O documento descreve diferentes tipos de materiais expelidos por vulcões, incluindo cinzas vulcânicas, bagacina, bombas vulcânicas, fluxos piroclásticos, nuvens ardentes e lahares. Fornece detalhes sobre as características e formação de cada um destes materiais piroclásticos.
3. Cinzas
São partículas vulcânicas vítreas, expelidas pelos vulcões
durante uma erupção vulcânica explosiva.
Têm até 2 mm diâmetro.
Durante o trajecto ascendente, depois da explosão,
solidificam e formam uma nuvem, que ao cair poderá
formar depósitos.
Se estes depósitos forem consolidados, transformam-se
em rochas cineriticas ou, se associadas com [escória],
bombas e outros fragmentos piroclásticos, em tufos
vulcânicos.
Nuno Correia 08/09
6. Bagacina ou lapilli
Bagacina é a designação dada aos piroclastos com dimensão
máxima entre os 2 e os 64 mm (isto é incluídos na classe dos
lapilli) cuja estrutura lhes confere muito baixa densidade (d <=
2).
Petrologicamente as bagacinas são em geral constituídas por
pedra pomes
Lapilli (singular: lapillus) - em latim significa, “pequenas pedrasquot;
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8. Bombas Vulcânicas
Uma bomba vulcânica é um tipo de piroclasto de diâmetro
superior a 65 mm
formado quando um vulcão expele fragmentos viscosos de lava
durante uma erupção.
Estes fragmentos arrefecem até solidificar antes do embate
com o solo.
As bombas vulcânicas podem ser lançadas a vários
quilómetros de distância do local de erupção, adquirindo
frequentemente formas aerodinâmicas durante o voo.
Podem ser de grandes dimensões: a erupção de Asama, no
Japão, em 1935, expeliu bombas medindo cinco a seis metros
de diâmetro a distâncias até 600 m da chaminé vulcânica.
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9. Uma bomba vulcânica fusiforme (Vulcão dos
Bomba vulcânica Capelinhos, ilha do Faial, Açores).
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10. Piroclastos de fluxo
Nuvens ardentes
Lahars
Fluxos piroclásticos descem através das Lahars. Ruapehu – Nova Zelândia
encostas do Vulcão Mayon, nas Filipinas,
em 1984.
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11. Nuvens ardentes
Constituem corpos fluidos, velozes, compostos de gás
quente e piroclastos (cinza e pedra) que podem viajar
com velocidade de até 160 km por hora.
O gás está normalmente numa temperatura entre 100-
800 graus Celsius.
Os fluxos piroclásticos normalmente se deslocam rente
ao solo, acompanhando as irregularidades do relevo.
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13. Pedra-pomes
Pedra-pomes ou púmice é uma rocha vulcânica de
muito baixa densidade, formada quando gases e lava
formam um colóide que por arrefecimento solidifica sob
a forma de uma rocha esponjosa. A pomes é o menos
denso de todos os piroclastos, sendo comum ter
densidade inferior à da água, o que a transforma numa
rocha que flutua. Nos Açores, onde estes materiais são
extremamente comuns, são em geral designados por
bagacina.
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15. Lahar
palavra com origem em lahar, avalanche em javanês,
é a designação dada a um movimento de massa exclusivo
das regiões vulcânicas, formado pelo deslocamento ao
longo de vales ou de encostas íngremes, em forma de
avalanche, de lama composta por materiais piroclásticos e
água.
Os lahars são muito frequentes durante erupções
vulcânicas, podendo, contudo, ocorrer mesmo na sua
ausência em encostas recobertas por materiais vulcânicos
tornadas instáveis por grandes chuvadas.
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16. Lahar Lahars. Ruapehu – Nova Zelândia
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18. Subversão de Vila Franca ou Terramoto de Vila Franca são as designações
que na historiografia açoriana tradicionalmente se dá ao grande sismo que na noite
de 21 para 22 de Outubro de 1522 provocou grandes movimentos de terra e
destruição generalizadas das habitações na ilha de São Miguel, em especial em Vila
Franca do Campo, então a capital da ilha. O sismo teve epicentro alguns
quilómetros a NNW de Vila Franca, atingindo a localidade com intensidade máxima
de grau X da Escala Macrossísmica Europeia de 1998, derrubou a maioria dos
edifícios e desencadeou movimentos de vertente com origem nas encostas
sobranceiras à vila que mobilizaram cerca de 6,75 milhões de metros cúbicos de
material que formou um lahar que soterrou as ruínas do povoado. Em consequência
estima-se que morreram de 3 000 e 5 000 pessoas na vila, a quase totalidade dos
habitantes de então. Para além da destruição causada em Vila Franca do Campo, o
terramoto atingiu as povoações vizinhas, com destaque para Ponta Garça, e o norte
da ilha, com destaque para a Maia e Porto Formoso, onde também fez centenas de
mortos. Um tsunami desencadeado pela entrada no mar do material carreado pelo
deslizamento de terras causou a destruição de vários navios que estavam surtos
junto ao ilhéu de Vila Franca e algumas dezenas de mortos (centenas segundo
algumas crónicas). Gaspar Frutuoso, escrevendo cerca de 70 anos após a ocorrência,
recolheu uma completa notícia dos eventos e um romance oral a eles referente.
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