3. “Se você não estiver dormindo, maninha, conte-nos uma de suas belas
histórias para atravessarmos o serão desta noite”.
Noutras passagens, surge deste modo:
“[...]Danyazad saiu debaixo da cama e disse: ‘Por Deus, minha irmãzinha, se
não estiver dormindo, termine a sua história para a gente’”.
Tradução de Mamede Mustafa Jarouche
4. Graham’s Magazine
Review of Twice-Told Tales (1842);
“[...]Os interesses do mundo que intervêm durante as
pausas da leitura modificam, desviam, anulam, em maior ou
menos grau, as impressões do livro.”
Extensão do conto;
“[...]requer meia hora ou uma ou duas horas de leitura atenta”.
“Exaltação da alma”.
POE, E. A. Ficção completa, poesia e ensaios. Tradução de Oscar Mendes. Rio de Janeiro: Aguilar, 2001.
5. Uma mulher está sentada sozinha em sua casa. Sabe que não há mais
ninguém no mundo: todos os outros seres estão mortos. Batem à
porta.
• Várias interpretações;
• Última pessoa viva do mundo? Mas quem apertou a
campainha?
• Sentido metafórico? Não há ninguém por ela e
repentinamente aparece uma esperança?
• Ela também estaria morta?
• Zumbis?
Crise existencial!
The works of Thomas Bailey,1912
6. — Que estranho! — disse a garota, avançando com cautela. — Que porta mais pesada,
meu Deus! — E, ao falar, tocou-a e a porta acabou fechando-se de um golpe.
— Deus do céu! — disse o homem. — Não é que não tem maçaneta do lado de dentro?
Agora estamos os dois trancados!
— Os dois, não — disse a garota. — Só você.
E passou através da porta e desapareceu.
Visitations, 1919.
Tradução de Flávio Moreira da Costa
7. “Antigas como o medo” (Adolfo
Bioy Casares);
Avesta, Bíblia, Homero.
Século XIX
Língua inglesa.
9. Classificação
1. O ambiente ou a atmosfera
Os primeiros argumentos fantásticos eram simples
Aparição de fantasmas
Atmosfera propícia ao medo
Uma persiana batendo, floresta amaldiçoada, cemitérios...
Exclamações: “Horror!” “Espanto” “Qual não foi minha surpresa”
Guy de Maupassant
Poe
Casarões/Castelos abandonados/amaldiçoados,
outonos melancólicos...
10. “Durante todo um dia pesado, escuro e mudo de outono, em que nuvens baixas
amontoavam-se opressivamente no céu, eu percorri a cavalo um trecho de campo
singularmente triste, e finalmente me encontrei, quando as sombras da noite se
avizinhavam, à vista da melancólica Casa de Usher. Não sei como foi – mas, ao
primeiro olhar que lancei ao edifício, uma sensação de insuportável angústia invadiu
o meu espírito (...)”.
A Casa de Usher, 1839.
“O castelo em que meu criado se aventurara a forçar entrada, em lugar de deixar-
me passar uma noite ao relento, gravemente ferido como eu estava, era um
daqueles edifícios mesclados de soturnidade e grandeza que por muito tempo se
ergueram carrancudos entre os Apeninos (...)”.
O Retrato Oval, 1842.
11. Mundo verossímil
Vidas comuns e domésticas, como a do leitor
Ocorrência inverossímil
Aparição de um fantasma
Tendência realista na literatura fantástica
H. G. Wells
12. Classificação
2. A surpresa
Contos que não há surpresa
Exceção
A pata de macaco de W. W. Jacobs (1902)
Enoch Soames de Max Beerboh (1909)
13. Também se classificam pela explicação:
1. Explicam-se pela ação de um ser ou de um fato sobrenatural.
2. Explicação fantástica, mas não sobrenatural.
“Científica?”
3. Explicam-se pela intervenção de um ser ou de um fato sobrenatural
Possibilidade de uma explicação natural.
Admitem uma alucinação explicativa.
14. Aluísio de Azevedo
Demônios (1895)
Machado de Assis
O espelho (1892)
Carlos Drummond de Andrade
Flor, telefone, moça (1951)
15. Jorge Luis Borges (1889-1986) Júlio Cortázar (1914-1984) Gabriel García Marquez (1927-2014)