O documento discute a importância das imagens e manifestações artísticas na cidade contemporânea. Aponta que as cidades se tornaram espaços privilegiados para a circulação e produção de imagens que refletem e influenciam a cultura urbana. Também destaca o papel dos jovens nessa produção cultural, por meio de manifestações como a música e o grafite.
1. O documento discute a cultura, comunicação e cotidiano, incluindo como a mídia pode segregar e como a vida cotidiana é invisível.
2. É explorada a noção de sujeito discursivo e formas de vida, além de microsaberes que desafiam visões institucionais.
3. As disjunções cotidianas incluem tensões entre espaço público e mídia e o preconceito contra a invisibilidade da vida cotidiana.
1. A arquitetura constrói a cidade que se comunica através da mídia, muitas vezes de formas inusitadas, como meios e imagens. 2. A imagem tornou-se a principal forma de comunicação entre a cidade e o usuário, mas tende a distorcer a realidade. 3. Embora a mídia discipline a percepção da cidade, a mediação busca uma compreensão mais crítica do sistema de comunicação urbano.
1. O documento discute a arte pública na perspectiva de uma retórica total do espaço urbano, da esfera pública e do horizonte cultural.
2. O autor propõe ver a cidade como um lugar onde deliberamos sobre o passado, presente e futuro comuns, incluindo formas de ação estética e artística.
3. A cultura urbana não pode abdicar de repensar as ações de comunicação urbana propriamente ditas.
[1] O documento discute um projeto de arte pública chamado Open que consistiu em uma intervenção urbana utilizando um outdoor artístico para criar diálogo com os espectadores através da estética. [2] O projeto usou a linguagem do desenho associada à técnicas de pintura em papel para enfatizar a função estética da obra e provocar discussões. [3] O documento também discute a importância da arte como forma de comunicação visual e expressão que reflete experiências humanas e a realidade social.
1. O livro busca capturar as implicações mútuas entre as práticas humanas e a forma e espacialidade das cidades, indo além de simples relações de coincidência.
2. As cidades são vistas como sistemas que mediam a experiência humana do mundo e do Outro, moldando profundamente a percepção social.
3. O autor argumenta que há entrelaces profundos entre cidade e sociedade que revelam as contradições e fissuras desta última, e busca compreender essas relações não contingenciais.
O documento discute a convergência das mídias e como a revolução tecnológica alterou a percepção humana e as formas de arte e comunicação. A semiótica e a cibercultura criaram novas representações que substituem a representação pela virtualização. A arte passou a envolver mais interação e a definir autoria de forma diferente.
A exposição apresentará 40 obras de arte de quatro artistas (Rusgat Niccus, Ana Carla, Diegho Courtenbitter e Ubirani Yaraima) que fazem parte do movimento artístico Lascivinista, com o objetivo de promover a cultura e o patrimônio histórico da cidade de São Luís através da pintura, fotografia, poesia e outras artes. A mostra também incluirá palestras e oficinas para o público.
Texto manifesto a cidade em estado de arteColetivomidias
1) O documento discute a proposta de um projeto artístico de intervenção urbana na cidade de Campina Grande, PB, chamado "Cidade em Estado de Arte".
2) O projeto visa criar novas formas de mapear a cidade e reconverter as relações entre turistas e moradores de rua através de ações artísticas participativas.
3) A instalação de uma ponte provisória sobre o Açude Velho simbolizaria a travessia entre diferentes perspectivas sobre a história e o espaço urbano da cidade.
1. O documento discute a cultura, comunicação e cotidiano, incluindo como a mídia pode segregar e como a vida cotidiana é invisível.
2. É explorada a noção de sujeito discursivo e formas de vida, além de microsaberes que desafiam visões institucionais.
3. As disjunções cotidianas incluem tensões entre espaço público e mídia e o preconceito contra a invisibilidade da vida cotidiana.
1. A arquitetura constrói a cidade que se comunica através da mídia, muitas vezes de formas inusitadas, como meios e imagens. 2. A imagem tornou-se a principal forma de comunicação entre a cidade e o usuário, mas tende a distorcer a realidade. 3. Embora a mídia discipline a percepção da cidade, a mediação busca uma compreensão mais crítica do sistema de comunicação urbano.
1. O documento discute a arte pública na perspectiva de uma retórica total do espaço urbano, da esfera pública e do horizonte cultural.
2. O autor propõe ver a cidade como um lugar onde deliberamos sobre o passado, presente e futuro comuns, incluindo formas de ação estética e artística.
3. A cultura urbana não pode abdicar de repensar as ações de comunicação urbana propriamente ditas.
[1] O documento discute um projeto de arte pública chamado Open que consistiu em uma intervenção urbana utilizando um outdoor artístico para criar diálogo com os espectadores através da estética. [2] O projeto usou a linguagem do desenho associada à técnicas de pintura em papel para enfatizar a função estética da obra e provocar discussões. [3] O documento também discute a importância da arte como forma de comunicação visual e expressão que reflete experiências humanas e a realidade social.
1. O livro busca capturar as implicações mútuas entre as práticas humanas e a forma e espacialidade das cidades, indo além de simples relações de coincidência.
2. As cidades são vistas como sistemas que mediam a experiência humana do mundo e do Outro, moldando profundamente a percepção social.
3. O autor argumenta que há entrelaces profundos entre cidade e sociedade que revelam as contradições e fissuras desta última, e busca compreender essas relações não contingenciais.
O documento discute a convergência das mídias e como a revolução tecnológica alterou a percepção humana e as formas de arte e comunicação. A semiótica e a cibercultura criaram novas representações que substituem a representação pela virtualização. A arte passou a envolver mais interação e a definir autoria de forma diferente.
A exposição apresentará 40 obras de arte de quatro artistas (Rusgat Niccus, Ana Carla, Diegho Courtenbitter e Ubirani Yaraima) que fazem parte do movimento artístico Lascivinista, com o objetivo de promover a cultura e o patrimônio histórico da cidade de São Luís através da pintura, fotografia, poesia e outras artes. A mostra também incluirá palestras e oficinas para o público.
Texto manifesto a cidade em estado de arteColetivomidias
1) O documento discute a proposta de um projeto artístico de intervenção urbana na cidade de Campina Grande, PB, chamado "Cidade em Estado de Arte".
2) O projeto visa criar novas formas de mapear a cidade e reconverter as relações entre turistas e moradores de rua através de ações artísticas participativas.
3) A instalação de uma ponte provisória sobre o Açude Velho simbolizaria a travessia entre diferentes perspectivas sobre a história e o espaço urbano da cidade.
1) O documento discute a proposta de um projeto artístico de intervenção urbana na cidade de Campina Grande, PB, com o objetivo de promover a participação cidadã e reconverter espaços públicos.
2) O projeto pretende criar uma trilha pela cidade usando "táticas" artísticas para revelar novas narrativas históricas e possibilidades de uso dos espaços públicos.
3) A intervenção questiona a verticalização da cidade e busca recuperar a relação dos cidadãos com locais como o Açude Vel
A arte é a mais rica produção humana, registrando a história e cultura de povos em todas as épocas através de diversas manifestações. A arte busca a criação de formas agradáveis, gerando sentimentos de beleza ou mal-estar. Além disso, a arte é um produto social que expressa e questiona os valores de uma sociedade em determinado momento histórico.
O documento discute a fragmentação da política e da arte em valores e interesses particulares em contraposição aos valores universalistas modernos. A política se divide em micro políticas que lidam com questões específicas como meio ambiente e direitos civis. Da mesma forma, a arte reflete essas atitudes sociopolíticas e questiona o poder através de espaços relacionais alternativos.
O documento descreve uma exposição de arte contemporânea chamada "Con(s)equência..." do artista Josaphat. A exposição apresenta 21 obras criadas com materiais reciclados e reutilizados que refletem o estado de espírito do artista e buscam devolver à sociedade experiências da vida contemporânea.
O lugar da arte contemporânea e seu processo de patrimonialização. a historic...grupointerartes
O documento discute a arte contemporânea e seu processo de patrimonialização. Aponta que a arte atual exige maior participação do público e que as obras não são mais objetos passivos, mas experiências interativas. Também analisa como artistas desde os anos 1950 promoveram uma "dessacralização dos lugares convencionais da arte" e uma ênfase no corpo do espectador. Finalmente, argumenta que museus precisam repensar suas práticas diante das mudanças trazidas pela arte contemporânea.
O Flâneur, a Cidade e a Vida Pública Virtual - MIke FeatherstoneFelippe Rodrigues
O texto discute o conceito de flâneur de Benjamin e sua relevância para a cidade contemporânea. O flâneur explorava a cidade do século XIX absorvendo novas experiências, mas a cidade atual tem menos espaços públicos. A velocidade também mudou a experiência. Ainda assim, a cidade gera memórias coletivas e os prédios servem como monumentos aos mortos.
O retrato mais que óbvio daquilo que não vemos (Programa do espetáculo. Colet...Natalia Vianna
O documento descreve o espetáculo "O retrato mais que óbvio daquilo que não vemos", produzido pelo Coletivo PI. O espetáculo usa a especulação imobiliária como tema central e leva o público em uma visita imersiva pelo bairro, ressignificando os espaços urbanos por meio de performances, vídeos e instalações. O objetivo é refletir sobre como vivemos nas grandes cidades e os impactos da gentrificação nos espaços públicos e na convivência coletiva.
1) O documento discute os imaginários urbanos e como as cidades são construídas simbolicamente pelos seus habitantes. 2) Analisa como os cidadãos percebem e projetam imagens sobre suas cidades por meio de pontos de vista, territórios e cenários urbanos. 3) Defende que cada cidade desenvolve uma identidade própria com base nos símbolos construídos por seus moradores.
O documento discute as relações entre arte, comunicação e cultura contemporâneas. A arte é vista como um espaço rico para questionar esses temas e como um fenômeno cultural complexo que permite experimentações comunicativas e circulação de valores. O uso de novas tecnologias e mídias na arte possibilita arranjos singulares e diálogo com a contemporaneidade.
O documento discute a transição da modernidade para a pós-modernidade segundo Gianni Vattimo. A modernidade via a história como unidirecional e progressiva, enquanto a pós-modernidade enxerga múltiplas visões de história. Fatores como o fim do colonialismo e o advento da sociedade de mass media marcaram o fim da modernidade e a ascensão da sociedade transparente e da comunicação em massa.
O documento resume uma mostra de cultura urbana realizada em União de Vila Nova que contou com a participação de grafiteiros e artistas. A mostra mobilizou centenas de pessoas e serviu para valorizar a comunidade através da arte urbana, pintando um muro e promovendo workshops.
A descoberta das formas de vida social no meio urbano, como objeto de estudos, obrigou o antropólogo a voltar-se para sua própria sociedade na busca do entendimento de seus próprios sistemas de significações, através de uma preocupação singular com o conteúdo simbólico das cidades "enquanto representação do universo pelo homem e mediação na integração do homem nesse universo"
Neste percurso de conformação do campo conceitual da própria disciplina, é notório o quanto a Antropologia do mundo contemporâneo deve aos intelectuais da Escola de Chicago, os primeiros a interessar-se pelo problema da desorganização, desestruturação e anomia acarretadas pela concentração das massas nas megalópoles contemporâneas. A esta vertente de estudos e pesquisas sobre a cidade, responderam outros intelectuais formados nos quadros de uma sociologia européia e dedicados ao estudo do mundo urbano e dos problemas das relações capital/trabalho, lazer, individualismo, etc.
DIREITO AO CORPO, DIREITO À CIDADE: NOTAS SOBRE INTERVENÇÕES URBANAS DE MUJER...Universidade da Baêa
O documento discute as intervenções urbanas dos coletivos feministas Loucas de Pedra Lilás, do Brasil, e Mujeres Creando, da Bolívia. Ambos usam a cidade para apresentar demandas políticas através de arte e performances, abordando temas como direito ao corpo e à cidade.
Novo(a) apresentação do microsoft power pointJocimara Huber
O documento discute as novas formas de urbanização na sociedade contemporânea, como a ampliação dos papéis urbanos e a extensão dos tecidos urbanos redefinem a relação entre cidade e urbanização. A urbanização não é apenas concentração demográfica e econômica, mas também seu conteúdo social e cultural. As cidades modernas são definidas por estruturas polinucleadas articuladas por sistemas de transporte, em contraste com as aglomerações urbanas do passado.
O documento discute as imagens e imaginários da modernidade em comparação com a pós-modernidade. Na modernidade, as artes visuais buscavam a novidade e a ruptura com o passado, enquanto na pós-modernidade as imagens tendem à ambiguidade e multiplicidade de significados. O documento também analisa como movimentos como o surrealismo representavam o imaginário moderno e como novas culturas da imagem surgem nos meios de comunicação contemporâneos.
O documento discute as relações entre arte e tecnologia, especialmente no contexto da arte digital. Aponta que a arte contemporânea questiona noções tradicionais como autoria e objetos de arte únicos. Também define a arte digital como representações criadas com tecnologia digital para dialogar com o campo artístico. Explora como a cultura computacional levanta novas questões sobre identidade e criação na era digital.
O documento discute as relações entre arte e tecnologia, especialmente no contexto da arte digital. Aponta que a arte contemporânea questiona noções tradicionais como autoria e objetos de arte únicos. Também discute como a cultura computacional transformou a produção e percepção artística com processos mediados digitalmente.
Encontros arte como arqueologia, arqueologia como arte (sara navarro, 2013)arqueomike
O documento discute o diálogo entre arte e arqueologia, propondo que a arte contemporânea pode oferecer novas perspectivas para a arqueologia. A autora sugere que sua própria prática artística, que se inspira em técnicas cerâmicas antigas, ilustra como a arte pode ser vista como arqueologia e vice-versa. Ela argumenta que os artistas podem contribuir para métodos arqueológicos menos positivistas e mais estéticos.
O Arqueologismo na Escultura de Jorge Vieira - Sara Navarroarqueomike
O documento discute o "arqueologismo" na escultura de Jorge Vieira, onde ele se inspira em formas primitivas e arcaicas de outras culturas e épocas. Suas obras evocam um passado distante através de figuras híbridas e metáforas que fundem referências antigas e modernas. Ele busca uma essência primordial nas formas, recriando gestos ancestrais de produção de objetos.
O documento discute como o graffiti reflete as características do cotidiano metropolitano de forma questionadora e irreverente, apropriando-se do espaço urbano como suporte artístico. As cidades contemporâneas são descritas como uma miríade de símbolos, onde o graffiti compete por atenção entre uma variedade de imagens públicas. O olhar dos moradores da cidade torna-se fragmentado e superficial diante da sobrecarga de estímulos visuais.
A entrevista apresenta a artista plástica Eliana Zaroni, que defende a liberação de espaços para a pichação e critica a sociedade. Ela acredita que a arte no metrô pode transformar o olhar dos cidadãos e que a inspiração surge da prática artística e conexão com o mundo.
1) O documento discute a proposta de um projeto artístico de intervenção urbana na cidade de Campina Grande, PB, com o objetivo de promover a participação cidadã e reconverter espaços públicos.
2) O projeto pretende criar uma trilha pela cidade usando "táticas" artísticas para revelar novas narrativas históricas e possibilidades de uso dos espaços públicos.
3) A intervenção questiona a verticalização da cidade e busca recuperar a relação dos cidadãos com locais como o Açude Vel
A arte é a mais rica produção humana, registrando a história e cultura de povos em todas as épocas através de diversas manifestações. A arte busca a criação de formas agradáveis, gerando sentimentos de beleza ou mal-estar. Além disso, a arte é um produto social que expressa e questiona os valores de uma sociedade em determinado momento histórico.
O documento discute a fragmentação da política e da arte em valores e interesses particulares em contraposição aos valores universalistas modernos. A política se divide em micro políticas que lidam com questões específicas como meio ambiente e direitos civis. Da mesma forma, a arte reflete essas atitudes sociopolíticas e questiona o poder através de espaços relacionais alternativos.
O documento descreve uma exposição de arte contemporânea chamada "Con(s)equência..." do artista Josaphat. A exposição apresenta 21 obras criadas com materiais reciclados e reutilizados que refletem o estado de espírito do artista e buscam devolver à sociedade experiências da vida contemporânea.
O lugar da arte contemporânea e seu processo de patrimonialização. a historic...grupointerartes
O documento discute a arte contemporânea e seu processo de patrimonialização. Aponta que a arte atual exige maior participação do público e que as obras não são mais objetos passivos, mas experiências interativas. Também analisa como artistas desde os anos 1950 promoveram uma "dessacralização dos lugares convencionais da arte" e uma ênfase no corpo do espectador. Finalmente, argumenta que museus precisam repensar suas práticas diante das mudanças trazidas pela arte contemporânea.
O Flâneur, a Cidade e a Vida Pública Virtual - MIke FeatherstoneFelippe Rodrigues
O texto discute o conceito de flâneur de Benjamin e sua relevância para a cidade contemporânea. O flâneur explorava a cidade do século XIX absorvendo novas experiências, mas a cidade atual tem menos espaços públicos. A velocidade também mudou a experiência. Ainda assim, a cidade gera memórias coletivas e os prédios servem como monumentos aos mortos.
O retrato mais que óbvio daquilo que não vemos (Programa do espetáculo. Colet...Natalia Vianna
O documento descreve o espetáculo "O retrato mais que óbvio daquilo que não vemos", produzido pelo Coletivo PI. O espetáculo usa a especulação imobiliária como tema central e leva o público em uma visita imersiva pelo bairro, ressignificando os espaços urbanos por meio de performances, vídeos e instalações. O objetivo é refletir sobre como vivemos nas grandes cidades e os impactos da gentrificação nos espaços públicos e na convivência coletiva.
1) O documento discute os imaginários urbanos e como as cidades são construídas simbolicamente pelos seus habitantes. 2) Analisa como os cidadãos percebem e projetam imagens sobre suas cidades por meio de pontos de vista, territórios e cenários urbanos. 3) Defende que cada cidade desenvolve uma identidade própria com base nos símbolos construídos por seus moradores.
O documento discute as relações entre arte, comunicação e cultura contemporâneas. A arte é vista como um espaço rico para questionar esses temas e como um fenômeno cultural complexo que permite experimentações comunicativas e circulação de valores. O uso de novas tecnologias e mídias na arte possibilita arranjos singulares e diálogo com a contemporaneidade.
O documento discute a transição da modernidade para a pós-modernidade segundo Gianni Vattimo. A modernidade via a história como unidirecional e progressiva, enquanto a pós-modernidade enxerga múltiplas visões de história. Fatores como o fim do colonialismo e o advento da sociedade de mass media marcaram o fim da modernidade e a ascensão da sociedade transparente e da comunicação em massa.
O documento resume uma mostra de cultura urbana realizada em União de Vila Nova que contou com a participação de grafiteiros e artistas. A mostra mobilizou centenas de pessoas e serviu para valorizar a comunidade através da arte urbana, pintando um muro e promovendo workshops.
A descoberta das formas de vida social no meio urbano, como objeto de estudos, obrigou o antropólogo a voltar-se para sua própria sociedade na busca do entendimento de seus próprios sistemas de significações, através de uma preocupação singular com o conteúdo simbólico das cidades "enquanto representação do universo pelo homem e mediação na integração do homem nesse universo"
Neste percurso de conformação do campo conceitual da própria disciplina, é notório o quanto a Antropologia do mundo contemporâneo deve aos intelectuais da Escola de Chicago, os primeiros a interessar-se pelo problema da desorganização, desestruturação e anomia acarretadas pela concentração das massas nas megalópoles contemporâneas. A esta vertente de estudos e pesquisas sobre a cidade, responderam outros intelectuais formados nos quadros de uma sociologia européia e dedicados ao estudo do mundo urbano e dos problemas das relações capital/trabalho, lazer, individualismo, etc.
DIREITO AO CORPO, DIREITO À CIDADE: NOTAS SOBRE INTERVENÇÕES URBANAS DE MUJER...Universidade da Baêa
O documento discute as intervenções urbanas dos coletivos feministas Loucas de Pedra Lilás, do Brasil, e Mujeres Creando, da Bolívia. Ambos usam a cidade para apresentar demandas políticas através de arte e performances, abordando temas como direito ao corpo e à cidade.
Novo(a) apresentação do microsoft power pointJocimara Huber
O documento discute as novas formas de urbanização na sociedade contemporânea, como a ampliação dos papéis urbanos e a extensão dos tecidos urbanos redefinem a relação entre cidade e urbanização. A urbanização não é apenas concentração demográfica e econômica, mas também seu conteúdo social e cultural. As cidades modernas são definidas por estruturas polinucleadas articuladas por sistemas de transporte, em contraste com as aglomerações urbanas do passado.
O documento discute as imagens e imaginários da modernidade em comparação com a pós-modernidade. Na modernidade, as artes visuais buscavam a novidade e a ruptura com o passado, enquanto na pós-modernidade as imagens tendem à ambiguidade e multiplicidade de significados. O documento também analisa como movimentos como o surrealismo representavam o imaginário moderno e como novas culturas da imagem surgem nos meios de comunicação contemporâneos.
O documento discute as relações entre arte e tecnologia, especialmente no contexto da arte digital. Aponta que a arte contemporânea questiona noções tradicionais como autoria e objetos de arte únicos. Também define a arte digital como representações criadas com tecnologia digital para dialogar com o campo artístico. Explora como a cultura computacional levanta novas questões sobre identidade e criação na era digital.
O documento discute as relações entre arte e tecnologia, especialmente no contexto da arte digital. Aponta que a arte contemporânea questiona noções tradicionais como autoria e objetos de arte únicos. Também discute como a cultura computacional transformou a produção e percepção artística com processos mediados digitalmente.
Encontros arte como arqueologia, arqueologia como arte (sara navarro, 2013)arqueomike
O documento discute o diálogo entre arte e arqueologia, propondo que a arte contemporânea pode oferecer novas perspectivas para a arqueologia. A autora sugere que sua própria prática artística, que se inspira em técnicas cerâmicas antigas, ilustra como a arte pode ser vista como arqueologia e vice-versa. Ela argumenta que os artistas podem contribuir para métodos arqueológicos menos positivistas e mais estéticos.
O Arqueologismo na Escultura de Jorge Vieira - Sara Navarroarqueomike
O documento discute o "arqueologismo" na escultura de Jorge Vieira, onde ele se inspira em formas primitivas e arcaicas de outras culturas e épocas. Suas obras evocam um passado distante através de figuras híbridas e metáforas que fundem referências antigas e modernas. Ele busca uma essência primordial nas formas, recriando gestos ancestrais de produção de objetos.
O documento discute como o graffiti reflete as características do cotidiano metropolitano de forma questionadora e irreverente, apropriando-se do espaço urbano como suporte artístico. As cidades contemporâneas são descritas como uma miríade de símbolos, onde o graffiti compete por atenção entre uma variedade de imagens públicas. O olhar dos moradores da cidade torna-se fragmentado e superficial diante da sobrecarga de estímulos visuais.
A entrevista apresenta a artista plástica Eliana Zaroni, que defende a liberação de espaços para a pichação e critica a sociedade. Ela acredita que a arte no metrô pode transformar o olhar dos cidadãos e que a inspiração surge da prática artística e conexão com o mundo.
A entrevista discute a importância da arte no espaço urbano e a necessidade de se promover a arte pública. A entrevistada defende a liberação de espaços para a pichação e vê o grafite como uma forma legítima de expressão artística. Ela também discute a falta de divulgação e incentivo à arte brasileira.
¡ATENÇÃO ARTE! imaginabilidade e legibilidade como estratégia de pertencim...MarcelaBelo1
Este documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre arte pública no Espírito Santo, realizada entre 2011 e 2015. O estudo mapeou obras escultóricas em espaços públicos de 78 municípios e identificou intervenções urbanas populares que não seguem os padrões políticos e culturais dominantes, mas ganharam reconhecimento local. Um exemplo são as Torres de Jesus de Nazareth em Vitória, que tornaram visível uma comunidade tradicional e se tornaram um marco na paisagem urbana.
O texto discute a espetacularização das cidades e a necessidade de experiências participativas e errâncias urbanas. A autora critica projetos urbanos que privilegiam a imagem em detrimento da participação popular. Também apresenta exemplos de artistas que promoveram novas formas de experienciar a cidade corporalmente através de performances e intervenções urbanas.
1) O documento discute as representações da cidade na literatura e como a cidade é retratada em obras literárias como um discurso e linguagem.
2) Analisa a obra "As cidades invisíveis" de Italo Calvino, na qual Marco Polo descreve cidades imaginárias para Kublai Khan.
3) Discutem-se as representações da cidade na literatura brasileira modernista e contemporânea, e como ela retrata a "cidade global" sem marcas identitárias locais.
O documento discute as muitas definições possíveis de arte ao longo da história, como ela foi entendida em diferentes épocas e culturas, e como passou a representar mais do que apenas o belo. Também aborda como a arte reflete o artista e sua época cultural, e lista diversas formas de arte reconhecidas atualmente.
O documento discute a relação entre arte e tecnologia. Apresenta diferentes perspectivas sobre como a arte tem se apropriado de novas tecnologias ao longo do tempo, desde a fotografia até a arte digital interativa. Também reflete sobre como artistas de mídia digital criam novas formas de percepção e interação entre obras de arte e público.
CONSIDERAÇÕES DE: SEMIÓTICA, ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA E MELHORIAS URBANAS.nilton assis
O documento discute semiótica, arquitetura contemporânea e melhorias urbanas. A semiótica estuda os signos e a comunicação entre objetos e seres humanos. A arquitetura contemporânea usa técnicas e materiais modernos de forma funcional. Melhorias urbanas devem melhorar a vivência coletiva e envolver os cidadãos no planejamento da cidade.
Este documento discute aspectos do cotidiano urbano e práticas culturais nas grandes cidades. Aborda como as cidades se tornaram cosmopolitas com pessoas de diferentes culturas e como isso influenciou a cultura urbana. Também discute como autores como Baudelaire observaram as mudanças nas cidades modernas e como a vida rural teve que se adaptar aos códigos de conduta urbanos.
O documento resume os principais capítulos de um livro sobre a cidade. Discutem-se os conceitos de paisagem urbana, uso do solo urbano e valorização do espaço urbano. Também aborda a evolução histórica das cidades e diferentes perspectivas para definir o que é uma cidade.
Etnografia da duração, estudos de memoria coletivaAna Rocha
Sob a ótica dos estudos de uma etnografia da duração, a vida urbana é descrita desde o poder de organização de uma totalidade a partir de um fragmento vivido, isto é, aquela de um tempo imaginado pelos sujeitos-personagens que narram a sua experiência de vida cotidiana nas cidades modernas. Os fragmentos das experiências existenciais na cidade, nos jogos da memória dos habitantes das grandes metrópoles, seguem um princípio de ordenação contrária a dissolução de suas relações com seus territórios de vida, jogando a favor da homogeneidade deste espaço.
Para nós, a vocação de identidade tão sistematicamente associada aos espaços concretos das cidades, no campo das políticas públicas para a área de patrimônio, sob a ótica dos jogos da memória de seus habitantes, tem sua origem no tempo, o único que, segundo Durand (1984a, p. 479) transforma o princípio de identidade em um “risco a correr”. Neste ponto, o espaço é “fator de participação e ambivalência” (idem), pois, por sua via, nos confrontamos com os desafios de ultrapassar a diferenciação de estados e deslocamentos que toda a identidade contempla, para reencontrá-la, novamente, no plano eufêmico, de um espaço fantástico e, por isto, transcendental. No espaço se pode observar o trajeto do imaginário sendo desenhado, agora como espaço fantástico: espaços de estabilidade do ser (Durand, 1984a, p.474). Por esta via retornamos as idéias bachelardianas do tempo “como uma série de rupturas” (Bachelard, 1988, p. 38) e onde o fluxo da consciência, não é o único alicerce da memória, ao contrário, “é apenas uma de suas direções, uma perspectiva possível que o espírito racionaliza” (Duvignaud, 2006, p. 14).
Este documento discute como as cidades e os cidadãos são imaginados pelos meios de comunicação. Argumenta que a imprensa, rádio e televisão redesenham as cidades ao organizar comunidades invisíveis de público e fornecer relatos sobre eventos. Questiona se esses meios contribuem para a transparência e democratização das cidades ou apenas reproduzem senso comum urbano.
Este documento discute como as cidades e os cidadãos são imaginados pelos meios de comunicação. Argumenta que a imprensa, rádio e televisão organizam comunidades invisíveis de público e influenciam como a cidade e a cidadania são entendidas. Questiona se esses meios contribuem para a transparência e democratização da cidade ou apenas reproduzem senso comum urbano.
Este documento discute as redes significativas e institucionais que sustentam a arte e o design digitais. Primeiro, apresenta um breve histórico das relações entre arte e design no século XX. Em seguida, identifica como a comunicação e as redes significativas e institucionais moldam a cultura digital, notando que estas redes apoiam circuitos de consumo.
Este documento discute o uso de levantamentos fotográficos para mapear áreas urbanas e projetar imagens nelas de forma interativa. Ele explora como a projeção de imagens em prédios e outros espaços públicos pode ser usada para comunicação visual e arte digital, e analisa softwares e equipamentos que podem ser usados para criar projeções urbanas.
A exposição Dez anos de fotografia espanhola contemporânea - Coleção Fundação Coca-Cola ficou em cartaz no MAM-BA de 19 de setembro até 20 de novembro de 2011.
Veja mais em: http://www.mam.ba.gov.br/exposicao-detalhe.asp?conId=457
Semelhante a Lazer e entretenimento.definitivo.passar para pdf (20)
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoMateusTavares54
Quer aprender inglês e espanhol de um jeito divertido? Aqui você encontra atividades legais para imprimir e usar. É só imprimir e começar a brincar enquanto aprende!
1. A cidade do prazer: arte e entretenimento urbanos
o ambiente urbano como espaço de sociabilidade e de produção artístico-imagética
A cidade como galeria
“Estamos transitando de uma forma-cidade como coração da
modernidade, com regulares contornos espaciais, perspectivas
geométricas e divisões em classes precisas a uma forma-metrópole
que dissolve tudo isso: uma metrópole comunicativa, que fragmenta
tudo o que é sólido, do qual emergem novos e incontroláveis
conflitos.” (CANEVACCI, 1999, p. 120)
É indiscutível a profunda importância das cidades de nosso tempo quanto à vivência
coletiva e à produção das manifestações artísticas e culturais pelos mais distintos indivíduos
e grupos. Tendo em vista esta constatação, este texto privilegiará as manifestações de cunho
imagético dado o seu poder em diversos níveis. Imagens que surgem como componentes
cumpridores de um importante papel na organização e na condução da lógica urbana. A
urbe se fundamenta nelas em boa medida, elementos que são de socialização do ser urbano
e promotoras de um processo de educação visual essencial.
A paisagem urbana pode se afirmar em torno de certa cultura visual, relacionando
urbanidade e visualidade, fazendo-se, ao mesmo tempo, um capítulo da história da imagem e
da história da cidade (KNAUSS, 2001). Deste modo, os indivíduos que convivem com tais
manifestações efetuam apropriações desse espaço plural. Saber efetuar uma leitura e
entendê-la como pertencente a esta complexidade significa compartilhar suas versões de
domínio público, não abrindo mão, entretanto, de seus sentidos particulares. Isto é, uma
imagem não contém somente um significado, mas sim múltiplos e condicionados por
subjetividades e formas de olhar.
As imagens urbanas são, em alguma medida, resultados de um processo social
básico, tendo o seu entendimento compartilhado, numa relação de afinidade, por
determinados agrupamentos sociais. Tornam-se, com o passar do tempo e as sucessivas
mudanças cognitivas do gênero humano, um processo comunicativo entre coletividades
diferenciadas em muitas características que comungam códigos mediatizados pelo aspecto
prático de suas funções.
Ao refletirmos sobre nossa época, vemos uma manipulação dos processos
imagéticos de produção nunca antes observada. Atualmente, diversos interesses vinculam-se
a esta produção no sentido de estabelecer formas de comunicação e de diálogo com públicos
que dominam códigos cada vez mais mundializados, que perpassam os mais variados
segmentos constituintes das sociedades.
2. Tendo sido proclamado a “era da imagem”, o século XX, e agora o século XXI,
emergem como o período do apogeu da vida urbana. As cidades aparecem como locais
de propagação de hábitos e de costumes compartilhados em maior ou menor intensidade
pelos mais diversos aglomerados populacionais. Seus aspectos específicos (religiões,
ideologias etc.) são relegados ao segundo plano frente a uma massificação muito veloz e às
transformações em franco e acelerado curso num mundo regido por um acentuado
processo de globalização. As cidades tornam-se, então, espaços por excelência das
manifestações visuais de maior vulto e abrangência. Elas corporificam um curioso e essencial
paradoxo: a coexistência de uma expressiva pluralidade cultural, social etc., e uma
singularidade igualmente inerente.
Nossa aula-texto tem o objetivo de abordar aspectos do horizonte imagético do
espaço da cidade no mundo ocidental na construção da realidade contemporânea, aportando,
para tanto, uma perspectiva deliberadamente heterogênea de posições e de autores.
Cidade, cultura e espaço imagético
Nas últimas décadas, a cidade transformou algumas das funções que predominavam
em outras épocas. Ao invés de assegurar proteção, de ser lugar de mercado etc., transforma-
se em um aparato de comunicação e para o qual “nove décimos da nossa experiência [nela]
transcorrem” e que por isso “a cidade é a fonte de nove décimos das imagens sedimentadas
em diversos níveis da nossa memória” (ARGAN, 1995, p. 235).
No cenário da cidade contemporânea, uma perspectiva de interpretação visual
tende a abrir possibilidades de conquista da experiência de sua complexidade. Nesse sentido,
portanto, tais condições fazem da cidade um “lugar que autoriza as diferenças e que encoraja
sua concentração, construindo pertencimentos díspares e experiências cada vez mais
complexas” (PESAVENTO, 1995, p. 285). A cidade é o lugar do olhar, onde a
multiplicação da exposição e da comunicação via imagens parece destruir, num certo
sentido, a distinção tradicional entre cultura de elite e cultura de massa.
Do ponto de vista desse olhar do qual a cidade é o locus privilegiado, é interessante
notar, como nos mostra Robert Pechman (1995), o caráter de “invenção do urbano”,
enquanto busca da construção de uma ordem. Para ele, a história da cidade está
geneticamente dissociada da história do urbano, devendo este último ser visto como
ruptura, como propositor de articulações e de conceitos que pretendem nomear uma
“nova” ordem. Assim, o urbano não é exatamente um “lugar”, um espaço, mas sim um
ambiente de representação, um espaço abstrato.
3. A dimensão plural da constituição da cidade, seu caráter dialógico e multicultural por
excelência, potencializa a participação e a expressão dos mais diversos sujeitos e
heterogêneos grupos urbanos. Essa pluralidade cultural urbana prefigura a existência de
“arenas culturais”, condicionadas e condicionadoras de um conjunto múltiplo de ação
coletiva, de muitas dimensões e significados.
Num clássico texto sobre a cultura brasileira, Fernando de Azevedo afirma que “as
cidades exerceram sempre um papel importante no desenvolvimento das artes, das
letras e das ciências, [e por isso] não é possível separar a cultura da vida urbana”
(AZEVEDO, 1996, p. 38). Deste modo, as cidades atuais figuram como os lugares que se
caracterizam pela velocidade de circulação e pela forma da organização de suas imagens.
No tocante a essa circulação das imagens, podemos ter, é claro, tipos diferenciados de
suportes. Móveis ou fixos (como no caso dos muros em que incidem as pinturas dos grafites),
eles podem variar, por exemplo, dos transportes coletivos, como ônibus ou metrô, até o
conjunto de monumentos públicos, geralmente históricos e alguns outdoors.
Há quem sustente, por exemplo, ser a própria cidade, seu espaço e suas
referências, a obra de arte por excelência (PEIXOTO, 1998). Para este autor, mesmo o
caráter em grande medida insatisfatório da construção da cidade para o ser humano - que,
humanamente, quer sempre mais! - apresenta-se como essencialmente artístico. Como é
propalado no livro Arte & Cidade, a arte é “modo de habitar a cidade. E, nesse sentido, a
arte não existe na cidade”. E segue dizendo, “ela é a cidade enquanto a cidade reflete
a si mesma: a experiência da cidade passa a ser constitutiva do fazer arte.” (PEIXOTO,
1998, p. 31).
Como alude Massimo Canevacci, em A cidade polifônica, a comunicação urbana é
dialógica e não unidirecional (1993, passim). Não há unicamente espectadores na
cidade, mas sim atores que continuamente dialogam com seus aspectos, reconstruindo a cada
momento os seus significados, tão mutantes quanto a realidade global que a cerca. Pois
bem, se a cidade tem discursos, se é um discurso, como defende BARTHES (1987), a
relação dialógica se estabelece, multi-interpretativa e polissêmica, onde nós falamos à
nossa cidade, assim como ela também nos fala. Conforma-se então um processo
construtivo nessa relação, poder-se-ia mesmo dizer simbiótica, entre a metrópole e seus
metropolitanos (DIÓGENES, 1998).
As ruas são o espaço privilegiado para que as manifestações ao ar livre tenham um
alcance espetacular, onde tais manifestações estão imbuídas de um julgamento estético.
Certo tipo de julgamento visual, de apreciação estética, é necessário como dado básico de
4. “sobrevivência” no multifacetado ambiente da cidade.
É incontestável, no debate acadêmico e científico, o papel e o poder das imagens e de
sua sedução sobre o homem contemporâneo. Mesmo aquelas imagens que em sua primeira
aparição poderiam “causar irritação e descontentamento, ao fim de poucos meses
convertem-se em manifestações apreciadas e buscadas” (ALMEIDA JUNIOR, 1994, p.
75, grifos meus). Ainda de acordo com o autor, há uma constatação cada vez mais
plausível sobre a crescente “iconização da sociedade contemporânea”, em praticamente
todos os setores culturais, com a intensificação da comunicação por meio de imagens
(ALMEIDA JUNIOR, idem, p. 67).
Como nos recorda NEIVA (1999, p. 8), a “representação da realidade não é o primeiro
item da produção de imagens”. Elas, as imagens, possuem dois espaços determinantes
para a sua percepção: o olhar de quem as produz e o outro de quem as recebe. Face a isto,
pode-se afirmar que as percepções aproximadas ou equivalentes podem ser provocadas
pela contemporaneidade dos sujeitos, “aqueles que compartilham de seu programa de
produção”. Portanto, a aproximação com os sentidos das imagens, por si sós múltiplos e
variantes de acordo com o olhar, confere ao analista o estatuto de autor de novas
interpretações.
Ambas, cidade e imagem, apresentam um ponto comum: devem se fazer ver,
provocar uma visibilidade total. As imagens são sempre percebidas por espectadores, pois a
“verdade” requer testemunhas. Este é o paradigma de um mundo midiático: o mundo nunca
se parecerá com uma imagem, mas uma imagem pode se parecer com o mundo. A
sedução exercida pelas imagens é uma sedução multiplicada quando envolve o nosso
lugar vivido, o agenciamento de nossa memória com partilhada, as expectativas do futuro
vivenciadas no nosso lugar de referência.
Nunca é demais atentar para o caráter de formação cultural e simbólica da
imagem. Sua interpretação deve ser resultado de uma imbricação analítica que
pressupõe lançar mão da relação com a cultura, a história e com a formação social dos
sujeitos enredados na análise. Nessa perspectiva, a imagem é um discurso e deve-se atribuir-
lhe um sentido do ponto de vista social e ideológico, e não proceder à descrição (ou
segmentação) dos seus elementos visuais. Na qualidade de produto de um aprendizado
cultural e histórico, as imagens acabam por obedecer, em sua constituição, mais a uma
subjetividade da autoria sempre ideologizada e imbuída de múltiplos interesses, do que
a uma objetividade concernente à “realidade”. Na imagem visual, poderíamos dizer, é
possível vislumbrar o que não é dito e que de alguma forma escapa, escamoteia.
5. Juventude e produção cultural na cidade
A juventude contemporânea particulariza-se por ter múltiplos gostos em termos de
suas formas de entretenimento e de contato social. Dentre estas, as manifestações musicais
aparecem como um ponto nodal de sociabilidade e de interação.
Numa discussão teórica, autores (ABRAMO 1994; HERSCHMANN, 1997) que se
debruçaram na temática da juventude enquanto categoria social, concordam que ela reflete o
tempo que vive. E não é diferente com a juventude que produz os grafites. Como afirma
HERSCHMANN (1995, p. 90), “os jovens vêm encontrando nas representações associadas
aos universos musicais e à sociabilidade que eles promovem, o estabelecimento de novas
formas de representação social”. Tais representações funcionariam como liames de
associação, no sentido de se formarem grupos de simpatizantes das mais variadas e
disponíveis linguagens artísticas de nosso tempo.
Nesse sentido, a cidade inteira se constitui em objeto de impugnação nas práticas e
comportamentos juvenis. Uma vez que eles avançam sobre ela, tendem a efetuar-lhe uma
(re)apropriação, a partir de uma ressemantização e de uma reafirmação de um domínio
simbólico a que a submetem. Poderíamos dizer que esses mesmos universos musicais e
sociabilidade compartilhados promovem também novas formas de autorrepresentação social,
sendo uma dessas, na ordem do simbólico, o grafite.
Mesmo sendo a categoria jovem problemática, uma vez que a divisão entre as idades é
arbitrária (ver, para isso, os trabalhos de BOURDIEU, 1983), ainda assim os jovens e a
juventude aparecem, já no século XX, como categoria e como “depositária[s] de valores
novos, capazes de reavivar uma sociedade velha e esclerosada”, conta Philippe Ariès
(1981, p. 46, grifos meus). Em nosso tempo, os grupos juvenis constituem espécies de
“grupos espetaculares”, na expressão de Helena Abramo (1994, p. xiv), produzindo uma
intervenção crítica no espaço público através de suas manifestações urbanas.
O estilo jovem, suas práticas e suas representações, podem ser pensados como
“marcas da atualidade”, conforme argumenta Eloísa Guimarães (1997, p. 199). Aparecendo
como atores por excelência dessas novas dinâmicas urbanas, os jovens adotam o movimento,
a velocidade e a superexposição como referenciais centrais nas encenações protagonizadas
nesses espetáculos urbanos. Assim, eles criam um código visual diferenciado e se fazem
reconhecer por tal ou qual estilo, seja por suas roupas, que seguem determinadas marcas,
incluindo-os, como jovens, num nicho específico da cultura de massa, seja por suas
posturas, gírias, gestos e pelas imagens de si que passam. Esse conjunto de traços se
6. apresenta como forma de comunicação visual, montando uma coreografia em que a
gestualidade e a visibilidade do corpo promove um reconhecimento individual e/ou grupal
(os “funkeiros”, os “metaleiros”, os “skatistas” etc).
Nessa produção cultural jovem no contexto urbano, atualmente parece haver um
“consumo” da cidade da qual não participam “legalmente” de maneira ativa. Isto é, eles não
desfrutam dos canais de comunicação e expressão mais comuns, tais como as emissoras
de rádio, os jornais, as revistas, entre outros, como mecanismos habituais de veiculação de
discursos. A cidade funciona aí como uma espécie de vitrine que extrapola a
dimensão local, possibilitando, ao contrário das vitrines tradicionais, ver e ser visto em
perspectiva ampliada, seja no seu andar pela rua, na exposição plena de sua figura, seja na
sua produção imagética. Ainda segundo DIÓGENES (1998, p. 103), “observar as vitrines
e ser vitrine através de „corpos panoramáticos‟ postos em constante movimento nos
locais de intensa visibilidade pública” configura o ser jovem no atual contexto urbano.1
Sem dúvida, a busca da diferença, o desejo de causar impacto, de provocar contrastes,
marcas definidoras de existência social, é o que parece mobilizar a juventude das últimas
décadas.
A produção dessas posturas envolve a elaboração crítica de questões relativas à
sua condição e ao seu tempo. Significa também um esforço de expressão dessas
elaborações no espaço público, esforço que implica em uma intenção de intervir nos
acontecimentos. Como diz ABRAMO (op.cit., p. XV), em seu trabalho sobre punks e
darks, esses grupos produzem uma intervenção crítica no espaço público, em um
sentido dialógico. A ênfase em certas questões e a busca de respostas sobre,
simultaneamente, a sua condição juvenil, sobre a ordem social e sobre o mundo que os cerca
anima estes grupos urbanos. A partir da “montagem de uma encenação, da articulação de
uma fala, com suas figuras carregadas de signos, com sua circulação pelas ruas das cidades,
[pelas] suas músicas...”, eles demonstram a importância destes instrumentos na
construção de uma auto-imagem e de um ambiente para o compartilhamento de
atitudes e práticas.
Dentre os grupos urbanos, a música como manifestação de entretenimento e de lazer
é uma necessidade que cresce com a urbanização e a industrialização. A linguagem
musical é hoje um dos códigos mais importantes, sendo em torno dela que se formam as
1
Corpo panoramático é uma noção criada por CANEVACCI (1999) que se refere à intensa exposição do ser
urbano, aqui especificamente os jovens, pela visibilidade plena de suas roupas, tatuagens, piercings etc.,
7. “tribos”, as gangues e os grandes grupos. A importância da música reflete o comportamento
e as atitudes que, no conjunto, ou lhes são de uso estritamente grupal ou lhes transcendem
espalhando-se para o conjunto maior da sociedade, não se restringindo à dimensão do local e
atingindo níveis regionais e nacionais.
Estas manifestações de comportamento e de atitudes formam um determinado
estilo de vida, aqui entendido como conjunto de comportamentos e de atitudes que
conformam a postura, as preferências em vários níveis e as ações dos sujeitos
encerrados numa dada cultura e coletividade social, econômica, política etc. Estes não são
fixos e imutáveis, pelo contrário, metamorfoseiam-se de acordo com as condições existentes.
Esse estilo de vida não possui uma essência, no sentido de uma estrutura estática e sem
maleabilidade, pois depende do quanto se transformam os projetos pessoais, conforme
variam os gostos e os posicionamentos perante as circunstâncias que se apresentam.
Os estilos de vida e os gostos de grupo são importantes pois influenciam a
produção das imagens, emprestando-lhes seus temas e suas projeções culturais,
visceralmente associados aos seus universos reais e simbólicos. O estilo, sendo uma
fundamental maneira de ser do indivíduo no mundo, implica num sistema de uso. Esse uso
define o fenômeno social através do qual um dado sistema de comunicação se manifesta de
fato. Assim, tanto o estilo quanto o seu uso tem a ver com um modo de operar (de falar,
de andar etc.), desenvolvendo um processo simbólico que procura expressar uma maneira
de ser que busca se singularizar.
Retomando a questão da encenação, Abramo lembra (op.cit.) que a ideia de encenação
também permite compreender a questão de artificialidade do estilo, ou do estilo como uma
máscara ou fantasia que se veste e se desveste. O estilo não é uma representação do ser
jovem, que o exibe, ou do seu modo de vida, mas das ideias que ele quer expressar, que
ele quer comunicar através do que a autora chama de espetáculo (isto é, formas
extraordinárias de manifestar suas posturas e comportamentos, que se fazem ver através das
roupas, gestos, gírias etc. sendo apresentados de maneira massiva ao olhar). Ainda nesse
sentido, da criação de um espaço estilístico para si, é importante considerar as ideias de
HERSCHMANN (1997, p. 8ss), em que a principal relevância das expressões culturais
juvenis parece ser a de se oferecerem como “espelhos de seu tempo”, por formarem um
conjunto de códigos e de estilos híbridos, com referências locais e internacionais.
A rapidez e a volatilidade da assunção e descarte de posturas entre os grupos
demonstrando simbolicamente uma forma de identidade pessoal como um sujeito social que está na
vanguarda.
8. jovens é um dado de fundamental importância no mundo contemporâneo. Os estilos de
roupas, os gêneros musicais, a participação em grupos, funcionam como linguagens
temporárias e provisórias com as quais o indivíduo se identifica e manda sinais de
reconhecimento para outros. Estes jovens pertencem a uma pluralidade de redes, de grupos
e de relações identitárias. Entrar e sair dessas diferentes formas de participação é mais rápido
e mais frequente do que em épocas anteriores e a quantidade de tempo que se investe em
cada uma delas é reduzida. Mas adotar um estilo pela imitação, por mais efêmero que seja o
caráter dessa adoção, não deixa de lado a capacidade de interpretar e de ressignificar o que
é imitado. Os jovens da modernidade (entendida aqui simplesmente como o tempo
cronológico atual) podem assumir posições originais e criativas, seja nos hábitos e nas
vestimentas, seja nos projetos e ideais.
É notável que, ao atribuírem novos sentidos aos espaços da cidade, os jovens os
transformam em espaços de acentuada simultaneidade cultural e simbólica. Partindo do
postulado de que diferentes âmbitos de experiência conformam diferentes juventudes, é
possível perceber as plurais possibilidades de abordagem desta temática no horizonte de uma
multiplicidade e complexidade cultural.
É certo que as práticas de lazer proporcionam aos jovens os espaços indispensáveis à
constituição autônoma das suas identidades individuais e coletivas. Suas práticas culturais
no espaço urbano, longe de serem somente atividades comprometidas com uma finalidade
“séria”, “funcional”, constituem-se também em atividades de entretenimento e lazer.
A experiência social contemporânea fez da identidade juvenil algo profundamente
associado à expressividade cultural, tanto no âmbito das práticas individuais e coletivas de
lazer, como nas práticas religiosas e/ou políticas, que são, em seu conjunto, marcas
expressivas das cidades e da época contemporâneas. Enfim, na produção cultural juvenil nas
cidades, além da já enfatizada pluralidade e heterogeneidade, há que se considerar também,
e em função disso, a habilidade que este grupo possui de alinhavar os retalhos ou pedaços
disponíveis. Estes são fragmentos de sua experiência urbana, que possibilitam a criação de
produtos culturais novos, tendo uma ideologia ou visão de mundo de autoconhecimento.
Julgamento visual e perspectiva artística no ambiente urbano
Trabalhar com a noção de arte, ampla e complexa, implica considerações
múltiplas sobre uma grande diversidade de fenômenos que nos circundam. Interessa-nos,
aqui, contemplar questões sobre arte e artista no mundo contemporâneo, por serem duas das
9. mais importantes categorias que compõem o grafite eleito por nós.
É certo que a categoria arte possui uma complexidade inerente. Isto causa um
problema teórico difícil de resolver nas diferentes organizações sociais: o que é arte? E,
nesse sentido, a discussão envolvendo grafite urbano significa a apreciação de uma temática
que não goza unanimemente da “chancela oficial” de expressão artística.
Numa definição possível desta categoria, uma obra pode estar, a princípio, fora do
circuito oficial da história da arte, mas se o “mundo artístico” a coopta, fazendo-a
circular como arte, então ela é arte. São os representantes desse tal mundo artístico, ou seja,
artistas, críticos, comerciantes e colecionadores, e não a história em si, que detêm o poder
de decidir essas questões.
Diversas são as teorias que tentam dar conta da definição do(s) campo(s) da(s)
arte(s). Como um produtivo teórico do campo, Argan, em sua obra Arte Moderna
(1992, p. 509), sustenta que o que conhecemos historicamente como arte é um conjunto de
coisas produzidas por técnicas diferenciadas, mas tendo entre si afinidades pelas quais se
constituem em sistemas. Para ele, o forte teor de experiência estética conforma igualmente a
nossa experiência da realidade, que, por sua vez, constitui-se num componente necessário da
experiência global.
O espaço urbano costumeiramente credita o estatuto de artístico à diversidade
expressiva de suas particularidades e formas de apresentação estética e visual. Já que o
espaço urbano comporta tantas e tão distintas linguagens, classificá-las taxonomicamente
constitui uma violação do direito à pluralidade.
Clifford Geertz, em sua obra Saber local (1997), defende a perspectiva de uma
construção de discursos e conceitos sobre a arte e o objeto artístico baseados em
construções inerentes à própria cultura, às suas estruturas locais de funcionamento.
Nestes termos, a arte e suas expressões só poderiam ser definidas a partir de conceitos
locais e válidos para aquela formação cultural. O contexto, a configuração espacial e
histórica e a situação social comporiam então o cenário cultural de uma coletividade. Estes
fatos podem se transformar de acordo com mudanças internas e externas, levando a toda
uma diferenciada releitura - às vezes usando, inclusive, instrumentos completamente
diferentes e até mesmo opostos àqueles primeiros utilizados. Estas, mesmo que subvertam
as primeiras impressões, consideram sempre e antes de mais o movimento local da mudança
cultural, econômica, política, social etc.
Assim, o artista nasce numa configuração sempre específica e sua condição é regulada
por estas condições, visto que o que ele faz será arte de acordo com as leituras que se
10. puderem fazer de sua produção (esta produção é muitas vezes enquadrada como artística por
uma chamada “teoria institucional” da arte.). Os “mundos da arte” diferem quanto à maneira
como atribuem o título honorífico de artista e quanto aos mecanismos por meio dos quais
escolhem quem entra nele ou não.
Em seus verbetes Artes e Artista, DAMISCH (1984) chama a atenção para a
pluralidade das manifestações concernentes ao campo da arte. Propõe também que o valor e
o domínio das artes não se pautam apenas no critério da utilidade social das obras. Ele
defende que para encarar o problema da arte, e das várias artes, seria preciso
“desligarmo-nos do ponto de vista da nossa cultura, a fim de as apreciarmos em termos de
valor, e segundo a sua „dignidade relativa‟, mas não necessariamente para conhecê-las”
(DAMISCH, idem, p. 15, grifo no original).
Tal discussão sobre o que é arte ou sobre o que pode ou não ter o estatuto
artístico envolve questões que vão além da categoria de belo, interessante ou da
categoria de apuro estético. Partindo desta certeza e dos debates em torno de sua
inserção no universo das artes visuais, a obra, no mundo contemporâneo, precisa ser
reconhecida como “de arte” para consagrar-se. A legitimação do produto como de
grande alcance simbólico é caracterizada arte a partir do olhar de uma subjetividade
capacitada para o seu reconhecimento: em outras palavras, é considerado arte e artístico o
que é eleito como tal, o que é consensualmente estabelecido como portador de
atributos estruturantes de uma obra de arte – o mesmo é afirmado por DAMISCH (op.cit., p.
22), que defende que “um objeto de arte é, por definição, um objeto definido como tal por
determinado grupo”.2
A arte do grafite de muros, imagens de impacto em uma profusão de cores que se
expandem em dimensões avantajadas em vias públicas, alcança as ruas e rouba a
atenção do ser urbano cada vez mais sem tempo para contemplar as obras confinadas em
galerias e museus.
Entende-se, como sustenta ARGAN (Arte..., op.cit., p. 507), que não há mais um
núcleo e uma periferia para a arte. Visto que os ambientes (urbanos) modificados pelos
“artistas” tornam-se diferentes e esteticamente interessantes, se justificaria a discussão do
grafite urbano como uma modalidade artística contemporânea. Essas pinturas promovem
2 2
Assim, também GELL (2001, p. 117) diz ser arte “tudo aquilo que não apenas eu mas também outras
pessoas que pensam do mesmo modo classificam como tal” e, a título de alargamento do campo
comparativo sobre quem estabelece o que é arte, considerar também a célebre frase de Piotr Kowalski (apud
MORAIS, 1998, p. 33): “A arte é um conceito estatístico. Se há gente suficiente que decide que uma coisa é
arte, então é arte.”
11. uma ressignificação, no plano do simbólico, da rede de relações que compõem a cidade e
que afetam diretamente os seus usuários no processo de sua fruição da mesma.
Parece também apresentar, a partir de suas formas e ideias, tanto no real
empírico quanto no imaginário da figuração, a possibilidade de formular de novo, ou ao
menos de outro modo, essas relações sociais, na sua plena diversidade. Isso tudo sem
perder de vista a possibilidade de ser agradável e até mesmo de ser persuasivo, dando
prazer ao olhar. Talvez por isso o âmbito público seja um espaço diferencial para um
trabalho de arte, sendo essencialmente um espaço de conflito contínuo. Isto reforça a
emancipação do produtor diante dos sistemas estabelecidos de dominação cultural e
política.
Finalizando, em concordância com o caráter relativizado dos conceitos aqui
discutidos, abertos por excelência, a reflexão sobre cidade, imagem, juventude e arte
por intermédio da inserção do grafite de muros no espaço urbano pode gerar um instigante
debate e, para tanto, a construção de olhares e definições confere ao indivíduo uma
autonomia que, por assim dizer, possibilita uma autoralidade.
Referências bibliográficas
ABRAMO, Helena Wendel. Cenas Juvenis - punks e darks no espetáculo urbano, SP:
Página, Aberta, 1994.
ALMEIDA JUNIOR, João Baptista de. “A aceitação ou condenação da imagem”. In:
Comunicarte - Revista do Instituto de Artes, Comunicação e Turismo da PUC, ano
XII, nº 19, Campinas: 1994.
ARIÈS, Philippe. “As idades da vida”. In: História social da criança e da família, RJ:
Guanabara, 1981.
ARGAN, Giulio Carlo. “A crise da arte como „ciência europeia‟”. In: Arte Moderna, SP:
Cia. das Letras, 1992.
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . “O espaço visual da cidade”. In: História da arte como
história da cidade, 3ª ed., SP: Martins Fontes, 1995.
AZEVEDO, Fernando de. “Introdução”. In: A cultura brasileira, RJ: Editora UFRJ,
1996.
BARTHES, Roland. O óbvio e o obtuso, RJ: Nova Fronteira, 1990.
________________. “Semiologia e urbanismo”. In: A aventura semiológica, Lisboa:
Edições 70, 1987.
BOURDIEU, Pierre. “A juventude é apenas uma palavra”. In: Questões de
Sociologia, RJ: Marco Zero, 1983.
CANEVACCI, Massimo. A cidade polifônica: ensaio sobre a antropologia da
comunicação urbana, SP: Studio Nobel, 1993.
____________________. “Diversidade nômade e mutação cultural”. In: SANTOS,
Rafael dos & TRINDADE, Azoilda. Loretto da (orgs.). Multiculturalismo: mil e uma
faces da escola, RJ: DP&A, 1999.
DAMISCH, Hubert. Artes, Enciclopédia Einaudi, vol. 1, Lisboa: Imprensa Nacional- Casa
da Moeda, 1984.
12. DIÓGENES, Glória. Cartografias da Cultura e da Violência: gangues, galeras e
movimento hip hop, SP: Annablume, 1998.
GELL, Alfred. “A rede de Vogel: armadilhas como obras de arte e obras de arte como
armadilhas”. In: Arte & Ensaio, vol. VIII, nº 8, 2001.
GUIMARÃES, Eloísa. “Juventude(s) e periferias(s) urbana(s)”. In: Revista Brasileira de
Educação, Número Especial: Juventude e Contemporaneidade, SP, nº 5 (mai.-
ago. 1997) e 6 (set.-dez. 1997).
HERSCHMANN, Micael. “Música, juventude e violência urbana: o fenômeno funk e
rap”. In: Mídia, drogas e criminalidade. Comunicação & Política, nova série, vol.1,
nº 2, CEBELA, dez.1994/mar.1995.
KNAUSS, Paulo. “Grafite urbano contemporâneo”. In: TORRES, Sônia (org.). Raízes e
rumos, RJ, 7 Letras, 2001.
MORAIS, Frederico. Arte é o que eu e você chamamos arte: 801 definições sobre arte
e o sistema da arte, RJ: Record, 1998.
NEIVA, Eduardo. “Redefinindo a imagem - mimesis, convenção e semiótica”. In:
COMUM, revista do Departamento de Letras da Faculdades Integradas Hélio Alonso,
vol. 4, nº 13, RJ, jul./dez. 1999.
PECHMAN, Robert Moses. “A invenção do urbano: a construção da ordem na
cidade”. In: PIQUET, Rosália. e RIBEIRO, Ana Clara Torres (orgs.). Brasil,
território da desigualdade: descaminhos da modernização, 2ª ed., RJ: Zahar, 1995.
PEIXOTO, Nelson Brissac. “Arte & Cidade”. In: SZAJMAN, Abram (org.). Arte
Pública, SP: SESC, 1998.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. “Muito além do espaço: por uma história cultural do
urbano”. In: Estudos Históricos, vol. 8, nº 16, RJ, 1995.