A lição aborda a nova posição do crente justificado, que deve morrer para o pecado e viver em novidade de vida, guiado pelo Espírito Santo. O apóstolo Paulo se preocupa com a possibilidade de má interpretação da doutrina da justificação, que não libera para pecar. Os justificados são embaixadores de Cristo, com a mente renovada para praticar a justiça.
1. Justiça e Graça
Um estudo da Doutrina da Salvação na carta aos Romanos
Lição 9
28 de
Fevereiro
de 2016
Mortos para o pecado
2.
3.
4. CONSCIENTIZAR
de que após a
justificação o
crente deve
manter uma vida
de santificação;
SABER que após a
justificação o
crente assume uma
nova posição
diante de Deus;
RECONHECER que
após a justificação
o crente deve viver
em novidade de
vida.
alvo
5. Texto Bíblico
Romanos 6.1-8.
1 — Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?
2 — De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 — Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua
morte?
4 — De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
5 — Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o
seremos na da sua ressurreição;
6 — sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado
seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado.
7 — Porque aquele que está morto está justificado do pecado.
8 — Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
6. INTRODUÇÃO
No texto a ser estudado, Paulo apresenta um problema que pode surgir
dependendo da interpretação da nova posição diante de Deus,
perdoado gratuitamente e livre em Cristo. Nesta lição vamos refletir a
respeito das mudanças que ocorrem com o crente após a justificação.
Veremos que após a justificação, o salvo: deve morrer para o pecado e
ocuparumanovaposiçãodiantedeDeus,andandoemnovidadede vida.
8. A má interpretação da justificação pela fé (v.1).
A doutrina da justificação pela fé não era tão fácil de ser assimilada por
alguém que viveu anos debaixo do jugo da Lei. Imagine um judeu que
viveu a vida toda sendo ensinado que a observância da Lei deveria ser
rigorosa, pois era o único meio para se justificar diante de Deus. Coloque-
se no lugar dele. De repente, aparece um judeu que há pouco tempo
havia se convertido para uma nova religião (cristianismo), anunciando que
Deus enviou o seu Filho como ser humano, permitindo que Ele morresse
em uma cruz, levando a maldição de toda a humanidade sobre si e
oferecendo o perdão gratuito a todas as pessoas que o reconheça como
Deus. Praticamente tudo o que ele havia aprendido e tentado praticar é
colocado por terra. Considere, então, ele aceitando esta pregação do
Evangelho. Alguns conversos ao cristianismo, considerando a “facilidade”
da vida na graça, continuavam ou acham que poderiam continuar na
prática do pecado, confiando no perdão imerecido de Deus.
9. Advertência contra o abuso da graça (v.2).
O comportamento libertino apontado no tópico é a preocupação do
apóstolo: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a
graça seja mais abundante?” (v.1). Este problema não é exclusivo da
época da Igreja Primitiva, ainda hoje alguns cristãos interpretam
equivocadamente a ação da graça de Cristo. Estes afirmam que uma vez
justificados pela fé em Cristo, justificados para sempre. Para eles, a vida
que a pessoa leva não interferirá mais em sua salvação, pois Deus não
retiraria o dom da salvação já dado ao crente. Paulo é incisivo em sua
resposta: “De modo nenhum!” (v.2). O fato de ser justificado
gratuitamente não dá o direito de abusar da graça de Cristo (Gl 5.1,13),
contrariamente, devemos ser cada vez mais grato pela sua graciosidade e
se espelhar no seu exemplo de vida. A liberdade que Cristo nos dá não é
para fazermos o que quisermos, mas para viver uma vida genuinamente
cristã.
10. Justificados e mortos para o pecado.
Conforme já visto anteriormente, o crente em Cristo é declarado justo
no tribunal de Deus, mas ao mesmo tempo o velho homem morre
legalmente, crucificado com Cristo, e ressurge como uma nova vida em
sua ressurreição (2Co 5.17). Na morte de Cristo Deus demonstra o
julgamento justo e na sua ressurreição prova sua justiça. Alguns
teólogos defendem que o crente morre e ressurge no batismo nas
águas, como um sacramento obrigatório para salvação, entretanto o
crente é crucificado e morto na justificação (v.7). O batismo nas águas é
um ato público para atender uma ordenança que formaliza
simbolicamente o que já ocorreu, seu sepultamento (Cl 2.12).
Entretanto, aqui não se trata especificamente da obra do Espírito Santo
(1Co 12.13; Gl 3.27). O salvo não pode mais servir ao pecado, pois a
morte do escravo o liberta de sua escravidão (v.6).
11. O fato de estarmos justificados pela graça de Cristo,
Não nos dá o direito de abusarmos da liberdade em
Cristo, mas sim seguirmos o exemplo de vida de
Jesus.
O apóstolo Paulo parece ser repetitivo no ensino sobre a
doutrina da justificação pela fé, entretanto, o que pode ser
percebido é a dedicação do apóstolo para não deixar brecha
para más interpretações ou abusos dos crentes.
13. Conhecendo a nova posição em Cristo (vv.3,5-7,9).
O batismo nas águas já citado, é uma bela representação da nova posição
do salvo em Cristo (v.3), morto para o pecado (debaixo da água)
justificado e reconciliado com Deus (ao sair da água). O crente justificado
sendo sepultado pela morte para o pecado e surgindo para uma nova vida
em Cristo, uma nova disposição na relação com Deus. Esta nova posição
assegura a vida eterna com Deus, mas também exige uma aproximação
com a vida de obediência de Cristo, não priorizando a si mesmo e seus
desejos, mas o bem da coletividade, o Reino de Deus. Uma nova
identidade, não mais relacionada ao primeiro Adão, mas da descendência
de Cristo, o segundo Adão, e membro de sua família. Esta nova vida, não
significa que o crente nunca mais irá pecar, mas que não viverá na prática
do pecado, como seu escravo. Portanto, uma vez justificados
(instantaneamente), sigamos a santificação (processo contínuo) durante
toda a vida ou até o arrebatamento da Igreja.
14. Vivificados em Cristo (vv.8-11).
A nova vida com Cristo é uma vida separada e de intimidade, vivida com o
propósito de nunca mais morrer espiritualmente. Identificados com a
morte de Cristo, da mesma forma que Ele sofreu pelo evangelho, o salvo
também passará por aflições (Jo 16.33). Todavia, acima de tudo, também
identificados com sua ressurreição (v.5-7), em que teve a vitória decisiva
sobre o pecado e retorna com o corpo glorificado de igual modo garante
ao salvo a transformação do corpo corruptível em um corpo incorruptível,
como o de Cristo (1Co 15.54; 1Ts 4.16-18). Mas a promessa não é
somente para o futuro, o presente também é contemplado, pois a nova
vida não é conquistada pela própria força, mas pela graça de Cristo que
sustenta o fiel, até o ponto de suportar as diversas adversidades (Rm
8.35). Como instrui a palavra do apóstolo para Timóteo, quando este se
achava só no ministério: “fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus”
(2Tm 2.1).
15. Embaixadores de Cristo na Terra.
Cristo cumpriu sua missão e retornou ao Pai, porém, como Igreja não
nos retirou do mundo (Jo 17), mas deixou-nos para representar-lhe,
anunciando seu evangelho. Morto e vivificado com Cristo, o cristão vive
agora guiado pelo Espírito Santo, como embaixador de Cristo, conforme
Paulo afirma à igreja de Corinto: “isto é, Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e
pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos
embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse.
Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus”
(2Co 5.19,20). Quem era condenado e sem esperança, passa a ser
embaixador de Deus, anunciando o poder do Evangelho, revelação da
justiça de Deus que transforma o ser humano e o prepara para a vida
eterna.
16. Você tem sido grato pela sua nova posição
diante de Deus?
O batismo é a formalização pública que simboliza o
sepultamento do crente, que já morreu para o pecado em sua
justificação.
18. Quem reina na nova vida não é mais o pecado (v.12).
O cristão ao receber a nova natureza durante o processo da justificação
não aceita mais o reinado do pecado, não sente mais prazer em se
submeter aos seus próprios desejos, mas sua consciência é orientada
pelo Espírito Santo que o convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo
16.8-11). Na época do apóstolo, se dizer cristão era risco de morte e de,
no mínimo, preconceito. Atualmente, tem se tornado em determinados
meios até “chique” se dizer evangélico ou “gospel”. Algumas pessoas
têm se infiltrado na comunidade evangélica, se dizendo convertidas,
mas com propósito de explorar as ovelhas do aprisco de Jesus. Fazem
toda a pose teatral nas igrejas, mas fora delas continuam com a mesma
vida de antes. No entanto, a orientação bíblica é que, uma vez
justificado, o crente deve andar em novidade de vida, embora ainda
com o corpo de pecado e morte (Rm 6.11; 7.24).
19. Libertando os membros do corpo do domínio do pecado (vv.13,14a).
A intimidade com Cristo leva a uma mudança de mentalidade, em que
as coisas que agradam a Deus são as que passam a orientar a vontade e
as atitudes do crente. No nosso corpo físico, os membros atendem os
comandos do cérebro (mente). No sentido espiritual não é diferente,
pois uma vez tendo a mente de Cristo conduz-nos por completo à
vontade de Deus. A pessoa que tem a mente de Cristo discerne as
coisas espirituais, mesmo no mundo material e usa os membros do
corpo a serviço da justiça (2Co 2.14,15). O “velho homem” tinha uma
mente insubmissa ao Espírito Santo e entregue ao domínio do pecado,
mas o salvo submete sua mente ao controle do Espírito Santo, assim a
paz de Deus, que excede todo entendimento, guarda seu coração e
seus sentimentos (Fp 4.6-7) e, consequentemente, conduz seus
membros para a prática da justiça.
20. Quem está reinando em sua vida? Ao analisar as características
de quem vive uma vida vitoriosa debaixo da graça, você
consegue se incluir nesta forma de vida?
A mente do crente justificado é renovada e
dirigida pela intuição do Espírito, que passa a
conduzir a emoção, a vontade e os membros
do seu corpo físico para a prática da justiça.
21. Nesta lição, aprendemos que o apóstolo tinha uma
preocupação que o incomodava: a possibilidade de má
interpretação da doutrina da justificação pela fé e a prática
da libertinagem. Por isso, reforça a necessidade da
santidade.
22. 1. Qual a preocupação do apóstolo quanto à má interpretação sobre a doutrina da justificação pela fé expressada em Romanos 6.1,2?
A preocupação do apóstolo é que as pessoas, em especial os judeu-cristãos, pudessem entender que a “facilidade” da justificação pela fé, sem
obras, liberasse o crente para pecar, confiante no perdão gratuito de Deus.
2. A nova posição do crente justificado significa que ele não mais pecará? Explique:
A nova posição do crente justificado diante de Deus não significa que o crente nunca mais irá pecar, mas que não viverá na prática do pecado,
como seu escravo.
3. Qual o texto bíblico em que Paulo afirma que somos embaixadores de Cristo?
Paulo afirma que somos embaixadores de Cristo em 2 Coríntios 5.20: “isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes
imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós
rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus”.
4. De acordo com a lição, o que acontece quando uma pessoa tem a mente de Cristo?
A pessoa que tem a mente de Cristo, permite que o Espírito Santo conduza sua emoção, sua vontade e os membros do corpo físico. A pessoa
discerne as coisas espirituais, mesmo no mundo material e usa os membros do corpo a serviço da justiça (2Co 2.14-15).
5. Qual a orientação dada na lição para as pessoas que querem viver uma vida vitoriosa debaixo da graça de Cristo?
Quem quer viver uma vida vitoriosa debaixo da graça de Cristo precisa aprender a primar por um bom testemunho (Cl 4.5), seguir a paz com
todos, santificação e sem raiz de amargura (Hb 12.14,15), perdoar (Ef 4.32), amar com amor fraternal e dar honra aos outros (Rm 12.10), dentre
outras atitudes incentivadas pela Bíblia.