1. Aprendizagem em rede:
teoria e prática
Antônio Bernardi
Carla Maria Bertoluci
Lisandra Inês Herpich
Raphael Allonso Pereira da Costa
Valdecir Rogério Rautenberg
EEB Luiz Delfino
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO NA CULTURA DIGITAL
UFSC/MEC/SED-SC/UNDIME
2. Para além de estabelecer conexões com
tecnologias digitais recentes e sofisticadas,
aprender em rede é, antes de tudo,
estabelecer conexões entre pessoas que
tecem juntas um “produto” que é fruto da
interação, da contribuição e do
entendimento que cada um pode
desenvolver de forma não estabelecida a
priori. (ALMEIDA et al., 2014, site)
Aprender
em
rede
3. Plano de ação: o
uso pedagógico
do dispositivo
móvel em sala de
aula
26.02.2015
Planejamento
(encontro do grupo de
formação - discussão
das ações a serem
desenvolvidas)
02.03.2015
Início aplicação do
plano com as turmas
Disciplinas envolvidas:
- Língua Portuguesa e
Literatura;
- Geografia.
3ºs anos 2, 3 e 4
Ensino Médio
Matutino
2º ano 1
Ensino Médio
Vespertino
4. O plano de ação tem a intenção de:
utilizar as tecnologias disponíveis na escola, mas também as tecnologias
que os alunos e professores têm acesso, como, por exemplo, celulares e
smartphones.
O celular está cada vez mais presente
na vida das pessoas e pode contribuir
em sala de aula como forma de
registro, interação, pesquisa, produção
e criação, como, por exemplo, gravação
de vídeos, entrevistas, trabalho com
fotografia, envio de mensagens, entre
outras diversas possibilidades.
5. Os objetivos traçados para o plano são:
incentivar práticas de integração do dispositivo móvel como ferramenta
pedagógica na Unidade Escolar;
criar situações, espaços e estratégias de ensino e aprendizagem com o uso das
tecnologias digitais;
produzir materiais, construir e socializar conhecimentos;
discutir e refletir sobre as contribuições e limitações do uso do celular em sala de
aula, bem como sobre questões morais e éticas, de segurança de direitos autorais
(uso de imagem, privacidade, confiabilidade das fontes, entre outras questões);
relacionar o uso do celular em sala de aula com o conteúdo estudado, propiciando
ao aluno percepção de sua própria realidade através dos novos horizontes
oferecidos pela ferramenta;
trabalhar o planejamento curricular inserindo as TDIC numa abordagem
multidisciplinar.
6. Previsão do tempo e
a análise de
condições climáticas
com o uso do celular
Professor Valdecir
Rautenberg
Participação e
acompanhamento
dos integrantes do
grupo de formação.
Disciplina:
Geografia
2º ano
Ensino Médio
Vespertino
Todos os alunos
possuem celular e
trazem o
equipamento para
a sala de aula
Desses alunos,
muitos possuem
acesso à internet,
além da conexão
disponibilizada pela
escola.
7. Após explanações sobre o proposta que seria realizada pelo grupo de
formação, o professor Valdecir acessou e explorou o site do Centro de
Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE), explicando aos alunos questões pertinentes ao
assunto a ser abordado. Os alunos puderam também acessar o site pelo
celular, bem como foram orientados a explorar o site em casa e compartilhar
as informações com pais e familiares.
8. Após os devidos encaminhamentos, os alunos, organizados em duplas ou
trios, utilizaram o dispositivo móvel para realizarem a previsão do tempo e a
análise das condições climáticas localmente e de outras localidades de
diferentes regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e
Sudeste).
9. O período de execução incialmente proposto (4 aulas de 45min) foi
ampliado, pois outras ideais sugiram durante o processo como, por
exemplo, a gravação de vídeos com previsão do tempo em diferentes
cidades, aproveitando o cenário de um parque da cidade (Ramiro
Ruediger). Após esse momento, os vídeos foram editados e socializados
com a turma e realizada uma avaliação sobre a atividade.
13. No parque, após a gravação do vídeos pelas equipes, os alunos visitaram a
estação pluviométrica do AlertaBlu (Sistema de Monitoramento e Alerta de
Eventos Extremos de Blumenau). O professor explicou questões referentes
ao funcionamento da estação.
14. Pré-modernismo
Professora Carla
Bertoluci
Participação e
acompanhamento
dos integrantes do
grupo de formação.
Disciplina:
Língua Portuguesa
e Literatura
3ºs anos
Ensino Médio
Matutino
A maioria dos
alunos possuem
celular e trazem o
equipamento para
a sala de aula.
Muitos alunos
possuem acesso à
internet, além da
conexão
disponibilizada pela
escola.
15. Após explanações sobre a proposta que seria realizada pelo grupo de
formação, a professora Carla encaminhou a atividade, explicando aos alunos
questões pertinentes à pesquisa do assunto e incentivando os alunos a
produzirem vídeos com o uso das tecnologias, com ênfase no celular, sobre
os representantes e obras de destaque do período literário Pré-modernista.
16. Cada grupo, formado no máximo por quatro alunos, recebeu, por meio de
um sorteio, o conteúdo a ser trabalhado no vídeo, orientações e dicas de
como realizá-lo.
Os grupos puderam agendar a sala informatizada e contar com o auxílio do
professor Márcio para realizar a edição dos vídeos. Alguns grupos
utilizaram o espaço em horário extraescolar para pesquisa de materiais
que contribuíssem para a edição dos vídeos.
18. A partir da presença das TDIC na
escola, essas múltiplas linguagens
lançam mais possibilidades de
expressão, mas exigem também
capacidades para interpretação, que
devem levar em conta as
particularidades de cada linguagem,
ou seja, os(as) educadores(as)
precisam desenvolver cada vez mais o
que é denominado de
multiletramentos.
Segundo
Almeida et al.
(2014, site),
19. Avaliação
Posteriormente, realizaram a avaliação oral e escrita dos trabalhos através
das quais se pode constatar os resultados significativos dos mesmos.
20.
21. As TDIC mais recentes mudaram essa condição; as fotografias, por
exemplo, são hoje recursos altamente disponíveis em celulares e
computadores móveis, proporcionando condições de registro
mediante a intenção que se pode ter em determinada atividade
escolar.
Outro ponto importante a ser considerado, além da flexibilidade
possível de tempo e espaço no contexto virtual, é que as TDIC
também permitem a criação de práticas inovadoras para ampliar os
espaços reais de pesquisa, registros, interação e produção, graças à
mobilidade presente nas tecnologias digitais portáteis recentes,
viabilizada pelas redes sem fio, que contribuem para que a aula já
não seja limitada à classe como um espaço consagrado e privilegiado
para acomodar as atividades e o aprendizado proposto pela
escola. Fazer pesquisas e leituras, coletar dados e sistematizar
registros são ações normalmente propostas por essa escola, que já
não precisa pressupor obrigatoriamente a delimitação do espaço há
tempos consagrado. (ALMEIDA et al., 2014, site)
22.
23. [...] cada vez mais, as novas gerações se tornam peritas para acessar e
utilizar as TIC. Contudo, tal utilização encontra-se ainda majoritariamente
voltada para estabelecer relacionamentos e para entretenimento, sem uma
visão mais ampliada do potencial tecnológico que se encontra em nossas
mãos para acessar/construir conhecimentos, para estabelecer contatos de
modo defender seus interesses e direitos acerca da necessidade de sua
utilização de acordo com padrões da ética e do bem comum. (FERNANDES,
2013, p. 5)
24.
25.
26.
27. [...] o desenvolvimento de projetos é uma metodologia que
mobiliza os(as) alunos(as) para a ação e os(as) educadores(as)
para a mediação. Já as TDIC são utilizadas como instrumentos de
midiatização do desenvolvimento do currículo, principalmente
ao viabilizar uma rede de aprendizagem que se mobiliza por
processos dialógicos, em que o coletivo se fortalece ao mesmo
tempo que o individual é otimizado. (ALMEIDA et al., 2014, site)
28. Durante a aplicação, nas turmas dos 3ºs anos (matutino) e 2º ano
(vespertino), o grupo de formação:
- solicitou, aos pais e/ou responsáveis legais, o preenchimento da
Autorização de uso de imagem, voz e produção intelectual;
- aplicou um questionário para obter dados sobre o uso do celular em
sala de aula;
- compilou e apresentou as respostas do questionário aos alunos.
29. Uma das perguntas do questionário apontou os
recursos, aplicativos, sites e redes sociais mais
utilizados:
30. Durante a aplicação do plano, o grupo de formação também abordou as
seguintes questões:
- uso consciente do aparelho celular (respeito para com os professores e
colegas);
- uso previamente autorizado pelo professor;
- serviço de comunicação (caso de urgência);
- uso consciente do celular como ferramenta na aprendizagem;
- uso de modo seguro e moderado;
- responsabilidade sobre o equipamento é do aluno.
Os professores de Geografia e Língua Portuguesa e Literatura já estão
aplicando as atividades em outras turmas.
31. É importante que o professor abra espaço na sala de aula para discutir o uso
do celular com os alunos e demais colegas professores para desmistificar o
aparelho, fazer combinados, estabelecer regras e trabalhar as questões
éticas no uso de imagens, direitos autorais, a importância do respeito, dos
limites (celular desligado) e da seleção (filtro) de informações.
32. Aspectos relevantes
As turmas receberam bem a proposta do plano de ação e participaram das
atividades, manifestando interesse, curiosidade e comprometimento.
Muitos alunos aprenderam a produzir e editar vídeos com os colegas e
professores, pois alguns não sabiam como inserir áudio no vídeo.
As atividades favoreceram a interação, a colaboração entre colegas e
professores, a troca de conhecimentos e informações, a criatividade, a
expressão oral e escrita, a pesquisa e apropriação do conhecimento sobre
o período Pré-modernista e a previsão do tempo. Propiciou também a
utilização e integração de diversas linguagens e diferentes tecnologias,
principalmente do celular de forma pedagógica.
33. • Essa proposta inicial serviu de
experiência para a posterior
proposição de ações
envolvendo outras turmas,
professores e a gestão escolar.
Possibilidades
• Os dados levantados, os
estudos e as práticas realizadas
poderão nortear, durante o ano
letivo, a formação de
professores no que diz respeito
ao uso das TDIC na escola,
principalmente em relação ao
dispositivo móvel.
Possibilidades
35. Nas mãos de alunos(as) e
professores(as), essas TMSF
conectadas descortinam
inúmeras possibilidades para os
processos de ensino e
aprendizagem, trazendo
implicações e mudanças para a
escola e, sobretudo, para o
currículo. Nesse contexto,
alunos e professores podem se
enxergar como partícipes desse
mundo digital, móvel e
conectado e, dessa forma, atuar
como leitores críticos e autores
das próprias histórias.
(ALMEIDA et al., 2015, site)
36. Aspectos relevantes
Os alunos participaram ativamente, aceitaram a proposta da
atividade e souberam trabalhar em grupo.
Os integrantes do grupo de formação comprometeram-se e
cumpriram com as metas propostas incialmente e os objetivos
foram atingidos.
O levantamento realizado nas turmas dos 3ºs anos e 2º ano do
Ensino Médio aponta que a maioria dos alunos possui celular, com
exceção de três alunos, e trazem o equipamento para a escola.
37. Aspectos relevantes
As atividades realizadas desvelam que as potencialidades do celular,
equipamento de uso difundido entre alunos e professores, podem
ser utilizadas para o desenvolvimento de ações educativas.
No trabalho do professor com o dispositivo móvel é importante
adequar as atividades e estratégias, levando em conta as condições
de acesso de cada turma ao equipamento para que todos os alunos
se sintam incluídos e possam participar, mesmo aquele aluno que
eventualmente não possua acesso ao celular.
38. Pois...
A escola e todos(as) os(as) que nela convivem têm meios de acesso,
interesses e familiaridades diferentes com essas tecnologias. Isso acontece
em todos os ambientes sociais, mas esse contraste entre gerações vem
requerendo atenção especial na escola porque interfere nas formas como
os(as) alunos(as) pensam e querem aprender, como os(as) professores(as)
sabem ensinar e como a escola se apresenta para mediar a situação.
(ALMEIDA et al., 2014, site)
39. Desafios
A conexão de internet no computador da sala de aula não
funcionou. Houve reclamações em relação à conexão Wi-Fi da
escola, sendo necessária a utilização da 3G dos alunos. Tal fato foi
administrado muito bem pelos mesmos, visto que poucos alunos
possuem internet paga e socializaram com os colegas.
O professor da sala informatizada deu suporte na sala de aula, na
tentativa de resolver tais questões, mas não foi possível devido a
um problema externo.
40. Desafios
Alguns grupos realizaram parte das atividades (gravações, edição e
conclusão dos vídeos) em momentos fora da sala de aula, como, por
exemplo, em casa. A questão da internet – conexão lenta ou sem
conexão – atrasou o desenrolar das atividades e fez-se necessário
ampliar o número de aulas para a execução das mesmas.
Alguns alunos dos terceiros anos já trabalham e fazem cursos
profissionalizantes, mas nem por isto deixaram de cumprir com as
atividades e respeitaram os prazos determinados.
41.
42. Socialização dos resultados
do plano de ação
- na sala de aula
para os alunos
da turma;
- no blog da
escola;
- com os
professores da
Unidade Escolar
no momento da
“parada
pedagógica”;
- com
professores de
outras Unidades
Escolares, nas
formações
continuadas.
43. O desenvolvimento do plano de ação atendeu as
seguintes expectativas do início do curso:
- construir conhecimentos coletivamente (professores,
equipe gestora, alunos,...);
- articular os conhecimentos construídos no curso ao
contexto de atuação e compartilhá-los com os pares.
44.
45. Referências
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; et al. Tópico VIII: o potencial das TDIC. Núcleo de Base 1, Curso
de Especialização em Educação na Cultura Digital, 2014. Disponível em: <http://e-
proinfo.mec.gov.br/eproinfo/storage/modulos/384/57373/nucleo_de_base_1/topico-viii-3.html>. Acesso
em: 10 mar. 2015.
______. Tópico II: contribuições das TDIC ao desenvolvimento do currículo. Núcleo de Base 2, Curso de
Especialização em Educação na Cultura Digital, 2014. Disponível em: <http://e-
proinfo.mec.gov.br/eproinfo/storage/modulos/384/63138/nucleo_de_base_2/pagina-10.html>. Acesso em:
11 mar. 2015.
______. Tópico VII: aprender em rede. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; VALENTE José
Armando; KUIN, Silene. Núcleo de Base 1. Disponível em: <http://e-
proinfo.mec.gov.br/eproinfo/storage/modulos/384/57373/nucleo_de_base_1/topico-vii.html>. Acesso em:
17 out. 2014.
______. Tópico III: cultura digital e a escola. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; VALENTE José
Armando; KUIN, Silene. Núcleo de Base 1. Disponível em: <http://e-
proinfo.mec.gov.br/eproinfo/storage/modulos/384/57373/nucleo_de_base_1/topico-iii-cultura-digital-e-a-
escola.html>. Acesso em: 17 out. 2014.
46. Referências
______. Integração currículo e tecnologias: concepção e possibilidades de criação de web currículo. Rio de
Janeiro: Letra Capital, 2014. Dispinível em: <http://e-
proinfo.mec.gov.br/eproinfo/storage/modulos/384/63138/nucleo_de_base_2/medias/files/integracao_curr
iculo_e_tecnologia.pdf>. Acesso 01 mar. 2015.
FERNANDES, J. R. Tecnologias na educação e Currículo integrado: convergências e contribuições. In:
ALMEIDA, M.E. B (coord.). Formação de Educadores da Secretaria de Educação do Município de São
Bernardo do Campo. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2013. Disponível em:
<http://e-proinfo.mec.gov.br/eproinfo/web/main.jsp?url=http://e-
proinfo.mec.gov.br/eproinfo/interativo/acessar_espaco_sistema/acessar.htm?auth=autenticarUsuario#pos/
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proinfo.mec.gov.br/eproinfo/interativo/acessar_espaco_sistema/acessar.htm?auth=autenticarUsuario/_/en
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