SlideShare uma empresa Scribd logo
O Vulcão dos Capelinhos (Faial) Formação
No dia 27 de Setembro de 1957, pelas 6:45 da
madrugada, uma erupção vulcânica iniciou-se junto
aos ilhéus dos Capelinhos, na Ilha do Faial –
Arquipélago dos Açores, depois de 12 dias de
abalos sísmicos. O fenómeno surgiu no mar, a 20-
60 metros de profundidade, com a emissão de vapor de água e gases. A erupção
prolongou-se por 7 meses e meio. Durante esta fase sucediam-se grandes explosões,
com a emissão de jactos pontiagudos de cinzas negras e densas nuvens de vapor de
água, devido ao contacto da lava incandescente com a água fria do mar. Logo no início,
formou-se uma pequena ilhota, baptizada de Ilha Nova, que atingiu 100 metros de
altitude. O vulcão era incerto e os períodos de maior actividade alternavam com
outros de acalmia. Durante os abrandamentos da erupção, ocorriam afundamentos
das vertentes do cone, levando mesmo à submersão da Ilha Nova. No entanto, as
frequentes emissões de cinzas criaram novas ilhas que acabaram por se ligar à costa
antiga da ilha do Faial.
A meados de Dezembro ocorreu uma efémera fase subaérea efusiva. Na parte Leste
do cone abriu-se uma fractura onde surgiram 7 repuxos de lava incandescentes que
subiam até 10 ou 15 metros de altura, passando depois a concentrar-se em 3 chaminés
onde as explosões estrombolianas se sucediam com intervalos de alguns segundos,
acabando por voltar a apresentar características submarinas até Maio de 1958.
De Maio a Outubro de 1958, o vulcão tornou-se exclusivamente subaéreo (terrestre).
A passagem da fase submarina para a terrestre foi marcada por uma forte crise sísmica
em que ocorreram cerca de 450 abalos na noite de 12 para 13 de Maio. A erupção
apresentava períodos de grande explosividade, com projecção de fragmentos de lava
incandescente a mais de 500 metros de altura, acompanhada por um forte ruído,
intercalados por outros episódios de carácter efusivo, emitindo escoadas de lava de
viscosidade variável.
Em Setembro de 1958, a erupção começou a perder força e a actividade diminuiu
consideravelmente. A 24 de Outubro desse ano, assistiu-se à última emissão de lavas.
Após treze meses, o vulcão adormeceu. No final da erupção, o cone principal tinha 160
metros de altura, o volume de materiais emitidos tinha sido de cerca de 174 milhões
m3 e a ilha do Faial tinha crescido 2.4Km2. Esta erupção provoca avultados prejuízos
materiais em habitações das freguesias limítrofes, Capelo, Praia do Norte e Cedros,
bem como a inutilização dos campos de cultivo, cobertos por um espesso manto de
cinza, no entanto não houve vítimas. Perante a gravidade da situação emergente,
muitos e das mais variadas proveniências, foram os auxílios encaminhados para o Faial
de molde a amenizar a aflitiva situação das populações atingidas resultando numa
imigração bastante significativa da população entre 1957 e 1960.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Exercicios de exame bio11
Exercicios de exame bio11Exercicios de exame bio11
Exercicios de exame bio11
emanuelcarvalhal765
 
BG11_T2a_21_CC.pdf
BG11_T2a_21_CC.pdfBG11_T2a_21_CC.pdf
BG11_T2a_21_CC.pdf
José Luís Alves
 
Vulcão Dos Capelinhos
Vulcão Dos CapelinhosVulcão Dos Capelinhos
Vulcão Dos Capelinhos
Sérgio Freitas
 
Areal teste 11 bg_outubro 2021
Areal teste 11 bg_outubro 2021Areal teste 11 bg_outubro 2021
Areal teste 11 bg_outubro 2021
Vanda Sirgado
 
9 vulcanologia
9   vulcanologia9   vulcanologia
9 vulcanologia
margaridabt
 
3 b classificaçãorochassedimentares
3 b   classificaçãorochassedimentares3 b   classificaçãorochassedimentares
3 b classificaçãorochassedimentares
margaridabt
 
Teste1
Teste1Teste1
Teste1
FJDOliveira
 
10ºano - painel fotovoltaico e coletor solar
10ºano - painel fotovoltaico e coletor solar10ºano - painel fotovoltaico e coletor solar
10ºano - painel fotovoltaico e coletor solar
adelinoqueiroz
 
Rochas sedimentares classificação quimiogénicas
Rochas sedimentares  classificação quimiogénicasRochas sedimentares  classificação quimiogénicas
Rochas sedimentares classificação quimiogénicas
Isabel Lopes
 
Sismologia
SismologiaSismologia
Sismologia
margaridabt
 
Ondas sísmicas e descontinuidades
Ondas sísmicas e descontinuidadesOndas sísmicas e descontinuidades
Ondas sísmicas e descontinuidades
Ana Castro
 
Métodos para o estudo do interior da geosfera
Métodos para o estudo do interior da geosferaMétodos para o estudo do interior da geosfera
Métodos para o estudo do interior da geosfera
Isabel Lopes
 
Teste de Biologia (3º Teste) - Global - correcção
Teste de Biologia (3º Teste) - Global - correcçãoTeste de Biologia (3º Teste) - Global - correcção
Teste de Biologia (3º Teste) - Global - correcção
Isaura Mourão
 
Relatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11º
Relatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11ºRelatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11º
Relatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11º
Ricardo Dias
 
Quiz descartes
Quiz descartesQuiz descartes
Quiz descartes
Isabel Moura
 
Teste BG - Síntese Proteica
Teste BG - Síntese ProteicaTeste BG - Síntese Proteica
Teste BG - Síntese Proteica
José Luís Alves
 
Biologia 11 ciclos de vida
Biologia 11   ciclos de vidaBiologia 11   ciclos de vida
Biologia 11 ciclos de vida
Nuno Correia
 
Princípios básicos do raciocínio geológico
Princípios básicos do raciocínio geológicoPrincípios básicos do raciocínio geológico
Princípios básicos do raciocínio geológico
margaridabt
 
Exercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
Exercícios tipo exame sismologia metodos estruturaExercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
Exercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
Andreia Carvalho
 
Teste avaliação Química 10_3
 Teste avaliação Química 10_3 Teste avaliação Química 10_3
Teste avaliação Química 10_3
ana paula candeias
 

Mais procurados (20)

Exercicios de exame bio11
Exercicios de exame bio11Exercicios de exame bio11
Exercicios de exame bio11
 
BG11_T2a_21_CC.pdf
BG11_T2a_21_CC.pdfBG11_T2a_21_CC.pdf
BG11_T2a_21_CC.pdf
 
Vulcão Dos Capelinhos
Vulcão Dos CapelinhosVulcão Dos Capelinhos
Vulcão Dos Capelinhos
 
Areal teste 11 bg_outubro 2021
Areal teste 11 bg_outubro 2021Areal teste 11 bg_outubro 2021
Areal teste 11 bg_outubro 2021
 
9 vulcanologia
9   vulcanologia9   vulcanologia
9 vulcanologia
 
3 b classificaçãorochassedimentares
3 b   classificaçãorochassedimentares3 b   classificaçãorochassedimentares
3 b classificaçãorochassedimentares
 
Teste1
Teste1Teste1
Teste1
 
10ºano - painel fotovoltaico e coletor solar
10ºano - painel fotovoltaico e coletor solar10ºano - painel fotovoltaico e coletor solar
10ºano - painel fotovoltaico e coletor solar
 
Rochas sedimentares classificação quimiogénicas
Rochas sedimentares  classificação quimiogénicasRochas sedimentares  classificação quimiogénicas
Rochas sedimentares classificação quimiogénicas
 
Sismologia
SismologiaSismologia
Sismologia
 
Ondas sísmicas e descontinuidades
Ondas sísmicas e descontinuidadesOndas sísmicas e descontinuidades
Ondas sísmicas e descontinuidades
 
Métodos para o estudo do interior da geosfera
Métodos para o estudo do interior da geosferaMétodos para o estudo do interior da geosfera
Métodos para o estudo do interior da geosfera
 
Teste de Biologia (3º Teste) - Global - correcção
Teste de Biologia (3º Teste) - Global - correcçãoTeste de Biologia (3º Teste) - Global - correcção
Teste de Biologia (3º Teste) - Global - correcção
 
Relatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11º
Relatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11ºRelatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11º
Relatório Atividades Laboratoriais 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 11º
 
Quiz descartes
Quiz descartesQuiz descartes
Quiz descartes
 
Teste BG - Síntese Proteica
Teste BG - Síntese ProteicaTeste BG - Síntese Proteica
Teste BG - Síntese Proteica
 
Biologia 11 ciclos de vida
Biologia 11   ciclos de vidaBiologia 11   ciclos de vida
Biologia 11 ciclos de vida
 
Princípios básicos do raciocínio geológico
Princípios básicos do raciocínio geológicoPrincípios básicos do raciocínio geológico
Princípios básicos do raciocínio geológico
 
Exercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
Exercícios tipo exame sismologia metodos estruturaExercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
Exercícios tipo exame sismologia metodos estrutura
 
Teste avaliação Química 10_3
 Teste avaliação Química 10_3 Teste avaliação Química 10_3
Teste avaliação Química 10_3
 

Destaque

Bruno lopes vulcão dos capelinhos nos açores
Bruno lopes vulcão dos capelinhos nos açoresBruno lopes vulcão dos capelinhos nos açores
Bruno lopes vulcão dos capelinhos nos açores
duartejanuario
 
Vulcão dos capelinhos nos açores
Vulcão dos capelinhos nos açoresVulcão dos capelinhos nos açores
Vulcão dos capelinhos nos açores
brunolopes7a
 
TV Digital: Inovação e Acessibilidade
TV Digital: Inovação e AcessibilidadeTV Digital: Inovação e Acessibilidade
TV Digital: Inovação e Acessibilidade
Campus Party Brasil
 
Trabalho de ciencias naturais
Trabalho de ciencias naturaisTrabalho de ciencias naturais
Trabalho de ciencias naturais
hugo alves
 
Experiência com calor mata a
Experiência com calor mata aExperiência com calor mata a
Experiência com calor mata a
carmosilva74
 
Vulcanologia
VulcanologiaVulcanologia
Vulcanologia
ivasantos
 
Tectónica de placas
Tectónica de placasTectónica de placas
Tectónica de placas
Ana Castro
 
Actividade vculcânica 7º ano
Actividade vculcânica 7º anoActividade vculcânica 7º ano
Actividade vculcânica 7º ano
Sofia Ribeiro
 

Destaque (8)

Bruno lopes vulcão dos capelinhos nos açores
Bruno lopes vulcão dos capelinhos nos açoresBruno lopes vulcão dos capelinhos nos açores
Bruno lopes vulcão dos capelinhos nos açores
 
Vulcão dos capelinhos nos açores
Vulcão dos capelinhos nos açoresVulcão dos capelinhos nos açores
Vulcão dos capelinhos nos açores
 
TV Digital: Inovação e Acessibilidade
TV Digital: Inovação e AcessibilidadeTV Digital: Inovação e Acessibilidade
TV Digital: Inovação e Acessibilidade
 
Trabalho de ciencias naturais
Trabalho de ciencias naturaisTrabalho de ciencias naturais
Trabalho de ciencias naturais
 
Experiência com calor mata a
Experiência com calor mata aExperiência com calor mata a
Experiência com calor mata a
 
Vulcanologia
VulcanologiaVulcanologia
Vulcanologia
 
Tectónica de placas
Tectónica de placasTectónica de placas
Tectónica de placas
 
Actividade vculcânica 7º ano
Actividade vculcânica 7º anoActividade vculcânica 7º ano
Actividade vculcânica 7º ano
 

Semelhante a Vulcão dos Capelinhos

Vulcão dos Capelinhos.pptx
Vulcão dos Capelinhos.pptxVulcão dos Capelinhos.pptx
Vulcão dos Capelinhos.pptx
ENA SIL
 
Ficha 3 tipo de erupções
Ficha 3  tipo de erupçõesFicha 3  tipo de erupções
Ficha 3 tipo de erupções
Luís Filipe Marinho
 
Tipo de erupções
Tipo de erupçõesTipo de erupções
Tipo de erupções
home
 
Vulcão eyjafjallajökull
Vulcão eyjafjallajökull Vulcão eyjafjallajökull
Vulcão eyjafjallajökull
Inês Raposo
 
Erupã§ãµes vulcã¢nicas
Erupã§ãµes vulcã¢nicasErupã§ãµes vulcã¢nicas
Erupã§ãµes vulcã¢nicas
Xavier Santos
 
Vulcanologia 1
Vulcanologia 1Vulcanologia 1
Vulcanologia 1
guestbfaae7
 
Vesúvio mauro e rui
Vesúvio   mauro e ruiVesúvio   mauro e rui
Vesúvio mauro e rui
scostaalbino
 
Complexo Vulcânico Povoação-Nordeste
Complexo Vulcânico Povoação-NordesteComplexo Vulcânico Povoação-Nordeste
Complexo Vulcânico Povoação-Nordeste
RuteAmaralRaposo
 
Placas tectônicas e desastres tectônicos
Placas tectônicas e desastres tectônicosPlacas tectônicas e desastres tectônicos
Placas tectônicas e desastres tectônicos
André Raqjr
 
Vulcões
VulcõesVulcões
Vulcões
Ingrid Kunz
 
Tsunamis
TsunamisTsunamis
Tsunamis
Ângela Rocha
 
Materiais Expelidos Pelos VulcõEs Piroclastos
Materiais Expelidos Pelos VulcõEs   PiroclastosMateriais Expelidos Pelos VulcõEs   Piroclastos
Materiais Expelidos Pelos VulcõEs Piroclastos
Nuno Correia
 
Apistila p1 a
Apistila p1 aApistila p1 a
Apistila p1 a
Jose Claudio
 
Erupções vulcânicas
Erupções vulcânicas Erupções vulcânicas
Erupções vulcânicas
geocoisas
 
Vulcao grupo 02(2)
Vulcao   grupo 02(2)Vulcao   grupo 02(2)
Vulcao grupo 02(2)
Isabela Mendonça
 
Vulcão submarino da serreta
Vulcão submarino da serretaVulcão submarino da serreta
Vulcão submarino da serreta
filipe_gordinho
 
Unidade 3 temas 3 e 4
Unidade 3 temas 3 e 4Unidade 3 temas 3 e 4
Unidade 3 temas 3 e 4
Christie Freitas
 
14 de novembro de 2013
14 de novembro de 201314 de novembro de 2013
14 de novembro de 2013
Guy Valerio Barros dos Santos
 
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológicaTrabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
SousaLeitee
 
Ppt 22 Caracteristicas Do Vulcanismo AçOriano
Ppt 22   Caracteristicas Do Vulcanismo AçOrianoPpt 22   Caracteristicas Do Vulcanismo AçOriano
Ppt 22 Caracteristicas Do Vulcanismo AçOriano
Nuno Correia
 

Semelhante a Vulcão dos Capelinhos (20)

Vulcão dos Capelinhos.pptx
Vulcão dos Capelinhos.pptxVulcão dos Capelinhos.pptx
Vulcão dos Capelinhos.pptx
 
Ficha 3 tipo de erupções
Ficha 3  tipo de erupçõesFicha 3  tipo de erupções
Ficha 3 tipo de erupções
 
Tipo de erupções
Tipo de erupçõesTipo de erupções
Tipo de erupções
 
Vulcão eyjafjallajökull
Vulcão eyjafjallajökull Vulcão eyjafjallajökull
Vulcão eyjafjallajökull
 
Erupã§ãµes vulcã¢nicas
Erupã§ãµes vulcã¢nicasErupã§ãµes vulcã¢nicas
Erupã§ãµes vulcã¢nicas
 
Vulcanologia 1
Vulcanologia 1Vulcanologia 1
Vulcanologia 1
 
Vesúvio mauro e rui
Vesúvio   mauro e ruiVesúvio   mauro e rui
Vesúvio mauro e rui
 
Complexo Vulcânico Povoação-Nordeste
Complexo Vulcânico Povoação-NordesteComplexo Vulcânico Povoação-Nordeste
Complexo Vulcânico Povoação-Nordeste
 
Placas tectônicas e desastres tectônicos
Placas tectônicas e desastres tectônicosPlacas tectônicas e desastres tectônicos
Placas tectônicas e desastres tectônicos
 
Vulcões
VulcõesVulcões
Vulcões
 
Tsunamis
TsunamisTsunamis
Tsunamis
 
Materiais Expelidos Pelos VulcõEs Piroclastos
Materiais Expelidos Pelos VulcõEs   PiroclastosMateriais Expelidos Pelos VulcõEs   Piroclastos
Materiais Expelidos Pelos VulcõEs Piroclastos
 
Apistila p1 a
Apistila p1 aApistila p1 a
Apistila p1 a
 
Erupções vulcânicas
Erupções vulcânicas Erupções vulcânicas
Erupções vulcânicas
 
Vulcao grupo 02(2)
Vulcao   grupo 02(2)Vulcao   grupo 02(2)
Vulcao grupo 02(2)
 
Vulcão submarino da serreta
Vulcão submarino da serretaVulcão submarino da serreta
Vulcão submarino da serreta
 
Unidade 3 temas 3 e 4
Unidade 3 temas 3 e 4Unidade 3 temas 3 e 4
Unidade 3 temas 3 e 4
 
14 de novembro de 2013
14 de novembro de 201314 de novembro de 2013
14 de novembro de 2013
 
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológicaTrabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
Trabalho de Geografia - Áreas de instabilidade geológica
 
Ppt 22 Caracteristicas Do Vulcanismo AçOriano
Ppt 22   Caracteristicas Do Vulcanismo AçOrianoPpt 22   Caracteristicas Do Vulcanismo AçOriano
Ppt 22 Caracteristicas Do Vulcanismo AçOriano
 

Vulcão dos Capelinhos

  • 1. O Vulcão dos Capelinhos (Faial) Formação No dia 27 de Setembro de 1957, pelas 6:45 da madrugada, uma erupção vulcânica iniciou-se junto aos ilhéus dos Capelinhos, na Ilha do Faial – Arquipélago dos Açores, depois de 12 dias de abalos sísmicos. O fenómeno surgiu no mar, a 20- 60 metros de profundidade, com a emissão de vapor de água e gases. A erupção prolongou-se por 7 meses e meio. Durante esta fase sucediam-se grandes explosões, com a emissão de jactos pontiagudos de cinzas negras e densas nuvens de vapor de água, devido ao contacto da lava incandescente com a água fria do mar. Logo no início, formou-se uma pequena ilhota, baptizada de Ilha Nova, que atingiu 100 metros de altitude. O vulcão era incerto e os períodos de maior actividade alternavam com outros de acalmia. Durante os abrandamentos da erupção, ocorriam afundamentos das vertentes do cone, levando mesmo à submersão da Ilha Nova. No entanto, as frequentes emissões de cinzas criaram novas ilhas que acabaram por se ligar à costa antiga da ilha do Faial. A meados de Dezembro ocorreu uma efémera fase subaérea efusiva. Na parte Leste do cone abriu-se uma fractura onde surgiram 7 repuxos de lava incandescentes que subiam até 10 ou 15 metros de altura, passando depois a concentrar-se em 3 chaminés onde as explosões estrombolianas se sucediam com intervalos de alguns segundos, acabando por voltar a apresentar características submarinas até Maio de 1958. De Maio a Outubro de 1958, o vulcão tornou-se exclusivamente subaéreo (terrestre). A passagem da fase submarina para a terrestre foi marcada por uma forte crise sísmica em que ocorreram cerca de 450 abalos na noite de 12 para 13 de Maio. A erupção apresentava períodos de grande explosividade, com projecção de fragmentos de lava incandescente a mais de 500 metros de altura, acompanhada por um forte ruído, intercalados por outros episódios de carácter efusivo, emitindo escoadas de lava de viscosidade variável. Em Setembro de 1958, a erupção começou a perder força e a actividade diminuiu consideravelmente. A 24 de Outubro desse ano, assistiu-se à última emissão de lavas. Após treze meses, o vulcão adormeceu. No final da erupção, o cone principal tinha 160 metros de altura, o volume de materiais emitidos tinha sido de cerca de 174 milhões m3 e a ilha do Faial tinha crescido 2.4Km2. Esta erupção provoca avultados prejuízos materiais em habitações das freguesias limítrofes, Capelo, Praia do Norte e Cedros, bem como a inutilização dos campos de cultivo, cobertos por um espesso manto de cinza, no entanto não houve vítimas. Perante a gravidade da situação emergente, muitos e das mais variadas proveniências, foram os auxílios encaminhados para o Faial de molde a amenizar a aflitiva situação das populações atingidas resultando numa imigração bastante significativa da população entre 1957 e 1960.