, de modo
terapêutico, numa concentração de pressão superior à
encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar
deficiência de oxigênio ou hipóxia.
3. Objetivos
Corrigir e reduzir os sintomas relacionados à hipoxemia e
melhorar a difusão do Oxigênio;
Melhorar a oxigenação tissular de pacientes com dificuldades de
transporte de oxigênio;
Facilitar a absorção de ar nas cavidades orgânicas;
Minimizar a carga de trabalho cárdio-pulmonar;
Manter a SpO2 acima de 94%.
6. Equipamentos
Fonte de oxigênio;
Fluxômetro
Válvula redutora de pressão;
Cateter nasal ou máscaras;
Recipiente umidificador;
Água destilada;
Conexão de latex;
7. Sistemas de administração
A forma de oxigenoterapia irá depender de diversos fatores,
dentre eles, se o paciente é respirador oral ou nasal, do fluxo a
ser ofertado, do grau de desconforto respiratório do paciente,
da gravidade da hipoxemia, da necessidade ou não de
umidificação.
Existem dois tipos de sistemas: sistema de baixo fluxo e de
alto fluxo.
8. Sistemas de administração
Sistema de baixo fluxo:
Cateter nasofaríngeo;
Cânula nasal dupla (tipo óculos);
Máscara simples/ Hudson
Sistema de alto fluxo:
Máscara de venturi;
Máscara de reinalação parcial;
Máscara não reinalante;
9. Cateter Nasofaríngeo
É um tubo de plástico fino e em sua
extremidade há orifícios onde o O2 entra
até a traquéia do paciente;
Deve ser introduzido na cavidade nasal a
uma distância do comprimento do nariz
até a orelha;
Deve ser substituído a cada 8h e permite
fluxo de 1 a 3 L/min, pode provocar
vômitos e náuseas;
FiO2 de 24% a 40%;
10. Cânula nasal (tipo óculos)
Dispositivo contituído por tubo
plástico com duas saídas de ar,
que devem ser posicionadas nas
narinas do paciente;
Confortável para uso por longos
períodos, não impede a fala e
alimentação, não é invasivo;
Geralmente utilizado em terapia
domiciliar prolongada;
Permite fluxo de 1 a 6L/min e
FiO2 de 40 % a 60%;
11. Máscara facial simples
Este dispositivo oferta oxigênio através
de uma mascara conectada a um
umidificador, através de um circuito;
Abrange nariz e boca, permite fluxos
mais altos de 4 a 15L/min, na literatura
recomenda-se até 8L/min, pois acima
disso a perda de O2 no ar é maior;
É necessário retirar para alimentação do
paciente e expectoração, requer
posicionamento correto para fixação;
FiO2 ofertada de 40% a 60%;
12. Máscara de reinalação parcial
Máscara acoplada a um reservatório
de 1L;
Há reinalação de CO2 pelo paciente;
Fornece FiO2 de 35% a 60% e fluxo
de 6 a 12L/min;
13. Máscara não reinalante
Máscara acoplada a um reservatório
de 1L;
Possui uma válvula unidirectional
entre a máscara e o reservatório que
permite a passage apenas do O2;
FiO2 60% a 100% e fluxo de 6 a
15L/min;
14. Máscara de venturi
Possibilita controlar a quantidade de
FiO2 fornecida ao paciente;
Neste dispositivo a codificação da
FiO2 é realizada por meio de vávulas
de cores diferentes de acordo com a
quantidade de oxigênio que será
liberada em litros por minuto;
Oferta de 4 a 12L/min;
FiO2 de 24% a 80%;
16. Sistemas de cercados
Utilizados em recém-nascidos e prematuros:
Incubadoras
Concentração de oxigênio é variável;
Envolve o corpo todo do paciente;
Combina aquecimento e complementação de O2;
Capacetes (Hood)
Cobre somente a cabeça;
Fluxo de O2 de acordo com o tamanho;
18. Ventilador Mecânico
Utilizados quando o paciente não responde à oxigenoterapia.
Pode ser necessário intubação orotraqueal do paciente.
O procedimento deve ser realizado por um profissional treinado
e experiente, utilizando precauções para aerossóis e contato.
20. Cuidados de enfermagem
Checar prescrição médica;
Verificar se as vias aéreas estão pérvias (sem obstruções);
Orientar o paciente e familiares quanto à necessidade de uso
do oxigênio;
Por ser um medicamento, os 9 certos da administração de
medicação também devem ser aplicados;
Monitorar sinais vitais;
Saber qual equipamento se adequa para a quantidade/fluxo
prescrito;
22. Oxigenoterapia Hiperbárica
Procedimento que se caracteriza pela inalação de oxigênio puro
(100%), em uma câmara com pressão maior que a atmosférica.
É realizado em câmaras que abrigam um ou mais pacientes.
O meio interno da câmara fica isolado do externo por
pressurização.
Indicação deste procedimento é exclusivamente médica, assim
como a realização do procedimento.
Recomendado como tratamento adjuvante de pacientes
diabéticos com ulcerações infectadas profundas da extremidade
inferior comprometendo ossos ou tendões em casos
selecionados.
23. Indicação
Embolia gasosa;
Doença descompressiva;
Embolia traumática pelo ar;
Gangrena gasosa;
Síndrome de Fournier;
Outras infecções necrotizantes de partes moles: celulites, fasceítes e
miosites;
Vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas
biológicas (aracnídeos, ofídios e insetos);
Lesões por radiação: radiodermite, osteorradionecrose e lesões actínicas
de mucosas;
Anemia aguda, nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea;
Isquemias traumáticas agudas: lesão por esmagamento, síndrome
compartimental, reimplante de extremidade amputada e outros;
Queimaduras térmicas ou elétricas;
Lesões refratárias: úlceras de pele, pé diabético, escaras de
decúbito, úlceras por vasculites auto-imunes, deiscências de sutura;
Osteomielite;
25. COVID-19 x OXIGENOTERAPIA
Quadro inicial caracterizado como síndrome gripal. Casos iniciais
leves, subfebris podem evoluir com elevação progressiva da
temperatura e a febre pode persistir por 3-4 dias.
Embora a maioria das pessoas com COVID-19 tenha doença leve
ou não complicada, algumas desenvolverão doença grave que
requer oxigenoterapia (14%) e aproximadamente 5% necessitarão
de tratamento em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Dos
doentes críticos, a maioria necessitará de ventilação mecânica. A
pneumonia grave é o diagnóstico mais comum em pacientes que
apresentam quadro grave de COVID-19.
Os profissionais de saúde devem se atentar quanto a produção
de aerossóis, evitando a produção destes. A indicação de
dispositivos para oxigenoterapia nos casos suspeitos ou
confirmados de COVID-19 são cânula nasal (tipo óculos) ou
máscara não reinalante.
São contra indicados VNI (CPAP e BPAP) e intubação precoce é
indicada quando satO2 <94% ou FR 24 mesmo com suporte
ventilatório.