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1.2 – Opinião pública e os
públicos das instituições
• O que é a opinião pública?
• Porque é importante estuda-la , no contexto das
instituições?
O que é a opinião pública?
• Dificuldade em encontrar uma definição consensual
• Ideia , crença ou convicção mais forte do que uma mera impressão mas sem o
atributo da certeza ou prova.
• Algo que se exprime , divulgado, aberto para que todos vejam, ouçam e não
privado, secreto, pessoal ou íntimo – daí designar-se opinião pública.
• Crenças defendidas abertamente por um número significativo de pessoas
acerca de um acontecimento, pessoa, instituição ou seja gera-se em torno de
informações, acontecimentos, centralizadores de motivações, interesses,
preocupações do grande público.
• Juízo coletivo acerca de determinado assunto. ( op de uma rua, grupo de
pessoas, quarteirão, grupo de profissionais, de uma cidade, país, continente
etc).
Construtiva ou Destrutiva
Importância do estudo da Opinião
Pública para as empresas:
• Empresas pretendem imagem pública
favorável , imagem institucional positiva.
Ter uma imagem pública favorável é gozar de uma boa
imagem perante a opinião pública.
Características da O.P.
• Consciente
• Racionalidade
• Dinamismo
• Fenómeno social
• Do plano da crença
e emoção
4 Dimensões da Opinião Pública
• DIRECIONALIDADE
• FINALIDADE
• INTENSIDADE
• PROFUNDIDADE
MEDIÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA
Deve sempre pesar-se as decisões e averiguar se estas
chocam ou não com os valores e referências da opinião
pública. É uma forma válida e útil de executar a
democracia
História e genealogia do conceito
Opinião pública
A expressão OPINIÃO PÚBLICA está ligada a uma atividade política.
Surge das deliberações dos cidadãos na polis grega, realizadas no
local do mercado, a ÀGORA , que orientam a tomada de decisões
do governo ateniense.
GRÉCIA - ATENAS
ÀGORA – local de troca de ideias, debate e consequente
formação da opinião.
FINAL DO SÉCULO V A.C. aparece uma classe de
homens políticos que cortejam a opinião para
conduzir o povo no sentido que desejam. –
DEMAGOGOS – “que conduzem o povo”.
A opinião na POLIS- cidade grega, era , no entanto, expressa apenas por uma
parcela da população , os cidadãos adultos.
Mulheres não participavam, nem os escravos ou seja a democracia em Atenas
apoia-se num conceito de povo muito restrito e especifico.
ROMA
Vox populi é uma frase em LATIM
que significa literalmente voz do povo, é um
termo comumente empregado em
transmissões jornalistícas para entrevista de
pessoas do "público".
Cidadãos de Roma com direito a expressar a
sua opinião.
adultos do sexo masculino, livres, filhos de -
pai e mãe - atenienses, ou seja não poderiam
ser estrangeiros , nem filhos de pais
estrangeiros. Nem mulheres nem escravos
eram considerados cidadãos.
FÓRUM
Foi durante séculos o centro da vida pública romana: o local de
cerimónias triunfais e de eleições, o local onde se realizavam
discursos públicos, os processos criminais, os confrontos entre
gladiadores, e o centro dos assuntos comerciais.
Há eleições mas uma relativa representatividade pois a voz do povo pertence
apenas a uma parcela do povo, apenas os considerados cidadãos de Roma têm
direito a expressar a sua opinião.
Em Roma, eram os filhos dos Romanos (só os
cidadãos) nascidos na vastidão do império, que
não eram escravos nem mulheres, e viviam sob
as leis de Roma.
Neste tempo, o teatro, sermões, feiras, cantigas, baladas medievais,
cartas, substituíam os atuais jornais, rádio, cinema e televisão. ERAM
OS CANAIS DE COMUNICAÇÃO DA ALTURA.
IDADE MÉDIA EUROPEIA
CONSENSUS OMMINIUM
(acordo de todos)
RENASCIMENTO
•INDIVÍDUO
•DIREITO À
DIVERSIDADE DE
OPINIÕES
•OPINIÃO CRÍTICA
INGLATERRA E FRANÇA – a formação da O.P. era feita em
instituições sociais como os cafés, centros de reunião, salões,
clubes. Espaços sociais onde a classe burguesa emergente dá
prova das suas ambições literárias. Os cafés e os outros
espaços eram polos de disseminação de notícias e debates, de
crítica literária.
Até ao século XIX, por "Sufrágio Universal"
compreendia-se apenas o voto de homens
adultos. Entretanto, a partir do início do século
XX, com o movimento das sufragistas, o direito
ao voto foi estendido às mulheres na maioria
dos países democráticos.
A OPINIÃO TORNAVA-SE
UM TRIBUNAL QUE AVALIA
OS ATOS DO GOVERNO.
Os autores americanos continuam a investigar a opinião pública que se processa
constantemente nos EUA através de inquéritos, como nova forma de democracia,
consistindo no controlo mediado das decisões do governo.
Na era das comunicações de massa, a massa tem condições de informar o
governo sobre as repercussões dos seus atos, num processo continuo de
feedback.
As mudanças nas sociedades levam ao aparecimento da Opinião
Pública, proeminente na política. Um público fechado e restrito
transforma-se num público aberto , aumentando o seu tamanho e
esfera social à medida que o analfabetismo diminuía lentamente.
Questionava-se , no entanto, o teor da formação da O.P. , muitos
autores acreditavam que o governo fazia a Opinião pública ou seja
prevalecia um governo da opinião.
Formação da O.P.
No contexto da formação de um juízo sobre
determinado assunto concorrem diversos
fatores que acabam por pesar de forma
marcante ou apenas simbólica na ação de
ajuizar , opinar.
FACTOR PSICOLÓGICO
FACTOR SOCIOLÓGICO
FACTOR HISTÓRICO
FATORES DA FORMAÇÃO
DA OPINIÃO PÚBLICA
FACTOR PSICOLÓGICO
Explica largamente muitas motivações, mecanismos de defesa, atitudes
e opiniões sobre determinadas realidades, embora seja um fator que
atua ao nível individual. Este fator, está ligado as afeções , ou seja
parece explicar preferências e sentimentos também individuais que
concorrem à formação da opinião, sem interferência da razão.
Formação de atitudes e opiniões; motivações
e mecanismos de defesa.
1. Atitude e Opinião
Atitude: disposição constante para
agir em certo sentido
Opinião: expressão dessa
disposição
O acontecimento proporciona aos indivíduos
uma base para racionalizarem e justificar suas
opiniões e atitudes
É de carater social mas remete também para
os condicionalismos históricos de um povo
como para uma opinião baseada na
consciencialização de um acontecimento
público.
FACTOR HISTÓRICO
1. Nível social (terreno em que se constroem as
atitudes do grupo)
- conjuntura social e econômica, a estruturação dos
grupos e as redes de comunicação
2. Fatores econômicos
Observador deve se precaver contra as implicação
exagerada.
Ao falar do nível econômico, deve-se observar antes o
status social.
3. Fatores ecológicos
Características geográficas e climáticas determinam o
habitat, os diferentes modos de vida e as relações
sociais.
FACTOR SOCIOLÓGICO
Este fator é dinâmico sendo
que um indivíduo pode iniciar
a sua vida num determinado
segmento da sociedade e
terminar noutro
completamente oposto.
4. Fatores educacional
Relaciona-se com o grau de instrução e
posicionamento mais ou menos compreensão do
acontecimento, fenómeno em causa.
5. Os grupos
- comunicação interpessoal
Conjuntos estruturados de indivíduos dentro
de uma população geral.
Sexo, idade e etnia
Grau de exposição dos indivíduos aos media
Ex. Status das mulheres nas sociedades
ocidentais em nível inferior aos homens. Na
França, 2/3das abstenções são de mulheres.
6. Papel do líder: papel de catalisador e
transmissor.
Na formação da opinião, a sua influência é
importante. O líder pode transmitir uma
informação tendenciosa, para provocar
reações num sentido determinado(demagogo)
Pertencimento a vários grupos
GRUPOS DE INTERESSE
LÍDERES DE OPINIÃO
FACTOR SOCIOLÓGICO
GRUPOS
A opinião pública não é unânime, é formada das diversas opiniões existentes no
público. Por outro lado, a opinião individual serve de mediador entre a pessoa e o
grupo a que pertence: a principal função da opinião é adaptar o indivíduo ao grupo –
é a opinião que faz aceitar a pessoa pelo grupo.
Os grupos, conjuntos estruturados de indivíduos , assumem um importante papel na
formação da opinião pública. Nos grupos, a opinião é o cimento da coesão do grupo.
Alguns estruturam-se mesmo em função da opinião, por exemplo os partidos políticos.
Dentro de cada grupo há comunicação:
•As relações que se estabelecem entre os indivíduos que constituem o grupo podem ser
consideradas como processo de transmissão de informações.
• No seu conjunto, o grupo atua como recetor e fonte de informações: recetor de
informações vindas de grupos exteriores, transmissor destas para os seus membros e
fonte de informações para grupos exteriores a ele.
LÍDER DE OPINIÃO
Na comunicação dentro do grupo é importante o papel desempenhado pelo líder. O
líder é o catalizador e o transmissor de informações, provocando reações do grupo,
catalizando estas reações e em retorno, transmitindo a informação para o grupo,
provocando novas reações, e assim sucessivamente, num mecanismo em cadeia.
A influência do líder na formação da opinião do grupo é muito importante pois ele
pode transmitir informação tendenciosa , provocando reações em determinado
sentido.
No entanto, o indivíduo não pertence a um grupo apenas, não sofre influência de
um só grupo, pertence a vários ao mesmo tempo, servindo de elo de ligação entre
eles, ou seja canal de transmissão entre eles.
Líderes podemfavorecer a mudança ou salientar uma opinião.
LÍDER DE OPINIÃO
Consideram-se líderes de opinião os indivíduos a quem determinado grupo confere
um crédito informativo em função da sua proximidade “física” ou “intelectual” a
certos fatos ou situações.
Por exemplo: o roupeiro do Benfica será mais
acreditado que o próprio presidente ao relatar uma
ocorrência no balneário.
Ou, o estudante de física nuclear dirigirá uma
conversa no convívio da universidade rodeado de
estudantes de Direito ou Economia, se o assunto
for, por exemplo, energia atómica.
LÍDER DE OPINIÃO
EXEMPLO : uma empresa – assuntos que se prendam com a atividade da
empresa eles são considerados líderes de opinião mas a liderança só
subsiste se for devidamente alimentada. Daí a necessidade de uma
sistemática política de informação no seio desses grupos.
http://www.youtube.com/watch?v=9oWla577xsY&feature=player_embedded –
video sobre líder de opinião
LÍDER DE OPINIÃO
Sintetizando as conclusões de pesquisadores modernos, os líderes de opinião pertencem a
quatro categorias:
• Aqueles que gozam de um prestígio social servem por isso de referência ou modelo
•Os personagens de identificação direta em que as pessoas reconhecem simpatia,
identificação, onde entram sentimentos como a intuição, afiliação baseadas em
sinais sócio afetivos, opiniões emitidas em outros setores, estilo pessoal de vida etc.
•Aqueles que são populares e que pela sua posição na rede de relações afetivas num
grupo primário são chamados de centros de receção e da difusão das informações
•Os “iniciadores” ou seja os que pelo seu caráter e dinamismo, curiosidade são os
primeiros a serem informados e experimentarem as novidades sendo que as suas
experiências são objeto de atenção pelos outros componentes do grupo que tendem
psicologicamente a defender as suas iniciativas e valorizar os seus resultados.
LÍDERANÇA DE OPINIÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS
Localização e investimento dos líderes de opinião.
Compreende-se o grande interesse que apresentam estes mediadores e intermediários
pessoais para a ação das Relações Públicas. Por isso, é importante, localizar essas
pessoas, entrar pessoalmente em contacto com elas, persuadi-las. Através do
contacto com elas é mais fácil a penetração em determinado meio.
A localização pode ser feita numa amostra escolhida pelo relações públicas que
utilizará em conversas perguntas que lhe permitirão conhecer os líderes de opinião
desta ou daquela categoria que interessa à sua ação futura.
Numa segunda etapa entrará no circulo de relações dessas pessoas e tentará
persuadir.
Para descobrir os líderes pode também optar por primeiramente entrar no seu grupo
alvo como participante e analisar a sua estrutura.
Através de uma apresentação de si mesmo como personagem de identificação, de
referência, popular, iniciador, nos vários grupos onde se tenha introduzido, o Relações
Públicas difundirá com eficiência as informações objetivas tentando modelar as
opiniões das pessoas nesses grupos.
Rumor ou distorção da informação : se os interesses materiais estão em jogo, as distorções
fazem-se sempre no sentido que facilite a defesa desses interesses.
Se os sentimentos e as paixões estão em jogo, as distorções produzem-se no sentido que os
justifique e reforce.
Exemplo: O crente vê ou ouve os milagres que escapam as outras pessoas etc.
Se se trata de factos que interessam a uma causa coletiva, as distorções fazem-se de modo a
aumentar a coesão do grupo e a justificar a combate que ele sustenta.
As distorções sinceras, inconscientes , involuntárias fazem-se no mesmo sentido das
conscientes para defender a posição adotada pelo individuo, a não ser raras exceções.
RUMOR:
Em relação aos rumores, estes não se reduzem ao quotidiano familiar ou não acontecem
unicamente entre vizinhos. Também surgem nas épocas de crise política ou económica e
em tempos de guerra. Na última guerra mundial foram organizados laboratórios de
rumores (ou boatos) que tinham como finalidade principal desorientar o inimigo.
O psicólogo social Gordon Allport provou que a circulação de um boato ocorre de
acordo com uma lei básica: "a quantidade de rumor oscila de acordo com a
importância do assunto multiplicada pela ambiguidade do tema".
No processo de deformação da informação, o mais relevante e curioso é o facto dos
estudos efetuados demonstrarem que os detalhes da informação comunicada vão
diminuindo ao longo do processo de retransmissão.
FATORES QUE INTERVÉM NA FORMAÇÃO DA OP-
síntese:
• Escolaridade dos indivíduos
•Comunicação interpessoal –
grupos
•Experiências pessoais
•Educação familiar
•Normas do grupo de pertença
•Boatos ou Rumores
•Líderes de opinião
•Mecanismos psicossociológicos de
seleção da informação (forma como
interpretamos e selecionamos
informação)
• Meios de comunicação social
Nas sociedades mais estáticas as opiniões são mais permanentes e aproximam-se
mais de crenças enquanto que em sociedades mais dinâmicas os indivíduos
tendem a mudar de opinião e devido à grande mobilidade social as opiniões
transformam-se ou até mesmo desaparecem. Por exemplo, os grandes centros
urbanos apresentam grande mobilidade social ao contrário da população
concentrada em aldeias rurais onde há mais dificuldade de contatos e informações.
A classe social também interfere.
Convém perceber que:
há um conjunto de indivíduos restrito que
estabelece uma relação mais intensa com os
media, e que corresponde a uma categoria já
identificada – os líderes de opinião. Neste
caso em particular, são figuras importantes no
âmbito dos grupos informais.
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL
A relação que as pessoas estabelecem com os
media não é homogénea, as pessoas não se
relacionam todas da mesma forma;
Ao longo do século XX os média foram bastante estudados , vários autores
tentam explicar o seu funcionamento e as suas influências e implicações na
formação da OP.
Os media não são simples veículos neutros de transmissão de informação.
Nem sempre informam atribuindo a mesma importância aos factos.
Os líderes de opinião são elementos que se destacam desses grupos informais.
Ao mesmo tempo que estão numa posição privilegiada para discutir certos
temas, estão também numa situação privilegiada em relação aos media. Os
líderes de opinião não têm apenas uma relação privilegiada com os media: em
resultado dela e do próprio estatuto de que dispõem, vão ter um papel
importante na difusão das mensagens dos media.
Lazarsfeld- TEORIA
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL
TWO STEP FLOW OF COMMUNICATION
dos media para os dos líderes de opinião para a generalidade dos
líderes de opinião membros do grupo
Os efeitos fazem-se sentir de forma indireta sobre as pessoas, ocorrem no contexto das relações sociais que os
indivíduos estabelecem entre si. Há uma rede de relações sociais que se entrepõe na relação com os media.
Os líderes de opinião não se limitam a redifundir as mensagens. Fazem um trabalho de reflexão. Há uma
adequação do conteúdo dos media ao próprio grupo a que se pertence. O trabalho destes líderes vai ter em
conta vários detalhes. Selecionam as mensagens dos media de uma certa maneira, em conformidade com as
características dos grupos. Os tipos de informação expressos são diferentes em cada um: os líderes funcionam
como uma espécie de filtro.
Lazarsfeld (13 de Fevereiro de 1901, Viena, Áustria - 30 de Agosto de 1976, Nova Iorque,
Estados Unidos)- TEORIA
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL
• conversão
• ativação: aqui, não há propriamente uma opinião definida, mas existem
predisposições para aceitar certas opiniões. Dá-se um processo que torna explícita uma
opinião que, antes das mensagens dos media, era uma mera predisposição.
• reforço: de uma opinião já existente.
Lazarsfeld- TEORIA
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL
Efeitos Limitados dos Media
As situações de conversão são pouco significativas e correspondem a circunstâncias sociais
sociologicamente atípicas.
• pessoas que mostram, geralmente, grande desinteresse sobre os assuntos;
• pessoas que sofrem pressões sociais contraditórias: estão inseridas em grupos informais contraditórios
(estão perdidas socialmente).
Há uma incapacidade dos media para alterar a dinâmica dos grupos informais. Têm uma
influência mínima que ocorre apenas em situações específicas e atípicas. Os media servem,
basicamente, para ativar ou reforçar.
Lazarsfeld- TEORIA
Onde está, então, o poder? Nas redes de relações pessoais (grupos informais e líderes de
opinião). Não é a comunicação dos media a determinante nos comportamentos, mas a
comunicação interpessoal.
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL
•Contribuem de forma direta e indireta para a formação da opinião pública.
•Constituem um meio de expressão e um mecanismo de reforço, das nossas
atitudes, valores e motivações.
•Provocam, imitações, reforço de atitudes, alterações no modo de vida. No
entanto, o impacto na opinião pública depende do tipo de público e do meio
de difusão.
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL
Os principais meios de comunicação nas sociedades contemporâneas são: o jornal/revistas, a
rádio, o cinema, a televisão e a internet. O mais usual com a grande evolução das tecnologias é
sem dúvida a internet. Através da internet podemos aceder a variadas coisas em questão de
segundos. Os meios de comunicação social também têm poder sobre nós na formação da
opinião pública. Através de simples anúncios influenciam a sociedade na compra de produtos;
dos noticiários fragilizam acerca dos problemas do mundo; da rádio a ouvirmos a música que
mais vezes passa... No fundo, os mass média incutem-nos pensamentos e atos que
proporcionam através do seu vasto império. Criam uma imagem e de certa forma nós
seguimos essa imagem.
Vale o acontecimento em si ou o
mediatismo do acontecimento?
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL
Exemplo: caso Maddie e Rui Pedro, o seu desaparecimento, criaram um
"histerismo" coletivo na sociedade civil que, sem estar devidamente documentada
ou informada, se deixou contagiar por notícias muitas vezes sensacionalistas.
O papel da comunicação social é por isso de extrema importância uma vez que
neste início de século é através das televisões, jornais, internet que nos chega a
maioria da informação.
MEIOS DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL
A comunicação pessoal é um fator fundamental
da diminuição do poder dos media.
Comunicação pessoal VS Comunicação dos media
Algumas características permitem perceber
que a comunicação pessoal é um fator decisivo
que se sobrepõe, claramente, à comunicação
dos media, destacando-se, assumindo uma
enorme superioridade.
1. é uma comunicação mais extensa, absolutamente generalizada, assumindo uma capacidade de penetração e de
controlo. A comunicação dos media, por seu turno, não é igual em todas as partes do mundo.
2. envolve uma aparente casualidade e uma menor intencionalidade: tem um ar mais natural. Por parte do
receptor, há uma certa negligência quanto aos conteúdos recebidos. A comunicação dos media pode ter vários graus de
intencionalidade, mas na sua artificialidade técnica há algo que não é natural e que eleva a nossa atenção e resistência
relativamente aos efeitos.
3. grande flexibilidade: é fácil, na comunicação pessoal, reformular os discursos, existindo, portanto, uma maior
capacidade de ajuste do fluxo das mensagens e, consequentemente, uma forma mais eficaz de se atingir os objectivos
pretendidos. Os mass media, no que diz respeito ao ajustamento dos processos discursivos, têm um carácter mais
limitado. Os processos de feedback não se comparam com os da comunicação pessoal.
4. capacidade de conferir recompensas imediatas aos interlocutor diretamente envolvidos: recompensas subtis,
aparentemente insignificantes – um olhar, um sorriso, um gesto de compreensão (dinâmicas de solidariedade das
relações sociais). A recompensa imediata está relacionada com o assentimento, é-nos dirigida, constitui um fator de
incentivo, um estímulo da relação. Ao contrário da comunicação pessoal, a comunicação dos media envolve fatores
«cegos» que não conseguem realmente simular estas recompensas.
5. comunicação portadora de um nível de confiança intrínseco: o que é dito em detrimento de quem diz.
Existe uma confiança própria dos sujeitos da comunicação. Há um trabalho de construção que transcende a própria
comunicação. Esta confiança autonomiza-se e serve de influência para qualquer relação comunicacional futura.
Por um lado, as pessoas ainda estão acima das máquinas, dos
dispositivos de tecnologia. Há uma capacidade de resistência aos
processos técnicos da comunicação. Esta resistência resulta de um não
isolamento social, de uma ligação constante a outras pessoas, o que nos
torna menos vulneráveis.
Por outro lado, o processo dos efeitos dos media é pouco racional
e o entrosamento destes efeitos nas relações sociais conduz ao
aparecimento de certos elementos de irracionalidade. Não nos
apercebemos do entrosar dos media nas nossas relações no dia-a-dia.
O público
• Todo o programa de Relações Públicas está
orientado para um ou vários alvos
• Só se tem possibilidade de sucesso quando
algo é concebido em função de um público.
É possível determinar os grupos de
pessoas que constituem os públicos
específicos das instituições,
principalmente das empresas?
• Não só é possível, como indispensável para
que se efetue um trabalho eficaz de Relações
Públicas.
Exemplo: o bom caçador só atira quando localiza a caça se não iria
estar a desperdiçar munições e poderia correr riscos.
Também o RP, ao serviço dos interesses de uma empresa não começa a trabalhar
todos os públicos dirigindo a sua mensagem em todas as direções, pois seria como o
caçador atirar ao acaso. Uma mensagem só deve ser transmitida na direção certa,
ou seja na direção do público a qual se destina. Esse público tem de ser
LOCALIZADO.
• 1º passo do Relações Públicas:
LOCALIZAR o público que interessa à empresa e
coloca-lo por ordem de prioridade.
COMO?
Ordenadamente através de
um CRITÉRIO.
• Prioridade – de acordo com o critério de proximidade :
• 1º público a que denominamos dono da empresa.
Ninguém está mais próximo da empresa do que os seus
proprietários e os seus responsáveis diretos. Desse
público depende o nosso trabalho , SÃO O MOTOR DA
INSTITUIÇÃO.
• Para os técnicos de RP o público interno é o mais
importante na ordem de prioridades pois para se projetar
uma imagem favorável para o exterior , tem de existir uma
boa imagem interna.
Público INTERNO
O Levantamento dos públicos que interessam à
empresa deve ser feito amplamente , tendo em
consideração GÉNERO e ESPÉCIE:
E NUMA ESCOLA??
Quais os públicos de uma escola
secundária?
São géneros de público:
Pessoal docente
Pessoal administrativo e auxiliar
Pessoal discente
Pais e encarregados de educação
Governo
Órgãos de informação
Outras escolas
Comunidade local
Pessoal administrativo e auxiliar
Funcionários da
Secretaria
Empregados da cozinha ou
refeitório
contínuos
Guardas
ESPÉCIES
Público INTERNO
A atividade de um serviço de RP
• Princípio da Comunicação
• Princípio da vizinhança
• Princípio da Cidadania
Como função específica , as RP são um conjunto de atividades que concorrem para a
realização do objetivo da instituição. Na realização dessas atividades, empenhar-se-ão
pessoas (profissionais de Rp e outros trabalhadores, como dactilógrafos por exemplo) que
constituem um serviço – o serviço de Relações Públicas.
Que princípios norteiam as atividades desse serviço?
Como poderá o profissional de RP conquistar para as pessoas, a qualidade de cidadão da
instituição e da comunidade, e , para a instituição, a cidadania social?
Não há vida social sem comunicação. A própria instituição constitui-se na base das
comunicações que se estabelecem entre os indivíduos que nela atuam e daí para o exterior.
Qualquer instituição que deseje manter uma imagem favorável junto do seu público terá
de comunicar as suas atividades, trabalho, a sua organização, criando um sistema
permanente de comunicação e informação. Tem de haver um clima de diálogo entre a
empresa e os públicos deve ser criado pela administração – comunicação institucional.
Todos, externa e internamente, têm o direito à informação – valores democráticos.
A comunicação interna é vantajosa porque um trabalhador bem informado funciona como
líder de opinião na difusão de mensagens. Por outro lado, a comunicação traduz o respeito
da organização pela comunidade ao direito desta aceder à realidade institucional.
Princípio da Comunicação
Princípio da vizinhança
Vizinhança é a proximidade ou contiguidade. De que proximidade se trata? Geográfica
ou social? Em relações públicas é relativa à proximidade social. Desta, resulta que o
vizinho consegue observar e julgar as ações da instituição, o que lhe permite exercer
grande influência sobre ela. Por isso, a vizinhança é fonte de hostilidade, fonte de
conflitos com a instituição.
As Rp devem contribuir para que essa fonte seque ou seja para que a hostilidade ceda
o lugar à aceitação que as situações de conflito sejam substituídas por situações de
harmonia. Da consideração deste principio da vizinhança decorre a proximidade como
critério de importância dos públicos em Relações Públicas. Quanto maior for a
proximidade social dos públicos em relação à instituição maior deve ser a atenção que
eles merecem dos profissionais de RP.
Princípio da Cidadania
Cidadania é a qualidade de cidadão, aquele que vive na cidade, elemento ativo da sua vida
social e política, gozando dos respetivos direitos.
As RP devem contribuir para conferir às pessoas que trabalham na instituição a categoria
de cidadão da cidade que é a própria instituição, cujos frutos principais são o
reconhecimento, o calor humano e a realização pessoal dessas pessoas.
As RP devem contribuir para que aos trabalhadores da instituição seja conferida a
qualidade de cidadão da comunidade a que pertencem, sem a qual o trabalhador se
converterá num marginalizado “não adequadamente inserido no corpo social, nem
participante , nos seus valores nem nas suas pautas de comportamento”. Por último, as RP
devem contribuir para a integração da instituição na cidade que é a própria sociedade
respeitando o enquadramento histórico, político, social, cultural etc. As instituições, tal
como o homem que as constitui, sentem a necessidade de aceitação social, como
“organismo com responsabilidades definidas na sociedade onde atuam”.

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Opiniao pública e os públicos da instituição

  • 1. 1.2 – Opinião pública e os públicos das instituições • O que é a opinião pública? • Porque é importante estuda-la , no contexto das instituições?
  • 2. O que é a opinião pública? • Dificuldade em encontrar uma definição consensual • Ideia , crença ou convicção mais forte do que uma mera impressão mas sem o atributo da certeza ou prova. • Algo que se exprime , divulgado, aberto para que todos vejam, ouçam e não privado, secreto, pessoal ou íntimo – daí designar-se opinião pública. • Crenças defendidas abertamente por um número significativo de pessoas acerca de um acontecimento, pessoa, instituição ou seja gera-se em torno de informações, acontecimentos, centralizadores de motivações, interesses, preocupações do grande público. • Juízo coletivo acerca de determinado assunto. ( op de uma rua, grupo de pessoas, quarteirão, grupo de profissionais, de uma cidade, país, continente etc). Construtiva ou Destrutiva
  • 3. Importância do estudo da Opinião Pública para as empresas: • Empresas pretendem imagem pública favorável , imagem institucional positiva. Ter uma imagem pública favorável é gozar de uma boa imagem perante a opinião pública.
  • 4. Características da O.P. • Consciente • Racionalidade • Dinamismo • Fenómeno social • Do plano da crença e emoção
  • 5. 4 Dimensões da Opinião Pública • DIRECIONALIDADE • FINALIDADE • INTENSIDADE • PROFUNDIDADE
  • 6. MEDIÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA Deve sempre pesar-se as decisões e averiguar se estas chocam ou não com os valores e referências da opinião pública. É uma forma válida e útil de executar a democracia
  • 7. História e genealogia do conceito Opinião pública
  • 8. A expressão OPINIÃO PÚBLICA está ligada a uma atividade política. Surge das deliberações dos cidadãos na polis grega, realizadas no local do mercado, a ÀGORA , que orientam a tomada de decisões do governo ateniense. GRÉCIA - ATENAS
  • 9. ÀGORA – local de troca de ideias, debate e consequente formação da opinião.
  • 10. FINAL DO SÉCULO V A.C. aparece uma classe de homens políticos que cortejam a opinião para conduzir o povo no sentido que desejam. – DEMAGOGOS – “que conduzem o povo”.
  • 11. A opinião na POLIS- cidade grega, era , no entanto, expressa apenas por uma parcela da população , os cidadãos adultos. Mulheres não participavam, nem os escravos ou seja a democracia em Atenas apoia-se num conceito de povo muito restrito e especifico.
  • 12. ROMA Vox populi é uma frase em LATIM que significa literalmente voz do povo, é um termo comumente empregado em transmissões jornalistícas para entrevista de pessoas do "público". Cidadãos de Roma com direito a expressar a sua opinião. adultos do sexo masculino, livres, filhos de - pai e mãe - atenienses, ou seja não poderiam ser estrangeiros , nem filhos de pais estrangeiros. Nem mulheres nem escravos eram considerados cidadãos.
  • 13. FÓRUM Foi durante séculos o centro da vida pública romana: o local de cerimónias triunfais e de eleições, o local onde se realizavam discursos públicos, os processos criminais, os confrontos entre gladiadores, e o centro dos assuntos comerciais.
  • 14. Há eleições mas uma relativa representatividade pois a voz do povo pertence apenas a uma parcela do povo, apenas os considerados cidadãos de Roma têm direito a expressar a sua opinião. Em Roma, eram os filhos dos Romanos (só os cidadãos) nascidos na vastidão do império, que não eram escravos nem mulheres, e viviam sob as leis de Roma.
  • 15. Neste tempo, o teatro, sermões, feiras, cantigas, baladas medievais, cartas, substituíam os atuais jornais, rádio, cinema e televisão. ERAM OS CANAIS DE COMUNICAÇÃO DA ALTURA. IDADE MÉDIA EUROPEIA CONSENSUS OMMINIUM (acordo de todos) RENASCIMENTO •INDIVÍDUO •DIREITO À DIVERSIDADE DE OPINIÕES •OPINIÃO CRÍTICA
  • 16. INGLATERRA E FRANÇA – a formação da O.P. era feita em instituições sociais como os cafés, centros de reunião, salões, clubes. Espaços sociais onde a classe burguesa emergente dá prova das suas ambições literárias. Os cafés e os outros espaços eram polos de disseminação de notícias e debates, de crítica literária. Até ao século XIX, por "Sufrágio Universal" compreendia-se apenas o voto de homens adultos. Entretanto, a partir do início do século XX, com o movimento das sufragistas, o direito ao voto foi estendido às mulheres na maioria dos países democráticos. A OPINIÃO TORNAVA-SE UM TRIBUNAL QUE AVALIA OS ATOS DO GOVERNO.
  • 17. Os autores americanos continuam a investigar a opinião pública que se processa constantemente nos EUA através de inquéritos, como nova forma de democracia, consistindo no controlo mediado das decisões do governo. Na era das comunicações de massa, a massa tem condições de informar o governo sobre as repercussões dos seus atos, num processo continuo de feedback.
  • 18. As mudanças nas sociedades levam ao aparecimento da Opinião Pública, proeminente na política. Um público fechado e restrito transforma-se num público aberto , aumentando o seu tamanho e esfera social à medida que o analfabetismo diminuía lentamente. Questionava-se , no entanto, o teor da formação da O.P. , muitos autores acreditavam que o governo fazia a Opinião pública ou seja prevalecia um governo da opinião.
  • 19. Formação da O.P. No contexto da formação de um juízo sobre determinado assunto concorrem diversos fatores que acabam por pesar de forma marcante ou apenas simbólica na ação de ajuizar , opinar.
  • 20. FACTOR PSICOLÓGICO FACTOR SOCIOLÓGICO FACTOR HISTÓRICO FATORES DA FORMAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA
  • 21.
  • 22. FACTOR PSICOLÓGICO Explica largamente muitas motivações, mecanismos de defesa, atitudes e opiniões sobre determinadas realidades, embora seja um fator que atua ao nível individual. Este fator, está ligado as afeções , ou seja parece explicar preferências e sentimentos também individuais que concorrem à formação da opinião, sem interferência da razão. Formação de atitudes e opiniões; motivações e mecanismos de defesa. 1. Atitude e Opinião Atitude: disposição constante para agir em certo sentido Opinião: expressão dessa disposição
  • 23. O acontecimento proporciona aos indivíduos uma base para racionalizarem e justificar suas opiniões e atitudes É de carater social mas remete também para os condicionalismos históricos de um povo como para uma opinião baseada na consciencialização de um acontecimento público. FACTOR HISTÓRICO
  • 24. 1. Nível social (terreno em que se constroem as atitudes do grupo) - conjuntura social e econômica, a estruturação dos grupos e as redes de comunicação 2. Fatores econômicos Observador deve se precaver contra as implicação exagerada. Ao falar do nível econômico, deve-se observar antes o status social. 3. Fatores ecológicos Características geográficas e climáticas determinam o habitat, os diferentes modos de vida e as relações sociais. FACTOR SOCIOLÓGICO Este fator é dinâmico sendo que um indivíduo pode iniciar a sua vida num determinado segmento da sociedade e terminar noutro completamente oposto. 4. Fatores educacional Relaciona-se com o grau de instrução e posicionamento mais ou menos compreensão do acontecimento, fenómeno em causa.
  • 25. 5. Os grupos - comunicação interpessoal Conjuntos estruturados de indivíduos dentro de uma população geral. Sexo, idade e etnia Grau de exposição dos indivíduos aos media Ex. Status das mulheres nas sociedades ocidentais em nível inferior aos homens. Na França, 2/3das abstenções são de mulheres. 6. Papel do líder: papel de catalisador e transmissor. Na formação da opinião, a sua influência é importante. O líder pode transmitir uma informação tendenciosa, para provocar reações num sentido determinado(demagogo) Pertencimento a vários grupos GRUPOS DE INTERESSE LÍDERES DE OPINIÃO FACTOR SOCIOLÓGICO
  • 26. GRUPOS A opinião pública não é unânime, é formada das diversas opiniões existentes no público. Por outro lado, a opinião individual serve de mediador entre a pessoa e o grupo a que pertence: a principal função da opinião é adaptar o indivíduo ao grupo – é a opinião que faz aceitar a pessoa pelo grupo. Os grupos, conjuntos estruturados de indivíduos , assumem um importante papel na formação da opinião pública. Nos grupos, a opinião é o cimento da coesão do grupo. Alguns estruturam-se mesmo em função da opinião, por exemplo os partidos políticos. Dentro de cada grupo há comunicação: •As relações que se estabelecem entre os indivíduos que constituem o grupo podem ser consideradas como processo de transmissão de informações. • No seu conjunto, o grupo atua como recetor e fonte de informações: recetor de informações vindas de grupos exteriores, transmissor destas para os seus membros e fonte de informações para grupos exteriores a ele.
  • 27. LÍDER DE OPINIÃO Na comunicação dentro do grupo é importante o papel desempenhado pelo líder. O líder é o catalizador e o transmissor de informações, provocando reações do grupo, catalizando estas reações e em retorno, transmitindo a informação para o grupo, provocando novas reações, e assim sucessivamente, num mecanismo em cadeia. A influência do líder na formação da opinião do grupo é muito importante pois ele pode transmitir informação tendenciosa , provocando reações em determinado sentido. No entanto, o indivíduo não pertence a um grupo apenas, não sofre influência de um só grupo, pertence a vários ao mesmo tempo, servindo de elo de ligação entre eles, ou seja canal de transmissão entre eles. Líderes podemfavorecer a mudança ou salientar uma opinião.
  • 28. LÍDER DE OPINIÃO Consideram-se líderes de opinião os indivíduos a quem determinado grupo confere um crédito informativo em função da sua proximidade “física” ou “intelectual” a certos fatos ou situações. Por exemplo: o roupeiro do Benfica será mais acreditado que o próprio presidente ao relatar uma ocorrência no balneário. Ou, o estudante de física nuclear dirigirá uma conversa no convívio da universidade rodeado de estudantes de Direito ou Economia, se o assunto for, por exemplo, energia atómica.
  • 29. LÍDER DE OPINIÃO EXEMPLO : uma empresa – assuntos que se prendam com a atividade da empresa eles são considerados líderes de opinião mas a liderança só subsiste se for devidamente alimentada. Daí a necessidade de uma sistemática política de informação no seio desses grupos. http://www.youtube.com/watch?v=9oWla577xsY&feature=player_embedded – video sobre líder de opinião
  • 30. LÍDER DE OPINIÃO Sintetizando as conclusões de pesquisadores modernos, os líderes de opinião pertencem a quatro categorias: • Aqueles que gozam de um prestígio social servem por isso de referência ou modelo •Os personagens de identificação direta em que as pessoas reconhecem simpatia, identificação, onde entram sentimentos como a intuição, afiliação baseadas em sinais sócio afetivos, opiniões emitidas em outros setores, estilo pessoal de vida etc. •Aqueles que são populares e que pela sua posição na rede de relações afetivas num grupo primário são chamados de centros de receção e da difusão das informações •Os “iniciadores” ou seja os que pelo seu caráter e dinamismo, curiosidade são os primeiros a serem informados e experimentarem as novidades sendo que as suas experiências são objeto de atenção pelos outros componentes do grupo que tendem psicologicamente a defender as suas iniciativas e valorizar os seus resultados.
  • 31. LÍDERANÇA DE OPINIÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS Localização e investimento dos líderes de opinião. Compreende-se o grande interesse que apresentam estes mediadores e intermediários pessoais para a ação das Relações Públicas. Por isso, é importante, localizar essas pessoas, entrar pessoalmente em contacto com elas, persuadi-las. Através do contacto com elas é mais fácil a penetração em determinado meio. A localização pode ser feita numa amostra escolhida pelo relações públicas que utilizará em conversas perguntas que lhe permitirão conhecer os líderes de opinião desta ou daquela categoria que interessa à sua ação futura. Numa segunda etapa entrará no circulo de relações dessas pessoas e tentará persuadir. Para descobrir os líderes pode também optar por primeiramente entrar no seu grupo alvo como participante e analisar a sua estrutura. Através de uma apresentação de si mesmo como personagem de identificação, de referência, popular, iniciador, nos vários grupos onde se tenha introduzido, o Relações Públicas difundirá com eficiência as informações objetivas tentando modelar as opiniões das pessoas nesses grupos.
  • 32. Rumor ou distorção da informação : se os interesses materiais estão em jogo, as distorções fazem-se sempre no sentido que facilite a defesa desses interesses. Se os sentimentos e as paixões estão em jogo, as distorções produzem-se no sentido que os justifique e reforce. Exemplo: O crente vê ou ouve os milagres que escapam as outras pessoas etc. Se se trata de factos que interessam a uma causa coletiva, as distorções fazem-se de modo a aumentar a coesão do grupo e a justificar a combate que ele sustenta. As distorções sinceras, inconscientes , involuntárias fazem-se no mesmo sentido das conscientes para defender a posição adotada pelo individuo, a não ser raras exceções. RUMOR:
  • 33. Em relação aos rumores, estes não se reduzem ao quotidiano familiar ou não acontecem unicamente entre vizinhos. Também surgem nas épocas de crise política ou económica e em tempos de guerra. Na última guerra mundial foram organizados laboratórios de rumores (ou boatos) que tinham como finalidade principal desorientar o inimigo. O psicólogo social Gordon Allport provou que a circulação de um boato ocorre de acordo com uma lei básica: "a quantidade de rumor oscila de acordo com a importância do assunto multiplicada pela ambiguidade do tema". No processo de deformação da informação, o mais relevante e curioso é o facto dos estudos efetuados demonstrarem que os detalhes da informação comunicada vão diminuindo ao longo do processo de retransmissão.
  • 34. FATORES QUE INTERVÉM NA FORMAÇÃO DA OP- síntese: • Escolaridade dos indivíduos •Comunicação interpessoal – grupos •Experiências pessoais •Educação familiar •Normas do grupo de pertença •Boatos ou Rumores •Líderes de opinião •Mecanismos psicossociológicos de seleção da informação (forma como interpretamos e selecionamos informação) • Meios de comunicação social Nas sociedades mais estáticas as opiniões são mais permanentes e aproximam-se mais de crenças enquanto que em sociedades mais dinâmicas os indivíduos tendem a mudar de opinião e devido à grande mobilidade social as opiniões transformam-se ou até mesmo desaparecem. Por exemplo, os grandes centros urbanos apresentam grande mobilidade social ao contrário da população concentrada em aldeias rurais onde há mais dificuldade de contatos e informações. A classe social também interfere.
  • 35. Convém perceber que: há um conjunto de indivíduos restrito que estabelece uma relação mais intensa com os media, e que corresponde a uma categoria já identificada – os líderes de opinião. Neste caso em particular, são figuras importantes no âmbito dos grupos informais. MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL A relação que as pessoas estabelecem com os media não é homogénea, as pessoas não se relacionam todas da mesma forma; Ao longo do século XX os média foram bastante estudados , vários autores tentam explicar o seu funcionamento e as suas influências e implicações na formação da OP. Os media não são simples veículos neutros de transmissão de informação. Nem sempre informam atribuindo a mesma importância aos factos.
  • 36. Os líderes de opinião são elementos que se destacam desses grupos informais. Ao mesmo tempo que estão numa posição privilegiada para discutir certos temas, estão também numa situação privilegiada em relação aos media. Os líderes de opinião não têm apenas uma relação privilegiada com os media: em resultado dela e do próprio estatuto de que dispõem, vão ter um papel importante na difusão das mensagens dos media. Lazarsfeld- TEORIA MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
  • 37. TWO STEP FLOW OF COMMUNICATION dos media para os dos líderes de opinião para a generalidade dos líderes de opinião membros do grupo Os efeitos fazem-se sentir de forma indireta sobre as pessoas, ocorrem no contexto das relações sociais que os indivíduos estabelecem entre si. Há uma rede de relações sociais que se entrepõe na relação com os media. Os líderes de opinião não se limitam a redifundir as mensagens. Fazem um trabalho de reflexão. Há uma adequação do conteúdo dos media ao próprio grupo a que se pertence. O trabalho destes líderes vai ter em conta vários detalhes. Selecionam as mensagens dos media de uma certa maneira, em conformidade com as características dos grupos. Os tipos de informação expressos são diferentes em cada um: os líderes funcionam como uma espécie de filtro. Lazarsfeld (13 de Fevereiro de 1901, Viena, Áustria - 30 de Agosto de 1976, Nova Iorque, Estados Unidos)- TEORIA MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
  • 38. • conversão • ativação: aqui, não há propriamente uma opinião definida, mas existem predisposições para aceitar certas opiniões. Dá-se um processo que torna explícita uma opinião que, antes das mensagens dos media, era uma mera predisposição. • reforço: de uma opinião já existente. Lazarsfeld- TEORIA MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
  • 39. Efeitos Limitados dos Media As situações de conversão são pouco significativas e correspondem a circunstâncias sociais sociologicamente atípicas. • pessoas que mostram, geralmente, grande desinteresse sobre os assuntos; • pessoas que sofrem pressões sociais contraditórias: estão inseridas em grupos informais contraditórios (estão perdidas socialmente). Há uma incapacidade dos media para alterar a dinâmica dos grupos informais. Têm uma influência mínima que ocorre apenas em situações específicas e atípicas. Os media servem, basicamente, para ativar ou reforçar. Lazarsfeld- TEORIA Onde está, então, o poder? Nas redes de relações pessoais (grupos informais e líderes de opinião). Não é a comunicação dos media a determinante nos comportamentos, mas a comunicação interpessoal. MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
  • 40. •Contribuem de forma direta e indireta para a formação da opinião pública. •Constituem um meio de expressão e um mecanismo de reforço, das nossas atitudes, valores e motivações. •Provocam, imitações, reforço de atitudes, alterações no modo de vida. No entanto, o impacto na opinião pública depende do tipo de público e do meio de difusão. MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Os principais meios de comunicação nas sociedades contemporâneas são: o jornal/revistas, a rádio, o cinema, a televisão e a internet. O mais usual com a grande evolução das tecnologias é sem dúvida a internet. Através da internet podemos aceder a variadas coisas em questão de segundos. Os meios de comunicação social também têm poder sobre nós na formação da opinião pública. Através de simples anúncios influenciam a sociedade na compra de produtos; dos noticiários fragilizam acerca dos problemas do mundo; da rádio a ouvirmos a música que mais vezes passa... No fundo, os mass média incutem-nos pensamentos e atos que proporcionam através do seu vasto império. Criam uma imagem e de certa forma nós seguimos essa imagem.
  • 41. Vale o acontecimento em si ou o mediatismo do acontecimento? MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
  • 42. Exemplo: caso Maddie e Rui Pedro, o seu desaparecimento, criaram um "histerismo" coletivo na sociedade civil que, sem estar devidamente documentada ou informada, se deixou contagiar por notícias muitas vezes sensacionalistas. O papel da comunicação social é por isso de extrema importância uma vez que neste início de século é através das televisões, jornais, internet que nos chega a maioria da informação. MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
  • 43. A comunicação pessoal é um fator fundamental da diminuição do poder dos media. Comunicação pessoal VS Comunicação dos media Algumas características permitem perceber que a comunicação pessoal é um fator decisivo que se sobrepõe, claramente, à comunicação dos media, destacando-se, assumindo uma enorme superioridade.
  • 44. 1. é uma comunicação mais extensa, absolutamente generalizada, assumindo uma capacidade de penetração e de controlo. A comunicação dos media, por seu turno, não é igual em todas as partes do mundo. 2. envolve uma aparente casualidade e uma menor intencionalidade: tem um ar mais natural. Por parte do receptor, há uma certa negligência quanto aos conteúdos recebidos. A comunicação dos media pode ter vários graus de intencionalidade, mas na sua artificialidade técnica há algo que não é natural e que eleva a nossa atenção e resistência relativamente aos efeitos. 3. grande flexibilidade: é fácil, na comunicação pessoal, reformular os discursos, existindo, portanto, uma maior capacidade de ajuste do fluxo das mensagens e, consequentemente, uma forma mais eficaz de se atingir os objectivos pretendidos. Os mass media, no que diz respeito ao ajustamento dos processos discursivos, têm um carácter mais limitado. Os processos de feedback não se comparam com os da comunicação pessoal. 4. capacidade de conferir recompensas imediatas aos interlocutor diretamente envolvidos: recompensas subtis, aparentemente insignificantes – um olhar, um sorriso, um gesto de compreensão (dinâmicas de solidariedade das relações sociais). A recompensa imediata está relacionada com o assentimento, é-nos dirigida, constitui um fator de incentivo, um estímulo da relação. Ao contrário da comunicação pessoal, a comunicação dos media envolve fatores «cegos» que não conseguem realmente simular estas recompensas. 5. comunicação portadora de um nível de confiança intrínseco: o que é dito em detrimento de quem diz. Existe uma confiança própria dos sujeitos da comunicação. Há um trabalho de construção que transcende a própria comunicação. Esta confiança autonomiza-se e serve de influência para qualquer relação comunicacional futura.
  • 45. Por um lado, as pessoas ainda estão acima das máquinas, dos dispositivos de tecnologia. Há uma capacidade de resistência aos processos técnicos da comunicação. Esta resistência resulta de um não isolamento social, de uma ligação constante a outras pessoas, o que nos torna menos vulneráveis. Por outro lado, o processo dos efeitos dos media é pouco racional e o entrosamento destes efeitos nas relações sociais conduz ao aparecimento de certos elementos de irracionalidade. Não nos apercebemos do entrosar dos media nas nossas relações no dia-a-dia.
  • 46. O público • Todo o programa de Relações Públicas está orientado para um ou vários alvos • Só se tem possibilidade de sucesso quando algo é concebido em função de um público.
  • 47. É possível determinar os grupos de pessoas que constituem os públicos específicos das instituições, principalmente das empresas?
  • 48. • Não só é possível, como indispensável para que se efetue um trabalho eficaz de Relações Públicas. Exemplo: o bom caçador só atira quando localiza a caça se não iria estar a desperdiçar munições e poderia correr riscos.
  • 49. Também o RP, ao serviço dos interesses de uma empresa não começa a trabalhar todos os públicos dirigindo a sua mensagem em todas as direções, pois seria como o caçador atirar ao acaso. Uma mensagem só deve ser transmitida na direção certa, ou seja na direção do público a qual se destina. Esse público tem de ser LOCALIZADO.
  • 50. • 1º passo do Relações Públicas: LOCALIZAR o público que interessa à empresa e coloca-lo por ordem de prioridade. COMO? Ordenadamente através de um CRITÉRIO.
  • 51. • Prioridade – de acordo com o critério de proximidade : • 1º público a que denominamos dono da empresa. Ninguém está mais próximo da empresa do que os seus proprietários e os seus responsáveis diretos. Desse público depende o nosso trabalho , SÃO O MOTOR DA INSTITUIÇÃO. • Para os técnicos de RP o público interno é o mais importante na ordem de prioridades pois para se projetar uma imagem favorável para o exterior , tem de existir uma boa imagem interna. Público INTERNO
  • 52. O Levantamento dos públicos que interessam à empresa deve ser feito amplamente , tendo em consideração GÉNERO e ESPÉCIE:
  • 53. E NUMA ESCOLA?? Quais os públicos de uma escola secundária? São géneros de público: Pessoal docente Pessoal administrativo e auxiliar Pessoal discente Pais e encarregados de educação Governo Órgãos de informação Outras escolas Comunidade local Pessoal administrativo e auxiliar Funcionários da Secretaria Empregados da cozinha ou refeitório contínuos Guardas ESPÉCIES
  • 55. A atividade de um serviço de RP • Princípio da Comunicação • Princípio da vizinhança • Princípio da Cidadania Como função específica , as RP são um conjunto de atividades que concorrem para a realização do objetivo da instituição. Na realização dessas atividades, empenhar-se-ão pessoas (profissionais de Rp e outros trabalhadores, como dactilógrafos por exemplo) que constituem um serviço – o serviço de Relações Públicas. Que princípios norteiam as atividades desse serviço?
  • 56. Como poderá o profissional de RP conquistar para as pessoas, a qualidade de cidadão da instituição e da comunidade, e , para a instituição, a cidadania social? Não há vida social sem comunicação. A própria instituição constitui-se na base das comunicações que se estabelecem entre os indivíduos que nela atuam e daí para o exterior. Qualquer instituição que deseje manter uma imagem favorável junto do seu público terá de comunicar as suas atividades, trabalho, a sua organização, criando um sistema permanente de comunicação e informação. Tem de haver um clima de diálogo entre a empresa e os públicos deve ser criado pela administração – comunicação institucional. Todos, externa e internamente, têm o direito à informação – valores democráticos. A comunicação interna é vantajosa porque um trabalhador bem informado funciona como líder de opinião na difusão de mensagens. Por outro lado, a comunicação traduz o respeito da organização pela comunidade ao direito desta aceder à realidade institucional. Princípio da Comunicação
  • 57. Princípio da vizinhança Vizinhança é a proximidade ou contiguidade. De que proximidade se trata? Geográfica ou social? Em relações públicas é relativa à proximidade social. Desta, resulta que o vizinho consegue observar e julgar as ações da instituição, o que lhe permite exercer grande influência sobre ela. Por isso, a vizinhança é fonte de hostilidade, fonte de conflitos com a instituição. As Rp devem contribuir para que essa fonte seque ou seja para que a hostilidade ceda o lugar à aceitação que as situações de conflito sejam substituídas por situações de harmonia. Da consideração deste principio da vizinhança decorre a proximidade como critério de importância dos públicos em Relações Públicas. Quanto maior for a proximidade social dos públicos em relação à instituição maior deve ser a atenção que eles merecem dos profissionais de RP.
  • 58. Princípio da Cidadania Cidadania é a qualidade de cidadão, aquele que vive na cidade, elemento ativo da sua vida social e política, gozando dos respetivos direitos. As RP devem contribuir para conferir às pessoas que trabalham na instituição a categoria de cidadão da cidade que é a própria instituição, cujos frutos principais são o reconhecimento, o calor humano e a realização pessoal dessas pessoas. As RP devem contribuir para que aos trabalhadores da instituição seja conferida a qualidade de cidadão da comunidade a que pertencem, sem a qual o trabalhador se converterá num marginalizado “não adequadamente inserido no corpo social, nem participante , nos seus valores nem nas suas pautas de comportamento”. Por último, as RP devem contribuir para a integração da instituição na cidade que é a própria sociedade respeitando o enquadramento histórico, político, social, cultural etc. As instituições, tal como o homem que as constitui, sentem a necessidade de aceitação social, como “organismo com responsabilidades definidas na sociedade onde atuam”.