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Ivanildo Pereira de Oliveira




Os avanços tecnológicos e a resistência
                       de professores

                    Nelly Kazan Sancho Cruz




                               Camapuã-MS.
                            Novembro de 2010
Ivanildo Pereira de Oliveira




                 Os avanços tecnológicos e a resistência de professores




                                             Trabalho de conclusão de curso apresentado
                                             à Coordenação do Curso de Especialização
                                             Tecnologias em Educação como requisito
                                             parcial para obtenção de título de
                                             Especialista em Tecnologias em Educação




                                                                               Orientador
                                                     Prof. Nelly Kazan Sancho Cruz




                                        Coordenação Central de Educação a Distância
                                    Curso de Especialização Tecnologias em Educação




                                                                          Camapuã-MS.
                                                                    Novembro de 2010.
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem
autorização do autor, do orientador e da universidade.
Perfil do aluno

Meu nome é Ivanildo Pereira de Oliveira, 46 anos, casado, 4 filhos. Formado em
Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul e Pós-Graduado em Tutoria e Planejamento pela mesma universidade. O meu
dia é um pouco cheio, no período matutino sou professor de (STE) de escola
estadual; no vespertino professor regente efetivo do município de Camapuã-MS e;
no noturno, tutor de turma de Pedagogia pela UFMS. Neste ano de 2010 estou
concluindo 4 cursos de Especialização Diversidade e Cidadania pela (UFMS),
Mídias na Educação (SED-MS), Integral Integrada (UEMS) e Tecnologias em
Educação (PUC-RIO).
Agradecimentos


Aos meus filhos por que eles são a razão maior de tanto empenho em tudo que

faço, espero servir de exemplos em suas vidas como pai, professor e estudioso.

À minha esposa parceira em todos os momentos, bons ou ruins.

Aos meus colegas de curso que de alguma forma contribuíram para chegar até

aqui.

Aos meus professores que não os conheço, mas os estimo muito por fazer parte da

minha história como professor/educador.

Aos meus orientadores a distancia, José Ricardo e Claudia Nobre, pela dedicação

desenvolvendo um trabalho impar na orientação dos cursistas.

Aos meus colegas de trabalho que de alguma forma inspira as minhas produções.

À minha orientadora do TCC Nelly Kazan Sancho Cruz que não mediu esforços

para            orientar            as             minhas             produções.
Resumo
Este artigo vem debater os avanços tecnológicos e a resistência de professores com
relação à inclusão das tecnologias de informação e comunicação em suas práticas
pedagógicas as (TICs) nas ultimas décadas, evidenciando para isso o desempenho de
alguns profissionais da área. Que não tem dado a atenção devida a esses avanços e a
importância que as tecnologias representam para o ensino e aprendizagem neste século.
Nesse sentido em busca de entender, quais os motivos que levam os a recusarem
capacitações em suas áreas de atuação. A principio temos duas linhas de raciocínio
preliminares, que podem justificar esses acontecimentos, insegurança ou
desconhecimentos. Então a busca é por autores que ampare teoricamente a pesquisa sobre
o tema. O que fica meio implícito nessa questão é que a maioria dos que oferece
resistência com relação ao uso das tecnologias são professores efetivos e com vários anos
de experiência na educação, esses deveriam utilizar as conquistas da classe a seu favor e
não ao contrário.




Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação; Resistência às
tecnologias; capacitação de professores.
SUMÁRIO

1. Introdução ____________________________________________________07

2. Desenvolvimento _______________________________________________09

2.1. As TICs no cotidiano escolar____________________________________09

2.2. A Resistência ao novo _________________________________________ 13

2.3. Relato de Experiência _________________________________________16

Conclusão ______________________________________________________ 23

Referências Bibliográficas _________________________________________25

Apêndice A – Questionário ________________________________________ 28
7
Introdução

       Ser professor no século XXI não é nada fácil devido ao surgimento
acelerado de novas tecnologias e seus recursos. Há tempo atrás se falava da
possibilidade do computador ocupar o lugar do homem no seu trabalho, mas após
esclarecimentos e à disseminação melhor das informações, este pensamento
deixou de existir, nos deixando mais tranquilos com relação a esta situação, em
que o professor poderia ser substituído pelo computador.
       Ramal (2000), afirma que o professor vai ser substituído pelo computador
se pensarmos pelo lado competitivo, burocrático e por vezes até acomodado da
escola em querer atribuir funções somente à máquina, pois esta saberá transformar
as exposições maçantes das aulas tradicionais em aulas multimídias interativas,
em hipertextos fascinantes, em telas multicoloridas e interfaces amigáveis em prol
da construção do conhecimento.
       Neste contexto, percebemos que o professor não será substituído pela
máquina, mas terá que aprender a lidar/interagir com este recurso. O professor não
deve cair na “mesmice” ou ser tachado como o professor que ficou parado no
tempo; necessita se planejar, se atualizar e se tornar um educador qualificado a
lidar com as tecnologias, visando à melhoria de sua prática docente. Isto não
significa que os professores que não utilizam as tecnologias serão retrógrados,
mas necessitam acompanhar o novo contexto da cultura contemporânea, desta
atualidade sociotécnica informacional e comunicacional em que estamos
inseridos. (grifo meu)
       Moran (s/d) diz que:

                         [...] há professores que inconscientemente fazem o mínimo
                         possível para utilizar a tecnologia, no máximo usam o Word.
                         Eles não usam técnicas de pesquisa ou de apresentação mais
                         avançadas em sala de aula, nem trabalham com criação de
                         páginas. Então, há uma parte dos professores de escolas
                         particulares que, mesmo tendo laboratórios e acesso à Internet,
                         resistem a métodos que não sejam tradicionais.

       Assim, percebe-se que há professores resistentes ao uso das tecnologias,
mas há os que as utilizam em seus planos de aula; no entanto de forma indevida
solicitando aos alunos cópias de conteúdos da internet; cópias literais de uma
mesma página a serem transportadas para o caderno de notas, subutilizando o
8
computador como se fosse um livro que permitisse apenas uma leitura linear, sem
qualquer hipertextualidade.

       Moran (1994, s/p) ainda afirma que:

                       A escola precisa repensar urgentemente a sua relação com os
                       meios de comunicação, deixando de ignorá-los ou considerá-los
                       inimigos. A escola também não pode pensar em imitá-los,
                       porque nos meios predomina a função lúdica, de
                       entretenimento, não somente a de organização da compreensão
                       do mundo e das atitudes [...]; pode utilizá-los como motivação
                       do conteúdo de ensino, como ponto de partida mais dinâmico e
                       interessante diante de um novo assunto a ser estudado.



       Nesse sentido, fica clara a preocupação em torno da educação quanto ao
uso das tecnologias e da prática pedagógica; não somente a escola em si necessita
repensar sua relação com as novas tecnologias, ou melhor, com o uso das diversas
mídias, mas principalmente, os professores que tanto relutam em não aprender a
lidar com estes recursos e se mostram totalmente contrários aos mesmos.
       Vivenciamos uma nova era e não podemos ficar alheios ao surgimento de
inovações tecnológicas. Compreender a atual situação no contexto escolar e
conhecer as concepções pedagógicas quanto ao uso das tecnologias se faz
necessário.
       Assim, surge o seguinte questionamento: Qual o motivo da resistência dos
professores em utilizarem as mídias em seu cotidiano escolar?
       Este estudo visa investigar as principais dimensões desta resistência em
uma escola da rede pública, ha qual estou inserido como professor da sala de
tecnologias educacionais (STE).
       A STE visa oferecer suporte aos professores regentes quanto ao
planejamento de suas aulas e desenvolvimento das atividades, estimulando-os a
utilizarem as salas em busca de recursos que possam potencializar sua prática
pedagógica; no entanto, muitos professores não as têm utilizado a contento e
sempre encontra alguns obstáculos para não participar dos trabalhos em STE,
transparecendo que não pretendem frequentá-las.
       Torna-se preocupante, essa grande resistência pela maior parte dos
professores e geralmente, isto tem ocorrido mais por parte daqueles que são
efetivos e com vasta experiência em educação do que os novatos. Não se sabe
9
ainda se pelo fato de ser efetivo o faz pensar que não precisa mais estar investindo
em sua carreira, ou por ter se acomodado por estar perto da aposentadoria.

      Barros (2008) afirma que:

                           O mais importante é ter a mente aberta ao novo. Não como
                           modismo, mas como meio de achar meios para cumprir melhor
                           a missão dos educadores, buscando formas de ampliar o acesso
                           de jovens e adultos à educação, quer na forma do ensino regular
                           formal, quer como educação continuada ou educação
                           permanente.
                           Melhor ainda se essa ampliação das oportunidades de acesso
                           estiver acompanhada da elevação da qualidade da educação.

      Neste contexto, esta pesquisa reveste-se de relevância acadêmica por buscar
subsídios que estimulem a atuação do professor nos laboratórios de informática
como sujeitos ativos do processo de ensino e aprendizagem, buscando
metodologias inovadoras e prazerosas de trabalho de forma a inseri-lo neste novo
contexto sócio-cultural.


2. Desenvolvimento
       Este capítulo aborda a temática das tecnologias da informação e
comunicação (TICs) no cotidiano escolar à luz dos teóricos Lévy (1993, 2003,
2005), Demo (2007), Moran (2004) entre outros autores focando a resistência dos
professores quanto ao uso das novas tecnologias, direcionada ao relato de uma
experiência.


2.1 As TICs no cotidiano escolar.
       O professor não precisa ser um especialista em computadores, mas precisa
ter conhecimentos necessários que possam facilitar o manuseio dos recursos que
estes oferecem. Esta habilidade se torna obrigatória nos dias atuais, até por que se
o aluno percebe que o professor não tem conhecimentos básicos para lidar com
estes recursos, poderá perder o incentivo para o uso dos mesmos durante as aulas.
        Demo (2007) faz o seguinte comentário:

                           A escola está distante dos desafios do século XX. O fato é que
                           quando as crianças de hoje forem para o mercado, elas terão de
                           usar computadores, e a escola não usa. Algumas crianças têm
                           acesso à tecnologia e se desenvolvem de uma maneira diferente
                           - gostam menos ainda da escola porque acham que aprendem
10
                       melhor na internet. As novas alfabetizações estão entrando em
                       cena, e o Brasil não está dando muita importância a isso –
                       estamos encalhados no processo do ler, escrever e contar.


       O computador e a internet já fazem parte do cotidiano e devem ser
compreendidos como elementos potencializadores da mediação pedagógica. Essa
falta de conhecimento de alguns professores pode interferir no índice de
aprendizagem dos alunos, pois um professor com vastos conhecimentos
tecnológicos pode desenvolver projetos envolvendo as mídias em diversas áreas
do conhecimento, estimulando os alunos a participarem mais ativamente.
       Demo (2007) ainda relata que a escola utiliza a linguagem de Gutenberg
de 600 anos atrás e a sociedade da informação e comunicação exige mudanças que
devem ser retomadas pelo professor. Não basta a escola sofrer transformações; o
professor é figura fundamental e jamais será substituído pelas tecnologias.
       Muito se discute sobre o analfabetismo funcionante, mas o indivíduo que
não detém os conhecimentos tecnológicos é denominado de analfabites, e o que
menos se espera nesta era digital é um grande número de professores
categorizados como analfabites; eles necessitam se capacitar para lidar com essas
inovações. Esta nova era não mais permite que o professor mantenha uma prática
tradicional de ensino engessada no “falar-ditar do mestre”, se comportando como
o dono do saber. O ciclo de inovação segue uma dinâmica que se dá de forma
descentralizada; as informações convergem em várias direções e assim
professores e alunos dialogam, criam, trocam experiências e agregam valores à
construção do conhecimento.
       Silva (2002) e Demo (2007) afirmam que com a utilização da internet e
das novas tecnologias, o professor e o aluno ganham novas possibilidades capazes
de ampliar significativamente suas autorias; os alunos trocam informações entre si
e muitas vezes a escola se abstém desta situação; no entanto não há como nos
afastar, pois “a tecnologia vai se implantar aqui ‘conosco’ ou sem ‘nosco’
       Seguindo esse raciocínio, não há como fugir dos avanços tecnológicos;
esses vão acontecer com ou sem a nossa permissão; as tecnologias estão em toda
parte, invadindo todos os espaços sociais; estão presentes nas coisas mais simples
que utilizamos como o giz, a caneta, o lápis, a borracha, o quadro negro, o
11
telefone, televisão, entre outros. Mesmo sem querer todos já fazem uso de
tecnologias na prática diária.
        E como tudo tem seu tempo, sua onda, ou moda; “ou você está dentro ou
está fora”. No momento, as tecnologias estão mandando no mercado e é
importante que o professor saiba integrar as dinâmicas de sua prática docente a
toda esta inovação; que possibilite a convergência de mídias em seu planejamento
e explore suas potencialidades comunicativas e interativas.
       Lévy (1993, p. 40) diz que:

                        [...] quanto mais ativamente uma pessoa participa da aquisição
                        de um conhecimento, mais irá integrar e reter o que aprender.
                        Ora a multimídia interativa, graças a sua dimensão não reticular
                        ou não linear, favorece uma atitude exploratória, ou mesmo
                        lúdica, face ao material a ser assimilado.


       Sob esta perspectiva, fica clara a necessidade de mudanças paradigmáticas
quanto à postura do professor. Este professor não é mais aquela pessoa que sabe
tudo e que detém todos os conhecimentos; o professor do século XXI é um
mediador do processo de ensino e aprendizagem, e assim, precisa entender que os
seus alunos são pessoas pensantes e detentoras de muitos conhecimentos, trazendo
consigo muita bagagem cultural e tecnológica.
       A educação é capaz de transformar a sociedade e por isso, deve estar à
frente do processo de mudanças. O conhecimento não pode ser depositado no
aluno como se este fosse um receptáculo de informações. O conhecimento deve
ser construído através de um processo de interação entre professor e aluno. Assim,
as TICs podem contribuir para criar um ambiente de aprendizagem no qual a
criatividade e a participação colaborativa ganham merecido espaço.
       Segundo Silva (2003, p. 52), a pedagogia da transmissão enfrentou
diversos críticos, mas pouco se modificou em sala de aula. “Os críticos da sala de
aula questionaram o professor guardião e transmissor da cultura; questionaram o
modelo de transmissão de conteúdo e de valores para memorização e repetição”.
       O mesmo autor (ibid) ainda afirma que a educação via internet vem se
apresentando como grande desafio para o professor acostumado ao modelo
clássico de ensino. Enquanto a sala de aula tradicional está vinculada ao modelo
“um-todos”, separando emissão e recepção passiva, a sala de aula atual está
12
inserida na perspectiva da interatividade entendida como colaboração “todos-
todos”.
          A colaboração “todos-todos” que Silva preconiza nos remete à
participação colaborativa em que as informações são circuladas de forma
multidirecional, resultando em uma mobilização de competências com o objetivo
de enriquecimento mútuo das pessoas em um trabalho coletivo. Assim, o
computador e a internet podem fazer a diferença no âmbito escolar, pois estes
instrumentos nos permitem pesquisar, ter acesso a várias bibliotecas online, trocar
informações e experiências, além de diminuir os espaços e aproximar as pessoas,
principalmente alunos-alunos e alunos-professores.
          Levy (2003, p.15) afirma que:


                           Nas sociedades orais, as mensagens discursivas são sempre
                           recebidas no mesmo contexto em que são produzidas [...] e a
                           cibercultura leva a co-presença das mensagens de volta a seu
                           contexto, mas em uma escala universal por meio da
                           interconexão das mensagens entre si, por vinculação
                           permanente com as comunidades virtuais em criação, que lhe
                           dão sentidos variados em uma renovação permanente.


          As inovações seguem a dinâmica de uma nova cultura, a cibercultura que
se dá em redes, de forma descentralizada e em um curto espaço de tempo,
surgindo a possibilidade de aluno e professor caminharem rumo a uma rede de
inteligência coletiva1, na qual as mensagens se vinculam permanentemente no
sentido não linear, possibilitando as trocas e criação de novas comunidades nesse
universo(LÉVY, 2005).
          Valendo-se    da    participação     colaborativa      e   inteligência    coletiva
preconizadas por Lévy (2003, 2005), percebe-se que o conhecimento se constrói
por meio da interconexão e interação, dando sentido a um trabalho em que todos
criam e co-criam e as TICs são capazes de potencializar este processo.
          Muitas instituições públicas de ensino vêm evoluindo e acompanhando as
mudanças deste novo século. As salas de informática e as diversas tecnologias



1
  A inteligência coletiva apresenta como objetivo o enriquecimento mútuo das pessoas em um
trabalho coletivo, onde os saberes, as imaginações, as energias espirituais dos que estão
conectados no ciberespaço sofrem um sinergismo (LEVY, 2005, p. 131).
13
estão sendo disponibilizadas aos alunos, contribuindo assim com a inclusão digital
não somente destes, mas principalmente com a inclusão dos professores.
       Belloni (2006, s/p.) diz que:

                       Foi possível observar também que o uso das TIC propicia uma
                       significativa facilitação do processo de aprendizagem, da
                       escrita, particularmente os aspectos relacionados à motricidade,
                       minimizando as dificuldades decorrentes do uso do lápis e da
                       borracha, erros e rasuras, percebidos como fracassos pela
                       criança, sancionados pela escola, e que muitas vezes podem
                       provocar bloqueios graves em crianças muito desfavorecidas.
                       Isto significa que o uso pedagógico (como o uso domiciliar de
                       função puramente lúdica) das TICs pode favorecer
                       significativamente o processo cognitivo de aquisição do código
                       da leitura.

      Sob este contexto, as TICs podem potencializar este processo de
cognição, pois a educação cognitiva visa o desenvolvimento emocional
dos alunos, maximizando a capacidade de aprender a aprender, de
aprender a pensar e a refletir, estudar e a de comunicar, muito mais do
que memorizar e reproduzir informação.

      Segundo Moran (2004), a educação já não pode ser pensada como
antigamente; a pratica pedagógica precisa ser repensada; “ hoje a sala
de aula é um ponto de partida e um ponto de chegada, um espaço
importante que se combina com outros espaços para ampliar as
possibilidades de atividades de aprendizagem” .

      Assim, o professor necessita aprender a gerenciar os vários espaços e
recursos e a integrá-los de forma significativa e não criar resistência às inovações
tecnológicas.


2.2. A Resistência ao novo
       A todo o momento ouvimos alguém dizendo que precisamos mudar,
evoluir; às vezes até tentamos, mas por que será que é tão difícil adquirir essa
consciência de mudança? Por que será que as crianças têm mais facilidade em
adaptar as mudanças do que os adultos?
14
      As crianças de hoje, já nascem expostas a uma enormidade de informações,
às novas tecnologias; já fazem parte de uma nova geração inserida na “era
digital”, estes são os nativos digitais.
      Os atuais professores não pertencem a esta geração, mas são considerados
imigrantes digitais, pessoas que nasceram antes destas inovações tecnológicas e
que necessitam desenvolver habilidades para lidarem com esses avanços. Muitos
destes imigrantes tentam se inserir neste novo contexto, mas há aqueles que ainda
resistem.

      Para Lemes (2009), a explicação para a resistência do uso das TICs por
parte dos docentes é primeiramente, não ter conhecimento sobre as mesmas; o
segundo fator é o receio de não dominar essa nova linguagem, tão comum aos
nativos digitais; e em terceiro, a falta de um planejamento de ações voltadas para
o processo de ensino-aprendizagem com ferramentas tecnológicas.

      Assim, o uso destes recursos se torna irrelevante se empregado para servir
de apoio pedagógico e reproduzir a prática exercida em uma sala de aula
tradicional. É preciso dar oportunidade ao professor de se apropriar do domínio da
tecnologia, analisando suas potencialidades e limitações.

      Dawes (1999, apud CARBONI, s/d) afirma que o fornecimento de hardware
necessário não somente para os laboratórios, mas para utilização e familiarização
dos professores com os equipamentos pode mudar a opinião destes quanto à
resistência às TICs em sala de aula e esta resistência muita das vezes é atribuída
ao fato de que os alunos têm maior conhecimento sobre o equipamento do que o
próprio professor, mesmo não sendo nativos digitais.
      Neste sentido, não se pode perder tempo quanto à capacitação de docentes
para o uso das TICs.Quanto mais tempo se perde, mais o professor se distancia
dos alunos e dos conhecimentos necessários à uma prática pedagógica coerente
com o que se espera no momento.

      Segundo Demo (2009, p.96)

                         Na situação atual, o terreno está marcado pela resistência ou
                         ausência tecnológica, tendo em vista que a pedagogia ainda não
                         percebeu o desafio ou é induzida a não percebê-lo. Em muitos
                         cursos existem iniciativas aproximadas, como educação a
15
                        distância, informática educativa, uso das TICs etc., mas, em
                        geral, uma visão instrucionista, o que leva a propor as novas
                        tecnologias como recurso para aprimorar a didática tradicional.



     No entanto, o domínio instrumental de uma tecnologia é insuficiente para
que o professor possa compreender seus modos de produção de forma a
incorporá-la na prática. É preciso criar situações de formação contextualizada para
que os professores possam utilizar as tecnologias em situações de aprendizagem,
interagindo com os seus pares em prol da construção coletiva do conhecimento.
     Os alunos de hoje frequentam as escolas já trazendo conhecimentos
adquiridos no próprio contexto cultural em que vivem; os alunos dos anos
vindouros virão com estes somados a outros que estão por vir e, não há como
dicotomizar uma educação de outra porque todo o processo é fruto de avanços
ocorridos em âmbitos sociais.
     A esse respeito Damasceno (s/d) diz que:

                        Sabemos que essas ferramentas vêm a facilitar a forma do
                        trabalho dentro e fora das escolas, o que não quer dizer que essa
                        facilidade seja vista por todos com bons olhos, pois, há uma
                        grande quantidade de profissionais da educação, principalmente
                        professores, que não aceitam as novas tecnológicas como
                        instrumento transformador na sua prática pedagógica. Essa
                        rejeição muitas vezes se dá devido à falta de conhecimento, por
                        parte desses, sobre a forma como utilizá-las para adquirir
                        praticidade no processo de ensino-aprendizagem. Se as novas
                        tecnologias educacionais não são usadas torna cada vez mais
                        difícil o processo de inclusão digital tão discutido e esperado. O
                        que não quer dizer que o uso desordenado dessas tecnologias
                        será bem aproveitado, pois o que importa é saber usar-las e não
                        apenas usá-las.



       A proposta de educação para os professores atuante nesse momento é bem
definida com relação aos avanços ocorridos com as TICs e com as proposta de
inclusão digital das escolas publicas pelo MEC, as TICs vem ampliando os
aspectos   metodológicos, demonstrando maior apoio a esse professor para
desenvolver estratégias de apresentação e articulação de conteúdos.
     Damasceno (s/d) enfatiza que: O educador precisa ser flexível, paciente ou
crítico naquilo que se propõe fazer e ser. Esse mesmo compromisso deve assumir
ao orientar seus alunos para a vida. [...] Assim também deve acumular
16
conhecimentos de modo que venha atender às exigências que a vida pode estar
propondo futuramente.

      Ainda segundo Damasceno [...] ‘A resistência à aquisição de novos
conhecimentos é um fator negativo no processo de formação cultural intelectual
do individuo na relação ensino-aprendizagem. Assim, como enfrentar os novos
desafios? Como mostrar para seus alunos os caminhos da inclusão e participação
social?

      A esse respeito Reis (s/d) diz que: “Assim, não somente o professor, mas a
escola como todo precisa assumir um papel de facilitador”. E que o processo de
incorporação das tecnologias requer cuidados a esse respeito Reis confirma “[...]
incorporando as tecnologias, requer cuidado com a formação inicial e continuada
do professor”.
      Esse é um ponto relevante dentro do processo, é necessário oferecer
capacitações aos professores, mas por outro lado esse precisa estar aberto para as
mudanças e evoluções ocorridas em seu meio social, aceitando assim a aprender a
manusear novos objetos que lhes trarão novas metodologias de ensino.


2.3. Relato de Experiência
      A mediação pedagógica é vista como um aspecto fundamental para dar
sentido à educação e se constitui em um movimento de relações que permitem a
recriação de estratégias para que o aluno possa atribuir sentido naquilo que se está
aprendendo. Portanto, a mediação demanda do professor abertura para aprender,
ter flexibilidade e assumir uma postura reflexiva para rever constantemente a sua
prática. (PRADO E MARTINS, s/d)
      Às vezes precisamos parar e analisar a própria prática, repensar as nossas
ações dentro das possibilidades de se planejar dentro de uma perspectiva
inovadora e coerente, de forma compromissada e articulada acompanhando as
mudanças da própria época.
      No entanto, nem todos os professores estão abertos à ressignificação de sua
prática e assim, pensando-se na possibilidade de reflexão e mudanças no
planejamento das escolas da rede estadual de ensino, foi criado em 2002, o Portal
do EducaRede pela telefônica no Brasil. À partir desse momento começou-se a
17
pensar e a planejar cursos de capacitações para o uso de tecnologias digitais na
prática pedagógica
      Dessas parcerias sugiram os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE),
órgãos jurisdicionados pela Secretaria de Estado de Educação (SED), do Mato
Grosso do Sul, com a finalidade de organizar ações visando à capacitação destes
professores, além de fornecer o suporte necessário à utilização das tecnologias
educacionais nas escolas estaduais e municipais.
      O NTE Regional do município de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul
atende às várias escolas em outros municípios, distribuindo-se de maneira que
cada núcleo atende a uma determinada área geográfica aos professores do ensino
fundamental e médio da rede estadual. As escolas atendidas estão sob a jurisdição
deste núcleo intermediado pelas Salas de Tecnologias Educacionais (STE).
Assim, laboratórios de informática foram disponibilizados não somente para os
cursos de capacitação como para sua utilização durante o ensino regular junto aos
alunos.
      Entende-se que o professor, além de buscar por novos conhecimentos que
atendam à demanda profissional, necessita se inserir no mundo digital.
      Neste sentido, foi proposta no ano de 2009 a matrícula dos professores de
uma escola estadual localizada no município de Camapuã-MS, em cursos de
formação continuada através da Plataforma Freire, vinculado ao Programa
Nacional de Informática na Educação (PROINFO).
      O PROINFO é um programa educacional que visa à introdução de TICs na
escola pública como ferramenta de apoio ao processo de ensino e aprendizagem. É
uma iniciativa do Ministério da Educação por meio da Secretaria de Educação a
Distância (SEED/MEC)
          Para se fazer a inscrição na devida plataforma, certos pré-requisitos foram
exigidos e um deles foi o conhecimento básico em informática. No entanto, nem
todos os professores apresentavam este conhecimento pré-estabelecido.


          Assim, em contato com a escola, como professor de STE e responsável por
tais inscrições, senti a necessidade de criar um projeto de formação continuada em
conhecimentos básicos de informática, para que se conseguisse futuramente,
inserir estes professores nos cursos da Plataforma Freire.
18
       A escola e os professores apoiaram a iniciativa e de imediato entrei em
contato com o NTE Regional em busca de apoio na elaboração deste projeto e
fornecimento de materiais para iniciarmos o curso. Continuei com as inscrições
dos professores na referida Plataforma, que se diziam aptos a lidar com as
tecnologias e a participar do curso utilizando o ambiente e-Proinfo de
aprendizagem.
       Foi criado um termo no qual o professor declarava ter os conhecimentos
tecnológicos necessários para participar dos cursos oferecidos e estes se
inscreveram prontamente.
       O quantitativo de professores que se interessou pela inscrição se constituiu
em 22 participantes e deste quantitativo somente 4 professores se inscreveram no
curso introdutório oferecido pela STE.
       O acordo se deu da seguinte forma: seria disponibilizado um computador
da STE para o projeto e o aluno-professor matriculado no curso deveria frequentá-
lo por um período de uma hora dentro do planejamento semanal de suas aulas, já
que muitos não tinham tempo disponível para cursá-lo em horário extraclasse.
       A primeira aula ocorreu normalmente dentro do combinado, mas a partir
da segunda, os 4 professores se ausentaram, alegando que estavam se sentindo
envergonhados e constrangidos em ter que pedir informações juntamente com os
alunos, de outras turmas.
       A STE não tem horário fixo incluso dentro do plano de aulas de cada
professor e dessa forma, tornou-se difícil conciliar o planejamento do professor
com um horário em que a sala se encontrasse ociosa, o que obrigou os professores
a frequentarem a STE em horário comum à ocupação dos alunos.
       Com esse impasse alguns professores se propuseram à procura de uma
escola de informática na cidade para suprir estas necessidades e suas próprias
dificuldades, o que de fato não ocorreu.
       Cabe ressaltar que esses professores pertencem aos anos iniciais do 1º ao
5º ano e no planejamento escolar destas séries consta à disponibilidade de uma
aula por semana na STE. Como temos 6 turmas dos anos iniciais, seis aulas
seriam ofertadas por semana, um quantitativo de horas suficiente para a
capacitação destes. No entanto, o desinteresse foi total e a STE foi ocupada como
19
espaço de lazer e descanso e não como um momento de aprendizagem
diferenciada em que “todos poderiam aprender com todos.” (grifo meu)
       Outro aspecto relevante é a falta de parceria desses professores em relação
aos colegas de outras séries que necessitam ocupar a STE para algumas aulas
extras e este espaço não é cedido, mesmo estando ocioso ou subutilizado.
       Como professor de STE, sinto que precisam ser articuladas ações
juntamente a esses profissionais no sentido de despertar-lhes o interesse pelas
mídias e conscientizá-los que no século em que nos encontramos, nós, professores
precisamos estar integrados às tecnologias existentes e capacitados para seu uso.
     Em reuniões de colegiado junto ao NTE é comum serem apontadas as
dificuldades dos professores responsáveis pelas STEs quanto ao planejamento de
aulas junto aos professores regentes e à conscientização destes professores em
ministrarem suas aulas no laboratório de tecnologias das escolas. Sempre se é
discutido a resistência de uma grande massa em participar destes trabalhos; no
entanto, várias escolas do estado utilizam o planejamento rotativo fixo para
estimular a permanência destes nas STEs. Este planejamento consiste na
determinação de horas-aula disponíveis para cada professor, estabelecida pela
escola e STE, com o objetivo não somente de ocupação das salas, mas a
manutenção de um fluxo constante desta ocupação e planejamento prévio de cada
professor quanto à organização de seus planos de aula.
       O índice de ociosidade das salas é medido a cada semestre pelo NTE
Regional, como forma de se avaliar a aceitação das TICs e também como forma
de se controlar o trabalho do professor na STE.
       Pude observar que estes professores apresentam um excesso de confiança
quanto a não perderem seus empregos caso não sigam algumas determinações ou
sugestões da escola. O que ampara esses profissionais é a posição de pertencerem
ao quadro de funcionários concursados efetivo, será que esta conquista lhes dá o
direito de negligenciar algumas atribuições.
       Para coletar dados mais concretos acerca desta investigação, elaborei um
questionário (Apêndice A), constituído de 12 perguntas fechadas e abertas que
versavam sobre: os conhecimentos básicos sobre as tecnologias utilizadas no
cotidiano escolar e fora deste; acessibilidade; planejamento quanto à utilização
20
das STEs durante as aulas regulares e; fatores que facilitam ou dificultam o
aprendizado através das TICs.
       Este questionário foi aplicado em 22 professores e dentro deste
quantitativo, 16 responderam prontamente e 6 professores se recusaram a
responder alegando que haviam esquecido o instrumento em casa, se abstendo do
compromisso.
       Ao analisar as respostas, pude verificar que o tempo de atuação
profissional dos participantes se encontrava entre 5 a 25 anos, o que não explica o
comportamento daqueles com poucos anos de profissão quanto a estarem à beira
da aposentadoria e se acomodarem ao funcionalismo público como se supunha
anteriormente.
       Quanto à facilidade de acesso a computadores, houve 10 respostas
favoráveis ao seu uso no domicílio e 6 no trabalho, sendo que 8 deles possuem
banda larga e somente dois acessam via rádio.
       Dentre os que acessam a internet em casa, a maior parte faz uso de email e
Orkut semanalmente, e somente 1 nunca o utilizou.
       Ao serem perguntados sobre o uso de tecnologias e seus recursos em sala
de aula, um quantitativo de 7 professores relatou o uso de CD ROM, TV, vídeos,
textos e aulas expositivas em PowerPoint, apesar das dificuldades em montar
aulas no PowerPoint com a utilização de imagens. Outra dificuldade apresentada
por eles foi quanto à instalação do data show, o que deveria ser realizado por uma
equipe de apoio.
       Houve um relato de que para a criação de aulas através das TICs, “há
necessidade de muita pesquisa para se dar uma boa aula” e na maioria das vezes,
“faltam orientações de como utilizar a tecnologia em sala”. (Professor A)
       Segundo Moran (2009, s/p.),

                       Por isso é tão importante dominar ferramentas de busca da
                       informação e saber interpretar o que se escolhe, adaptá-lo ao
                       contexto pessoal e regional e situar cada informação dentro do
                       universo de referências pessoais. Muitos se satisfazem com os
                       primeiros resultados de uma pesquisa. Pensam que basta ler
                       para compreender. A pesquisa é um primeiro passo para
                       entender, comparar, escolher, avaliar, contextualizar, aplicar de
                       alguma forma. Cada vez temos mais informação e não
                       necessariamente mais conhecimento. Quanto mais fácil é achar
                       o que queremos, mais tendemos a acomodar-nos na preguiça
                       dos primeiros resultados, na leitura superficial de alguns
21
                         tópicos, na dispersão das muitas janelas que abrimos
                         simultaneamente.


       Provavelmente, as dificuldades em se pesquisar de forma adequada se dê
pelo grande número de informações advindas da internet o que pode causar uma
grande ansiedade e falta de compreensão do que se lê.
       Quando perguntados sobre a utilização do laboratório/sala de informática
com seus alunos durante o período letivo, 6 responderam uma vez por semana, 4
professores, duas vezes por semana, 3 uma vez na quinzena e 3, uma vez por mês;
dificuldades estas devido ao número reduzido de computadores em relação à
quantidade de alunos das turmas. Esta fala também esteve presente em todas as
respostas dos professores quanto ao fator que tenha dificultado o aprendizado.
       Apesar da maior parte dos respondentes terem relatado utilizar as salas
pelo menos uma vez por semana, pôde-se perceber que os recursos foram
subutilizados.
       Oliveira (2002, p. 36) afirma que:


                         [...] estes recursos tecnológicos, ainda bastante caros para a
                         nossa realidade, estão sendo subutilizados no interior da escola,
                         uma vez que os professores desconhecem as formas de
                         utilização desta tecnologia no processo de ensino e
                         aprendizagem. Esta falta de conhecimento faz com que o
                         trabalho vinculado às TICs seja visto pelos professores como
                         desnecessário e, até em muitos momentos, inútil, chegando,
                         inclusive, a se questionar a validade de sua prática profissional.

       A falta de manutenção dos equipamentos e as dificuldades na busca de
conteúdos que contribuíssem para o segundo ano e séries iniciais foram mais dois
obstáculos apresentados quanto à utilização das salas.

       O fato de alguns professores não saberem utilizar sites de busca para
pesquisas pode dificultar ou causar certa aversão às tecnologias, uma vez que os
alunos já o sabem fazer automaticamente, podendo assim causar certos
constrangimentos por parte dos professores.
       Os sentimentos que estiveram presentes nos alunos durante o processo de
ensino e aprendizagem nos laboratórios foram “satisfação, entusiasmo e alegria.”
(Professores A, B e C)
22
       Quanto aos sentimentos dos professores durante o processo, um relato
chamou a atenção: “Muito bom, desde que a mídia utilizada seja interessante e
faça com que os alunos aprendam de maneira diferente”. (Professor A)
       Não se pode atribuir às tecnologias a responsabilidade da aprendizagem,
cabe ao professor saber mediar este processo.
       Para Moran (2000), com a internet podemos modificar a forma de ensinar
e aprender, mas são muitos os caminhos que dependerão da situação concreta em
que o professor se encontra como o número de alunos, tecnologias disponíveis,
duração das aulas, entre outros quesitos.
       Os fatores que facilitaram o aprendizado foi a navegabilidade; o uso de
ferramentas que os alunos conhecem e que já fazem parte de seu cotidiano;
conteúdos atualizados de total importância para os alunos; motivação na leitura e
escrita promovendo o prazer em estudar e estímulo à participação.
       Para Veiga (2007) [...] “A boa utilização deste na escola é uma ferramenta
para aprendizagem, que pode auxiliar no desenvolvimento de habilidades
intelectuais e cognitivas.” [...], no entanto ensinar no e com o computador só
atinge resultados significativos quando ele está integrado em um contexto
estrutural de mudança do ensino-aprendizagem, onde professores e alunos
vivenciam processos de comunicação abertos, de participação interpessoal e
grupal efetivos.
A esse respeito Eduardo Chaves (2007) pontua que:

                        De um lado estão os que vêem a educação escolar como
                        processo de transmissão de conteúdos informacionais pelos
                        professores aos alunos. O computador é utilizado apenas como
                        máquina de ensinar, ou melhor, como máquina para ajudar o
                        professor                    ensinar                  melhor.
                        Do outro lado estão os que vêem a educação escolar como
                        processo de desenvolvimento pelos alunos, tendo como base o
                        papel desses na construção ou elaboração de sua própria
                        aprendizagem. Os defensores dessa visão acreditam que a
                        escola deva oferecer ambientes favoráveis de aprendizagem
                        para os alunos desenvolverem estruturas cognitivas que se
                        traduzem em competências e habilidades permitindo-lhes
                        sempre aprender. O computador, portanto, dentro dessa visão é
                        utilizado com ferramenta de aprender.



       Aqui fica evidente que são dois pontos diferentes de ver o processo de
ensino e aprendizagem, ainda é possível pensar a educação pela segunda
23
afirmação do autor, que o aluno é aquela pessoa responsável pela sua própria
aprendizagem e dessa forma o professor não é quem ensina mais quem estimula e
facilita a aprendizagem, oferecendo meios estimulantes e que faça sentido para a
compreensão dos alunos.




4. Conclusão
Ser professor não é nada fácil com a avalanche de informações existentes e em
circulação no meio social e escolar.
       O professor de hoje se encontra desafiado e muitas vezes acomodado em
sua prática docente, por lhes faltar alguns conhecimentos que anteriormente não
eram necessários para o exercício de sua profissão. No contexto atual, estes
profissionais se vêem obrigados a acompanhar a linha do tempo quanto à
utilização de TICs e seus recursos, uma vez que seu alunado pertence a uma nova
geração, no entanto não é isto o que tem acontecido..
        Apesar das inovações tecnológicas, a prática pedagógica ainda está
estruturada no contexto de valores culturais do ensino tradicional. Os resultados
demonstraram que muitos professores fazem uso do computador e internet em
suas casas e no trabalho, no entanto não desenvolvem esta prática em sala de aula.
        Moran (2002, p. 41) afirma que:


                       [...] o professor não pode acomodar-se, porque a todo o
                       momento surgem soluções novas e que podem facilitar o
                       trabalho pedagógico. Quanto mais situações diferentes
                       experimentar, melhor estará preparado para vivenciar
                       diferentes papéis, metodologias, projetos pedagógicos,
                       muitos ainda em fase de experimentação.



       Em certos casos os professores até participa dos trabalhos em sala de
tecnologias educacionais, mas faz o possível para não interagir com a maquina, se
parece mais com um espectador do que um professor. Nesse sentido fica muito
difícil esse profissional adquirir conhecimentos dos recursos educativos que essas
ferramentas podem promover em sua prática pedagógica, e a tão sonhada inclusão
digital a cada dia mais longe de acontecer.
24
        As mudanças são necessárias e vão acontecer de qualquer maneira, não
importa se aceitamos ou não, o que fica a impressão é que fazer critica, ou se opor
a elas também não será a melhor maneira para resolver o problema, é preciso,
repensar, articular, negociar, planejar novas maneiras de enfrentar os transtornos
que as mudanças nos trás.

       Nos dias atuais as crianças precisam ser assistidas em todos os momentos,
em casa, na escola em todos os setores sociais, então os conhecimentos de
manuseio de objetos de informação e comunicação serão necessários, pelos pais,
tios, avós, empregadas domésticas, em fim, alguém precisa cuidar de como essas
tecnologias estão sendo utilizadas, pelas crianças, adolescentes, jovens na escola e
em casa.

       Pensando assim, as pessoas que tem dificuldades em manusear esses
objetos de informação e comunicação, precisam começar a interagir com eles o
mais rápido possível por que somente através da interação e manuseio que as
pessoas aprendem a manuseá-los.
25
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em 30/10/2010.
28
Apêndice A – Questionário


Identificação:
Idade:
Tempo de atuação profissional:
Disciplina que leciona:
E-mail:

1) Você tem facilidade de acesso a computadores?
( ) Sim, em casa
( ) Sim, no trabalho
( ) Sim, em Lan Houses
( ) Não

2) O computador que você utiliza tem acesso à internet?
( ) Sim. O acesso é realizado por banda larga
( ) Sim. O acesso é realizado via rádio
( ) Sim. O acesso é realizado por meio de linha telefônica discada
( ) Não

3) Ao acessar a internet, você faz uso com que frequência por semana de cada
recurso abaixo?
E-mail-
Orkut-
Blogs-
MSN-
Skype ou similares-
Sistema de busca (Google ou outros)-

4) Já utilizou mídias em sala de aula?
( ) Vídeo
( ) TV
( ) rádio
( ) fotografias
( ) textos
( ) internet
( ) CD Rom –aulas em Power point
( ) Não



5) Encontra dificuldades em utilizar as mídias no processo de ensino-
aprendizagem?
( ) sim ( ) não Por que? ______________

6) Quais as suas expectativas em relação ao aprendizado através das TICs?

7) Quantas vezes tem utilizado o laboratório/sala de informática com seus alunos
durante o período letivo?
29

(   ) 1 vez por semana
(   ) 2 vezes por semana
(   ) 1 vez ao mês
(   ) 1 vez a cada dois meses
(   ) nunca

8) Quais as dificuldades encontradas quanto à utilização do laboratório/sala de
informática durante as aulas?

9) Em caso de ter utilizado o laboratório/sala de informática, quais os sentimentos
que estiveram presentes em você e nos alunos diante deste processo?

10) Quais os fatores que você considera que tenham facilitado o aprendizado
através das TICs?

11) Quais os fatores que você considera que tenham dificultado o aprendizado
através das TICs?

12) Coloque aqui algum questionamento que você queira acrescentar.

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Resistência dos professores às tecnologias

  • 1. Ivanildo Pereira de Oliveira Os avanços tecnológicos e a resistência de professores Nelly Kazan Sancho Cruz Camapuã-MS. Novembro de 2010
  • 2. Ivanildo Pereira de Oliveira Os avanços tecnológicos e a resistência de professores Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Especialização Tecnologias em Educação como requisito parcial para obtenção de título de Especialista em Tecnologias em Educação Orientador Prof. Nelly Kazan Sancho Cruz Coordenação Central de Educação a Distância Curso de Especialização Tecnologias em Educação Camapuã-MS. Novembro de 2010. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização do autor, do orientador e da universidade.
  • 3. Perfil do aluno Meu nome é Ivanildo Pereira de Oliveira, 46 anos, casado, 4 filhos. Formado em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Pós-Graduado em Tutoria e Planejamento pela mesma universidade. O meu dia é um pouco cheio, no período matutino sou professor de (STE) de escola estadual; no vespertino professor regente efetivo do município de Camapuã-MS e; no noturno, tutor de turma de Pedagogia pela UFMS. Neste ano de 2010 estou concluindo 4 cursos de Especialização Diversidade e Cidadania pela (UFMS), Mídias na Educação (SED-MS), Integral Integrada (UEMS) e Tecnologias em Educação (PUC-RIO).
  • 4. Agradecimentos Aos meus filhos por que eles são a razão maior de tanto empenho em tudo que faço, espero servir de exemplos em suas vidas como pai, professor e estudioso. À minha esposa parceira em todos os momentos, bons ou ruins. Aos meus colegas de curso que de alguma forma contribuíram para chegar até aqui. Aos meus professores que não os conheço, mas os estimo muito por fazer parte da minha história como professor/educador. Aos meus orientadores a distancia, José Ricardo e Claudia Nobre, pela dedicação desenvolvendo um trabalho impar na orientação dos cursistas. Aos meus colegas de trabalho que de alguma forma inspira as minhas produções. À minha orientadora do TCC Nelly Kazan Sancho Cruz que não mediu esforços para orientar as minhas produções.
  • 5. Resumo Este artigo vem debater os avanços tecnológicos e a resistência de professores com relação à inclusão das tecnologias de informação e comunicação em suas práticas pedagógicas as (TICs) nas ultimas décadas, evidenciando para isso o desempenho de alguns profissionais da área. Que não tem dado a atenção devida a esses avanços e a importância que as tecnologias representam para o ensino e aprendizagem neste século. Nesse sentido em busca de entender, quais os motivos que levam os a recusarem capacitações em suas áreas de atuação. A principio temos duas linhas de raciocínio preliminares, que podem justificar esses acontecimentos, insegurança ou desconhecimentos. Então a busca é por autores que ampare teoricamente a pesquisa sobre o tema. O que fica meio implícito nessa questão é que a maioria dos que oferece resistência com relação ao uso das tecnologias são professores efetivos e com vários anos de experiência na educação, esses deveriam utilizar as conquistas da classe a seu favor e não ao contrário. Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação; Resistência às tecnologias; capacitação de professores.
  • 6. SUMÁRIO 1. Introdução ____________________________________________________07 2. Desenvolvimento _______________________________________________09 2.1. As TICs no cotidiano escolar____________________________________09 2.2. A Resistência ao novo _________________________________________ 13 2.3. Relato de Experiência _________________________________________16 Conclusão ______________________________________________________ 23 Referências Bibliográficas _________________________________________25 Apêndice A – Questionário ________________________________________ 28
  • 7. 7 Introdução Ser professor no século XXI não é nada fácil devido ao surgimento acelerado de novas tecnologias e seus recursos. Há tempo atrás se falava da possibilidade do computador ocupar o lugar do homem no seu trabalho, mas após esclarecimentos e à disseminação melhor das informações, este pensamento deixou de existir, nos deixando mais tranquilos com relação a esta situação, em que o professor poderia ser substituído pelo computador. Ramal (2000), afirma que o professor vai ser substituído pelo computador se pensarmos pelo lado competitivo, burocrático e por vezes até acomodado da escola em querer atribuir funções somente à máquina, pois esta saberá transformar as exposições maçantes das aulas tradicionais em aulas multimídias interativas, em hipertextos fascinantes, em telas multicoloridas e interfaces amigáveis em prol da construção do conhecimento. Neste contexto, percebemos que o professor não será substituído pela máquina, mas terá que aprender a lidar/interagir com este recurso. O professor não deve cair na “mesmice” ou ser tachado como o professor que ficou parado no tempo; necessita se planejar, se atualizar e se tornar um educador qualificado a lidar com as tecnologias, visando à melhoria de sua prática docente. Isto não significa que os professores que não utilizam as tecnologias serão retrógrados, mas necessitam acompanhar o novo contexto da cultura contemporânea, desta atualidade sociotécnica informacional e comunicacional em que estamos inseridos. (grifo meu) Moran (s/d) diz que: [...] há professores que inconscientemente fazem o mínimo possível para utilizar a tecnologia, no máximo usam o Word. Eles não usam técnicas de pesquisa ou de apresentação mais avançadas em sala de aula, nem trabalham com criação de páginas. Então, há uma parte dos professores de escolas particulares que, mesmo tendo laboratórios e acesso à Internet, resistem a métodos que não sejam tradicionais. Assim, percebe-se que há professores resistentes ao uso das tecnologias, mas há os que as utilizam em seus planos de aula; no entanto de forma indevida solicitando aos alunos cópias de conteúdos da internet; cópias literais de uma mesma página a serem transportadas para o caderno de notas, subutilizando o
  • 8. 8 computador como se fosse um livro que permitisse apenas uma leitura linear, sem qualquer hipertextualidade. Moran (1994, s/p) ainda afirma que: A escola precisa repensar urgentemente a sua relação com os meios de comunicação, deixando de ignorá-los ou considerá-los inimigos. A escola também não pode pensar em imitá-los, porque nos meios predomina a função lúdica, de entretenimento, não somente a de organização da compreensão do mundo e das atitudes [...]; pode utilizá-los como motivação do conteúdo de ensino, como ponto de partida mais dinâmico e interessante diante de um novo assunto a ser estudado. Nesse sentido, fica clara a preocupação em torno da educação quanto ao uso das tecnologias e da prática pedagógica; não somente a escola em si necessita repensar sua relação com as novas tecnologias, ou melhor, com o uso das diversas mídias, mas principalmente, os professores que tanto relutam em não aprender a lidar com estes recursos e se mostram totalmente contrários aos mesmos. Vivenciamos uma nova era e não podemos ficar alheios ao surgimento de inovações tecnológicas. Compreender a atual situação no contexto escolar e conhecer as concepções pedagógicas quanto ao uso das tecnologias se faz necessário. Assim, surge o seguinte questionamento: Qual o motivo da resistência dos professores em utilizarem as mídias em seu cotidiano escolar? Este estudo visa investigar as principais dimensões desta resistência em uma escola da rede pública, ha qual estou inserido como professor da sala de tecnologias educacionais (STE). A STE visa oferecer suporte aos professores regentes quanto ao planejamento de suas aulas e desenvolvimento das atividades, estimulando-os a utilizarem as salas em busca de recursos que possam potencializar sua prática pedagógica; no entanto, muitos professores não as têm utilizado a contento e sempre encontra alguns obstáculos para não participar dos trabalhos em STE, transparecendo que não pretendem frequentá-las. Torna-se preocupante, essa grande resistência pela maior parte dos professores e geralmente, isto tem ocorrido mais por parte daqueles que são efetivos e com vasta experiência em educação do que os novatos. Não se sabe
  • 9. 9 ainda se pelo fato de ser efetivo o faz pensar que não precisa mais estar investindo em sua carreira, ou por ter se acomodado por estar perto da aposentadoria. Barros (2008) afirma que: O mais importante é ter a mente aberta ao novo. Não como modismo, mas como meio de achar meios para cumprir melhor a missão dos educadores, buscando formas de ampliar o acesso de jovens e adultos à educação, quer na forma do ensino regular formal, quer como educação continuada ou educação permanente. Melhor ainda se essa ampliação das oportunidades de acesso estiver acompanhada da elevação da qualidade da educação. Neste contexto, esta pesquisa reveste-se de relevância acadêmica por buscar subsídios que estimulem a atuação do professor nos laboratórios de informática como sujeitos ativos do processo de ensino e aprendizagem, buscando metodologias inovadoras e prazerosas de trabalho de forma a inseri-lo neste novo contexto sócio-cultural. 2. Desenvolvimento Este capítulo aborda a temática das tecnologias da informação e comunicação (TICs) no cotidiano escolar à luz dos teóricos Lévy (1993, 2003, 2005), Demo (2007), Moran (2004) entre outros autores focando a resistência dos professores quanto ao uso das novas tecnologias, direcionada ao relato de uma experiência. 2.1 As TICs no cotidiano escolar. O professor não precisa ser um especialista em computadores, mas precisa ter conhecimentos necessários que possam facilitar o manuseio dos recursos que estes oferecem. Esta habilidade se torna obrigatória nos dias atuais, até por que se o aluno percebe que o professor não tem conhecimentos básicos para lidar com estes recursos, poderá perder o incentivo para o uso dos mesmos durante as aulas. Demo (2007) faz o seguinte comentário: A escola está distante dos desafios do século XX. O fato é que quando as crianças de hoje forem para o mercado, elas terão de usar computadores, e a escola não usa. Algumas crianças têm acesso à tecnologia e se desenvolvem de uma maneira diferente - gostam menos ainda da escola porque acham que aprendem
  • 10. 10 melhor na internet. As novas alfabetizações estão entrando em cena, e o Brasil não está dando muita importância a isso – estamos encalhados no processo do ler, escrever e contar. O computador e a internet já fazem parte do cotidiano e devem ser compreendidos como elementos potencializadores da mediação pedagógica. Essa falta de conhecimento de alguns professores pode interferir no índice de aprendizagem dos alunos, pois um professor com vastos conhecimentos tecnológicos pode desenvolver projetos envolvendo as mídias em diversas áreas do conhecimento, estimulando os alunos a participarem mais ativamente. Demo (2007) ainda relata que a escola utiliza a linguagem de Gutenberg de 600 anos atrás e a sociedade da informação e comunicação exige mudanças que devem ser retomadas pelo professor. Não basta a escola sofrer transformações; o professor é figura fundamental e jamais será substituído pelas tecnologias. Muito se discute sobre o analfabetismo funcionante, mas o indivíduo que não detém os conhecimentos tecnológicos é denominado de analfabites, e o que menos se espera nesta era digital é um grande número de professores categorizados como analfabites; eles necessitam se capacitar para lidar com essas inovações. Esta nova era não mais permite que o professor mantenha uma prática tradicional de ensino engessada no “falar-ditar do mestre”, se comportando como o dono do saber. O ciclo de inovação segue uma dinâmica que se dá de forma descentralizada; as informações convergem em várias direções e assim professores e alunos dialogam, criam, trocam experiências e agregam valores à construção do conhecimento. Silva (2002) e Demo (2007) afirmam que com a utilização da internet e das novas tecnologias, o professor e o aluno ganham novas possibilidades capazes de ampliar significativamente suas autorias; os alunos trocam informações entre si e muitas vezes a escola se abstém desta situação; no entanto não há como nos afastar, pois “a tecnologia vai se implantar aqui ‘conosco’ ou sem ‘nosco’ Seguindo esse raciocínio, não há como fugir dos avanços tecnológicos; esses vão acontecer com ou sem a nossa permissão; as tecnologias estão em toda parte, invadindo todos os espaços sociais; estão presentes nas coisas mais simples que utilizamos como o giz, a caneta, o lápis, a borracha, o quadro negro, o
  • 11. 11 telefone, televisão, entre outros. Mesmo sem querer todos já fazem uso de tecnologias na prática diária. E como tudo tem seu tempo, sua onda, ou moda; “ou você está dentro ou está fora”. No momento, as tecnologias estão mandando no mercado e é importante que o professor saiba integrar as dinâmicas de sua prática docente a toda esta inovação; que possibilite a convergência de mídias em seu planejamento e explore suas potencialidades comunicativas e interativas. Lévy (1993, p. 40) diz que: [...] quanto mais ativamente uma pessoa participa da aquisição de um conhecimento, mais irá integrar e reter o que aprender. Ora a multimídia interativa, graças a sua dimensão não reticular ou não linear, favorece uma atitude exploratória, ou mesmo lúdica, face ao material a ser assimilado. Sob esta perspectiva, fica clara a necessidade de mudanças paradigmáticas quanto à postura do professor. Este professor não é mais aquela pessoa que sabe tudo e que detém todos os conhecimentos; o professor do século XXI é um mediador do processo de ensino e aprendizagem, e assim, precisa entender que os seus alunos são pessoas pensantes e detentoras de muitos conhecimentos, trazendo consigo muita bagagem cultural e tecnológica. A educação é capaz de transformar a sociedade e por isso, deve estar à frente do processo de mudanças. O conhecimento não pode ser depositado no aluno como se este fosse um receptáculo de informações. O conhecimento deve ser construído através de um processo de interação entre professor e aluno. Assim, as TICs podem contribuir para criar um ambiente de aprendizagem no qual a criatividade e a participação colaborativa ganham merecido espaço. Segundo Silva (2003, p. 52), a pedagogia da transmissão enfrentou diversos críticos, mas pouco se modificou em sala de aula. “Os críticos da sala de aula questionaram o professor guardião e transmissor da cultura; questionaram o modelo de transmissão de conteúdo e de valores para memorização e repetição”. O mesmo autor (ibid) ainda afirma que a educação via internet vem se apresentando como grande desafio para o professor acostumado ao modelo clássico de ensino. Enquanto a sala de aula tradicional está vinculada ao modelo “um-todos”, separando emissão e recepção passiva, a sala de aula atual está
  • 12. 12 inserida na perspectiva da interatividade entendida como colaboração “todos- todos”. A colaboração “todos-todos” que Silva preconiza nos remete à participação colaborativa em que as informações são circuladas de forma multidirecional, resultando em uma mobilização de competências com o objetivo de enriquecimento mútuo das pessoas em um trabalho coletivo. Assim, o computador e a internet podem fazer a diferença no âmbito escolar, pois estes instrumentos nos permitem pesquisar, ter acesso a várias bibliotecas online, trocar informações e experiências, além de diminuir os espaços e aproximar as pessoas, principalmente alunos-alunos e alunos-professores. Levy (2003, p.15) afirma que: Nas sociedades orais, as mensagens discursivas são sempre recebidas no mesmo contexto em que são produzidas [...] e a cibercultura leva a co-presença das mensagens de volta a seu contexto, mas em uma escala universal por meio da interconexão das mensagens entre si, por vinculação permanente com as comunidades virtuais em criação, que lhe dão sentidos variados em uma renovação permanente. As inovações seguem a dinâmica de uma nova cultura, a cibercultura que se dá em redes, de forma descentralizada e em um curto espaço de tempo, surgindo a possibilidade de aluno e professor caminharem rumo a uma rede de inteligência coletiva1, na qual as mensagens se vinculam permanentemente no sentido não linear, possibilitando as trocas e criação de novas comunidades nesse universo(LÉVY, 2005). Valendo-se da participação colaborativa e inteligência coletiva preconizadas por Lévy (2003, 2005), percebe-se que o conhecimento se constrói por meio da interconexão e interação, dando sentido a um trabalho em que todos criam e co-criam e as TICs são capazes de potencializar este processo. Muitas instituições públicas de ensino vêm evoluindo e acompanhando as mudanças deste novo século. As salas de informática e as diversas tecnologias 1 A inteligência coletiva apresenta como objetivo o enriquecimento mútuo das pessoas em um trabalho coletivo, onde os saberes, as imaginações, as energias espirituais dos que estão conectados no ciberespaço sofrem um sinergismo (LEVY, 2005, p. 131).
  • 13. 13 estão sendo disponibilizadas aos alunos, contribuindo assim com a inclusão digital não somente destes, mas principalmente com a inclusão dos professores. Belloni (2006, s/p.) diz que: Foi possível observar também que o uso das TIC propicia uma significativa facilitação do processo de aprendizagem, da escrita, particularmente os aspectos relacionados à motricidade, minimizando as dificuldades decorrentes do uso do lápis e da borracha, erros e rasuras, percebidos como fracassos pela criança, sancionados pela escola, e que muitas vezes podem provocar bloqueios graves em crianças muito desfavorecidas. Isto significa que o uso pedagógico (como o uso domiciliar de função puramente lúdica) das TICs pode favorecer significativamente o processo cognitivo de aquisição do código da leitura. Sob este contexto, as TICs podem potencializar este processo de cognição, pois a educação cognitiva visa o desenvolvimento emocional dos alunos, maximizando a capacidade de aprender a aprender, de aprender a pensar e a refletir, estudar e a de comunicar, muito mais do que memorizar e reproduzir informação. Segundo Moran (2004), a educação já não pode ser pensada como antigamente; a pratica pedagógica precisa ser repensada; “ hoje a sala de aula é um ponto de partida e um ponto de chegada, um espaço importante que se combina com outros espaços para ampliar as possibilidades de atividades de aprendizagem” . Assim, o professor necessita aprender a gerenciar os vários espaços e recursos e a integrá-los de forma significativa e não criar resistência às inovações tecnológicas. 2.2. A Resistência ao novo A todo o momento ouvimos alguém dizendo que precisamos mudar, evoluir; às vezes até tentamos, mas por que será que é tão difícil adquirir essa consciência de mudança? Por que será que as crianças têm mais facilidade em adaptar as mudanças do que os adultos?
  • 14. 14 As crianças de hoje, já nascem expostas a uma enormidade de informações, às novas tecnologias; já fazem parte de uma nova geração inserida na “era digital”, estes são os nativos digitais. Os atuais professores não pertencem a esta geração, mas são considerados imigrantes digitais, pessoas que nasceram antes destas inovações tecnológicas e que necessitam desenvolver habilidades para lidarem com esses avanços. Muitos destes imigrantes tentam se inserir neste novo contexto, mas há aqueles que ainda resistem. Para Lemes (2009), a explicação para a resistência do uso das TICs por parte dos docentes é primeiramente, não ter conhecimento sobre as mesmas; o segundo fator é o receio de não dominar essa nova linguagem, tão comum aos nativos digitais; e em terceiro, a falta de um planejamento de ações voltadas para o processo de ensino-aprendizagem com ferramentas tecnológicas. Assim, o uso destes recursos se torna irrelevante se empregado para servir de apoio pedagógico e reproduzir a prática exercida em uma sala de aula tradicional. É preciso dar oportunidade ao professor de se apropriar do domínio da tecnologia, analisando suas potencialidades e limitações. Dawes (1999, apud CARBONI, s/d) afirma que o fornecimento de hardware necessário não somente para os laboratórios, mas para utilização e familiarização dos professores com os equipamentos pode mudar a opinião destes quanto à resistência às TICs em sala de aula e esta resistência muita das vezes é atribuída ao fato de que os alunos têm maior conhecimento sobre o equipamento do que o próprio professor, mesmo não sendo nativos digitais. Neste sentido, não se pode perder tempo quanto à capacitação de docentes para o uso das TICs.Quanto mais tempo se perde, mais o professor se distancia dos alunos e dos conhecimentos necessários à uma prática pedagógica coerente com o que se espera no momento. Segundo Demo (2009, p.96) Na situação atual, o terreno está marcado pela resistência ou ausência tecnológica, tendo em vista que a pedagogia ainda não percebeu o desafio ou é induzida a não percebê-lo. Em muitos cursos existem iniciativas aproximadas, como educação a
  • 15. 15 distância, informática educativa, uso das TICs etc., mas, em geral, uma visão instrucionista, o que leva a propor as novas tecnologias como recurso para aprimorar a didática tradicional. No entanto, o domínio instrumental de uma tecnologia é insuficiente para que o professor possa compreender seus modos de produção de forma a incorporá-la na prática. É preciso criar situações de formação contextualizada para que os professores possam utilizar as tecnologias em situações de aprendizagem, interagindo com os seus pares em prol da construção coletiva do conhecimento. Os alunos de hoje frequentam as escolas já trazendo conhecimentos adquiridos no próprio contexto cultural em que vivem; os alunos dos anos vindouros virão com estes somados a outros que estão por vir e, não há como dicotomizar uma educação de outra porque todo o processo é fruto de avanços ocorridos em âmbitos sociais. A esse respeito Damasceno (s/d) diz que: Sabemos que essas ferramentas vêm a facilitar a forma do trabalho dentro e fora das escolas, o que não quer dizer que essa facilidade seja vista por todos com bons olhos, pois, há uma grande quantidade de profissionais da educação, principalmente professores, que não aceitam as novas tecnológicas como instrumento transformador na sua prática pedagógica. Essa rejeição muitas vezes se dá devido à falta de conhecimento, por parte desses, sobre a forma como utilizá-las para adquirir praticidade no processo de ensino-aprendizagem. Se as novas tecnologias educacionais não são usadas torna cada vez mais difícil o processo de inclusão digital tão discutido e esperado. O que não quer dizer que o uso desordenado dessas tecnologias será bem aproveitado, pois o que importa é saber usar-las e não apenas usá-las. A proposta de educação para os professores atuante nesse momento é bem definida com relação aos avanços ocorridos com as TICs e com as proposta de inclusão digital das escolas publicas pelo MEC, as TICs vem ampliando os aspectos metodológicos, demonstrando maior apoio a esse professor para desenvolver estratégias de apresentação e articulação de conteúdos. Damasceno (s/d) enfatiza que: O educador precisa ser flexível, paciente ou crítico naquilo que se propõe fazer e ser. Esse mesmo compromisso deve assumir ao orientar seus alunos para a vida. [...] Assim também deve acumular
  • 16. 16 conhecimentos de modo que venha atender às exigências que a vida pode estar propondo futuramente. Ainda segundo Damasceno [...] ‘A resistência à aquisição de novos conhecimentos é um fator negativo no processo de formação cultural intelectual do individuo na relação ensino-aprendizagem. Assim, como enfrentar os novos desafios? Como mostrar para seus alunos os caminhos da inclusão e participação social? A esse respeito Reis (s/d) diz que: “Assim, não somente o professor, mas a escola como todo precisa assumir um papel de facilitador”. E que o processo de incorporação das tecnologias requer cuidados a esse respeito Reis confirma “[...] incorporando as tecnologias, requer cuidado com a formação inicial e continuada do professor”. Esse é um ponto relevante dentro do processo, é necessário oferecer capacitações aos professores, mas por outro lado esse precisa estar aberto para as mudanças e evoluções ocorridas em seu meio social, aceitando assim a aprender a manusear novos objetos que lhes trarão novas metodologias de ensino. 2.3. Relato de Experiência A mediação pedagógica é vista como um aspecto fundamental para dar sentido à educação e se constitui em um movimento de relações que permitem a recriação de estratégias para que o aluno possa atribuir sentido naquilo que se está aprendendo. Portanto, a mediação demanda do professor abertura para aprender, ter flexibilidade e assumir uma postura reflexiva para rever constantemente a sua prática. (PRADO E MARTINS, s/d) Às vezes precisamos parar e analisar a própria prática, repensar as nossas ações dentro das possibilidades de se planejar dentro de uma perspectiva inovadora e coerente, de forma compromissada e articulada acompanhando as mudanças da própria época. No entanto, nem todos os professores estão abertos à ressignificação de sua prática e assim, pensando-se na possibilidade de reflexão e mudanças no planejamento das escolas da rede estadual de ensino, foi criado em 2002, o Portal do EducaRede pela telefônica no Brasil. À partir desse momento começou-se a
  • 17. 17 pensar e a planejar cursos de capacitações para o uso de tecnologias digitais na prática pedagógica Dessas parcerias sugiram os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), órgãos jurisdicionados pela Secretaria de Estado de Educação (SED), do Mato Grosso do Sul, com a finalidade de organizar ações visando à capacitação destes professores, além de fornecer o suporte necessário à utilização das tecnologias educacionais nas escolas estaduais e municipais. O NTE Regional do município de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul atende às várias escolas em outros municípios, distribuindo-se de maneira que cada núcleo atende a uma determinada área geográfica aos professores do ensino fundamental e médio da rede estadual. As escolas atendidas estão sob a jurisdição deste núcleo intermediado pelas Salas de Tecnologias Educacionais (STE). Assim, laboratórios de informática foram disponibilizados não somente para os cursos de capacitação como para sua utilização durante o ensino regular junto aos alunos. Entende-se que o professor, além de buscar por novos conhecimentos que atendam à demanda profissional, necessita se inserir no mundo digital. Neste sentido, foi proposta no ano de 2009 a matrícula dos professores de uma escola estadual localizada no município de Camapuã-MS, em cursos de formação continuada através da Plataforma Freire, vinculado ao Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO). O PROINFO é um programa educacional que visa à introdução de TICs na escola pública como ferramenta de apoio ao processo de ensino e aprendizagem. É uma iniciativa do Ministério da Educação por meio da Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC) Para se fazer a inscrição na devida plataforma, certos pré-requisitos foram exigidos e um deles foi o conhecimento básico em informática. No entanto, nem todos os professores apresentavam este conhecimento pré-estabelecido. Assim, em contato com a escola, como professor de STE e responsável por tais inscrições, senti a necessidade de criar um projeto de formação continuada em conhecimentos básicos de informática, para que se conseguisse futuramente, inserir estes professores nos cursos da Plataforma Freire.
  • 18. 18 A escola e os professores apoiaram a iniciativa e de imediato entrei em contato com o NTE Regional em busca de apoio na elaboração deste projeto e fornecimento de materiais para iniciarmos o curso. Continuei com as inscrições dos professores na referida Plataforma, que se diziam aptos a lidar com as tecnologias e a participar do curso utilizando o ambiente e-Proinfo de aprendizagem. Foi criado um termo no qual o professor declarava ter os conhecimentos tecnológicos necessários para participar dos cursos oferecidos e estes se inscreveram prontamente. O quantitativo de professores que se interessou pela inscrição se constituiu em 22 participantes e deste quantitativo somente 4 professores se inscreveram no curso introdutório oferecido pela STE. O acordo se deu da seguinte forma: seria disponibilizado um computador da STE para o projeto e o aluno-professor matriculado no curso deveria frequentá- lo por um período de uma hora dentro do planejamento semanal de suas aulas, já que muitos não tinham tempo disponível para cursá-lo em horário extraclasse. A primeira aula ocorreu normalmente dentro do combinado, mas a partir da segunda, os 4 professores se ausentaram, alegando que estavam se sentindo envergonhados e constrangidos em ter que pedir informações juntamente com os alunos, de outras turmas. A STE não tem horário fixo incluso dentro do plano de aulas de cada professor e dessa forma, tornou-se difícil conciliar o planejamento do professor com um horário em que a sala se encontrasse ociosa, o que obrigou os professores a frequentarem a STE em horário comum à ocupação dos alunos. Com esse impasse alguns professores se propuseram à procura de uma escola de informática na cidade para suprir estas necessidades e suas próprias dificuldades, o que de fato não ocorreu. Cabe ressaltar que esses professores pertencem aos anos iniciais do 1º ao 5º ano e no planejamento escolar destas séries consta à disponibilidade de uma aula por semana na STE. Como temos 6 turmas dos anos iniciais, seis aulas seriam ofertadas por semana, um quantitativo de horas suficiente para a capacitação destes. No entanto, o desinteresse foi total e a STE foi ocupada como
  • 19. 19 espaço de lazer e descanso e não como um momento de aprendizagem diferenciada em que “todos poderiam aprender com todos.” (grifo meu) Outro aspecto relevante é a falta de parceria desses professores em relação aos colegas de outras séries que necessitam ocupar a STE para algumas aulas extras e este espaço não é cedido, mesmo estando ocioso ou subutilizado. Como professor de STE, sinto que precisam ser articuladas ações juntamente a esses profissionais no sentido de despertar-lhes o interesse pelas mídias e conscientizá-los que no século em que nos encontramos, nós, professores precisamos estar integrados às tecnologias existentes e capacitados para seu uso. Em reuniões de colegiado junto ao NTE é comum serem apontadas as dificuldades dos professores responsáveis pelas STEs quanto ao planejamento de aulas junto aos professores regentes e à conscientização destes professores em ministrarem suas aulas no laboratório de tecnologias das escolas. Sempre se é discutido a resistência de uma grande massa em participar destes trabalhos; no entanto, várias escolas do estado utilizam o planejamento rotativo fixo para estimular a permanência destes nas STEs. Este planejamento consiste na determinação de horas-aula disponíveis para cada professor, estabelecida pela escola e STE, com o objetivo não somente de ocupação das salas, mas a manutenção de um fluxo constante desta ocupação e planejamento prévio de cada professor quanto à organização de seus planos de aula. O índice de ociosidade das salas é medido a cada semestre pelo NTE Regional, como forma de se avaliar a aceitação das TICs e também como forma de se controlar o trabalho do professor na STE. Pude observar que estes professores apresentam um excesso de confiança quanto a não perderem seus empregos caso não sigam algumas determinações ou sugestões da escola. O que ampara esses profissionais é a posição de pertencerem ao quadro de funcionários concursados efetivo, será que esta conquista lhes dá o direito de negligenciar algumas atribuições. Para coletar dados mais concretos acerca desta investigação, elaborei um questionário (Apêndice A), constituído de 12 perguntas fechadas e abertas que versavam sobre: os conhecimentos básicos sobre as tecnologias utilizadas no cotidiano escolar e fora deste; acessibilidade; planejamento quanto à utilização
  • 20. 20 das STEs durante as aulas regulares e; fatores que facilitam ou dificultam o aprendizado através das TICs. Este questionário foi aplicado em 22 professores e dentro deste quantitativo, 16 responderam prontamente e 6 professores se recusaram a responder alegando que haviam esquecido o instrumento em casa, se abstendo do compromisso. Ao analisar as respostas, pude verificar que o tempo de atuação profissional dos participantes se encontrava entre 5 a 25 anos, o que não explica o comportamento daqueles com poucos anos de profissão quanto a estarem à beira da aposentadoria e se acomodarem ao funcionalismo público como se supunha anteriormente. Quanto à facilidade de acesso a computadores, houve 10 respostas favoráveis ao seu uso no domicílio e 6 no trabalho, sendo que 8 deles possuem banda larga e somente dois acessam via rádio. Dentre os que acessam a internet em casa, a maior parte faz uso de email e Orkut semanalmente, e somente 1 nunca o utilizou. Ao serem perguntados sobre o uso de tecnologias e seus recursos em sala de aula, um quantitativo de 7 professores relatou o uso de CD ROM, TV, vídeos, textos e aulas expositivas em PowerPoint, apesar das dificuldades em montar aulas no PowerPoint com a utilização de imagens. Outra dificuldade apresentada por eles foi quanto à instalação do data show, o que deveria ser realizado por uma equipe de apoio. Houve um relato de que para a criação de aulas através das TICs, “há necessidade de muita pesquisa para se dar uma boa aula” e na maioria das vezes, “faltam orientações de como utilizar a tecnologia em sala”. (Professor A) Segundo Moran (2009, s/p.), Por isso é tão importante dominar ferramentas de busca da informação e saber interpretar o que se escolhe, adaptá-lo ao contexto pessoal e regional e situar cada informação dentro do universo de referências pessoais. Muitos se satisfazem com os primeiros resultados de uma pesquisa. Pensam que basta ler para compreender. A pesquisa é um primeiro passo para entender, comparar, escolher, avaliar, contextualizar, aplicar de alguma forma. Cada vez temos mais informação e não necessariamente mais conhecimento. Quanto mais fácil é achar o que queremos, mais tendemos a acomodar-nos na preguiça dos primeiros resultados, na leitura superficial de alguns
  • 21. 21 tópicos, na dispersão das muitas janelas que abrimos simultaneamente. Provavelmente, as dificuldades em se pesquisar de forma adequada se dê pelo grande número de informações advindas da internet o que pode causar uma grande ansiedade e falta de compreensão do que se lê. Quando perguntados sobre a utilização do laboratório/sala de informática com seus alunos durante o período letivo, 6 responderam uma vez por semana, 4 professores, duas vezes por semana, 3 uma vez na quinzena e 3, uma vez por mês; dificuldades estas devido ao número reduzido de computadores em relação à quantidade de alunos das turmas. Esta fala também esteve presente em todas as respostas dos professores quanto ao fator que tenha dificultado o aprendizado. Apesar da maior parte dos respondentes terem relatado utilizar as salas pelo menos uma vez por semana, pôde-se perceber que os recursos foram subutilizados. Oliveira (2002, p. 36) afirma que: [...] estes recursos tecnológicos, ainda bastante caros para a nossa realidade, estão sendo subutilizados no interior da escola, uma vez que os professores desconhecem as formas de utilização desta tecnologia no processo de ensino e aprendizagem. Esta falta de conhecimento faz com que o trabalho vinculado às TICs seja visto pelos professores como desnecessário e, até em muitos momentos, inútil, chegando, inclusive, a se questionar a validade de sua prática profissional. A falta de manutenção dos equipamentos e as dificuldades na busca de conteúdos que contribuíssem para o segundo ano e séries iniciais foram mais dois obstáculos apresentados quanto à utilização das salas. O fato de alguns professores não saberem utilizar sites de busca para pesquisas pode dificultar ou causar certa aversão às tecnologias, uma vez que os alunos já o sabem fazer automaticamente, podendo assim causar certos constrangimentos por parte dos professores. Os sentimentos que estiveram presentes nos alunos durante o processo de ensino e aprendizagem nos laboratórios foram “satisfação, entusiasmo e alegria.” (Professores A, B e C)
  • 22. 22 Quanto aos sentimentos dos professores durante o processo, um relato chamou a atenção: “Muito bom, desde que a mídia utilizada seja interessante e faça com que os alunos aprendam de maneira diferente”. (Professor A) Não se pode atribuir às tecnologias a responsabilidade da aprendizagem, cabe ao professor saber mediar este processo. Para Moran (2000), com a internet podemos modificar a forma de ensinar e aprender, mas são muitos os caminhos que dependerão da situação concreta em que o professor se encontra como o número de alunos, tecnologias disponíveis, duração das aulas, entre outros quesitos. Os fatores que facilitaram o aprendizado foi a navegabilidade; o uso de ferramentas que os alunos conhecem e que já fazem parte de seu cotidiano; conteúdos atualizados de total importância para os alunos; motivação na leitura e escrita promovendo o prazer em estudar e estímulo à participação. Para Veiga (2007) [...] “A boa utilização deste na escola é uma ferramenta para aprendizagem, que pode auxiliar no desenvolvimento de habilidades intelectuais e cognitivas.” [...], no entanto ensinar no e com o computador só atinge resultados significativos quando ele está integrado em um contexto estrutural de mudança do ensino-aprendizagem, onde professores e alunos vivenciam processos de comunicação abertos, de participação interpessoal e grupal efetivos. A esse respeito Eduardo Chaves (2007) pontua que: De um lado estão os que vêem a educação escolar como processo de transmissão de conteúdos informacionais pelos professores aos alunos. O computador é utilizado apenas como máquina de ensinar, ou melhor, como máquina para ajudar o professor ensinar melhor. Do outro lado estão os que vêem a educação escolar como processo de desenvolvimento pelos alunos, tendo como base o papel desses na construção ou elaboração de sua própria aprendizagem. Os defensores dessa visão acreditam que a escola deva oferecer ambientes favoráveis de aprendizagem para os alunos desenvolverem estruturas cognitivas que se traduzem em competências e habilidades permitindo-lhes sempre aprender. O computador, portanto, dentro dessa visão é utilizado com ferramenta de aprender. Aqui fica evidente que são dois pontos diferentes de ver o processo de ensino e aprendizagem, ainda é possível pensar a educação pela segunda
  • 23. 23 afirmação do autor, que o aluno é aquela pessoa responsável pela sua própria aprendizagem e dessa forma o professor não é quem ensina mais quem estimula e facilita a aprendizagem, oferecendo meios estimulantes e que faça sentido para a compreensão dos alunos. 4. Conclusão Ser professor não é nada fácil com a avalanche de informações existentes e em circulação no meio social e escolar. O professor de hoje se encontra desafiado e muitas vezes acomodado em sua prática docente, por lhes faltar alguns conhecimentos que anteriormente não eram necessários para o exercício de sua profissão. No contexto atual, estes profissionais se vêem obrigados a acompanhar a linha do tempo quanto à utilização de TICs e seus recursos, uma vez que seu alunado pertence a uma nova geração, no entanto não é isto o que tem acontecido.. Apesar das inovações tecnológicas, a prática pedagógica ainda está estruturada no contexto de valores culturais do ensino tradicional. Os resultados demonstraram que muitos professores fazem uso do computador e internet em suas casas e no trabalho, no entanto não desenvolvem esta prática em sala de aula. Moran (2002, p. 41) afirma que: [...] o professor não pode acomodar-se, porque a todo o momento surgem soluções novas e que podem facilitar o trabalho pedagógico. Quanto mais situações diferentes experimentar, melhor estará preparado para vivenciar diferentes papéis, metodologias, projetos pedagógicos, muitos ainda em fase de experimentação. Em certos casos os professores até participa dos trabalhos em sala de tecnologias educacionais, mas faz o possível para não interagir com a maquina, se parece mais com um espectador do que um professor. Nesse sentido fica muito difícil esse profissional adquirir conhecimentos dos recursos educativos que essas ferramentas podem promover em sua prática pedagógica, e a tão sonhada inclusão digital a cada dia mais longe de acontecer.
  • 24. 24 As mudanças são necessárias e vão acontecer de qualquer maneira, não importa se aceitamos ou não, o que fica a impressão é que fazer critica, ou se opor a elas também não será a melhor maneira para resolver o problema, é preciso, repensar, articular, negociar, planejar novas maneiras de enfrentar os transtornos que as mudanças nos trás. Nos dias atuais as crianças precisam ser assistidas em todos os momentos, em casa, na escola em todos os setores sociais, então os conhecimentos de manuseio de objetos de informação e comunicação serão necessários, pelos pais, tios, avós, empregadas domésticas, em fim, alguém precisa cuidar de como essas tecnologias estão sendo utilizadas, pelas crianças, adolescentes, jovens na escola e em casa. Pensando assim, as pessoas que tem dificuldades em manusear esses objetos de informação e comunicação, precisam começar a interagir com eles o mais rápido possível por que somente através da interação e manuseio que as pessoas aprendem a manuseá-los.
  • 25. 25 Referências: BAFFI, M. A. T. Petrópolis, 2002. O planejamento em educação: Revisando conceitos para mudar concepções e práticas. Disponível em: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/fundam02.htm acesso 30 out. 2010. BARROS, I. As inovações tecnológicas a serviço da educação. Disponível em: http://nteitaperuna.blogspot.com/2008/05/as-inovaes-tecnolgicas-servio-da- educao.html acesso em 30/10/2010. BELLONI, M. L.(2006) Crianças e TIC: aprendizagem autodidaxia e colaboração. Disponível em: http://www.comunic.ufsc.br/relatos_pesquisa/cong_crian_uminho.pdf acesso em 30/10/2010 CARBONI, I. F. Um estudo sobre a concepção dos professores quanto ao uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) no ensino. Disponível em http://www.unibero.edu.br/download/revistaeletronica/Mar06_Artigos/UM%20E STUDO_INFORMATICA_REV.pdf acesso em 30/10/2010. CHAVES, E. Pedagogia e Tecnologia. O professor e a tecnologia: um encontro possível com a filosofia. Disponível em: http://pedtec.blogspot.com/2007/05/o-professor-e-tecnologia-um- encontro_06.html acesso em 30/10/2010 DAMASCENO, R. J. A. A Resistência do professor diante das Novas Tecnologias. Disponível em: http://www.meuartigo.brasilescola.com/educacao/a- resistencia-professor-diante-das-novas-tecnologias.htm acesso em 30/10/2010. DEMO, P. Dia-a-dia Educação – Escola Pedro Demo aborda os desafios da linguagem no século XXI Escola 2008. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/escola/modules/noticias/article.php ?storyid=316 acesso em: 30/10/ 2010. ________. Os desafios da linguagem do século XXI. Disponível em: http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod83213/cpweb1.html acesso em 30/10/2010.
  • 26. 26 LEMES, C. T. O uso das Tics na educação. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/30303/1/O-Uso-das-Tics-na-Educacao- Artigo/pagina1.html#ixzz13VxPHrTW acesso em 30/10/2010. LEVY, Pierre. AS TECNOLOGIAS DA INTELIGENCIA, o futuro do pensamento na era da informática (1993, p. 40. editora 34. São Paulo. SP). Tradução Carlos Irineu da Costa. MORAN, J. M. Contribuições para uma pedagogia da educação online. In: SILVA, M. (Org.) Educação online. São Paulo: Loyola, 2003. _______. "A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender" Disponível em: http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0025.asp. acesso em: 30/10/ 2010. ________. Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/espacos.htm acesso em: 30/10/ 2010. _______. Os meios de comunicação na escola. Disponível em: http://luizarmandomidiaseducacao.blogspot.com/2010/02/os-meios-de- comunicacao-na-escola-moran.html acesso em 30/10/2010. _______. (2009) Como utilizar as tecnologias na escola. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/utilizar.htm acesso em 30/10/2010. ________.(2000) Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/inov.htm acesso em 30/10/2010. OLIVEIRA, R. Informática Educativa: dos planos de aula à sala de aula. 7. edição, Campinas: Papirus, 2002.
  • 27. 27 PRADO, M. E. B. B. MARTINS, M. C. A Mediação Pedagógica em Propostas de Formação Continuada de Professores em Informática na Educação. Disponível em: http://www2.abed.org.br/visualizaDocumento.asp?Documento_ID=12 acesso em 15/10/2010. RAMAL, A. C. O computador vai substituir o professor? Disponível em: http://www.pedroarrupe.com.br/upload/OCOMPUTADORVAISUBSTITUIROP ROFESSOR.pdf. acesso em: 30/10/ 2010. VEIGA, M. S. Pedagogia e Tecnologia Computador e Educação? Uma ótima combinação. Disponível em: http://pedtec.blogspot.com/2007/05/computador-e- educaco-uma-tima-combinao.html acesso em 30/10/2010. REIS, S. A. A resistência do docente diante do novo: Por onde começar? Disponível em: http://www.sigeventos.com.br/jepex/inscricao/resumos/0001/R0382-3.PDF acesso em 30/10/2010.
  • 28. 28 Apêndice A – Questionário Identificação: Idade: Tempo de atuação profissional: Disciplina que leciona: E-mail: 1) Você tem facilidade de acesso a computadores? ( ) Sim, em casa ( ) Sim, no trabalho ( ) Sim, em Lan Houses ( ) Não 2) O computador que você utiliza tem acesso à internet? ( ) Sim. O acesso é realizado por banda larga ( ) Sim. O acesso é realizado via rádio ( ) Sim. O acesso é realizado por meio de linha telefônica discada ( ) Não 3) Ao acessar a internet, você faz uso com que frequência por semana de cada recurso abaixo? E-mail- Orkut- Blogs- MSN- Skype ou similares- Sistema de busca (Google ou outros)- 4) Já utilizou mídias em sala de aula? ( ) Vídeo ( ) TV ( ) rádio ( ) fotografias ( ) textos ( ) internet ( ) CD Rom –aulas em Power point ( ) Não 5) Encontra dificuldades em utilizar as mídias no processo de ensino- aprendizagem? ( ) sim ( ) não Por que? ______________ 6) Quais as suas expectativas em relação ao aprendizado através das TICs? 7) Quantas vezes tem utilizado o laboratório/sala de informática com seus alunos durante o período letivo?
  • 29. 29 ( ) 1 vez por semana ( ) 2 vezes por semana ( ) 1 vez ao mês ( ) 1 vez a cada dois meses ( ) nunca 8) Quais as dificuldades encontradas quanto à utilização do laboratório/sala de informática durante as aulas? 9) Em caso de ter utilizado o laboratório/sala de informática, quais os sentimentos que estiveram presentes em você e nos alunos diante deste processo? 10) Quais os fatores que você considera que tenham facilitado o aprendizado através das TICs? 11) Quais os fatores que você considera que tenham dificultado o aprendizado através das TICs? 12) Coloque aqui algum questionamento que você queira acrescentar.