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O BRASIL QUE FALA QUILOMBO
Ane Caroline Monteiro Lisboa (UFPA)
O nosso país como sabemos é miscigenado, formado por diferentes povos, culturas,
raças e línguas. A língua africana que é uma das componentes formadora da nossa
língua portuguesa teve e tem grande importância e influência na nossa língua até os
dias atuais.
Os negros foram trazidos para o Brasil para servirem de mão de obra, sem receber
nada por isso, foram escravizados e vieram contra a sua vontade para trabalharem e
construírem o novo país recém-descoberto. Vieram negros de várias regiões da África,
mas a coroa portuguesa não fez isso por acaso, mas sim, como estratégia, evitando que
eles pudessem se comunicar e assim fugir das senzalas.
Mas os negros desenvolveram como contra estratégia uma linguagem que só eles
entendiam, pois eles eram vigiados diariamente e a toda hora. Quando eles
conseguiram fugir desenvolveram um tipo de língua própria, o que foi chamado de
língua dos quilombos, pois esse foi o nome dado ao lugar para ondes eles fugiam.
Essa linguagem até hoje a utilizamos no nosso português, mas precisamente no nosso
dia a dia, no nosso cotidiano, como por exemplo, as palavras “moleque”, “cochichar”,
“xingar” entre outros que por sinal são muitos e variados, aparecendo até na nossa
culinária, dança, e cultura. O Brasil realmente fala a língua dos quilombos, a língua
africana, mas por ser uma língua falada pelos negros e não pelos senhores, ou seja, por
a classe baixa, pobre é vítima de diversos preconceitos linguísticos, por não seguir a
norma culta, a gramática normativa do português brasileiro, considerada como a
forma correta. Atualmente essa linguagem africana é mais utilizada no interior do
Brasil como, por exemplo, na frase “nos pega o peixe lá” .
Esse trabalho tem como intuito mostrar para a sociedade e mais precisamente para os
estudantes de letras, que a língua dos quilombos resiste até hoje, e está viva no nosso
português brasileiro e temos que dar mais importância e atenção para essa influencia
africana, quilombola.
Palavras-chaves: influência, quilombo, cotidiano, preconceito linguístico, resistência.
Materiais necessários: data show, som, computador.

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O brasil que fala quilombo

  • 1. O BRASIL QUE FALA QUILOMBO Ane Caroline Monteiro Lisboa (UFPA) O nosso país como sabemos é miscigenado, formado por diferentes povos, culturas, raças e línguas. A língua africana que é uma das componentes formadora da nossa língua portuguesa teve e tem grande importância e influência na nossa língua até os dias atuais. Os negros foram trazidos para o Brasil para servirem de mão de obra, sem receber nada por isso, foram escravizados e vieram contra a sua vontade para trabalharem e construírem o novo país recém-descoberto. Vieram negros de várias regiões da África, mas a coroa portuguesa não fez isso por acaso, mas sim, como estratégia, evitando que eles pudessem se comunicar e assim fugir das senzalas. Mas os negros desenvolveram como contra estratégia uma linguagem que só eles entendiam, pois eles eram vigiados diariamente e a toda hora. Quando eles conseguiram fugir desenvolveram um tipo de língua própria, o que foi chamado de língua dos quilombos, pois esse foi o nome dado ao lugar para ondes eles fugiam. Essa linguagem até hoje a utilizamos no nosso português, mas precisamente no nosso dia a dia, no nosso cotidiano, como por exemplo, as palavras “moleque”, “cochichar”, “xingar” entre outros que por sinal são muitos e variados, aparecendo até na nossa culinária, dança, e cultura. O Brasil realmente fala a língua dos quilombos, a língua africana, mas por ser uma língua falada pelos negros e não pelos senhores, ou seja, por a classe baixa, pobre é vítima de diversos preconceitos linguísticos, por não seguir a norma culta, a gramática normativa do português brasileiro, considerada como a forma correta. Atualmente essa linguagem africana é mais utilizada no interior do Brasil como, por exemplo, na frase “nos pega o peixe lá” . Esse trabalho tem como intuito mostrar para a sociedade e mais precisamente para os estudantes de letras, que a língua dos quilombos resiste até hoje, e está viva no nosso português brasileiro e temos que dar mais importância e atenção para essa influencia africana, quilombola. Palavras-chaves: influência, quilombo, cotidiano, preconceito linguístico, resistência. Materiais necessários: data show, som, computador.