Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Acompanhamento da PBMF em caso de Carcinoma Epidermóide em criança
1. Acompanhamento da PBMF em caso
de Carcinoma Epidermóide em criança
Autores: Reinaldo Brito e Dias, Neide Pena Coto, Cleusa Aparecida
Campanini Geraldini e Ricardo César dos Reis
Introdução
O termo Carcinoma Mucoepidermóide
(CM) foi descrito, primeiramente, por
Stewart, Foote e Becker (1945), possui
etiologia desconhecida. Representam
de 6 a 9% das neoplasias das glândulas
salivares, principalmente das maiores.
Porém quando acomete glândulas menores
tem prevalência no palato. Podem ocorrer
principalmente em mandíbula de mulheres
de meia idade.
É uma das neoplasias malignas de glândula
salivar mais comum, com potencial
biológico altamente variável. Relacionado
ao seu grau histológico. possui diversas
variantes, incluindo esclerose, unicístico,
oncocístico, sebáceos, célula agressiva
global. Tem leve predileção pelo gênero
feminino; ampla variação etária, da segunda
até sétima década de vida. Raramente
ocorre na primeira década, no entanto, é
o tumor maligno de glândula salivar mais
comum em crianças. Sem distinção racial.
Quando observado clinicamente ele
apresenta aumento de volume na região
acometida, sua evolução é lenta
e assintomática. Pode apresentar
coloração azul e/ou vermelha,
edema, podendo ser confundido
com mucocele.
Apresenta características
histopatológicas descritas pela
Organização Mundial da Saúde
(OMS) como presença de células
escamosas e produtoras de muco.
Coram positivamente por mucina.
Relato do caso
Paciente,gênerofeminino,10anos,procurou
o Ambulatório de Prótese Bucomaxilofacial
da FOUSP para conduta protética. Sua
responsável relatou ter percebido uma
lesão nodular no palato, procurando
imediatamente um Cirurgião-Dentista. Este
realizou uma punção aspirativa e, com
base no conteúdo e aparência da lesão,
diagnosticou como mucocele. A paciente
foi então encaminhada para o tratamento.
Como o profissional não solicitou
tratamento de urgência, a responsável
pela paciente demorou nove meses para
procurar tratamento, em um serviço
público. Desta vez o profissional, baseado
no aspecto clínico da lesão, considerou
como hipótese diagnóstica o carcinoma
mucoepidermóide, encaminhando a
paciente para o atendimento da clínica de
Cirurgia Bucomaxilofacial. O diagnóstico
carcinoma mucoepidermiode de palato
foi confirmado. Foi realizada a excisão
cirúrgica do tumor. A sequela observada
foi comunicação bucosinusal na região
posterior esquerda do palato duro (Figura 1).
Figura 1 – Sequela da resseção cirúrgica do carcinoma
mucoepidermóide de palato
2. No Ambulatório de Prótese
Bucomaxilofacial , após anamnese, exame
clínico e confecção de modelo de estudo,
optou-se pela instalação de uma placa
palatina passando em ponte sobre a lesão,
com grampos de retenção (Figura 2), para
que o crescimento e desenvolvimento
da paciente possa ser acompanhado,
com constantes avaliações. O caso tem
seguimento bimestral, com observação da
estabilidade da placa (Figura 3).
Desde o controle pós-operatório, até o
momento, não há evidências de recidiva.
Considerações Finais
O tratamento do carcinoma
mucoepidermiode de palato, inicia-
se frequentemente com sua ressecção
cirurgíca, podendo apresentar recidiva
dependendo do grau de infiltração das
margens da lesão. A radioterapia pós
cirúrgica pode ser considerada.
Todos os estudos aqui relatados fazem
a importante afirmação que a ocorrência
do carcinoma mucoepidermoide devem
preferencialmente ser diagnosticados
o mais precoce possível, permitindo, na
maioria das vezes um prognostico mais
favorável
Este relato de caso clínico vem apontar
a importância do conhecimento das
patologiasorofaciaispeloCirurgiãoDentista
bem como o correto encaminhamento
e tratamento necessário nesses casos,
inclusive para a reabilitação protética
bucomaxilofacial, além da integração entre
os profissionais envolvidos.
Figura 2 – Placa palatina
Figura 3 – Paciente com a placa instalada e com acompanhamento em ambulatório
3. Referências
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