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Modulo 12 – historia
Apresentação do módulo
Neste módulo, vamos percorrer um caminho diferente para entendermos e articularmos as várias formas da
história local, regional ou nacional. Iremos analisar os processos identitários local e regional e suas
imbricações com a dinâmica da história nacional. Discutir a formação de territorialidades urbanas e as
disputas de poder. Sobretudo ampliaremos as possibilidades de abordagens e articulações entre a história
mais próxima e os contextos mais amplos. Articulando essas histórias, aproveitaremos para retornar às
discussões sobre memória, fazendo uso da música. Vamos lá? Bom trabalho!
Para começar a história
Os Quatro da História participam de uma conversa sobre a
importância da escolha das palavras em sala de aula. Você já
passou por alguma experiência parecida? Possivelmente sim e
essa dificuldade lembrou-nos de um colega, Eduardo, professor
de Filosofia, da rede estadual, que costumava trabalhar em uma
de suas aulas as diferenças e as semelhanças entre as palavras
“normal”, “comum” e “natural‟, que no dia a dia usamos quase
como se fossem sinônimos, mas que têm origens bem
diferentes. Normal tem a ver com norma, com regra, com lei; no
entanto, no dia a dia, falamos que é normal não respeitar a faixa
de segurança. Também dizemos que é comum o desrespeito aos
idosos, mas se comum vem de comunidade, não é um
contrassenso? E também ouvimos bastante: “É natural que
existam pobres e ricos”, mas será que essa divisão vem mesmo
da natureza ou fomos nós que a criamos?
Por isso tudo, é importante ficarmos atentos aos termos que utilizamos em sala de aula.
Neste módulo, vamos percorrer um caminho diferente para discutirmos algumas abordagens de se entender e
articular a história local, a história regional e a história nacional.
Os Quatro da História participam de uma conversa sobre a importância da escolha das palavras em sala de
aula. Você já passou por alguma experiência parecida? Possivelmente sim e essa dificuldade lembrou-nos de
um colega, Eduardo, professor de Filosofia, da rede estadual, que costumava trabalhar em uma de suas aulas
as diferenças e as semelhanças entre as palavras “normal”, “comum” e “natural‟, que no dia a dia usamos
quase como se fossem sinônimos, mas que têm origens bem diferentes. Normal tem a ver com norma, com
regra, com lei; no entanto, no dia a dia, falamos que é normal não respeitar a faixa de segurança. Também
dizemos que é comum o desrespeito aos idosos, mas se comum vem de comunidade, não é um contrassenso?
E também ouvimos bastante: “É natural que existam pobres e ricos”, mas será que essa divisão vem mesmo
da natureza ou fomos nós que a criamos?
Por isso tudo, é importante ficarmos atentos aos termos que utilizamos em sala de aula.
Neste módulo, vamos percorrer um caminho diferente para discutirmos algumas abordagens de se entender e
articular a história local, a história regional e a história nacional.
Pensando sobre a história: como se deve escrever a história do Brasil
Uma referência importante sobre a relação entre a história local,
regional e nacional aparece na proposta veiculada pelo Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) de como deveria ser
escrita a história do Brasil. Seu autor é o naturalista de origem
alemã Karl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868).
A monografia foi escolhida pelo IHGB (criado em 1838) para
servir de referência à história da nação recém-independente.
Professor, clique no ícone ao lado e veja um trecho da
monografia de von Martius em que trata da
relação entre a história local e a história nacional.
Karl Friedrich Philipp von Martius
Discussão da proposta de von Martius – roteiro de questões
A monografia de von Martius foi escrita para as comemorações do segundo aniversário do IHGB, em 1840.
Foi publicada em 1845, pela revista do instituto. A proposta de von Martius influenciou durante muito
tempo a produção historiográfica brasileira e o ensino de História. Sobre a relação entre história local e
nacional, vamos levantar alguns pontos presentes na proposta de von Martius?
Para auxiliar seu trabalho, leia o roteiro a seguir:
A. Mapa Conceitual
Vamos organizar as ideias pensadas a partir da discussão da proposta de von Martius, para tanto, elabore um
mapa conceitual utilizando os dados que levantou sobre o texto. Você pode utilizar o Word, Power Point ou
CMAP Tools.
Na sequência você poderá checar algumas possibilidades de respostas sobre a proposta de von Martius.
Discussão da proposta de von Martius – respostas possíveis
B. Veja respostas possíveis para as questões do roteiro
Museu Paulista e IHG-SP: representações de uma outra história
Até aqui acompanhamos, a partir da proposta de von Martius e do IHGB, a tessitura de uma história para o
Estado-nação recém-independente. Vejamos agora uma proposta de história a partir do que propunha a elite
paulista no final do século XIX. Para começar, apresentamos um vídeo sobre o Museu Paulista. O vídeo tem
aproximadamente 13 minutos e, para instigar a reflexão, ele será rodado sem o áudio, apenas com as
imagens. Enquanto assiste ao vídeo, procure criar uma narrativa para ele valendo-se do seguinte:
O tema do documentário.
As ideias presentes.
Os argumentos.
A tese.
Proposta de narrativa
Pronto? O que achou do seu trabalho? As ideias presentes no documentário têm a ver com sua proposta de
narrativa? Sua proposta poderia ser usada para narrar o documentário? Quais pontos levantados por você
foram dissonantes da narrativa original? E a tese que você redigiu? Ela coincide com a apresentada pelo
documentário?
Escolha um tema para o documentário e a seguir algumas ideias presentes na narrativa. No final, indique a
tese do documentário. Crie um novo documento no seu editor de texto e siga o exemplo abaixo.
a. Tema:
_____________________________________________________________________________________.
b. Ideias:
1. 1ª Ideia:
________________________________________________________________________________.
2. 2ª Ideia:
________________________________________________________________________________.
3. 3ª Ideia:
________________________________________________________________________________.
c. Tese: descreva-a em poucas palavras
___________________________________________________________.
Representações paulistas – trabalhos acadêmicos sobre o Museu Paulista e o IHG-SP
Agora vejamos o que nos dizem alguns trabalhos acadêmicos sobre o Museu Paulista e o Instituto Histórico
e Geográfico de São Paulo.
Clique no nome da autora para ler os trabalhos.
Museu Paulista: novas leituras
Clique aqui para ver a galeria de fotos do Museu Paulista.
Clique no ícone abaixo para ler o texto.
A história nacional – leituras e continuidades I
Sobre o papel dos institutos históricos e geográficos, o trabalho de Lilia M. Schwarcz O espetáculo das
raças aponta certas continuidades:
Existem outros espaços permeáveis a esse tipo de história épica e
nacionalista. O modelo tornou-se obsoleto, mas permaneceu bastante
hegemônico nos livros didáticos, sobretudo oficiais. Nestes, percebem-se
vestígios do projeto patriótico dos institutos, como também um pouco dessa
„história da história‟ da nação .
(SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas,
instituições e questão racial no Brasil: 1870-1930. p.138.)
Passando para a próxima tela, observamos o que nos diz um desses livros
“oficiais”.
Breves Lições de História do Brasil, de Creso Braga, edição de 1919.
A história nacional – leituras e continuidades II
Obervamos o que nos diz um desses livros “oficiais”, o livro didático Lições de História do Brasil de Creso
Braga, edição de 1919. Abaixo o parecer da Diretoria Geral de Instrução Pública e a Nota de Aprovação do
Conselho Superior de Instrução Pública do governo do Rio de Janeiro, ambos de 1918.
Clique nos itens para ler o texto.
O livro didático não apenas reproduzia, mas servia de veículo difusor de
determinado projeto de nação, como atesta a carta de Rui Barbosa,
impressa nas páginas do livro didático “Breves Lições de
História do Brasil”.
Clique no ícone ao lado para ler a reprodução de carta de
Rui Barbosa para a edição do livro de Creso Braga.
“Pequenas histórias” - a série Resumo Didactico
No início do século XX, uma coleção pioneira de livros didáticos foi lançada pela Companhia Editora
Melhoramentos de São Paulo, a série Resumo Didactico.
A coleção tinha como foco a história dos estados brasileiros e seu primeiro volume foi a
obra de Rocha Pombo, Historia de São Paulo, em 1918. A série era composta por
historiadores de diferentes estados brasileiros, tendo em comum a filiação aos institutos
históricos e geográficos de seus respectivos estados. Muitos eram intelectuais atuantes
não apenas na produção historiográfica, mas também na definição de políticas e projetos
de modernização do estado.
Capa do livro Historia do Pará da coleção de história regional Resumo Didactico da Cia. Melhoramentos.
“Pequenas histórias” para endossar o Estado-nação
Capas de livros da coleção de história regional Resumo Didactico da Cia Melhoramentos
“Pequenas histórias” – a série Resumo Didactico – São Paulo
A proposta da série era permitir aos estudantes entender melhor a evolução dos costumes e das leis
nacionais, pois segundo o que se acreditava, partindo do já conhecido, ou seja, da história de seu “torrão”
(estado), o espírito estaria preparado para melhor compreender a História Pátria. Dessa forma, as “pequenas
histórias” eram pedaços que, uma vez reunidos, ajudavam a endossar a
“história maior”:
Eis aí como me parece que se deve apresentar nas escolas a história de cada
Estado da União. Assim pudéssemos começar pela memória do nosso
município, já que não temos o registro dos nossos lares. Entender, como
parece que alguns entendem, que a ideia do Estado enfraquece o sentimento
de pátria seria entender que a honra pessoal desnutre o amor da família: ou
que o amor da família prejudica o amor da comuna, ou que este é
incompatível com o amor do Estado. Não. Em vez disso, o que é legítimo
proclamar, incutir no espírito de todos, mas principalmente na alma da
mocidade, é que só ama verdadeiramente a sua pátria aquele que a serve de
todo o coração: e que a pátria se pode servir em todas as esferas, quaisquer
que sejam as condições em que cada um se encontre .
(POMBO, Rocha. Historia de São Paulo. São Paulo: Cia Melhoramentos, 1918. Série Resumo Didactico, p.5.)
Capa do livro da coleção de história regional Resumo Didactico da Cia. Melhoramentos: Historia de São Paulo
Atividade de síntese
Vimos até aqui três propostas relacionadas à história local, regional e nacional:
Em um documento de seu editor de texto, construa uma síntese sobre essas três diferentes abordagens
historiográficas.
Vídeo: história de um bairro paulistano
Uma forma importante da valorização dos processos locais é demonstrar o quanto estão repletos de
significados. Nas escolas dizem respeito diretamente às experiências de nossos alunos, suas trajetórias.
Você já pensou em elaborar um projeto sobre a história da região ou do bairro em que reside? Da escola em
que estudou ou na qual leciona? Como isso poderia ser feito?
Vamos ver um caso: a história de um bairro paulistano (produção: TV Cultura de São Paulo).
Roteiro de análise do documentário
Pensando sobre a história desse bairro: o que achou do documentário? Gostou?
Sugestão de roteiro de análise do documentário:
Projeto sobre a história de nosso bairro
A partir do que sugerem as indagações feitas sobre o vídeo da TV Cultura, vamos pensar na montagem de
um projeto sobre a história do nosso bairro, ou sobre o bairro no qual se localiza nossa escola.
Para tanto, pense em um roteiro que leve em consideração:
As pessoas.
Estabelecimentos públicos e privados.
O comércio.
Áreas de lazer.
Infraestrutura.
Carências.
Volte a refletir sobre a produção da TV Cultura para pensar na
execução da sua pesquisa e seus resultados.
História local – memórias e sons
Para complementar esta atividade, vamos
retomar o conceito desenvolvido por Ecléa Bosi
sobre o mapa sonoro (presente no Módulo 10).
Partindo desse conceito de mapa sonoro,
inserimos duas obras musicais para ajudá-lo a pensar a cidade
de São Paulo.
A letra e a música que integram cada canção se
reforçam ou se contrapõem?
De que maneira as canções elaboram uma representação de São Paulo?
Como a música reforça significados?
Como a voz dos cantores e os sons dos instrumentos são utilizados para passar significados?
Finalizando
Aqui finalizamos o módulo que discutiu as possibilidades de se abordar as interações entre a história
local, regional e nacional no ensino de História. Abordamos temas correlatos e possíveis para as aulas de
história, a partir da exploração dos processos identitários que levaram a construção do estado nacional
brasileiro e das disputas que estavam em jogo nesse processo. Iniciamos com a apreciação da
monografia do naturalista Karl Friedrich Philipp von Martius, que serviu para analisarmos as
preocupações que estavam em jogo na construção de uma história nacional. Discutimos o papel dos
diferentes institutos históricos e científicos na formulação de diferentes propostas historiográficas. A
partir do estudo do bairro iniciamos o contraponto e, ao mesmo tempo, apresentamos as inter-relações
entre os processos locais, regionais e nacional.
No próximo módulo, serão tratadas questões sobre identidade e cultura e sugeriremos outras propostas
de atividades para o ensino da história. Esperamos por você!
Objetivas
A proposta de von Martius para se escrever a história do Brasil, procura:
1. filiar-se ao movimento republicano do IHGB.
valorizar o federalismo como projeto político.
filiar-se ao movimento republicano do IHG-SP.
submeter as histórias provinciais ao projeto de estado nacional monárquico.
destacar a história das províncias do império.
2. “Pernambuco que já é uma das glórias brasileiras disse em pleno parlamento que tinha uma história própria, que
pela posição geográfica optimos dons naturaes, índole de seus filhos, brios de sues habitantes, há figurado em
todas as epochas nacionais e tem fornecido sem dúvida muito assumpto para largas páginas aos annaes do
Brazil (RIAGP, 1863:5. Cit. In. SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e
questão racial no Brasil: 1870-1930. p.118.).
Do que se apreende dessa posição do Instituto Arqueológico de Pernambuco, pode-se afirmar:
Que os intelectuais em torno do IAGP não se reconheciam como brasileiros, mas como
pernambucanos.
Que o enfoque regional dado pelo instituto, tinha como meta a ruptura com o estado monárquico.
O instituto pernambucano não tinha maior interesse em desenvolver uma história regional, com temor
de suscitar novos levantes contra o poder central.
Que o enfoque regional ocupava uma posição secundária frente às preocupações com a história
nacional.
Apesar da originalidade do nome, o instituto pernambucano seguia as regras determinadas pelo IHGB,
excetuando o privilégio dado a Pernambuco.
3. O IHGB e o IHG-SP:
rivalizaram na execução de propostas para a história da nação.
partilhavam a mesma proposta de história da nação.
tiveram como meta a construção de uma história nacional autônoma, que simboliza-se a formação de
um estado civilizado e moderno.
tinham como intuito integrar o conjunto da população indígena.
tinham como objetivo reforçar a concepção de estado republicano.
4. A partir do documentário “São Paulo: uma encomenda da modernidade” é correto dizer que:
Affonso de Escragnolle Taunay usou o Museu Paulista para construir alegorias em comemoração ao
aniversário da cidade de São Paulo e para ressaltar os valores da história local.
Ainda hoje, o Museu Paulista serve como difusor de uma história paulista, com objetivos idênticos aos
pensados por Taunay.
O Museu Paulista, funcionou à época de Taunay, para difundir uma história nacional calcada em São
Paulo.
A história proposta pelo Museu Paulista, durante a gestão de Taunay tinha claros objetivos
autonomistas.
O trabalho alegórico de Taunay, à frente do Museu Paulista, procurou excluir qualquer referência à
história nacional.
5. “Para a preciosa coleção de História de cada estado da Federação brasileira, editada com carinho pela
Companhia Melhoramentos de São Paulo (Irmãos Weisflog Incorporada) fui encarregado de escrever a do
Estado do Pará, meu torrão natal, graças à cavalheiresca apresentação do eminente historiador patrício, Sr. Dr.
Affonso d´E. Taunay. (...) Não poupei trabalho, pensando sempre em corresponder à apresentação do meu
ilustre amigo Sr. Dr.Affonso d´E. Taunay e em concorrer para a patriótica e benmérita jornada dos Srs. Weisflog
Irmãos.” (BRAGA, Theodor. “História do Pará”. São Paulo, Cia Melhoramentos, 1932. Prefácio).
A obra acima filia-se a tradição:
aos movimentos autonomistas do Período Regencial.
historiográfica paulista e sua luta pelo retorno do regime monárquico.
a tradição em torno do Museu Paulista e seu diretor Affonso Taunay vínculados a historiografia
monarquista.
do IHGSP e sua defesa do regime republicano.
do imperial IHGB e sua defesa da maior autonomia às províncias.
6. A época da fundação do IHGB o Brasil vivia sob o Período Regencial. Sobre o Período Regencial é correto
afirmar:
I- Antecipação da maioridade de D. Pedro II, em 1840, foi capaz de conter todas as revoltas.
II- O Ato Adicional de 1834 dava maior autonomia às provinciais brasileiras, o que não impediu a ocorrência de
rebeliões em diferentes pontos do país.
III- Durante o Período Regencial, os dois principais partidos foram o Conservador e o Liberal, sendo o primeiro
mais centralizador e o segundo mais autonomista, porém ambos contrários aos movimentos de revolta dos
escravos.
Estão corretas as afirmações:
II e III, apenas
I e III apenas.
I e II, apenas.
Nenhuma das afirmações é correta.
I, II e III.
7. “...O amor à pequena Pátria é a própria essência do patriotismo, porque a pequena Pátria é a que amamos
instintivamente e que não precisa de ser admirável para ser admirada nem ser amável para ser amada.” Lucas
Alexandre Boiteux. História de Santa Catarina. São Paulo, Cia Melhoramentos de São Paulo, 19. Prefácio.).
“Num primeiro momento, a unidade nacional é assegurada pela fixação de limites-fronteiras que, separando o
„interno‟ e o „externo‟, gestam uma certa tradição nacional de um certo território nacional, materializando um
certo Estado-nação. Num segundo momento, a unidade nacional é assegurada pela determinação de limites
políticos no interior do próprio Estado burguês. Eles têm o sentido de evitar que as tradições históricas
singulares, esboçadas regionalmente no desenvolvimento desigual das forças produtivas capitalistas, ameacem
a integridade do Estado –nação.” (de MARTINS, Paulo Henrique N. O nordeste e a questão regional: os
equívocos do debate. In: SILVA, Marco (org.). República em migalhas. São Paulo, Marco Zero, Brasília, CNPq,
1990. p.60).
Do que se apreende dos fragmentos acima é correto afirmar que:
O autor da “História de Santa Catarina”, ilustra aquilo que Paulo H. Martins considera ser uma ameaça
a integridade do Estado-nação.
A obra “História de Santa Catarina” não se filia a nenhum dos momentos descritos da construção da
unidade nacional, descrita por Paulo H. Martins.
O autor da “História de Santa Catarina” busca romper com a história regional, ao enfatizar o amor à
pátria.
O autor da “História de Santa Catarina” não contradiz o expresso por Paulo H. Martins.
A obra “História de Santa Catarina” é exemplo do ideário autonomista, dos autores ligados aos
institutos históricos regionais.
8. Leia as afirmações do historiador norte-americano Joseph Love, sobre o regionalismo:
“é o padrão de comportamento político característico do regime federativo. Nele, os atores regionais aceitam a
existência de uma entidade maior, o Estado-nação, mas buscam o favorecimento econômico e a proteção
política desse mesmo Estado-nação, mesmo que isso coloque em risco o próprio regime político”(LOVE, Joseph
L. A república brasileira: federalismo e regionalismo (1889-1937). In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Viagem
incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). A grande transação. São Paulo, SENAC, 2000. p.123-4).
A partir do texto pode-se afirmar:
o regionalismo pode se configurar dentro do sistema legal federativo.
o federalismo por suas próprias características inviabiliza o regionalismo.
a historiografia regionalista nega a existência do Estado-nação.
a estrutura legal federativa só é possível na ausência de autonomia legislativa dos estados.
que o regionalismo é aposto ao regime federativo.
9. O historiador José Honório Rodrigues, em minucioso estudo sobre a produção historiográfica brasileira,
observava em meados dos 1940 um incremento da história local, a partir de eventos comemorativos de fatos
marcantes de algumas cidades brasileiras. A criação da cadeira de História em alguns Estados, nas faculdades
de filosofia também foi responsável pelo incremento dos estudos da história local, no final da primeira metade do
século XX. (RODRIGUES, José Honório. História da História do Brasil, a História conservadora. A metafísica do
latifúndio; o ultra-reacionário Oliveira Viana. vol.II, tomo 2 , São Paulo : Companhia Editora Nacional, 1988 -
Coleção Brasiliana.)
Entre esses eventos podemos mencionar:
IV Centenário da Fundação de S. Paulo e III Centenário da Restauração Pernambucana.
a Abolição da Escravidão e Proclamação da República.
a Abolição da Escravidão e Proclamação da República
a Revolução de 1930 e o Descobrimento.
a Abolição da Escravidão e a Independência.
10. José Honório descarta ser a história geral ou estadual a soma das histórias locais, mas sim uma legítima
contribuição à história nacional. Na perspectiva de José Rodrigues, a história local completaria um quadro da
história geral ou nacional, dando como contribuição o estudo do “homem comum”.
Essa perspectiva historiográfica defendida por José Honório de estudar o “homem comum” aproxima-se
melhor:
a produção historiográfica ligada ao estudo do cotidiano.
a proposta formulada na série Resumo Didactico.
a produção historiográfica do Colégio Pedro II.
a produção historiográfica do IHGB.
as representações locais formuladas por Affonso E. Taunay.
Referências bibliográficas
BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória. São Paulo: Ateliê, 2003.
HOBSBAWM, Eric J. Nações e nacionalismo desde 1780. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008.
MARTIUS, Karl Friedrich Philip von. “Como se escreve a história do Brasil”. In.: RIHGB, tomo
VII, 1845, pp. 381-403.
MOTA, Carlos Guilherme (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). 2ª. ed.
São Paulo: SENAC, 2000.
OLIVEIRA, Celia Helena de Salles. O museu paulista e o imaginário da independência. In.: Museu
Paulista da Universidade de São Paulo, 1995. pp. 5-11.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no
Brasil: 1870-1930. São Paulo: Cia das Letras, 1993.
Modulo 12

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Modulo 12

  • 1. Modulo 12 – historia Apresentação do módulo Neste módulo, vamos percorrer um caminho diferente para entendermos e articularmos as várias formas da história local, regional ou nacional. Iremos analisar os processos identitários local e regional e suas imbricações com a dinâmica da história nacional. Discutir a formação de territorialidades urbanas e as disputas de poder. Sobretudo ampliaremos as possibilidades de abordagens e articulações entre a história mais próxima e os contextos mais amplos. Articulando essas histórias, aproveitaremos para retornar às discussões sobre memória, fazendo uso da música. Vamos lá? Bom trabalho! Para começar a história Os Quatro da História participam de uma conversa sobre a importância da escolha das palavras em sala de aula. Você já passou por alguma experiência parecida? Possivelmente sim e essa dificuldade lembrou-nos de um colega, Eduardo, professor de Filosofia, da rede estadual, que costumava trabalhar em uma de suas aulas as diferenças e as semelhanças entre as palavras “normal”, “comum” e “natural‟, que no dia a dia usamos quase como se fossem sinônimos, mas que têm origens bem diferentes. Normal tem a ver com norma, com regra, com lei; no entanto, no dia a dia, falamos que é normal não respeitar a faixa de segurança. Também dizemos que é comum o desrespeito aos idosos, mas se comum vem de comunidade, não é um contrassenso? E também ouvimos bastante: “É natural que existam pobres e ricos”, mas será que essa divisão vem mesmo da natureza ou fomos nós que a criamos? Por isso tudo, é importante ficarmos atentos aos termos que utilizamos em sala de aula. Neste módulo, vamos percorrer um caminho diferente para discutirmos algumas abordagens de se entender e articular a história local, a história regional e a história nacional. Os Quatro da História participam de uma conversa sobre a importância da escolha das palavras em sala de aula. Você já passou por alguma experiência parecida? Possivelmente sim e essa dificuldade lembrou-nos de um colega, Eduardo, professor de Filosofia, da rede estadual, que costumava trabalhar em uma de suas aulas as diferenças e as semelhanças entre as palavras “normal”, “comum” e “natural‟, que no dia a dia usamos quase como se fossem sinônimos, mas que têm origens bem diferentes. Normal tem a ver com norma, com regra, com lei; no entanto, no dia a dia, falamos que é normal não respeitar a faixa de segurança. Também dizemos que é comum o desrespeito aos idosos, mas se comum vem de comunidade, não é um contrassenso? E também ouvimos bastante: “É natural que existam pobres e ricos”, mas será que essa divisão vem mesmo da natureza ou fomos nós que a criamos? Por isso tudo, é importante ficarmos atentos aos termos que utilizamos em sala de aula. Neste módulo, vamos percorrer um caminho diferente para discutirmos algumas abordagens de se entender e articular a história local, a história regional e a história nacional. Pensando sobre a história: como se deve escrever a história do Brasil
  • 2. Uma referência importante sobre a relação entre a história local, regional e nacional aparece na proposta veiculada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) de como deveria ser escrita a história do Brasil. Seu autor é o naturalista de origem alemã Karl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868). A monografia foi escolhida pelo IHGB (criado em 1838) para servir de referência à história da nação recém-independente. Professor, clique no ícone ao lado e veja um trecho da monografia de von Martius em que trata da relação entre a história local e a história nacional. Karl Friedrich Philipp von Martius Discussão da proposta de von Martius – roteiro de questões A monografia de von Martius foi escrita para as comemorações do segundo aniversário do IHGB, em 1840. Foi publicada em 1845, pela revista do instituto. A proposta de von Martius influenciou durante muito tempo a produção historiográfica brasileira e o ensino de História. Sobre a relação entre história local e nacional, vamos levantar alguns pontos presentes na proposta de von Martius? Para auxiliar seu trabalho, leia o roteiro a seguir: A. Mapa Conceitual Vamos organizar as ideias pensadas a partir da discussão da proposta de von Martius, para tanto, elabore um mapa conceitual utilizando os dados que levantou sobre o texto. Você pode utilizar o Word, Power Point ou CMAP Tools. Na sequência você poderá checar algumas possibilidades de respostas sobre a proposta de von Martius. Discussão da proposta de von Martius – respostas possíveis
  • 3. B. Veja respostas possíveis para as questões do roteiro
  • 4.
  • 5. Museu Paulista e IHG-SP: representações de uma outra história Até aqui acompanhamos, a partir da proposta de von Martius e do IHGB, a tessitura de uma história para o Estado-nação recém-independente. Vejamos agora uma proposta de história a partir do que propunha a elite paulista no final do século XIX. Para começar, apresentamos um vídeo sobre o Museu Paulista. O vídeo tem aproximadamente 13 minutos e, para instigar a reflexão, ele será rodado sem o áudio, apenas com as imagens. Enquanto assiste ao vídeo, procure criar uma narrativa para ele valendo-se do seguinte: O tema do documentário. As ideias presentes. Os argumentos. A tese. Proposta de narrativa Pronto? O que achou do seu trabalho? As ideias presentes no documentário têm a ver com sua proposta de narrativa? Sua proposta poderia ser usada para narrar o documentário? Quais pontos levantados por você foram dissonantes da narrativa original? E a tese que você redigiu? Ela coincide com a apresentada pelo documentário? Escolha um tema para o documentário e a seguir algumas ideias presentes na narrativa. No final, indique a tese do documentário. Crie um novo documento no seu editor de texto e siga o exemplo abaixo. a. Tema: _____________________________________________________________________________________. b. Ideias: 1. 1ª Ideia: ________________________________________________________________________________.
  • 6. 2. 2ª Ideia: ________________________________________________________________________________. 3. 3ª Ideia: ________________________________________________________________________________. c. Tese: descreva-a em poucas palavras ___________________________________________________________. Representações paulistas – trabalhos acadêmicos sobre o Museu Paulista e o IHG-SP Agora vejamos o que nos dizem alguns trabalhos acadêmicos sobre o Museu Paulista e o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Clique no nome da autora para ler os trabalhos. Museu Paulista: novas leituras Clique aqui para ver a galeria de fotos do Museu Paulista. Clique no ícone abaixo para ler o texto. A história nacional – leituras e continuidades I Sobre o papel dos institutos históricos e geográficos, o trabalho de Lilia M. Schwarcz O espetáculo das raças aponta certas continuidades:
  • 7. Existem outros espaços permeáveis a esse tipo de história épica e nacionalista. O modelo tornou-se obsoleto, mas permaneceu bastante hegemônico nos livros didáticos, sobretudo oficiais. Nestes, percebem-se vestígios do projeto patriótico dos institutos, como também um pouco dessa „história da história‟ da nação . (SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil: 1870-1930. p.138.) Passando para a próxima tela, observamos o que nos diz um desses livros “oficiais”. Breves Lições de História do Brasil, de Creso Braga, edição de 1919. A história nacional – leituras e continuidades II Obervamos o que nos diz um desses livros “oficiais”, o livro didático Lições de História do Brasil de Creso Braga, edição de 1919. Abaixo o parecer da Diretoria Geral de Instrução Pública e a Nota de Aprovação do Conselho Superior de Instrução Pública do governo do Rio de Janeiro, ambos de 1918. Clique nos itens para ler o texto. O livro didático não apenas reproduzia, mas servia de veículo difusor de determinado projeto de nação, como atesta a carta de Rui Barbosa, impressa nas páginas do livro didático “Breves Lições de História do Brasil”. Clique no ícone ao lado para ler a reprodução de carta de Rui Barbosa para a edição do livro de Creso Braga. “Pequenas histórias” - a série Resumo Didactico No início do século XX, uma coleção pioneira de livros didáticos foi lançada pela Companhia Editora Melhoramentos de São Paulo, a série Resumo Didactico. A coleção tinha como foco a história dos estados brasileiros e seu primeiro volume foi a obra de Rocha Pombo, Historia de São Paulo, em 1918. A série era composta por historiadores de diferentes estados brasileiros, tendo em comum a filiação aos institutos históricos e geográficos de seus respectivos estados. Muitos eram intelectuais atuantes não apenas na produção historiográfica, mas também na definição de políticas e projetos de modernização do estado.
  • 8. Capa do livro Historia do Pará da coleção de história regional Resumo Didactico da Cia. Melhoramentos. “Pequenas histórias” para endossar o Estado-nação Capas de livros da coleção de história regional Resumo Didactico da Cia Melhoramentos “Pequenas histórias” – a série Resumo Didactico – São Paulo A proposta da série era permitir aos estudantes entender melhor a evolução dos costumes e das leis nacionais, pois segundo o que se acreditava, partindo do já conhecido, ou seja, da história de seu “torrão” (estado), o espírito estaria preparado para melhor compreender a História Pátria. Dessa forma, as “pequenas histórias” eram pedaços que, uma vez reunidos, ajudavam a endossar a “história maior”: Eis aí como me parece que se deve apresentar nas escolas a história de cada Estado da União. Assim pudéssemos começar pela memória do nosso município, já que não temos o registro dos nossos lares. Entender, como parece que alguns entendem, que a ideia do Estado enfraquece o sentimento de pátria seria entender que a honra pessoal desnutre o amor da família: ou que o amor da família prejudica o amor da comuna, ou que este é incompatível com o amor do Estado. Não. Em vez disso, o que é legítimo proclamar, incutir no espírito de todos, mas principalmente na alma da mocidade, é que só ama verdadeiramente a sua pátria aquele que a serve de todo o coração: e que a pátria se pode servir em todas as esferas, quaisquer que sejam as condições em que cada um se encontre . (POMBO, Rocha. Historia de São Paulo. São Paulo: Cia Melhoramentos, 1918. Série Resumo Didactico, p.5.) Capa do livro da coleção de história regional Resumo Didactico da Cia. Melhoramentos: Historia de São Paulo Atividade de síntese Vimos até aqui três propostas relacionadas à história local, regional e nacional:
  • 9. Em um documento de seu editor de texto, construa uma síntese sobre essas três diferentes abordagens historiográficas. Vídeo: história de um bairro paulistano Uma forma importante da valorização dos processos locais é demonstrar o quanto estão repletos de significados. Nas escolas dizem respeito diretamente às experiências de nossos alunos, suas trajetórias. Você já pensou em elaborar um projeto sobre a história da região ou do bairro em que reside? Da escola em que estudou ou na qual leciona? Como isso poderia ser feito? Vamos ver um caso: a história de um bairro paulistano (produção: TV Cultura de São Paulo). Roteiro de análise do documentário Pensando sobre a história desse bairro: o que achou do documentário? Gostou? Sugestão de roteiro de análise do documentário: Projeto sobre a história de nosso bairro
  • 10. A partir do que sugerem as indagações feitas sobre o vídeo da TV Cultura, vamos pensar na montagem de um projeto sobre a história do nosso bairro, ou sobre o bairro no qual se localiza nossa escola. Para tanto, pense em um roteiro que leve em consideração: As pessoas. Estabelecimentos públicos e privados. O comércio. Áreas de lazer. Infraestrutura. Carências. Volte a refletir sobre a produção da TV Cultura para pensar na execução da sua pesquisa e seus resultados. História local – memórias e sons Para complementar esta atividade, vamos retomar o conceito desenvolvido por Ecléa Bosi sobre o mapa sonoro (presente no Módulo 10). Partindo desse conceito de mapa sonoro, inserimos duas obras musicais para ajudá-lo a pensar a cidade de São Paulo. A letra e a música que integram cada canção se reforçam ou se contrapõem? De que maneira as canções elaboram uma representação de São Paulo? Como a música reforça significados? Como a voz dos cantores e os sons dos instrumentos são utilizados para passar significados? Finalizando Aqui finalizamos o módulo que discutiu as possibilidades de se abordar as interações entre a história local, regional e nacional no ensino de História. Abordamos temas correlatos e possíveis para as aulas de história, a partir da exploração dos processos identitários que levaram a construção do estado nacional brasileiro e das disputas que estavam em jogo nesse processo. Iniciamos com a apreciação da monografia do naturalista Karl Friedrich Philipp von Martius, que serviu para analisarmos as preocupações que estavam em jogo na construção de uma história nacional. Discutimos o papel dos diferentes institutos históricos e científicos na formulação de diferentes propostas historiográficas. A partir do estudo do bairro iniciamos o contraponto e, ao mesmo tempo, apresentamos as inter-relações entre os processos locais, regionais e nacional. No próximo módulo, serão tratadas questões sobre identidade e cultura e sugeriremos outras propostas de atividades para o ensino da história. Esperamos por você! Objetivas A proposta de von Martius para se escrever a história do Brasil, procura: 1. filiar-se ao movimento republicano do IHGB. valorizar o federalismo como projeto político.
  • 11. filiar-se ao movimento republicano do IHG-SP. submeter as histórias provinciais ao projeto de estado nacional monárquico. destacar a história das províncias do império. 2. “Pernambuco que já é uma das glórias brasileiras disse em pleno parlamento que tinha uma história própria, que pela posição geográfica optimos dons naturaes, índole de seus filhos, brios de sues habitantes, há figurado em todas as epochas nacionais e tem fornecido sem dúvida muito assumpto para largas páginas aos annaes do Brazil (RIAGP, 1863:5. Cit. In. SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil: 1870-1930. p.118.). Do que se apreende dessa posição do Instituto Arqueológico de Pernambuco, pode-se afirmar: Que os intelectuais em torno do IAGP não se reconheciam como brasileiros, mas como pernambucanos. Que o enfoque regional dado pelo instituto, tinha como meta a ruptura com o estado monárquico. O instituto pernambucano não tinha maior interesse em desenvolver uma história regional, com temor de suscitar novos levantes contra o poder central. Que o enfoque regional ocupava uma posição secundária frente às preocupações com a história nacional. Apesar da originalidade do nome, o instituto pernambucano seguia as regras determinadas pelo IHGB, excetuando o privilégio dado a Pernambuco. 3. O IHGB e o IHG-SP: rivalizaram na execução de propostas para a história da nação. partilhavam a mesma proposta de história da nação. tiveram como meta a construção de uma história nacional autônoma, que simboliza-se a formação de um estado civilizado e moderno. tinham como intuito integrar o conjunto da população indígena. tinham como objetivo reforçar a concepção de estado republicano. 4. A partir do documentário “São Paulo: uma encomenda da modernidade” é correto dizer que: Affonso de Escragnolle Taunay usou o Museu Paulista para construir alegorias em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo e para ressaltar os valores da história local. Ainda hoje, o Museu Paulista serve como difusor de uma história paulista, com objetivos idênticos aos pensados por Taunay. O Museu Paulista, funcionou à época de Taunay, para difundir uma história nacional calcada em São Paulo. A história proposta pelo Museu Paulista, durante a gestão de Taunay tinha claros objetivos autonomistas. O trabalho alegórico de Taunay, à frente do Museu Paulista, procurou excluir qualquer referência à história nacional. 5. “Para a preciosa coleção de História de cada estado da Federação brasileira, editada com carinho pela Companhia Melhoramentos de São Paulo (Irmãos Weisflog Incorporada) fui encarregado de escrever a do Estado do Pará, meu torrão natal, graças à cavalheiresca apresentação do eminente historiador patrício, Sr. Dr. Affonso d´E. Taunay. (...) Não poupei trabalho, pensando sempre em corresponder à apresentação do meu ilustre amigo Sr. Dr.Affonso d´E. Taunay e em concorrer para a patriótica e benmérita jornada dos Srs. Weisflog Irmãos.” (BRAGA, Theodor. “História do Pará”. São Paulo, Cia Melhoramentos, 1932. Prefácio). A obra acima filia-se a tradição: aos movimentos autonomistas do Período Regencial.
  • 12. historiográfica paulista e sua luta pelo retorno do regime monárquico. a tradição em torno do Museu Paulista e seu diretor Affonso Taunay vínculados a historiografia monarquista. do IHGSP e sua defesa do regime republicano. do imperial IHGB e sua defesa da maior autonomia às províncias. 6. A época da fundação do IHGB o Brasil vivia sob o Período Regencial. Sobre o Período Regencial é correto afirmar: I- Antecipação da maioridade de D. Pedro II, em 1840, foi capaz de conter todas as revoltas. II- O Ato Adicional de 1834 dava maior autonomia às provinciais brasileiras, o que não impediu a ocorrência de rebeliões em diferentes pontos do país. III- Durante o Período Regencial, os dois principais partidos foram o Conservador e o Liberal, sendo o primeiro mais centralizador e o segundo mais autonomista, porém ambos contrários aos movimentos de revolta dos escravos. Estão corretas as afirmações: II e III, apenas I e III apenas. I e II, apenas. Nenhuma das afirmações é correta. I, II e III. 7. “...O amor à pequena Pátria é a própria essência do patriotismo, porque a pequena Pátria é a que amamos instintivamente e que não precisa de ser admirável para ser admirada nem ser amável para ser amada.” Lucas Alexandre Boiteux. História de Santa Catarina. São Paulo, Cia Melhoramentos de São Paulo, 19. Prefácio.). “Num primeiro momento, a unidade nacional é assegurada pela fixação de limites-fronteiras que, separando o „interno‟ e o „externo‟, gestam uma certa tradição nacional de um certo território nacional, materializando um certo Estado-nação. Num segundo momento, a unidade nacional é assegurada pela determinação de limites políticos no interior do próprio Estado burguês. Eles têm o sentido de evitar que as tradições históricas singulares, esboçadas regionalmente no desenvolvimento desigual das forças produtivas capitalistas, ameacem a integridade do Estado –nação.” (de MARTINS, Paulo Henrique N. O nordeste e a questão regional: os equívocos do debate. In: SILVA, Marco (org.). República em migalhas. São Paulo, Marco Zero, Brasília, CNPq, 1990. p.60). Do que se apreende dos fragmentos acima é correto afirmar que: O autor da “História de Santa Catarina”, ilustra aquilo que Paulo H. Martins considera ser uma ameaça a integridade do Estado-nação. A obra “História de Santa Catarina” não se filia a nenhum dos momentos descritos da construção da unidade nacional, descrita por Paulo H. Martins. O autor da “História de Santa Catarina” busca romper com a história regional, ao enfatizar o amor à pátria. O autor da “História de Santa Catarina” não contradiz o expresso por Paulo H. Martins. A obra “História de Santa Catarina” é exemplo do ideário autonomista, dos autores ligados aos institutos históricos regionais. 8. Leia as afirmações do historiador norte-americano Joseph Love, sobre o regionalismo: “é o padrão de comportamento político característico do regime federativo. Nele, os atores regionais aceitam a existência de uma entidade maior, o Estado-nação, mas buscam o favorecimento econômico e a proteção política desse mesmo Estado-nação, mesmo que isso coloque em risco o próprio regime político”(LOVE, Joseph L. A república brasileira: federalismo e regionalismo (1889-1937). In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). A grande transação. São Paulo, SENAC, 2000. p.123-4).
  • 13. A partir do texto pode-se afirmar: o regionalismo pode se configurar dentro do sistema legal federativo. o federalismo por suas próprias características inviabiliza o regionalismo. a historiografia regionalista nega a existência do Estado-nação. a estrutura legal federativa só é possível na ausência de autonomia legislativa dos estados. que o regionalismo é aposto ao regime federativo. 9. O historiador José Honório Rodrigues, em minucioso estudo sobre a produção historiográfica brasileira, observava em meados dos 1940 um incremento da história local, a partir de eventos comemorativos de fatos marcantes de algumas cidades brasileiras. A criação da cadeira de História em alguns Estados, nas faculdades de filosofia também foi responsável pelo incremento dos estudos da história local, no final da primeira metade do século XX. (RODRIGUES, José Honório. História da História do Brasil, a História conservadora. A metafísica do latifúndio; o ultra-reacionário Oliveira Viana. vol.II, tomo 2 , São Paulo : Companhia Editora Nacional, 1988 - Coleção Brasiliana.) Entre esses eventos podemos mencionar: IV Centenário da Fundação de S. Paulo e III Centenário da Restauração Pernambucana. a Abolição da Escravidão e Proclamação da República. a Abolição da Escravidão e Proclamação da República a Revolução de 1930 e o Descobrimento. a Abolição da Escravidão e a Independência. 10. José Honório descarta ser a história geral ou estadual a soma das histórias locais, mas sim uma legítima contribuição à história nacional. Na perspectiva de José Rodrigues, a história local completaria um quadro da história geral ou nacional, dando como contribuição o estudo do “homem comum”. Essa perspectiva historiográfica defendida por José Honório de estudar o “homem comum” aproxima-se melhor: a produção historiográfica ligada ao estudo do cotidiano. a proposta formulada na série Resumo Didactico. a produção historiográfica do Colégio Pedro II. a produção historiográfica do IHGB. as representações locais formuladas por Affonso E. Taunay. Referências bibliográficas BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória. São Paulo: Ateliê, 2003. HOBSBAWM, Eric J. Nações e nacionalismo desde 1780. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008. MARTIUS, Karl Friedrich Philip von. “Como se escreve a história do Brasil”. In.: RIHGB, tomo VII, 1845, pp. 381-403. MOTA, Carlos Guilherme (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). 2ª. ed. São Paulo: SENAC, 2000. OLIVEIRA, Celia Helena de Salles. O museu paulista e o imaginário da independência. In.: Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 1995. pp. 5-11. SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil: 1870-1930. São Paulo: Cia das Letras, 1993.