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Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
D136m Dal Zot, Wili.
Matemática financeira : fundamentos e aplicações
[recurso eletrônico] / Wili Dal Zot, Manuela Longoni de
Castro. – Porto Alegre : Bookman, 2015.
Editado como livro impresso em 2015.
ISBN 978-85-8260-333-8
1. Matemática financeira. I. Castro, Manuela Longoni
de. II. Título.
CDU 51
Os autores
Wili Dal Zot
É professor de Matemática Financeira do Departamento de Matemática Pura e Aplicada da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desde 1984. É bacharel em Ciências Econômicas pela UFRGS, espe-
cialista em Finanças pela Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e mes-
tre em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE) pela mesma
instituição. Atualmente, é professor convidado da FGV das disciplinas de Matemática Financeira e Finanças
Corporativas em cursos de Pós-Graduação. Tem experiência em cargos de Gerência Financeira e de Controla-
doria em empresas de setores da Indústria de Comércio e Serviços.
Manuela Longoni de Castro
É bacharel em Matemática pela UFRGS, mestre em Matemática Aplicada pela mesma universidade e Ph.D.
em Matemática pela University of New Mexico (Estados Unidos). É professora adjunta da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul desde 2006, ministrando a disciplina de Matemática Financeira desde 2007.
Tem experiência na área de Matemática Aplicada, atuando nas áreas de Equações Diferenciais Parciais, Aná-
lise Numérica e Ecologia Matemática.
CAPÍTULO 10
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
10.1 Introdução
CONCEITO 10.1 Análise de investimentos “[…] é o estudo dos fluxos de caixa – de-
sembolsos de capital (saídas de caixa) e retornos de investimentos (entradas de caixa)
– de um projeto para avaliar sua viabilidade econômica. A viabilidade econômica de um
investimento exige a recuperação do capital (retorno do investimento) e a sua remunera-
ção (retorno sobre o investimento).”(REBELATTO, 2004, p. 212)
A análise de investimentos pode ser considerada como um conjunto de critérios que as
empresas utilizam na tomada de decisão ao realizar investimentos visando, principalmente,
à reposição de ativos existentes (em especial instalações e equipamentos), ao lançamento de
novos produtos e à redução de custos. O processo consiste em decidir se um projeto vale a
pena (se o retorno sobre o investimento é mais interessante que aplicações no mercado finan-
ceiro) ou optar por um entre vários projetos de investimento alternativos.
Segundo Casarotto,
O desempenho de uma ampla classe de investimentos pode ser medido em termos
monetários e, neste caso, utilizam-se técnicas de engenharia econômica fundamenta-
das na ciência chamada Matemátiva Financeira, que, por sua vez, descreve as rela-
ções do binômio tempo e dinheiro, posto que “Tempo é Dinheiro”, como assegura a
conhecida máxima. (CASAROTTO FILHO; KOPITTKE, 2000, p. 13)
A primeira publicação sobre a aplicação de critérios econômicos em decisões de investi-
mentos que se tem conhecimento é A Teoria Econômica da Localização dos Caminhos de Ferro, de
Arthur Mellen Wellington (WELLINGTON, 1887). O livro tinha como subtítulo “uma análise
das condições de controlar os custos das estradas de ferro, permitindo o uso mais criterioso
do capital”.
Wellington é considerado o pai do tema da economia da engenharia, que é a análise
das consequências econômicas das decisões de engenharia. A importância de seu estudo é
evidenciada pela sua inclusão no exame de Fundamentos de Engenharia para a certificação
de um engenheiro.
O estudo se apoia principalmente na transformação das consequências das decisões de
engenharia para quantias monetárias e de comparação de quantidades em épocas diferentes,
com base em juros compostos.
110 Matemática Financeira
10.2 Princípios de análise de investimentos
Deve-se ao professor Eugene L. Grant o estabelecimento dos princípios que norteiam até hoje
as técnicas de análise de investimentos. Em sua publicação Princípios da engenharia econômica
(GRANT; IRESON; LEAVENWORTH, 1990), editado pela primeira vez em 1930, destacam-se
os seguintes princípios:
• Não existe decisão a ser tomada se houver apenas uma alternativa
• Só podem ser comparadas alternativas homogêneas
• Apenas diferenças entre as alternativas devem ser consideradas
• Os critérios de decisão devem reconhecer o valor do dinheiro no tempo
• Devem ser considerados os problemas de racionamento de capital
• Devem ser consideradas as incertezas em relação às previsões
10.3 Limites da abordagem de análise de investimentos na
Matemática Financeira
Ao contextualizar a análise de investimentos, inicialmente e, ainda hoje, também conhecida
por engenharia econômica ou orçamento de capital, vimos que seus principais métodos se
baseiam na Matemática Financeira. Assim, neste tópico da disciplina, temos como objetivo o
estudo da base matemática dos métodos da análise de investimentos, deixando para outras
disciplinas como Projetos (cursos de Economia), Engenharia Econômica (cursos de Enge-
nharia) ou Administração Financeira (cursos de Administração) a complementação de itens
como:
• Elaboração do fluxo de caixa com base em projeções econômico-financeiras
• Exame cuidadoso das despesas que entram no fluxo de caixa e outras que não entram
(como variações nas necessidades de capital de giro, depreciação, provisões, custos, etc.)
• Impacto do risco e incerteza na análise
• Metodologias envolvendo diversos cenários e considerações sobre métodos probabilísticos
O aluno que desejar se aprofundar nessa matéria poderá consultar obras de autores
como Gitman (2004), Ross et al. (2013), Bierman Jr.; Schmidt (2007) e Brealey; Myers; Allen
(2008).
10.4 Conceitos básicos
É comum considerar investimento como qualquer aplicação financeira com alguma expec-
tativa de ganho futuro (juros ou lucros). Em Economia, entretanto, costuma-se conceituar
investimento como o gasto em bens que representem aumento da capacidade produtiva da
economia, isto é, a capacidade de gerar rendas futuras (VASCONCELLOS, 2009, p. 208). Nor-
malmente está associado a gastos com bens de capital ou a estoques. Nessa abordagem, o
investimento tem por objetivo o aumento da produção de bens ou serviços, rendendo lucro,
e distinguindo-se, no enfoque econômico, das aplicações financeiras, que apoiam a produção
apenas de forma indireta, as quais rendem juros.
Capítulo 10 Análise de investimentos 111
10.4.1 Taxa interna de retorno – TIR
Assim como juros são a renda de uma aplicação financeira e a taxa de juros é a medida re-
lativa de sua grandeza, o lucro ou retorno é a renda de um investimento e a taxa interna de
retorno é a medida relativa da grandeza do retorno.
CONCEITO 10.2 A taxa interna de retorno (IRR – internal rate of return) é tal que satisfaz
a equação:
TIR TIR TIR TIR
onde, geralmente, R0 corresponde ao valor do investimento e é apresentado com valor
negativo (saída de caixa), semelhantemente a um fluxo de caixa de uma aplicação finan-
ceira onde R0 corresponderia ao principal, e os demais valores como saldos líquidos entre
receitas, custos e despesas, geralmente positivos.
Como visto na equação acima, não é possível colocar em evidência a variável tir: trata-se
de um problema de encontrar a raiz, ou raízes, de um polinônio de grau n. Soluções para
problemas desse tipo são tratadas na disciplina de Cálculo Numérico e facilitadas pelo uso
de recursos de cálculo pré-programados existentes nas calculadoras financeiras (recursos de
fluxo de caixa – cash-flow).
10.4.2 Taxa mínima de atratividade – TMA
A taxa mínima de atratividade (hurdle rate) é uma taxa que as empresas tomam como refe-
rência para orientação quanto aos seus investimentos.
CONCEITO 10.3 Em geral as empresas escolhem como taxa mínima de atratividade a
taxa de juros de uma aplicação financeira que fariam caso os projetos de investimentos
em estudo não fossem realizados. “Um dos conceitos mais importantes ... é o conceito
do custo médio ponderado de capital e pode ser interpretado como o retorno exigido da
empresa.”(ROSS et. al., 2013, p. 460) “Para melhor direcionar a escolha da TMA, ela deve
ser função de, pelo menos, custo de capital (aqui entendido como custo das fontes de fi-
nanciamento de terceiros) e custo de oportunidade (aqui entendido como o custo de não
se optar por aplicações alternativas dos recursos do acionista).”(REBELATTO, 2004, p. 212)
Nos problemas de Matemática Financeira, a TMA será uma informação dada, deixando sua
determinação para outras disciplinas, especialmente para a Administração Financeira.
10.4.3 Valor presente líquido – VPL
CONCEITO 10.4 O valor presente líquido (net present value – NPV) é o valor atual de
um fluxo de caixa na data focal zero, considerando-se todas as suas entradas (receitas) e
saídas (investimentos, custos e despesas) e utilizando, como taxa de juros, a taxa mínima
de atratividade – TMA:
TMA TMA TMA TMA
onde, da mesma forma que a taxa interna de retorno, R0 corresponde ao valor do investimento
e é apresentado com valor negativo (saída de caixa), semelhantemente a um fluxo de caixa de
112 Matemática Financeira
uma aplicaçào financeira onde R0 corresponde ao principal, e os demais valores como saldos
líquidos entre receitas, custos e despesas, geralmente são positivos.
10.4.4 Payback
CONCEITO 10.5 Payback, também conhecido como prazo de retorno do capital investi-
do, é o período de tempo necessário para que os fluxos de caixa positivos sejam suficien-
tes para igualar o valor do investimento.
O payback de um projeto é uma medida de rapidez com que os fluxos de caixa gerados por
esse projeto cobrem o investimento inicial. Intuitivamente, projetos que cobrem seus investi-
mentos mais cedo podem ser considerados mais atraentes. Além disso, projetos que retornam
seus investimentos mais cedo são projetos menos arriscados (DAMODARAN, 2004, p. 256).
10.4.5 Viabilidade econômica
CONCEITO 10.6 Dizemos que um projeto de investimentos tem viabilidade econômica
quando conseguimos demonstrar, através de um dos métodos da análise de investimen-
tos, que o projeto agrega mais valor à empresa do que outras oportunidades (em geral do
mercado financeiro) de igual risco ao projeto.
10.4.6 Viabilidade financeira
CONCEITO 10.7 Por outro lado, quando existe disponibilidade de recursos de capital
(próprios ou de terceiros), a custos compatíveis (empresa e mercado) para investir, dize-
mos que o projeto tem viabilidade financeira.
10.5 Principais técnicas de análise de investimentos
Nesta disciplina, são abordadas as seguintes técnicas de análise de investimentos:
• Método do valor presente líquido (VPL)
• Método da taxa interna de retorno (TIR)
• Método do valor presente líquido anualizado (VPLA)
• Método do prazo de retorno (payback simples)
Os três primeiros são denominados métodos de fluxo de caixa descontado.
10.5.1 Enfoques para a decisão
Há dois enfoques básicos para a decisão de orçamento de capital (análise de investimento),
segundo Gitman (2004, pp. 306):
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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  • 2. Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 D136m Dal Zot, Wili. Matemática financeira : fundamentos e aplicações [recurso eletrônico] / Wili Dal Zot, Manuela Longoni de Castro. – Porto Alegre : Bookman, 2015. Editado como livro impresso em 2015. ISBN 978-85-8260-333-8 1. Matemática financeira. I. Castro, Manuela Longoni de. II. Título. CDU 51 Os autores Wili Dal Zot É professor de Matemática Financeira do Departamento de Matemática Pura e Aplicada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desde 1984. É bacharel em Ciências Econômicas pela UFRGS, espe- cialista em Finanças pela Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e mes- tre em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE) pela mesma instituição. Atualmente, é professor convidado da FGV das disciplinas de Matemática Financeira e Finanças Corporativas em cursos de Pós-Graduação. Tem experiência em cargos de Gerência Financeira e de Controla- doria em empresas de setores da Indústria de Comércio e Serviços. Manuela Longoni de Castro É bacharel em Matemática pela UFRGS, mestre em Matemática Aplicada pela mesma universidade e Ph.D. em Matemática pela University of New Mexico (Estados Unidos). É professora adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Sul desde 2006, ministrando a disciplina de Matemática Financeira desde 2007. Tem experiência na área de Matemática Aplicada, atuando nas áreas de Equações Diferenciais Parciais, Aná- lise Numérica e Ecologia Matemática.
  • 3. CAPÍTULO 10 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 10.1 Introdução CONCEITO 10.1 Análise de investimentos “[…] é o estudo dos fluxos de caixa – de- sembolsos de capital (saídas de caixa) e retornos de investimentos (entradas de caixa) – de um projeto para avaliar sua viabilidade econômica. A viabilidade econômica de um investimento exige a recuperação do capital (retorno do investimento) e a sua remunera- ção (retorno sobre o investimento).”(REBELATTO, 2004, p. 212) A análise de investimentos pode ser considerada como um conjunto de critérios que as empresas utilizam na tomada de decisão ao realizar investimentos visando, principalmente, à reposição de ativos existentes (em especial instalações e equipamentos), ao lançamento de novos produtos e à redução de custos. O processo consiste em decidir se um projeto vale a pena (se o retorno sobre o investimento é mais interessante que aplicações no mercado finan- ceiro) ou optar por um entre vários projetos de investimento alternativos. Segundo Casarotto, O desempenho de uma ampla classe de investimentos pode ser medido em termos monetários e, neste caso, utilizam-se técnicas de engenharia econômica fundamenta- das na ciência chamada Matemátiva Financeira, que, por sua vez, descreve as rela- ções do binômio tempo e dinheiro, posto que “Tempo é Dinheiro”, como assegura a conhecida máxima. (CASAROTTO FILHO; KOPITTKE, 2000, p. 13) A primeira publicação sobre a aplicação de critérios econômicos em decisões de investi- mentos que se tem conhecimento é A Teoria Econômica da Localização dos Caminhos de Ferro, de Arthur Mellen Wellington (WELLINGTON, 1887). O livro tinha como subtítulo “uma análise das condições de controlar os custos das estradas de ferro, permitindo o uso mais criterioso do capital”. Wellington é considerado o pai do tema da economia da engenharia, que é a análise das consequências econômicas das decisões de engenharia. A importância de seu estudo é evidenciada pela sua inclusão no exame de Fundamentos de Engenharia para a certificação de um engenheiro. O estudo se apoia principalmente na transformação das consequências das decisões de engenharia para quantias monetárias e de comparação de quantidades em épocas diferentes, com base em juros compostos.
  • 4. 110 Matemática Financeira 10.2 Princípios de análise de investimentos Deve-se ao professor Eugene L. Grant o estabelecimento dos princípios que norteiam até hoje as técnicas de análise de investimentos. Em sua publicação Princípios da engenharia econômica (GRANT; IRESON; LEAVENWORTH, 1990), editado pela primeira vez em 1930, destacam-se os seguintes princípios: • Não existe decisão a ser tomada se houver apenas uma alternativa • Só podem ser comparadas alternativas homogêneas • Apenas diferenças entre as alternativas devem ser consideradas • Os critérios de decisão devem reconhecer o valor do dinheiro no tempo • Devem ser considerados os problemas de racionamento de capital • Devem ser consideradas as incertezas em relação às previsões 10.3 Limites da abordagem de análise de investimentos na Matemática Financeira Ao contextualizar a análise de investimentos, inicialmente e, ainda hoje, também conhecida por engenharia econômica ou orçamento de capital, vimos que seus principais métodos se baseiam na Matemática Financeira. Assim, neste tópico da disciplina, temos como objetivo o estudo da base matemática dos métodos da análise de investimentos, deixando para outras disciplinas como Projetos (cursos de Economia), Engenharia Econômica (cursos de Enge- nharia) ou Administração Financeira (cursos de Administração) a complementação de itens como: • Elaboração do fluxo de caixa com base em projeções econômico-financeiras • Exame cuidadoso das despesas que entram no fluxo de caixa e outras que não entram (como variações nas necessidades de capital de giro, depreciação, provisões, custos, etc.) • Impacto do risco e incerteza na análise • Metodologias envolvendo diversos cenários e considerações sobre métodos probabilísticos O aluno que desejar se aprofundar nessa matéria poderá consultar obras de autores como Gitman (2004), Ross et al. (2013), Bierman Jr.; Schmidt (2007) e Brealey; Myers; Allen (2008). 10.4 Conceitos básicos É comum considerar investimento como qualquer aplicação financeira com alguma expec- tativa de ganho futuro (juros ou lucros). Em Economia, entretanto, costuma-se conceituar investimento como o gasto em bens que representem aumento da capacidade produtiva da economia, isto é, a capacidade de gerar rendas futuras (VASCONCELLOS, 2009, p. 208). Nor- malmente está associado a gastos com bens de capital ou a estoques. Nessa abordagem, o investimento tem por objetivo o aumento da produção de bens ou serviços, rendendo lucro, e distinguindo-se, no enfoque econômico, das aplicações financeiras, que apoiam a produção apenas de forma indireta, as quais rendem juros.
  • 5. Capítulo 10 Análise de investimentos 111 10.4.1 Taxa interna de retorno – TIR Assim como juros são a renda de uma aplicação financeira e a taxa de juros é a medida re- lativa de sua grandeza, o lucro ou retorno é a renda de um investimento e a taxa interna de retorno é a medida relativa da grandeza do retorno. CONCEITO 10.2 A taxa interna de retorno (IRR – internal rate of return) é tal que satisfaz a equação: TIR TIR TIR TIR onde, geralmente, R0 corresponde ao valor do investimento e é apresentado com valor negativo (saída de caixa), semelhantemente a um fluxo de caixa de uma aplicação finan- ceira onde R0 corresponderia ao principal, e os demais valores como saldos líquidos entre receitas, custos e despesas, geralmente positivos. Como visto na equação acima, não é possível colocar em evidência a variável tir: trata-se de um problema de encontrar a raiz, ou raízes, de um polinônio de grau n. Soluções para problemas desse tipo são tratadas na disciplina de Cálculo Numérico e facilitadas pelo uso de recursos de cálculo pré-programados existentes nas calculadoras financeiras (recursos de fluxo de caixa – cash-flow). 10.4.2 Taxa mínima de atratividade – TMA A taxa mínima de atratividade (hurdle rate) é uma taxa que as empresas tomam como refe- rência para orientação quanto aos seus investimentos. CONCEITO 10.3 Em geral as empresas escolhem como taxa mínima de atratividade a taxa de juros de uma aplicação financeira que fariam caso os projetos de investimentos em estudo não fossem realizados. “Um dos conceitos mais importantes ... é o conceito do custo médio ponderado de capital e pode ser interpretado como o retorno exigido da empresa.”(ROSS et. al., 2013, p. 460) “Para melhor direcionar a escolha da TMA, ela deve ser função de, pelo menos, custo de capital (aqui entendido como custo das fontes de fi- nanciamento de terceiros) e custo de oportunidade (aqui entendido como o custo de não se optar por aplicações alternativas dos recursos do acionista).”(REBELATTO, 2004, p. 212) Nos problemas de Matemática Financeira, a TMA será uma informação dada, deixando sua determinação para outras disciplinas, especialmente para a Administração Financeira. 10.4.3 Valor presente líquido – VPL CONCEITO 10.4 O valor presente líquido (net present value – NPV) é o valor atual de um fluxo de caixa na data focal zero, considerando-se todas as suas entradas (receitas) e saídas (investimentos, custos e despesas) e utilizando, como taxa de juros, a taxa mínima de atratividade – TMA: TMA TMA TMA TMA onde, da mesma forma que a taxa interna de retorno, R0 corresponde ao valor do investimento e é apresentado com valor negativo (saída de caixa), semelhantemente a um fluxo de caixa de
  • 6. 112 Matemática Financeira uma aplicaçào financeira onde R0 corresponde ao principal, e os demais valores como saldos líquidos entre receitas, custos e despesas, geralmente são positivos. 10.4.4 Payback CONCEITO 10.5 Payback, também conhecido como prazo de retorno do capital investi- do, é o período de tempo necessário para que os fluxos de caixa positivos sejam suficien- tes para igualar o valor do investimento. O payback de um projeto é uma medida de rapidez com que os fluxos de caixa gerados por esse projeto cobrem o investimento inicial. Intuitivamente, projetos que cobrem seus investi- mentos mais cedo podem ser considerados mais atraentes. Além disso, projetos que retornam seus investimentos mais cedo são projetos menos arriscados (DAMODARAN, 2004, p. 256). 10.4.5 Viabilidade econômica CONCEITO 10.6 Dizemos que um projeto de investimentos tem viabilidade econômica quando conseguimos demonstrar, através de um dos métodos da análise de investimen- tos, que o projeto agrega mais valor à empresa do que outras oportunidades (em geral do mercado financeiro) de igual risco ao projeto. 10.4.6 Viabilidade financeira CONCEITO 10.7 Por outro lado, quando existe disponibilidade de recursos de capital (próprios ou de terceiros), a custos compatíveis (empresa e mercado) para investir, dize- mos que o projeto tem viabilidade financeira. 10.5 Principais técnicas de análise de investimentos Nesta disciplina, são abordadas as seguintes técnicas de análise de investimentos: • Método do valor presente líquido (VPL) • Método da taxa interna de retorno (TIR) • Método do valor presente líquido anualizado (VPLA) • Método do prazo de retorno (payback simples) Os três primeiros são denominados métodos de fluxo de caixa descontado. 10.5.1 Enfoques para a decisão Há dois enfoques básicos para a decisão de orçamento de capital (análise de investimento), segundo Gitman (2004, pp. 306):
  • 7. Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.