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THAIS TIEMI YAMANARI
O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS POR
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Londrina
2014
THAIS TIEMI YAMANARI
O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS POR
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Trabalho de Conclusão do Curso de
Pós-Graduação em Docência no
Ensino Superior, apresentado ao
Departamento de Educação da
Universidade Estadual de Londrina.
Orientadora: Prof. Ms. Dirce Ap. Foletto
de Moraes
Londrina
2014
THAIS TIEMI YAMANARI
O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS POR
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Trabalho de Conclusão do Curso de
Pós-Graduação em Docência no
Ensino Superior, apresentado ao
Departamento de Educação da
Universidade Estadual de Londrina.
COMISSÃO EXAMINADORA
____________________________________
Prof. Ms. Dirce Ap. Foletto de Moraes
Universidade Estadual de Londrina
____________________________________
Universidade Estadual de Londrina
____________________________________
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, ______de_______________________ de 2014.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha orientadora, professora Dirce, quem tanto me ensinou
com paciência e dedicação.
Aos meus pais, irmã e Felipe, que estão sempre ao meu lado e enchem
minha vida de amor.
Aos amigos, sempre.
“(...) ler-se-ão, segundo espero, não as
certezas de uma doutrina, nem mesmo as
conclusões invariáveis de uma pesquisa,
mas antes as crenças, as tentações, as
provas de uma aprendizagem.”
Roland Barthes
YAMANARI, Thais Tiemi. O uso de tecnologias digitais por estudantes
universitários. Trabalho de Conclusão do Curso de Docência no Ensino
Superior – Universidade Estadual de Londrina, 2014.
RESUMO
Essa pesquisa tem como objetivo identificar o uso que os estudantes
universitários fazem das tecnologias digitais atualmente. Para o
desenvolvimento do estudo, utilizou-se como metodologia de pesquisa
pressupostos da abordagem quantitativa e qualitativa constituindo-se como
exploratória e descritiva. A pesquisa bibliográfica e de campo compõem o
conjunto de procedimentos investigativos. Para tanto, foram coletadas
informações por meio de um questionário on-line com o propósito de identificar
os hábitos e usos dos estudantes universitários. Os resultados indicam que
embora os estudantes entrevistados considerem a internet uma ferramenta
importante para a aprendizagem, o principal uso e dedicação das horas que
passam conectados não é para finalidade acadêmica.
Palavras-chave: Educação Superior, Comunicação, Tecnologias digitais.
YAMANARI, Thais Tiemi. The use of digital technologies by college
students. Post Graduation – Teaching in higher education. Universidade
Estadual de Londrina, 2014.
ABSTRACT
This research has as main purpose identify the actual use of digital
technologies by college students. To develop the study, was used as research
methodology assumptions of quantitative and qualitative approach becoming as
exploratory and descriptive. The literature and field research make up the set of
investigative procedures. Therefore, information was collected through an
online questionnaire in order to identify the habits and practices of digital
technologies by college students. The results indicate that although the
students interviewed consider the Internet an important tool for learning, the
main use and dedication of hours spent online is not for academic purpose.
Keywords: Higher education, Communication, Digital technologies
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – TECNOLOGIA QUE MAIS UTILIZA NO DIA A DIA...................26
GRÁFICO 2 – IMPORTÂNCIA DA INTERNET EM SUA VIDA.........................28
GRÁFICO 3 – PRINCIPAL UTILIDADE DA INTERNET ...................................29
GRÁFICO 4 – UTILIZAÇÃO ACADÊMICA X GRAU DE ESCOLARIDADE .....30
GRÁFICO 5 – PRINCIPAL FONTE DE PESQUISAS ACADÊMICAS ..............32
GRÁFICO 6 – FREQUÊNCIA COM QUE UTILIZA A INTERNET ....................33
GRÁFICO 7 – TEMPO QUE UTILIZA A INTERNET PARA PESQUISAS
ACADÊMICAS...................................................................................................34
GRÁFICO 8 – TEMPO DIÁRIO X DEDICAÇÃO ACADÊMICA.........................35
GRÁFICO 9 – IMPORTÂNCIA DA INTERNET PARA A APRENDIZAGEM.....36
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – AMOSTRAGEM X PRINCIPAL USO DA INTERNET ..................31
LISTA DE APÊNDICE
1. QUESTIONÁRIO...........................................................................................43
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................12
1. TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO
CENÁRIO SOCIAL E EDUCACIONAL .............................................................17
2.1. TDIC NO CONTEXTO EDUCACIONAL.....................................................22
2. ANÁLISE SOBRE O COMPORTAMENTO DO ESTUDANTE E SUA
RELAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS DIGITAIS...............................................26
2.1 CONCLUSÃO.............................................................................................38
REFERÊNCIAS.................................................................................................41
APÊNDICE........................................................................................................43
12
INTRODUÇÃO
A preocupação em relação à necessidade de uma regulamentação para
o uso da internet levou, em abril de 2014, a presidente do Brasil, Dilma
Roussef, a sancionar o Marco Civil da Internet1
, uma lei que estabelece
princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, que
prevê, no Artigo 26, o cumprimento do dever constitucional do Estado em como
promover a educação em todos os níveis de ensino, o qual inclui a capacitação
integrada a outras práticas educacionais para o uso seguro, consciente e
responsável da internet como ferramenta para o exercício da cidadania, a
promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico.
Uma vez que legislamos sobre a tecnologia, podemos inferir que há um
impacto na sociedade. Isso significa que atualmente o uso das tecnologias
digitais é comum para diversas tarefas do cotidiano, desde as mais simples, até
as mais elaboradas. Atividades, algumas, inimagináveis sem a utilização
massiva das tecnologias digitais, como videoconferências, agendamentos on-
line, delivery on-line, entre outras. Até pouco tempo, não existiam celulares,
notebooks, tablets, internet, copiadoras e até mesmo projetores. As televisões
tinham poucos recursos e, para reproduzir um filme, era necessário uma fita
VHS e um videocassete. Nas salas de aula, utilizar a televisão era sair da
rotina. Hoje, os dispositivos habilitados com internet, não só possuem o recurso
de interação por ligações, mensagens, vídeos, bate-papo, mas também, dão
acesso a infinitas funções por meio de um simples clique.
Tais aparatos tecnológicos modificaram a rotina das pessoas, pois são
utilizadas para simples tarefas do dia a dia e para entretenimento, porém, com
pouco foco em ferramentas que auxiliam a aprendizagem. Nas universidades, a
utilização de celulares é algo comum, em algumas escolas da educação
básica, crianças já convivem com aparelhos touchscreen e diversos outros
recursos frequentemente. Essas crianças, ao chegarem ao ensino superior,
provavelmente, serão usuárias frequentes das novas tecnologias, utilizando os
1
Disponível em: http://www.andifes.org.br/wp-content/files_flutter/1398435500marcointernet.pdf.
Acesso em agosto de 2014.
13
recursos desde atividades para o dia a dia como profissionalmente, visto que
essa inserção no universo digital é um caminho sem volta.
É sabido que as tecnologias digitais impactaram o comportamento dos
seres humanos, em especial, nas últimas décadas em que as mudanças têm
sido cada vez mais velozes. Isso ocorreu não somente em razão do
desenvolvimento tecnológico, mas principalmente, pela adesão em massa aos
recursos proporcionados pelas tecnologias digitais. Essa massificação fez com
que a interação e a comunicação não presencial se tornassem frequentes, uma
prática que não era possível até a utilização constante de aparelhos móveis,
como o celular, munido de internet e linha telefônica, facilitando a comunicação
via telefone ou mesmo, videoconferência.
Embora as tecnologias tenham impactado as pessoas, essa mudança
não parece ser aproveitada nas salas de aula, onde a interação, palavra-chave
da educação se desencontra com o modo de uso dos aparelhos tecnológicos,
afastando-a das possibilidades educativas que tais ferramentas poderiam
oferecer.
Hoje, no cenário das Universidades públicas, poucas são as que
possuem aparatos para proporcionar o convívio entre aluno e tecnologia e
tentar extrair dessa relação benefícios para o trabalho acadêmico. Mesmo
assim, individualmente, os estudantes têm acesso à internet frequentemente e
ao observar este uso frequente das tecnologias digitais, pode-se notar uma
dependência por parte do estudante.
Com a massificação do uso das tecnologias digitais, o cenário
acadêmico ampliou-se, enriqueceu-se e criou novos hábitos entre estudantes
universitários, que acabam trocando a biblioteca presencial pelas ferramentas
digitais de pesquisa e também utilizam este meio de comunicação como
espaço de relacionamento social e mais interação.
Isso se deve ao fácil intercâmbio de informações entre pessoas de
qualquer lugar do mundo, que, através de um clique, podem se comunicar com
o outro, e isso é possível, não apenas pela tecnologia, mas pelo
comportamento de se utilizar ferramentas como a internet em computadores e
celulares para difundir o conhecimento, criar bancos de conteúdos acadêmicos
relevantes e selecionados.
14
Assim, levando em consideração que no contexto social o uso das
TDICs2
voltam-se quase que diretamente ao entretenimento e que são poucas
as instituições educativas que aproveitam o potencial que tais ferramentas
proporcionam para ampliar as experiências de aprendizagem.
Diante disto, a inquietação se dá em função de como e para que
propósito o estudante universitário utiliza a tecnologia e como se relaciona com
a internet e suas ferramentas para a aprendizagem.
Para tanto, surge um problema de investigação: Que tipo de uso os
acadêmicos fazem das tecnologias digitais? Eles as utilizam para fins
acadêmicos, especificamente para aprender, ou seu uso se volta para o
entretenimento?
A partir desta situação-problema, o objetivo é compreender o significado
das tecnologias digitais sob a ótica dos estudantes da educação superior em
suas atividades acadêmicas.
Para isso, alguns objetivos específicos foram delineados: identificar a
percepção dos alunos universitários sobre as tecnologias digitais de informação
e comunicação; entender para que fins utilizam as TDICs e identificar a sua
utilização pelos estudantes universitários.
Para responder aos objetivos aqui propostos esta pesquisa apresenta
uma abordagem qualitativa quanto aos meios de investigação, que
compreende uma
[...] partilha densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos
de pesquisa, para extrair desse convívio os significados visíveis e
latentes que somente são perceptíveis a uma atenção sensível e,
após este tirocínio, o autor interpreta e traduz em um texto... os
significados patentes ou ocultos do seu objeto de pesquisa.
(CHIZZOTTI, 2003, p. 221)
A pesquisa também se enquadra como quantitativa, uma vez que:
a coleta de dados enfatizará números (ou informações conversíveis
em números) que permitam verificar a ocorrência ou não das
consequências, e daí então a aceitação (ainda que provisória) ou não
das hipóteses. (DALFOVO et al, 2008)
No que se refere a modalidade, esta é definida como exploratória e
descritiva. De acordo com GIL (2010, p.41), a pesquisa exploratória tem como
2
TDICs – Tecnologias digitais de informação e comunicação.
15
principal objetivo o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições”.
Ainda de acordo com o mesmo autor, a pesquisa descritiva:
[...] tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de
relações entre variáveis características mais significativas estão na
utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o
questionários e a observação sistêmica. (GIL, 2010, p.1)
Nesta pesquisa foram utilizadas referências bibliográficas sobre o foco
de estudo em questão, um questionário com perguntas objetivas, o qual foi
disponibilizado por um período de dez dias por meio da ferramenta formulário
do Google Drive, disseminado por meio da rede social Facebook em grupos
universitários. O questionário foi direcionado para universitários de todos os
cursos de graduação e, pós-graduação, envolvendo lato senso e stricto senso.
As oito questões foram previamente testadas em um grupo de dez
pessoas a fim de identificar dificuldades na resposta e falhas na interpretação
das questões, sendo todas elas de múltipla escolha, o questionário foi ajustado
e validado. Dessa maneira, as questões se mostraram eficientes para que as
informações fossem analisadas quantitativa e qualitativamente para se
identificar um padrão entre as respostas e assim, responder aos objetivos da
pesquisa. As informações foram analisadas em forma de gráficos e texto e
justapostas às teorias relacionadas. A partir daí, têm-se, então, os objetivos
específicos e o geral compreendidos e material para pesquisas subsequentes.
Este trabalho está dividido em três capítulos que são: introdução;
tecnologias digitais e estudantes universitários e considerações finais.
A introdução explica a metodologia, objetivos e situação-problema a fim
de situar sobre a pesquisa e suas motivações. No primeiro capítulo, um
panorama sobre as tecnologias digitais de informação e comunicação é
apresentado na busca pela compreensão e contextualização do cenário atual
no que se refere às implicações comportamentais e mudanças educacionais
causadas pela presença e utilização massiva de tecnologias, nos âmbitos
sociais e educacionais.
No segundo e último capítulo, o questionário feito com estudantes
universitários é explicado e, juntamente, apresenta-se a análise dos dados
coletados sobre o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação
16
pelos estudantes universitários. Nas considerações finais, resultados obtidos
são discutidos e os objetivos e problemas propostos pela pesquisa são
retomados.
17
1 TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO
CENÁRIO SOCIAL E EDUCACIONAL
As tecnologias digitais, principalmente aquelas mediadas pela internet,
vem mudando o comportamento das pessoas que têm acesso e usufruem de
suas possibilidades. De acordo com Reinaldo Galvão (2012), as tecnologias
digitais de informação e comunicação são um conjunto de equipamentos e
aplicações tecnológicas, que têm na maioria das vezes, a utilização da internet
como meio de propagação e que se tornam um canal de aprendizagem.
Através da internet é possível compartilhar informações de maneira
instantânea, como explica Coll, Monereo, et al:
Graças à interligação entre diferentes computadores digitais e à
internet chegamos, assim, strictu sensu, à sociedade da informação,
que poderíamos definir como um novo estágio de desenvolvimento
das sociedades humanas, caracterizado, do ponto de vista das TIC,
pela capacidade de seus membros para obter e compartilhar qualquer
quantidade de informação de maneira praticamente instantânea, a
partir de qualquer lugar e na forma preferida, e com um custo muito
baixo. Neste momento, por outro lado, já estamos iniciando uma nova
subetapa, caracterizada pelo desenvolvimento das redes sem fio e
pela internet móvel, os quais podem tornar possível a velha
conectividade total. (COLL, MONEREO, et al, 2010, p. 20)
Como explica Coll, Monereo, et al (2010), quanto maior for a
acessibilidade e a adaptabilidade das tecnologias de informação e
comunicação, maior será a usabilidade e vice-versa. Assim, quanto maior a
usabilidade, mais impacto na rotina e no cotidiano das pessoas. Apesar da
universalização do acesso ainda ser uma utopia, ela avança de maneira
enorme e não parece ter retorno. Nesta etapa em que as tecnologias estão
inseridas e sendo frequentemente utilizadas, empresas de hardware e software
sentem a necessidade de aproximar os computadores das mentes dos
aprendizes, colocando o usuário como protagonista e despertando o interesse
em participar desse desenvolvimento de maneira colaborativa. De acordo com
o mesmo autor, essa corrente que coloca o usuário como difusor de conteúdo é
conhecida como web 2.0. 3
3
Termo criado por Tim O`Reilly em 2003, em que classifica a internet como uma
plataforma onde o usuário não apenas usufrui, como também contribui.
18
Na web 2.0 os usuários, além de consumidores de informação são
produtores de conteúdo, um papel, antes, pouco provável, já que anteriormente
a informação era apenas consumida, vinha pronta dos meios de comunicação
de massa. Isso se deve à quantidade e à velocidade como as pessoas
recebem as notícias, fazendo com que, além de consumir, passem também a
produzir conteúdos de maneira livre e sem fronteiras, em um ambiente onde a
disseminação das informações seja mais democrático.
Assim, pode-se considerar que a internet, sobretudo através dos
blogs que facilitaram extremamente os procedimentos de criação de
um site, possibilita uma considerável democratização da produção de
informações uma vez que torna possível, a qualquer cidadão comum,
explicitar suas opiniões dispondo dos mesmos recursos que uma
grande corporação de comunicação – uma rede mundial de
computadores – sendo capaz de atingir potencialmente, o mesmo
número de pessoas que tais corporações. Comparativamente, pode-
se dizer que a internet é muito mais democrática do que o jornal, a TV
e o próprio rádio na medida em que torna menos complexo
tecnicamente e menos oneroso economicamente para o indivíduo,
sozinho, fazer-se presente na mídia. (ESCOBAR, 2005, p.5)
Os blogs, por exemplo, abriram o cenário para a democratização da
produção de informações que vem se alterando desde então. Hoje, as redes
sociais se transformaram em canais de venda, de entretenimento e em
especial, de produção e consumo de informações. É possível, por exemplo,
observar claramente a exposição pessoal, ideológica e/ou mercadológica por
trás das informações propositalmente transmitidas e como os usuários se
utilizam dessas ferramentas.
De acordo com Lévy (2007) esse processo comunicativo em que os
usuários também produzem conteúdos e disseminam informação é chamado
de inteligência coletiva, pois é uma forma de utilizar a internet de forma plena e
interativa. Essa possibilidade de interagir entre as pessoas instantaneamente
favoreceu a troca de ideias e informações de maneira rápida e simultânea, que
a cada dia, seduz mais e mais usuários.
É importante ressaltar que o número de usuários ativos nas redes
sociais tem crescido cada vez mais. De acordo com dados do
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), Nielsen
Online, unidade do Grupo IBOPE que promove pesquisa sobre
internet no Brasil e na América Latina, em julho de 2012, um total de
40,3 milhões de pessoas acessaram sites como Facebook e Twitter,
blogs, fóruns e outras páginas de relacionamento. O estudo
19
complementa que o número representa um aumento de 5,7% na
comparação com o mesmo período de 2011. (GALVÃO, GROSSI, et
al, 2014, p. 11 e 12)
Lévy (1999) denomina esse novo meio de comunicação que surge da
interconexão mundial dos computadores de ciberespaço, que permite, ainda de
acordo com o autor, o surgimento do neologismo “cibercultura”, que é o
conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de
modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o
crescimento do ciberespaço.
A emergência do ciberespaço é fruto de um verdadeiro movimento
social, com seu grupo líder (a juventude metropolitana escolarizada),
suas palavras de ordem (interconexão, criação de comunidades
virtuais, inteligência coletiva) e suas aspirações coerentes. (LÉVY,
1999, p.123)
Esse grupo líder que Lévy (1999) cita abriga, em sua grande maioria, os
jovens, dentre eles, os estudantes universitários. Estes fomentam a virtualidade
e o ciberespaço, onde experimentam novas formas de interação.
O novo homem não é mais uma pessoa de ações concretas, mas sim
um performer (Spieler): Homo ludens, e não Homo faber. Para ele, a
vida deixou de ser um drama e passou a ser um espetáculo. Não se
trata mais de ações, e sim de sensações. O novo homem não quer
ter ou fazer, ele quer vivenciar. (FLUSSER, 2007, P.58)
Como explica Flusser (2007), o homem busca a experiência, o
sentimento e a sensação, em detrimento do real. A virtualidade, as tecnologias
digitais, em sua universalidade e riqueza de informações e conteúdos,
permitem ao usuário acesso à situações antes possíveis apenas com a
presença. Por meio do uso das tecnologias atuais é possível compartilhar
informações atualizadas sobre e de qualquer parte do mundo
instantaneamente, despertando a sensação de estar em locais diferentes e de
viver situações virtualmente.
Esse novo comportamento e satisfação em viver no mundo virtual
impactaram a sociedade. Jorge Werthein (2000) explica o termo Sociedade da
Informação como uma maneira de transmitir o conteúdo específico do novo
paradigma técnico-econômico, em que o fator-chave não se refere mais os
insumos de energia, mas aos insumos de informação, propiciados pelos
avanços tecnológicos. Essa sociedade tem como características fundamentais:
20
informação como matéria-prima, efeitos das novas tecnologias têm alta
penetrabilidade na sociedade, predomínio da lógica de redes, flexibilidade e
crescente convergência de tecnologias.
Nessa perspectiva, os celulares devem ser compreendidos como
instrumentos que podem aumentar as possibilidades de emissão e de
recepção de informações, ampliando as probabilidades de
comunicação mas não garantindo, necessariamente, um maior
enriquecimento do processo comunicativo. Isso vai contra os jargões
da época que insistem em nos dizer que estamos na sociedade da
comunicação, de uma ampliação das formas de comunicação
humana... A era da conexão não é necessariamente uma era da
“comunicação”. (LEMOS. P. 9)
Ainda de acordo com Lemos (2005), a grande mudança está mais ligada
à mobilidade do que as tecnologias. Hoje, com a internet sem fio, o Wi-Fi, não
temos “pontos de acesso”, mas sim, “ambientes de acesso”, que descentraliza
o usuário. Nesse novo cenário, não é o internauta que vai à rede e busca locais
para se conectar, é a rede que vai ao internauta, em salas de aula, em casa e
no trabalho. A pesquisa Juventude Conectada aponta que 75% dos jovens já
utilizaram a internet na escola para atividades propostas em aula e 82%
utilizaram a internet em casa para realizar as atividades. Números condizentes
com a preferência por professores que também utilizam os recursos das
tecnologias digitais e internet.
A informatização da sociedade, que começa na década de 70 do
século XX, parece já estar estabelecida nas principais cidades
ocidentais desenvolvidas. O que está em jogo nesse começo de
século XXI é o surgimento de uma nova fase da sociedade da
informação, iniciada com a popularização da internet na década de
80, e radicalizada com o desenvolvimento da computação sem fio,
pervasiva e ubíqua, a partir da popularização dos telefones celulares,
das redes de acesso à internet sem fio (“Wi-Fi” e “Wi-Max”) e das
redes caseiras de proximidade com a tecnologia “bluetooth”. Trata-se
de transformações nas práticas sociais, na vivencia do espaço urbano
e na forma de produzir e consumir informação. (LEMOS, p. 1- 2)
A partir desta explicação, podemos inferir que a revolução, na verdade,
não está relacionada somente aos avanços tecnológicos, mas sim, em sua
utilização de forma massiva, ou como ele a denomina: pervasiva e ubíqua. Isso
só é possível em razão dos aparelhos celulares munidos de internet, pois a
mobilidade trouxe a utilização frequente. Para Santaella (2010), aprendizagem
ubíqua remete-se à processos de aprendizagem abertos, ou seja, processos
21
espontâneos, assistemáticos e mesmo caóticos, atualizados ao sabor das
circunstâncias e de curiosidades contingentes e que são possíveis porque o
acesso à informação é livre e contínuo a qualquer hora do dia e da noite, esses
processos são permitidos por dispositivos móveis. O que, de fato, ocasionou
uma mudança comportamental e cultural, mas que está longe de substituir a
educação formal, a informal e a não formal, na realidade, para a autora, são
métodos que se complementam.
A utilização das tecnologias e da internet de forma massiva e móvel
pode ser explicada, também, pelo comportamento de consumo. De acordo com
Lemos (2005), o celular e a televisão (TV digital), são vistos como formas de
inclusão digital, pois já existem países, como o Brasil, em que há mais linhas
telefônicas do que pessoas, ou seja, uma adesão crescente às tecnologias que
criam uma nova dinâmica social, uma realidade em que as pessoas estão
constantemente conectadas.
Santaella (2003) explica que a cibercultura, assim como outros tipos de
cultura, é proveniente de criaturas humanas e que não há separação entre a
forma de cultura e o ser humano. As culturas são seres humanos e moldam
nossa sensibilidade e nossa mente com a convivência. As tecnologias digitais,
em especial, são tecnologias autoevolutivas e estão cada vez mais inteligentes,
substituindo tarefas do dia a dia, como agenda, comunicação interpessoal e
outras. Esse novo estilo de vida gera dúvidas em relação ao comportamento
humano diante deste cenário, mas a autora afirma que, de acordo com as
pesquisas na área da computação, que a tendência é que as máquinas fiquem
parecidas com o ser humano e não o contrário.
A rápida evolução do computador comparada com aquela de
tecnologias anteriores, quando contrastada com a ausência de
evolução na forma humana, levou o teórico e artista da realidade
virtual Myron Krueger a prever que a interface última entre o
computador e as pessoas estará voltada para o corpo humano e os
sentidos humanos. (SANTAELLA, 2003, p. 31).
Neste contexto, podemos inferir uma mudança real no cotidiano das
pessoas por interferência das tecnologias, o que, consequentemente, se
estende ao campo acadêmico, nas maneiras de se relacionar e em outras
esferas do comportamento humano. O uso e acesso às novas tecnologias
aumentam a cada dia e nesse cenário que caminha para a democratização de
22
aparelhos e ferramentas tecnológicas, além do uso cotidiano e para fins de
entretenimento e trabalho, as possibilidades acadêmicas também se ampliam e
possibilitam mudanças.
2.1. TDIC NO CONTEXTO EDUCACIONAL
Castells (1999) explica que a habilidade ou falta dela diante das
tecnologias, em especial das que são estrategicamente decisivas em cada
período histórico traça o destino de uma sociedade. A existência de tecnologia
ou sua ausência está relacionada à capacidade de transformação da
sociedade. Ou seja, a maneira como lidamos com as mudanças transforma
nosso cotidiano. Seu uso pode ser determinante se utilizado estrategicamente
para possibilitar experiências diferenciadas no processo de ensino e de
aprendizagem. Uma pesquisa qualitativa realizada com 162 alunos do 3º
período do curso de Administração de duas faculdades de Manaus apontou
que a utilização de TICs no processo de ensino aprendizagem reduziu o
desempenho acadêmico dos estudantes investigados.
A forma de utilização dessas tecnologias da informação e
comunicação no processo de ensino e aprendizagem está focada na
tecnologia como objetivo fim e não como um meio para o
desenvolvimento do processo, dessa forma, o uso dessas TICs está
desestimulando a leitura, a busca de informações e a pesquisa
científica tão importantes para a produção de conhecimento.
(NASCIMENTO, 2011. P.46)
Uma pesquisa denominada Juventude Conectada, realizada pela
Fundação Telefônica Vivo em parceria com o Ibope, Instituto Paulo Montenegro
e a Escola do Futuro da USP, divulgada em agosto de 2014, ouviu 1440 jovens
de 16 a 24 anos que fazem uso regular da internet em todas as regiões do
Brasil. O resultado aponta que 38% dos jovens acreditam que no futuro, o
professor passará a ser um orientador/tutor dos estudos, não apenas um
transmissor de conhecimento. Além disso, 47% responderam que um bom
professor é aquele que sabe utilizar a internet e os recursos tecnológicos para
auxiliar no aprendizado dos alunos.
Tendo em vista a percepção dos estudantes diante das tecnologias, os
pontos favoráveis e desfavoráveis são basicamente que: se por um lado, o
23
estudante tem acesso às mais diversas informações e conteúdos a nível global,
por outro lado, essa quantidade de informação, se mal utilizada, pode se tornar
pouco útil e a pesquisa, um processo moroso e prejudicial ao ritmo de ensino.
Coll, Monereo et. al (2010) explicam que os estudos de
acompanhamento e avaliação realizados até agora mostram que em geral, as
expectativas e os discursos sobre o uso das tecnologias nas salas de aula
estão sensivelmente afastados da realidade. Mesmo porque, alguns locais
dispõem de infraestrutura e acesso à internet banda larga, enquanto em outros
locais a carência de recursos é enorme.
Ainda de acordo com os mesmos autores, uma pesquisa realizada com
responsáveis e técnicos das administrações educacionais, representantes das
associações de professores, administradores de escolas e professorado,
mostrou que os quatro grupos apresentaram uma atitude positiva diante da
incorporação da internet na sala de aula; a realidade do uso da internet não
corresponde à atitude positiva e ao potencial da internet para o ensino e
aprendizagem; o uso mais frequente da internet é para aumentar o acesso à
informação, mas não empregam as possibilidades oferecidas para a
colaboração e difusão de informação.
[...] as três razões assinaladas com mais frequência para explicar o
uso escasso e restrito das possibilidade que, segundo esses mesmos
coletivos, a internet oferece são: uma infraestrutura de apoio limitada,
dificuldades para incluir a internet no currículo escolar e falta de um
desenvolvimento profissional adequado do professorado. (COLL, et
all, 2010, p. 71)
A pesquisa Juventude Conectada também apontou que 24% afirmam
que na internet tem muita informação, o que dificulta a seleção dos conteúdos.
Outros 33% acreditam que a internet muitas vezes atrapalha, pois as redes
sociais e entretenimento distraem o aluno, ou seja, se a utilização não é
focada, o estudante pode se distrair ou com a quantidade de informações
disponíveis ou com as redes sociais e outros canais de entretenimento e não
alcançar o objetivo proposto na aula.
Além destes dois contrapontos, outros argumentos podem reforçar
ambas teses de que a internet auxilia ou não no processo de ensino e de
aprendizagem. De acordo com Cecílio e Rosa (2010), no cenário atual, o maior
24
desafio dos professores é compreender seu papel como figura auxiliadora da
aprendizagem e entender as tecnologias digitais e a inserção delas no
processo de ensino e aprendizagem e não apenas como fonte de informação,
já que a realidade aponta que muitos professores ainda não dominam as
tecnologias como ferramentas pedagógicas potenciais na prática educacional
com os alunos. Poucos professores conhecem suas potencialidades educativas
para se transformar em recurso de ensino, pois, geralmente as utilizam como
instrumento de busca, de uso individual. Diante disso, pouco se utilizará de tais
potencialidades em sala de aula e também não instigará o aluno a entender as
possibilidades de aprendizagem que as ferramentas oferecem.
Neste contexto ameaçador, em que o professor precisa se reposicionar,
é preciso a consciência de que a forte presença das tecnologias digitais não
excluem ou substituem o professor em sala de aula, uma vez que as
tecnologias não são, necessariamente, uma ferramenta que garante a eficácia
quando se trata de comunicação.
Porém, incorporar as tecnologias na escola supõe uma determinação
pedagógica global, e não só uma ação técnica. Sua inclusão tem de
convergir para as particularidades de cada escola, para que possam,
de fato, beneficiar a comunidade escolar sem aprofundar ainda mais
as diferenças econômicas e sociais, em especial entre as escolas
públicas e particulares. Essa determinação se torna ainda mais
relevante caso se considere que o uso das TICs em sala de aula
ainda desafia alguns professores que se sentem inseguros para
conciliar conteúdos acadêmicos com instrumentos e ambientes
multimídia que não dominam plenamente. (CECÍLIO, ROSA, 2010,
P.121)
Os desafios, como Cecílio e Rosa (2010) apontam, vão além da
intenção, domínio e conhecimento por parte dos professores. É preciso
compreender e entender as possibilidades que as tecnologias possibilitam para
usufruir dos benefícios de maneira a estimular o uso acadêmico nos
estudantes, que já utilizam a internet para diversas tarefas. É preciso, também,
a clareza de que a internet e as tecnologias digitais não são uma revolução na
aprendizagem, elas ampliam as possibilidades, mas não garantem um
processo cem por cento eficaz, ou seja, elas não são a solução para os
problemas educacionais, mas podem ser boas alternativas para estimular o
processo de ensino aprendizagem. Além disso, tecnologias sem domínio e
conhecimento não têm utilidades e não atingem objetivos.
25
26
2 ANÁLISE SOBRE O COMPORTAMENTO DO ESTUDANTE E SUA
RELAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS DIGITAIS
Para compreender e responder aos objetivos desta pesquisa, um
questionário com oito questões foi aplicado e respondido por 95 estudantes,
dentre eles, 51 de graduação, 30 de pós-graduação em nível de especialização
e 14 de mestrado. Foram selecionados estudantes que estão em grupos
acadêmicos e fazem uso da rede social Facebook de qualquer parte do Brasil.
A rede social foi escolhida para a disseminação da pesquisa no ambiente on-
line. O questionário composto de oito questões fechadas recebeu respostas
durante 10 dias, entre os dias 16 e 26 de julho de 2014.
A primeira pergunta do questionário foi: “Qual das tecnologias abaixo
você mais utiliza no dia a dia?”. Esta questão tinha como objetivo identificar a
tecnologia mais utilizada pelos estudantes universitários e verificar a coerência
dos aparelhos em relação ao principal uso. As respostas foram:
Gráfico 1 – Tecnologia que mais utiliza no dia a dia
As respostas apresentam como destaque o celular e notebook, com 46%
e 33% das respostas respectivamente. De acordo com a pesquisa anual sobre
o uso da tecnologia da informação divulgada pela Fundação Getúlio Vargas em
27
abril de 2014, no Brasil, a proporção de linhas telefônicas é equivalente a 158%
da população, sendo que a média mundial é de 115%. Ou seja, o Brasil possui
mais linhas e aparelhos telefônicos do que pessoas, o que nos permite concluir
que, há uma probabilidade de muitas pessoas possuírem um ou mais
aparelhos celulares. A estimativa é de que em 2016, o número de
computadores seja equivalente à população.
Portanto, a utilização não se deve apenas à preferência por determinado
dispositivo, mas também, pela quantidade de aparelhos disponíveis, pois o
valor médio de um smartphone é consideravelmente menor que o valor médio
de um notebook ou computador atualmente. Além disso, é importante
considerar que o celular, por ser um dispositivo móvel, que acompanha a
pessoa durante todo o dia, ao possuir tecnologia de acesso à internet, torna a
utilização mais prática e consequentemente, mais frequente.
A segunda questão era “Qual a importância da internet em sua vida?”.
Esta tinha como objetivo identificar o grau de relevância da internet para os
estudantes universitários de maneira que pudéssemos identificar uma
dependência ou insignificância da rede na vida destes estudantes.
28
Gráfico 2 – Importância da internet em sua vida
De acordo com as respostas, 56% dos pesquisados classificam a
internet como uma ferramenta extremamente importante em suas vidas, 33%
como muito importante e 11% classificam como importante. Ao considerar que
não foram obtidas respostas que classificam a internet como nada importante,
ou pouco importante, podemos identificar uma dependência, seja psicológica
ou funcional da internet. Ou seja, 100% das respostas reconhecem a
importância, em maior ou menor grau, da internet em suas vidas.
Dentre os dos 56% que responderam que a internet é extremamente
importante, podemos inferir que, provavelmente, as pessoas deste grupo não
se imaginam sem a internet e que estas já estão inseridas em suas vidas assim
como outras tecnologias, enquanto os demais avaliam a internet como uma
ferramenta importante, mas não de forma dependente.
De acordo com a reportagem da Revista IstoÉ4
, de setembro de 2013,
estima-se que 10% dos brasileiros são viciados em internet. Ainda de acordo
com a reportagem, segundo pesquisa da Navegg5
, empresa de análises de
audiências on-line, o Brasil registrou um recorde de 105 milhões de pessoas
conectadas no primeiro trimestre de 2013. Números e constatações
compatíveis com o resultado desta pesquisa.
A terceira questão era “Qual a principal utilidade da internet para você?”,
esta tinha como objetivo identificar a principal utilização da internet pelos
estudantes universitários. Das respostas obtidas, 40% utilizam a internet,
principalmente, para o trabalho. Seguido por entretenimento, conteúdo
acadêmico e relacionamento. As respostas referentes ao conteúdo acadêmico
não estão relacionadas a um maior grau de escolaridade, dentre as respostas,
50% representam estudantes de graduação, 25% estudantes de pós-
graduação e 25% estudantes de mestrado.
4
Reportagem disponível em:
http://www.istoe.com.br/reportagens/326665_VITIMAS+DA+DEPENDENCIA+DIGITAL .
Acesso em outubro de 2014.
5
A Navegg é a primeira empresa brasileira totalmente dedicada à segmentação de audiência
online.
29
Gráfico 3 – Principal utilidade da internet
Dados da Serasa Experian6
apontam que o brasileiro passa mais tempo
no Youtube, Twitter e Facebook do que internautas do Reino Unido e dos EUA.
Das respostas obtidas, 40% afirmam utilizar a internet, principalmente, e não
exclusivamente, para trabalho, enquanto os demais, utilizam para
relacionamento, entretenimento e conteúdo acadêmico. Isso nos indica que
mesmo que o maior índice de respostas esteja relacionado à trabalho e que
21% utilizem a internet principalmente para fins acadêmicos, o entretenimento
e relacionamento representam uma quantia considerável maior que em outros
países, onde eles devem considerar a internet mais importante para outros fins.
Um dado coerente com o resultado obtido pela pesquisa realizada pelo
IBGE em 2005 sobre o acesso à internet e posse de telefone móvel celular
para uso pessoal7
, que aponta que os dois locais em que as pessoas mais
acessam a internet são, em primeiro, a própria residência, e em segundo lugar,
o local de trabalho. Na própria residência, podemos inferir que utilizam para
relacionamento, entretenimento e pesquisa acadêmica, que juntos, somam a
maioria que faz uso da internet em casa.
6
Banco de dados de crédito de consumidores, empresas e grupos econômicos.
7
Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/acessoainternet/comentarios.pdf . Acesso
em outubro de 2014.
30
A partir da pergunta sobre a principal utilização da internet, o grau de
escolaridade foi avaliado nas respostas obtidas no item pesquisa acadêmica
para identificar se a principal utilidade da internet estava diretamente ligada ao
grau de escolaridade. Dentre as respostas, 50% representam estudantes de
graduação, 25% estudantes de pós-graduação e 25% estudantes de mestrado.
Gráfico 4 – Utilização acadêmica x grau de escolaridade
A partir deste gráfico, podemos inferir que o principal uso não está ligado ao
grau de escolaridade, porém, proporcionalmente ao total de entrevistados,
podemos conferir na tabela a seguir que as vinte pessoas responderam que a
principal uso da internet é para fins acadêmicos correspondem a: 35% dos
estudantes de mestrado ou mestres que responderam a pesquisa; 20% dos
alunos de graduação e 17% dos alunos pós-graduação. Ou seja, dentre a
amostra, os que mais utilizam a internet para pesquisas acadêmicas são
mestres, graduados e pós-graduados, respectivamente.
31
Tabela 1 – Amostragem x principal uso da internet
A quinta questão era: Quando você utiliza a internet para pesquisas
acadêmicas, qual fonte você mais utiliza? O objetivo era identificar o tipo de
navegação e a relação com a internet durante a pesquisa acadêmica. Entre as
respostas obtidas, 62% utilizam o Google acadêmico como principal fonte para
pesquisas acadêmicas. Seguido por banco de teses e dissertações e outros.
A partir destes dados, podemos observar uma clara preferência pelo
Google em relação às demais ferramentas de busca. Isso se deve,
principalmente, à prévia utilização do Google, que é o site mais acessado no
Brasil, segundo aplicativo Alexa8
, que mede a audiência e ranking dos sites.
O uso de bancos de teses e dissertações é a segunda fonte mais
utilizada e seu uso não está relacionado ao grau de escolaridade, pois as
respostas variam entre estudantes de graduação, mestrado e doutorado. Os
demais itens, também não apresentam relação com o grau de escolaridade, o
que indica uma preferência dominante do Google em detrimento das demais
fontes de busca.
Por outro lado, é importante ressaltar o conhecimento e utilização das
demais ferramentas, bem como de outras não nomeadas como sugestão de
resposta, como o banco de teses e dissertação da Capes, Scielo, Portal de
Periódicos da Capes IBICT, Repositórios de universidades nacionais e
internacionais, entre tantos outros cujo acesso é menos habitual.
8
Disponível em: http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/gadgets/noticia/2961393/sites-
mais-acessados-brasil-segundo-site-alexa . Acesso em Outubro de 2014.
32
Gráfico 5 – Principal fonte de pesquisas acadêmicas
A sexta questão era “Com que frequência você fica conectado à
internet?“ Esta tinha como objetivo identificar o tempo que os estudantes
permanecem conectados e comparar com a pergunta seguinte, sobre o tempo
on-line que se dedicam às pesquisas acadêmicas. As respostas indicam que a
maioria dos internautas passa de 5 a 7 horas (35%) e 8 horas ou mais (35%)
conectados à internet diariamente. Estes representam 35% cada, seguidos por
27% que permanecem conectados de 2 a 4 horas e 3% que utilizam a internet
até uma hora por dia.
De acordo com as respostas obtidas, podemos identificar que os
estudantes passam muitas horas do dia conectados, o que reafirma a
dependência da internet e a preferência por aparelhos móveis, para que a
conectividade acompanhe o dia a dia. Estes 35% que passam 8 horas ou mais
conectados, é o grupo que mais provavelmente também se utiliza do celular
como ferramenta de acesso à internet, pois pode representar até metade do dia
que o estudante passa acordado, considerando uma rotina de 8 horas diárias
de sono.
33
Gráfico 6 – Frequência com que utiliza a internet
A questão seguinte era “Das horas que passa navegando na internet,
quanto tempo se dedica a fazer pesquisas acadêmicas?” Esta tinha como
objetivo identificar o tempo que os estudantes se dedicam às pesquisas
acadêmicas em relação ao tempo que realmente estão conectados. A maioria,
59% utiliza menos de uma hora por dia para se dedicar às pesquisas
acadêmicas, enquanto 35% utiliza de 2 a 3 horas por dia, 4% utiliza 6 horas ou
mais e 2% de 4 a 5 horas por dia.
34
Gráfico 7 – Tempo que utiliza a internet para pesquisas acadêmicas
A quantidade de horas também está coerente com a quantidade de
pessoas que afirmam utilizar a internet, principalmente, para trabalho. Mesmo
que se dediquem às pesquisas acadêmicas, o tempo dedicado a isso é
escasso se comparado ao tempo que de fato, estão conectados.
Anteriormente, a pesquisa identificou que 21% dos entrevistados utilizam a
internet, principalmente, para pesquisas acadêmicas, o que também está
coerente com o gráfico a seguir, que mostra que, mais de 21% dos
entrevistados respondeu que se dedica mais de 2 horas por dia para acessar
conteúdos acadêmicos, e mais de 21% dos entrevistados também afirmam
utilizar a internet de 2 a 4 horas por dia, o que está em conformidade com os
dados apresentados no gráfico.
Como podemos observar no próximo gráfico, a dedicação acadêmica
não está relacionada à maior quantidade de tempo conectada à internet. A
seguir, o gráfico apresenta a porcentagem das pessoas que passam 8 horas ou
mais conectadas diariamente. A maioria, no entanto, dedica-se menos de uma
35
hora por dia às pesquisas acadêmicas. Foram obtidas apenas quatro respostas
de pessoas que utilizam 6 horas ou mais para pesquisas acadêmicas e todas
estão entre as pessoas que utilizam a internet 8 horas ou mais por dia e
representam 12% deste grupo e 4% de todas as respostas.
Gráfico 8 – Tempo diário x dedicação acadêmica
Este gráfico, assim como os anteriores, reafirma a coerência nas
respostas obtidas. Todas as respostas das pessoas que dizem permanecer 6
horas ou mais conectadas se dedicando às pesquisas acadêmicas
correspondem às pessoas que passam 8 horas ou mais na internet e que a
utilizam principalmente para pesquisar.
A última pergunta é assim elaborada: Como você classifica a
importância da internet para seu aprendizado acadêmico? O objetivo era
identificar o ponto de vista do estudante diante da relação internet e
aprendizagem. Não foram obtidas respostas que considerassem a internet
nada importante para a aprendizagem. Apenas 1% respondeu que a internet é
pouco importante para a aprendizagem, enquanto 39% considera muito
36
importante e 43% considera a internet extremamente importante para o
aprendizado acadêmico. Embora 59% dos entrevistados utilizem menos de
uma hora por dia para fazer pesquisas acadêmicas, ou seja, a maioria das
respostas obtidas, estes mesmos estudantes consideram a internet como uma
ferramenta importante para a aprendizagem.
Gráfico 9 – Importância da internet para a aprendizagem
Estes resultados apontam uma relação proveitosa da internet para o
processo de aprendizagem sob o ponto de vista dos estudantes, que cada vez
mais estão conectados, dependentes em diversos níveis da internet e seus
recursos para suas atividades pessoais e sua rotina.
Today’s students need highly personalized coaching, mentoring, and other
supports tailored to their individual needs and goals. Technology holds huge
promise for making this kind of personalization possible by enabling colleges to
effectively target the most costly and most important aspect of any education –
the interactions with instructors and advisors. (GREENSTEIN, 2013)
37
De acordo com Dan Greenstein, do blog Inside Higher Education9
, os
estudantes precisam de uma orientação personalizada para atingirem seus
objetivos. A tecnologia é um grande passo para tornar isso possível, pois
permite às universidades uma maneira de atingir as metas com baixo custo e
de maneira abrangente, promovendo mais interação entre o estudante e o
professor. Essa visão aponta a internet como um facilitador para o ensino, uma
forma de atender o estudante de acordo com as suas necessidades, com suas
características individuais para potencializar a aprendizagem on-line, tirando
proveito das suas características e da frequência com que as pessoas já
utilizam a internet. Para os estudantes, a oportunidade de poder aprender e ter
acesso a uma infinidade de conteúdos é significativa e reconhecida por eles,
mesmo que não seja de fato utilizada.
9
https://www.insidehighered.com/
38
2.1 CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos, podemos inferir que os estudantes
universitários percebem a internet como uma ferramenta extremamente útil,
tanto para as tarefas diárias, quanto para auxiliar a aprendizagem. A principal
utilidade da internet para 40% destes estudantes é relacionada a trabalho,
seguida por entretenimento, pesquisas acadêmicas e relacionamento, o que
nos permite concluir que a maioria, ou seja, 60% utilizam a internet em casa.
Os resultados respondem aos objetivos desta pesquisa que eram: identificar a
percepção dos alunos universitários sobre as tecnologias digitais de informação
e comunicação; entender para que fins os estudantes universitários utilizam as
TDICs10
e identificar a sua utilização pelos estudantes universitários.
Diante dos resultados, faz-se extremamente pertinente o
questionamento sobre a atual utilização das tecnologias por estes estudantes e
como os professores poderiam utilizar a internet para transformar
eficientemente o potencial das tecnologias digitais; transformando
entretenimento em aprendizagem.
O papel do professor como líder e guia é essencial e pode ser o
maior influenciador de como efetivamente os alunos aprendem em
ambientes online. De acordo com StudyMode, 65% da população é
composta de aprendizes visuais. Quando professores compartilham
vídeos gravados pessoalmente, demonstrando conceitos complexos
em ação, como um processo químico ou circuito elétrico, a gravação
atrai naturalmente a este público... Alguns dos sites mais populares
de educação online, tais como a Khan Academy, fazem uso de
vídeos para tornar a aprendizagem mais envolvente. (HORIZON
REPORT 2014
11
)
Os estudantes universitários, que em sua maioria, são jovens,
habituados e familiarizados com as tecnologias digitais, precisam de orientação
para utilizar e tirar proveito acadêmico das ferramentas disponíveis. Ao
identificar que o Google é a principal ferramenta de busca para pesquisas
acadêmicas, podemos inferir que há a possibilidade de um desconhecimento
das outras ferramentas, das bibliotecas e repositórios on-line e banco de teses
e dissertações, locais com ricos materiais acadêmicos, os quais podem
subsidiar pesquisas e aprendizagem.
10
TDICS – Tecnologias digitais de informação e comunicação.
11
Disponível em: http://cdn.nmc.org/media/2014-nmc-horizon-report-he-PT.pdf
Acesso em novembro de 2014.
39
Neste universo cheio de informações, a navegação é descontínua e com
informações demasiadas e excessivas, o que pode fazer com que o estudante
perca o foco de uma pesquisa acadêmica, por exemplo, enquanto navega.
Esse tipo de situação é comum, pois a internet possibilita várias situações ao
mesmo tempo, fazendo com que o estudante tenha uma experiência
simultânea na internet e ainda pela linguagem hipertextual que possibilita.
Inicialmente, isso pode parecer um problema para transformar o entretenimento
em aprendizagem, mas uma pesquisa realizada por Galvão et al (2014), com
jovens entre 11 e 35 anos, denominado como um grupo “Geração Internet”,
pois cresceram com o convívio da ferramenta, aponta que:
Os jovens da GI querem estar envolvidos em tudo e o tempo todo, desejam
absorver e compartilhar tudo aquilo que é de interesse próprio. Estão
conectados com o mundo todo a partir de qualquer lugar e em qualquer hora,
nos mais variados segmentos: sociais, acadêmicos, econômicos ou
profissionais. Pela pesquisa, comprovou-se que essa geração apresenta a
habilidade descrita por Prensky (2001) de processar mais de uma atividade por
vez e realizar múltiplas tarefas, eles estão acostumados com a dinâmica e
rapidez do hipertexto, com uma biblioteca disponível em seus notebooks e com
a interação síncrona das mensagens instantâneas. (GALVÃO, GROSSI, et al,
2014. P. 20)
A partir desta citação, podemos concluir que os estudantes possuem a
habilidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo e conseguir um bom
resultado com este tipo de utilização, pois estão acostumados com a internet e
sua velocidade. O uso massivo das tecnologias digitais, ocasiona uma
mudança no comportamento das pessoas, o que, consequentemente, afeta a
maneira como se relacionam, como aprendem e como fazem uso das
ferramentas.
As novas possibilidades de criação coletiva distribuída, aprendizagem
cooperativa e colaboração em rede oferecidas pelo ciberespaço colocam
novamente em questão o funcionamento das instituições e os modos habituais
de divisão do trabalho, tanto nas empresas como nas escolas. Como manter as
práticas pedagógicas atualizadas com esses novos processos de transação de
conhecimento? Não se trata aqui de usar as tecnologias a qualquer custo, mas
sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização
que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a
cultura dos sistemas educacionais tradicionais e sobretudo os papéis de
professor e de aluno. (LÉVY, p. 172)
O uso massivo das tecnologias digitais está modificando cada vez mais
o comportamento e a quantidade que os estudantes passam conectados,
40
tornando-os cada vez mais dependentes da interação. Os estudantes
universitários reconhecem a significância da internet para pesquisas
acadêmicas, sua amplitude e a infinidade de conteúdos que podem ser
acessados facilmente, mas como Lévy explica, não basta utilizar a tecnologia
por usar, mas sim, com um propósito definido, tanto por parte do professor,
quanto do aluno.
Dessa maneira, faz-se, importante uma reflexão sobre as melhores
formas de utilizar e obter proveito acadêmico das tecnologias digitais e do
acesso livre que a internet proporciona, uma vez que o uso das tecnologias e
da internet é crescente e irreversível. Cabe ao estudante utilizar e se valer das
potencialidades acadêmicas das tecnologias digitais de maneira positiva, pois
já possui uma relação de quase dependência da internet para tarefas diárias,
relacionamento, entretenimento e considera a internet como uma ferramenta
importante para a aprendizagem, só falta aprender a tirar proveito acadêmico
de tudo isso.
41
REFERÊNCIAS
CECÍLIO, Sálua. ROSA, Rosemar. Educação e o uso pedagógico das
tecnologias da informação e comunicação: a produção do conhecimento em
análise. 2010. Disponível em:
http://www.ufjf.br/revistaedufoco/files/2011/05/Artigo-0x-15.1-Rosemar.pdf.
Acesso em Janeiro de 2014.
COLL, César, MONEREO, Carles. Psicologia da educação virtual: aprender e
ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Trad. Naila
Freitas. Porto Alegre: Artmed, 2010.
DALFOVO, Michael Samir; LANA, Rogério Adilson; SILVEIRA, Amélia.
Métodos quantitativos e qualitativos: um resgate teórico. Revista Interdisciplinar
Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.4, p.01-13, Sem II. 2008.
ESCOBAR, Juliana Lúcia. A internet e a democratização da informação:
proposta para um estudo de caso. 2005. Trabalho apresentado no V Encontro
dos núcleos de pesquisa da Intercom do XXVIII Congresso Brasileiro de
Ciências da Comunicação, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em:
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R1363-1.pdf .
Acesso em outubro de 2014.
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Pesquisa anual sobre o uso da tecnologia
da informação. 2014. Disponível em:
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-supera-eua-em-telefones-
por-habitante-imp-,1158358. Acesso em outubro de 2014.
FLUSSER, Vilem. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da
comunicação. Org. Rafael Cardoso. Trad. Raquel Abi-Sâmara. São Paulo:
Cosac Naify, 2007.
GALVÃO, Reinaldo, GROSSI, Márcia, et al. A utilização das tecnologias
digitais de informação e comunicação nas redes sociais pelos universitários
brasileiros. Texto Digital, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 4-23, jan./jul. 2014.
ISSNe: 1807-9288. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/textodigital/article/view/1807-
9288.2014v10n1p4/27423. Acesso em outubro de 2014.
GALVÃO, Reinaldo, JESUS, Patrick, RAMOS, Shirley. As tecnologias digitais
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2012. Disponível em: http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Anais_2012/GT-
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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2010.
GREENSTEIN, Dan. Change is Coming. 2013. Disponível em:
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LÉVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora
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influenciam o desempenho acadêmico?. Universidade Católica de Brasília.
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42
O’REILLY, Tim. Disponível em: http://www.brasilescola.com/informatica/web-
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SANTAELLA, Lúcia. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-
humano. Revista FAMECOS. n.22. Porto Alegre. 2003. Disponível em:
http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/famecos/article/viewFile/229/17
4. Acesso em outubro 2014.
WHERTHEIN, Jorge. A sociedade da informação e seus desafios. Brasília.
2000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n2/a09v29n2.pdf. Acesso
em agosto de 2014.
43
APÊNDICE
1. QUESTIONÁRIO
44
Fonte: Elaborado pela autora.

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Uso de tecnologias digitais por estudantes universitários

  • 1. THAIS TIEMI YAMANARI O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS POR ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Londrina 2014
  • 2. THAIS TIEMI YAMANARI O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS POR ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Docência no Ensino Superior, apresentado ao Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina. Orientadora: Prof. Ms. Dirce Ap. Foletto de Moraes Londrina 2014
  • 3. THAIS TIEMI YAMANARI O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS POR ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Docência no Ensino Superior, apresentado ao Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina. COMISSÃO EXAMINADORA ____________________________________ Prof. Ms. Dirce Ap. Foletto de Moraes Universidade Estadual de Londrina ____________________________________ Universidade Estadual de Londrina ____________________________________ Universidade Estadual de Londrina Londrina, ______de_______________________ de 2014.
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço a minha orientadora, professora Dirce, quem tanto me ensinou com paciência e dedicação. Aos meus pais, irmã e Felipe, que estão sempre ao meu lado e enchem minha vida de amor. Aos amigos, sempre.
  • 5. “(...) ler-se-ão, segundo espero, não as certezas de uma doutrina, nem mesmo as conclusões invariáveis de uma pesquisa, mas antes as crenças, as tentações, as provas de uma aprendizagem.” Roland Barthes
  • 6. YAMANARI, Thais Tiemi. O uso de tecnologias digitais por estudantes universitários. Trabalho de Conclusão do Curso de Docência no Ensino Superior – Universidade Estadual de Londrina, 2014. RESUMO Essa pesquisa tem como objetivo identificar o uso que os estudantes universitários fazem das tecnologias digitais atualmente. Para o desenvolvimento do estudo, utilizou-se como metodologia de pesquisa pressupostos da abordagem quantitativa e qualitativa constituindo-se como exploratória e descritiva. A pesquisa bibliográfica e de campo compõem o conjunto de procedimentos investigativos. Para tanto, foram coletadas informações por meio de um questionário on-line com o propósito de identificar os hábitos e usos dos estudantes universitários. Os resultados indicam que embora os estudantes entrevistados considerem a internet uma ferramenta importante para a aprendizagem, o principal uso e dedicação das horas que passam conectados não é para finalidade acadêmica. Palavras-chave: Educação Superior, Comunicação, Tecnologias digitais.
  • 7. YAMANARI, Thais Tiemi. The use of digital technologies by college students. Post Graduation – Teaching in higher education. Universidade Estadual de Londrina, 2014. ABSTRACT This research has as main purpose identify the actual use of digital technologies by college students. To develop the study, was used as research methodology assumptions of quantitative and qualitative approach becoming as exploratory and descriptive. The literature and field research make up the set of investigative procedures. Therefore, information was collected through an online questionnaire in order to identify the habits and practices of digital technologies by college students. The results indicate that although the students interviewed consider the Internet an important tool for learning, the main use and dedication of hours spent online is not for academic purpose. Keywords: Higher education, Communication, Digital technologies
  • 8. LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – TECNOLOGIA QUE MAIS UTILIZA NO DIA A DIA...................26 GRÁFICO 2 – IMPORTÂNCIA DA INTERNET EM SUA VIDA.........................28 GRÁFICO 3 – PRINCIPAL UTILIDADE DA INTERNET ...................................29 GRÁFICO 4 – UTILIZAÇÃO ACADÊMICA X GRAU DE ESCOLARIDADE .....30 GRÁFICO 5 – PRINCIPAL FONTE DE PESQUISAS ACADÊMICAS ..............32 GRÁFICO 6 – FREQUÊNCIA COM QUE UTILIZA A INTERNET ....................33 GRÁFICO 7 – TEMPO QUE UTILIZA A INTERNET PARA PESQUISAS ACADÊMICAS...................................................................................................34 GRÁFICO 8 – TEMPO DIÁRIO X DEDICAÇÃO ACADÊMICA.........................35 GRÁFICO 9 – IMPORTÂNCIA DA INTERNET PARA A APRENDIZAGEM.....36
  • 9. LISTA DE TABELAS TABELA 1 – AMOSTRAGEM X PRINCIPAL USO DA INTERNET ..................31
  • 10. LISTA DE APÊNDICE 1. QUESTIONÁRIO...........................................................................................43
  • 11. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................12 1. TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO CENÁRIO SOCIAL E EDUCACIONAL .............................................................17 2.1. TDIC NO CONTEXTO EDUCACIONAL.....................................................22 2. ANÁLISE SOBRE O COMPORTAMENTO DO ESTUDANTE E SUA RELAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS DIGITAIS...............................................26 2.1 CONCLUSÃO.............................................................................................38 REFERÊNCIAS.................................................................................................41 APÊNDICE........................................................................................................43
  • 12. 12 INTRODUÇÃO A preocupação em relação à necessidade de uma regulamentação para o uso da internet levou, em abril de 2014, a presidente do Brasil, Dilma Roussef, a sancionar o Marco Civil da Internet1 , uma lei que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil, que prevê, no Artigo 26, o cumprimento do dever constitucional do Estado em como promover a educação em todos os níveis de ensino, o qual inclui a capacitação integrada a outras práticas educacionais para o uso seguro, consciente e responsável da internet como ferramenta para o exercício da cidadania, a promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico. Uma vez que legislamos sobre a tecnologia, podemos inferir que há um impacto na sociedade. Isso significa que atualmente o uso das tecnologias digitais é comum para diversas tarefas do cotidiano, desde as mais simples, até as mais elaboradas. Atividades, algumas, inimagináveis sem a utilização massiva das tecnologias digitais, como videoconferências, agendamentos on- line, delivery on-line, entre outras. Até pouco tempo, não existiam celulares, notebooks, tablets, internet, copiadoras e até mesmo projetores. As televisões tinham poucos recursos e, para reproduzir um filme, era necessário uma fita VHS e um videocassete. Nas salas de aula, utilizar a televisão era sair da rotina. Hoje, os dispositivos habilitados com internet, não só possuem o recurso de interação por ligações, mensagens, vídeos, bate-papo, mas também, dão acesso a infinitas funções por meio de um simples clique. Tais aparatos tecnológicos modificaram a rotina das pessoas, pois são utilizadas para simples tarefas do dia a dia e para entretenimento, porém, com pouco foco em ferramentas que auxiliam a aprendizagem. Nas universidades, a utilização de celulares é algo comum, em algumas escolas da educação básica, crianças já convivem com aparelhos touchscreen e diversos outros recursos frequentemente. Essas crianças, ao chegarem ao ensino superior, provavelmente, serão usuárias frequentes das novas tecnologias, utilizando os 1 Disponível em: http://www.andifes.org.br/wp-content/files_flutter/1398435500marcointernet.pdf. Acesso em agosto de 2014.
  • 13. 13 recursos desde atividades para o dia a dia como profissionalmente, visto que essa inserção no universo digital é um caminho sem volta. É sabido que as tecnologias digitais impactaram o comportamento dos seres humanos, em especial, nas últimas décadas em que as mudanças têm sido cada vez mais velozes. Isso ocorreu não somente em razão do desenvolvimento tecnológico, mas principalmente, pela adesão em massa aos recursos proporcionados pelas tecnologias digitais. Essa massificação fez com que a interação e a comunicação não presencial se tornassem frequentes, uma prática que não era possível até a utilização constante de aparelhos móveis, como o celular, munido de internet e linha telefônica, facilitando a comunicação via telefone ou mesmo, videoconferência. Embora as tecnologias tenham impactado as pessoas, essa mudança não parece ser aproveitada nas salas de aula, onde a interação, palavra-chave da educação se desencontra com o modo de uso dos aparelhos tecnológicos, afastando-a das possibilidades educativas que tais ferramentas poderiam oferecer. Hoje, no cenário das Universidades públicas, poucas são as que possuem aparatos para proporcionar o convívio entre aluno e tecnologia e tentar extrair dessa relação benefícios para o trabalho acadêmico. Mesmo assim, individualmente, os estudantes têm acesso à internet frequentemente e ao observar este uso frequente das tecnologias digitais, pode-se notar uma dependência por parte do estudante. Com a massificação do uso das tecnologias digitais, o cenário acadêmico ampliou-se, enriqueceu-se e criou novos hábitos entre estudantes universitários, que acabam trocando a biblioteca presencial pelas ferramentas digitais de pesquisa e também utilizam este meio de comunicação como espaço de relacionamento social e mais interação. Isso se deve ao fácil intercâmbio de informações entre pessoas de qualquer lugar do mundo, que, através de um clique, podem se comunicar com o outro, e isso é possível, não apenas pela tecnologia, mas pelo comportamento de se utilizar ferramentas como a internet em computadores e celulares para difundir o conhecimento, criar bancos de conteúdos acadêmicos relevantes e selecionados.
  • 14. 14 Assim, levando em consideração que no contexto social o uso das TDICs2 voltam-se quase que diretamente ao entretenimento e que são poucas as instituições educativas que aproveitam o potencial que tais ferramentas proporcionam para ampliar as experiências de aprendizagem. Diante disto, a inquietação se dá em função de como e para que propósito o estudante universitário utiliza a tecnologia e como se relaciona com a internet e suas ferramentas para a aprendizagem. Para tanto, surge um problema de investigação: Que tipo de uso os acadêmicos fazem das tecnologias digitais? Eles as utilizam para fins acadêmicos, especificamente para aprender, ou seu uso se volta para o entretenimento? A partir desta situação-problema, o objetivo é compreender o significado das tecnologias digitais sob a ótica dos estudantes da educação superior em suas atividades acadêmicas. Para isso, alguns objetivos específicos foram delineados: identificar a percepção dos alunos universitários sobre as tecnologias digitais de informação e comunicação; entender para que fins utilizam as TDICs e identificar a sua utilização pelos estudantes universitários. Para responder aos objetivos aqui propostos esta pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa quanto aos meios de investigação, que compreende uma [...] partilha densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair desse convívio os significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção sensível e, após este tirocínio, o autor interpreta e traduz em um texto... os significados patentes ou ocultos do seu objeto de pesquisa. (CHIZZOTTI, 2003, p. 221) A pesquisa também se enquadra como quantitativa, uma vez que: a coleta de dados enfatizará números (ou informações conversíveis em números) que permitam verificar a ocorrência ou não das consequências, e daí então a aceitação (ainda que provisória) ou não das hipóteses. (DALFOVO et al, 2008) No que se refere a modalidade, esta é definida como exploratória e descritiva. De acordo com GIL (2010, p.41), a pesquisa exploratória tem como 2 TDICs – Tecnologias digitais de informação e comunicação.
  • 15. 15 principal objetivo o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições”. Ainda de acordo com o mesmo autor, a pesquisa descritiva: [...] tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis características mais significativas estão na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionários e a observação sistêmica. (GIL, 2010, p.1) Nesta pesquisa foram utilizadas referências bibliográficas sobre o foco de estudo em questão, um questionário com perguntas objetivas, o qual foi disponibilizado por um período de dez dias por meio da ferramenta formulário do Google Drive, disseminado por meio da rede social Facebook em grupos universitários. O questionário foi direcionado para universitários de todos os cursos de graduação e, pós-graduação, envolvendo lato senso e stricto senso. As oito questões foram previamente testadas em um grupo de dez pessoas a fim de identificar dificuldades na resposta e falhas na interpretação das questões, sendo todas elas de múltipla escolha, o questionário foi ajustado e validado. Dessa maneira, as questões se mostraram eficientes para que as informações fossem analisadas quantitativa e qualitativamente para se identificar um padrão entre as respostas e assim, responder aos objetivos da pesquisa. As informações foram analisadas em forma de gráficos e texto e justapostas às teorias relacionadas. A partir daí, têm-se, então, os objetivos específicos e o geral compreendidos e material para pesquisas subsequentes. Este trabalho está dividido em três capítulos que são: introdução; tecnologias digitais e estudantes universitários e considerações finais. A introdução explica a metodologia, objetivos e situação-problema a fim de situar sobre a pesquisa e suas motivações. No primeiro capítulo, um panorama sobre as tecnologias digitais de informação e comunicação é apresentado na busca pela compreensão e contextualização do cenário atual no que se refere às implicações comportamentais e mudanças educacionais causadas pela presença e utilização massiva de tecnologias, nos âmbitos sociais e educacionais. No segundo e último capítulo, o questionário feito com estudantes universitários é explicado e, juntamente, apresenta-se a análise dos dados coletados sobre o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação
  • 16. 16 pelos estudantes universitários. Nas considerações finais, resultados obtidos são discutidos e os objetivos e problemas propostos pela pesquisa são retomados.
  • 17. 17 1 TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO CENÁRIO SOCIAL E EDUCACIONAL As tecnologias digitais, principalmente aquelas mediadas pela internet, vem mudando o comportamento das pessoas que têm acesso e usufruem de suas possibilidades. De acordo com Reinaldo Galvão (2012), as tecnologias digitais de informação e comunicação são um conjunto de equipamentos e aplicações tecnológicas, que têm na maioria das vezes, a utilização da internet como meio de propagação e que se tornam um canal de aprendizagem. Através da internet é possível compartilhar informações de maneira instantânea, como explica Coll, Monereo, et al: Graças à interligação entre diferentes computadores digitais e à internet chegamos, assim, strictu sensu, à sociedade da informação, que poderíamos definir como um novo estágio de desenvolvimento das sociedades humanas, caracterizado, do ponto de vista das TIC, pela capacidade de seus membros para obter e compartilhar qualquer quantidade de informação de maneira praticamente instantânea, a partir de qualquer lugar e na forma preferida, e com um custo muito baixo. Neste momento, por outro lado, já estamos iniciando uma nova subetapa, caracterizada pelo desenvolvimento das redes sem fio e pela internet móvel, os quais podem tornar possível a velha conectividade total. (COLL, MONEREO, et al, 2010, p. 20) Como explica Coll, Monereo, et al (2010), quanto maior for a acessibilidade e a adaptabilidade das tecnologias de informação e comunicação, maior será a usabilidade e vice-versa. Assim, quanto maior a usabilidade, mais impacto na rotina e no cotidiano das pessoas. Apesar da universalização do acesso ainda ser uma utopia, ela avança de maneira enorme e não parece ter retorno. Nesta etapa em que as tecnologias estão inseridas e sendo frequentemente utilizadas, empresas de hardware e software sentem a necessidade de aproximar os computadores das mentes dos aprendizes, colocando o usuário como protagonista e despertando o interesse em participar desse desenvolvimento de maneira colaborativa. De acordo com o mesmo autor, essa corrente que coloca o usuário como difusor de conteúdo é conhecida como web 2.0. 3 3 Termo criado por Tim O`Reilly em 2003, em que classifica a internet como uma plataforma onde o usuário não apenas usufrui, como também contribui.
  • 18. 18 Na web 2.0 os usuários, além de consumidores de informação são produtores de conteúdo, um papel, antes, pouco provável, já que anteriormente a informação era apenas consumida, vinha pronta dos meios de comunicação de massa. Isso se deve à quantidade e à velocidade como as pessoas recebem as notícias, fazendo com que, além de consumir, passem também a produzir conteúdos de maneira livre e sem fronteiras, em um ambiente onde a disseminação das informações seja mais democrático. Assim, pode-se considerar que a internet, sobretudo através dos blogs que facilitaram extremamente os procedimentos de criação de um site, possibilita uma considerável democratização da produção de informações uma vez que torna possível, a qualquer cidadão comum, explicitar suas opiniões dispondo dos mesmos recursos que uma grande corporação de comunicação – uma rede mundial de computadores – sendo capaz de atingir potencialmente, o mesmo número de pessoas que tais corporações. Comparativamente, pode- se dizer que a internet é muito mais democrática do que o jornal, a TV e o próprio rádio na medida em que torna menos complexo tecnicamente e menos oneroso economicamente para o indivíduo, sozinho, fazer-se presente na mídia. (ESCOBAR, 2005, p.5) Os blogs, por exemplo, abriram o cenário para a democratização da produção de informações que vem se alterando desde então. Hoje, as redes sociais se transformaram em canais de venda, de entretenimento e em especial, de produção e consumo de informações. É possível, por exemplo, observar claramente a exposição pessoal, ideológica e/ou mercadológica por trás das informações propositalmente transmitidas e como os usuários se utilizam dessas ferramentas. De acordo com Lévy (2007) esse processo comunicativo em que os usuários também produzem conteúdos e disseminam informação é chamado de inteligência coletiva, pois é uma forma de utilizar a internet de forma plena e interativa. Essa possibilidade de interagir entre as pessoas instantaneamente favoreceu a troca de ideias e informações de maneira rápida e simultânea, que a cada dia, seduz mais e mais usuários. É importante ressaltar que o número de usuários ativos nas redes sociais tem crescido cada vez mais. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), Nielsen Online, unidade do Grupo IBOPE que promove pesquisa sobre internet no Brasil e na América Latina, em julho de 2012, um total de 40,3 milhões de pessoas acessaram sites como Facebook e Twitter, blogs, fóruns e outras páginas de relacionamento. O estudo
  • 19. 19 complementa que o número representa um aumento de 5,7% na comparação com o mesmo período de 2011. (GALVÃO, GROSSI, et al, 2014, p. 11 e 12) Lévy (1999) denomina esse novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores de ciberespaço, que permite, ainda de acordo com o autor, o surgimento do neologismo “cibercultura”, que é o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço. A emergência do ciberespaço é fruto de um verdadeiro movimento social, com seu grupo líder (a juventude metropolitana escolarizada), suas palavras de ordem (interconexão, criação de comunidades virtuais, inteligência coletiva) e suas aspirações coerentes. (LÉVY, 1999, p.123) Esse grupo líder que Lévy (1999) cita abriga, em sua grande maioria, os jovens, dentre eles, os estudantes universitários. Estes fomentam a virtualidade e o ciberespaço, onde experimentam novas formas de interação. O novo homem não é mais uma pessoa de ações concretas, mas sim um performer (Spieler): Homo ludens, e não Homo faber. Para ele, a vida deixou de ser um drama e passou a ser um espetáculo. Não se trata mais de ações, e sim de sensações. O novo homem não quer ter ou fazer, ele quer vivenciar. (FLUSSER, 2007, P.58) Como explica Flusser (2007), o homem busca a experiência, o sentimento e a sensação, em detrimento do real. A virtualidade, as tecnologias digitais, em sua universalidade e riqueza de informações e conteúdos, permitem ao usuário acesso à situações antes possíveis apenas com a presença. Por meio do uso das tecnologias atuais é possível compartilhar informações atualizadas sobre e de qualquer parte do mundo instantaneamente, despertando a sensação de estar em locais diferentes e de viver situações virtualmente. Esse novo comportamento e satisfação em viver no mundo virtual impactaram a sociedade. Jorge Werthein (2000) explica o termo Sociedade da Informação como uma maneira de transmitir o conteúdo específico do novo paradigma técnico-econômico, em que o fator-chave não se refere mais os insumos de energia, mas aos insumos de informação, propiciados pelos avanços tecnológicos. Essa sociedade tem como características fundamentais:
  • 20. 20 informação como matéria-prima, efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade na sociedade, predomínio da lógica de redes, flexibilidade e crescente convergência de tecnologias. Nessa perspectiva, os celulares devem ser compreendidos como instrumentos que podem aumentar as possibilidades de emissão e de recepção de informações, ampliando as probabilidades de comunicação mas não garantindo, necessariamente, um maior enriquecimento do processo comunicativo. Isso vai contra os jargões da época que insistem em nos dizer que estamos na sociedade da comunicação, de uma ampliação das formas de comunicação humana... A era da conexão não é necessariamente uma era da “comunicação”. (LEMOS. P. 9) Ainda de acordo com Lemos (2005), a grande mudança está mais ligada à mobilidade do que as tecnologias. Hoje, com a internet sem fio, o Wi-Fi, não temos “pontos de acesso”, mas sim, “ambientes de acesso”, que descentraliza o usuário. Nesse novo cenário, não é o internauta que vai à rede e busca locais para se conectar, é a rede que vai ao internauta, em salas de aula, em casa e no trabalho. A pesquisa Juventude Conectada aponta que 75% dos jovens já utilizaram a internet na escola para atividades propostas em aula e 82% utilizaram a internet em casa para realizar as atividades. Números condizentes com a preferência por professores que também utilizam os recursos das tecnologias digitais e internet. A informatização da sociedade, que começa na década de 70 do século XX, parece já estar estabelecida nas principais cidades ocidentais desenvolvidas. O que está em jogo nesse começo de século XXI é o surgimento de uma nova fase da sociedade da informação, iniciada com a popularização da internet na década de 80, e radicalizada com o desenvolvimento da computação sem fio, pervasiva e ubíqua, a partir da popularização dos telefones celulares, das redes de acesso à internet sem fio (“Wi-Fi” e “Wi-Max”) e das redes caseiras de proximidade com a tecnologia “bluetooth”. Trata-se de transformações nas práticas sociais, na vivencia do espaço urbano e na forma de produzir e consumir informação. (LEMOS, p. 1- 2) A partir desta explicação, podemos inferir que a revolução, na verdade, não está relacionada somente aos avanços tecnológicos, mas sim, em sua utilização de forma massiva, ou como ele a denomina: pervasiva e ubíqua. Isso só é possível em razão dos aparelhos celulares munidos de internet, pois a mobilidade trouxe a utilização frequente. Para Santaella (2010), aprendizagem ubíqua remete-se à processos de aprendizagem abertos, ou seja, processos
  • 21. 21 espontâneos, assistemáticos e mesmo caóticos, atualizados ao sabor das circunstâncias e de curiosidades contingentes e que são possíveis porque o acesso à informação é livre e contínuo a qualquer hora do dia e da noite, esses processos são permitidos por dispositivos móveis. O que, de fato, ocasionou uma mudança comportamental e cultural, mas que está longe de substituir a educação formal, a informal e a não formal, na realidade, para a autora, são métodos que se complementam. A utilização das tecnologias e da internet de forma massiva e móvel pode ser explicada, também, pelo comportamento de consumo. De acordo com Lemos (2005), o celular e a televisão (TV digital), são vistos como formas de inclusão digital, pois já existem países, como o Brasil, em que há mais linhas telefônicas do que pessoas, ou seja, uma adesão crescente às tecnologias que criam uma nova dinâmica social, uma realidade em que as pessoas estão constantemente conectadas. Santaella (2003) explica que a cibercultura, assim como outros tipos de cultura, é proveniente de criaturas humanas e que não há separação entre a forma de cultura e o ser humano. As culturas são seres humanos e moldam nossa sensibilidade e nossa mente com a convivência. As tecnologias digitais, em especial, são tecnologias autoevolutivas e estão cada vez mais inteligentes, substituindo tarefas do dia a dia, como agenda, comunicação interpessoal e outras. Esse novo estilo de vida gera dúvidas em relação ao comportamento humano diante deste cenário, mas a autora afirma que, de acordo com as pesquisas na área da computação, que a tendência é que as máquinas fiquem parecidas com o ser humano e não o contrário. A rápida evolução do computador comparada com aquela de tecnologias anteriores, quando contrastada com a ausência de evolução na forma humana, levou o teórico e artista da realidade virtual Myron Krueger a prever que a interface última entre o computador e as pessoas estará voltada para o corpo humano e os sentidos humanos. (SANTAELLA, 2003, p. 31). Neste contexto, podemos inferir uma mudança real no cotidiano das pessoas por interferência das tecnologias, o que, consequentemente, se estende ao campo acadêmico, nas maneiras de se relacionar e em outras esferas do comportamento humano. O uso e acesso às novas tecnologias aumentam a cada dia e nesse cenário que caminha para a democratização de
  • 22. 22 aparelhos e ferramentas tecnológicas, além do uso cotidiano e para fins de entretenimento e trabalho, as possibilidades acadêmicas também se ampliam e possibilitam mudanças. 2.1. TDIC NO CONTEXTO EDUCACIONAL Castells (1999) explica que a habilidade ou falta dela diante das tecnologias, em especial das que são estrategicamente decisivas em cada período histórico traça o destino de uma sociedade. A existência de tecnologia ou sua ausência está relacionada à capacidade de transformação da sociedade. Ou seja, a maneira como lidamos com as mudanças transforma nosso cotidiano. Seu uso pode ser determinante se utilizado estrategicamente para possibilitar experiências diferenciadas no processo de ensino e de aprendizagem. Uma pesquisa qualitativa realizada com 162 alunos do 3º período do curso de Administração de duas faculdades de Manaus apontou que a utilização de TICs no processo de ensino aprendizagem reduziu o desempenho acadêmico dos estudantes investigados. A forma de utilização dessas tecnologias da informação e comunicação no processo de ensino e aprendizagem está focada na tecnologia como objetivo fim e não como um meio para o desenvolvimento do processo, dessa forma, o uso dessas TICs está desestimulando a leitura, a busca de informações e a pesquisa científica tão importantes para a produção de conhecimento. (NASCIMENTO, 2011. P.46) Uma pesquisa denominada Juventude Conectada, realizada pela Fundação Telefônica Vivo em parceria com o Ibope, Instituto Paulo Montenegro e a Escola do Futuro da USP, divulgada em agosto de 2014, ouviu 1440 jovens de 16 a 24 anos que fazem uso regular da internet em todas as regiões do Brasil. O resultado aponta que 38% dos jovens acreditam que no futuro, o professor passará a ser um orientador/tutor dos estudos, não apenas um transmissor de conhecimento. Além disso, 47% responderam que um bom professor é aquele que sabe utilizar a internet e os recursos tecnológicos para auxiliar no aprendizado dos alunos. Tendo em vista a percepção dos estudantes diante das tecnologias, os pontos favoráveis e desfavoráveis são basicamente que: se por um lado, o
  • 23. 23 estudante tem acesso às mais diversas informações e conteúdos a nível global, por outro lado, essa quantidade de informação, se mal utilizada, pode se tornar pouco útil e a pesquisa, um processo moroso e prejudicial ao ritmo de ensino. Coll, Monereo et. al (2010) explicam que os estudos de acompanhamento e avaliação realizados até agora mostram que em geral, as expectativas e os discursos sobre o uso das tecnologias nas salas de aula estão sensivelmente afastados da realidade. Mesmo porque, alguns locais dispõem de infraestrutura e acesso à internet banda larga, enquanto em outros locais a carência de recursos é enorme. Ainda de acordo com os mesmos autores, uma pesquisa realizada com responsáveis e técnicos das administrações educacionais, representantes das associações de professores, administradores de escolas e professorado, mostrou que os quatro grupos apresentaram uma atitude positiva diante da incorporação da internet na sala de aula; a realidade do uso da internet não corresponde à atitude positiva e ao potencial da internet para o ensino e aprendizagem; o uso mais frequente da internet é para aumentar o acesso à informação, mas não empregam as possibilidades oferecidas para a colaboração e difusão de informação. [...] as três razões assinaladas com mais frequência para explicar o uso escasso e restrito das possibilidade que, segundo esses mesmos coletivos, a internet oferece são: uma infraestrutura de apoio limitada, dificuldades para incluir a internet no currículo escolar e falta de um desenvolvimento profissional adequado do professorado. (COLL, et all, 2010, p. 71) A pesquisa Juventude Conectada também apontou que 24% afirmam que na internet tem muita informação, o que dificulta a seleção dos conteúdos. Outros 33% acreditam que a internet muitas vezes atrapalha, pois as redes sociais e entretenimento distraem o aluno, ou seja, se a utilização não é focada, o estudante pode se distrair ou com a quantidade de informações disponíveis ou com as redes sociais e outros canais de entretenimento e não alcançar o objetivo proposto na aula. Além destes dois contrapontos, outros argumentos podem reforçar ambas teses de que a internet auxilia ou não no processo de ensino e de aprendizagem. De acordo com Cecílio e Rosa (2010), no cenário atual, o maior
  • 24. 24 desafio dos professores é compreender seu papel como figura auxiliadora da aprendizagem e entender as tecnologias digitais e a inserção delas no processo de ensino e aprendizagem e não apenas como fonte de informação, já que a realidade aponta que muitos professores ainda não dominam as tecnologias como ferramentas pedagógicas potenciais na prática educacional com os alunos. Poucos professores conhecem suas potencialidades educativas para se transformar em recurso de ensino, pois, geralmente as utilizam como instrumento de busca, de uso individual. Diante disso, pouco se utilizará de tais potencialidades em sala de aula e também não instigará o aluno a entender as possibilidades de aprendizagem que as ferramentas oferecem. Neste contexto ameaçador, em que o professor precisa se reposicionar, é preciso a consciência de que a forte presença das tecnologias digitais não excluem ou substituem o professor em sala de aula, uma vez que as tecnologias não são, necessariamente, uma ferramenta que garante a eficácia quando se trata de comunicação. Porém, incorporar as tecnologias na escola supõe uma determinação pedagógica global, e não só uma ação técnica. Sua inclusão tem de convergir para as particularidades de cada escola, para que possam, de fato, beneficiar a comunidade escolar sem aprofundar ainda mais as diferenças econômicas e sociais, em especial entre as escolas públicas e particulares. Essa determinação se torna ainda mais relevante caso se considere que o uso das TICs em sala de aula ainda desafia alguns professores que se sentem inseguros para conciliar conteúdos acadêmicos com instrumentos e ambientes multimídia que não dominam plenamente. (CECÍLIO, ROSA, 2010, P.121) Os desafios, como Cecílio e Rosa (2010) apontam, vão além da intenção, domínio e conhecimento por parte dos professores. É preciso compreender e entender as possibilidades que as tecnologias possibilitam para usufruir dos benefícios de maneira a estimular o uso acadêmico nos estudantes, que já utilizam a internet para diversas tarefas. É preciso, também, a clareza de que a internet e as tecnologias digitais não são uma revolução na aprendizagem, elas ampliam as possibilidades, mas não garantem um processo cem por cento eficaz, ou seja, elas não são a solução para os problemas educacionais, mas podem ser boas alternativas para estimular o processo de ensino aprendizagem. Além disso, tecnologias sem domínio e conhecimento não têm utilidades e não atingem objetivos.
  • 25. 25
  • 26. 26 2 ANÁLISE SOBRE O COMPORTAMENTO DO ESTUDANTE E SUA RELAÇÃO COM AS TECNOLOGIAS DIGITAIS Para compreender e responder aos objetivos desta pesquisa, um questionário com oito questões foi aplicado e respondido por 95 estudantes, dentre eles, 51 de graduação, 30 de pós-graduação em nível de especialização e 14 de mestrado. Foram selecionados estudantes que estão em grupos acadêmicos e fazem uso da rede social Facebook de qualquer parte do Brasil. A rede social foi escolhida para a disseminação da pesquisa no ambiente on- line. O questionário composto de oito questões fechadas recebeu respostas durante 10 dias, entre os dias 16 e 26 de julho de 2014. A primeira pergunta do questionário foi: “Qual das tecnologias abaixo você mais utiliza no dia a dia?”. Esta questão tinha como objetivo identificar a tecnologia mais utilizada pelos estudantes universitários e verificar a coerência dos aparelhos em relação ao principal uso. As respostas foram: Gráfico 1 – Tecnologia que mais utiliza no dia a dia As respostas apresentam como destaque o celular e notebook, com 46% e 33% das respostas respectivamente. De acordo com a pesquisa anual sobre o uso da tecnologia da informação divulgada pela Fundação Getúlio Vargas em
  • 27. 27 abril de 2014, no Brasil, a proporção de linhas telefônicas é equivalente a 158% da população, sendo que a média mundial é de 115%. Ou seja, o Brasil possui mais linhas e aparelhos telefônicos do que pessoas, o que nos permite concluir que, há uma probabilidade de muitas pessoas possuírem um ou mais aparelhos celulares. A estimativa é de que em 2016, o número de computadores seja equivalente à população. Portanto, a utilização não se deve apenas à preferência por determinado dispositivo, mas também, pela quantidade de aparelhos disponíveis, pois o valor médio de um smartphone é consideravelmente menor que o valor médio de um notebook ou computador atualmente. Além disso, é importante considerar que o celular, por ser um dispositivo móvel, que acompanha a pessoa durante todo o dia, ao possuir tecnologia de acesso à internet, torna a utilização mais prática e consequentemente, mais frequente. A segunda questão era “Qual a importância da internet em sua vida?”. Esta tinha como objetivo identificar o grau de relevância da internet para os estudantes universitários de maneira que pudéssemos identificar uma dependência ou insignificância da rede na vida destes estudantes.
  • 28. 28 Gráfico 2 – Importância da internet em sua vida De acordo com as respostas, 56% dos pesquisados classificam a internet como uma ferramenta extremamente importante em suas vidas, 33% como muito importante e 11% classificam como importante. Ao considerar que não foram obtidas respostas que classificam a internet como nada importante, ou pouco importante, podemos identificar uma dependência, seja psicológica ou funcional da internet. Ou seja, 100% das respostas reconhecem a importância, em maior ou menor grau, da internet em suas vidas. Dentre os dos 56% que responderam que a internet é extremamente importante, podemos inferir que, provavelmente, as pessoas deste grupo não se imaginam sem a internet e que estas já estão inseridas em suas vidas assim como outras tecnologias, enquanto os demais avaliam a internet como uma ferramenta importante, mas não de forma dependente. De acordo com a reportagem da Revista IstoÉ4 , de setembro de 2013, estima-se que 10% dos brasileiros são viciados em internet. Ainda de acordo com a reportagem, segundo pesquisa da Navegg5 , empresa de análises de audiências on-line, o Brasil registrou um recorde de 105 milhões de pessoas conectadas no primeiro trimestre de 2013. Números e constatações compatíveis com o resultado desta pesquisa. A terceira questão era “Qual a principal utilidade da internet para você?”, esta tinha como objetivo identificar a principal utilização da internet pelos estudantes universitários. Das respostas obtidas, 40% utilizam a internet, principalmente, para o trabalho. Seguido por entretenimento, conteúdo acadêmico e relacionamento. As respostas referentes ao conteúdo acadêmico não estão relacionadas a um maior grau de escolaridade, dentre as respostas, 50% representam estudantes de graduação, 25% estudantes de pós- graduação e 25% estudantes de mestrado. 4 Reportagem disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/326665_VITIMAS+DA+DEPENDENCIA+DIGITAL . Acesso em outubro de 2014. 5 A Navegg é a primeira empresa brasileira totalmente dedicada à segmentação de audiência online.
  • 29. 29 Gráfico 3 – Principal utilidade da internet Dados da Serasa Experian6 apontam que o brasileiro passa mais tempo no Youtube, Twitter e Facebook do que internautas do Reino Unido e dos EUA. Das respostas obtidas, 40% afirmam utilizar a internet, principalmente, e não exclusivamente, para trabalho, enquanto os demais, utilizam para relacionamento, entretenimento e conteúdo acadêmico. Isso nos indica que mesmo que o maior índice de respostas esteja relacionado à trabalho e que 21% utilizem a internet principalmente para fins acadêmicos, o entretenimento e relacionamento representam uma quantia considerável maior que em outros países, onde eles devem considerar a internet mais importante para outros fins. Um dado coerente com o resultado obtido pela pesquisa realizada pelo IBGE em 2005 sobre o acesso à internet e posse de telefone móvel celular para uso pessoal7 , que aponta que os dois locais em que as pessoas mais acessam a internet são, em primeiro, a própria residência, e em segundo lugar, o local de trabalho. Na própria residência, podemos inferir que utilizam para relacionamento, entretenimento e pesquisa acadêmica, que juntos, somam a maioria que faz uso da internet em casa. 6 Banco de dados de crédito de consumidores, empresas e grupos econômicos. 7 Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/acessoainternet/comentarios.pdf . Acesso em outubro de 2014.
  • 30. 30 A partir da pergunta sobre a principal utilização da internet, o grau de escolaridade foi avaliado nas respostas obtidas no item pesquisa acadêmica para identificar se a principal utilidade da internet estava diretamente ligada ao grau de escolaridade. Dentre as respostas, 50% representam estudantes de graduação, 25% estudantes de pós-graduação e 25% estudantes de mestrado. Gráfico 4 – Utilização acadêmica x grau de escolaridade A partir deste gráfico, podemos inferir que o principal uso não está ligado ao grau de escolaridade, porém, proporcionalmente ao total de entrevistados, podemos conferir na tabela a seguir que as vinte pessoas responderam que a principal uso da internet é para fins acadêmicos correspondem a: 35% dos estudantes de mestrado ou mestres que responderam a pesquisa; 20% dos alunos de graduação e 17% dos alunos pós-graduação. Ou seja, dentre a amostra, os que mais utilizam a internet para pesquisas acadêmicas são mestres, graduados e pós-graduados, respectivamente.
  • 31. 31 Tabela 1 – Amostragem x principal uso da internet A quinta questão era: Quando você utiliza a internet para pesquisas acadêmicas, qual fonte você mais utiliza? O objetivo era identificar o tipo de navegação e a relação com a internet durante a pesquisa acadêmica. Entre as respostas obtidas, 62% utilizam o Google acadêmico como principal fonte para pesquisas acadêmicas. Seguido por banco de teses e dissertações e outros. A partir destes dados, podemos observar uma clara preferência pelo Google em relação às demais ferramentas de busca. Isso se deve, principalmente, à prévia utilização do Google, que é o site mais acessado no Brasil, segundo aplicativo Alexa8 , que mede a audiência e ranking dos sites. O uso de bancos de teses e dissertações é a segunda fonte mais utilizada e seu uso não está relacionado ao grau de escolaridade, pois as respostas variam entre estudantes de graduação, mestrado e doutorado. Os demais itens, também não apresentam relação com o grau de escolaridade, o que indica uma preferência dominante do Google em detrimento das demais fontes de busca. Por outro lado, é importante ressaltar o conhecimento e utilização das demais ferramentas, bem como de outras não nomeadas como sugestão de resposta, como o banco de teses e dissertação da Capes, Scielo, Portal de Periódicos da Capes IBICT, Repositórios de universidades nacionais e internacionais, entre tantos outros cujo acesso é menos habitual. 8 Disponível em: http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/gadgets/noticia/2961393/sites- mais-acessados-brasil-segundo-site-alexa . Acesso em Outubro de 2014.
  • 32. 32 Gráfico 5 – Principal fonte de pesquisas acadêmicas A sexta questão era “Com que frequência você fica conectado à internet?“ Esta tinha como objetivo identificar o tempo que os estudantes permanecem conectados e comparar com a pergunta seguinte, sobre o tempo on-line que se dedicam às pesquisas acadêmicas. As respostas indicam que a maioria dos internautas passa de 5 a 7 horas (35%) e 8 horas ou mais (35%) conectados à internet diariamente. Estes representam 35% cada, seguidos por 27% que permanecem conectados de 2 a 4 horas e 3% que utilizam a internet até uma hora por dia. De acordo com as respostas obtidas, podemos identificar que os estudantes passam muitas horas do dia conectados, o que reafirma a dependência da internet e a preferência por aparelhos móveis, para que a conectividade acompanhe o dia a dia. Estes 35% que passam 8 horas ou mais conectados, é o grupo que mais provavelmente também se utiliza do celular como ferramenta de acesso à internet, pois pode representar até metade do dia que o estudante passa acordado, considerando uma rotina de 8 horas diárias de sono.
  • 33. 33 Gráfico 6 – Frequência com que utiliza a internet A questão seguinte era “Das horas que passa navegando na internet, quanto tempo se dedica a fazer pesquisas acadêmicas?” Esta tinha como objetivo identificar o tempo que os estudantes se dedicam às pesquisas acadêmicas em relação ao tempo que realmente estão conectados. A maioria, 59% utiliza menos de uma hora por dia para se dedicar às pesquisas acadêmicas, enquanto 35% utiliza de 2 a 3 horas por dia, 4% utiliza 6 horas ou mais e 2% de 4 a 5 horas por dia.
  • 34. 34 Gráfico 7 – Tempo que utiliza a internet para pesquisas acadêmicas A quantidade de horas também está coerente com a quantidade de pessoas que afirmam utilizar a internet, principalmente, para trabalho. Mesmo que se dediquem às pesquisas acadêmicas, o tempo dedicado a isso é escasso se comparado ao tempo que de fato, estão conectados. Anteriormente, a pesquisa identificou que 21% dos entrevistados utilizam a internet, principalmente, para pesquisas acadêmicas, o que também está coerente com o gráfico a seguir, que mostra que, mais de 21% dos entrevistados respondeu que se dedica mais de 2 horas por dia para acessar conteúdos acadêmicos, e mais de 21% dos entrevistados também afirmam utilizar a internet de 2 a 4 horas por dia, o que está em conformidade com os dados apresentados no gráfico. Como podemos observar no próximo gráfico, a dedicação acadêmica não está relacionada à maior quantidade de tempo conectada à internet. A seguir, o gráfico apresenta a porcentagem das pessoas que passam 8 horas ou mais conectadas diariamente. A maioria, no entanto, dedica-se menos de uma
  • 35. 35 hora por dia às pesquisas acadêmicas. Foram obtidas apenas quatro respostas de pessoas que utilizam 6 horas ou mais para pesquisas acadêmicas e todas estão entre as pessoas que utilizam a internet 8 horas ou mais por dia e representam 12% deste grupo e 4% de todas as respostas. Gráfico 8 – Tempo diário x dedicação acadêmica Este gráfico, assim como os anteriores, reafirma a coerência nas respostas obtidas. Todas as respostas das pessoas que dizem permanecer 6 horas ou mais conectadas se dedicando às pesquisas acadêmicas correspondem às pessoas que passam 8 horas ou mais na internet e que a utilizam principalmente para pesquisar. A última pergunta é assim elaborada: Como você classifica a importância da internet para seu aprendizado acadêmico? O objetivo era identificar o ponto de vista do estudante diante da relação internet e aprendizagem. Não foram obtidas respostas que considerassem a internet nada importante para a aprendizagem. Apenas 1% respondeu que a internet é pouco importante para a aprendizagem, enquanto 39% considera muito
  • 36. 36 importante e 43% considera a internet extremamente importante para o aprendizado acadêmico. Embora 59% dos entrevistados utilizem menos de uma hora por dia para fazer pesquisas acadêmicas, ou seja, a maioria das respostas obtidas, estes mesmos estudantes consideram a internet como uma ferramenta importante para a aprendizagem. Gráfico 9 – Importância da internet para a aprendizagem Estes resultados apontam uma relação proveitosa da internet para o processo de aprendizagem sob o ponto de vista dos estudantes, que cada vez mais estão conectados, dependentes em diversos níveis da internet e seus recursos para suas atividades pessoais e sua rotina. Today’s students need highly personalized coaching, mentoring, and other supports tailored to their individual needs and goals. Technology holds huge promise for making this kind of personalization possible by enabling colleges to effectively target the most costly and most important aspect of any education – the interactions with instructors and advisors. (GREENSTEIN, 2013)
  • 37. 37 De acordo com Dan Greenstein, do blog Inside Higher Education9 , os estudantes precisam de uma orientação personalizada para atingirem seus objetivos. A tecnologia é um grande passo para tornar isso possível, pois permite às universidades uma maneira de atingir as metas com baixo custo e de maneira abrangente, promovendo mais interação entre o estudante e o professor. Essa visão aponta a internet como um facilitador para o ensino, uma forma de atender o estudante de acordo com as suas necessidades, com suas características individuais para potencializar a aprendizagem on-line, tirando proveito das suas características e da frequência com que as pessoas já utilizam a internet. Para os estudantes, a oportunidade de poder aprender e ter acesso a uma infinidade de conteúdos é significativa e reconhecida por eles, mesmo que não seja de fato utilizada. 9 https://www.insidehighered.com/
  • 38. 38 2.1 CONCLUSÃO A partir dos resultados obtidos, podemos inferir que os estudantes universitários percebem a internet como uma ferramenta extremamente útil, tanto para as tarefas diárias, quanto para auxiliar a aprendizagem. A principal utilidade da internet para 40% destes estudantes é relacionada a trabalho, seguida por entretenimento, pesquisas acadêmicas e relacionamento, o que nos permite concluir que a maioria, ou seja, 60% utilizam a internet em casa. Os resultados respondem aos objetivos desta pesquisa que eram: identificar a percepção dos alunos universitários sobre as tecnologias digitais de informação e comunicação; entender para que fins os estudantes universitários utilizam as TDICs10 e identificar a sua utilização pelos estudantes universitários. Diante dos resultados, faz-se extremamente pertinente o questionamento sobre a atual utilização das tecnologias por estes estudantes e como os professores poderiam utilizar a internet para transformar eficientemente o potencial das tecnologias digitais; transformando entretenimento em aprendizagem. O papel do professor como líder e guia é essencial e pode ser o maior influenciador de como efetivamente os alunos aprendem em ambientes online. De acordo com StudyMode, 65% da população é composta de aprendizes visuais. Quando professores compartilham vídeos gravados pessoalmente, demonstrando conceitos complexos em ação, como um processo químico ou circuito elétrico, a gravação atrai naturalmente a este público... Alguns dos sites mais populares de educação online, tais como a Khan Academy, fazem uso de vídeos para tornar a aprendizagem mais envolvente. (HORIZON REPORT 2014 11 ) Os estudantes universitários, que em sua maioria, são jovens, habituados e familiarizados com as tecnologias digitais, precisam de orientação para utilizar e tirar proveito acadêmico das ferramentas disponíveis. Ao identificar que o Google é a principal ferramenta de busca para pesquisas acadêmicas, podemos inferir que há a possibilidade de um desconhecimento das outras ferramentas, das bibliotecas e repositórios on-line e banco de teses e dissertações, locais com ricos materiais acadêmicos, os quais podem subsidiar pesquisas e aprendizagem. 10 TDICS – Tecnologias digitais de informação e comunicação. 11 Disponível em: http://cdn.nmc.org/media/2014-nmc-horizon-report-he-PT.pdf Acesso em novembro de 2014.
  • 39. 39 Neste universo cheio de informações, a navegação é descontínua e com informações demasiadas e excessivas, o que pode fazer com que o estudante perca o foco de uma pesquisa acadêmica, por exemplo, enquanto navega. Esse tipo de situação é comum, pois a internet possibilita várias situações ao mesmo tempo, fazendo com que o estudante tenha uma experiência simultânea na internet e ainda pela linguagem hipertextual que possibilita. Inicialmente, isso pode parecer um problema para transformar o entretenimento em aprendizagem, mas uma pesquisa realizada por Galvão et al (2014), com jovens entre 11 e 35 anos, denominado como um grupo “Geração Internet”, pois cresceram com o convívio da ferramenta, aponta que: Os jovens da GI querem estar envolvidos em tudo e o tempo todo, desejam absorver e compartilhar tudo aquilo que é de interesse próprio. Estão conectados com o mundo todo a partir de qualquer lugar e em qualquer hora, nos mais variados segmentos: sociais, acadêmicos, econômicos ou profissionais. Pela pesquisa, comprovou-se que essa geração apresenta a habilidade descrita por Prensky (2001) de processar mais de uma atividade por vez e realizar múltiplas tarefas, eles estão acostumados com a dinâmica e rapidez do hipertexto, com uma biblioteca disponível em seus notebooks e com a interação síncrona das mensagens instantâneas. (GALVÃO, GROSSI, et al, 2014. P. 20) A partir desta citação, podemos concluir que os estudantes possuem a habilidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo e conseguir um bom resultado com este tipo de utilização, pois estão acostumados com a internet e sua velocidade. O uso massivo das tecnologias digitais, ocasiona uma mudança no comportamento das pessoas, o que, consequentemente, afeta a maneira como se relacionam, como aprendem e como fazem uso das ferramentas. As novas possibilidades de criação coletiva distribuída, aprendizagem cooperativa e colaboração em rede oferecidas pelo ciberespaço colocam novamente em questão o funcionamento das instituições e os modos habituais de divisão do trabalho, tanto nas empresas como nas escolas. Como manter as práticas pedagógicas atualizadas com esses novos processos de transação de conhecimento? Não se trata aqui de usar as tecnologias a qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e sobretudo os papéis de professor e de aluno. (LÉVY, p. 172) O uso massivo das tecnologias digitais está modificando cada vez mais o comportamento e a quantidade que os estudantes passam conectados,
  • 40. 40 tornando-os cada vez mais dependentes da interação. Os estudantes universitários reconhecem a significância da internet para pesquisas acadêmicas, sua amplitude e a infinidade de conteúdos que podem ser acessados facilmente, mas como Lévy explica, não basta utilizar a tecnologia por usar, mas sim, com um propósito definido, tanto por parte do professor, quanto do aluno. Dessa maneira, faz-se, importante uma reflexão sobre as melhores formas de utilizar e obter proveito acadêmico das tecnologias digitais e do acesso livre que a internet proporciona, uma vez que o uso das tecnologias e da internet é crescente e irreversível. Cabe ao estudante utilizar e se valer das potencialidades acadêmicas das tecnologias digitais de maneira positiva, pois já possui uma relação de quase dependência da internet para tarefas diárias, relacionamento, entretenimento e considera a internet como uma ferramenta importante para a aprendizagem, só falta aprender a tirar proveito acadêmico de tudo isso.
  • 41. 41 REFERÊNCIAS CECÍLIO, Sálua. ROSA, Rosemar. Educação e o uso pedagógico das tecnologias da informação e comunicação: a produção do conhecimento em análise. 2010. Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaedufoco/files/2011/05/Artigo-0x-15.1-Rosemar.pdf. Acesso em Janeiro de 2014. COLL, César, MONEREO, Carles. Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Trad. Naila Freitas. Porto Alegre: Artmed, 2010. DALFOVO, Michael Samir; LANA, Rogério Adilson; SILVEIRA, Amélia. Métodos quantitativos e qualitativos: um resgate teórico. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.4, p.01-13, Sem II. 2008. ESCOBAR, Juliana Lúcia. A internet e a democratização da informação: proposta para um estudo de caso. 2005. Trabalho apresentado no V Encontro dos núcleos de pesquisa da Intercom do XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/R1363-1.pdf . Acesso em outubro de 2014. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Pesquisa anual sobre o uso da tecnologia da informação. 2014. Disponível em: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-supera-eua-em-telefones- por-habitante-imp-,1158358. Acesso em outubro de 2014. FLUSSER, Vilem. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação. Org. Rafael Cardoso. Trad. Raquel Abi-Sâmara. São Paulo: Cosac Naify, 2007. GALVÃO, Reinaldo, GROSSI, Márcia, et al. A utilização das tecnologias digitais de informação e comunicação nas redes sociais pelos universitários brasileiros. Texto Digital, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 4-23, jan./jul. 2014. ISSNe: 1807-9288. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/textodigital/article/view/1807- 9288.2014v10n1p4/27423. Acesso em outubro de 2014. GALVÃO, Reinaldo, JESUS, Patrick, RAMOS, Shirley. As tecnologias digitais de informação e comunicação na educação: desafios, riscos e oportunidades. 2012. Disponível em: http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Anais_2012/GT- 02/GT02-010.pdf. Acesso em agosto de 2014. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. GREENSTEIN, Dan. Change is Coming. 2013. Disponível em: https://www.insidehighered.com/views/2013/12/16/essay-arguing-major- changes-are-coming-higher-education. Acesso em novembro de 2014. LÉVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 1999. NASCIMENTO, Manoel. As tecnologias da informação e comunicação: TICs influenciam o desempenho acadêmico?. Universidade Católica de Brasília. Brasília, 2011. Disponível em: http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1506. Acesso em novembro de 2014.
  • 42. 42 O’REILLY, Tim. Disponível em: http://www.brasilescola.com/informatica/web- 20.htm. Acesso em novembro de 2014. PESQUISA JUVENTUDE CONECTADA. Disponível em: http://porvir.org/porpensar/para-47-dos-jovens-bom-professor-usa- tecnologia/20140827. Acesso em outubro de 2014. SANTAELLA, Lúcia. A aprendizagem ubíqua substitui a educação formal?. Revista de computação e tecnologia da PUC-SP. v.2, n.1, p-17-22. 2010. SANTAELLA, Lúcia. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós- humano. Revista FAMECOS. n.22. Porto Alegre. 2003. Disponível em: http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/famecos/article/viewFile/229/17 4. Acesso em outubro 2014. WHERTHEIN, Jorge. A sociedade da informação e seus desafios. Brasília. 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n2/a09v29n2.pdf. Acesso em agosto de 2014.