1) O documento discute a batalha entre o Google e o Facebook nas redes sociais.
2) Eric Schmidt, executivo do Google, admitiu em entrevista que o Google fracassou no lançamento do Google Plus devido a falhas no tempo de resposta ao mercado, falta de diferenciação e miopia de marketing.
3) Apesar de ter alguns recursos diferenciadores, o Google Plus não conseguiu atrair a maioria dos usuários por não inovar o suficiente e não atender às necessidades das pessoas nas redes sociais.
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Marketing digital: Google assume derrota nas redes sociais
1. Marketing Digital: Google assume derrota nas redes sociais
Ainda não tinha dado a minha opinião sobre esta batalha entre gigantes da WEB mas,
com a entrevista que Eric Schmidt (executivo da Google) deu à CNN 1torna-se evidente
que, entre outros factores, o Time to Market é um dos factores críticos de sucesso
desta "guerra".
Já tinha escrito sobre a importância deste factor no mundo digital na perspectiva das
Marcas conseguirem tirar proveito de “fenómenos virais” na rede. O caso que
apresentei foi o do namoro entre Paulo Futre e o Licor Beirão2 e importa realçar que,
independentemente dos objectivos e respectivas áreas de negócio, a capacidade de
resposta na Internet é um factor muito importante para qualquer empresa, mesmo
para as de topo mundial que têm todas as condições para acompanhar as tendências e
ter a concorrência “debaixo de olho”. Nos dias de hoje são poucas (ou nenhumas) as
empresas que podem estar seguras ao ponto de assumir que o mercado está
“controlado”. Como refere Kotler, a "era da turbulência" v3eio para ficar.
O mais engraçado nisto tudo é que a Google é “expert” em lançar versões beta em
todos os seus serviços para não perder tempo a atingir a excelência e para recorrer
ao “crowdsourcing” para obter a visão dos utilizadores. No que toca às redes sociais
tem vindo a fracassar.
De uma forma muito genérica e desconhecendo a estratégia inerente ao Google Plus,
podemos identificar três falhas graves:
1. Falta de timing e precária antecipação ao Mercado
2. Falta de diferenciação e foco
3. Miopia de Marketing – foi ignorando a concorrência até ser tarde para agir
Na minha opinião o “mundo digital”4 tem espaço para diversas redes mas não tolera
mais do mesmo. Estamos numa época em que a diferenciação e o foco são
fundamentais e, se queremos inovar temos que conseguir criar algo de novo que
satisfaça os desejos dos utilizadores. Temos que definir perfis de utilização e saber
1
http://edition.cnn.com/2011/TECH/web/07/20/google.chairman.interview/index.html?&hpt=hp_c2
2
http://mktportugal.com/blog/?p=3136
3
http://mktmorais.com/?p=147
4
http://mktmorais.com/?p=944
2. muito bem quem queremos atingir e de que forma podemos solucionar um problema
existente (privacidade, usabilidade, interacção, falta de apoio ao cliente, etc..).
Famosas redes como o Facebook, Twitter, LinkedIn, Youtube, Flickr, Foursquare (entre
muitas outras menos conhecidas) têm todas, pelo menos, um factor significativo de
inovação. Embora seja discutível o seu sucesso em Portugal, há certamente espaço
para todas elas. Todavia, cada uma tem o seu atributo, o seu foco e a sua
diferenciação. Um exemplo recente com "rótulo" português é a rede
social Mybubble.pt 5em que o acesso é exclusivo para médicos. Esta rede portuguesa é
um verdadeiro "case study" de Time to Marketpor ter investido os seus recursos à
procura do "timing" certo para entrar no mercado. Neste caso ao contrário do que
temos falado, não se exigiu uma rápida capacidade de resposta e foi crucial esperar
pelo momento certo.
Embora o Google Plus tenha inserido algumas funcionalidades diferenciadoras e tenha
despertado o interesse junto dos “innovators”e “early adopters”, na minha
opinião, fracassou junto dos restantes utilizadores. No meu ponto de vista a inovação
não foi suficiente para passar a chamada “barreira do abismo” e chegar á maior “fatia”
do mercado. Não nos podemos esquecer que embora a tecnologia seja fundamental,
as redes sociais são constituídas por pessoas.
O Facebook está num estado de maturidade com uma presença tão marcante que as
pessoas que fui abordando sobre o Google Plus não queriam nem querem saber de
outra rede social. É a beleza do poder da Marca. Faz-me lembrar quando ouvi numa
conferência sobre Marketing Infantil (com Ana Filipa Côrte Real) a apresentação de
um estudo sobre a Coca-Cola e uma outra Marca concorrente em que os miúdos eram
questionados sobre qual a bebida que gostavam mais e a maioria escolhia a Coca-Cola
mesmo sem ter provado a outra.
É a melhor sensação que podemos criar junto dos nossos clientes para combater a
concorrência – “não sei nem quero saber”.
Eu próprio confesso que aderi ao Google Plus sempre na expectativa de ver o que ia
acontecer. Para mim a minha rede de contactos do Facebook já tem muito valor e só
um motivo muito forte me faria “afastar” dali. Sou utilizador regular do Google Plus
mas com objectivos pessoais completamente distintos do Facebook.
O Google Plus para mim tem uma vantagem significativa, podemos seguir inúmeras
personalidades que nos ajudam a acompanhar o mercado e identificar tendências. Não
precisamos de autorização para seguir ninguém ou seja, a utilização desta rede é
completamente diferente do Facebook. Para ser sincero também gosto mais do
conceito de "circular" do que o envio de pedidos de amizade.
Como sabem e eu partilho isto frequentemente, não sou “cego” em relação ao
Facebook, muito pelo contrário porém, como seguidor da Google exijo (literalmente)
que a Google não siga os passos de ninguém, que crie novas categorias no mercado,
5
www.mybubble.pt
3. que seja único e que seja igual a si mesmo (como é em muitos outros serviços). Em
conversas que fui tendo pela rede, muita gente dizia que o Google não estava
minimamente preocupado com o Facebook mas, para além destas declarações de Eric
Schmidt, como é compreensível, existe um grande esforço para facilitar o switch dos
utilizadores do Facebook para o Google Plus (o Facebook tem ganho a guerra ao
conseguir bloquear quase todas as aplicações que têm surgido para o efeito).
Não se pode ignorar o facto do Google Plus já contar com mais de 20 milhões de
utilizadores num curto espaço de tempo e ter como vantagem competitiva a
integração de serviços. Pode ser que algo ainda venha a ser feito.
Penso que ainda não se pode afirmar o fracasso do Google Plus (nem pouco mais ou
menos). Qual a vossa opinião?
Independentemente do resultado final, temos mais uma lição importante para reter: O
fracasso está presente em todas as empresas de sucesso.
"O fracasso é a oportunidade de se começar de novo, com inteligência."
( Henry Ford )
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Paulo Morais
Managing Partner na T-Evolution (soluções e consultoria em Marketing Digital)
Docente na Pós Graduação de Marketing e Empreendedorismo –
IPAM
Docente na pós graduação de Marketing Digital – IPAM
Consultor de Marketing da JRS Pharmarketing
Project Manager Marketing Portugal
Mestrando de Gestão de Marketing no IPAM
Pós Graduado em Direcção de Marketing e Vendas pelo ISCTE
Licenciado em Gestão de Marketing pelo IPAM – Matosinhos
Blogue pessoal – www.mktmorais.com