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ÂMBITO DA ANÁLISE DE
INVESTIMENTOS
ÁLVARO DUARTE
Aluno Nº 20101001
MARCO CUNHA
Aluno Nº 20101068
RESUMO: Ao avançar para um projecto de investimento é necessário considerar as
mais diversas variáveis e opções que podem, ou não, condicionar a execução do mesmo
e, ao mesmo tempo, levar ao sucesso, ou fracasso, do empreendimento.
O âmbito da análise de investimentos é tão ou mais importante pois permite que, antes
da execução do investimento, se possa aferir da sua rentabilidade e do risco de
envolvimento para as partes intervenientes no processo de investimento.
Os investimentos são realizados de acordo com a sua tipologia, isto é, de acordo com os
critérios definidos para o mesmo e, sobretudo, com a estratégia assumida pela entidade
investidora/empreendedora.
INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE COIMBRA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
DEZEMBRO DE 2006
1. DEFINIÇÃO DE INVESTIMENTO
Um investimento é toda e qualquer acção através da qual se espera que surja uma
determinada rentabilidade. Deste modo, o investimento poderá ocorrer nas mais
variadas vertentes, quer em tempo, quer em recursos, quer em dinheiro, quer em
interesse e empenho pessoal, surgindo associado a um empreendimento.
Contudo é importante avaliar o investimento de dois pontos de vista. Avaliando de uma
perspectiva micro, um investimento é qualquer aplicação de recursos que visa
proporcionar benefícios futuros. Por outro lado, numa perspectiva macro a definição é
mais restrita e resume-se à aplicação de recursos que permitam aumentar a quantidade
de capital produtivo ao dispor de um país ou de uma região, em edifícios, equipamentos,
tecnologia e existências, ainda que isso implique o sacrifício do consumo corrente.
O investimento aflui em todos os níveis que se possam imaginar, como no investimento
de uma carreira profissional, como no investimento da realização pessoal ou, em
contrapartida, naquilo que possa ser mais benéfico e interessante para a pessoa que
enceta o empreendimento.
Num investimento existem duas partes importantes e que podem, ou não, dependendo
dos investimentos em questão, ser indissociáveis:
ƒ Investidores: pessoa ou organização que coloca recursos ou conhecimentos, à
disposição do empreendedor, num empreendimento. Neste grupo incluem-se
accionistas e os seus representantes e outros apoiantes.
ƒ Empreendedores: os que, para alcançar a realização de um projecto ou
empreendimento, necessitam do investimento.
Em alguns casos o empreendedor e o investidor tomam a mesma figura, isto é, a
entidade que toma a iniciativa de encetar o empreendimento dispõe dos recursos
necessários para investir no mesmo.
Um investimento é orientado por entidades – pessoas ou organizações – que fixam os
seus próprios objectivos e que, por isso, avaliam subjectivamente o empreendimento em
função dos seus interesses, ou seja, podem calcular a rentabilidade do empreendimento
de uma forma distinta, subavaliando ou sobreavaliando, de acordo com os interesses da
entidade que representam.
É importante, na fase de planeamento de um investimento, definir o âmbito de aplicação
do investimento, a sua rentabilidade a curto, médio e longo prazo – em função do
investimento e do empreendimento – e, principalmente, o objectivo final que se
pretende alcançar.
Torna-se importante mencionar que, em qualquer investimento:
ƒ Existem factores que podem ser controlados pelas partes envolvidas no investimento
e há, por outro lado, factores que estão completamente fora de controlo das entidades.
ƒ É necessário determinar, à partida, as consequências prováveis e possíveis que
possam advir da execução do investimento e, deste modo, avaliar o seu factor de
risco.
Só com a verificação e análise dos pontos supracitados se poderá avaliar a rentabilidade
e projectar resultados do investimento, para confirmar, ou não, a sua viabilidade, caso
contrário os parâmetros de investimento terão que sofrer modificações.
O objectivo primário e primordial de um investimento é gerar um rendimento para o
investidor/empreendedor que é, normalmente, calculado em termos financeiros e deve
ser sempre calculado com a maior exactidão possível. Neste âmbito é ainda necessário
definir limites de aceitabilidade, ou seja, a fixação de metas precisas e, ainda,
reconhecer onde se encontram os limites – positivos e negativos – pois só assim será
possível avaliar, em qualquer momento, o estado em que se encontra o investimento.
Existe ainda a possibilidade de avaliar o rendimento gerado por um investimento sem
que, para isso, se recorra a termos financeiros, ou seja, pode recorrer-se a outro tipo de
objectivos:
Tabela 1 – Tipos de objectivos
Financeiros Operacionais
Rendimento
Compromisso
Contingências
Relações de investimento
Ascendência e dependência
Potencial futuro
Sociais De Desenvolvimento
Aceitabilidade
Preocupações
Reputação
Factores éticos
Oportunidades futuras
Tecnologia e perícia
Reputação
Valor
Antes de prosseguir com um investimento é essencial que seja desenvolvido um
trabalho de base, com o objectivo de obter conhecimentos satisfatórios sobre o
investimento em questão. Assim, é importante analisar:
ƒ O leque de rentabilidades possíveis, positivas e negativas, e em termos financeiros e
não financeiros.
ƒ Determinação da política e orientação para o empreendimento.
ƒ Aspectos comportamentais do empreendimento e riscos que o mesmo envolve.
ƒ Definição de sucesso e fracasso, alvos e objectivos, em termos aceitáveis, para cada
parte do empreendimento.
ƒ Processos de gestão do empreendimento e relações daí resultantes.
ƒ Níveis gerais de aceitabilidade ou do envolvimento no empreendimento.
ƒ Consequências do sucesso, ou possível, fracasso do empreendimento.
ƒ Período de tempo em que o investimento é necessário e em que medida esse tempo
poderá ser reduzido e, ainda mais importante, alargado.
Com este trabalho de base poder-se-á compreender melhor o contexto geral da proposta
de investimento e, principalmente, avaliar a sua exequibilidade enquanto fonte de
rendimento, qualquer que este seja.
FORMULAÇÃO
ESTUDO PRELIMINAR
VARIANTES
ANÁLISE/AVALIAÇÃO
DECISÃO NÃO
SIM
IMPLEMENTAÇÃO
EXPLORAÇÃO
CONTROLO/FISCALIZAÇÃO
AVALIAÇÃO
“EX-POST”
Reformulação 2
Reformulação 1
Nova Formulação
Figura 1: Ciclo do projecto de investimento
2. TIPOLOGIA DOS INVESTIMENTOS
Os investimentos podem ser divididos em diversos tipos, de acordo com diferentes
critérios. Podem ser classificados quanto ao objectivo, à dependência, à distribuição
temporal das receitas e despesas e quanto à origem do capital.
2.1 Classificação quanto ao objectivo
ƒ Investimentos de reposição
ƒ Investimentos de modernização
ƒ Investimentos de inovação
ƒ Investimentos de expansão
ƒ Investimentos estratégicos
Os investimentos de reposição e/ou modernização são relativos à substituição de um
equipamento por outro análogo ou mais evoluído. Por vezes não se encontram
disponíveis dados que permitam a avaliação isolada das variantes com ou sem o
investimento.
Os investimentos de inovação e/ou expansão enfrentam o problema da importância a dar
ao estudo de mercado e ao investimento em marketing. No caso dos investimentos de
inovação torna-se necessário prever as vendas futuras sem a comparação de dados
históricos.
Os investimentos estratégicos referem-se a projectos de redução de risco com
diversificação de actividades, projectos de carácter social, com implicações na melhoria
das condições de trabalho ou em ganhos de produtividade.
2.2 Classificação quanto à dependência
ƒ Investimentos independentes
ƒ Investimentos dependentes mutuamente exclusivos
ƒ Investimentos dependentes complementares
A dependência entre projectos de investimento é um aspecto a ter em conta nas técnicas
de avaliação.
No caso de se efectuar a análise de dois projectos mutuamente exclusivos, e onde
apenas um se possa realizar, a escolha não se deve basear na TIR (Taxa Interna de
Rentabilidade).
Se o caso a analisar for de investimentos complementares, a decisão deverá ser
fundamentada em equivalentes projectos.
2.3 Classificação quanto à distribuição temporal das receitas e das despesas
ƒ Investimentos convencionais: D1 … Dm Rm+1 … Rn
ƒ Investimentos não convencionais: D1 R1 D2 D3 R3
Os investimentos convencionais baseiam-se numa sequência de inicial de m períodos
em que, devido aos custos de investimento, as despesas são superiores às receitas – os
períodos estão representados por D – seguindo-se uma fase em que se sucede o
contrário – representada por Rm+1 a Rn. O investimento não convencional baseia-se
numa sequência de fluxos negativos e positivos alternados.
Torna-se importante distinguir estes dois tipos de investimento pois é desaconselhável a
utilização da TIR para investimentos não convencionais.
2.4 Classificação quanto à origem do capital
ƒ Investimento nacional
ƒ Investimento estrangeiro directo
ƒ Investimento estrangeiro indirecto
Entende-se por investimento estrangeiro directo a constituição de novas empresas com
origem no exterior, e investimento estrangeiro indirecto a aquisição de participações de
empresas nacionais existentes.
Existe uma enorme multiplicidade de formas jurídicas de que se reveste a
interpenetração entre capital estrangeiro e nacional, como são:
ƒ Joint-ventures, em que a maioria do capital é nacional
ƒ Contratos de licenciamento
ƒ Contratos de gestão
ƒ Contratos de partilha de produção, como são exemplo o petróleo ou as minas
ƒ Contratos de serviços
ƒ Franchising, como os casos de lojas de alimentação e vestuário
3. OBJECTIVO DA AVALIAÇÃO DE PROJECTOS
3.1 Avaliação financeira/empresarial
Uma perspectiva financeira/empresarial tem por objectivo determinar se os recursos
financeiros aplicados – capitais próprios e empréstimos – poderão ser recuperados e
remunerados adequadamente, durante o período de vida económica do projecto. Esta
avaliação contempla duas etapas: uma primeira, designada de económica (pré-
financiamento), e que visa determinar a rendibilidade dos investimentos
independentemente de como sejam financiados, uma segunda, de financiamento, que
engloba o esquema particular de endividamento a adoptar, naquilo que possa afectar a
rendibilidade previamente calculada.
3.2 Avaliação económica
Uma perspectiva económica contempla questões de relacionadas com as “prioridades da
economia nacional” ou da “colectividade”, assumindo particular relevância nos países
em que os factores de produção – capital e trabalho qualificado – são escassos, sendo
indispensável avaliar se o impacto económico produzido pelo projecto, é maximizado
face a outra alternativa de aplicação de recursos.
Esta avaliação deverá ser conduzida de forma a concluir se:
ƒ O projecto está inserido num sector determinante para o desenvolvimento da
economia;
ƒ O projecto contribuirá efectivamente para o desenvolvimento do sector;
ƒ Os benefícios económicos gerados serão ou não superiores aos recursos aplicados.
3.3 Avaliação social
Uma perspectiva social procura fazer uma “análise do Bem-Estar”, interessando
encontrar resposta para diferentes questões:
ƒ Quais os grupos sociais que beneficiam mais com o projecto?
ƒ Até que ponto a distribuição do rendimento decorrente da concretização do projecto é
ou não compatível com os objectivos previamente estabelecidos para a política
social?
ƒ Qual a contribuição do projecto para o nível de Bem-Estar Social?
3.4 Métodos de avaliação de um projecto de investimento
A análise de viabilidade de um projecto, considera que a rendibilidade do mesmo é
avaliada de duas formas distintas, quer a análise seja feita numa perspectiva empresarial
ou numa perspectiva macroeconómica.
Nesta avaliação os dados são tratados a preços de mercado corrigidos de todas as
distorções que alteram o seu valor real, “preços sombras”, também chamados “preços de
referência”. As distorções, referidas anteriormente, podem ser as restrições às
importações, as taxas de câmbio oficiais, o controlo de preços e os incentivos às
exportações.
Torna-se importante definir os “preços de referência” a utilizar no cálculo da
rentabilidade económica dos projectos. No entanto, é necessário ter em conta os custos e
benefícios indirectos do projecto, ou seja, quais os efeitos que a realização do projecto
terá nos outros sectores da economia nacional, medidos a preços de referência.
Este tipo de análise pretende verificar a viabilidade técnica e financeira do projecto,
bem como qual o seu contributo para a economia nacional. Sabendo que para a
realização de um projecto de investimento é necessário afectar recursos raros, como o
capital e trabalho especializado, convém verificar em que medida a afectação desses
recursos contribui para o desenvolvimento da economia nacional.
Na avaliação macroeconómica, pode-se distinguir duas situações:
ƒ Avaliação de projectos cujo output não se apresenta directamente quantificável
ƒ Avaliação de projectos cujo output se apresenta directamente quantificável
O investimento decompõe-se em capital fixo corpóreo, capital fixo incorpóreo e
acréscimo de fundo de maneio necessário ao funcionamento do projecto. E os custos de
exploração de um projecto decompõem-se em fixos e variáveis.
Relativamente aos benefícios, enquanto que nos projectos analisados numa óptica
empresarial correspondem aos meios libertos, na óptica macroeconómica é preciso ter
em conta a inutilidade para os promotores e para a comunidade resultantes da
mobilização de recursos que poderiam ter aplicações alternativas.
3.5 Ferramenta de avaliação de investimentos
A análise de investimentos pode ser feita com recurso a ferramentas, estruturadas em
três eixos de análise, que permitem fazer uma avaliação qualitativa e quantitativa do
investimento.
Tabela 2 – Eixos de análise e objectivos
Eixos Objectivos Permite
Alinhamento
Estratégico
Determinar o grau de alinhamento do projecto com os
objectivos estratégicos do Organismo;
Identificar os benefícios a obter com o projecto
enquanto base de sustentação à avaliação do retorno do
investimento
Identificar as consequências da não realização do
projecto
Maximização do
alinhamento com os
objectivos do
organismo e do
sector
Avaliação
Financeira
Avaliar a viabilidade financeira dos projectos
apresentados, focando o investimento de Capital e o
seu impacto nos processos alvo do investimento
Maximização da
viabilidade
financeira
Avaliação
De Risco
Identificar e avaliar os potenciais riscos, isto é, os
aspectos que podem pôr em causa o sucesso do
projecto
Minimização do
risco
A estrutura desta ferramenta, com três eixos de análise, permite leituras parciais por
eixo, e quando conjugados, uma leitura global e integrada.
Figura 2: Matriz de análise global
3.6 Análise de alinhamento estratégico
O posicionamento do projecto, em termos de alinhamento estratégico e benefícios a
obter pode ser representado por uma matriz bidimensional, com algumas
recomendações por quadrante.
Figura 3: Matriz da análise do alinhamento estratégico / benefícios
3.7 Análise financeira
Esta avaliação permite efectuar uma análise multicritério que combina vários
indicadores, como o Retorno do Investimento (ROI), o Valor Actualizado Líquido
(VAL), a Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) e o Período de Retorno do Investimento
Pay-back, posicionando o investimento em termos exclusivamente financeiros na
Matriz de Avaliação Financeira.
Figura 4: Matriz da avaliação financeira
3.8 Análise de risco
Esta avaliação permite identificar e avaliar os possíveis riscos do projecto.
É elaborado um questionário aos organismos, o que vai permitir avaliar o grau de risco
em três vertentes, que são:
ƒ Organizacional
ƒ Tecnológico
ƒ Projecto
A informação recolhida no questionário permite classificar cada vertente em risco
baixo, médio ou alto, permitindo posicionar o investimento na Matriz de Avaliação de
Risco.
Figura 5: Matriz de análise de risco
Com base nos elementos do estudo de viabilidade e das indicações resultantes do
processo de avaliação do projecto, a entidade decisora poderá assumir diversas
posições, caso a rendibilidade seja imprecisa ou, em opção, o projecto não esteja
suficientemente estudado:
ƒ Proceder à análise mais aprofundada do projecto.
ƒ Proceder ao reavaliação de alguns aspectos em que poderão surgir dúvidas,
nomeadamente no grau de incerteza.
ƒ Abandonar o projecto visto que o mesmo não justifica a aplicação de recursos ou o
seu lançamento não se manifesta oportuno.
ƒ Aceitar uma das variantes do projecto.
5. BIBLIOGRAFIA
[1] Oliveira Soares, J. et al, Avaliação de Projectos de Investimento na Óptica
Empresarial. 1.ª Edição, Lisboa, 1999, pp. 13-19, ISBN: 972-618-207-7.
[2] Pettinger, R., A Decisão de Investimento, Lisboa, 2003, pp. 13-40, ISBN: 972-
8563-36-1.
[3] Sousa, António Rebelo de, Análise Económica e Financeira de Projectos, ISCSP,
Lisboa, 2005, pp. 19-96, ISBN: 972-872-665-1.
[4] http://www.inst-informatica.pt/MAIS/
[5] http://www.pmelink.pt/pmelink_public/EC/0,1655,1005_29057-3_41098--
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  • 1. ÂMBITO DA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS ÁLVARO DUARTE Aluno Nº 20101001 MARCO CUNHA Aluno Nº 20101068 RESUMO: Ao avançar para um projecto de investimento é necessário considerar as mais diversas variáveis e opções que podem, ou não, condicionar a execução do mesmo e, ao mesmo tempo, levar ao sucesso, ou fracasso, do empreendimento. O âmbito da análise de investimentos é tão ou mais importante pois permite que, antes da execução do investimento, se possa aferir da sua rentabilidade e do risco de envolvimento para as partes intervenientes no processo de investimento. Os investimentos são realizados de acordo com a sua tipologia, isto é, de acordo com os critérios definidos para o mesmo e, sobretudo, com a estratégia assumida pela entidade investidora/empreendedora. INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE COIMBRA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DEZEMBRO DE 2006
  • 2. 1. DEFINIÇÃO DE INVESTIMENTO Um investimento é toda e qualquer acção através da qual se espera que surja uma determinada rentabilidade. Deste modo, o investimento poderá ocorrer nas mais variadas vertentes, quer em tempo, quer em recursos, quer em dinheiro, quer em interesse e empenho pessoal, surgindo associado a um empreendimento. Contudo é importante avaliar o investimento de dois pontos de vista. Avaliando de uma perspectiva micro, um investimento é qualquer aplicação de recursos que visa proporcionar benefícios futuros. Por outro lado, numa perspectiva macro a definição é mais restrita e resume-se à aplicação de recursos que permitam aumentar a quantidade de capital produtivo ao dispor de um país ou de uma região, em edifícios, equipamentos, tecnologia e existências, ainda que isso implique o sacrifício do consumo corrente. O investimento aflui em todos os níveis que se possam imaginar, como no investimento de uma carreira profissional, como no investimento da realização pessoal ou, em contrapartida, naquilo que possa ser mais benéfico e interessante para a pessoa que enceta o empreendimento. Num investimento existem duas partes importantes e que podem, ou não, dependendo dos investimentos em questão, ser indissociáveis: ƒ Investidores: pessoa ou organização que coloca recursos ou conhecimentos, à disposição do empreendedor, num empreendimento. Neste grupo incluem-se accionistas e os seus representantes e outros apoiantes. ƒ Empreendedores: os que, para alcançar a realização de um projecto ou empreendimento, necessitam do investimento. Em alguns casos o empreendedor e o investidor tomam a mesma figura, isto é, a entidade que toma a iniciativa de encetar o empreendimento dispõe dos recursos necessários para investir no mesmo. Um investimento é orientado por entidades – pessoas ou organizações – que fixam os seus próprios objectivos e que, por isso, avaliam subjectivamente o empreendimento em função dos seus interesses, ou seja, podem calcular a rentabilidade do empreendimento de uma forma distinta, subavaliando ou sobreavaliando, de acordo com os interesses da entidade que representam. É importante, na fase de planeamento de um investimento, definir o âmbito de aplicação do investimento, a sua rentabilidade a curto, médio e longo prazo – em função do investimento e do empreendimento – e, principalmente, o objectivo final que se pretende alcançar. Torna-se importante mencionar que, em qualquer investimento: ƒ Existem factores que podem ser controlados pelas partes envolvidas no investimento e há, por outro lado, factores que estão completamente fora de controlo das entidades. ƒ É necessário determinar, à partida, as consequências prováveis e possíveis que possam advir da execução do investimento e, deste modo, avaliar o seu factor de risco.
  • 3. Só com a verificação e análise dos pontos supracitados se poderá avaliar a rentabilidade e projectar resultados do investimento, para confirmar, ou não, a sua viabilidade, caso contrário os parâmetros de investimento terão que sofrer modificações. O objectivo primário e primordial de um investimento é gerar um rendimento para o investidor/empreendedor que é, normalmente, calculado em termos financeiros e deve ser sempre calculado com a maior exactidão possível. Neste âmbito é ainda necessário definir limites de aceitabilidade, ou seja, a fixação de metas precisas e, ainda, reconhecer onde se encontram os limites – positivos e negativos – pois só assim será possível avaliar, em qualquer momento, o estado em que se encontra o investimento. Existe ainda a possibilidade de avaliar o rendimento gerado por um investimento sem que, para isso, se recorra a termos financeiros, ou seja, pode recorrer-se a outro tipo de objectivos: Tabela 1 – Tipos de objectivos Financeiros Operacionais Rendimento Compromisso Contingências Relações de investimento Ascendência e dependência Potencial futuro Sociais De Desenvolvimento Aceitabilidade Preocupações Reputação Factores éticos Oportunidades futuras Tecnologia e perícia Reputação Valor Antes de prosseguir com um investimento é essencial que seja desenvolvido um trabalho de base, com o objectivo de obter conhecimentos satisfatórios sobre o investimento em questão. Assim, é importante analisar: ƒ O leque de rentabilidades possíveis, positivas e negativas, e em termos financeiros e não financeiros. ƒ Determinação da política e orientação para o empreendimento. ƒ Aspectos comportamentais do empreendimento e riscos que o mesmo envolve. ƒ Definição de sucesso e fracasso, alvos e objectivos, em termos aceitáveis, para cada parte do empreendimento. ƒ Processos de gestão do empreendimento e relações daí resultantes. ƒ Níveis gerais de aceitabilidade ou do envolvimento no empreendimento. ƒ Consequências do sucesso, ou possível, fracasso do empreendimento. ƒ Período de tempo em que o investimento é necessário e em que medida esse tempo poderá ser reduzido e, ainda mais importante, alargado. Com este trabalho de base poder-se-á compreender melhor o contexto geral da proposta de investimento e, principalmente, avaliar a sua exequibilidade enquanto fonte de rendimento, qualquer que este seja.
  • 4. FORMULAÇÃO ESTUDO PRELIMINAR VARIANTES ANÁLISE/AVALIAÇÃO DECISÃO NÃO SIM IMPLEMENTAÇÃO EXPLORAÇÃO CONTROLO/FISCALIZAÇÃO AVALIAÇÃO “EX-POST” Reformulação 2 Reformulação 1 Nova Formulação Figura 1: Ciclo do projecto de investimento 2. TIPOLOGIA DOS INVESTIMENTOS Os investimentos podem ser divididos em diversos tipos, de acordo com diferentes critérios. Podem ser classificados quanto ao objectivo, à dependência, à distribuição temporal das receitas e despesas e quanto à origem do capital. 2.1 Classificação quanto ao objectivo ƒ Investimentos de reposição ƒ Investimentos de modernização ƒ Investimentos de inovação ƒ Investimentos de expansão ƒ Investimentos estratégicos Os investimentos de reposição e/ou modernização são relativos à substituição de um equipamento por outro análogo ou mais evoluído. Por vezes não se encontram disponíveis dados que permitam a avaliação isolada das variantes com ou sem o investimento.
  • 5. Os investimentos de inovação e/ou expansão enfrentam o problema da importância a dar ao estudo de mercado e ao investimento em marketing. No caso dos investimentos de inovação torna-se necessário prever as vendas futuras sem a comparação de dados históricos. Os investimentos estratégicos referem-se a projectos de redução de risco com diversificação de actividades, projectos de carácter social, com implicações na melhoria das condições de trabalho ou em ganhos de produtividade. 2.2 Classificação quanto à dependência ƒ Investimentos independentes ƒ Investimentos dependentes mutuamente exclusivos ƒ Investimentos dependentes complementares A dependência entre projectos de investimento é um aspecto a ter em conta nas técnicas de avaliação. No caso de se efectuar a análise de dois projectos mutuamente exclusivos, e onde apenas um se possa realizar, a escolha não se deve basear na TIR (Taxa Interna de Rentabilidade). Se o caso a analisar for de investimentos complementares, a decisão deverá ser fundamentada em equivalentes projectos. 2.3 Classificação quanto à distribuição temporal das receitas e das despesas ƒ Investimentos convencionais: D1 … Dm Rm+1 … Rn ƒ Investimentos não convencionais: D1 R1 D2 D3 R3 Os investimentos convencionais baseiam-se numa sequência de inicial de m períodos em que, devido aos custos de investimento, as despesas são superiores às receitas – os períodos estão representados por D – seguindo-se uma fase em que se sucede o contrário – representada por Rm+1 a Rn. O investimento não convencional baseia-se numa sequência de fluxos negativos e positivos alternados. Torna-se importante distinguir estes dois tipos de investimento pois é desaconselhável a utilização da TIR para investimentos não convencionais. 2.4 Classificação quanto à origem do capital ƒ Investimento nacional ƒ Investimento estrangeiro directo ƒ Investimento estrangeiro indirecto
  • 6. Entende-se por investimento estrangeiro directo a constituição de novas empresas com origem no exterior, e investimento estrangeiro indirecto a aquisição de participações de empresas nacionais existentes. Existe uma enorme multiplicidade de formas jurídicas de que se reveste a interpenetração entre capital estrangeiro e nacional, como são: ƒ Joint-ventures, em que a maioria do capital é nacional ƒ Contratos de licenciamento ƒ Contratos de gestão ƒ Contratos de partilha de produção, como são exemplo o petróleo ou as minas ƒ Contratos de serviços ƒ Franchising, como os casos de lojas de alimentação e vestuário 3. OBJECTIVO DA AVALIAÇÃO DE PROJECTOS 3.1 Avaliação financeira/empresarial Uma perspectiva financeira/empresarial tem por objectivo determinar se os recursos financeiros aplicados – capitais próprios e empréstimos – poderão ser recuperados e remunerados adequadamente, durante o período de vida económica do projecto. Esta avaliação contempla duas etapas: uma primeira, designada de económica (pré- financiamento), e que visa determinar a rendibilidade dos investimentos independentemente de como sejam financiados, uma segunda, de financiamento, que engloba o esquema particular de endividamento a adoptar, naquilo que possa afectar a rendibilidade previamente calculada. 3.2 Avaliação económica Uma perspectiva económica contempla questões de relacionadas com as “prioridades da economia nacional” ou da “colectividade”, assumindo particular relevância nos países em que os factores de produção – capital e trabalho qualificado – são escassos, sendo indispensável avaliar se o impacto económico produzido pelo projecto, é maximizado face a outra alternativa de aplicação de recursos. Esta avaliação deverá ser conduzida de forma a concluir se: ƒ O projecto está inserido num sector determinante para o desenvolvimento da economia; ƒ O projecto contribuirá efectivamente para o desenvolvimento do sector; ƒ Os benefícios económicos gerados serão ou não superiores aos recursos aplicados. 3.3 Avaliação social Uma perspectiva social procura fazer uma “análise do Bem-Estar”, interessando encontrar resposta para diferentes questões: ƒ Quais os grupos sociais que beneficiam mais com o projecto?
  • 7. ƒ Até que ponto a distribuição do rendimento decorrente da concretização do projecto é ou não compatível com os objectivos previamente estabelecidos para a política social? ƒ Qual a contribuição do projecto para o nível de Bem-Estar Social? 3.4 Métodos de avaliação de um projecto de investimento A análise de viabilidade de um projecto, considera que a rendibilidade do mesmo é avaliada de duas formas distintas, quer a análise seja feita numa perspectiva empresarial ou numa perspectiva macroeconómica. Nesta avaliação os dados são tratados a preços de mercado corrigidos de todas as distorções que alteram o seu valor real, “preços sombras”, também chamados “preços de referência”. As distorções, referidas anteriormente, podem ser as restrições às importações, as taxas de câmbio oficiais, o controlo de preços e os incentivos às exportações. Torna-se importante definir os “preços de referência” a utilizar no cálculo da rentabilidade económica dos projectos. No entanto, é necessário ter em conta os custos e benefícios indirectos do projecto, ou seja, quais os efeitos que a realização do projecto terá nos outros sectores da economia nacional, medidos a preços de referência. Este tipo de análise pretende verificar a viabilidade técnica e financeira do projecto, bem como qual o seu contributo para a economia nacional. Sabendo que para a realização de um projecto de investimento é necessário afectar recursos raros, como o capital e trabalho especializado, convém verificar em que medida a afectação desses recursos contribui para o desenvolvimento da economia nacional. Na avaliação macroeconómica, pode-se distinguir duas situações: ƒ Avaliação de projectos cujo output não se apresenta directamente quantificável ƒ Avaliação de projectos cujo output se apresenta directamente quantificável O investimento decompõe-se em capital fixo corpóreo, capital fixo incorpóreo e acréscimo de fundo de maneio necessário ao funcionamento do projecto. E os custos de exploração de um projecto decompõem-se em fixos e variáveis. Relativamente aos benefícios, enquanto que nos projectos analisados numa óptica empresarial correspondem aos meios libertos, na óptica macroeconómica é preciso ter em conta a inutilidade para os promotores e para a comunidade resultantes da mobilização de recursos que poderiam ter aplicações alternativas. 3.5 Ferramenta de avaliação de investimentos A análise de investimentos pode ser feita com recurso a ferramentas, estruturadas em três eixos de análise, que permitem fazer uma avaliação qualitativa e quantitativa do investimento.
  • 8. Tabela 2 – Eixos de análise e objectivos Eixos Objectivos Permite Alinhamento Estratégico Determinar o grau de alinhamento do projecto com os objectivos estratégicos do Organismo; Identificar os benefícios a obter com o projecto enquanto base de sustentação à avaliação do retorno do investimento Identificar as consequências da não realização do projecto Maximização do alinhamento com os objectivos do organismo e do sector Avaliação Financeira Avaliar a viabilidade financeira dos projectos apresentados, focando o investimento de Capital e o seu impacto nos processos alvo do investimento Maximização da viabilidade financeira Avaliação De Risco Identificar e avaliar os potenciais riscos, isto é, os aspectos que podem pôr em causa o sucesso do projecto Minimização do risco A estrutura desta ferramenta, com três eixos de análise, permite leituras parciais por eixo, e quando conjugados, uma leitura global e integrada. Figura 2: Matriz de análise global 3.6 Análise de alinhamento estratégico O posicionamento do projecto, em termos de alinhamento estratégico e benefícios a obter pode ser representado por uma matriz bidimensional, com algumas recomendações por quadrante.
  • 9. Figura 3: Matriz da análise do alinhamento estratégico / benefícios 3.7 Análise financeira Esta avaliação permite efectuar uma análise multicritério que combina vários indicadores, como o Retorno do Investimento (ROI), o Valor Actualizado Líquido (VAL), a Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) e o Período de Retorno do Investimento Pay-back, posicionando o investimento em termos exclusivamente financeiros na Matriz de Avaliação Financeira. Figura 4: Matriz da avaliação financeira 3.8 Análise de risco Esta avaliação permite identificar e avaliar os possíveis riscos do projecto. É elaborado um questionário aos organismos, o que vai permitir avaliar o grau de risco em três vertentes, que são: ƒ Organizacional
  • 10. ƒ Tecnológico ƒ Projecto A informação recolhida no questionário permite classificar cada vertente em risco baixo, médio ou alto, permitindo posicionar o investimento na Matriz de Avaliação de Risco. Figura 5: Matriz de análise de risco Com base nos elementos do estudo de viabilidade e das indicações resultantes do processo de avaliação do projecto, a entidade decisora poderá assumir diversas posições, caso a rendibilidade seja imprecisa ou, em opção, o projecto não esteja suficientemente estudado: ƒ Proceder à análise mais aprofundada do projecto. ƒ Proceder ao reavaliação de alguns aspectos em que poderão surgir dúvidas, nomeadamente no grau de incerteza. ƒ Abandonar o projecto visto que o mesmo não justifica a aplicação de recursos ou o seu lançamento não se manifesta oportuno. ƒ Aceitar uma das variantes do projecto. 5. BIBLIOGRAFIA [1] Oliveira Soares, J. et al, Avaliação de Projectos de Investimento na Óptica Empresarial. 1.ª Edição, Lisboa, 1999, pp. 13-19, ISBN: 972-618-207-7. [2] Pettinger, R., A Decisão de Investimento, Lisboa, 2003, pp. 13-40, ISBN: 972- 8563-36-1. [3] Sousa, António Rebelo de, Análise Económica e Financeira de Projectos, ISCSP, Lisboa, 2005, pp. 19-96, ISBN: 972-872-665-1. [4] http://www.inst-informatica.pt/MAIS/ [5] http://www.pmelink.pt/pmelink_public/EC/0,1655,1005_29057-3_41098-- View_429,00.html