1. O documento discute a cultura, comunicação e cotidiano, incluindo como a mídia pode segregar e como a vida cotidiana é invisível.
2. É explorada a noção de sujeito discursivo e formas de vida, além de microsaberes que desafiam visões institucionais.
3. As disjunções cotidianas incluem tensões entre espaço público e mídia e o preconceito contra a invisibilidade da vida cotidiana.
1. Curso de Especialização em Fundamentos
da Educação (Práticas Pedagógicas e
Interdisciplinares)
Módulo: Mídia, Cultura e Imaginário
Urbano.
Sala 1
Ministrante: Profª Eliete Santos
2. A cultura e a comunicação: o
que isso tem a ver com o
cotidiano?
1.A percepção do outro (Alteridade)
2.As atitudes dos indivíduos (sujeitos)
3. E o que seria o cotidiano?
“Espaço de produção de fatos
sociais” (. P.13).
Fatos sociais: “toda maneira de
agir, fixa ou não, suscetível de
exercer sobre o indivíduo uma
coerção exterior” (DURKHEIM)
(p. 13).
4. Prá começo de conversa, vamos falar sobre as
diversas concepções de sujeito discursivo.
Curta as imagens.
Sujeito discursivo
1. (À luz da A.D. Francesa) - LUGAR/POSIÇÃO QUE DEVE E PODE OCUPAR
TODO INDIVÍDUO PARA SER SUJEITO DO QUE DIZ. (FOUCAULT, 1969 apud
ORLANDI, 2001. P. 49).
2. É definido pela posição que ocupa.
3. É sujeito à língua e à História
6. Cultura
Para Silva (2008, p. 95): “Tudo aquilo que é
produzido pela humanidade, seja no plano concreto
ou no imaterial, desde artefatos e objetos até ideias e
crenças. É todo complexo de conhecimentos e toda
habilidade humana empregada socialmente. É
também todo comportamento apreendido, de modo
independente da questão biológica. Conjunto de
atividades, instituições, padrões de
comportamento, conhecimentos, crenças, costumes,
tradições, valores morais, espirituais e intelectuais
produzidos por grupos sociais/sociedade”.
7.
8. Mas, quem é o outro? Onde ele
está? Como está? Para que está?
Deve(deveria) estar onde está? De
que forma desejam que ele deva
estar? Qual o seu estilo de estar?
Está invisível? Senão vejamos…É
ele um Bicho?
11. O BICHO
Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Rio, 27 de dezembro de 1947.
12.
13. Base teórica para a ideia de
FORMAS DE VIDA
1. Simmel para a forma se refere “à
gramaticalidade do invisível, que
gera o FORMISMO SOCIAL. (p. 14)
2. Maffesoli.
Estas formas ligam OS FATOS
SOCIAIS.
14. O MUNDO DA VIDA: ideia geradora
da chamada VIDA COTIDIANA: o que
é isso?
Conhecimento “estocado”, acumulado sócio-historicamente e
constituído em nosso imaginário (Alfred Schutz) (p. 14)
VIDA COTIDIANA
Expressão atrelada (Séc. XIX) e em consonância com a descrição
do mundo civilizado (p. 14), sobre as condições objetivas de
vida dos trabalhadores.
Prenúncio da chamada separação de classes: embora possam
ocupar o mesmo espaço urbano, a vida cotidiana jamais será
igual a todas as pessoas.
15. O poder das mídias como disjuntoras
(segregadoras) semânticas.
São irruptivas (invasivas) socialmente: mostram o que
desejam, sempre na lógica da segregação da periferia:
o medo, o pavor e o desespero frente aos da periferia
se justifica: os “vencedores”, os capitalista, os
privilegiados “são ameaçados”. O medo é vendido
através dos aparatos tecnológicos. (p. 15)
“Os fatos do cotidiano aparecem isolados dos
estatutos sociais e das forças estético-ideológicas
empreendidas na luta pela ocupação dos espaços na
sociedade” (p. 14-15)
16. A informação midiática testemunha contra a
vida cotidiana: é um quarto poder,
devastador.
Por sua vez, o ideal comunitário, de alteridade, floresce na
periferia, e fortalece a vida cotidiana
Escapando às totalizações imaginárias do olhar, existe uma
estranheza do cotidiano que não vem à superfície. (CERTEAU, 1998,
p. 170)
Há práticas estranhas ao espaço “geométrico”das construções
visuais, panópticas ou teóricas. Essas práticas do espaço remetem a
uma forma específica de “operações”, (“maneiras de fazer”), a uma
“outra espacialidade” (a uma experiência “antropológica”, poética
e mítica do espaço) e a uma mobilidade opaca e cega da cidade
habitada. Uma cidade metafórica insinua-se, assim, no texto claro
da cidade planejada e visível.
17.
18. Que tal pensar em um certo Gabriel, que não é anjo?
(Happy de Gabriel, o Pensador)
“… mas, embaixo, a partir dos limiares onde cessa a
visibilidade, vivem os praticantes ordinários da cidade, (...)
são caminhantes, pedestres, cujo corpo obedece aos cheios
e vazios de um corpo obedece aos cheios e vazios de um
“texto” que escrevem sem poder lê-lo. Esses praticantes
jogam com espaços que não se veem. Os caminhos que se
respondem nesse entrelaçamento, poesias ignoradas de
cada corpo é um elemento assinado por muitos outros,
escapam à legibilidade. Tudo se passa como uma espécie de
cegueira caracterizasse as práticas organizacionais da
cidade habitada. As redes dessa escritura avançando e
entrecruzando-se compõem uma história múltipla, sem autor,
nem espectador”. (CERTEAU, 1998, p. 170)
19. Escapando às totalizações imaginárias
do olhar, existe uma estranheza do
cotidiano que não vem à superfície.
(CERTEAU, 1998, p. 170).
“A cidade-conceito se degrada. (...)
Talvez as cidades estejam se
deteriorando ao mesmo tempo que os
conceitos e procedimentos que as
degradam” (CERTEAU, 1998, p. 174)
20. Cobre-nos o cotidiano
com seu manto pesado
sob o qual nos debatemos
gesto insano
ato desarvorado
Espelho implacável das nossas desventuras
das mazelas que temos
e das que desconhecemos
Úrsula Avner
http://sitedepoesias.com/poesias/43354
23. O fenômeno da invisibilidade da
vida cotidiana: por quê?
A questão da epistemologia da vida cotidiana (UM
MUNDO DE SABERES FORA DOS CÍRCULOS
INSTITUCIONAIS). (p. 15)
As disjunções do cotidiano.
A comunicação no cotidiano: ALTERIDADE, SEM
DOMINAÇÃO. (riso, a pantomima, as gingas, as
tatuagens – formas de uso do corpo – para quebrar a
institucionalização do “oficial”. (A questão dos
decotes na farda) (p. 15).
24. OS MICROSABERES E O
POLITEÍSMO DA VIDA
COTIDIANA
São saberes do cotidiano, anônimos,
dessacralizados, e difundidos na
comunidade, cujos atores são: poetas,
bêbados, vagabundos, prostitutas etc.
que dominam os signos escondidos na
arquitetura do banal.
25. AS DISJUNÇÕES COTIDIANAS
1. Tensão constante entre o espaço público e o
campo jornalístico (mídia).
2. Preconceito contra a invisibilidade da vida
cotidiana (visão verticalizada): racismo, pobreza
econômica, baixa taxa de escolaridade, desemprego,
precariedade de serviços públicos, filas de bancos
(qual o público que enfrenta, ainda, fila de banco?),
maximização dos indicadores de criminalidade,
escolas de bairro etc
3. Um Estado que aceita a sociedade
(multiculturalista) e rejeita o social.
26. OS PROBLEMAS DA
COMUNICAÇÃO E DA CULTURA NA
VIDA COTIDIANA
1. Crise de sociabilidade na sociedade (perda do caráter
antropológico): SUPREMACIA DOS SISTEMAS INFORMACIONAIS
MIDIATIZADOS PELOS SUPORTES DIVERSOS (INTERNET, TV POR
EXEMPLO), ALÉM DE TUTELADOS PELO MEDO PAVOROSO DA
CRIMINALIDADE.
2. Tentativa na modernidade de homogeneização cruel da complexa e,
ao mesmo tempo, simples vida cotidiana, através da
instrumentalização massiva dos instrumentos de mídia: SUMIU A
CADEIRA NA CALÇADA, À NOITE, NAS CIDADES DE MÉDIO A
GRANDE PORTE. É MELHOR VER A NOVELA E “ANDAR” PELO
FACE; ONDE ESTÁ AQUELE TV NA PRAÇA DA MATRIZ, QUE
CONGREGAVA TODOS DO BAIRRO?
27. 1. Abismo cruel, na modernidade,
entre a técnica de informar e as
estratégias de comunicação.
2. A mídia antecipa, através da
tecnologia, as realidades.
3. Onde andam as rádios
comunitárias? E as SAB’s?
28. 1. Pensar a comunicação e a
cultura a partir da vida cotidiana.
2. Verificar os signos, a vida
cotidiana independente de
modelos culturais e
comunicacionais formulados à
priori