1) O documento discute a história e o desenvolvimento das Línguas de Sinais utilizadas pela comunidade surda, desde os primeiros registros no século 17 até os debates atuais.
2) A autora descreve como as Línguas de Sinais foram inicialmente banidas da educação de surdos no século 19, mas posteriormente readotadas como o método principal de instrução.
3) Também são apresentados estudos linguísticos iniciais das Línguas de Sinais realizados no século 19, que ajudaram a est
Marcos Bagno é um linguista brasileiro que se dedica a estudar as implicações socioculturais do conceito de norma linguística, especialmente no ensino de português nas escolas brasileiras. Ele escreveu vários livros sobre o tema do preconceito linguístico, incluindo "Preconceito linguístico: o que é, como se faz", que desconstrói mitos comuns sobre a língua portuguesa e seu ensino no Brasil.
1) O texto discute a teoria linguística de Ferdinand de Saussure, considerado o fundador da linguística moderna.
2) Saussure diferencia linguagem, como capacidade humana, de língua, que é um produto social e convencional.
3) Ele também distingue língua de fala, sendo a língua um sistema social e a fala seu uso individual.
1) O documento discute a história da educação de surdos no Brasil desde meados do período imperial em 1857 até os dias atuais.
2) A primeira instituição de ensino para surdos no Brasil foi o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), fundado em 1857.
3) Uma figura importante foi Dom Pedro II, que trouxe um professor surdo francês para ajudar a consolidar o uso da língua de sinais no Brasil.
A Língua Portuguesa, no Brasil, possui muitas variedades dialetais.
Mas há muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído ao diferentes modos de falar.
É comum considerar as variedades linguísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas ( Marcos Bagno )
O documento discute o mito de que é preciso saber gramática para falar e escrever bem. Apresenta diversas citações de escritores que demonstraram ter dificuldades com gramática, mas escreviam bem. Também mostra que a língua grega se desenvolveu literariamente antes da criação das primeiras gramáticas. Defende que a gramática deve descrever a norma culta, e não estabelecer regras, e que seu ensino não garante a formação de bons usuários da língua.
Este documento resume um livro sobre preconceito linguístico no Brasil. O livro argumenta que o preconceito linguístico é propagado através da imposição de uma única norma linguística, desconsiderando a diversidade do português brasileiro. Ele desmistifica vários "mitos" que sustentam esse preconceito e defende que o ensino deve respeitar as variedades regionais ao invés de impor a norma de Portugal.
Este documento discute vários tópicos relacionados à linguística e preconceito linguístico no Brasil. Apresenta exemplos de variação da concordância de número na língua portuguesa falada no Brasil e em textos escritos, inclusive de pessoas escolarizadas. Também discute a estigmatização de variedades linguísticas consideradas "não corretas" e a coerência de construções gramaticais em diferentes dialetos.
O documento discute o livro "6o Mito – Preconceito Linguístico" de Marcos Bagno, que explora o mito de que a língua falada não é a mesma que a escrita e analisa o preconceito linguístico no passado, presente e formas de superá-lo, propondo a educação e conhecimento das variações linguísticas como solução.
Marcos Bagno é um linguista brasileiro que se dedica a estudar as implicações socioculturais do conceito de norma linguística, especialmente no ensino de português nas escolas brasileiras. Ele escreveu vários livros sobre o tema do preconceito linguístico, incluindo "Preconceito linguístico: o que é, como se faz", que desconstrói mitos comuns sobre a língua portuguesa e seu ensino no Brasil.
1) O texto discute a teoria linguística de Ferdinand de Saussure, considerado o fundador da linguística moderna.
2) Saussure diferencia linguagem, como capacidade humana, de língua, que é um produto social e convencional.
3) Ele também distingue língua de fala, sendo a língua um sistema social e a fala seu uso individual.
1) O documento discute a história da educação de surdos no Brasil desde meados do período imperial em 1857 até os dias atuais.
2) A primeira instituição de ensino para surdos no Brasil foi o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), fundado em 1857.
3) Uma figura importante foi Dom Pedro II, que trouxe um professor surdo francês para ajudar a consolidar o uso da língua de sinais no Brasil.
A Língua Portuguesa, no Brasil, possui muitas variedades dialetais.
Mas há muitos preconceitos decorrentes do valor social relativo que é atribuído ao diferentes modos de falar.
É comum considerar as variedades linguísticas de menor prestígio como inferiores ou erradas ( Marcos Bagno )
O documento discute o mito de que é preciso saber gramática para falar e escrever bem. Apresenta diversas citações de escritores que demonstraram ter dificuldades com gramática, mas escreviam bem. Também mostra que a língua grega se desenvolveu literariamente antes da criação das primeiras gramáticas. Defende que a gramática deve descrever a norma culta, e não estabelecer regras, e que seu ensino não garante a formação de bons usuários da língua.
Este documento resume um livro sobre preconceito linguístico no Brasil. O livro argumenta que o preconceito linguístico é propagado através da imposição de uma única norma linguística, desconsiderando a diversidade do português brasileiro. Ele desmistifica vários "mitos" que sustentam esse preconceito e defende que o ensino deve respeitar as variedades regionais ao invés de impor a norma de Portugal.
Este documento discute vários tópicos relacionados à linguística e preconceito linguístico no Brasil. Apresenta exemplos de variação da concordância de número na língua portuguesa falada no Brasil e em textos escritos, inclusive de pessoas escolarizadas. Também discute a estigmatização de variedades linguísticas consideradas "não corretas" e a coerência de construções gramaticais em diferentes dialetos.
O documento discute o livro "6o Mito – Preconceito Linguístico" de Marcos Bagno, que explora o mito de que a língua falada não é a mesma que a escrita e analisa o preconceito linguístico no passado, presente e formas de superá-lo, propondo a educação e conhecimento das variações linguísticas como solução.
Da contribuição nebrijiana à variante linguística: castelhano e espanhol uma ...Elaine Teixeira
1) O documento discute a contribuição de Antonio de Nebrija para a língua castelhana com a publicação da primeira gramática em 1492 e como isso influenciou as variantes linguísticas entre o espanhol da Espanha e o castelhano da América.
2) Existem diferenças linguísticas como pronúncia, vocabulário e gramática entre o espanhol e o castelhano devido às conquistas históricas da Espanha e misturas com outras línguas.
3) Apesar das variantes, o espan
O documento lista três referências bibliográficas sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras): um livro didático publicado pelo governo de Goiás, e dois volumes de um dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Libras publicado pela USP.
O documento discute três mitos sobre o português brasileiro e o preconceito linguístico. Apresenta poemas que ilustram como dialetos regionais e vocabulários marginalizados são afetados pelo preconceito. Defende que é importante ler livros e questionar mitos e verdades inventadas sobre a língua portuguesa.
Este documento apresenta um curso de capacitação para tradutores e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras). O curso aborda tópicos como linguística geral, língua e poder, e mitos linguísticos. O objetivo é discutir como a língua está relacionada ao poder e preconceito, e desmistificar ideias errôneas sobre línguas.
O documento apresenta informações sobre um grupo de alunos da USP, incluindo seus nomes e números USP. Em seguida, fornece detalhes sobre Marcos Bagno, um linguista brasileiro que luta contra a discriminação social por meio da linguagem, e lista algumas de suas principais obras. Por fim, resume brevemente alguns dos mitos sobre a língua portuguesa abordados por Bagno em seus trabalhos.
Preconceito Linguístico - Marta ScherreIsrael Lima
O documento discute a polêmica em torno de um livro didático do MEC que apresentava exemplos de variação linguística. A autora revisa as reflexões sobre o assunto e analisa como o preconceito linguístico ocorre predominantemente com base em diferenças de classe social. Ela também defende que o respeito à diversidade linguística é uma questão de cidadania e direitos humanos.
1) O documento discute o tema da variação linguística e preconceito linguístico. Apresenta diversos exemplos de como a língua varia de acordo com fatores como região, época, grau de instrução e situação comunicativa.
2) Destaca que nenhuma variedade linguística é superior às outras e que julgar ou menosprezar outrem pela forma como fala constitui preconceito linguístico.
3) Defende que todos os falantes dominam perfeitamente suas variedades e que a comunicação deve privilegiar
Este documento discute o panorama linguístico brasileiro, com foco na coexistência de línguas minoritárias com o português. Apresenta uma breve revisão da situação das línguas indígenas e de imigrantes no Brasil ao longo do tempo, destacando a diversidade linguística no país apesar da língua portuguesa ser a única oficial.
O documento discute três problemas básicos com o ensino da língua portuguesa no Brasil: a alta taxa de analfabetismo, a falta de desenvolvimento de habilidades linguísticas na norma culta, e o dilema sobre o que realmente constitui a norma culta. Também aborda como unificar a norma escrita com a falada através de mudanças na abordagem linguística e no ensino, e apresenta uma nova gramática do português brasileiro com base em descrições científicas ao invés de normas.
Slides 'Preconceito Linguístico o que é, como se faz 'Danielle Galvão
Marcos Bagno luta contra o preconceito linguístico por meio da desconstrução de mitos enraizados sobre a língua portuguesa no Brasil. Ele argumenta que as variedades linguísticas não devem ser julgadas como "certas" ou "erradas", e sim compreendidas em seu contexto social e funcional. Seu trabalho tem recebido apoio por promover uma sociedade democrática e inclusiva.
O documento discute 8 mitos comuns sobre a língua portuguesa no Brasil. Apresenta argumentos para refutar cada um desses mitos, mostrando que a noção de uma única norma linguística correta é equivocada e que a variação faz parte da natureza das línguas.
1) O autor critica a "Breve história dos estudos de tupi antigo no Brasil" de Navarro por não mencionar importantes estudiosos como Batista Caetano de Almeida Nogueira, Rodolfo Garcia e outros.
2) Ele aponta erros e omissões no "Dicionário de tupi antigo" de Navarro, como entradas questionáveis e falta de consideração por obras de Arthur Neiva.
3) Por fim, rebate afirmações de Navarro sobre seu próprio conhecimento de tupi antigo, apontando experiências e leituras
1. Os alunos desenvolveram uma fábula curta e cômica em libras para público surdo infantil e juvenil baseada na fábula "Assembleia dos Ratos".
2. A apresentação obteve feedback positivo por enfatizar a expressão facial e corporal, incorporar personagens de forma clara e provocar risos e reflexão.
3. É necessário aperfeiçoar intervenções didáticas e artísticas para ampliar a participação dos alunos surdos.
Mito 8 Bagno. "O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social"Renatinho Vogel
O documento discute o mito de que o domínio da norma culta da língua é um instrumento de ascensão social. Aponta que fatores como classe social, acesso à educação, saúde e renda influenciam mais na mobilidade social do que apenas falar de forma culta. Cita exemplos como Lula e Tiririca que tiveram sucesso sem domínio completo da norma culta.
1. O documento discute a distinção entre língua e gramática normativa, afirmando que a gramática normativa reflete a variedade linguística de grupos de prestígio e não deve ser confundida com a língua em si.
2. Também aborda a necessidade de atualizar a gramática normativa do português brasileiro com base em mais pesquisas linguísticas sobre concordância verbal e outras estruturas gramaticais.
3. Defende que nos primeiros anos do ensino fundamental, o foco deve ser a produção e compreensão de texto
O documento discute a história da escrita e seus desafios no mundo digital, incluindo: (1) a perda potencial de identidade cultural devido à dominância do inglês; (2) como a comunicação eletrônica pode massificar uma língua universal ou criar novas formas de escrita; e (3) como a revolução do texto digital está transformando a produção, suporte e prática da leitura.
Este documento discute a relação entre sociedade, ideologia e língua. Apresenta a origem da linguagem humana e discute como a língua é um produto ideológico que reflete as condições socioeconômicas e crenças de uma época. Também aborda a diversidade linguística e exemplos de planejamento linguístico em diferentes línguas e contextos.
O documento discute as semelhanças entre as comunidades surdas e indígenas no que se refere às suas práticas culturais e pedagógicas. Apresenta 3 pontos principais: 1) Uma comparação inicial entre os povos indígenas e os povos sinalizantes identificou visões de mundo e culturas tradicionais orais semelhantes; 2) Ambos os grupos enfrentaram opressão sob o colonialismo ao longo dos séculos; 3) As comunidades surdas brasileiras se inspiraram nas pedagogias indígenas ao
El documento describe una concepción septenaria del ser humano que incluye siete planos de realización: físico, vital, afectivo, intelectual, moral, espiritual y metafísico. Cada plano se asocia con valores como la salud, la felicidad, la inteligencia, la bondad y lo sagrado. El documento sugiere que desarrollando armoniosamente estos valores a través de la filosofía, podemos alcanzar nuestra plena realización como seres humanos.
El documento describe un taller de Análisis Matemático I que utiliza el software Mathematica para simular, calcular numéricamente y graficar conceptos matemáticos. El taller busca reforzar los temas teóricos mediante el uso del software y trabajar de forma colaborativa en grupos. Los estudiantes deben completar trabajos prácticos de manera encadenada y recibir retroalimentación para perfeccionarlos.
O documento descreve quatro fóruns realizados entre 2009-2012 sobre temas relacionados ao terceiro setor e comunidades, incluindo cidade sustentável, projetos sociais, participação social e políticas públicas, realizados em auditórios da cidade.
Da contribuição nebrijiana à variante linguística: castelhano e espanhol uma ...Elaine Teixeira
1) O documento discute a contribuição de Antonio de Nebrija para a língua castelhana com a publicação da primeira gramática em 1492 e como isso influenciou as variantes linguísticas entre o espanhol da Espanha e o castelhano da América.
2) Existem diferenças linguísticas como pronúncia, vocabulário e gramática entre o espanhol e o castelhano devido às conquistas históricas da Espanha e misturas com outras línguas.
3) Apesar das variantes, o espan
O documento lista três referências bibliográficas sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras): um livro didático publicado pelo governo de Goiás, e dois volumes de um dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Libras publicado pela USP.
O documento discute três mitos sobre o português brasileiro e o preconceito linguístico. Apresenta poemas que ilustram como dialetos regionais e vocabulários marginalizados são afetados pelo preconceito. Defende que é importante ler livros e questionar mitos e verdades inventadas sobre a língua portuguesa.
Este documento apresenta um curso de capacitação para tradutores e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras). O curso aborda tópicos como linguística geral, língua e poder, e mitos linguísticos. O objetivo é discutir como a língua está relacionada ao poder e preconceito, e desmistificar ideias errôneas sobre línguas.
O documento apresenta informações sobre um grupo de alunos da USP, incluindo seus nomes e números USP. Em seguida, fornece detalhes sobre Marcos Bagno, um linguista brasileiro que luta contra a discriminação social por meio da linguagem, e lista algumas de suas principais obras. Por fim, resume brevemente alguns dos mitos sobre a língua portuguesa abordados por Bagno em seus trabalhos.
Preconceito Linguístico - Marta ScherreIsrael Lima
O documento discute a polêmica em torno de um livro didático do MEC que apresentava exemplos de variação linguística. A autora revisa as reflexões sobre o assunto e analisa como o preconceito linguístico ocorre predominantemente com base em diferenças de classe social. Ela também defende que o respeito à diversidade linguística é uma questão de cidadania e direitos humanos.
1) O documento discute o tema da variação linguística e preconceito linguístico. Apresenta diversos exemplos de como a língua varia de acordo com fatores como região, época, grau de instrução e situação comunicativa.
2) Destaca que nenhuma variedade linguística é superior às outras e que julgar ou menosprezar outrem pela forma como fala constitui preconceito linguístico.
3) Defende que todos os falantes dominam perfeitamente suas variedades e que a comunicação deve privilegiar
Este documento discute o panorama linguístico brasileiro, com foco na coexistência de línguas minoritárias com o português. Apresenta uma breve revisão da situação das línguas indígenas e de imigrantes no Brasil ao longo do tempo, destacando a diversidade linguística no país apesar da língua portuguesa ser a única oficial.
O documento discute três problemas básicos com o ensino da língua portuguesa no Brasil: a alta taxa de analfabetismo, a falta de desenvolvimento de habilidades linguísticas na norma culta, e o dilema sobre o que realmente constitui a norma culta. Também aborda como unificar a norma escrita com a falada através de mudanças na abordagem linguística e no ensino, e apresenta uma nova gramática do português brasileiro com base em descrições científicas ao invés de normas.
Slides 'Preconceito Linguístico o que é, como se faz 'Danielle Galvão
Marcos Bagno luta contra o preconceito linguístico por meio da desconstrução de mitos enraizados sobre a língua portuguesa no Brasil. Ele argumenta que as variedades linguísticas não devem ser julgadas como "certas" ou "erradas", e sim compreendidas em seu contexto social e funcional. Seu trabalho tem recebido apoio por promover uma sociedade democrática e inclusiva.
O documento discute 8 mitos comuns sobre a língua portuguesa no Brasil. Apresenta argumentos para refutar cada um desses mitos, mostrando que a noção de uma única norma linguística correta é equivocada e que a variação faz parte da natureza das línguas.
1) O autor critica a "Breve história dos estudos de tupi antigo no Brasil" de Navarro por não mencionar importantes estudiosos como Batista Caetano de Almeida Nogueira, Rodolfo Garcia e outros.
2) Ele aponta erros e omissões no "Dicionário de tupi antigo" de Navarro, como entradas questionáveis e falta de consideração por obras de Arthur Neiva.
3) Por fim, rebate afirmações de Navarro sobre seu próprio conhecimento de tupi antigo, apontando experiências e leituras
1. Os alunos desenvolveram uma fábula curta e cômica em libras para público surdo infantil e juvenil baseada na fábula "Assembleia dos Ratos".
2. A apresentação obteve feedback positivo por enfatizar a expressão facial e corporal, incorporar personagens de forma clara e provocar risos e reflexão.
3. É necessário aperfeiçoar intervenções didáticas e artísticas para ampliar a participação dos alunos surdos.
Mito 8 Bagno. "O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social"Renatinho Vogel
O documento discute o mito de que o domínio da norma culta da língua é um instrumento de ascensão social. Aponta que fatores como classe social, acesso à educação, saúde e renda influenciam mais na mobilidade social do que apenas falar de forma culta. Cita exemplos como Lula e Tiririca que tiveram sucesso sem domínio completo da norma culta.
1. O documento discute a distinção entre língua e gramática normativa, afirmando que a gramática normativa reflete a variedade linguística de grupos de prestígio e não deve ser confundida com a língua em si.
2. Também aborda a necessidade de atualizar a gramática normativa do português brasileiro com base em mais pesquisas linguísticas sobre concordância verbal e outras estruturas gramaticais.
3. Defende que nos primeiros anos do ensino fundamental, o foco deve ser a produção e compreensão de texto
O documento discute a história da escrita e seus desafios no mundo digital, incluindo: (1) a perda potencial de identidade cultural devido à dominância do inglês; (2) como a comunicação eletrônica pode massificar uma língua universal ou criar novas formas de escrita; e (3) como a revolução do texto digital está transformando a produção, suporte e prática da leitura.
Este documento discute a relação entre sociedade, ideologia e língua. Apresenta a origem da linguagem humana e discute como a língua é um produto ideológico que reflete as condições socioeconômicas e crenças de uma época. Também aborda a diversidade linguística e exemplos de planejamento linguístico em diferentes línguas e contextos.
O documento discute as semelhanças entre as comunidades surdas e indígenas no que se refere às suas práticas culturais e pedagógicas. Apresenta 3 pontos principais: 1) Uma comparação inicial entre os povos indígenas e os povos sinalizantes identificou visões de mundo e culturas tradicionais orais semelhantes; 2) Ambos os grupos enfrentaram opressão sob o colonialismo ao longo dos séculos; 3) As comunidades surdas brasileiras se inspiraram nas pedagogias indígenas ao
El documento describe una concepción septenaria del ser humano que incluye siete planos de realización: físico, vital, afectivo, intelectual, moral, espiritual y metafísico. Cada plano se asocia con valores como la salud, la felicidad, la inteligencia, la bondad y lo sagrado. El documento sugiere que desarrollando armoniosamente estos valores a través de la filosofía, podemos alcanzar nuestra plena realización como seres humanos.
El documento describe un taller de Análisis Matemático I que utiliza el software Mathematica para simular, calcular numéricamente y graficar conceptos matemáticos. El taller busca reforzar los temas teóricos mediante el uso del software y trabajar de forma colaborativa en grupos. Los estudiantes deben completar trabajos prácticos de manera encadenada y recibir retroalimentación para perfeccionarlos.
O documento descreve quatro fóruns realizados entre 2009-2012 sobre temas relacionados ao terceiro setor e comunidades, incluindo cidade sustentável, projetos sociais, participação social e políticas públicas, realizados em auditórios da cidade.
Este documento presenta el concepto de inteligencia colectiva y sus implicaciones. En la introducción, define la inteligencia colectiva como la capacidad de las comunidades humanas para elevar juntas su nivel de conocimiento. La primera parte discute la ética, economía y tecnología de la inteligencia colectiva. La segunda parte explora el espacio del saber como un nuevo espacio antropológico emergente de la inteligencia colectiva, analizando sus características semióticas, epistemológicas y ontológicas.
O documento descreve os novos disjuntores RX3 e IDRs RX3 da Legrand, que fornecem proteção flexível e de alta performance para instalações residenciais e terciárias. Os disjuntores RX3 possuem amplos bornes e capacidade de interrupção de 4500A, enquanto os IDRs RX3 possuem capacidade de interrupção de 10000A. Juntos, esses produtos oferecem uma solução completa de proteção elétrica.
O documento discute a história da educação de surdos ao longo dos séculos, desde o primeiro professor de surdos no século 16 até o desenvolvimento da linguagem de sinais e os debates entre oralismo e educação bilíngue. Também aborda a fundação da FENEIS no Brasil em 1987 e suas primeiras atividades em defesa dos direitos dos surdos.
1) O documento discute a história dos dicionários da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e suas contribuições. 2) O primeiro dicionário de Libras foi criado em 1875 no Brasil sob forte influência francesa, contendo 399 sinais. 3) Os dicionários descrevem informações fonológicas, gramaticais e semânticas dos sinais e facilitam a compreensão da língua.
O documento apresenta uma linha do tempo da história da educação de surdos, desde a antiguidade até a era contemporânea. Destaca os principais pensadores e suas abordagens, como o oralismo defendido por Amman no século XVIII e o reconhecimento da língua de sinais por Charles-Michel de L'Epée. O Congresso de Milão em 1880 marcou o triunfo do oralismo puro sobre a língua de sinais na educação de surdos na Europa e América Latina.
O documento descreve a história da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) no Brasil, desde sua introdução por Ernest Huet no século XIX até leis recentes que reconhecem a LIBRAS. Aborda o debate entre oralismo e uso da língua gestual na educação de surdos e como o bilinguismo foi adotado como modelo educacional.
Este documento discute a história dos surdos, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a surdez. A história dos surdos é traçada desde a antiguidade, quando eram maltratados, até os dias atuais, com o reconhecimento da Libras como língua oficial no Brasil. A Libras teve origem na língua de sinais francesa e passou a ser reconhecida como língua própria em 2002. Por fim, aborda as causas da surdez, como ruídos intensos, do
Trabalho apresentado em grupo na turma de Letras da UEMA, campus de São João dos Patos-MA.
O presente arquivo retratada pontos específicos da LIBRAS, algumas curiosidades e a importância da professora Lucinda Ferreira Brito para essa língua.
O documento foi produzido por: adri.17s2Jo@gmail.com (Wanessa Adrielli) com ajuda de Ana Katrine e Lailson.
Quem precisar pode entrar em contato com o e-mail acima.
O documento descreve a história da educação de surdos desde a antiguidade até o século XIX. Os surdos eram maltratados e considerados incompetentes em muitas sociedades antigas. No século XVI, a primeira escola para surdos foi estabelecida na Espanha. No século XVIII, métodos orais e de linguagem de sinais foram desenvolvidos. No Congresso de Milão em 1880, o método oral foi adotado oficialmente, banindo a linguagem de sinais.
Este documento analisa a trajetória histórica da educação de surdos ao longo dos séculos. Apresenta como os surdos eram vistos como incapazes e excluídos até o século XVI. Destaca experiências pioneiras de ensino como as de Pedro Ponce de Leon e a fundação da primeira escola pública para surdos em Paris no século XVIII. Discute os embates entre os métodos de ensino baseados na língua de sinais versus a ênfase na fala.
3o slide linha do tempo na historia da educacao de surdosJean Rodrigo
O documento descreve a linha do tempo da história da educação de surdos, desde a Antiguidade até os dias atuais. Começa com a exclusão de surdos na Grécia Antiga e continua com períodos de segregação e abandono na Idade Média e Moderna. No século XVIII, surge o primeiro pesquisador a desenvolver um método de ensino para surdos. Ao longo dos séculos, houve controvérsias entre métodos orais e de língua de sinais, culminando no Congresso de Milão que proibiu a língua de sina
Fundamentos da educaaao_de_surdos_1354887964Ivan Machado
1. A educação de surdos passou por diversas mudanças ao longo da história, saindo do isolamento no século XVI para métodos que usavam a língua de sinais ou a oralização.
2. O Congresso de Milão em 1880 declarou a superioridade do método oral, levando à hegemonia do modelo oralista por um século e banimento da língua de sinais.
3. A partir da década de 1960, estudos passaram a reconhecer a língua de sinais como uma língua legítima, valorizando a
O suíço Ferdinand de Saussure é considerado o pai da lingüística moderna. Ele propôs importantes conceitos como a distinção entre língua e linguagem, língua e fala, e significante e significado. Saussure definia a língua como um sistema social e convencional, diferente da linguagem que é uma capacidade humana, e da fala que é a manifestação individual da língua.
O documento discute alfabetização e letramento, abordando a história da alfabetização no Brasil, os diferentes métodos utilizados ao longo do tempo, as pesquisas de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky sobre a psicogênese da língua escrita, e a diferença entre alfabetização e letramento.
1) A linguística trouxe novas perspectivas para o ensino da língua portuguesa no Brasil, questionando visões normativas e enfatizando a diversidade linguística.
2) Antes da linguística, o estudo da língua era feito por filólogos e gramáticos, com foco em normas e variantes cultas.
3) A linguística estrutural influenciou o ensino mostrando que todas as variedades linguísticas merecem estudo, não havendo distinção entre "certo" e
História da Libras e como ela surgiu no mundo.LucasBrando77
O documento discute a história da educação de surdos no Brasil e da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Apresenta como a Libras se formou a partir da chegada de Edward Huet em 1855, trazendo a Língua de Sinais Francesa. Também discute as diferentes filosofias educacionais aplicadas aos surdos ao longo do tempo, desde a proibição das línguas de sinais até a adoção do bilinguismo.
O documento descreve a educação de surdos entre os séculos XVI e XVIII na Europa, destacando figuras importantes como Juan Pablo Bonet, Jacob Rodrigues Pereira e Charles-Michel de l'Épée. L'Épée fundou a primeira escola pública para surdos em Paris no século XVIII, reconhecendo a língua gestual e os direitos dos surdos. Seu método influenciou a educação de surdos em todo o mundo.
O documento descreve a educação de surdos entre os séculos XVI e XVIII na Europa, destacando figuras importantes como Juan Pablo Bonet, Jacob Rodrigues Pereira e Charles-Michel de l'Épée. L'Épée fundou a primeira escola pública para surdos em Paris no século XVIII, reconhecendo a língua gestual e os direitos dos surdos. Seu método influenciou a educação de surdos em todo o mundo.
Este documento descreve a evolução histórica da educação de surdos ao longo dos tempos, desde a antiguidade até à atualidade. Aborda os principais educadores e suas contribuições, assim como as metodologias utilizadas, tendo havido uma transição das abordagens baseadas na língua gestual para métodos oralistas, e posteriormente o desenvolvimento de modelos bilingues.
LIBRAS AULA 2: As línguas de sinais: sua importância para os Surdosprofamiriamnavarro
O documento discute a história da educação de surdos, desde a antiguidade até os métodos atuais. Apresenta as diferentes concepções sobre surdez ao longo do tempo e como isso influenciou os métodos educacionais, desde o reconhecimento da Língua de Sinais por L'Epée no século XVIII até o predomínio do oralismo no século XIX e a luta atual pelo bilinguismo.
O documento discute histórias de aprendizagem da língua portuguesa por imigrantes eslavos. Foram obtidas depoimentos de nove imigrantes russos e búlgaros sobre como aprenderam português, tendo sido expostos a contextos educacionais formais e informais. O texto analisa os processos de aprendizagem de cada um e faz reflexões sobre como características das línguas eslavas, como o alfabeto cirílico, podem dificultar o aprendizado do português devido a diferen
1. Editora Arara Azul Ltda / Fax: (24) 2225.1947 / E-mail: editora@uninet.com.br
Em Petrópolis - RJ, um espaço dedicado à cultura e à diversidade.
LIBRAS: A Língua de Sinais dos Surdos Brasileiros
Por Clélia Regina Ramos(*) – Professora e Jornalista-USP,
Pós-Graduada em Ciências da Comunicação-USP,
Pós-Graduada em Lingüística Aplicada às Ciências Sociais-UERJ,
Mestre e Doutora em Semiologia-UFRJ,
Ex-Editora da Revista da FENEIS e
Diretora Executiva da Editora Arara Azul Ltda.
(*) Clélia, também, é mãe de um jovem surdo e pesquisadora da Cultura Surda.
Mesmo quando estiveram banidas da educação dos surdos, as Línguas de Sinais (ou
mímica, com se dizia) despertavam o interesse dos educadores. Como surgiram? Quando? Por que
não existe uma Língua de Sinais única para que os surdos de todo o mundo possam se comunicar
entre si? Essas perguntas, porém, são as mesmas que se fazem com relação à própria existência da
linguagem humana. Desde que o homem passa a refletir sobre sua existência enquanto homem, ele
reflete sobre essa questão. O mito ocidental da Torre de Babel pode servir como símbolo dessa
busca de respostas.
São incontáveis os estudos lingüísticos, históricos, sociológicos sobre o surgimento da
língua falada pela humanidade. Houve um desenvolvimento gradual, progressivo da linguagem,
no qual ela se tornou o sistema complexo de significação e comunicação que é hoje, ou, como
consideram outros pesquisadores, desde que existe é a linguagem formalmente completa, idêntica
ao que conhecemos hoje em dia?
O primeiro ponto de vista é defendido por cientistas como G. Révész, que, em seu
livro Origine et Préhistoire du langage (citado por Kristeva: 1981), aponta para uma perspectiva
evolutiva na qual, em seis etapas, traça uma linha desde a comunicação animal até a linguagem
humana altamente desenvolvida e complexa. O homem em seu estado primitivo estaria associado à
dêixis, aos gritos e aos gestos. Essa visão, compartilhada durante muito tempo pela comunidade
científica trouxe, e traz ainda, uma boa dose de rejeição às Línguas de Sinais das comunidades
surdas, associando-as à gestualidade primitiva e portanto à inferioridade.
Mais recentemente, autores passam a considerar a existência de uma língua somente a
partir do momento que exista uma cultura a ela ligada, não delimitando os meios de transmissão
utilizados, a extensão do vocabulário, o tipo de som emitido pelos “falantes”. Podemos afirmar,
sob esse ponto de vista, que as Línguas de Sinais existiram desde que existe a língua oral humana,
e sempre que existirem surdos reunidos por mais de duas gerações em comunidades (Sacks,
1990:62).
1
Nota: Este texto pode ser reproduzido, livremente com fins educacionais, desde que a fonte seja cita:
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2. Editora Arara Azul Ltda / Fax: (24) 2225.1947 / E-mail: editora@uninet.com.br
Em Petrópolis - RJ, um espaço dedicado à cultura e à diversidade.
Pelo fato de as Línguas de Sinais serem “faladas”, sem registro escrito1, existe muita
dificuldade de se localizarem as origens das mesmas. Por se tratarem também de comunidades
pequenas e não reunidas geograficamente, o que se conhece até hoje sobre os surdos e suas
Línguas de Sinais ainda é pouco.
Tentarei traçar, porém, um percurso que aponte para o significado dessas Línguas de
Sinais no trabalho educacional dos surdos e que possa efetivamente auxiliar o professor nesses
novos tempos da inclusão escolar.
Raízes Históricas das Línguas de Sinais
O primeiro livro conhecido em inglês que descreve a Língua de Sinais como um sistema
complexo, na qual "homens que nascem surdos e mudos (...) podem argumentar e discutir
retoricamente através de sinais", data de 1644, com autoria de J. Bulwer, Chirologia. Mesmo
acreditando que a Língua de Sinais que conhecia era universal e seus elementos constitutivos
"naturais" (icônicos, de certa forma), o fato de ter sido publicado um livro a respeito do assunto em
uma época que eram raras as edições em geral já demonstra o interesse do tema, evidenciando uma
preocupação com a educação dos surdos. Preocupação essa ratificada com a publicação, em 1648,
do livro Philocophus, do mesmo autor, dedicado a dois surdos: o baronês Sir Edward Gostwick e
seu irmão William Gostwick, no qual se afirma que o surdo pode expressar-se verdadeiramente por
sinais se ele souber essa língua tanto quanto um ouvinte domine sua língua oral (in Woll,1987:12).
Quase dois séculos depois, em 1809, Watson (que era neto de Thomas Braidwood,
fundador da primeira escola para surdos na Inglaterra) descreve em seu livro Instruction of the deaf
and dumb um método combinado de sinais e desenvolvimento da fala.
Em 1760, na França, o abade l'Epée (Charles Michel de l'Epée: 1712 -1789) iniciou o
trabalho de instrução formal com duas surdas a partir da Língua de Sinais que se falava pelas ruas de
Paris, datilologia/alfabeto manual e sinais criados e obteve grande êxito, sendo que a partir dessa
época a metodologia por ele desenvolvida tornou-se conhecida e respeitada, assumida pelo então
Instituto de Surdos e Mudos (atual Instituto Nacional de Jovens Surdos), em Paris, como o caminho
correto para a educação dos seus alunos.
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A partir de 1997, um grupo de pesquisadores de catorze países (incluindo o Brasil) vêm trabalhando
com um sistema de representação das Línguas de Sinais, o Sign Writing/Escrita dos Sinais.
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Thomas Hopkins Gallaudet, professor americano de surdos, visitou a instituição em 1815
com o objetivo de conhecer o trabalho lá realizado (antes ele passara pela Inglaterra tentando
aprender com os Braidwod acerca da metodologia oralista que eles desenvolviam, não obtendo
aceitação pois os profissionais negaram-se a ensinar em poucos meses o que sabiam). De tão
impressionado que ficou, Gallaudet convidou um dos melhores alunos da escola, Laurence Clerc, a
acompanhá-lo de volta aos Estados Unidos. Lá, em 1817, os dois fundaram a primeira escola
permanente para surdos em Hartford, Connecticut.
Ao lado de escolas que continuaram a desenvolver o método oralista, em 1821 todas as
escolas públicas americanas passaram a se mover em direção à ASL (Língua de Sinais Americana)
como sua língua de instrução, o que levou em 1835 à uma total aceitação da ASL na educação de
surdos nos Estados Unidos. Ramos (1992:65) relata que houve em conseqüência dessa atitude uma
elevação do grau de escolarização das crianças surdas, que passaram a atingir o mercado profissional
de nível mais alto, a maioria delas optando por se tornarem professores de surdos.
Pesquisando sobre a educação de surdos em dezessete países (Austrália, Rússia, Alemanha,
Holanda, França, Espanha, França, Espanha, Suíça, Itália, Dinamarca, Suécia, Itália, Dinamarca,
Suécia, Argentina e Venezuela) observei que esse movimento em direção à utilização das Línguas de
Sinais na educação dos surdos passa a acontecer na maioria dos países e com as mesmas
conseqüências.
Surpreendentemente, em 1880, no famoso Congresso de Milão, que reuniu professores de
surdos, as Línguas de Sinais passam a ser progressivamente banidas na educação de surdos, só sendo
retomadas a partir da década de 1940 ou mais tarde.
O que aconteceu para que ocorresse essa mudança radical de pensamento? Ainda não
existem respostas claras, apenas indícios apontando para o desenvolvimento da tecnologia das
próteses reabilitadoras gerando uma expectativa de superação da surdez, sobre lutas de poder entre
os “novos” professores surdos exigindo o afastamento do professores ouvintes...O que temos aqui,
realmente, é uma lacuna histórica a ser preenchida.
A Lingüística e as Línguas de Sinais
Superando as decisões políticas, a ciência manteve-se curiosa com relação às Línguas de Sinais.
Ferreira Brito (1993:12), aponta os trabalhos de Carrick Mallery, de 1882 (reedidatos por
Umiker-Sebeok e Sebeok em 1978, em uma coletânea de dois volumes, com estudos posteriores
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críticos de outros autores), a respeito das Línguas de Sinais indígenas das Américas e Austrália,
como os primeiros estudos lingüísticos sobre Línguas de Sinais.
O pesquisador considerava a “Plains Sign Language – PSL/Língua de Sinais das Planícies
Norte-Americanas” uma espécie de pantomímica. Apesar disso, porém, seu estudo torna-se
importante para o avanço do estudo lingüístico das Línguas de Sinais por apresentar uma
descrição bastante completa da PSL, propiciando aos seus sucessores analisar inúmeros aspectos
da mesma. “Alguns estudiosos tais como Voegelin(1958), Liung(1965) e Taylor(1975) analisam a
PSL em seus níveis lingüísticos (gestêmico, morfêmico e lexêmico), discutindo os três
parâmetros, até então não mencionados neste livro: configuração de mão (forma), movimento
(‘motion’) e ponto de articulação.” (Ferreira Brito:1993,11)
Pelo fato de as Línguas de Sinais indígenas serem usadas não só pelos surdos, mas,
principalmente, na comunicação intertribal, apesar de terem sido aqueles primeiros estudos
extremamente importantes, considera-se como data inicial dos estudos científicos das Línguas de
Sinais dos surdos, os trabalhos realizados a partir de 1957 por William C. Stokoe sobre a ASL-
American Sign Language, financiados pelo governo norte-americano. Sua primeira publicação,
Language Structure: An outline of the Visual Communication Systems of the American Deaf, de 1960, é tida
como marco, como “prova” da importância lingüística das Línguas de Sinais. Em 1965 ele
publica, em co-autoria com D. Casterline e C. Cronoberg, o primeiro dicionário de Língua de
Sinais (A Dictionary of American Sign Language), inserindo definitivamente o estudo das Línguas de
Sinais na ciência lingüística.
Os Estados Unidos continuam até hoje sendo o centro mundial mais importante de
pesquisa lingüística em Língua de Sinais, contando atualmente, inclusive, com alguns
pesquisadores surdos em suas equipes, inaugurando um momento de trabalhos que trazem forte
influência da visão culturalista. A entrada de pesquisadores surdos no cenário da pesquisa
lingüística sobre as Línguas de Sinais poderá trazer uma mudança qualitativa no trabalho que vem
sendo realizado até hoje.
Como destaca Lucinda Ferreira Brito (1995:12), o estudo lingüístico de uma língua de
modalidade gestual-visual pode afetar as teorias lingüísticas por vários motivos: os próprios
preceitos teóricos que definiam a capacidade lingüística associada à fala oral; a gramática
tradicional sendo obrigada a rever seus conceitos de arbitrariedade (substituindo, talvez, por
convencionalidade), de simultaneidade (que não é possível na língua oral), do que é central e o
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que é periférico (o caso da entoação, que na língua oral é um fator paralingüístico e na Língua de
Sinais faz parte do signo).
O fator mais importante, porém, é a necessária mudança de atitude do lingüista diante de
sua pesquisa, abandonando a ilusória neutralidade diante de seus “informantes”, e tendo que se
envolver com os problemas psicossociais e educacionais dos surdos. É evidente que quando o
pesquisador é surdo, quando sua língua nativa é a Língua de Sinais, todos os fatores acima
descritos terão um maior aprofundamento.
No Brasil, Lucinda Brito inicia seus importantes estudos lingüísticos em 19822 sobre a
Língua de Sinais dos índios Urubu-Kaapor da floresta amazônica brasileira, após um mês de
convivência com os mesmos, documentando em filme sua experiência. A idéia para a pesquisa,
segundo a própria autora (1993), adveio da leitura de um artigo publicado no livro acima citado
de Umiker-Sebeok (1978), de autoria de J. Kakumasu, Urubu Sign Language. No estudo, a Língua
de Sinais dos Urubu-Kaapor se diferenciaria da PSL por constituir um veículo de comunicação
intratribal e não como meio de transação comercial. Lucinda Brito, porém, constatou que a
mesma se tratava de uma legítima Língua de Sinais dos surdos, pelos mesmos criada.
O interessante de se observar, no caso dos Urubu-Kaapor, é que os ouvintes da aldeia
“falam” a Língua de Sinais e a língua oral, evidentemente, enquanto que os surdos se restringem à
Língua de Sinais. Assim, os ouvintes da aldeia se tornam bilíngües, enquanto os surdos se
mantém monolíngües.
Mas, e a Língua Brasileira de Sinais, a LIBRAS, como surgiu?
E, aqui, no Brasil
É conhecido como o "início oficial" da educação dos surdos brasileiros a fundação, no Rio
de Janeiro, do Instituto Nacional de Surdos-Mudos (INSM, atual Instituto Nacional de Educação de
Surdos- INES), através da Lei 839, que D. Pedro II assinou em 26 de setembro de 1857. Porém, já
em 1835, um deputado de nome Cornélio Ferreira apresentara à Assembléia um projeto de lei que
criava o cargo de "professor de primeiras letras para o ensino de cegos e surdo-mudos"
(Reis,1992:57). Projeto esse que não conseguiu ser aprovado.
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Segundo Quadros (1999), o primeiro estudo sobre Língua de Sinais do Brasil é de autoria de Gladis
Knak Rehfeldt , “Linguistics bases for the description of Brazilian Sign language”. Publicado no livro
editado por Harry W. Hoemann,The sign language of Brazil, 1981 (Mill Neck Foundation, N.Y.) .
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Reis relata que o professor Geraldo Cavalcanti de Albuquerque, discípulo do professor
João Brasil Silvado (diretor do INSM em 1907), informou-lhe em entrevista que o interesse do
imperador D. Pedro II em educação de surdos viria do fato de ser a princesa Isabel mãe de um
filho surdo e casada com o Conde D’Eu, parcialmente surdo. Sabe-se que, realmente, houve
empenho especial por parte de D. Pedro II quanto à fundação de uma escola para surdos,
mandando inclusive trazer para o país em 1855 um professor surdo francês, Ernest (ou Eduard)
Huet, vindo do Instituto de Surdos-Mudos de Paris, para que o trabalho com os surdos estivesse
atualizado com as novas metodologias educacionais.
A LIBRAS, em conseqüência, foi bastante influenciada pela Língua Francesa de Sinais,
apesar de não se encontrar, através da análise do programa de ensino adotado inicialmente por
Huet (Língua Portuguesa, Aritmética, Geografia, História do Brasil, Escrituração Mercantil,
Linguagem Articulada, Leitura Sobre os Lábios para os com aptidão e Doutrina Cristã), nenhuma
referência à Língua de Sinais. Entretanto, poucos anos depois, Tobias Rabello Leite (diretor da
escola de 1868 a 1896) publica Notícias do Instituto dos Surdos e Mudos do Rio de Janeiro pelo seu diretor
Tobias Leite (1877) e Compêndio para o ensino dos surdos-mudos (1881), nos quais se percebe que havia
aceitação da Língua de Sinais e do alfabeto datilológico. O autor considerava a utilidade dos dois no
ensino do surdo, como forma de facilitar o entendimento professor/aluno. (Leite,1881 in Reis,
1992:60/68)
É de 1873 a publicação do mais importante documento encontrado até hoje sobre a
Língua Brasileira de Sinais, o Iconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos, de autoria do aluno surdo
Flausino José da Gama, com ilustrações de sinais separados por categorias (animais, objetos, etc).
Como é explicado no prefácio do livro, a inspiração para o trabalho veio de um livro publicado na
França e que se encontrava à disposição dos alunos na Biblioteca do INSM. Vale ressaltar que
Flausino foi autor das ilustrações e da própria impressão em técnica de litografia. Não sabemos se o
organização também foi realizada por ele.
Em 1911, seguindo os passos internacionais que em 1880 no Congresso de Milão proibira
o uso da Língua de Sinais na educação de surdos, estabelece-se que o INSM passaria a adotar o
método oralista puro em todas as disciplinas. Mesmo assim, muitos professores e funcionários
surdos e os ex-alunos que sempre mantiveram o hábito de freqüentar a escola, propiciaram a
formação de um foco de resistência e manutenção da Língua de Sinais.
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Somente em 1957, por iniciativa da diretora Ana Rímoli de Faria Doria e por influência da
pedagoga Alpia Couto, finalmente a Língua de Sinais foi oficialmente proibida em sala de aula.
Medidas como o impedimento do contato de alunos mais velhos com os novatos foram tomadas,
mas nunca o êxito foi pleno e a LIBRAS sobreviveu durante esses anos dentro do atual INES.
Em depoimento informal, uma professora que atuou naquela época de proibições (que
durou, aliás, até a década de 1980) contou-nos que os sinais nunca desapareceram da escola, sendo
feitos por debaixo da própria roupa das crianças ou embaixo das carteiras escolares ou ainda em
espaços em que não havia fiscalização. É evidente, porém, que um tipo de proibição desses gera
prejuízos irrecuperáveis para uma língua e para uma cultura.
Pesquisar as origens da LIBRAS é realmente uma tarefa a ser realizada, pois surpreende a
todos aqueles que trabalham com a comunidade surda brasileira (tão espalhada por este imenso país)
a homogeneidade lingüística da mesma. Apesar dos "sotaques" regionais, podemos observar apenas
algumas variações lexicais que não comprometem em nenhum momento sua unidade estrutural.
Em 1969, foi feita uma primeira tentativa no sentido de tentar registrar a Língua de Sinais
falada no Brasil. Eugênio Oates, um missionário americano, publica um pequeno dicionário de
sinais, Linguagem das mãos, que segundo Ferreira Brito (1993), apresenta um índice de aceitação por
parte dos surdos de 50% dos sinais listados.
A partir de 1970, quando a filosofia da Comunicação Total e, em seguida, do Bilingüismo,
firmaram raízes na educação dos surdos brasileiros, atividades e pesquisas relativas à LIBRAS têm
aumentado enormemente.
Em 2001 foi lançado em São Paulo o Dicionário Enciclopédico Ilustrado de LIBRAS, em um
projeto coordenado pelo Professor Doutor (Instituto de Psicologia/USP) Fernando Capovilla e em
março de 2002 o Dicionário LIBRAS/Português em CD-ROM, trabalho realizado pelo INES/MEC e
coordenado pela Professora Doutora Tanya Mara Felipe/UFPernambuco/FENEIS.
Nacionalmente, a LIBRAS foi, recentemente, oficializada através da Lei n.º 4.857 /
2002, enquanto língua dos surdos brasileiros, o que, aliada à aceitação da LIBRAS pelo MEC, irá
tornar a educação dos surdos e a vida dos surdos cada vez mais fácil.
A LIBRAS é uma Língua Natural
“A LIBRAS, como toda Língua de Sinais, é uma língua de modalidade gestual-visual
porque utiliza, como canal ou meio de comunicação, movimentos gestuais e expressões faciais
que são percebidos pela visão; portanto, diferencia-se da Língua Portuguesa, que é uma língua
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de modalidade oral-auditiva por utilizar, como canal ou meio de comunicação, sons
articulados que são percebidos pelos ouvidos. Mas, as diferenças não estão somente na
utilização de canais diferentes, estão também nas estruturas gramaticais de cada língua.”
(Revista da FENEIS, número 2:16)
Para que as Línguas de Sinais tenham chegado ao ponto de serem reconhecidas como
línguas naturais, entendendo o conceito natural em oposição a código e linguagem, avaliaram-se,
evidentemente, as semelhanças existentes entre as mesmas e as línguas orais.
Uma dessas semelhanças, seguindo a linha saussuriana, a existência de unidades mínimas
formadoras de unidades complexas, pode ser observada em todas as Línguas de Sinais espalhadas
pelo mundo, possuidoras dos níveis fonológico, morfológico, sintático, semântico e pragmático.
A existência de registros diversos (por categoria profissional, status social, idade, nível
escolar etc.), além de dialetos regionais, também referendam as semelhanças com as línguas orais.
A busca por uma “norma culta” vem sendo observada nos últimos anos nos encontros e
publicações realizados por surdos, pelos instrutores de LIBRAS e pelos intérpretes de LIBRAS,
indicando que a gramaticalização formal da LIBRAS está em vias de ser agilizada.
Resumidamente, podemos afirmar que :
“Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um
determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou
um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser comparadas aos
fonemas e às vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros, portanto, nas Línguas de Sinais
podem ser encontrados os seguintes parâmetros:
1. configuração das mãos: são formas das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto
manual) ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros), ou
pelas duas mãos do emissor ou sinalizador. Os sinais APRENDER, LARANJA e
ADORAR têm a mesma configuração de mão;
2. ponto de articulação: é o lugar onde incide a mão predominante configurada, podendo esta
tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical (do meio do corpo até
à cabeça) e horizontal (à frente do emissor). Os sinais TRABALHAR, BRINCAR,
CONSERTAR são feitos no espaço neutro e os sinais ESQUECER, APRENDER e
PENSAR são feitos na testa;
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3. movimento: os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados acima tem
movimento, com exceção de PENSAR que, como os sinais AJOELHAR, EM-PÉ, não tem
movimento;
4. orientação: os sinais podem ter uma direção e a inversão desta pode significar idéia de
oposição, contrário ou concordância número-pessoal, como os sinais QUERER E
QUERER-NÃO; IR e VIR;
5. expressão facial e/ou corporal: muitos sinais, além dos quatro parâmetros mencionados
acima, em sua configuração tem como traço diferenciador também a expressão facial e/ou
corporal, como os sinais ALEGRE e TRISTE. Há sinais feitos somente com a bochecha
como LADRÃO, ATO-SEXUAL.
Na combinação destes quatro parâmetros, ou cinco, tem-se o sinal. Falar com as mãos
é, portanto, combinar estes elementos que formam as palavras e estas formam as frases em
um contexto.” (Revista da FENEIS, número 2: 16)
Relato de uma Experiência de Educação Bilíngüe Todas as citações desse tópico foram retiradas da
Revista Nova Escola, número 69, de setembro de 1993. Lembro que as opiniões aqui expostas são do entrevistado.)
O médico uruguaio Carlos Sánchez, assessor de Educação Especial na Venezuela, foi
responsável pela implantação de um trabalho bilíngüe do tipo Língua de Sinais/língua escrita em 42
escolas públicas em seu país.
Isso aconteceu em 1990, seis anos depois de o pesquisador tomar contato com as idéias de
Emilia Ferrero e iniciar uma investigação de como se dava o processo da aquisição da escrita nas
crianças surdas venezuelanas - que eram educadas nas escolas oralistas da rede oficial. Suas
investigações o levaram a uma história de fracassos, em que "os surdos nunca chegavam a ser
usuários constantes e fluentes da língua escrita".
Em 1988, Sánchez apresentou os resultados de suas pesquisas ao educador francês Jean
Foucambert que visitava a Venezuela. Da discussão, surgiu a proposta de um tipo de educação que
privilegiasse a língua natural da comunidade surda - a Língua de Sinais Venezuelana, e a escrita da
língua da comunidade "oral" - o Espanhol. Um primeiro postulado que embasou essa mudança
radical foi colocado por Foucambert:: "Não só os surdos, mas toda e qualquer criança pode
aprender a língua escrita sem basear-se na oral, porque são independentes." Em segundo lugar,
chegou-se à afirmação de que a língua de sinais é uma língua natural e que os surdos são uma
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comunidade lingüística minoritária, com direito a desenvolver sua cultura própria dentro da cultura
majoritária. O fato de a Língua de Sinais cumprir
"uma série de requisitos que todas as línguas naturais possuem - espanhol, português,
alemão, inglês, polonês... a criatividade é um deles -, pode-se sempre dizer alguma coisa
nova. Outro requisito é a combinação de partículas não significativas que, usadas de certa
maneira, criam significação.(...). Com 30, 40 configurações da mão, podem-se transmitir
milhares de sinais significativos, como os fonemas da língua oral. A língua de sinais, que,
como as línguas nacionais, é diferente em cada país e até em regiões dos países, possui
além do mais uma gramática toda própria, organizada e complexa, e nos permite transmitir
qualquer coisa(...) Com ela pode-se transmitir, criar e recriar o que se quiser: poesia,
romance, filosofia...E pode-se até formular, idéias com duplo sentido, ou mentir, que é
outra característica das línguas naturais."
Outra importante colocação da proposta de Sánchez é que a criança surda deve ter contato
o mais cedo possível com a Língua de Sinais. Assim como uma criança ouvinte que não pudesse ter
contato com uma língua oral até os 5 anos, um surdo que não consegue ser oralizado até essa idade
(e mesmo as crianças mais estimuladas, surdas congênitas ou ensurdecidas em um período
pré-lingüístico, portadoras de surdez profunda, dificilmente conseguem chegar a uma proficiência na
língua oral nessa fase), tem seu instrumento cerebral de linguagem afetado de maneira significativa.
Quanto à metodologia do bilingüismo propriamente dita, Sánches acredita que, pelo fato
de uma criança surda entrar em contato com a Língua de Sinais precocemente e adquiri-la
espontaneamente como a criança ouvinte adquire sua língua oral, em conseqüência poderá
desenvolver normalmente uma linguagem e ter o acesso à segunda língua - a língua escrita -
garantido. Para o pesquisador, a língua escrita (tratando-se ou não de surdos) é uma segunda língua.
"Não é necessário, como imaginam os alfabetizadores, uma racionalização sobre a língua escrita
como objeto de conhecimento. A racionalização só ocorre depois que a criança incorporou
espontaneamente certa quantidade de convenções da escrita. As metodologias dominantes procuram
facilitar a reflexão sobre a escrita, mas isso não é o uso da escrita. O uso da escrita é inconsciente, no
contexto de uma prática social."
Este é um ponto chave na proposta venezuelana de bilingüismo: qual seria esta prática
social? O contato próximo com o livro, por exemplo. Os comentários sobre ele, sobre seu contexto,
seriam efetivamente atos de leitura, de uso da língua escrita.
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A "técnica" da escrita propriamente dita é passada aos alunos através do mesmo
mecanismo que utilizamos na aquisição das palavras e sentido em uma língua oral. Ou seja, a
multiplicação das vezes que a criança tem contato com a língua escrita. De início ela não estará
internalizando um conhecimento profundo, não estará chegando ao sentido da palavra, isso só
passará a acontecer quando ela tiver "um estoque suficiente de palavras reconhecíveis. É como
ocorre com os japoneses e chineses, que começam a ter condições de ler bem ao reconhecer,
digamos, 5 mil ideogramas. Fazendo um paralelo, na nossa língua escrita as palavras assumiriam o
aspecto de um ideograma, transmitindo imediatamente a idéia, o significado. Como diz Sartre,
assimilar a língua escrita é o mesmo que aprender uma língua estrangeira. Vai-se descobrindo pelo
contexto."
Como 95% das crianças surdas são filhos de pais ouvintes, a questão familiar não pode ser
deixada de lado. "Para adquirir espontaneamente a língua escrita é preciso que os pais, a família, o
meio - escola inclusive- falem da língua escrita. Nós ainda não temos surdos que falem disso. Apesar
de alguns pais utilizarem a língua escrita, a maioria deles desconhece a Língua de Sinais. Temos que
dar um tempo para que se crie um meio social com uso significativo da língua escrita."
Assim, a escola acaba tendo que suprir em seu espaço não só a carência educacional, como
acaba precisando reproduzir um ambiente familiar e um ambiente social – pela incipiente
organização da comunidade, reflexo dos anos de oralismo que proibia o uso dos sinais. A proposta
apresenta, então, cinco áreas de atividade (com a participação das crianças, de jovens e adultos
surdos): jogos e esportes; teatro; ciências; leitura e escrita e trabalho. O professor participa como
colaborador, pois, das cinco horas de atividades realizadas na escola, apenas uma é dedicada pelo
professor para a ampliação do conhecimento dos alunos nas disciplinas. "Ainda assim, na medida do
possível essa informação adicional se relaciona ao que foi trabalhado na prática, porque daí surge a
internalização do conhecimento."
Um último ponto a ser discutido na proposta venezuelana é o que é chamado de
integração. Quando se questiona a validade de se fundarem escolas apenas para surdos em lugar de
se trabalhar com a presença da criança surda em salas de ouvintes, respeitando-se sua singularidade,
o pesquisador acredita que a chamada "integração" tem dois componentes indispensáveis: "primeiro,
a interação plena - poder falar o que se queira com várias pessoas; segundo: o poder de tomar
decisões. A criança surda colocada numa escola regular não tem interação real e nenhuma
possibilidade de tomar decisões. Na nossa escola, tentamos garantir esses dois componentes, porque
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ela é democrática (o professor deixa de ser o que manda); participativa (por incorporar os pais dos
alunos); cooperativa (é um trabalho de todos), comunitária (é da comunidade de surdos), e ativa
(porque ao se fazer é que se aprende)."
Apesar de a experiência da Venezuela não ser considerada por Sánches uma proposta
bilíngüe, que no seu julgamento só poderá partir dos próprios surdos quando estes, enquanto
comunidade, tiverem o acesso à educação superior facilitado e conseqüentemente puderem
participar dos centros de decisão governamentais, foi para nós o primeiro contato direto com um
trabalho que coloca em prática as idéias que acreditamos ser um novo caminho na educação de
surdos.
Fica o relato dessa experiência singular para a avaliação e discussão dos professores, para
que possamos, juntos, aprender e trocar experiências, visando implementar uma educação
verdadeiramente inclusiva e integrativa em nosso país.
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Nota: Este texto pode ser reproduzido, livremente com fins educacionais, desde que a fonte seja cita:
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