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IlustraçõesThiemiOkawara
76 DOM
Em 2008, a CNU – Central Nacional Unimed
procurou a Fundação Dom Cabral para viabilizar
um programa inovador de desenvolvimento de
mulheres gestoras, com o objetivo de aprimorar
suas competências em liderança. Mais de 70% do
quadro de funcionários da operadora de saúde é
formado por mulheres. O entendimento da área de
Recursos Humanos, da importância de desenvolver
esse programa na empresa, foi aprovado pela presi-
dência à época e já está na oitava edição.
Além dos temas tradicionais vinculados à lide-
rança e gestão de pessoas, o programa também
aborda questões como arte e gestão, a dimensão
do feminino na liderança, referências da mitolo-
gia grega e gestão contemporânea. O desafio de
integrar questões objetivas e subjetivas tem sido
uma experiência relevante. Além das atividades
teóricas, a proposta customizada para o grupo
inclui oficinas práticas ligadas à arte, música,
dança e poesia. No último dia do treinamento, as
atividades artísticas consolidam as reflexões feitas
durante toda a programação.
POTENCIALIDADE DO FEMININO O feminino extra-
pola a questão de gênero. Segundo Carl Gustav
Jung, todo ser humano possui duas dimensões – o
anima e o animus. A mulher deve desenvolver
o seu lado masculino e o homem seu feminino,
para que as duas dimensões sejam equilibradas.
O feminino é também a expressão da sensibili-
dade, significado em grego da palavra “estética”.
Portanto, o olhar sensível da mulher também
significa beleza, já que esta só é perceptível com
sensibilidade.
Mulheres gestoras:
potencialidades do
feminino no processo
de liderança
educação executiva
POR VALDIRENE TU CCI, RICARDO ALVES DE CARVALHO E
ROSIMEIRE FRANCO
DOM 77
Com o objetivo de trazer várias referências
sobre o feminino, utilizamos no programa diversas
linguagens simbólicas. Fizemos um percurso no
MASP – Museu de Arte de São Paulo e, na observa-
ção da obra de Hymeneu de Poussin, trabalhamos
a representação expressa da dança da fertilidade,
ilustrada pelas musas, e a presença do masculino
entre o feminino, que nos alertam para nossa
necessidade de complementariedade.
Construímos ainda diálogos sobre textos do
autor Edgar Morin, pai da teoria da complexidade,
que nos alerta – o século 21 será feminino ou não
haverá século algum – e nos recorda que a natu-
reza é mãe, assim como nossa terra Gaia. Essa
advertência nos remete ao dever de despertar nos-
sa sensibilidade em relação ao outro, ao cuidado
e, sobretudo, ao amor, neste momento de crise de
identidade e de alteridade por que passam nossas
civilizações. Sejamos mais humanos e usemos o
potencial feminino nas empresas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS A CNU encontrou no
Mulheres Gestoras um instrumento importante de
desenvolvimento de suas lideranças. Ao propor
uma reflexão diferenciada sobre a função do líder,
o programa permite sair do modelo tradicional de
desenvolvimento e navegar por uma nova abor-
dagem, na qual o experimento e a exploração de
cenários externos são contextualizados com as
relações empresariais. É uma oportunidade única
de rever competências, carreiras e seus ciclos,
além de proporcionar autoconhecimento, o que
permite à executiva rever sua história e criar pers-
pectivas para um futuro de sucesso profissional
por meio do desenvolvimento.
Segundo Kátia Okumura Oliveira, Gerente de
Comunicação da CNU, o que mais anima no trei-
Segundo a neurociência, como era mais frágil
do que o homem apenas do ponto de vista biológi-
co, a mulher aprendeu ao longo do processo sócio-
histórico a expandir sua “visão bilateral”, pois com
o homem fora de casa para caçar, tinha de defen-
der sua cria dos pequenos predadores que ataca-
vam por todos os lados. Com o decorrer do tempo,
essa acuidade se transformou em uma habilidade,
traduzida na visão sistêmica ou no pensar "redon-
do”. Hoje, pesquisas da neurociência comprovam
que, em função desse processo, a velocidade de
transmissão neuronal de um hemisfério ao outro é
muito maior na mulher. Uma lição para os homens,
que têm de desenvolver uma habilidade tão apre-
ciada hoje – o pensar de forma sistêmica.
Outra característica feminina – a capacidade
de gerar em si outro ser – faz com que a mulher
tenha uma sensibilidade empática acurada. O
fenômeno da criação, que a faz “nutrir” outro ser, a
iguala ao pelicano, animal que na falta de comida
tira da própria carne o alimento para sua cria. Essa
característica (empatia) se associa a outro atributo
importante da inteligência emocional e social –
maior capacidade de autoconhecimento –, devido
à sua imperiosa necessidade de introspecção.
Na filosofia grega, o feminino encarna a Deusa
Mnemosis, protetora e responsável pela memória
de quem somos, virtuosa guardiã do Bem, do Belo
e da Verdade. Na Grécia antiga, se o cidadão dei-
xava de exercer essas três virtudes, Mnemosis lhe
roubava a memória e ele não conseguia mais saber
quem era (identidade), de onde vinha (origem) e
nem para onde ir (destino). Assim, nunca mais
poderia invocar as musas que moram no museu,
pois elas eram filhas da Deusa da memória, e este
era seu castigo terrível: privar-se da gama de pos-
sibilidades que o feminino proporciona.
78 DOM
Sobre a CNU
A Central Nacional Unimed é a opera-
dora nacional dos planos de saúde empre-
sariais do Sistema Unimed, formado por
351 cooperativas médicas. Com quase 1,8
milhão de clientes é a quinta maior opera-
dora de saúde do Brasil e atua em todas as
regiões do país.
A felicidade no ambiente de traba-
lho é um dos objetivos da CNU, que tem
1.300 colaboradores. Há oito anos conse-
cutivos está entre as Melhores Empresas
para Trabalhar (Você SA/Exame) e também é
reconhecida pelas oportunidades que ofere-
ce aos jovens profissionais. Ainda segundo a
revista Exame, a operadora foi eleita quatro
vezes como uma das melhores empresas
para se começar a carreira.
Sua solidez financeira é outra caracte-
rística marcante. A CNU está em 182º lugar
dentre as Melhores e Maiores Empresas
do Brasil (Exame) e na 109ª posição das
Melhores Empresas do País (Época Negócios
360º). Fechou 2014 com faturamento de
R$ 3,3 bilhões (39% de crescimento em
relação ao ano anterior) e deve crescer mais
de 20% no atual exercício, superando os
R$ 4 bilhões.
Além do programa para mulheres ges-
toras, a CNU investe no desenvolvimento
de sua liderança em todos os níveis. Os
superintendentes, gerentes e supervisores
participam de Trilhas de Formação desen-
volvidas especificamente para eles, que
integram teoria e prática, e de dinâmicas
que trazem um novo olhar para a Gestão. O
programa é contínuo e, a cada ano, as ações
são desenhadas dentro de um percurso
formativo evolutivo, e os temas desenvolvi-
dos de acordo com o contexto do negócio
e as necessidades de desenvolvimento da
liderança.
namento é que ele não tem cara de treinamento.
A dinâmica de mesclar experiências profissionais
com reflexões filosóficas e teóricas torna a capa-
citação um momento especial. Ela confessa ser
particularmente entusiasta do trabalho integrado
das empresas com a academia, espaço que existe
no Mulheres Gestoras e é muito bem aproveitado.
Pesquisadores e executivos falam de suas experiên-
cias, trabalhos e estudos, levando as participantes
a passearem pelas artes. “Já tivemos aulas de
pintura, dança e até aprendemos a conduzir uma
bateria de escola de samba. São momentos sur-
presa dos encontros, muito esperados e cheios de
especulações nos dias que antecedem cada edição.
Justamente o que nos proporciona um momento
só nosso. Três importantes lições me marcaram:
liderança não é um cargo, mas a capacidade de
passar confiança; a aceleração nos impede de ver
o que realmente importa; nunca devemos perder a
capacidade de nos maravilhar”, conclui a gerente.
Como escola de negócios, a FDC está alinhada
com as tendências contemporâneas, apresentando
soluções educacionais customizadas em sintonia
com a proposta de educação da UNESCO, de
trabalhar as questões de gênero, igualdade e diver-
sidade nas quatro linhas da educação: aprender a
conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos
e aprender a ser.
Valdirene Tucci é gerente de Projetos da Fundação Dom Cabral, com
MBA em RH pela FIA e Mestrado em Educação pela PUC São Paulo.
Ricardo Alves de Carvalho é professor e pesquisador da Fundação Dom
Cabral, doutor em Sociologia pela Universidade Paris 7/Denis Diderot e
professor visitante na Reims Management School.
Rosimeire Franco é Gerente de Recursos Humanos da Central Nacional
Unimed (CNU), com MBA em Liderança e Gestão de Pessoas pela
Fundação Getúlio Vargas.
PESQUISADORES E EXECUTIVOS
FALAM DE SUAS EXPERIÊNCIAS,
TRABALHOS E ESTUDOS, LEVANDO
AS PARTICIPANTES A PASSEAREM
PELAS ARTES
DOM 79

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Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderança

  • 2. Em 2008, a CNU – Central Nacional Unimed procurou a Fundação Dom Cabral para viabilizar um programa inovador de desenvolvimento de mulheres gestoras, com o objetivo de aprimorar suas competências em liderança. Mais de 70% do quadro de funcionários da operadora de saúde é formado por mulheres. O entendimento da área de Recursos Humanos, da importância de desenvolver esse programa na empresa, foi aprovado pela presi- dência à época e já está na oitava edição. Além dos temas tradicionais vinculados à lide- rança e gestão de pessoas, o programa também aborda questões como arte e gestão, a dimensão do feminino na liderança, referências da mitolo- gia grega e gestão contemporânea. O desafio de integrar questões objetivas e subjetivas tem sido uma experiência relevante. Além das atividades teóricas, a proposta customizada para o grupo inclui oficinas práticas ligadas à arte, música, dança e poesia. No último dia do treinamento, as atividades artísticas consolidam as reflexões feitas durante toda a programação. POTENCIALIDADE DO FEMININO O feminino extra- pola a questão de gênero. Segundo Carl Gustav Jung, todo ser humano possui duas dimensões – o anima e o animus. A mulher deve desenvolver o seu lado masculino e o homem seu feminino, para que as duas dimensões sejam equilibradas. O feminino é também a expressão da sensibili- dade, significado em grego da palavra “estética”. Portanto, o olhar sensível da mulher também significa beleza, já que esta só é perceptível com sensibilidade. Mulheres gestoras: potencialidades do feminino no processo de liderança educação executiva POR VALDIRENE TU CCI, RICARDO ALVES DE CARVALHO E ROSIMEIRE FRANCO DOM 77
  • 3. Com o objetivo de trazer várias referências sobre o feminino, utilizamos no programa diversas linguagens simbólicas. Fizemos um percurso no MASP – Museu de Arte de São Paulo e, na observa- ção da obra de Hymeneu de Poussin, trabalhamos a representação expressa da dança da fertilidade, ilustrada pelas musas, e a presença do masculino entre o feminino, que nos alertam para nossa necessidade de complementariedade. Construímos ainda diálogos sobre textos do autor Edgar Morin, pai da teoria da complexidade, que nos alerta – o século 21 será feminino ou não haverá século algum – e nos recorda que a natu- reza é mãe, assim como nossa terra Gaia. Essa advertência nos remete ao dever de despertar nos- sa sensibilidade em relação ao outro, ao cuidado e, sobretudo, ao amor, neste momento de crise de identidade e de alteridade por que passam nossas civilizações. Sejamos mais humanos e usemos o potencial feminino nas empresas. CONSIDERAÇÕES FINAIS A CNU encontrou no Mulheres Gestoras um instrumento importante de desenvolvimento de suas lideranças. Ao propor uma reflexão diferenciada sobre a função do líder, o programa permite sair do modelo tradicional de desenvolvimento e navegar por uma nova abor- dagem, na qual o experimento e a exploração de cenários externos são contextualizados com as relações empresariais. É uma oportunidade única de rever competências, carreiras e seus ciclos, além de proporcionar autoconhecimento, o que permite à executiva rever sua história e criar pers- pectivas para um futuro de sucesso profissional por meio do desenvolvimento. Segundo Kátia Okumura Oliveira, Gerente de Comunicação da CNU, o que mais anima no trei- Segundo a neurociência, como era mais frágil do que o homem apenas do ponto de vista biológi- co, a mulher aprendeu ao longo do processo sócio- histórico a expandir sua “visão bilateral”, pois com o homem fora de casa para caçar, tinha de defen- der sua cria dos pequenos predadores que ataca- vam por todos os lados. Com o decorrer do tempo, essa acuidade se transformou em uma habilidade, traduzida na visão sistêmica ou no pensar "redon- do”. Hoje, pesquisas da neurociência comprovam que, em função desse processo, a velocidade de transmissão neuronal de um hemisfério ao outro é muito maior na mulher. Uma lição para os homens, que têm de desenvolver uma habilidade tão apre- ciada hoje – o pensar de forma sistêmica. Outra característica feminina – a capacidade de gerar em si outro ser – faz com que a mulher tenha uma sensibilidade empática acurada. O fenômeno da criação, que a faz “nutrir” outro ser, a iguala ao pelicano, animal que na falta de comida tira da própria carne o alimento para sua cria. Essa característica (empatia) se associa a outro atributo importante da inteligência emocional e social – maior capacidade de autoconhecimento –, devido à sua imperiosa necessidade de introspecção. Na filosofia grega, o feminino encarna a Deusa Mnemosis, protetora e responsável pela memória de quem somos, virtuosa guardiã do Bem, do Belo e da Verdade. Na Grécia antiga, se o cidadão dei- xava de exercer essas três virtudes, Mnemosis lhe roubava a memória e ele não conseguia mais saber quem era (identidade), de onde vinha (origem) e nem para onde ir (destino). Assim, nunca mais poderia invocar as musas que moram no museu, pois elas eram filhas da Deusa da memória, e este era seu castigo terrível: privar-se da gama de pos- sibilidades que o feminino proporciona. 78 DOM
  • 4. Sobre a CNU A Central Nacional Unimed é a opera- dora nacional dos planos de saúde empre- sariais do Sistema Unimed, formado por 351 cooperativas médicas. Com quase 1,8 milhão de clientes é a quinta maior opera- dora de saúde do Brasil e atua em todas as regiões do país. A felicidade no ambiente de traba- lho é um dos objetivos da CNU, que tem 1.300 colaboradores. Há oito anos conse- cutivos está entre as Melhores Empresas para Trabalhar (Você SA/Exame) e também é reconhecida pelas oportunidades que ofere- ce aos jovens profissionais. Ainda segundo a revista Exame, a operadora foi eleita quatro vezes como uma das melhores empresas para se começar a carreira. Sua solidez financeira é outra caracte- rística marcante. A CNU está em 182º lugar dentre as Melhores e Maiores Empresas do Brasil (Exame) e na 109ª posição das Melhores Empresas do País (Época Negócios 360º). Fechou 2014 com faturamento de R$ 3,3 bilhões (39% de crescimento em relação ao ano anterior) e deve crescer mais de 20% no atual exercício, superando os R$ 4 bilhões. Além do programa para mulheres ges- toras, a CNU investe no desenvolvimento de sua liderança em todos os níveis. Os superintendentes, gerentes e supervisores participam de Trilhas de Formação desen- volvidas especificamente para eles, que integram teoria e prática, e de dinâmicas que trazem um novo olhar para a Gestão. O programa é contínuo e, a cada ano, as ações são desenhadas dentro de um percurso formativo evolutivo, e os temas desenvolvi- dos de acordo com o contexto do negócio e as necessidades de desenvolvimento da liderança. namento é que ele não tem cara de treinamento. A dinâmica de mesclar experiências profissionais com reflexões filosóficas e teóricas torna a capa- citação um momento especial. Ela confessa ser particularmente entusiasta do trabalho integrado das empresas com a academia, espaço que existe no Mulheres Gestoras e é muito bem aproveitado. Pesquisadores e executivos falam de suas experiên- cias, trabalhos e estudos, levando as participantes a passearem pelas artes. “Já tivemos aulas de pintura, dança e até aprendemos a conduzir uma bateria de escola de samba. São momentos sur- presa dos encontros, muito esperados e cheios de especulações nos dias que antecedem cada edição. Justamente o que nos proporciona um momento só nosso. Três importantes lições me marcaram: liderança não é um cargo, mas a capacidade de passar confiança; a aceleração nos impede de ver o que realmente importa; nunca devemos perder a capacidade de nos maravilhar”, conclui a gerente. Como escola de negócios, a FDC está alinhada com as tendências contemporâneas, apresentando soluções educacionais customizadas em sintonia com a proposta de educação da UNESCO, de trabalhar as questões de gênero, igualdade e diver- sidade nas quatro linhas da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. Valdirene Tucci é gerente de Projetos da Fundação Dom Cabral, com MBA em RH pela FIA e Mestrado em Educação pela PUC São Paulo. Ricardo Alves de Carvalho é professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral, doutor em Sociologia pela Universidade Paris 7/Denis Diderot e professor visitante na Reims Management School. Rosimeire Franco é Gerente de Recursos Humanos da Central Nacional Unimed (CNU), com MBA em Liderança e Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas. PESQUISADORES E EXECUTIVOS FALAM DE SUAS EXPERIÊNCIAS, TRABALHOS E ESTUDOS, LEVANDO AS PARTICIPANTES A PASSEAREM PELAS ARTES DOM 79