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ISSN 1980-5667                                              CONGRESSO INTERNACIONAL              De 28/8 a 1/9/2006                                       DAADImportante:• Para visualização deste CD é necessário o software Adobe Reader 4.0 ou superior,• Os trabalhos estão Indexados por SESSÃO, AUTOR e NOME DO TRABALHO.
Indústria Cultural Hoje: Apresentação                                                                                         Bruno Pucci1                              Mundus vult decipi, ergo decipiatur: O mundo quer ser enganado, que o seja2.        Theodor Adorno, alguns séculos depois, exatamente em 1967, retoma a observaçãodo Cardeal Caraffa, e com ela ilumina uma das manifestações mais evidentes da IndústriaCultural. Diz ele: A idéia de que o mundo quer ser enganado tornou-se mais verdadeira doque, sem dúvida, jamais pretendeu ser. Não somente os homens caem no logro, como sediz, desde que isso lhes dê uma satisfação por mais fugaz que seja, como também desejamessa impostura que eles próprios entrevêem; esforçam-se por fecharem os olhos eaprovam, numa espécie de auto-desprezo, aquilo que lhes ocorre e do qual sabem por queé fabricado. Sem o confessar, pressentem que suas vidas se lhes tornam intoleráveis tãologo não mais se agarram a satisfações que, na realidade, não o são (Adorno, IndústriaCultural).    O fascínio diante das possibilidades interativas, da convergência e da compactaçãotecnológica, decorrentes das recentes transformações das forças produtivas do capitalismotransnacional, parece não deixar mais qualquer resquício de dúvida em relação às tentativasde sepultar o conceito de indústria cultural. A chamada democratização da informação, bemcomo as já não tão graduais transformações na percepção, na estética, fornecem aimpressão de que a nossa subjetividade conquista propriedades que a habilitamcompreender e intervir na sociedade, de tal modo que as contradições entre o particular e atotalidade são apenas detalhes técnicos que podem ser resolvidos sem qualquer alteraçãodas estruturas sociais. Porém, esta conclusão apressada, que inclusive estigmatizafundamentos teórico-críticos, não consegue dissolver a manutenção de uma certadesconfiança quanto à aparência de felicidade. As conseqüências da fetichização da técnicae a reificação das consciências teimam em nos lembrar que as reconciliações entre oindivíduo e a sociedade, entre o desejo e a produção da cultura não foram aindaconcretizadas, a despeito das tentativas da indústria cultural de afirmar que a felicidade1 Professor Titular do PPGE/UNIMEP, coordenador do Grupo de Pesquisa “Teoria Crítica e Educação”,pesquisador do CNPq e da FAPESP e coordenador do Congresso Internacional Indústria Cultural Hoje.                                                                                                             2
pode ser obtida aqui e agora. Na verdade, tais promessas não são efetivamente cumpridas,não passam de “reconciliação forçada”, no dizer de Theodor Adorno. Contudo, se aspremissas básicas do conceito de indústria cultural permanecem vivas, quais seriam osdesdobramentos do processo de fetichização da produção cultural e da absolutização datécnica em curso? Este foi um dos temas que o Congresso Indústria Cultural Hoje tentouanalisar em suas apresentações e debates.        O Grupo de Estudos e Pesquisa “Teoria Crítica e Educação” — organizador destecongresso científico, e constituído por pesquisadores da UNIMEP, da UFSCar e daUNESP-Araraquara, da UFSC, da UEM, da PUC-Minas — desenvolve atividades deestudos e pesquisas, desde agosto de 1991, com o objetivo de aprofundar o conhecimentoda Teoria Crítica da Sociedade e de sua contribuição para a análise de questõesrelacionadas à formação educacional e cultural contemporânea. Ao realizar seu 5º EventoCientífico, pela segunda vez Internacional, e pela primeira vez, um Congresso, pretendeupromover um espaço coletivo mais amplo de reflexão, com especialistas de diversas áreasdo saber, para debater questões relacionadas à indústria cultural hoje, sob o impacto dasnovas tecnologias e suas implicações para a educação, para a formação estética e cultural, apartir dos teóricos da primeira geração da “Escola de Frankfurt”.           A grande questão que se colocou para a reflexão de todos os presentes nesteCongresso científico foi a seguinte: A categoria Indústria Cultural, criada na década de 40do século passado, consegue dar conta da interpretação dos fenômenos sob sua jurisdição?           Adorno e Horkheimer, quando escreveram o ensaio Indústria Cultural: oesclarecimento como mistificação das massas, e, mesmo depois, em 1967, quando Adornofez um Resumo sobre a Indústria Cultural, viviam eles ainda na era das revoluçõesmecânicas. Seus contatos com a revolução tecnológica americana, com os grandes trustes,com o rádio, com o cinema e com a incipiente televisão os levaram a substituir a expressão“cultura de massas” por indústria cultural, por que aquele termo, no dizer deles, “desvia aênfase para aquilo que é inofensivo”. No dizer de Adorno: “não se trata nem das massas emprimeiro lugar, nem das técnicas de comunicação como tais, mas do espírito que lhes é2    . Expressão do Cardeal Carlos Caraffa, 1565, – nomeado cardeal por seu tio Giovanni Caraffa, na ocasião                                                                                                              3
insuflado, a saber, a voz de seu senhor. A indústria cultural abusa da consideração comrelação às massas para reiterar, firmar e reforçar a mentalidade destas, que ela toma comodada a priori e imutável (A Indústria Cultural, 1967)”. A partir dos anos 1970 o mundo estásendo profundamente modificado pelas tecnologias digitais e outras. As transformaçõesgeradas nos meios de comunicação, nos setores industriais e de serviços, na formaçãoescolar, só para destacar alguns setores, foram espantosas e inacreditáveis. É verdade, poroutro lado, que uma categoria também pode evoluir historicamente. Veja, por exemplo, acategoria “ideologia”, no estudo feito sobre ela por Adorno e Horkheimer (Temas básicosde Sociologia). Como utilizar ainda uma categoria criada há sessenta anos atrás para darconta dos fenômenos atuais?        Para os autores frankfurtianos, a cultura dos anos 40 conferia a todos os seusprodutos um ar de semelhança, de parentesco. Graças ao desenvolvimento tecnológico e àconcentração econômica e administrativa, o cinema, o rádio, as revistas se faziam lembrarum do outro, aproximavam-se na estrutura, ajustavam-se e complementavam-se naperspectiva do todo. Ontem (1940-1970), o telefone, o cinema, o rádio, as revistas, atelevisão constituíam um sistema; hoje (2006), graças ao espantoso desenvolvimento dastecnologias da informação e também à não menos espantosa concentração econômica eadministrativa, o sistema ganhou mais densidade e articulação, aprimorando aqueles ramostradicionais, transformando-os em aparatos de última geração e integrando ao circuitomeios novos e mais poderosos: os celulares, a TV interativa, a Internet e outros. Avançou-se no aprimoramento de cada setor em si mesmo e em seu vínculo com o todo. A culturaatual, com mais competência ainda, continua conferindo a tudo um ar de semelhança, deidentidade, de uniformização.        Ontem, a passagem do telefone ao rádio separou claramente os papéis. Liberal, otelefone permitia que os participantes ainda desempenhassem o papel de sujeito.Democrático, o rádio transformou-os a todos igualmente em ouvintes, para integrá-losautoritariamente aos programas, iguais uns aos outros, das diferentes estações (Adorno eHorkheimer, Dialética do Esclarecimento, 1944). Hoje, os programas de auditório, o“voyeurismo”, as novelas, os enlatados, os videogames, ao dilatarem ao extremo seu espaçoPaulo IV, papa desde 1555. Os Caraffas são de uma nobre família napolitana.                                                                                              4
de penetração em todas as camadas sociais, dilataram ao extremo igualmente a capacidadede transformar a quase totalidade da população em ouvintes pacientes e sensíveis aosimperativos da indústria cultural. A Internet, ainda não totalmente administrada pelosistema, por enquanto permite aparentes manifestações de apreço e de liberdade. Aparentesmanifestações, porque tudo o que passa pela Internet pode ser captado pelos olhares atentose vigilantes do poder. Com a ampliação ao infinito de vias on line e de telefones portáteis,que registram cada um dos gestos e deslocamentos, o indivíduo renuncia voluntariamente auma parte de sua autonomia e de sua intimidade. A vida privada cada vez mais se tornavulnerável e exposta às articulações dos que detém informações. Adorno e Horkheimer, naDialética do Esclarecimento, perguntavam se a indústria cultural ainda preenchia a funçãode distrair, de que ela tanto se gabava, e concluíam que se a maior parte dos rádios e doscinemas fossem fechados, provavelmente os consumidores não sentiriam tanta falta assim.Hoje a maior parte dos cinemas foram fechados ou se transferiram para os ShoppingCenters, encontrando neles seu habitat apropriado para mercadejar os best selers domomento. E com grande afluência de público. Mas a Rede Globo, se for fechada, gerarácertamente uma séria crise nacional!       Ontem (anos 40), as obras de arte tornaram-se tão acessíveis ao público quanto osparques públicos. Isso – diziam Adorno e Horkheimer – não introduz as massas nas áreasem que eram antes excluídas, antes servem para a decadência cultural (Dialética doEsclarecimento, 1944). A novidade, para os frankfurtianos, não é o fato de as obras de arteserem tidas como mercadorias, porque, em sua tensa história de vida, sempre o foram, antespela submissão dos artistas a seus patronos e aos objetivos deles, agora pelo fato de o artistater que se sustentar com o fruto de seu trabalho, em uma sociedade em que tudo setransformou em mercadoria. O novo é o fato de as obras de arte se incluírem, semresistência, entre os bens de consumo, buscando neles encanto e proteção, abdicandovoluntariamente de sua autonomia. Para eles, a incipiente televisão, síntese do rádio e docinema, através da harmonização da palavra, da imagem e da música, produzida por ummesmo processo técnico, estava criando possibilidades ilimitadas de empobrecimento dosmateriais estéticos. Se Adorno e Horkheimer estivessem vivos nos inícios deste novomilênio poderiam constatar, com tristeza, mas não como decepção, o quanto estavamcorretos em seu diagnóstico filosófico-cultural.                                                                                                  5
O GEP Teoria Crítica e Educação, em sua história de 15 anos, já promoveu cincoeventos científicos:   Colóquio Nacional “O Ético, o Estético, Adorno”, junho de 1998, com a apresentação   de 05 grandes conferências e 30 trabalhos científicos. Com apoio da UNIMEP e   FAPESP.   Colóquio Nacional “Dialética negativa, estética e educação”, março de 2000, com   apresentação de 05 conferências, 04 mesas-redondas, 55 comunicações. Com apoio da   FAPESP e da UNIMEP.   Colóquio Nacional “Tecnologia, Cultura e Formação ... ainda Auschwitz”, em maio de   2002, com a apresentação de 05 conferências, 04 mesas redondas, 54 comunicações.   Com apoio da FAPESP e da UNIMEP.   Colóquio Internacional “Teoria Crítica e Educação”, em setembro de 2004, com a   apresentação de 04 grandes conferências, 04 mesas-redondas, 80 comunicações   científicas e 20 pôsteres. Com apoio da FAPESP, CNPq e UNIMEP.   Congresso Internacional Internacional “Indústria Cultural Hoje”, agosto/setembro de   2006, com 05 grandes conferências (04 internacionais e 01 nacional); 03 mesas-   redondas, 80 comunicações de pesquisa (07 de outros países) e 32 apresentação de   pôsteres. Com o apoio da UNIMEP, da FAPESP, da CAPES e do DAAD.       Queremos, em nome da Comissão Organizadora, cumprimentar todos osparticipantes deste Congresso, os conferencistas, os expositores em mesas redondas, osapresentadores de Comunicações e de Pôsteres, os coordenadores de mesas, os que sesimplesmente se inscreveram no congresso para ouvir e debater idéias. Queremos ainda, emnome da Comissão Organizadora, fazer uma série de agradecimentos: agradecer o apoio daUNIMEP e do Colégio Piracicabano, na cessão da infraestrutura necessária para arealização deste evento. Nomeio, em nosso agradecimento, o Reitor da UNIMEP, prof. Dr.Arsênio Firmino de Novaes Neto, o diretor do Colégio Piracicabano, Dr. Almir Linhares deFaria, a Diretora da Faculdade de Ciências Humanas, profª Dra. Theresa Beatriz FigueiredoSantos, e o secretário executivo do Gabinete do Diretor Geral do IEP, Luiz de Souza                                                                                            6
Cardoso. Agradecemos às Agências Financiadoras que apoiaram este Congresso científico:FAPESP, CAPES, DAAD. Agradecemos ao Banco HSBC que nos forneceu pastas, canetase blocos de anotações. Agradecemos às secretárias do PPGE, às bolsistas de iniciaçãocientífica que nos ajudaram na organização deste evento. Mas quero externar umagradecimento especial à Rosemeire Rizzo Denadai Zem, Rose, que pela sua competênciae paciência nos ajudou do começo ao fim, bem como à Fabiana Maria Baptista que nosauxiliou na confecção deste CD-Rom.     Em tempos do Big Brother globalizado, torna-se fundamental a promoção do debatesobre as características da indústria cultural na atualidade, sobretudo para a investigaçãodos danos objetivos e subjetivos que estimulam a propagação de uma semiformação, que segeneraliza velozmente, de uma educação cada vez mais danificada, bem como dacongruência entre progresso técnico e dessensibilização.       As reflexões sobre a Indústria Cultural nos dias de hoje ganham atualidade quandose analisa o mundo em que vivemos, as escolas que freqüentamos, cada vez maisadministrados e controlados pelo capitalismo globalizado e interconectados pelas redes dasnovas tecnologias de informação. Mais do que nunca é preciso, através do esclarecimento,da auto-reflexão-crítica, da busca incontida da autonomia, criar gérmens de resistência, defortalecimento do indivíduo, de intervenção social.       Que as conferências, as mesas-redondas, as comunicações e os pôsteresapresentados e debatidos no Congresso Internacional “Indústria Cultural Hoje”, e incluídosneste CD-Rom, nos dêem subsídios fecundos para conhecer mais e mais as contribuições daTeoria Crítica e, sobretudo, para intervir com determinação no processo educacionalbrasileiro, em suas diferentes dimensões.       Piracicaba, outubro de 2006.                                                                                              7
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS — FCH               PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO — PPGE             GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA TEORIA CRÍTICA E EDUCAÇÃO             CONGRESSO INTERNACIONAL “A INDÚSTRIA CULTURAL HOJE”                               (28/08/06 a 01/09/06)                                         PROGRAMAÇÃO28/08/06 (Segunda-feira) – 19:30 hs. Abertura: Prof. Dr. Bruno Pucci (UNIMEP)       Conferência: “Indústria Cultural hoje”       Conferencista: Dr. Rodrigo Duarte (UFMG)       Coordenador de mesa: Dr. Newton Ramos de Oliveira (UNIMEP-Araraquara)       Local: Salão Nobre - UNIMEP - Centro29/08/06 (Terça-feira) – 8:30 hs. Conferência: “Indústria Cultural e Metodologia Empírica emEducação”       Conferencista: Dr. Ulrich Oevermann (Univ. Johann W. Goethe/Frankfurt am Main)       Coordenador de mesa: Dr. Luiz Antônio Calmon Nabuco (UNIMEP)       Local: Salão Nobre da UNIMEP - Centro29/08/06 (Terça-feira) – 13:30 – 15:30 hs. - COMUNICAÇÕES   Estética e Educação dos Sentidos   Sala 122 – Edifício Centenário   Coordenador: Gildemarks Costa e Silva1. Gildemarks Costa e Silva (UFPE), O problema do tecnocentrismo e a questão pedagógica;2. Roberto S. Kahlmeyer-Mertens (UERJ), A crítica do cinema na Dialética do Esclarecimento;3. Leila Beatriz Ribeiro, Valéria Cristina Lopes Wilke, Carmen Irene Correia de Oliveira, André Januário   da Silva, Wagner Miquéias Félix Damasceno (UNIRIO), Texto fílmico e indústria cultural: uma   dimensão democratizadora?;4. Célio Roberto Eyng e Maria Terezinha Bellanda Galuch (UEM), Indústria cultural e formação musical:   duas faces de uma mesma moeda?.   Teoria Crítica e Psicanálise   Sala 123 – Edifício Centenário   Coordenador: Cézar de Alencar Arnaut de Toledo1. Maria do Rosário Silva Resende (UFG e PUC/SP), Formação e autonomia do professor universitário:   um estudo na Universidade Federal de Goiás;2. Dulce Regina dos Santos Pedrossian (UFMS e PUC-SP), Reflexões sobre a ideologia da racionalidade   tecnológica, o narcisismo e a melancolia;3. Ana Paula de Ávila GOMIDE (UEG/USP), Apropriações da Psicanálise Freudiana por T.W. Adorno;4. Cézar de Alencar Arnaut de Toledo e Marcos Ayres Barbosa (UEM), Religião e cultura no pensamento   de Erich Fromm.                                                                                                           8
Indústria Cultural, Subjetividade e Educação   Sala 126 – Edifício Centenário   Coordenador: Luiz Hermenegildo Fabiano1. Luiz Hermenegildo Fabiano (UEM), Indústria cultural hoje: literatices e sedução autoritária;2. Elaine Cristina Silva da Costa (UNICENTRO, PR), O design masculino na indústria cultural: a   metrossexualidade no catálogo das subjetividades contemporâneas ou o “homem do espelho”;3. Franciele Bete Petry (UFSC), Sobre os esquemas da Indústria Cultural: declínio do sujeito e da   experiência segundo as Minima Moralia;4. Leilyane Oliveira Araújo Masson e Anita Cristina Azevedo Resende (UFGO), Indústria cultural e   presentificação do tempo.   Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação   Sala 127 – Edifício Centenário   Coordenadora: Rita Amélia Teixeira Vilela1. Rita Amélia Teixeira Vilela (PUC-Minas), Theodor Adorno: críticas e possibilidades da educação e da   escola na contemporaneidade;2. Raimundo Sérgio de Farias Júnior (UFPA), Indústria cultural e produção da semiformação: a educação   danificada;3. Felipe Quintão de Almeida (UFSC), Educação crítica pós-Auschwitz: a dialética entre formação   cultural e barbárie segundo Theodor W. Adorno e Zygmunt Bauman;4. Geraldo Balduino Horn (UFPR), Teoria Crítica e Razão Instrumental: as interfaces do paradigma   epistemológico da racionalidade emancipatória em Horkheimer.   Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação   Sala 130 – Edifício Centenário   Coordenadora: Maria dos Remédios Brito1. Maria dos Remédios de Brito (UFPA), A face acabada da Bildung (formação) na figura do último-   homem de Nietzsche;2. Pedro Rocha de Oliveira (PUC-RJ), Realização subjetiva e felicidade sob a indústria cultural;3. João Luis Pereira Ourique (UFSM), Teoria da Semicultura: questões sobre uma pseudoformação   cultural;4. Paulo Lucas da Silva (UFPA), Pseudocultura e pseudoconcreticidade: aproximações entre Adorno e   Kosik.   Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação   Sala 135 – Edifício Centenário   Coordenador: Robespierre de Oliveira1. Eliete Martins Cardoso de Carvalho e Eduardo de Oliveira Elias (UNIDERP – Campo Grande/MS),   Adorno: uma análise entre o campo ético, o mundo tecnológico e o processo de formação;2. Robespierre de Oliveira (UEM), O espetáculo da mídia: a cultura afirmativa na indústria cultural;3. Cristiane Ludwig e Amarildo Luiz Trevisan (UFSM), Indústria Cultural Hoje: perspectiva para a   Educação;4. Luiz Roberto Gomes (UNITRI-MG), A indústria cultural hoje: o agir comunicativo como possibilidade   de uma Teoria Crítica da Educação.                                                                                                         9
CONGRESSO INTERNACIONALDe 28/8 a 1/9/2006PROGRAMAÇÃO GERAL  DO CONGRESSO
29/08/06 (Terça-feira) – 13:30 – 15:30 hs. - PÔSTERES   Estética, Indústria Cultural e Formação   Auditório do Centro Cultural Martha Watts   Coordenadora e Debatedora: Nilce Altenfelder Silva de Arruda Campos1. Paulo Irineu Barreto Fernandes (UFU), Banalização da arte e dominação segundo a teoria crítica;2. Maria Flor Oliveira Conceição e Polyana Stocco Muniz (UNESP), Análise de revistas femininas:   algumas mediações da sexualidade pela indústria cultural;3. Hugo Langone Machado (UFRJ), Indústria cultural e os uivos do sexo – As projeções do discurso   sexual em “O Uivo”, de Allen Ginsberg na sociedade comtemporânea;4. Fabiana Paola Mazzo (UNESP/Araraquara), Conformismo e mimese – a influência do consumo   mediado pela mediado pela televisão na relação entre indivíduo e sociedade;5. Nívea Maria Silva Menezes (UNIMEP), O discurso estético da body modification na formação cultural   da juventude contemporânea;6. Maria de Fatima Caridade da Silva (UCP), Dialogando com a televisão e o vídeo em cursos de   formação de licenciados de História.   Estética, Indústria Cultural e Formação   Sala Canadá – Edifício Centenário   Coordenadora e Debatedora: Paula Ramos de Oliveira1. Andréa Giovana Ferreira (UNICAMP), Memória e Produção Teatral;2. Nivaldo Alexandre de Freitas (USP), Luzes e sombras na relação entre arte e psicanálise;3. Cynthia Maria Jorge Viana, Yonara Dantas de Oliveira, Kety Valéria Simões Franciscatti (UFSJ/MG),   A arte no mundo administrado: seu potencial crítico e o rebaixamento do conteúdo pela forma;4. Verussi Melo de Amorim e Maria Eugênia de Lima e Montes Castanho (PUC-Campinas), Pensando   uma proposta de educação estética na formação universitária de professores;5. Luciene Maria Bastos (UFG), Subjetividade e contemporaneidade: análise da reificação humana;6. Aldo Pontes (FAM e USP), Infância, mídia e indústria cultural: outros traços constitutivos.29/08/06 (Terça-feira) – 16:00 – 19:00 hs. Mesa Redonda: “Indústria Cultural e Educação”    Expositores: Dr. Osvaldo Giacóia (UNICAMP) e Dr. Alexandre Fernandez Vaz (UFSC) e Dr. Cláudio    Dalbosco (UPF-Passo Fundo)    Coordenador de mesa: Dr. Bruno Pucci (UNIMEP)    Local: Salão Nobre da UNIMEP – Centro30/08/06 (Quarta-feira) – 8:30 hs. “Conferência: Teoria Crítica da Escrita e as Novas Tecnologias”    Conferencista: Dr. Christoph Türcke (Univ. Leipzig),    Coordenador de mesa: Dr. Antônio Álvaro Soares Zuin (UFSCar)    Local: Salão Nobre da UNIMEP – Centro30/08/06 (Quarta-feira) – 13:30 – 15:30 hs. - COMUNICAÇÕES    Estética e Educação dos Sentidos    Sala 122 – Edifício Centenário    Coordenadora: Angela Medeiros Santi1. Maria do Carmo Saraiva (UFSC), A estética, a crítica da cultura e a educação em Adorno: em diálogo   com a sensibilidade e o Lúdico em Marcuse e Schiller;2. Angela Medeiros Santi (URFJ), Educação estética e criações constelacionais;3. Manoel Dionizio Neto (UFCG), O preço do belo na massificação da cultura;   Corpo, Novas Tecnologias e Formação   Sala 123 – Edifício Centenário   Coordenadora: Kety Valéria Simões Franciscatti                                                                                                     11
1. Kety Valéria Simões Franciscatti (UFSJ/MG), Clandestino querer na fuga das horas: arte como   expressão da vida danificada;2. Jaison José Bassani (UFSC), Diálogo (im)pertinente: sobre o tema da técnica e do corpo em Umberto   Galimberti e Theodor W. Adorno;3. Susana Henriques (Instituto Politécnico de Leiria – Escola Superior de Educação de Leiria), O corpo na   imprensa portuguesa;4. Aldinéia Maia e Giordano Rosi (UFPA), Acerca do corpo, Novas Tecnologias e Formação:   Apontamentos sobre o trabalho do(c)ente.    Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação    Sala 126 – Edifício Centenário    Coordenador: Osmar de Souza1. José Francisco Custódio (UESC), Elio Carlos Ricardo (Univ. Católica de Brasília) e Mikael Frank   Rezende Junior (UFItajubá/MG), Divulgação científica, indústria cultural e semiformação;2. Werner Markert (Univ. J. W. Goethe/UFC), Teoria crítica, Indústria cultural e Educação: reflexões   sobre crítica de economia política, formação estética e o conceito de professor reflexivo-transformativo;3. Tobias Grave ( Univ. Leipzig, DE), Lehrberuf und Tabustruktur. Über Adornos Wahrnehmung einer   Berufsgruppe;4. Osmar de Souza e Pablo Varela Branco (FURB), Indústria Cultural e Literatura dos Mundos: reflexões   para além de disciplina;    Indústria Cultural, Subjetividade e Educação    Sala 127 – Edifício Centenário    Coordenador: Amarildo Luiz Trevisan1. Amarildo Luiz Trevisan e Maiane Liana Hatschbach Ourique (UFSM), Formação versus Indústria   Cultural na construção da subjetividade;2. Isilda Campaner Palangana (UNIFAMMA/PR) e Izabeth Aparecida Perin da Silveira (FAFIJAN/PR),   Maria Terezinha Bellanda Galuch(UEM), Acerca das relações entre desenvolvimento psíquico,   indústria cultural e educação escolar;3. Raimundo Nonato de Oliveira Falabelo (UFPA), Narrativa, Experiência, Sabedoria ... e Educação;4. Roberta Stubs Parpinelli e Luiz Hermenegildo Fabiano (UEM), Expressões criativas como forma de   resitência ao domínio do sempre igual.    Estética, Urbanismo e Educação    Sala 130 – Edifício Centenário    Coordenador: Fábio Durão1. Renuka Gusain (Wayne State University), Urban aesthetic and Ethics: production and consuption of   visual culture;2. Cara Kozma (Wayne State University), From negative aesthetics to social change: avant-garde service   learning aproach to Critical Pedagogy;3. Victoria M. Abboud (Wayne State University), The nature of the city: urban landscape. Natural space   and education;                                                                                                           12
Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação   Sala 135 – Edifício Centenário   Coordenador: Rafael Cordeiro Silva1. Rafael Cordeiro Silva (UFU), O tempo da não liberdade;2. Verónica Alejandra Bergero e Eleonor Kunz (UFSC), Reconciliando cisões na era da Indústria Cultural:   possibilidades da Educação Física escolar através do conteúdo dança;3. Andreia Cristina Peixoto Ferreira (UNIMEP), Formação de professores em educação física e suas   perspectivas emancipatórias: uma crítica imanente à luz da teoria crítica;4 Raquel de Almeida Moraes (UnB), A Semiformação sob a influência do Banco Mundial no Proinfo.30/08/06 (Quarta-feira) – 13:30 – 15:30 hs. – PÔSTERES   Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação (2)   Auditório do Centro Cultural Martha Watts   Coordenador e Debatedor: Divino José da Silva1. Kaithy das Chagas de Oliveira e Anta C. Azevedo Rezende (UFG), Indústria cultural, televisão e   semiformação;2. Sheila Cristina Ferreira de Souza (UFCG), A expressão da indústria cultural veiculada pelo rádio e a   televisão;3. Luciana Camurra, Teresa Kazuko Teruya e Regina Lucia Mesti (UEM), Gostos e preferências das   crianças sugeridas pelos programas televisivos;4. Sandro Luis Fernandes (UFPR), A presença do cinema no ensino médio: estudo sobre o uso pelos   professores de História;5. Ivana de Oliveira Gomes e Silva (UFPA), Memória e formação docente: a auto reflexão como eixo na   formação em serviço;6. Nathalia Muylaert Locks Guimarães (UEM), Uma análise acerca da instrumentalização da razão na   obra eclipse da razão de Max Horkheimer.   Estética, Indústria Cultural e Formação   Sala Canadá – Edifício Centenário   Coordenador e Debatedor: Sinésio Ferraz Bueno1. Lígia de Almeida Durante(UNESP), Isabella Fernanda Ferreira (UNESP e UFSCAR), Elementos para   uma análise da questão estética a partir de Adorno;2. Sara Ferreira Martins (UFU), Dominação da natureza e indústria cultural: uma inversão dialética;3. Monique Andries Nogueira (UFRJ), A frágil influência adorniana na produção científica em educação   musical no Brasil;4. Lean Carlo Bilski (PUCPR), Arte e design: uma relação sob a perspectiva da teoria estética de Theodor   Adorno;5. Orestes Simeão de Queiroz Neto (UNESP), O potencial libertador da arte no pensamento Marcusiano;6. Juliana de Souza (UEM), Obra de arte e realidade social: Walter Benjamin e Indústria Cultural.30/08/06 – 16:00 – 19:00 hs. Mesa Redonda: “Indústria Cultural e Subjetividade”.       Expositores: Dr. Antônio Álvaro Soares Zuin (UFSCar) e Dr. Conrado Ramos (UNIP)       Coordenador: Dr. Luiz Antônio Calmon Nabuco Lastória (UNIMEP)       Local: Salão Nobre da UNIMEP - Centro                                                                                                       13
31/08/06 (Quinta-feira) – 8:30 hs. Conferência: “A Indústria Cultural na Escola”    Conferencista: Dr. Andreas Gruschka (Univ. Johann W. Goethe/ Frankfurt am Main)    Coordenador de mesa: Dr. Renato Bueno Franco (UNESP-Araraquara)    Local: Salão Nobre da UNIMEP – Centro31/08/06 (Quinta-feira) – 13:30 – 16:00 hs. Mesa Redonda: “Indústria Cultural, Novas Tecnologias eLinguagem”   Expositores: Dra. Iray Carone (USP/UNIP) e Dr. Fabio Durão (UFRJ).   Coordenador de mesa: Dr. Belarmino César Guimarães da Costa (UNIMEP);   Local: Salão Nobre da UNIMEP – Centro31/08/06 (Quinta-feira) – 16:15 – 19:00 hs. Mesa Redonda: “Indústria Cultural, Literatura e Arte”    Expositores: Dr. Newton Ramos-de-Oliveira (UNESP-Araraquara) e Dr. Jorge de Almeida (USP);    Coordenador: Dr. Renato Bueno Franco (UNESP-Araraquara)    Local: Salão Nobre da UNIMEP - Centro01/09/06 (Sexta-feira) - 8:30 hs. Conferência: “Sacrifício e dominação estética”    Conferencista: Dr. Robert Hullot-Kentor (Univ. Plaza – Brooklin, New York)    Coordenador de mesa: Dr. Fabio Durão (UFRJ)    Local: Salão Nobre da UNIMEP - Centro01/09/06 (Sexta-feira) – 13:30 – 16:30 hs. - COMUNICAÇÕES    Estética e Educação dos Sentidos    Sala 122 – Edifício Centenário   Coordenador: Renato Franco1. Renato Franco (UNESP-Araraquara), Adorno e a televisão;2. Marian A. L. Dias Ferrari (Mackenzie), Indústria cultural, estereótipos e introjeção do preconceito:   análise de peça publicitária televisiva;3. Deborah Christina Antunes(UFSCar) e Ari Fernando Maia (UNESP-Bauru), Consumo de imagens e   formação de estereótipos na relação entre indivíduo e estilos musicais;4. Raul Fiker (UNESP-Araraquara), Considerações sobre o cinema em Adorno5. Rosemary Roggero (SENAC e Univ. Braz Cubas), Sobre o percurso metodológico de uma pesquisa   empírica fundamentada na Teoria Crítica envolvendo subjetividade e formação no âmbito da arquitetura   como recorte da indústria cultural;6. Valdemar Siqueira Filho, Dennis de Oliveira e Eneus Trindade Barreto Filho (UNIMEP), Tecnologia e   linguagem: a mídia e o diálogo entre cultura e des-construção do conhecimento.                                                                                                      14
Arte, Tecnologias e Formação   Sala 123 – Edifício Centenário   Coordenadora: Paula Ramos de Oliveira1. Paula Ramos de Oliveira (UNESP-Araraquara), Filosofia e arte na educação escolar de crianças;2. Jaquelina Maria Imbrizi (Mackenzie e PUC-SP), Ideologia, Indústria Cultural e Literatura;3. Marília Mello Pisani (UFSCar), A “máquina” como instrumento de controle na sociedade tecnológica:   Herbert Marcuse crítico da tecnologia;4. Daniela Peixoto Rosa (PPGE/UNIMEP), Repressão do corpo em uma sociedade esportivizada;5. Sílvio Ricardo Gomes Carneiro (USP), Marcuse, Laplanche e os Limites da Repressão;6. Stefan Fornos Klein (USP), Da conformação à crítica: educação e socialização em Herbert Marcuse.   Indústria Cultural, Ética e Formação   Sala 126 – Edifício Centenário   Coordenador: Divino José da Silva1. Marcos Roberto Leite da Silva (UNESP-Marília), O ethos da formação (Bildung) burguesa na   atualidade: desencontros;2. Maraísa Bezerra Lessa (UNESP-Araraquara), A política cultural do SESC-São Paulo: um estudo de   caso;3. Divino José da Silva (UNESP-Presidente Prudente), Indústria cultural, educação e preconceito: a mosca   no vidro;4. Maurício Chiarello (UNICAMP), Em defesa de Adorno: a propósito das críticas dirigidas por Giorgio   Agambem à dialética adorniana;5. Manuel Franzmann (Univ. Frankfurt am Main), Teoria Crítica da Educação e Pesquisa Empírica;6. Dorothee Suzanne Rüdiger (UNIMEP), Matrix: rede, ética e o direito na pós-modernidade;7. Rosana Maria César Del Picchia de Araújo Nogueira (PUC-SP), Violência, indústria cultural e escola:   uma reflexão possível.   Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação   Sala 127 – Edifício Centenário   Coordenadora: Nilce Altenfelder Silva de Arruda Campos1. Naê Prada Rodrigues Desuó (UNIMEP), Novas Tecnologias em tempo de capitalismo global: da   atualidade da crítica de T. W. Adorno à técnica;2. Lineu Norio Kohatsu (Mackenzie/USP), Reflexões sobre o cinema: um convite ao debate com Dziga   Vertov;3. Nelson Palanca (Faculdades Integradas de Jaú), Indústria Cultural, Educação e Novas Tecnologias;4. Rodrigo Boldrin Bacchin (UNESP/Araraqura), O Big Brother Brasil e a TV na era da globalização;5. Nilce Altenfelder Silva de Arruda Campos (UNIMEP), Política Educacional, Indústria Cultural e   Semiformação: em questão os parâmetros curriculares;6. Caroline Mitrovitch (UNESP-Presidente Prudente), O sentido da (de)formação no horizonte do   precário.                                                                                                       15
Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação   Sala 130 – Edifício Centenário   Coordenador: Luiz Calmon Nabuco Lastória1. Luiz Antônio Calmon Nabuco Lastória (UNIMEP), Uma nova economia psíquica ou mutações tópicas?   Elementos para uma reflexão acerca da subjetividade contemporânea;2. Davi Rodrigo Poit e Fernanda Pinheiro Mazzante (PUC-SP), Indústria Cultural: experiência, vivência e   choque em Walter Benjamin;3. Roselaine Ripa (UFSCar), Indústria cultural e educação: qual é a minha marca?4. Luciana Azevedo Rodrigues (UNIOESTE/UFSCAr) e Márcio Norberto Faria (UFSCar/UNESP-   Araraquara), A disciplina escolar hoje: uma reflexão a partir de Foucault, Adorno e Horkheimer;5. Ângela Zamora Cilento de Rezende (Mackenzie), “O Sofá, o `Super` e o `´Último´ Homem de   Nietzsche: Considerações sobre a constituição da subjetividade na sociedade moderna”;6. Fernanda Pinheiro Mazzante, Hérika Regiane Dezidério, Cândida Alayde de Carvalho Bittencourt,   Luciane Aparecida de Araújo Gimenes, Ricardo Casco, Davi Rodrigues Poit, León Crochik, Marcio   Roberto Santim da Silva, Domenica Martinez, Fernanda Medeiros Bezerra das Neves, José Ronaldo   Pereira, Juliana Andrade Alvarez, Kelly Cristina dos Santos (PUC-SP), Relatório técnico de pesquisa:   teses em Teoria Crítica e educação no Brasil.   Indústria Cultural, Subjetividade e Educação   Sala 135 – Edifício Centenário   Coordenador: Sinésio Ferraz Bueno1. Sinésio Ferraz Bueno (UNESP-Marília), Indústria Cultural, ressentimento e resistência;2. Maria Clara Cescato (UNESP-Araraquara), Indústria cultural: lógica ou sistema de produção?;3. Antônio Carlos Borges Cunha (UFG), Semiformação e apropriação de trabalhos acadêmicos   disponibilizados em meios eletrônicos;4. Fábio Luiz Tezini Crocco (UNESP-Marília), sobre a relação entre mímesis e ideologia;5. Miqueli Michetti (UNESP-Araraquara), A moda em Theodor Adorno: “reconciliação forçada” e   declínio do sujeito;6. Márcio Roberto Santim da Silva (PUC-SP), Exibicionismo, voyerismo e padrões estéticos   contemporâneos.01/09/06 (Sexta-feira) – 13:30 – 16:30 hs. - PÔSTERES   Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação   Auditório do Centro Cultural Martha Watts   Coordenador e Debatedor: Luiz Hermenegildo Fabiano1. Tadeu Cândido Coelho Loibel (UFSCAR), Indústria cultural: visões críticas ao conceito;2. Solange Borelli (UniABC), Dança e políticas culturais: relações que se estabelecem entre o poder   público, o poder privado e o artista;3. Liliana Scatena (UNIMEP), A não neutralidade das novas tecnologias na educação;4. Soraia Maria dos Santos Pereira (UNIMEP), Navegando no mar da intranet na Unimep: alguns   apontamentos sobre os icebergs encontrados ao longo da rota percorrida;5. Thelícia Mendes Canabarra, Maria Beatriz Machado Leão, Aline Ongaro Monteiro de Barros, Sérgio de   Oliveira Santos (UNIMEP), A cena didático pedagógica no ensino fundamental: hoje um espaço de   mediação da grande indústria da cultura;6. Kelly Cristiane da Silva (UFSCAR), As representações dos alunos de Pedagogia ao próprio curso sob o   olhar da teoria crítica.                                                                                                      16
Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação   Sala Canadá – Edifício Centenário   Coordenadora e Debatedora: Rita Amélia Teixeira Vilela1. Maria Érbia Cássia Carnaúba (UNESP), Uma análise do sentimento de culpa em Hebert Marcuse;2. Giovane de Oliveira (UFSCAR), O conceito de técnica, formação e natureza na teoria crítica;3. Anderson Luiz Pereira (UNESP-Marília), A arte de educar e a estética na educação: considerações a   partir de Theodor W. Adorno;4. Frederico Tell de Lima Ventura (USP), Adorno e os meio de comunicação de massa: uma relação   política tensa;5. Tatiana Thiago Mendes (UNIMEP), Uma análise das novas tecnologias sob a ótica da Teoria Crítica;6. Lidiane Caldeira Farias (UNIMEP), Novas Tecnologias e Educação: riscos e possibilidades formativas.Obs. O Salão Nobre está localizado no Campus Centro da UNIMEP, na Rua Rangel Pestana, 762,Piracicaba/SP.                                                                                                     17
CONGRESSO INTERNACIONALDe 28/8 a 1/9/2006         TRABALHOS        APRESENTADOS
ACERCA DO CORPO, NOVAS TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO: APONTAMENTOSSOBRE O TRABALHO DO(C)ENTEAldinéia Maia1Rosi Giordano2O valor central do trabalho no mundo moderno, do emprego transformado em sua forma básica,as mudanças no mundo do trabalho, provocadas pelo processo de reestruturação do capital,deram origem a uma variedade de formulações que têm em comum o anunciar da formação deum trabalhador ainda mais expropriado pelo grande capital. A utopia de uma sociedade fundadana liberdade e na igualdade, tal como reivindicada pelos ideais iluministas, converteu-se, aoassociar-se ao capital, na ideologia do totalitarismo. O indivíduo, desta forma, ao contrário doproposto, em 1784, por Kant – em Resposta à pergunta: o que é o iluminismo? – torna-se,contínua e progressivamente, heterônomo, com uma falsa consciência da realidade,fundamentalmente, em decorrência da desigualdade das relações sociais. Desse modo, aformação, no interior da ordenação societária capitalista, transmuta-se em pseudocultura,assente na razão instrumental, promovendo a adaptação e o conformismo e o indivíduo,resumido à máscara de si e, unicamente, a seu corpo, à coisa-morta, tem sua capacidade dereflexão minada. A sociedade capitalista contemporânea notabiliza-se por práticas sociais epolíticas regidas pela intolerância e pelo autoritarismo, o que explica, no interior da imposiçãode políticas unilaterais, sob o capitalismo transnacional, a exacerbação da barbárie sociopolítica.Assim, o moderno projeto civilizatório, que profetizou indivíduos livres, emancipados, trouxe,paradoxalmente, uma mutilação que afeta, sobremaneira, a relação do indivíduo com seu corpo,mutilação essa que é consigna do mal-estar a que são submetidos os trabalhadores em seuslocais de trabalho, dado adequarem-se a modelos de organização e gestão do trabalho quemarcam, como que com cicatrizes, seus corpos e espíritos. Para discutir a temática acimaexposta, toma-se como fundamento a leitura de Horkheimer e Adorno no fragmento O interessepelo corpo – na obra Dialética do Esclarecimento. No referido fragmento, os autores explicitamde que maneira, por meio da manipulação do corpo, encontra-se o prazer dos que omanipulam. Em outras palavras ainda, o indivíduo, reduzido à força de trabalho, ao corpo, évisto, pelos novos príncipes e patrícios, como um amontoado de articulações que, movendo-sepor determinações exteriores a si, a seus interesses racionais, permite-lhes auferir o lucroadvindo das horas de trabalho dos que lhes são inferiores. Se, como afirmam os autores, no1  Universidade Federal do Pará. Centro Socioeconômico. Programa de Estudos Pós-Graduados emServiço Social. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/DF).E-mail: aldineiamaia@yahoo.com.br.                                                                                                      19
momento em que a dominação assume a forma burguesa mediatizada pelas novas tecnologias, ahumanidade deixa-se escravizar pela gigantesca aparelhagem, forjando uma nova espada, íconedaquela coerção física que se exercia de fora, pergunta-se se, como outrora, ainda quesurdamente, os trabalhadores do(c)entes pressentem que a humilhação da carne pelo podernada mais é do que o reflexo ideológico da opressão a que são submetidos. Tendo porfinalidade ampliar o debate acerca das transformações que vêm sendo implementadas no mundodo trabalho e as conseqüências destas para a saúde do trabalhador da educação, é que nospropomos a explorar a temática a partir das contribuições da Teoria Crítica.        I. TRABALHO, EDUCAÇÃO E SAÚDE          Este ensaio visa, de maneira precípua, socializar as questões, de natureza teórica, quevêm sendo tecidas ao longo da realização de duas pesquisas – respectivamente intituladasAmazônia, trabalho e educação: histórias e memórias do trabalho do(c)ente (GIORDANO,2005)3 e Trabalho e saúde entre os funcionários do Serviço Social do Comércio (SESC)/Ananindeua: morbidez e/ou resistência? (MAIA, 2005)4 – no intuito de, pensando a temática àluz dos aportes teóricos da Escola de Frankfurt, redirecionar as referências teóricas que têmorientado o debate acerca das transformações implementadas no mundo do trabalho e suasconseqüências para a saúde do trabalhador da educação.           O objetivo das pesquisas acima referidas tem sido o de verificar as implicações dasatuais mutações que, ocorridas no mundo do trabalho, afetam a saúde do trabalhador,particularmente, no que concerne ao modo como se dá a efetivação do(s) processo(s) de(re)constituição e (des)configuração da subjetividade dos trabalhadores da educação e, ainda, aoquadro saúde/doença destes no interior do atual contexto político-econômico e sociocultural. Aolado das questões que envolvem a alienação no/do trabalho e suas especificidades na2  Universidade Federal do Pará. Centro de Educação. E-mail: philosofi@uol.com.br3  Pesquisa em desenvolvimento, desde 2005, junto ao Centro de Educação, da UFPA. Encontram-sevinculados a esta pesquisa dois discentes da Graduação (Pedagogia e Psicologia/PIBIC/UFPA) e dois daPós-Graduação da UFPA (Centro Socioeconômico, do Programa de Estudos Pós-Graduados em ServiçoSocial).4  A pesquisa Trabalho e saúde entre os funcionários do SESC/Ananindeua: morbidez e/ou resistência?vem sendo desenvolvida como trabalho de pesquisa no Programa acima mencionado. Nesta pesquisa –aposta à pesquisa Amazônia, Trabalho e Educação: histórias e memórias do trabalho do(c)ente, sob acoordenação de Giordano –, foram sido introduzidas modificações quanto aos sujeitos da pesquisa(funcionários do SESC, do município de Ananindeua/PA) e, portanto, quanto ao locus em que a mesmavem sendo realizada. Ressalve-se, entretanto, que o SESC, enquanto Instituição e, por conseqüência, seusfuncionários, oferece(m) um trabalho cujo objetivo maior é o de desenvolver ações educativas junto àclientela – denominação utilizada pela instituição – e, dos 76 sujeitos que fazem parte da pesquisa, maisde 60% desenvolvem suas atividades junto à educação, que constitui o principal serviço (sic) oferecidopela instituição aos comerciários e seus dependentes.                                                                                                            20
organização societal contemporânea – tendo em vista as grandes transformações gestadas nomundo do trabalho material e imaterial, no que tange ao trabalho docente – testemunha-se, nacontemporaneidade, a progressiva mercantilização em que se encontra submersa a educação, oaviltamento material e moral a que nos expomos na condição de docentes (processos que seacentuaram, na sociedade brasileira, peculiarmente, a partir dos anos 90, do séc. XX), bemcomo, a crescente complexificação da organização e gestão do trabalho nas instituições deensino. Fato é que, desde tempos imemoriais, o educador e a educação, por sua própria“natureza”, encontram-se inseridos em um tempo sociohistórico e, assim, ante a exigência deformar o ideal de homem requerido pelo modelo societário vigente. Em outras palavras,                           As transformações sociais aceleradas têm provocado a ruptura de                           qualquer sombra de consenso. As exigências da sociedade sobre o                           professor têm-se diversificado ante a presença simultânea de                           diferentes modelos educacionais, que envolvem diferentes concepções                           da educação, do homem e da mesma sociedade que, com essa                           educação, pretende-se construir. (ESTEVE, 1999, p. 21).          O mal estar docente, caracterizado pela morte do prazer de educar, que se manifesta noestado de saúde e doença deste trabalhador, vem atingindo uma parcela expressiva deprofessores, fato que, segundo Esteve (1999), passou a constituir objeto de análise na Suécia(1983) e na França (1984)5.                                     Nossos sistemas de ensino, empilhados e burocratizados,                           remendados e apressadamente reformados pelos sucessivos                           responsáveis que pretendiam fazer frente às mudanças sociais                           urgentes, têm multiplicado as exigências contraditórias,                           desconcertando ainda mais os professores, sem, no entanto, conseguir                           – como reconhecem publicamente esses mesmos responsáveis –                           estruturas de ensino adequadas às novas demandas sociais. A                           sociedade e a administração do ensino acusam os professores de                           constituir um obstáculo ante qualquer tentativa de renovação. Os                           professores, por sua vez, acusam a sociedade e a administração do                           ensino de promover reformas burocráticas, sem na prática dotá-los das                           condições materiais e de trabalho necessárias para uma autêntica                           melhora de sua atuação cotidiana de ensino. [...] Descontente com as                           condições em que trabalha, e às vezes, inclusive, consigo mesmo, o                           mal estar docente constitui-se uma realidade constatada e estudada, a                           partir de diversas perspectivas, por diferentes trabalhos de                           investigação. (ESTEVE, 1999, p. 22).5  Importa ressalvar que, no Brasil, não são poucas as pesquisas sobre a saúde do trabalhador. Mas, em setratando dos docentes estas são em número reduzido e, ainda, bastante recentes no Brasil. Cumpre, nessesentido, indicar a importância dos achados das pesquisas de Codo (1999) e Andrade et al., equiperesponsável pela elaboração do documento final da Pesquisa Nacional realizada pela Unesco (2004).                                                                                                           21
Em virtude do exposto, verifica-se, hoje, de modo mais intenso, a submissão dotrabalhador à realização de um trabalho esvaziado de seu sentido, o que compromete aconcretização de uma educação para a emancipação e para a autonomia. Baixos salários,péssimas condições de trabalho, desvalorização profissional são alguns dos fatores que –acrescidos às mutações do trabalho e suas implicações para as relações de produção – colaborampara o agravamento desse quadro. O professor, para minimizar o mal estar advindo do exercíciode uma atividade de trabalho em que se esvaem suas energias, procura formas para escapar domal que se abate sobre ele. Ao nos perguntarmos se esta fuga constitui sinal de resistência oumeio de sobrevivência, respondemos, em virtude do amálgama que liga, indissoluvelmente,corpo e alma, tratar-se, fundamentalmente, da necessidade do sobreviver, pois, não nos resta,como trabalhadores, outra opção: “pensar como o mestre” ou viver a dupla exclusão, material eespiritual.                                   A análise feita há cem anos por Tocqueville verificou-se                         integralmente nesse meio tempo. Sob o monopólio privado da cultura                         ‘a tirania deixa o corpo livre e vai direto à alma. O mestre não diz                         mais: você pensará como eu ou morrerá. Ele diz: você é livre de não                         pensar como eu: sua vida, seus bens, tudo você há de conservar, mas                         de hoje em diante você será um estrangeiro entre nós’. Quem não                         se conforma é punido com uma impotência econômica que se                         prolonga na impotência espiritual do individualista. Excluído da                         atividade industrial, ele terá sua insuficiência facilmente comprovada.                         [...] A produção capitalista os mantém tão bem presos em corpo e                         alma que eles sucumbem sem resistência ao que lhes é oferecido.                         (HORKHEIMER e ADORNO 1985, p. 125. Grifo nosso).        A atual configuração que o capitalismo assume na contemporaneidade, entretanto, tantoinviabiliza a “fuga” e/ou a resistência por completo, como enfraquece as formas de resistênciaencontradas pelo professor. Ou, como coloca Adorno (2002, p. 116):                                   É evidente que ainda não se alcançou inteiramente a                         integração da consciência e do tempo livre. Os interesses reais do                         indivíduo ainda são suficientemente fortes para, dentro de certos                         limites, resistir à apreensão [Erfassung] total. Isto coincidiria com o                         prognóstico social, segundo o qual, uma sociedade, cujas contradições                         permanecem inalteradas, também não poderia ser totalmente integrada                         pela consciência. A coisa não funciona tão sem dificuldades assim, e                         menos no tempo livre, que, sem dúvida envolve as pessoas, mas,                         segundo seu próprio conceito, não pode envolvê-las completamente                         sem que isso fosse demasiado para elas. Renuncio a esboçar as                         conseqüências disso; penso, porém, que se vislumbra aí uma chance                         de emancipação que poderia, enfim, contribuir algum dia com a sua                         parte para que o tempo livre [Freizeit] se transforme em liberdade                         [Freizeit].                                                                                                   22
Daí considerarmos a relevância de socializar a (parcial) realização das pesquisas,reunir e acumular estudos que abordem a referida temática, pensar a possibilidade da construçãode formas de resistência que se contraponham às causas que provocam o mal estar, ou, emoutras palavras, perguntarmo-nos se, como outrora, ainda que surdamente, os trabalhadoresdo(c)entes pressentem que a humilhação da carne pelo poder nada mais é do que o reflexoideológico da opressão a que são submetidos.II. A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E A SAÚDE EM RISCO                                     O estudo das pesquisas realizadas sobre as condições nas                           quais se exerce a docência comporta, necessariamente, um enfoque                           interdisciplinar. Deparamo-nos com trabalhos de investigação que –                           de uma perspectiva psicológica – falam-nos do estresse dos                           professores [...]. Nesses trabalhos, os problemas psicológicos                           detectados acabam se relacionando, [...] com as condições                           sociotrabalhistas em que se exerce a docência. Outras pesquisas                           adotam um enfoque sociológico. [...] Com freqüência, as investigações                           que adotam esse enfoque terminam seu estudo social sobre os                           problemas atuais da profissão docente, relacionando-os com as                           conseqüências que deles advêm [...]: professores afetados pela                           violência nas aulas, esgotamento físico ou efeitos psicológicos.                           (ESTEVE, 1999, p. 23).        A citação acima faz referência a uma questão fundamental: a da necessidade de umaabordagem multidisciplinar do objeto de estudo aqui tratado, dado este pedir por aportes dosdiferentes saberes, na tentativa de realizar-se uma análise que reconheça a influência damultiplicidade de elementos atuantes na complexa realidade que envolve as condições concretasem que os docentes exercem seu ofício, quer sejam as referidas às transformações no mundo dotrabalho, quer as que, sobredeterminadas pelas primeiras, impuseram à escola, a seusfuncionários e docentes, novas tarefas que, por seu turno, exigem competências e habilidadesque não eram atribuições destes6.          A sociedade capitalista é palco de uma nova orientação político-econômica e cultural,decorrente do processo de reestruturação produtiva, que intensificou sobremaneira os agravosinfligidos à classe trabalhadora, implicando, por sua vez, em virtude da precarização e6  As transformações impostas ao sistema de ensino e, portanto, aos professores indicam novos desafiosaos que se propõem responder às novas expectativas sobre eles projetadas. De acordo com Esteve (1999),exige-se do professor, algumas vezes, ser amigo dos alunos; em outras, postura de julgamento. Alémdessas, outras exigências cabem ao papel do professor. As modificações na estrutura familiar, que,incorporando, crescentemente, as mulheres ao mercado de trabalho, exigem deste o desempenho de                                                                                                         23
esvaziamento do significado do trabalho, danos crescentes à saúde do trabalhador. Essesprocessos revelam que, sob a égide do capital, o trabalho, necessariamente, embrutece edesgasta o trabalhador, muito embora vivamos, em virtude das novas tecnologias agregadas aoprocesso produtivo, um tempo em que o trabalho, ao menos aquele que tortura, fazendo jus àetimologia da palavra7, tornou-se desnecessário.         O capital recompôs o processo de trabalho, de forma a não abalar a relação desubordinação entre estes termos e os homens que a exercem, intencionando prolongar aexploração dos trabalhadores. Dito de outro modo, no padrão de produção flexível, ostrabalhadores são chamados a uma nova forma de expropriação e de conformação, pois, aoparticiparem, por meio de um processo ilusório e parcial do controle dos processos de produção,têm, desta forma, sua subjetividade controlada pelo capital. Ocorre, de acordo com Antunes eAlves (2004, p. 345),                            [...] uma nova orientação na constituição da racionalização do                            trabalho com a produção capitalista, sob as injunções da                            mundialização do capital, exigindo, mais do que nunca, a captura                            integral da subjetividade operária (o que explica, portanto, os                            impulsos desesperados e contraditórios – do capital para conseguir a                            parceria com o trabalho assalariado). (Grifo nosso).         A “captura integral da subjetividade operária”, evidenciada ao longo de todo processode constituição da figura do trabalhador na sociedade capitalista, pode ser demonstrada, deforma mais agudizada, portanto, na atualidade, momento em que os trabalhadores sãointimidados a vivenciar novas formas de realizar suas atividades, dado as novas exigênciascolocadas pelo capital ao trabalhador, ao promoverem a ampliação das condições objetivas esubjetivas que têm levado a um acúmulo de trabalho, contribuírem, conseqüentemente, para oque se convencionou denominar síndrome de burnout. Esta contribui, significativamente, paraque os trabalhadores adoeçam, cada vez mais, permanecendo, com muita freqüência, nesseestado por períodos longos.          Importa, pois, considerar a importância de – para todos os que (sobre)vivemos sob alógica do mercado, em que o sujeito é o capital – investigarmos os sentidos macro-estruturais dotrabalho e do emprego para a classe trabalhadora – particularmente, para a classe que(sobre)vive do trabalho docente –, pois, fatores como: a reestruturação produtiva, a integraçãomundial dos mercados financeiros, a internacionalização e a abertura das economias implicarampapéis antes atribuídos aos pais; a democratização do acesso às instituições de ensino que, ao favorecer oacesso das camadas populares à educação, pede pela reestruturação de todo o processo educativo.7  Do latim vulgar, tripaliare (trabalhar) significa martirizar com o tripalium, instrumento utilizado para atortura.                                                                                                               24
a precarizaçäo do trabalho, atingindo amplos setores da população e, em particular, a categoriaprofissional constituída pelos trabalhadores da educação. Tais mutações envolveramconseqüências político-econômicas e socioculturais, tais como, a crescente pauperização daclasse trabalhadora (incluindo aqueles integrados ao mercado formal de trabalho), ainsegurança, a instabilidade e a precariedade nos vínculos laborais. Essas conseqüênciasimpuseram-se ao trabalho docente com especificidades ainda muito pouco diagnosticadas. Emque pese, portanto, a quantidade e a qualidade do levantamento de dados acerca das causas econseqüências da reestruturação produtiva, bem como da produção teórica no Brasil, em nívelmacro, acerca dessas questões, segundo Minayo-Gomez e Thedim-Costa (1999), pouco se temdiscutido   sobre    a   desestruturação    e   conseqüente     necessidade    de    reconstrução    deidentidades/subjetividades geradas a partir da precarização do trabalho, em especial, da dotrabalho docente nas instituições de ensino superior.      Os efeitos das mutações no meio laboral são diversos, obrigando os trabalhadores abuscarem novos mecanismos de defesa para garantirem sua sobrevivência psíquica. Mas não sepode fazer a simples associação de sofrimento/patologia ou prazer/saúde, uma vez que nem todosofrimento é patológico, podendo mesmo o sofrimento vir a constituir mecanismo para evitar oadoecimento, ou, ao menos, funcionar como um alerta da existência de doenças. Esta novaadaptação, porém, pode colocar em risco o bem-estar do trabalhador quando este não logra pôrem circulação estratégias para o enfrentamento ante os revezes advindos do trabalho,acarretando problemas crônicos de saúde.        Para além das modificações impostas aos trabalhadores, exigidas pela reconfiguração nomundo do capital, os docentes – acossados pelos processos sociais que mercantilizaram aeducação, assimilando a reflexão à razão instrumental – são forçados a experimentar novasformas de realizar suas atividades docentes, no interior de um outro conjunto de “regras”(planejamento estratégico, avaliação de resultados e produtividade, técnicas pedagógicas,supostamente, modernizadas e modernizantes, etc.), que lhes impõe novos comportamentos,novas atitudes e competências. Estas, por tenderem a adequar o fazer do professor ao imperativode uma educação voltada à adaptação dos indivíduos ao mercado, lhe são estranhas edesprazerosas, tal como evidencia o relato de um dos sujeitos da pesquisa realizada por Gomes(2002, p. 12)8:8  Ainda acerca dessa questão Esteve (1999, p. 40) faz algumas considerações relevantes, como asdescritas a seguir: “Com data de 18 de janeiro de 1983, o jornal El País, em seu suplemento semanal deeducação, publicava um pequeno artigo sob o título: ‘crise da profissão docente na Suécia’ [...]: ‘Aprofissão de mestre nas escolas [...] na Suécia não só deixou de ser atrativa, como está ameaçada de umaprogressiva deserção dos quadros docentes. A principal razão disso é o esforço psíquico a que estãosubmetidos os docentes como conseqüência do clima dominante nos centros de ensino. Uma quarta partedos professores de Estocolmo pensa em mudar de atividade [...]. [...] 264 mestres mudaram de atividade e                                                                                                           25
‘Eu era uma peça que não fazia sentido. Isso foi me dando                          depressão... Eu não conseguia... saía para dar aula mas sem                          vontade. E aquilo foi me angustiando, até que eu disse não, tenho que                          parar com isso se não vou... eu já não dormia direito... E aí eu                          abandonei por um ano... Eu me dei licença médica’. (Grifo nosso).        A evanescência do prazer de educar em sua dimensão concreta, qual seja, aquela que semanifesta nos estados de saúde (prazer) e doença (desprazer) pode, nesse sentido, ser verificadano aumento da taxa de pedidos de licença médica entre os professores:                                    Essa articulação entre administração tutelar, verticalizada e a                          geração de subjetividades serializadas, marcadas pela repetição,                          sofrimento patogênico e doença pode ser constatada, dentre outros                          aspectos, na brutal elevação dos índices de solicitação de pedidos de                          licença médica por parte dos professores entre os anos 1995 e 1997.                          (MINAYO-GOMEZ e BARROS, 2005).        O mal-estar docente nas escolas geridas e administradas com vistas à fabricação, para omercado, de indivíduos dóceis e propensos à aceitação de discursos autoritários pode ser situadoem um processo de duas faces: uma que tende a – por danificar a subjetividade e a reflexãocrítica –imobilizar a capacidade de resistir à lógica inerente à penetração do mercado na sala deaula e outra que revela a possibilidade de, a partir daquilo mesmo que engendra o mal-estar esuas manifestações concretas, favorecendo a mobilização para a recusa da submissão completaao capital, recusa correlata a estratégias cuja intencionalidade seja a de minar o projetoneoliberal para a educação.                                    As solicitações de afastamento do trabalho por motivos                          médicos sinalizam ora estratégias que recusam os modos de                          administração verticalizados, movimentos que buscam fugir das                          serializações impostas, constituindo-se em importante estratégia                          política, ora adoecimento e, ainda, defesas que buscam evitar o                          adoecimento. O gerenciamento do tempo é uma estratégia privilegiada                          no estabelecimento da lógica do capital e uma forma de recusa                          utilizada pelos trabalhadores, como a greve, operação tartaruga, a cera,                          e, ainda, os pedidos de licença. (MINAYO-GOMEZ e BARROS,                          2005).        Se as condições objetivas e subjetivas do trabalho docente constituem, hoje, espaço deestímulo à competitividade e ao individualismo, enquanto estratégias de fragilização da classetrabalhadora (particularmente, a dos trabalhadores docentes), estas apresentam, por outro lado,os pedidos de emprego em arquivos, museus e outros lugares mais tranqüilos aumentaram nesse setor.Várias centenas de docentes tiveram de recorrer aos serviços de psicoterapia do departamento deEducação’”.                                                                                                      26
na fala de alguns docentes, condições para a oposição ante esse quadro, por meio de, apenas,duas alternativas: “[...] fazer resistência ou fazer resistência”. (MINAYO-GOMEZ e BARROS,2005). Tais estratégias, entretanto, não logram êxito completo, fundamentalmente, pelaincapacidade de os corpos não suportarem tamanha pressão, tamanha precarização eesvaziamento do sentido de seu trabalho, com isso, adoecendo. Contudo, esse adoecer do corpopode indicar uma via de resistência ao esgotamento físico e mental, na medida em que permiteuma “pausa” na efetiva opressão vivenciada nos espaços de trabalho, possibilitando aotrabalhador docente encontrar lugares e tempos propícios à reflexão, revelando, pois, que oprocesso de esmaecimento da consciência, enquanto mecanismo de controle não é total, talcomo não o é a submissão do trabalhador aos instrumentos de que lança mão o capital paradomá-lo, domando a vida. Assim,                           [...] muitas tarefas prescritas [...] não conseguem ser implementadas e                           a sala de aula se configura, muitas vezes, em ‘espaço de saúde’ onde o                           trabalho real, marcado pela imprevisibilidade, efetiva-se, evitando-se                           o sufocamento. Quais os movimentos de ‘insubmissão’ que viabilizam                           a invenção de outras formas de trabalho ou outras redes de                           cooperação? Quais estão se atualizando hoje na rede de ensino? Como                           investir nessas estratégias de forma a viabilizar outros movimentos                           que, ao recusarem as políticas educacionais em curso, podem usinar                           novas possibilidades de luta no campo da educação? O engessamento                           das ações não se efetiva de forma tranqüila, ou seja, a submissão não é                           total, absoluta. (MINAYO-GOMEZ e BARROS, 2005).III. EDUCAÇÃO, RESISTÊNCIA E SAÚDE         “[..] a sala de aula se configura, muitas vezes, em ‘espaço de saúde’”. (MINAYO-GOMEZ e BARROS, 2005)? Os professores... pressentem, ainda que surdamente, que ahumilhação da carne pelo poder nada mais é do que o reflexo ideológico da opressão a sãosubmetidos? (Cf. HORKHEIMER E ADORNO, 1985, p.216).        Pensar essas questões, desde o interior dos aportes da Escola de Frankfurt, implicavoltarmo-nos aos fundamentos teórico-filosóficos do ideário burguês, em que se encontraassente a declaração dos direitos do homem e do cidadão, que acenou para a perspectiva delibertação de todos os homens, inclusive daqueles excluídos da condição jurídica de homenslivres, ao longo da história medieval. Vale ressaltar que os princípios do liberalismo e doiluminismo, difundidos como sendo princípios e interesses universais da sociedade burguesa,somente o foram durante a fase revolucionária da classe que se tornou hegemônica após aderrocada da ordem feudal. No bojo desse processo, a razão e a ciência assumem caráterfundamental, na medida em que permitiriam um conhecimento preciso da realidade, purificadoda superstição, do mito.                                                                                                     27
Enquanto a classe burguesa permaneceu oprimida, pelo                          menos no plano das formas políticas, opôs-se com a palavra de ordem                          do progresso à situação estacionária vigente; [...] Somente depois de                          esta classe já ter conquistado as posições de poder decisivas, o                          conceito de progresso degenerou em ideologia [...]. O século XIX                          chegou aos limites da sociedade burguesa; esta não podia realizar sua                          própria razão, seus ideais de liberdade, justiça e espontaneidade, a não                          ser superando seu próprio ordenamento. (ADORNO, 1995b, p. 52).        Adorno, ao analisar o pensamento iluminista, observa que embora este sugerisse, nohorizonte de seu projeto de sociedade, um anseio pela libertação do homem, o progresso que ahumanidade, historicamente, concretizou, fez comungarem a racionalidade iluminista e osinteresses do capital, sujeito efetivo da sociedade industrial. É, pois, na relação de pertença entreos interesses do capital e os da razão esclarecida, reduzida a sua forma instrumental, que oindivíduo resulta enfraquecido, sitiado no interior da racionalidade inerente ao progressoeconômico, tal como delimitado nos marcos da lógica de acumulação capitalista. Se se devepensar a qualidade da existência dos homens não somente a partir do nível de desenvolvimentotecnológico e científico proporcionados por esta aproximação entre capital e razão, mas,também, pelo estágio de humanização alcançado pela sociedade, é preciso afirmar que, sob aégide da organização societal capitalista, entretanto, a razão finda por se fetichizar, tornando-se,ela própria, mito. Assim sendo, a racionalidade converte-se em irracionalidade, negando oconceito do esclarecimento, bem como a possibilidade do progresso, em virtude do princípioprimeiro da sociedade burguesa, qual seja, o lucro na troca de mercadorias.        Horkheimer e Adorno (1985) nos auxiliam a explicitar a tendência à subversão da razão,ofuscada em sua aliança com o capital ou, em outras palavras, a degeneração do progresso emregressão:                                     No sentido mais amplo do progresso do pensamento, o                          esclarecimento tem perseguido sempre o objetivo de livrar os homens                          do medo e de investi-los na posição de senhores. Mas a terra                          totalmente esclarecida resplandece sob o signo de uma calamidade                          triunfal. (p. 19).        A fim de compreender as determinações socioeconômicas e políticas que concorrempara a constituição do enfraquecimento do eu no indivíduo da sociedade industrial, Horkheimere Adorno (1985) procedem, em Dialética do esclarecimento, de modo a constituir uma profundaanálise da formação cultural, tal como historicamente construída, isto é, como signo daescravidão, do totalitarismo, da barbárie, enfim...                                    Apesar de alheio à matemática, Bacon captou muito bem o                          espírito da ciência que se seguiu a ele. O casamento feliz entre o                          entendimento humano e a natureza das coisas, que ele tem em vista, é                                                                                                        28
patriarcal: o entendimento, que venceu a superstição, deve ter voz de                         comando sobre a natureza desenfeitiçada. Na escravização da criatura                         ou na capacidade de oposição voluntária aos senhores do mundo, o                         saber que é poder não conhece limites. Esse saber serve aos                         empreendimentos de qualquer um, sem distinção de origem, assim                         como na fábrica e no campo de batalha está a serviço de todos os fins                         da economia burguesa. Os reis não dispõem sobre a técnica de                         maneira mais direta que os comerciantes: o saber é tão democrático                         quanto o sistema econômico juntamente com o qual se desenvolve. A                         técnica é a essência desse saber. Seu objetivo não são os conceitos ou                         imagens nem a felicidade da contemplação, mas o método, a                         exploração do trabalho dos outros, o capital (HORKHEIMER E                         ADORNO, 1985, p. 20).        A burguesia, em sua fase revolucionária, afirmando a liberdade dos homens e aconstrução de uma humanidade liberta das imagens míticas que permeavam o modo como oshomens percebiam o mundo, a natureza e a si mesmos, entroniza – no que concerne àconstrução do entendimento do mundo, em virtude do desenvolvimento da tecnologia queconstitui a essência desse saber – a dimensão sombria do esclarecimento, corporificada nãosomente na racionalidade instrumental subjacente ao conhecimento científico de caráterpositivista, mas, também, na indústria cultural, que construindo simulacros da realidade,independentes do próprio real, submete a consciência às ideologias comunicadas pela indústriada cultura. O lugar privilegiado ocupado pela dimensão instrumental da racionalidade deve-se,pois, ao fato de o capital, enquanto sujeito social, impor sua lógica às classes, no interior dacontradição dialética do par capital e trabalho, na organização da sociedade, lógica essa quesupõe a heteronomia, em detrimento da emancipação. Com o avanço do capitalismomonopolista, a razão instrumental difunde-se e torna-se onipresente, conforme já assinalado, pormeio da indústria cultural. Desse modo, “O mundo inteiro é forçado a passar pelo filtro daindústria cultural. [...] Inevitavelmente, cada manifestação da indústria cultural reproduz aspessoas tais como as modelou a indústria em seu todo”. (HORKHEIMER E ADORNO, 1985, p.119).        A compreensão, portanto, do porquê de as promessas iluministas terem permanecidoirrealizadas encontra-se no entendimento do que representou – e vem representando – o avançoestrutural da sociedade capitalista, que, em conformidade com Horkheimer e Adorno, temanulado o indivíduo, dissolvendo-o diante de uma sociedade dominada pela racionalidade datécnica e da ciência – mais especificamente, sua mistificação, seu status de coisa independente –, isto é, pela ideologia do progresso e o esquecimento do passado. Nas palavras dos autores,                                   Na indústria, o indivíduo é ilusório não apenas por causa da                         padronização do modo de produção. Ele só é tolerado na medida em                         que sua identidade incondicional com o universal está fora de questão.                                                                                                    29
Da improvisação padronizada no jazz até os tipos originais do cinema,                         que têm de deixar a franja cair sobre os olhos para serem reconhecidos                         como tais, o que domina é a pseudo-individualidade. O individual                         reduz-se à capacidade do universal de marcar tão integralmente o                         contingente que ele possa ser conservado como o mesmo                         (HORKHEIMER E ADORNO, 1985, p. 144-5).       O indivíduo autônomo, dono de si e capaz de determinar seus fins encontra-se, dessemodo, em extinção, na medida em que as condições objetivas que poderiam permitir essacapacidade encontram-se ausentes, em virtude do modo como se tem organizado a vidaeconômica, na medida em que o aperfeiçoamento dos mecanismos capitalistas de controlelevam ao desaparecimento do sujeito individual ao revelar relações sociais que, hodiernamente,de modo mais agudo, (con)formam uma subjetividade danificada.                                    A ordem econômica e, seguindo seu modelo, em grande                         parte também a organização econômica, continuam obrigando a                         maioria das pessoas a depender de situações dadas em relação às quais                         são impotentes, bem como a se manter numa situação de não-                         emancipação. Se as pessoas querem viver, nada lhes resta senão se                         adaptar à situação existente, se conformar; precisam abrir mão daquela                         subjetividade autônoma a que remete a idéia de democracia;                         conseguem sobreviver apenas na medida em que abdicam seu próprio                         eu. [...] (ADORNO, 1995a, p. 43-4).       Nessa conjuntura, evidenciam-se as transformações ocorridas no papel assumido pelosprocessos educativos, no que concerne à conformação e adequação dos indivíduos ao modeloeconômico-político e ideológico adotado pelo Estado capitalista, uma vez que as mudanças naesfera do trabalho – tomado como relação social fundamental sobre a qual se erguem o homem ea sociedade – espraiam-se por todos os espaços/lugares de construção social, dentre eles, o daeducação.       A reprodução sem cessar, desta ordem injusta e autoritária retira, então do indivíduo assuas raízes, a sua capacidade de superar seu estado de alienação, levando o indivíduo,conseqüentemente, a um desenraizamento, a um enfraquecimento de sua capacidade subjetiva, àparalisação total do pensamento.       Ao contrário do que acreditava Marx, essa intensa exploração no trabalho não tende aconduzir a uma progressiva consciência do proletariado, dado que hoje, a ideologia dominanteencarrega-se de dissimular, por meio de todo um mecanismo de manipulação, a barbárie dosprocessos de produção da sociedade, bem como de transformar o indivíduo em homem-massa.Pseudoformado, o indivíduo tende a pensar pela ótica exclusiva do pensamento dominante,perdendo a capacidade de agir e pensar de forma radicalmente diversa e autônoma, paralisandosua capacidade de refletir criticamente a ideologia hegemônica. Paralisia funcional ao capital                                                                                                  30
para a aceitação das pessoas no mundo das mercadorias.        O processo que impede com que o indivíduo possa ter uma consciência crítica se dá pormeio de diversos mecanismos, dentre eles, a educação, que, do modo como apropriada noâmbito do capitalismo moderno, totalmente administrado, tem sido orientada pelas necessidadesimediatas do capital, contribuindo para a ampliação das condições objetivas e subjetivas quepossibilitam a permanência da heteronomia. O ser humano, alvo do processo educativo,transmuta-se em instrumento a serviço da produção de mercadorias, ou reduz-se a uma delas,processo que ocorre simultaneamente à redução do pensar ao domínio de suas funçõesprofissionais, tal com revelam Horkheimer e Adorno (1985, p. 184):                                   Com a propriedade burguesa, a cultura também se difundiu.                         Ela havia empurrado a paranóia para os recantos obscuros da                         sociedade e da alma. Mas como a real emancipação dos homens não                         ocorreu ao mesmo tempo que o esclarecimento do espírito, a própria                         cultura ficou doente. Quanto mais a realidade social se afastava da                         consciência cultivada, tanto mais esta se via submetida a um processo                         de reificação. A cultura converteu-se totalmente numa mercadoria,                         difundida como uma informação, sem penetrar nos indivíduos dela                         informados [...] O pensamento reduzido ao saber é neutralizado e                         mobilizado para a simples qualificação nos mercados de trabalho                         específicos e para aumentar o valor mercantil da personalidade. Assim                         naufraga essa auto-reflexão do espírito que se opõe à paranóia.        O excerto acima, revelando o predomínio da razão instrumental, explicita o processo deeliminação da autonomia dos indivíduos, dado a educação resultar em pseudoformação, já que oesforço educativo tende a ocultar dos indivíduos a heteronomia decorrente das relaçõesinerentes ao trabalho submetido ao capital, isto é, a danificação de sua subjetividade. Dessemodo, a experiência formativa, enquanto momento básico da constituição do indivíduo tende ase descaracterizar como possibilidade para a emergência da autonomia e da emancipação,apresentando-se, pelo contrário, como experiência deformante.        A educação nas experiências escolares tende, portanto, à profissionalização, devendo tercomo princípio a adaptação, dado assentar-se em valores de mercado e transmutar o saber emmais uma mercadoria de consumo imediato, uma cultura que tem seu valor venal medido nostermos do mercado.        Não somente a educação entendida enquanto cultura representa, desse modo,mecanismo de legitimação do modus operandi do capital. Também no âmbito da educação quese realiza nos espaços escolares o prazer de educar encontra cada vez menos um terreno sólidopara se desenvolver, anuncia a proximidade da morte do desejo da vida digna e feliz, uma vezque o objeto do exercício da função do professor passa a constituir-se em alienação, e, portanto,                                                                                                    31
em angústia e sofrimento, na medida em que o esclarecimento ao se converter em técnica, deixade ser a luz nítida anunciada pela razão, passando a ser uma luz turva que ofusca a realidade ereproduz o sempre idêntico.        O progresso, aqui representado pelos avanços tecnológicos, que tem imprimido marcasde modernidade no ensino, tem contribuído, na verdade, para a produção da regressão, expressana aceleração da vida em direção à morte, posto que o que o educador, ao vivenciar as novas evelhas práticas do seu saber profissional, tem estado, ainda mais, exposto a um desgaste físico emental, denominado de mal estar docente.        Tais reflexões, ao serem pensadas sob os aportes da Escola de Frankfurt, remetem-nosao fragmento Interesse pelo Corpo, da Dialética do Esclarecimento, em que Horkheimer eAdorno identificam o modo como o indivíduo constitui-se em vítima de uma civilização que odilacera, desfigura e recalca seus instintos e paixões, tomando seu corpo como objeto decontrole e manipulação. O corpo passa a ser marcado pelas cicatrizes deixadas pelamaterialidade com a qual se vive o trabalho alienado, fragmentado, rotulado sob o imperativo daexaustão metamorfoseado em nome da eficácia. O professor passa, assim, a ter um corporeduzido a uma peça sem importância, ou mesmo como um corpo já sem vida.         E a resistência na sala de aula? E os professores? Pressentem, ainda que surdamente,[...] que a humilhação da carne pelo poder nada mais era do que o reflexo ideológico daopressão a que eram submetidos. (HORKHEIMER E ADORNO, 1985, p.216)?         Tem mais nos parecido que o professor, que tem como objeto de sua profissão, oconhecimento, tem sua vida prescrita pelo produto em que se converteu seu objeto de trabalho,em um processo que guarda similitudes com o que ocorre na indústria cultural.                                  A verdade em tudo isso é que o poder da indústria cultural                         provém de sua identificação com a necessidade produzida, não da                         simples oposição a ela, mesmo que se tratasse de uma oposição entre a                         omnipotência e impotência. A diversão é o prolongamento do trabalho                         sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao                         processo de trabalho mecanizado, para se pôr de novo em condições                         de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu um tal                         poderio sobre: a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela                         determina tão profundamente a fabricação das mercadorias destinadas                         à diversão, que esta pessoa não pode mais perceber outra coisa senão                         as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho. O pretenso                         conteúdo não passa de uma fachada desbotada; o que fica gravado é a                         seqüência automatizada de operações padronizadas. Ao processo de                         trabalho na fábrica e no escritório só se pode escapar adaptando-se a                         ele durante o ócio. Eis aí a doença incurável de toda diversão. O                         prazer acaba por se congelar no aborrecimento, porquanto, para                         continuar a ser um prazer, não deve mais exigir esforço e, por isso,                         tem de se mover rigorosamente nos trilhos gastos das associações                                                                                                    32
habituais. O espectador não deve ter necessidade de nenhum                         pensamento próprio, o produto prescreve toda reacção: não por                         sua estrutura temática – que desmorona na medida em que exige o                         pensamento – mas através de sinais. (HORKHEIMER e ADORNO                         1985, p. 128. Grifo nosso).         Somos espectadores?! Ou pressentimos a humilhação que se crava em nossa carne,nossos corpos?!REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASADORNO, TH. O que significa elaborar o passado. In: ____. Educação e emancipação. Rio deJaneiro: Paz e Terra, 1995a, p. 29-49.ADORNO, TH. Progresso. In: ____. Palavras e Sinais: modelos críticos 2. Petrópolis, RJ:Vozes, 1995b, p. 37-82.ADORNO, TH. Indústria Cultural e Sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2002.ANDRADE, E. R. et al. O perfil dos professores brasileiros: o que fazem, o que pensam, o quealmejam. Pesquisa Nacional Unesco. São Paulo: Moderna, 2004.CODO, W (Coordenador). Educação: carinho e trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes/Brasília:Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação: Universidade de Brasília, Laboratóriode Psicologia do Trabalho, 1999.ESTEVE, J. M. O mal-estar docente: a sala-de-aula e a saúde dos professores. Bauru, SP:EDUSC. 1999.GIORDANO, R. Amazônia, Trabalho e Educação: histórias e memórias do trabalho do(c)ente.Projeto de Pesquisa. Agosto de 2005. Centro de Educação, UFPA. (mimeo).GOMES, L. Trabalho multifacetado de professores/as: a saúde entre limites. [Mestrado]Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; 2002. 123 p. Disponível em<http://portalteses.cict.fiocruz.br/transf.php?script=thes_chap&id=00009401&lng=pt&nrm=isso>. Acesso em agosto de 2005.HORKHEIMER, M. e ADORNO, TH. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Riode Janeiro: Zahar, 1985.MAIA, A. Trabalho e saúde entre os funcionários do Serviço Social do Comércio (SESC)/Ananindeua: morbidez e/ou resistência? Agosto de 2005. Centro Socioeconômico,UFPA/CAPES. Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social.MARX, K e ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: HUCITEC, 1991.MARX, K. A lei geral de acumulação capitalista. In: ____. O capital: crítica da economiapolítica. v. I, livro I, tomo 2. São Paulo: Nova Cultural, 1988.___. Manuscritos Econômicos Filosóficos. São Paulo: Martin Claret, 2002.                                                                                               33
MINAYO-GOMEZ, C. e BARROS, M.E.B. Saúde, trabalho e processos de subjetivação nasescolas. In: REVISTA PSICOLOGIA: REFLEXÃO E CRÍTICA, 2002. Disponível em<http://www.scielo.br/pdf/prc/v15n3/a18v15n3.pdf>. Acesso em junho de 2005.MINAYO-GOMEZ, C. e THEDIM-COSTA, S. M. da F. Precarização do trabalho e desproteçãosocial: desafios para a saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva 1999; 4 (2): 411-21.                                                                                        34
FORMAÇÃO VERSUS INDÚSTRIA CULTURAL NA CONSTRUÇÃO DASUBJETIVIDADEMaiane Liana Hatschbach OuriqueAmarildo Luiz TrevisanResumo        O trabalho tem a intenção de refletir sobre a possibilidade de uma formação culturalmais ampla na educação, tendo em vista a aceleração do uso das novas tecnologias a partir dasegunda metade do século XX e a demanda sentida pela educação em torno da produção deconhecimentos úteis. A problemática que se configura é a seguinte: levando em conta ainstrumentalização da razão e a colonização do mundo da vida pelos mecanismos da indústriacultural, de que forma a educação ainda pode contribuir na construção da subjetividade? Ora, aconsciência moderna se deformou no acontecer do iluminismo, mostrando sua vulnerabilidade àmedida que alimenta o ideal de progresso feito longe da natureza e das possibilidades criadas nomundo da vida. Adorno e Horkheimer vêem nas tragédias gregas a possibilidade de reencontraro equilíbrio perdido neste afastamento da natureza. Eles procuram abalar assim o entendimentode que o esclarecimento estruturou-se como força de contrapeso ao mito, fornecendo subsídiospara questionar, inclusive, as grandes metas educativas. Edificadas sob um ideal iluminista, asnarrativas que versam sobre emancipação, autonomia e transformação, por exemplo, podem sercolocadas sob suspeita, à medida que são perseguidas com ações instrumentais e cognitivistasapenas. A educação, ao reduzir os processos de aprendizagem ao pensamento reflexo, numaimitação controlada e técnica, contribuiu para a semiformação, na qual a constituição dasubjetividade (fragmentada) revela-se frágil diante das estratégias de apelo da indústria cultural.No mundo trágico, o equilíbrio entre forças intensas é conseguido, ao tratar o homem e as suasvivências distanciadas dos interesses burocráticos e mercantis que vieram à tona com aemergência da modernidade. Sob o enfoque interpretativo, é justamente na proposta dastragédias gregas que a humanidade do homem é posta diante dos abismos encobertos pelaracionalização iluminista. Podemos encontrar aqui argumentos para revigorar a práticaeducativa, especialmente no que tange a suas metas e à maneira de buscá-las. A formaçãoproposta nas tragédias gregas, ao apresentarem o caos originário da natureza humana, revela-nos Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria ebolsista CAPES – E-mail: maianeho@yahoo.com.br  Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de SantaMaria e pesquisador do CNPq – E-mail: amarildoluiz@terra.com.br                                                                                                      35
as falsas dualidades que compõem o paradigma subjetivista da consciência moderna,categorizando os fenômenos em racionais ou emocionais, materiais ou mentais, teóricos oupráticos. Ou seja, diferente de excluir um aspecto, tendo-o como antagônico, as tragédiasaproximam a formação do “outro da razão”, permitindo que o processo de significação seenriqueça.Considerações iniciais        O projeto formativo moderno, que foi estabelecido por intermédio das inovaçõestécnicas e da mercantilização da produção, mostra hoje toda a sua vulnerabilidade. À medidaque alimenta o ideal de progresso, feito longe da natureza e das possibilidades criadas no mundoda vida, ele redunda ao fim e ao cabo em regressão. O sujeito prende-se ao imediato e ao local,deslocando as questões de sua historicidade. No plano prático, progresso e barbárie estruturamuma relação não esclarecida, que não dá conta das relações de trabalho constituídas. Além disso,no plano cognitivo, tais narrativas não conseguem realizar a síntese expressiva da formaçãocultural – Bildung. A redução da razão à sua dimensão instrumental mostra-se insuficiente paraatender as demandas da convivência humana, diante das ideologias veiculadas pelas redes decomunicação. Os fenômenos não são compreensíveis apenas pela revelação de seu núcleoracional, pois as questões históricas e culturais são também importantes – por vezes,determinantes – para a construção de sentidos.        E é a partir destas considerações que podemos entender a diferença entre o acesso àinformação e a sua reelaboração subjetiva. A simultaneidade e diversidade de informaçõesdisponíveis podem não ser fatores decisivos, mas influenciam, em grande medida, o processofragmentado que se estabelece. Elas apenas expõem os sujeitos à sua condição de expectadoresde um mundo espetacular, no qual dramas de telenovelas são tratados com a mesma seriedadeque conflitos geopolíticos ou atentados terroristas. As ideologias apresentadas são travestidas deimagens e de uma linguagem objetiva, vinculando entretenimento e informação numa estratégiaque dispensa a criticidade. O deleite que proporciona é fim em si mesmo. O empobrecimentodas relações humanas, que Adorno denomina pelo conceito de pseudocultura, desvela-se numaanálise um pouco mais detida dos vazios produzidos. A indústria cultural vale-se dos valoresiluministas para fortalecer-se sempre mais. Liberdade é usar uma calça jeans, que a publicidadefetichiza ao mostrá-la como sujeito histórico capaz de transformar também quem a usa.Igualdade – e não mercantilização da cultura - é uma conquista de quem freqüenta a mesmarede de alimentação estabelecida em todos os cantos do mundo. Fraternidade, diferente depromover ações de inclusão, é participar de happy hours regados à cerveja mais vendida com os                                                                                                     36
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Indústria Cultural Hoje

  • 1. ISSN 1980-5667 CONGRESSO INTERNACIONAL De 28/8 a 1/9/2006 DAADImportante:• Para visualização deste CD é necessário o software Adobe Reader 4.0 ou superior,• Os trabalhos estão Indexados por SESSÃO, AUTOR e NOME DO TRABALHO.
  • 2. Indústria Cultural Hoje: Apresentação Bruno Pucci1 Mundus vult decipi, ergo decipiatur: O mundo quer ser enganado, que o seja2. Theodor Adorno, alguns séculos depois, exatamente em 1967, retoma a observaçãodo Cardeal Caraffa, e com ela ilumina uma das manifestações mais evidentes da IndústriaCultural. Diz ele: A idéia de que o mundo quer ser enganado tornou-se mais verdadeira doque, sem dúvida, jamais pretendeu ser. Não somente os homens caem no logro, como sediz, desde que isso lhes dê uma satisfação por mais fugaz que seja, como também desejamessa impostura que eles próprios entrevêem; esforçam-se por fecharem os olhos eaprovam, numa espécie de auto-desprezo, aquilo que lhes ocorre e do qual sabem por queé fabricado. Sem o confessar, pressentem que suas vidas se lhes tornam intoleráveis tãologo não mais se agarram a satisfações que, na realidade, não o são (Adorno, IndústriaCultural). O fascínio diante das possibilidades interativas, da convergência e da compactaçãotecnológica, decorrentes das recentes transformações das forças produtivas do capitalismotransnacional, parece não deixar mais qualquer resquício de dúvida em relação às tentativasde sepultar o conceito de indústria cultural. A chamada democratização da informação, bemcomo as já não tão graduais transformações na percepção, na estética, fornecem aimpressão de que a nossa subjetividade conquista propriedades que a habilitamcompreender e intervir na sociedade, de tal modo que as contradições entre o particular e atotalidade são apenas detalhes técnicos que podem ser resolvidos sem qualquer alteraçãodas estruturas sociais. Porém, esta conclusão apressada, que inclusive estigmatizafundamentos teórico-críticos, não consegue dissolver a manutenção de uma certadesconfiança quanto à aparência de felicidade. As conseqüências da fetichização da técnicae a reificação das consciências teimam em nos lembrar que as reconciliações entre oindivíduo e a sociedade, entre o desejo e a produção da cultura não foram aindaconcretizadas, a despeito das tentativas da indústria cultural de afirmar que a felicidade1 Professor Titular do PPGE/UNIMEP, coordenador do Grupo de Pesquisa “Teoria Crítica e Educação”,pesquisador do CNPq e da FAPESP e coordenador do Congresso Internacional Indústria Cultural Hoje. 2
  • 3. pode ser obtida aqui e agora. Na verdade, tais promessas não são efetivamente cumpridas,não passam de “reconciliação forçada”, no dizer de Theodor Adorno. Contudo, se aspremissas básicas do conceito de indústria cultural permanecem vivas, quais seriam osdesdobramentos do processo de fetichização da produção cultural e da absolutização datécnica em curso? Este foi um dos temas que o Congresso Indústria Cultural Hoje tentouanalisar em suas apresentações e debates. O Grupo de Estudos e Pesquisa “Teoria Crítica e Educação” — organizador destecongresso científico, e constituído por pesquisadores da UNIMEP, da UFSCar e daUNESP-Araraquara, da UFSC, da UEM, da PUC-Minas — desenvolve atividades deestudos e pesquisas, desde agosto de 1991, com o objetivo de aprofundar o conhecimentoda Teoria Crítica da Sociedade e de sua contribuição para a análise de questõesrelacionadas à formação educacional e cultural contemporânea. Ao realizar seu 5º EventoCientífico, pela segunda vez Internacional, e pela primeira vez, um Congresso, pretendeupromover um espaço coletivo mais amplo de reflexão, com especialistas de diversas áreasdo saber, para debater questões relacionadas à indústria cultural hoje, sob o impacto dasnovas tecnologias e suas implicações para a educação, para a formação estética e cultural, apartir dos teóricos da primeira geração da “Escola de Frankfurt”. A grande questão que se colocou para a reflexão de todos os presentes nesteCongresso científico foi a seguinte: A categoria Indústria Cultural, criada na década de 40do século passado, consegue dar conta da interpretação dos fenômenos sob sua jurisdição? Adorno e Horkheimer, quando escreveram o ensaio Indústria Cultural: oesclarecimento como mistificação das massas, e, mesmo depois, em 1967, quando Adornofez um Resumo sobre a Indústria Cultural, viviam eles ainda na era das revoluçõesmecânicas. Seus contatos com a revolução tecnológica americana, com os grandes trustes,com o rádio, com o cinema e com a incipiente televisão os levaram a substituir a expressão“cultura de massas” por indústria cultural, por que aquele termo, no dizer deles, “desvia aênfase para aquilo que é inofensivo”. No dizer de Adorno: “não se trata nem das massas emprimeiro lugar, nem das técnicas de comunicação como tais, mas do espírito que lhes é2 . Expressão do Cardeal Carlos Caraffa, 1565, – nomeado cardeal por seu tio Giovanni Caraffa, na ocasião 3
  • 4. insuflado, a saber, a voz de seu senhor. A indústria cultural abusa da consideração comrelação às massas para reiterar, firmar e reforçar a mentalidade destas, que ela toma comodada a priori e imutável (A Indústria Cultural, 1967)”. A partir dos anos 1970 o mundo estásendo profundamente modificado pelas tecnologias digitais e outras. As transformaçõesgeradas nos meios de comunicação, nos setores industriais e de serviços, na formaçãoescolar, só para destacar alguns setores, foram espantosas e inacreditáveis. É verdade, poroutro lado, que uma categoria também pode evoluir historicamente. Veja, por exemplo, acategoria “ideologia”, no estudo feito sobre ela por Adorno e Horkheimer (Temas básicosde Sociologia). Como utilizar ainda uma categoria criada há sessenta anos atrás para darconta dos fenômenos atuais? Para os autores frankfurtianos, a cultura dos anos 40 conferia a todos os seusprodutos um ar de semelhança, de parentesco. Graças ao desenvolvimento tecnológico e àconcentração econômica e administrativa, o cinema, o rádio, as revistas se faziam lembrarum do outro, aproximavam-se na estrutura, ajustavam-se e complementavam-se naperspectiva do todo. Ontem (1940-1970), o telefone, o cinema, o rádio, as revistas, atelevisão constituíam um sistema; hoje (2006), graças ao espantoso desenvolvimento dastecnologias da informação e também à não menos espantosa concentração econômica eadministrativa, o sistema ganhou mais densidade e articulação, aprimorando aqueles ramostradicionais, transformando-os em aparatos de última geração e integrando ao circuitomeios novos e mais poderosos: os celulares, a TV interativa, a Internet e outros. Avançou-se no aprimoramento de cada setor em si mesmo e em seu vínculo com o todo. A culturaatual, com mais competência ainda, continua conferindo a tudo um ar de semelhança, deidentidade, de uniformização. Ontem, a passagem do telefone ao rádio separou claramente os papéis. Liberal, otelefone permitia que os participantes ainda desempenhassem o papel de sujeito.Democrático, o rádio transformou-os a todos igualmente em ouvintes, para integrá-losautoritariamente aos programas, iguais uns aos outros, das diferentes estações (Adorno eHorkheimer, Dialética do Esclarecimento, 1944). Hoje, os programas de auditório, o“voyeurismo”, as novelas, os enlatados, os videogames, ao dilatarem ao extremo seu espaçoPaulo IV, papa desde 1555. Os Caraffas são de uma nobre família napolitana. 4
  • 5. de penetração em todas as camadas sociais, dilataram ao extremo igualmente a capacidadede transformar a quase totalidade da população em ouvintes pacientes e sensíveis aosimperativos da indústria cultural. A Internet, ainda não totalmente administrada pelosistema, por enquanto permite aparentes manifestações de apreço e de liberdade. Aparentesmanifestações, porque tudo o que passa pela Internet pode ser captado pelos olhares atentose vigilantes do poder. Com a ampliação ao infinito de vias on line e de telefones portáteis,que registram cada um dos gestos e deslocamentos, o indivíduo renuncia voluntariamente auma parte de sua autonomia e de sua intimidade. A vida privada cada vez mais se tornavulnerável e exposta às articulações dos que detém informações. Adorno e Horkheimer, naDialética do Esclarecimento, perguntavam se a indústria cultural ainda preenchia a funçãode distrair, de que ela tanto se gabava, e concluíam que se a maior parte dos rádios e doscinemas fossem fechados, provavelmente os consumidores não sentiriam tanta falta assim.Hoje a maior parte dos cinemas foram fechados ou se transferiram para os ShoppingCenters, encontrando neles seu habitat apropriado para mercadejar os best selers domomento. E com grande afluência de público. Mas a Rede Globo, se for fechada, gerarácertamente uma séria crise nacional! Ontem (anos 40), as obras de arte tornaram-se tão acessíveis ao público quanto osparques públicos. Isso – diziam Adorno e Horkheimer – não introduz as massas nas áreasem que eram antes excluídas, antes servem para a decadência cultural (Dialética doEsclarecimento, 1944). A novidade, para os frankfurtianos, não é o fato de as obras de arteserem tidas como mercadorias, porque, em sua tensa história de vida, sempre o foram, antespela submissão dos artistas a seus patronos e aos objetivos deles, agora pelo fato de o artistater que se sustentar com o fruto de seu trabalho, em uma sociedade em que tudo setransformou em mercadoria. O novo é o fato de as obras de arte se incluírem, semresistência, entre os bens de consumo, buscando neles encanto e proteção, abdicandovoluntariamente de sua autonomia. Para eles, a incipiente televisão, síntese do rádio e docinema, através da harmonização da palavra, da imagem e da música, produzida por ummesmo processo técnico, estava criando possibilidades ilimitadas de empobrecimento dosmateriais estéticos. Se Adorno e Horkheimer estivessem vivos nos inícios deste novomilênio poderiam constatar, com tristeza, mas não como decepção, o quanto estavamcorretos em seu diagnóstico filosófico-cultural. 5
  • 6. O GEP Teoria Crítica e Educação, em sua história de 15 anos, já promoveu cincoeventos científicos: Colóquio Nacional “O Ético, o Estético, Adorno”, junho de 1998, com a apresentação de 05 grandes conferências e 30 trabalhos científicos. Com apoio da UNIMEP e FAPESP. Colóquio Nacional “Dialética negativa, estética e educação”, março de 2000, com apresentação de 05 conferências, 04 mesas-redondas, 55 comunicações. Com apoio da FAPESP e da UNIMEP. Colóquio Nacional “Tecnologia, Cultura e Formação ... ainda Auschwitz”, em maio de 2002, com a apresentação de 05 conferências, 04 mesas redondas, 54 comunicações. Com apoio da FAPESP e da UNIMEP. Colóquio Internacional “Teoria Crítica e Educação”, em setembro de 2004, com a apresentação de 04 grandes conferências, 04 mesas-redondas, 80 comunicações científicas e 20 pôsteres. Com apoio da FAPESP, CNPq e UNIMEP. Congresso Internacional Internacional “Indústria Cultural Hoje”, agosto/setembro de 2006, com 05 grandes conferências (04 internacionais e 01 nacional); 03 mesas- redondas, 80 comunicações de pesquisa (07 de outros países) e 32 apresentação de pôsteres. Com o apoio da UNIMEP, da FAPESP, da CAPES e do DAAD. Queremos, em nome da Comissão Organizadora, cumprimentar todos osparticipantes deste Congresso, os conferencistas, os expositores em mesas redondas, osapresentadores de Comunicações e de Pôsteres, os coordenadores de mesas, os que sesimplesmente se inscreveram no congresso para ouvir e debater idéias. Queremos ainda, emnome da Comissão Organizadora, fazer uma série de agradecimentos: agradecer o apoio daUNIMEP e do Colégio Piracicabano, na cessão da infraestrutura necessária para arealização deste evento. Nomeio, em nosso agradecimento, o Reitor da UNIMEP, prof. Dr.Arsênio Firmino de Novaes Neto, o diretor do Colégio Piracicabano, Dr. Almir Linhares deFaria, a Diretora da Faculdade de Ciências Humanas, profª Dra. Theresa Beatriz FigueiredoSantos, e o secretário executivo do Gabinete do Diretor Geral do IEP, Luiz de Souza 6
  • 7. Cardoso. Agradecemos às Agências Financiadoras que apoiaram este Congresso científico:FAPESP, CAPES, DAAD. Agradecemos ao Banco HSBC que nos forneceu pastas, canetase blocos de anotações. Agradecemos às secretárias do PPGE, às bolsistas de iniciaçãocientífica que nos ajudaram na organização deste evento. Mas quero externar umagradecimento especial à Rosemeire Rizzo Denadai Zem, Rose, que pela sua competênciae paciência nos ajudou do começo ao fim, bem como à Fabiana Maria Baptista que nosauxiliou na confecção deste CD-Rom. Em tempos do Big Brother globalizado, torna-se fundamental a promoção do debatesobre as características da indústria cultural na atualidade, sobretudo para a investigaçãodos danos objetivos e subjetivos que estimulam a propagação de uma semiformação, que segeneraliza velozmente, de uma educação cada vez mais danificada, bem como dacongruência entre progresso técnico e dessensibilização. As reflexões sobre a Indústria Cultural nos dias de hoje ganham atualidade quandose analisa o mundo em que vivemos, as escolas que freqüentamos, cada vez maisadministrados e controlados pelo capitalismo globalizado e interconectados pelas redes dasnovas tecnologias de informação. Mais do que nunca é preciso, através do esclarecimento,da auto-reflexão-crítica, da busca incontida da autonomia, criar gérmens de resistência, defortalecimento do indivíduo, de intervenção social. Que as conferências, as mesas-redondas, as comunicações e os pôsteresapresentados e debatidos no Congresso Internacional “Indústria Cultural Hoje”, e incluídosneste CD-Rom, nos dêem subsídios fecundos para conhecer mais e mais as contribuições daTeoria Crítica e, sobretudo, para intervir com determinação no processo educacionalbrasileiro, em suas diferentes dimensões. Piracicaba, outubro de 2006. 7
  • 8. FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS — FCH PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO — PPGE GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA TEORIA CRÍTICA E EDUCAÇÃO CONGRESSO INTERNACIONAL “A INDÚSTRIA CULTURAL HOJE” (28/08/06 a 01/09/06) PROGRAMAÇÃO28/08/06 (Segunda-feira) – 19:30 hs. Abertura: Prof. Dr. Bruno Pucci (UNIMEP) Conferência: “Indústria Cultural hoje” Conferencista: Dr. Rodrigo Duarte (UFMG) Coordenador de mesa: Dr. Newton Ramos de Oliveira (UNIMEP-Araraquara) Local: Salão Nobre - UNIMEP - Centro29/08/06 (Terça-feira) – 8:30 hs. Conferência: “Indústria Cultural e Metodologia Empírica emEducação” Conferencista: Dr. Ulrich Oevermann (Univ. Johann W. Goethe/Frankfurt am Main) Coordenador de mesa: Dr. Luiz Antônio Calmon Nabuco (UNIMEP) Local: Salão Nobre da UNIMEP - Centro29/08/06 (Terça-feira) – 13:30 – 15:30 hs. - COMUNICAÇÕES Estética e Educação dos Sentidos Sala 122 – Edifício Centenário Coordenador: Gildemarks Costa e Silva1. Gildemarks Costa e Silva (UFPE), O problema do tecnocentrismo e a questão pedagógica;2. Roberto S. Kahlmeyer-Mertens (UERJ), A crítica do cinema na Dialética do Esclarecimento;3. Leila Beatriz Ribeiro, Valéria Cristina Lopes Wilke, Carmen Irene Correia de Oliveira, André Januário da Silva, Wagner Miquéias Félix Damasceno (UNIRIO), Texto fílmico e indústria cultural: uma dimensão democratizadora?;4. Célio Roberto Eyng e Maria Terezinha Bellanda Galuch (UEM), Indústria cultural e formação musical: duas faces de uma mesma moeda?. Teoria Crítica e Psicanálise Sala 123 – Edifício Centenário Coordenador: Cézar de Alencar Arnaut de Toledo1. Maria do Rosário Silva Resende (UFG e PUC/SP), Formação e autonomia do professor universitário: um estudo na Universidade Federal de Goiás;2. Dulce Regina dos Santos Pedrossian (UFMS e PUC-SP), Reflexões sobre a ideologia da racionalidade tecnológica, o narcisismo e a melancolia;3. Ana Paula de Ávila GOMIDE (UEG/USP), Apropriações da Psicanálise Freudiana por T.W. Adorno;4. Cézar de Alencar Arnaut de Toledo e Marcos Ayres Barbosa (UEM), Religião e cultura no pensamento de Erich Fromm. 8
  • 9. Indústria Cultural, Subjetividade e Educação Sala 126 – Edifício Centenário Coordenador: Luiz Hermenegildo Fabiano1. Luiz Hermenegildo Fabiano (UEM), Indústria cultural hoje: literatices e sedução autoritária;2. Elaine Cristina Silva da Costa (UNICENTRO, PR), O design masculino na indústria cultural: a metrossexualidade no catálogo das subjetividades contemporâneas ou o “homem do espelho”;3. Franciele Bete Petry (UFSC), Sobre os esquemas da Indústria Cultural: declínio do sujeito e da experiência segundo as Minima Moralia;4. Leilyane Oliveira Araújo Masson e Anita Cristina Azevedo Resende (UFGO), Indústria cultural e presentificação do tempo. Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação Sala 127 – Edifício Centenário Coordenadora: Rita Amélia Teixeira Vilela1. Rita Amélia Teixeira Vilela (PUC-Minas), Theodor Adorno: críticas e possibilidades da educação e da escola na contemporaneidade;2. Raimundo Sérgio de Farias Júnior (UFPA), Indústria cultural e produção da semiformação: a educação danificada;3. Felipe Quintão de Almeida (UFSC), Educação crítica pós-Auschwitz: a dialética entre formação cultural e barbárie segundo Theodor W. Adorno e Zygmunt Bauman;4. Geraldo Balduino Horn (UFPR), Teoria Crítica e Razão Instrumental: as interfaces do paradigma epistemológico da racionalidade emancipatória em Horkheimer. Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação Sala 130 – Edifício Centenário Coordenadora: Maria dos Remédios Brito1. Maria dos Remédios de Brito (UFPA), A face acabada da Bildung (formação) na figura do último- homem de Nietzsche;2. Pedro Rocha de Oliveira (PUC-RJ), Realização subjetiva e felicidade sob a indústria cultural;3. João Luis Pereira Ourique (UFSM), Teoria da Semicultura: questões sobre uma pseudoformação cultural;4. Paulo Lucas da Silva (UFPA), Pseudocultura e pseudoconcreticidade: aproximações entre Adorno e Kosik. Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação Sala 135 – Edifício Centenário Coordenador: Robespierre de Oliveira1. Eliete Martins Cardoso de Carvalho e Eduardo de Oliveira Elias (UNIDERP – Campo Grande/MS), Adorno: uma análise entre o campo ético, o mundo tecnológico e o processo de formação;2. Robespierre de Oliveira (UEM), O espetáculo da mídia: a cultura afirmativa na indústria cultural;3. Cristiane Ludwig e Amarildo Luiz Trevisan (UFSM), Indústria Cultural Hoje: perspectiva para a Educação;4. Luiz Roberto Gomes (UNITRI-MG), A indústria cultural hoje: o agir comunicativo como possibilidade de uma Teoria Crítica da Educação. 9
  • 10. CONGRESSO INTERNACIONALDe 28/8 a 1/9/2006PROGRAMAÇÃO GERAL DO CONGRESSO
  • 11. 29/08/06 (Terça-feira) – 13:30 – 15:30 hs. - PÔSTERES Estética, Indústria Cultural e Formação Auditório do Centro Cultural Martha Watts Coordenadora e Debatedora: Nilce Altenfelder Silva de Arruda Campos1. Paulo Irineu Barreto Fernandes (UFU), Banalização da arte e dominação segundo a teoria crítica;2. Maria Flor Oliveira Conceição e Polyana Stocco Muniz (UNESP), Análise de revistas femininas: algumas mediações da sexualidade pela indústria cultural;3. Hugo Langone Machado (UFRJ), Indústria cultural e os uivos do sexo – As projeções do discurso sexual em “O Uivo”, de Allen Ginsberg na sociedade comtemporânea;4. Fabiana Paola Mazzo (UNESP/Araraquara), Conformismo e mimese – a influência do consumo mediado pela mediado pela televisão na relação entre indivíduo e sociedade;5. Nívea Maria Silva Menezes (UNIMEP), O discurso estético da body modification na formação cultural da juventude contemporânea;6. Maria de Fatima Caridade da Silva (UCP), Dialogando com a televisão e o vídeo em cursos de formação de licenciados de História. Estética, Indústria Cultural e Formação Sala Canadá – Edifício Centenário Coordenadora e Debatedora: Paula Ramos de Oliveira1. Andréa Giovana Ferreira (UNICAMP), Memória e Produção Teatral;2. Nivaldo Alexandre de Freitas (USP), Luzes e sombras na relação entre arte e psicanálise;3. Cynthia Maria Jorge Viana, Yonara Dantas de Oliveira, Kety Valéria Simões Franciscatti (UFSJ/MG), A arte no mundo administrado: seu potencial crítico e o rebaixamento do conteúdo pela forma;4. Verussi Melo de Amorim e Maria Eugênia de Lima e Montes Castanho (PUC-Campinas), Pensando uma proposta de educação estética na formação universitária de professores;5. Luciene Maria Bastos (UFG), Subjetividade e contemporaneidade: análise da reificação humana;6. Aldo Pontes (FAM e USP), Infância, mídia e indústria cultural: outros traços constitutivos.29/08/06 (Terça-feira) – 16:00 – 19:00 hs. Mesa Redonda: “Indústria Cultural e Educação” Expositores: Dr. Osvaldo Giacóia (UNICAMP) e Dr. Alexandre Fernandez Vaz (UFSC) e Dr. Cláudio Dalbosco (UPF-Passo Fundo) Coordenador de mesa: Dr. Bruno Pucci (UNIMEP) Local: Salão Nobre da UNIMEP – Centro30/08/06 (Quarta-feira) – 8:30 hs. “Conferência: Teoria Crítica da Escrita e as Novas Tecnologias” Conferencista: Dr. Christoph Türcke (Univ. Leipzig), Coordenador de mesa: Dr. Antônio Álvaro Soares Zuin (UFSCar) Local: Salão Nobre da UNIMEP – Centro30/08/06 (Quarta-feira) – 13:30 – 15:30 hs. - COMUNICAÇÕES Estética e Educação dos Sentidos Sala 122 – Edifício Centenário Coordenadora: Angela Medeiros Santi1. Maria do Carmo Saraiva (UFSC), A estética, a crítica da cultura e a educação em Adorno: em diálogo com a sensibilidade e o Lúdico em Marcuse e Schiller;2. Angela Medeiros Santi (URFJ), Educação estética e criações constelacionais;3. Manoel Dionizio Neto (UFCG), O preço do belo na massificação da cultura; Corpo, Novas Tecnologias e Formação Sala 123 – Edifício Centenário Coordenadora: Kety Valéria Simões Franciscatti 11
  • 12. 1. Kety Valéria Simões Franciscatti (UFSJ/MG), Clandestino querer na fuga das horas: arte como expressão da vida danificada;2. Jaison José Bassani (UFSC), Diálogo (im)pertinente: sobre o tema da técnica e do corpo em Umberto Galimberti e Theodor W. Adorno;3. Susana Henriques (Instituto Politécnico de Leiria – Escola Superior de Educação de Leiria), O corpo na imprensa portuguesa;4. Aldinéia Maia e Giordano Rosi (UFPA), Acerca do corpo, Novas Tecnologias e Formação: Apontamentos sobre o trabalho do(c)ente. Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação Sala 126 – Edifício Centenário Coordenador: Osmar de Souza1. José Francisco Custódio (UESC), Elio Carlos Ricardo (Univ. Católica de Brasília) e Mikael Frank Rezende Junior (UFItajubá/MG), Divulgação científica, indústria cultural e semiformação;2. Werner Markert (Univ. J. W. Goethe/UFC), Teoria crítica, Indústria cultural e Educação: reflexões sobre crítica de economia política, formação estética e o conceito de professor reflexivo-transformativo;3. Tobias Grave ( Univ. Leipzig, DE), Lehrberuf und Tabustruktur. Über Adornos Wahrnehmung einer Berufsgruppe;4. Osmar de Souza e Pablo Varela Branco (FURB), Indústria Cultural e Literatura dos Mundos: reflexões para além de disciplina; Indústria Cultural, Subjetividade e Educação Sala 127 – Edifício Centenário Coordenador: Amarildo Luiz Trevisan1. Amarildo Luiz Trevisan e Maiane Liana Hatschbach Ourique (UFSM), Formação versus Indústria Cultural na construção da subjetividade;2. Isilda Campaner Palangana (UNIFAMMA/PR) e Izabeth Aparecida Perin da Silveira (FAFIJAN/PR), Maria Terezinha Bellanda Galuch(UEM), Acerca das relações entre desenvolvimento psíquico, indústria cultural e educação escolar;3. Raimundo Nonato de Oliveira Falabelo (UFPA), Narrativa, Experiência, Sabedoria ... e Educação;4. Roberta Stubs Parpinelli e Luiz Hermenegildo Fabiano (UEM), Expressões criativas como forma de resitência ao domínio do sempre igual. Estética, Urbanismo e Educação Sala 130 – Edifício Centenário Coordenador: Fábio Durão1. Renuka Gusain (Wayne State University), Urban aesthetic and Ethics: production and consuption of visual culture;2. Cara Kozma (Wayne State University), From negative aesthetics to social change: avant-garde service learning aproach to Critical Pedagogy;3. Victoria M. Abboud (Wayne State University), The nature of the city: urban landscape. Natural space and education; 12
  • 13. Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação Sala 135 – Edifício Centenário Coordenador: Rafael Cordeiro Silva1. Rafael Cordeiro Silva (UFU), O tempo da não liberdade;2. Verónica Alejandra Bergero e Eleonor Kunz (UFSC), Reconciliando cisões na era da Indústria Cultural: possibilidades da Educação Física escolar através do conteúdo dança;3. Andreia Cristina Peixoto Ferreira (UNIMEP), Formação de professores em educação física e suas perspectivas emancipatórias: uma crítica imanente à luz da teoria crítica;4 Raquel de Almeida Moraes (UnB), A Semiformação sob a influência do Banco Mundial no Proinfo.30/08/06 (Quarta-feira) – 13:30 – 15:30 hs. – PÔSTERES Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação (2) Auditório do Centro Cultural Martha Watts Coordenador e Debatedor: Divino José da Silva1. Kaithy das Chagas de Oliveira e Anta C. Azevedo Rezende (UFG), Indústria cultural, televisão e semiformação;2. Sheila Cristina Ferreira de Souza (UFCG), A expressão da indústria cultural veiculada pelo rádio e a televisão;3. Luciana Camurra, Teresa Kazuko Teruya e Regina Lucia Mesti (UEM), Gostos e preferências das crianças sugeridas pelos programas televisivos;4. Sandro Luis Fernandes (UFPR), A presença do cinema no ensino médio: estudo sobre o uso pelos professores de História;5. Ivana de Oliveira Gomes e Silva (UFPA), Memória e formação docente: a auto reflexão como eixo na formação em serviço;6. Nathalia Muylaert Locks Guimarães (UEM), Uma análise acerca da instrumentalização da razão na obra eclipse da razão de Max Horkheimer. Estética, Indústria Cultural e Formação Sala Canadá – Edifício Centenário Coordenador e Debatedor: Sinésio Ferraz Bueno1. Lígia de Almeida Durante(UNESP), Isabella Fernanda Ferreira (UNESP e UFSCAR), Elementos para uma análise da questão estética a partir de Adorno;2. Sara Ferreira Martins (UFU), Dominação da natureza e indústria cultural: uma inversão dialética;3. Monique Andries Nogueira (UFRJ), A frágil influência adorniana na produção científica em educação musical no Brasil;4. Lean Carlo Bilski (PUCPR), Arte e design: uma relação sob a perspectiva da teoria estética de Theodor Adorno;5. Orestes Simeão de Queiroz Neto (UNESP), O potencial libertador da arte no pensamento Marcusiano;6. Juliana de Souza (UEM), Obra de arte e realidade social: Walter Benjamin e Indústria Cultural.30/08/06 – 16:00 – 19:00 hs. Mesa Redonda: “Indústria Cultural e Subjetividade”. Expositores: Dr. Antônio Álvaro Soares Zuin (UFSCar) e Dr. Conrado Ramos (UNIP) Coordenador: Dr. Luiz Antônio Calmon Nabuco Lastória (UNIMEP) Local: Salão Nobre da UNIMEP - Centro 13
  • 14. 31/08/06 (Quinta-feira) – 8:30 hs. Conferência: “A Indústria Cultural na Escola” Conferencista: Dr. Andreas Gruschka (Univ. Johann W. Goethe/ Frankfurt am Main) Coordenador de mesa: Dr. Renato Bueno Franco (UNESP-Araraquara) Local: Salão Nobre da UNIMEP – Centro31/08/06 (Quinta-feira) – 13:30 – 16:00 hs. Mesa Redonda: “Indústria Cultural, Novas Tecnologias eLinguagem” Expositores: Dra. Iray Carone (USP/UNIP) e Dr. Fabio Durão (UFRJ). Coordenador de mesa: Dr. Belarmino César Guimarães da Costa (UNIMEP); Local: Salão Nobre da UNIMEP – Centro31/08/06 (Quinta-feira) – 16:15 – 19:00 hs. Mesa Redonda: “Indústria Cultural, Literatura e Arte” Expositores: Dr. Newton Ramos-de-Oliveira (UNESP-Araraquara) e Dr. Jorge de Almeida (USP); Coordenador: Dr. Renato Bueno Franco (UNESP-Araraquara) Local: Salão Nobre da UNIMEP - Centro01/09/06 (Sexta-feira) - 8:30 hs. Conferência: “Sacrifício e dominação estética” Conferencista: Dr. Robert Hullot-Kentor (Univ. Plaza – Brooklin, New York) Coordenador de mesa: Dr. Fabio Durão (UFRJ) Local: Salão Nobre da UNIMEP - Centro01/09/06 (Sexta-feira) – 13:30 – 16:30 hs. - COMUNICAÇÕES Estética e Educação dos Sentidos Sala 122 – Edifício Centenário Coordenador: Renato Franco1. Renato Franco (UNESP-Araraquara), Adorno e a televisão;2. Marian A. L. Dias Ferrari (Mackenzie), Indústria cultural, estereótipos e introjeção do preconceito: análise de peça publicitária televisiva;3. Deborah Christina Antunes(UFSCar) e Ari Fernando Maia (UNESP-Bauru), Consumo de imagens e formação de estereótipos na relação entre indivíduo e estilos musicais;4. Raul Fiker (UNESP-Araraquara), Considerações sobre o cinema em Adorno5. Rosemary Roggero (SENAC e Univ. Braz Cubas), Sobre o percurso metodológico de uma pesquisa empírica fundamentada na Teoria Crítica envolvendo subjetividade e formação no âmbito da arquitetura como recorte da indústria cultural;6. Valdemar Siqueira Filho, Dennis de Oliveira e Eneus Trindade Barreto Filho (UNIMEP), Tecnologia e linguagem: a mídia e o diálogo entre cultura e des-construção do conhecimento. 14
  • 15. Arte, Tecnologias e Formação Sala 123 – Edifício Centenário Coordenadora: Paula Ramos de Oliveira1. Paula Ramos de Oliveira (UNESP-Araraquara), Filosofia e arte na educação escolar de crianças;2. Jaquelina Maria Imbrizi (Mackenzie e PUC-SP), Ideologia, Indústria Cultural e Literatura;3. Marília Mello Pisani (UFSCar), A “máquina” como instrumento de controle na sociedade tecnológica: Herbert Marcuse crítico da tecnologia;4. Daniela Peixoto Rosa (PPGE/UNIMEP), Repressão do corpo em uma sociedade esportivizada;5. Sílvio Ricardo Gomes Carneiro (USP), Marcuse, Laplanche e os Limites da Repressão;6. Stefan Fornos Klein (USP), Da conformação à crítica: educação e socialização em Herbert Marcuse. Indústria Cultural, Ética e Formação Sala 126 – Edifício Centenário Coordenador: Divino José da Silva1. Marcos Roberto Leite da Silva (UNESP-Marília), O ethos da formação (Bildung) burguesa na atualidade: desencontros;2. Maraísa Bezerra Lessa (UNESP-Araraquara), A política cultural do SESC-São Paulo: um estudo de caso;3. Divino José da Silva (UNESP-Presidente Prudente), Indústria cultural, educação e preconceito: a mosca no vidro;4. Maurício Chiarello (UNICAMP), Em defesa de Adorno: a propósito das críticas dirigidas por Giorgio Agambem à dialética adorniana;5. Manuel Franzmann (Univ. Frankfurt am Main), Teoria Crítica da Educação e Pesquisa Empírica;6. Dorothee Suzanne Rüdiger (UNIMEP), Matrix: rede, ética e o direito na pós-modernidade;7. Rosana Maria César Del Picchia de Araújo Nogueira (PUC-SP), Violência, indústria cultural e escola: uma reflexão possível. Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação Sala 127 – Edifício Centenário Coordenadora: Nilce Altenfelder Silva de Arruda Campos1. Naê Prada Rodrigues Desuó (UNIMEP), Novas Tecnologias em tempo de capitalismo global: da atualidade da crítica de T. W. Adorno à técnica;2. Lineu Norio Kohatsu (Mackenzie/USP), Reflexões sobre o cinema: um convite ao debate com Dziga Vertov;3. Nelson Palanca (Faculdades Integradas de Jaú), Indústria Cultural, Educação e Novas Tecnologias;4. Rodrigo Boldrin Bacchin (UNESP/Araraqura), O Big Brother Brasil e a TV na era da globalização;5. Nilce Altenfelder Silva de Arruda Campos (UNIMEP), Política Educacional, Indústria Cultural e Semiformação: em questão os parâmetros curriculares;6. Caroline Mitrovitch (UNESP-Presidente Prudente), O sentido da (de)formação no horizonte do precário. 15
  • 16. Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação Sala 130 – Edifício Centenário Coordenador: Luiz Calmon Nabuco Lastória1. Luiz Antônio Calmon Nabuco Lastória (UNIMEP), Uma nova economia psíquica ou mutações tópicas? Elementos para uma reflexão acerca da subjetividade contemporânea;2. Davi Rodrigo Poit e Fernanda Pinheiro Mazzante (PUC-SP), Indústria Cultural: experiência, vivência e choque em Walter Benjamin;3. Roselaine Ripa (UFSCar), Indústria cultural e educação: qual é a minha marca?4. Luciana Azevedo Rodrigues (UNIOESTE/UFSCAr) e Márcio Norberto Faria (UFSCar/UNESP- Araraquara), A disciplina escolar hoje: uma reflexão a partir de Foucault, Adorno e Horkheimer;5. Ângela Zamora Cilento de Rezende (Mackenzie), “O Sofá, o `Super` e o `´Último´ Homem de Nietzsche: Considerações sobre a constituição da subjetividade na sociedade moderna”;6. Fernanda Pinheiro Mazzante, Hérika Regiane Dezidério, Cândida Alayde de Carvalho Bittencourt, Luciane Aparecida de Araújo Gimenes, Ricardo Casco, Davi Rodrigues Poit, León Crochik, Marcio Roberto Santim da Silva, Domenica Martinez, Fernanda Medeiros Bezerra das Neves, José Ronaldo Pereira, Juliana Andrade Alvarez, Kelly Cristina dos Santos (PUC-SP), Relatório técnico de pesquisa: teses em Teoria Crítica e educação no Brasil. Indústria Cultural, Subjetividade e Educação Sala 135 – Edifício Centenário Coordenador: Sinésio Ferraz Bueno1. Sinésio Ferraz Bueno (UNESP-Marília), Indústria Cultural, ressentimento e resistência;2. Maria Clara Cescato (UNESP-Araraquara), Indústria cultural: lógica ou sistema de produção?;3. Antônio Carlos Borges Cunha (UFG), Semiformação e apropriação de trabalhos acadêmicos disponibilizados em meios eletrônicos;4. Fábio Luiz Tezini Crocco (UNESP-Marília), sobre a relação entre mímesis e ideologia;5. Miqueli Michetti (UNESP-Araraquara), A moda em Theodor Adorno: “reconciliação forçada” e declínio do sujeito;6. Márcio Roberto Santim da Silva (PUC-SP), Exibicionismo, voyerismo e padrões estéticos contemporâneos.01/09/06 (Sexta-feira) – 13:30 – 16:30 hs. - PÔSTERES Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação Auditório do Centro Cultural Martha Watts Coordenador e Debatedor: Luiz Hermenegildo Fabiano1. Tadeu Cândido Coelho Loibel (UFSCAR), Indústria cultural: visões críticas ao conceito;2. Solange Borelli (UniABC), Dança e políticas culturais: relações que se estabelecem entre o poder público, o poder privado e o artista;3. Liliana Scatena (UNIMEP), A não neutralidade das novas tecnologias na educação;4. Soraia Maria dos Santos Pereira (UNIMEP), Navegando no mar da intranet na Unimep: alguns apontamentos sobre os icebergs encontrados ao longo da rota percorrida;5. Thelícia Mendes Canabarra, Maria Beatriz Machado Leão, Aline Ongaro Monteiro de Barros, Sérgio de Oliveira Santos (UNIMEP), A cena didático pedagógica no ensino fundamental: hoje um espaço de mediação da grande indústria da cultura;6. Kelly Cristiane da Silva (UFSCAR), As representações dos alunos de Pedagogia ao próprio curso sob o olhar da teoria crítica. 16
  • 17. Teoria Crítica, Indústria Cultural e Educação Sala Canadá – Edifício Centenário Coordenadora e Debatedora: Rita Amélia Teixeira Vilela1. Maria Érbia Cássia Carnaúba (UNESP), Uma análise do sentimento de culpa em Hebert Marcuse;2. Giovane de Oliveira (UFSCAR), O conceito de técnica, formação e natureza na teoria crítica;3. Anderson Luiz Pereira (UNESP-Marília), A arte de educar e a estética na educação: considerações a partir de Theodor W. Adorno;4. Frederico Tell de Lima Ventura (USP), Adorno e os meio de comunicação de massa: uma relação política tensa;5. Tatiana Thiago Mendes (UNIMEP), Uma análise das novas tecnologias sob a ótica da Teoria Crítica;6. Lidiane Caldeira Farias (UNIMEP), Novas Tecnologias e Educação: riscos e possibilidades formativas.Obs. O Salão Nobre está localizado no Campus Centro da UNIMEP, na Rua Rangel Pestana, 762,Piracicaba/SP. 17
  • 18. CONGRESSO INTERNACIONALDe 28/8 a 1/9/2006 TRABALHOS APRESENTADOS
  • 19. ACERCA DO CORPO, NOVAS TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO: APONTAMENTOSSOBRE O TRABALHO DO(C)ENTEAldinéia Maia1Rosi Giordano2O valor central do trabalho no mundo moderno, do emprego transformado em sua forma básica,as mudanças no mundo do trabalho, provocadas pelo processo de reestruturação do capital,deram origem a uma variedade de formulações que têm em comum o anunciar da formação deum trabalhador ainda mais expropriado pelo grande capital. A utopia de uma sociedade fundadana liberdade e na igualdade, tal como reivindicada pelos ideais iluministas, converteu-se, aoassociar-se ao capital, na ideologia do totalitarismo. O indivíduo, desta forma, ao contrário doproposto, em 1784, por Kant – em Resposta à pergunta: o que é o iluminismo? – torna-se,contínua e progressivamente, heterônomo, com uma falsa consciência da realidade,fundamentalmente, em decorrência da desigualdade das relações sociais. Desse modo, aformação, no interior da ordenação societária capitalista, transmuta-se em pseudocultura,assente na razão instrumental, promovendo a adaptação e o conformismo e o indivíduo,resumido à máscara de si e, unicamente, a seu corpo, à coisa-morta, tem sua capacidade dereflexão minada. A sociedade capitalista contemporânea notabiliza-se por práticas sociais epolíticas regidas pela intolerância e pelo autoritarismo, o que explica, no interior da imposiçãode políticas unilaterais, sob o capitalismo transnacional, a exacerbação da barbárie sociopolítica.Assim, o moderno projeto civilizatório, que profetizou indivíduos livres, emancipados, trouxe,paradoxalmente, uma mutilação que afeta, sobremaneira, a relação do indivíduo com seu corpo,mutilação essa que é consigna do mal-estar a que são submetidos os trabalhadores em seuslocais de trabalho, dado adequarem-se a modelos de organização e gestão do trabalho quemarcam, como que com cicatrizes, seus corpos e espíritos. Para discutir a temática acimaexposta, toma-se como fundamento a leitura de Horkheimer e Adorno no fragmento O interessepelo corpo – na obra Dialética do Esclarecimento. No referido fragmento, os autores explicitamde que maneira, por meio da manipulação do corpo, encontra-se o prazer dos que omanipulam. Em outras palavras ainda, o indivíduo, reduzido à força de trabalho, ao corpo, évisto, pelos novos príncipes e patrícios, como um amontoado de articulações que, movendo-sepor determinações exteriores a si, a seus interesses racionais, permite-lhes auferir o lucroadvindo das horas de trabalho dos que lhes são inferiores. Se, como afirmam os autores, no1 Universidade Federal do Pará. Centro Socioeconômico. Programa de Estudos Pós-Graduados emServiço Social. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES/DF).E-mail: aldineiamaia@yahoo.com.br. 19
  • 20. momento em que a dominação assume a forma burguesa mediatizada pelas novas tecnologias, ahumanidade deixa-se escravizar pela gigantesca aparelhagem, forjando uma nova espada, íconedaquela coerção física que se exercia de fora, pergunta-se se, como outrora, ainda quesurdamente, os trabalhadores do(c)entes pressentem que a humilhação da carne pelo podernada mais é do que o reflexo ideológico da opressão a que são submetidos. Tendo porfinalidade ampliar o debate acerca das transformações que vêm sendo implementadas no mundodo trabalho e as conseqüências destas para a saúde do trabalhador da educação, é que nospropomos a explorar a temática a partir das contribuições da Teoria Crítica. I. TRABALHO, EDUCAÇÃO E SAÚDE Este ensaio visa, de maneira precípua, socializar as questões, de natureza teórica, quevêm sendo tecidas ao longo da realização de duas pesquisas – respectivamente intituladasAmazônia, trabalho e educação: histórias e memórias do trabalho do(c)ente (GIORDANO,2005)3 e Trabalho e saúde entre os funcionários do Serviço Social do Comércio (SESC)/Ananindeua: morbidez e/ou resistência? (MAIA, 2005)4 – no intuito de, pensando a temática àluz dos aportes teóricos da Escola de Frankfurt, redirecionar as referências teóricas que têmorientado o debate acerca das transformações implementadas no mundo do trabalho e suasconseqüências para a saúde do trabalhador da educação. O objetivo das pesquisas acima referidas tem sido o de verificar as implicações dasatuais mutações que, ocorridas no mundo do trabalho, afetam a saúde do trabalhador,particularmente, no que concerne ao modo como se dá a efetivação do(s) processo(s) de(re)constituição e (des)configuração da subjetividade dos trabalhadores da educação e, ainda, aoquadro saúde/doença destes no interior do atual contexto político-econômico e sociocultural. Aolado das questões que envolvem a alienação no/do trabalho e suas especificidades na2 Universidade Federal do Pará. Centro de Educação. E-mail: philosofi@uol.com.br3 Pesquisa em desenvolvimento, desde 2005, junto ao Centro de Educação, da UFPA. Encontram-sevinculados a esta pesquisa dois discentes da Graduação (Pedagogia e Psicologia/PIBIC/UFPA) e dois daPós-Graduação da UFPA (Centro Socioeconômico, do Programa de Estudos Pós-Graduados em ServiçoSocial).4 A pesquisa Trabalho e saúde entre os funcionários do SESC/Ananindeua: morbidez e/ou resistência?vem sendo desenvolvida como trabalho de pesquisa no Programa acima mencionado. Nesta pesquisa –aposta à pesquisa Amazônia, Trabalho e Educação: histórias e memórias do trabalho do(c)ente, sob acoordenação de Giordano –, foram sido introduzidas modificações quanto aos sujeitos da pesquisa(funcionários do SESC, do município de Ananindeua/PA) e, portanto, quanto ao locus em que a mesmavem sendo realizada. Ressalve-se, entretanto, que o SESC, enquanto Instituição e, por conseqüência, seusfuncionários, oferece(m) um trabalho cujo objetivo maior é o de desenvolver ações educativas junto àclientela – denominação utilizada pela instituição – e, dos 76 sujeitos que fazem parte da pesquisa, maisde 60% desenvolvem suas atividades junto à educação, que constitui o principal serviço (sic) oferecidopela instituição aos comerciários e seus dependentes. 20
  • 21. organização societal contemporânea – tendo em vista as grandes transformações gestadas nomundo do trabalho material e imaterial, no que tange ao trabalho docente – testemunha-se, nacontemporaneidade, a progressiva mercantilização em que se encontra submersa a educação, oaviltamento material e moral a que nos expomos na condição de docentes (processos que seacentuaram, na sociedade brasileira, peculiarmente, a partir dos anos 90, do séc. XX), bemcomo, a crescente complexificação da organização e gestão do trabalho nas instituições deensino. Fato é que, desde tempos imemoriais, o educador e a educação, por sua própria“natureza”, encontram-se inseridos em um tempo sociohistórico e, assim, ante a exigência deformar o ideal de homem requerido pelo modelo societário vigente. Em outras palavras, As transformações sociais aceleradas têm provocado a ruptura de qualquer sombra de consenso. As exigências da sociedade sobre o professor têm-se diversificado ante a presença simultânea de diferentes modelos educacionais, que envolvem diferentes concepções da educação, do homem e da mesma sociedade que, com essa educação, pretende-se construir. (ESTEVE, 1999, p. 21). O mal estar docente, caracterizado pela morte do prazer de educar, que se manifesta noestado de saúde e doença deste trabalhador, vem atingindo uma parcela expressiva deprofessores, fato que, segundo Esteve (1999), passou a constituir objeto de análise na Suécia(1983) e na França (1984)5. Nossos sistemas de ensino, empilhados e burocratizados, remendados e apressadamente reformados pelos sucessivos responsáveis que pretendiam fazer frente às mudanças sociais urgentes, têm multiplicado as exigências contraditórias, desconcertando ainda mais os professores, sem, no entanto, conseguir – como reconhecem publicamente esses mesmos responsáveis – estruturas de ensino adequadas às novas demandas sociais. A sociedade e a administração do ensino acusam os professores de constituir um obstáculo ante qualquer tentativa de renovação. Os professores, por sua vez, acusam a sociedade e a administração do ensino de promover reformas burocráticas, sem na prática dotá-los das condições materiais e de trabalho necessárias para uma autêntica melhora de sua atuação cotidiana de ensino. [...] Descontente com as condições em que trabalha, e às vezes, inclusive, consigo mesmo, o mal estar docente constitui-se uma realidade constatada e estudada, a partir de diversas perspectivas, por diferentes trabalhos de investigação. (ESTEVE, 1999, p. 22).5 Importa ressalvar que, no Brasil, não são poucas as pesquisas sobre a saúde do trabalhador. Mas, em setratando dos docentes estas são em número reduzido e, ainda, bastante recentes no Brasil. Cumpre, nessesentido, indicar a importância dos achados das pesquisas de Codo (1999) e Andrade et al., equiperesponsável pela elaboração do documento final da Pesquisa Nacional realizada pela Unesco (2004). 21
  • 22. Em virtude do exposto, verifica-se, hoje, de modo mais intenso, a submissão dotrabalhador à realização de um trabalho esvaziado de seu sentido, o que compromete aconcretização de uma educação para a emancipação e para a autonomia. Baixos salários,péssimas condições de trabalho, desvalorização profissional são alguns dos fatores que –acrescidos às mutações do trabalho e suas implicações para as relações de produção – colaborampara o agravamento desse quadro. O professor, para minimizar o mal estar advindo do exercíciode uma atividade de trabalho em que se esvaem suas energias, procura formas para escapar domal que se abate sobre ele. Ao nos perguntarmos se esta fuga constitui sinal de resistência oumeio de sobrevivência, respondemos, em virtude do amálgama que liga, indissoluvelmente,corpo e alma, tratar-se, fundamentalmente, da necessidade do sobreviver, pois, não nos resta,como trabalhadores, outra opção: “pensar como o mestre” ou viver a dupla exclusão, material eespiritual. A análise feita há cem anos por Tocqueville verificou-se integralmente nesse meio tempo. Sob o monopólio privado da cultura ‘a tirania deixa o corpo livre e vai direto à alma. O mestre não diz mais: você pensará como eu ou morrerá. Ele diz: você é livre de não pensar como eu: sua vida, seus bens, tudo você há de conservar, mas de hoje em diante você será um estrangeiro entre nós’. Quem não se conforma é punido com uma impotência econômica que se prolonga na impotência espiritual do individualista. Excluído da atividade industrial, ele terá sua insuficiência facilmente comprovada. [...] A produção capitalista os mantém tão bem presos em corpo e alma que eles sucumbem sem resistência ao que lhes é oferecido. (HORKHEIMER e ADORNO 1985, p. 125. Grifo nosso). A atual configuração que o capitalismo assume na contemporaneidade, entretanto, tantoinviabiliza a “fuga” e/ou a resistência por completo, como enfraquece as formas de resistênciaencontradas pelo professor. Ou, como coloca Adorno (2002, p. 116): É evidente que ainda não se alcançou inteiramente a integração da consciência e do tempo livre. Os interesses reais do indivíduo ainda são suficientemente fortes para, dentro de certos limites, resistir à apreensão [Erfassung] total. Isto coincidiria com o prognóstico social, segundo o qual, uma sociedade, cujas contradições permanecem inalteradas, também não poderia ser totalmente integrada pela consciência. A coisa não funciona tão sem dificuldades assim, e menos no tempo livre, que, sem dúvida envolve as pessoas, mas, segundo seu próprio conceito, não pode envolvê-las completamente sem que isso fosse demasiado para elas. Renuncio a esboçar as conseqüências disso; penso, porém, que se vislumbra aí uma chance de emancipação que poderia, enfim, contribuir algum dia com a sua parte para que o tempo livre [Freizeit] se transforme em liberdade [Freizeit]. 22
  • 23. Daí considerarmos a relevância de socializar a (parcial) realização das pesquisas,reunir e acumular estudos que abordem a referida temática, pensar a possibilidade da construçãode formas de resistência que se contraponham às causas que provocam o mal estar, ou, emoutras palavras, perguntarmo-nos se, como outrora, ainda que surdamente, os trabalhadoresdo(c)entes pressentem que a humilhação da carne pelo poder nada mais é do que o reflexoideológico da opressão a que são submetidos.II. A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E A SAÚDE EM RISCO O estudo das pesquisas realizadas sobre as condições nas quais se exerce a docência comporta, necessariamente, um enfoque interdisciplinar. Deparamo-nos com trabalhos de investigação que – de uma perspectiva psicológica – falam-nos do estresse dos professores [...]. Nesses trabalhos, os problemas psicológicos detectados acabam se relacionando, [...] com as condições sociotrabalhistas em que se exerce a docência. Outras pesquisas adotam um enfoque sociológico. [...] Com freqüência, as investigações que adotam esse enfoque terminam seu estudo social sobre os problemas atuais da profissão docente, relacionando-os com as conseqüências que deles advêm [...]: professores afetados pela violência nas aulas, esgotamento físico ou efeitos psicológicos. (ESTEVE, 1999, p. 23). A citação acima faz referência a uma questão fundamental: a da necessidade de umaabordagem multidisciplinar do objeto de estudo aqui tratado, dado este pedir por aportes dosdiferentes saberes, na tentativa de realizar-se uma análise que reconheça a influência damultiplicidade de elementos atuantes na complexa realidade que envolve as condições concretasem que os docentes exercem seu ofício, quer sejam as referidas às transformações no mundo dotrabalho, quer as que, sobredeterminadas pelas primeiras, impuseram à escola, a seusfuncionários e docentes, novas tarefas que, por seu turno, exigem competências e habilidadesque não eram atribuições destes6. A sociedade capitalista é palco de uma nova orientação político-econômica e cultural,decorrente do processo de reestruturação produtiva, que intensificou sobremaneira os agravosinfligidos à classe trabalhadora, implicando, por sua vez, em virtude da precarização e6 As transformações impostas ao sistema de ensino e, portanto, aos professores indicam novos desafiosaos que se propõem responder às novas expectativas sobre eles projetadas. De acordo com Esteve (1999),exige-se do professor, algumas vezes, ser amigo dos alunos; em outras, postura de julgamento. Alémdessas, outras exigências cabem ao papel do professor. As modificações na estrutura familiar, que,incorporando, crescentemente, as mulheres ao mercado de trabalho, exigem deste o desempenho de 23
  • 24. esvaziamento do significado do trabalho, danos crescentes à saúde do trabalhador. Essesprocessos revelam que, sob a égide do capital, o trabalho, necessariamente, embrutece edesgasta o trabalhador, muito embora vivamos, em virtude das novas tecnologias agregadas aoprocesso produtivo, um tempo em que o trabalho, ao menos aquele que tortura, fazendo jus àetimologia da palavra7, tornou-se desnecessário. O capital recompôs o processo de trabalho, de forma a não abalar a relação desubordinação entre estes termos e os homens que a exercem, intencionando prolongar aexploração dos trabalhadores. Dito de outro modo, no padrão de produção flexível, ostrabalhadores são chamados a uma nova forma de expropriação e de conformação, pois, aoparticiparem, por meio de um processo ilusório e parcial do controle dos processos de produção,têm, desta forma, sua subjetividade controlada pelo capital. Ocorre, de acordo com Antunes eAlves (2004, p. 345), [...] uma nova orientação na constituição da racionalização do trabalho com a produção capitalista, sob as injunções da mundialização do capital, exigindo, mais do que nunca, a captura integral da subjetividade operária (o que explica, portanto, os impulsos desesperados e contraditórios – do capital para conseguir a parceria com o trabalho assalariado). (Grifo nosso). A “captura integral da subjetividade operária”, evidenciada ao longo de todo processode constituição da figura do trabalhador na sociedade capitalista, pode ser demonstrada, deforma mais agudizada, portanto, na atualidade, momento em que os trabalhadores sãointimidados a vivenciar novas formas de realizar suas atividades, dado as novas exigênciascolocadas pelo capital ao trabalhador, ao promoverem a ampliação das condições objetivas esubjetivas que têm levado a um acúmulo de trabalho, contribuírem, conseqüentemente, para oque se convencionou denominar síndrome de burnout. Esta contribui, significativamente, paraque os trabalhadores adoeçam, cada vez mais, permanecendo, com muita freqüência, nesseestado por períodos longos. Importa, pois, considerar a importância de – para todos os que (sobre)vivemos sob alógica do mercado, em que o sujeito é o capital – investigarmos os sentidos macro-estruturais dotrabalho e do emprego para a classe trabalhadora – particularmente, para a classe que(sobre)vive do trabalho docente –, pois, fatores como: a reestruturação produtiva, a integraçãomundial dos mercados financeiros, a internacionalização e a abertura das economias implicarampapéis antes atribuídos aos pais; a democratização do acesso às instituições de ensino que, ao favorecer oacesso das camadas populares à educação, pede pela reestruturação de todo o processo educativo.7 Do latim vulgar, tripaliare (trabalhar) significa martirizar com o tripalium, instrumento utilizado para atortura. 24
  • 25. a precarizaçäo do trabalho, atingindo amplos setores da população e, em particular, a categoriaprofissional constituída pelos trabalhadores da educação. Tais mutações envolveramconseqüências político-econômicas e socioculturais, tais como, a crescente pauperização daclasse trabalhadora (incluindo aqueles integrados ao mercado formal de trabalho), ainsegurança, a instabilidade e a precariedade nos vínculos laborais. Essas conseqüênciasimpuseram-se ao trabalho docente com especificidades ainda muito pouco diagnosticadas. Emque pese, portanto, a quantidade e a qualidade do levantamento de dados acerca das causas econseqüências da reestruturação produtiva, bem como da produção teórica no Brasil, em nívelmacro, acerca dessas questões, segundo Minayo-Gomez e Thedim-Costa (1999), pouco se temdiscutido sobre a desestruturação e conseqüente necessidade de reconstrução deidentidades/subjetividades geradas a partir da precarização do trabalho, em especial, da dotrabalho docente nas instituições de ensino superior. Os efeitos das mutações no meio laboral são diversos, obrigando os trabalhadores abuscarem novos mecanismos de defesa para garantirem sua sobrevivência psíquica. Mas não sepode fazer a simples associação de sofrimento/patologia ou prazer/saúde, uma vez que nem todosofrimento é patológico, podendo mesmo o sofrimento vir a constituir mecanismo para evitar oadoecimento, ou, ao menos, funcionar como um alerta da existência de doenças. Esta novaadaptação, porém, pode colocar em risco o bem-estar do trabalhador quando este não logra pôrem circulação estratégias para o enfrentamento ante os revezes advindos do trabalho,acarretando problemas crônicos de saúde. Para além das modificações impostas aos trabalhadores, exigidas pela reconfiguração nomundo do capital, os docentes – acossados pelos processos sociais que mercantilizaram aeducação, assimilando a reflexão à razão instrumental – são forçados a experimentar novasformas de realizar suas atividades docentes, no interior de um outro conjunto de “regras”(planejamento estratégico, avaliação de resultados e produtividade, técnicas pedagógicas,supostamente, modernizadas e modernizantes, etc.), que lhes impõe novos comportamentos,novas atitudes e competências. Estas, por tenderem a adequar o fazer do professor ao imperativode uma educação voltada à adaptação dos indivíduos ao mercado, lhe são estranhas edesprazerosas, tal como evidencia o relato de um dos sujeitos da pesquisa realizada por Gomes(2002, p. 12)8:8 Ainda acerca dessa questão Esteve (1999, p. 40) faz algumas considerações relevantes, como asdescritas a seguir: “Com data de 18 de janeiro de 1983, o jornal El País, em seu suplemento semanal deeducação, publicava um pequeno artigo sob o título: ‘crise da profissão docente na Suécia’ [...]: ‘Aprofissão de mestre nas escolas [...] na Suécia não só deixou de ser atrativa, como está ameaçada de umaprogressiva deserção dos quadros docentes. A principal razão disso é o esforço psíquico a que estãosubmetidos os docentes como conseqüência do clima dominante nos centros de ensino. Uma quarta partedos professores de Estocolmo pensa em mudar de atividade [...]. [...] 264 mestres mudaram de atividade e 25
  • 26. ‘Eu era uma peça que não fazia sentido. Isso foi me dando depressão... Eu não conseguia... saía para dar aula mas sem vontade. E aquilo foi me angustiando, até que eu disse não, tenho que parar com isso se não vou... eu já não dormia direito... E aí eu abandonei por um ano... Eu me dei licença médica’. (Grifo nosso). A evanescência do prazer de educar em sua dimensão concreta, qual seja, aquela que semanifesta nos estados de saúde (prazer) e doença (desprazer) pode, nesse sentido, ser verificadano aumento da taxa de pedidos de licença médica entre os professores: Essa articulação entre administração tutelar, verticalizada e a geração de subjetividades serializadas, marcadas pela repetição, sofrimento patogênico e doença pode ser constatada, dentre outros aspectos, na brutal elevação dos índices de solicitação de pedidos de licença médica por parte dos professores entre os anos 1995 e 1997. (MINAYO-GOMEZ e BARROS, 2005). O mal-estar docente nas escolas geridas e administradas com vistas à fabricação, para omercado, de indivíduos dóceis e propensos à aceitação de discursos autoritários pode ser situadoem um processo de duas faces: uma que tende a – por danificar a subjetividade e a reflexãocrítica –imobilizar a capacidade de resistir à lógica inerente à penetração do mercado na sala deaula e outra que revela a possibilidade de, a partir daquilo mesmo que engendra o mal-estar esuas manifestações concretas, favorecendo a mobilização para a recusa da submissão completaao capital, recusa correlata a estratégias cuja intencionalidade seja a de minar o projetoneoliberal para a educação. As solicitações de afastamento do trabalho por motivos médicos sinalizam ora estratégias que recusam os modos de administração verticalizados, movimentos que buscam fugir das serializações impostas, constituindo-se em importante estratégia política, ora adoecimento e, ainda, defesas que buscam evitar o adoecimento. O gerenciamento do tempo é uma estratégia privilegiada no estabelecimento da lógica do capital e uma forma de recusa utilizada pelos trabalhadores, como a greve, operação tartaruga, a cera, e, ainda, os pedidos de licença. (MINAYO-GOMEZ e BARROS, 2005). Se as condições objetivas e subjetivas do trabalho docente constituem, hoje, espaço deestímulo à competitividade e ao individualismo, enquanto estratégias de fragilização da classetrabalhadora (particularmente, a dos trabalhadores docentes), estas apresentam, por outro lado,os pedidos de emprego em arquivos, museus e outros lugares mais tranqüilos aumentaram nesse setor.Várias centenas de docentes tiveram de recorrer aos serviços de psicoterapia do departamento deEducação’”. 26
  • 27. na fala de alguns docentes, condições para a oposição ante esse quadro, por meio de, apenas,duas alternativas: “[...] fazer resistência ou fazer resistência”. (MINAYO-GOMEZ e BARROS,2005). Tais estratégias, entretanto, não logram êxito completo, fundamentalmente, pelaincapacidade de os corpos não suportarem tamanha pressão, tamanha precarização eesvaziamento do sentido de seu trabalho, com isso, adoecendo. Contudo, esse adoecer do corpopode indicar uma via de resistência ao esgotamento físico e mental, na medida em que permiteuma “pausa” na efetiva opressão vivenciada nos espaços de trabalho, possibilitando aotrabalhador docente encontrar lugares e tempos propícios à reflexão, revelando, pois, que oprocesso de esmaecimento da consciência, enquanto mecanismo de controle não é total, talcomo não o é a submissão do trabalhador aos instrumentos de que lança mão o capital paradomá-lo, domando a vida. Assim, [...] muitas tarefas prescritas [...] não conseguem ser implementadas e a sala de aula se configura, muitas vezes, em ‘espaço de saúde’ onde o trabalho real, marcado pela imprevisibilidade, efetiva-se, evitando-se o sufocamento. Quais os movimentos de ‘insubmissão’ que viabilizam a invenção de outras formas de trabalho ou outras redes de cooperação? Quais estão se atualizando hoje na rede de ensino? Como investir nessas estratégias de forma a viabilizar outros movimentos que, ao recusarem as políticas educacionais em curso, podem usinar novas possibilidades de luta no campo da educação? O engessamento das ações não se efetiva de forma tranqüila, ou seja, a submissão não é total, absoluta. (MINAYO-GOMEZ e BARROS, 2005).III. EDUCAÇÃO, RESISTÊNCIA E SAÚDE “[..] a sala de aula se configura, muitas vezes, em ‘espaço de saúde’”. (MINAYO-GOMEZ e BARROS, 2005)? Os professores... pressentem, ainda que surdamente, que ahumilhação da carne pelo poder nada mais é do que o reflexo ideológico da opressão a sãosubmetidos? (Cf. HORKHEIMER E ADORNO, 1985, p.216). Pensar essas questões, desde o interior dos aportes da Escola de Frankfurt, implicavoltarmo-nos aos fundamentos teórico-filosóficos do ideário burguês, em que se encontraassente a declaração dos direitos do homem e do cidadão, que acenou para a perspectiva delibertação de todos os homens, inclusive daqueles excluídos da condição jurídica de homenslivres, ao longo da história medieval. Vale ressaltar que os princípios do liberalismo e doiluminismo, difundidos como sendo princípios e interesses universais da sociedade burguesa,somente o foram durante a fase revolucionária da classe que se tornou hegemônica após aderrocada da ordem feudal. No bojo desse processo, a razão e a ciência assumem caráterfundamental, na medida em que permitiriam um conhecimento preciso da realidade, purificadoda superstição, do mito. 27
  • 28. Enquanto a classe burguesa permaneceu oprimida, pelo menos no plano das formas políticas, opôs-se com a palavra de ordem do progresso à situação estacionária vigente; [...] Somente depois de esta classe já ter conquistado as posições de poder decisivas, o conceito de progresso degenerou em ideologia [...]. O século XIX chegou aos limites da sociedade burguesa; esta não podia realizar sua própria razão, seus ideais de liberdade, justiça e espontaneidade, a não ser superando seu próprio ordenamento. (ADORNO, 1995b, p. 52). Adorno, ao analisar o pensamento iluminista, observa que embora este sugerisse, nohorizonte de seu projeto de sociedade, um anseio pela libertação do homem, o progresso que ahumanidade, historicamente, concretizou, fez comungarem a racionalidade iluminista e osinteresses do capital, sujeito efetivo da sociedade industrial. É, pois, na relação de pertença entreos interesses do capital e os da razão esclarecida, reduzida a sua forma instrumental, que oindivíduo resulta enfraquecido, sitiado no interior da racionalidade inerente ao progressoeconômico, tal como delimitado nos marcos da lógica de acumulação capitalista. Se se devepensar a qualidade da existência dos homens não somente a partir do nível de desenvolvimentotecnológico e científico proporcionados por esta aproximação entre capital e razão, mas,também, pelo estágio de humanização alcançado pela sociedade, é preciso afirmar que, sob aégide da organização societal capitalista, entretanto, a razão finda por se fetichizar, tornando-se,ela própria, mito. Assim sendo, a racionalidade converte-se em irracionalidade, negando oconceito do esclarecimento, bem como a possibilidade do progresso, em virtude do princípioprimeiro da sociedade burguesa, qual seja, o lucro na troca de mercadorias. Horkheimer e Adorno (1985) nos auxiliam a explicitar a tendência à subversão da razão,ofuscada em sua aliança com o capital ou, em outras palavras, a degeneração do progresso emregressão: No sentido mais amplo do progresso do pensamento, o esclarecimento tem perseguido sempre o objetivo de livrar os homens do medo e de investi-los na posição de senhores. Mas a terra totalmente esclarecida resplandece sob o signo de uma calamidade triunfal. (p. 19). A fim de compreender as determinações socioeconômicas e políticas que concorrempara a constituição do enfraquecimento do eu no indivíduo da sociedade industrial, Horkheimere Adorno (1985) procedem, em Dialética do esclarecimento, de modo a constituir uma profundaanálise da formação cultural, tal como historicamente construída, isto é, como signo daescravidão, do totalitarismo, da barbárie, enfim... Apesar de alheio à matemática, Bacon captou muito bem o espírito da ciência que se seguiu a ele. O casamento feliz entre o entendimento humano e a natureza das coisas, que ele tem em vista, é 28
  • 29. patriarcal: o entendimento, que venceu a superstição, deve ter voz de comando sobre a natureza desenfeitiçada. Na escravização da criatura ou na capacidade de oposição voluntária aos senhores do mundo, o saber que é poder não conhece limites. Esse saber serve aos empreendimentos de qualquer um, sem distinção de origem, assim como na fábrica e no campo de batalha está a serviço de todos os fins da economia burguesa. Os reis não dispõem sobre a técnica de maneira mais direta que os comerciantes: o saber é tão democrático quanto o sistema econômico juntamente com o qual se desenvolve. A técnica é a essência desse saber. Seu objetivo não são os conceitos ou imagens nem a felicidade da contemplação, mas o método, a exploração do trabalho dos outros, o capital (HORKHEIMER E ADORNO, 1985, p. 20). A burguesia, em sua fase revolucionária, afirmando a liberdade dos homens e aconstrução de uma humanidade liberta das imagens míticas que permeavam o modo como oshomens percebiam o mundo, a natureza e a si mesmos, entroniza – no que concerne àconstrução do entendimento do mundo, em virtude do desenvolvimento da tecnologia queconstitui a essência desse saber – a dimensão sombria do esclarecimento, corporificada nãosomente na racionalidade instrumental subjacente ao conhecimento científico de caráterpositivista, mas, também, na indústria cultural, que construindo simulacros da realidade,independentes do próprio real, submete a consciência às ideologias comunicadas pela indústriada cultura. O lugar privilegiado ocupado pela dimensão instrumental da racionalidade deve-se,pois, ao fato de o capital, enquanto sujeito social, impor sua lógica às classes, no interior dacontradição dialética do par capital e trabalho, na organização da sociedade, lógica essa quesupõe a heteronomia, em detrimento da emancipação. Com o avanço do capitalismomonopolista, a razão instrumental difunde-se e torna-se onipresente, conforme já assinalado, pormeio da indústria cultural. Desse modo, “O mundo inteiro é forçado a passar pelo filtro daindústria cultural. [...] Inevitavelmente, cada manifestação da indústria cultural reproduz aspessoas tais como as modelou a indústria em seu todo”. (HORKHEIMER E ADORNO, 1985, p.119). A compreensão, portanto, do porquê de as promessas iluministas terem permanecidoirrealizadas encontra-se no entendimento do que representou – e vem representando – o avançoestrutural da sociedade capitalista, que, em conformidade com Horkheimer e Adorno, temanulado o indivíduo, dissolvendo-o diante de uma sociedade dominada pela racionalidade datécnica e da ciência – mais especificamente, sua mistificação, seu status de coisa independente –, isto é, pela ideologia do progresso e o esquecimento do passado. Nas palavras dos autores, Na indústria, o indivíduo é ilusório não apenas por causa da padronização do modo de produção. Ele só é tolerado na medida em que sua identidade incondicional com o universal está fora de questão. 29
  • 30. Da improvisação padronizada no jazz até os tipos originais do cinema, que têm de deixar a franja cair sobre os olhos para serem reconhecidos como tais, o que domina é a pseudo-individualidade. O individual reduz-se à capacidade do universal de marcar tão integralmente o contingente que ele possa ser conservado como o mesmo (HORKHEIMER E ADORNO, 1985, p. 144-5). O indivíduo autônomo, dono de si e capaz de determinar seus fins encontra-se, dessemodo, em extinção, na medida em que as condições objetivas que poderiam permitir essacapacidade encontram-se ausentes, em virtude do modo como se tem organizado a vidaeconômica, na medida em que o aperfeiçoamento dos mecanismos capitalistas de controlelevam ao desaparecimento do sujeito individual ao revelar relações sociais que, hodiernamente,de modo mais agudo, (con)formam uma subjetividade danificada. A ordem econômica e, seguindo seu modelo, em grande parte também a organização econômica, continuam obrigando a maioria das pessoas a depender de situações dadas em relação às quais são impotentes, bem como a se manter numa situação de não- emancipação. Se as pessoas querem viver, nada lhes resta senão se adaptar à situação existente, se conformar; precisam abrir mão daquela subjetividade autônoma a que remete a idéia de democracia; conseguem sobreviver apenas na medida em que abdicam seu próprio eu. [...] (ADORNO, 1995a, p. 43-4). Nessa conjuntura, evidenciam-se as transformações ocorridas no papel assumido pelosprocessos educativos, no que concerne à conformação e adequação dos indivíduos ao modeloeconômico-político e ideológico adotado pelo Estado capitalista, uma vez que as mudanças naesfera do trabalho – tomado como relação social fundamental sobre a qual se erguem o homem ea sociedade – espraiam-se por todos os espaços/lugares de construção social, dentre eles, o daeducação. A reprodução sem cessar, desta ordem injusta e autoritária retira, então do indivíduo assuas raízes, a sua capacidade de superar seu estado de alienação, levando o indivíduo,conseqüentemente, a um desenraizamento, a um enfraquecimento de sua capacidade subjetiva, àparalisação total do pensamento. Ao contrário do que acreditava Marx, essa intensa exploração no trabalho não tende aconduzir a uma progressiva consciência do proletariado, dado que hoje, a ideologia dominanteencarrega-se de dissimular, por meio de todo um mecanismo de manipulação, a barbárie dosprocessos de produção da sociedade, bem como de transformar o indivíduo em homem-massa.Pseudoformado, o indivíduo tende a pensar pela ótica exclusiva do pensamento dominante,perdendo a capacidade de agir e pensar de forma radicalmente diversa e autônoma, paralisandosua capacidade de refletir criticamente a ideologia hegemônica. Paralisia funcional ao capital 30
  • 31. para a aceitação das pessoas no mundo das mercadorias. O processo que impede com que o indivíduo possa ter uma consciência crítica se dá pormeio de diversos mecanismos, dentre eles, a educação, que, do modo como apropriada noâmbito do capitalismo moderno, totalmente administrado, tem sido orientada pelas necessidadesimediatas do capital, contribuindo para a ampliação das condições objetivas e subjetivas quepossibilitam a permanência da heteronomia. O ser humano, alvo do processo educativo,transmuta-se em instrumento a serviço da produção de mercadorias, ou reduz-se a uma delas,processo que ocorre simultaneamente à redução do pensar ao domínio de suas funçõesprofissionais, tal com revelam Horkheimer e Adorno (1985, p. 184): Com a propriedade burguesa, a cultura também se difundiu. Ela havia empurrado a paranóia para os recantos obscuros da sociedade e da alma. Mas como a real emancipação dos homens não ocorreu ao mesmo tempo que o esclarecimento do espírito, a própria cultura ficou doente. Quanto mais a realidade social se afastava da consciência cultivada, tanto mais esta se via submetida a um processo de reificação. A cultura converteu-se totalmente numa mercadoria, difundida como uma informação, sem penetrar nos indivíduos dela informados [...] O pensamento reduzido ao saber é neutralizado e mobilizado para a simples qualificação nos mercados de trabalho específicos e para aumentar o valor mercantil da personalidade. Assim naufraga essa auto-reflexão do espírito que se opõe à paranóia. O excerto acima, revelando o predomínio da razão instrumental, explicita o processo deeliminação da autonomia dos indivíduos, dado a educação resultar em pseudoformação, já que oesforço educativo tende a ocultar dos indivíduos a heteronomia decorrente das relaçõesinerentes ao trabalho submetido ao capital, isto é, a danificação de sua subjetividade. Dessemodo, a experiência formativa, enquanto momento básico da constituição do indivíduo tende ase descaracterizar como possibilidade para a emergência da autonomia e da emancipação,apresentando-se, pelo contrário, como experiência deformante. A educação nas experiências escolares tende, portanto, à profissionalização, devendo tercomo princípio a adaptação, dado assentar-se em valores de mercado e transmutar o saber emmais uma mercadoria de consumo imediato, uma cultura que tem seu valor venal medido nostermos do mercado. Não somente a educação entendida enquanto cultura representa, desse modo,mecanismo de legitimação do modus operandi do capital. Também no âmbito da educação quese realiza nos espaços escolares o prazer de educar encontra cada vez menos um terreno sólidopara se desenvolver, anuncia a proximidade da morte do desejo da vida digna e feliz, uma vezque o objeto do exercício da função do professor passa a constituir-se em alienação, e, portanto, 31
  • 32. em angústia e sofrimento, na medida em que o esclarecimento ao se converter em técnica, deixade ser a luz nítida anunciada pela razão, passando a ser uma luz turva que ofusca a realidade ereproduz o sempre idêntico. O progresso, aqui representado pelos avanços tecnológicos, que tem imprimido marcasde modernidade no ensino, tem contribuído, na verdade, para a produção da regressão, expressana aceleração da vida em direção à morte, posto que o que o educador, ao vivenciar as novas evelhas práticas do seu saber profissional, tem estado, ainda mais, exposto a um desgaste físico emental, denominado de mal estar docente. Tais reflexões, ao serem pensadas sob os aportes da Escola de Frankfurt, remetem-nosao fragmento Interesse pelo Corpo, da Dialética do Esclarecimento, em que Horkheimer eAdorno identificam o modo como o indivíduo constitui-se em vítima de uma civilização que odilacera, desfigura e recalca seus instintos e paixões, tomando seu corpo como objeto decontrole e manipulação. O corpo passa a ser marcado pelas cicatrizes deixadas pelamaterialidade com a qual se vive o trabalho alienado, fragmentado, rotulado sob o imperativo daexaustão metamorfoseado em nome da eficácia. O professor passa, assim, a ter um corporeduzido a uma peça sem importância, ou mesmo como um corpo já sem vida. E a resistência na sala de aula? E os professores? Pressentem, ainda que surdamente,[...] que a humilhação da carne pelo poder nada mais era do que o reflexo ideológico daopressão a que eram submetidos. (HORKHEIMER E ADORNO, 1985, p.216)? Tem mais nos parecido que o professor, que tem como objeto de sua profissão, oconhecimento, tem sua vida prescrita pelo produto em que se converteu seu objeto de trabalho,em um processo que guarda similitudes com o que ocorre na indústria cultural. A verdade em tudo isso é que o poder da indústria cultural provém de sua identificação com a necessidade produzida, não da simples oposição a ela, mesmo que se tratasse de uma oposição entre a omnipotência e impotência. A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado, para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu um tal poderio sobre: a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão, que esta pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho. O pretenso conteúdo não passa de uma fachada desbotada; o que fica gravado é a seqüência automatizada de operações padronizadas. Ao processo de trabalho na fábrica e no escritório só se pode escapar adaptando-se a ele durante o ócio. Eis aí a doença incurável de toda diversão. O prazer acaba por se congelar no aborrecimento, porquanto, para continuar a ser um prazer, não deve mais exigir esforço e, por isso, tem de se mover rigorosamente nos trilhos gastos das associações 32
  • 33. habituais. O espectador não deve ter necessidade de nenhum pensamento próprio, o produto prescreve toda reacção: não por sua estrutura temática – que desmorona na medida em que exige o pensamento – mas através de sinais. (HORKHEIMER e ADORNO 1985, p. 128. Grifo nosso). Somos espectadores?! Ou pressentimos a humilhação que se crava em nossa carne,nossos corpos?!REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASADORNO, TH. O que significa elaborar o passado. In: ____. Educação e emancipação. Rio deJaneiro: Paz e Terra, 1995a, p. 29-49.ADORNO, TH. Progresso. In: ____. Palavras e Sinais: modelos críticos 2. Petrópolis, RJ:Vozes, 1995b, p. 37-82.ADORNO, TH. Indústria Cultural e Sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2002.ANDRADE, E. R. et al. O perfil dos professores brasileiros: o que fazem, o que pensam, o quealmejam. Pesquisa Nacional Unesco. São Paulo: Moderna, 2004.CODO, W (Coordenador). Educação: carinho e trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes/Brasília:Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação: Universidade de Brasília, Laboratóriode Psicologia do Trabalho, 1999.ESTEVE, J. M. O mal-estar docente: a sala-de-aula e a saúde dos professores. Bauru, SP:EDUSC. 1999.GIORDANO, R. Amazônia, Trabalho e Educação: histórias e memórias do trabalho do(c)ente.Projeto de Pesquisa. Agosto de 2005. Centro de Educação, UFPA. (mimeo).GOMES, L. Trabalho multifacetado de professores/as: a saúde entre limites. [Mestrado]Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; 2002. 123 p. Disponível em<http://portalteses.cict.fiocruz.br/transf.php?script=thes_chap&id=00009401&lng=pt&nrm=isso>. Acesso em agosto de 2005.HORKHEIMER, M. e ADORNO, TH. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Riode Janeiro: Zahar, 1985.MAIA, A. Trabalho e saúde entre os funcionários do Serviço Social do Comércio (SESC)/Ananindeua: morbidez e/ou resistência? Agosto de 2005. Centro Socioeconômico,UFPA/CAPES. Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social.MARX, K e ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: HUCITEC, 1991.MARX, K. A lei geral de acumulação capitalista. In: ____. O capital: crítica da economiapolítica. v. I, livro I, tomo 2. São Paulo: Nova Cultural, 1988.___. Manuscritos Econômicos Filosóficos. São Paulo: Martin Claret, 2002. 33
  • 34. MINAYO-GOMEZ, C. e BARROS, M.E.B. Saúde, trabalho e processos de subjetivação nasescolas. In: REVISTA PSICOLOGIA: REFLEXÃO E CRÍTICA, 2002. Disponível em<http://www.scielo.br/pdf/prc/v15n3/a18v15n3.pdf>. Acesso em junho de 2005.MINAYO-GOMEZ, C. e THEDIM-COSTA, S. M. da F. Precarização do trabalho e desproteçãosocial: desafios para a saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva 1999; 4 (2): 411-21. 34
  • 35. FORMAÇÃO VERSUS INDÚSTRIA CULTURAL NA CONSTRUÇÃO DASUBJETIVIDADEMaiane Liana Hatschbach OuriqueAmarildo Luiz TrevisanResumo O trabalho tem a intenção de refletir sobre a possibilidade de uma formação culturalmais ampla na educação, tendo em vista a aceleração do uso das novas tecnologias a partir dasegunda metade do século XX e a demanda sentida pela educação em torno da produção deconhecimentos úteis. A problemática que se configura é a seguinte: levando em conta ainstrumentalização da razão e a colonização do mundo da vida pelos mecanismos da indústriacultural, de que forma a educação ainda pode contribuir na construção da subjetividade? Ora, aconsciência moderna se deformou no acontecer do iluminismo, mostrando sua vulnerabilidade àmedida que alimenta o ideal de progresso feito longe da natureza e das possibilidades criadas nomundo da vida. Adorno e Horkheimer vêem nas tragédias gregas a possibilidade de reencontraro equilíbrio perdido neste afastamento da natureza. Eles procuram abalar assim o entendimentode que o esclarecimento estruturou-se como força de contrapeso ao mito, fornecendo subsídiospara questionar, inclusive, as grandes metas educativas. Edificadas sob um ideal iluminista, asnarrativas que versam sobre emancipação, autonomia e transformação, por exemplo, podem sercolocadas sob suspeita, à medida que são perseguidas com ações instrumentais e cognitivistasapenas. A educação, ao reduzir os processos de aprendizagem ao pensamento reflexo, numaimitação controlada e técnica, contribuiu para a semiformação, na qual a constituição dasubjetividade (fragmentada) revela-se frágil diante das estratégias de apelo da indústria cultural.No mundo trágico, o equilíbrio entre forças intensas é conseguido, ao tratar o homem e as suasvivências distanciadas dos interesses burocráticos e mercantis que vieram à tona com aemergência da modernidade. Sob o enfoque interpretativo, é justamente na proposta dastragédias gregas que a humanidade do homem é posta diante dos abismos encobertos pelaracionalização iluminista. Podemos encontrar aqui argumentos para revigorar a práticaeducativa, especialmente no que tange a suas metas e à maneira de buscá-las. A formaçãoproposta nas tragédias gregas, ao apresentarem o caos originário da natureza humana, revela-nos Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria ebolsista CAPES – E-mail: maianeho@yahoo.com.br Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de SantaMaria e pesquisador do CNPq – E-mail: amarildoluiz@terra.com.br 35
  • 36. as falsas dualidades que compõem o paradigma subjetivista da consciência moderna,categorizando os fenômenos em racionais ou emocionais, materiais ou mentais, teóricos oupráticos. Ou seja, diferente de excluir um aspecto, tendo-o como antagônico, as tragédiasaproximam a formação do “outro da razão”, permitindo que o processo de significação seenriqueça.Considerações iniciais O projeto formativo moderno, que foi estabelecido por intermédio das inovaçõestécnicas e da mercantilização da produção, mostra hoje toda a sua vulnerabilidade. À medidaque alimenta o ideal de progresso, feito longe da natureza e das possibilidades criadas no mundoda vida, ele redunda ao fim e ao cabo em regressão. O sujeito prende-se ao imediato e ao local,deslocando as questões de sua historicidade. No plano prático, progresso e barbárie estruturamuma relação não esclarecida, que não dá conta das relações de trabalho constituídas. Além disso,no plano cognitivo, tais narrativas não conseguem realizar a síntese expressiva da formaçãocultural – Bildung. A redução da razão à sua dimensão instrumental mostra-se insuficiente paraatender as demandas da convivência humana, diante das ideologias veiculadas pelas redes decomunicação. Os fenômenos não são compreensíveis apenas pela revelação de seu núcleoracional, pois as questões históricas e culturais são também importantes – por vezes,determinantes – para a construção de sentidos. E é a partir destas considerações que podemos entender a diferença entre o acesso àinformação e a sua reelaboração subjetiva. A simultaneidade e diversidade de informaçõesdisponíveis podem não ser fatores decisivos, mas influenciam, em grande medida, o processofragmentado que se estabelece. Elas apenas expõem os sujeitos à sua condição de expectadoresde um mundo espetacular, no qual dramas de telenovelas são tratados com a mesma seriedadeque conflitos geopolíticos ou atentados terroristas. As ideologias apresentadas são travestidas deimagens e de uma linguagem objetiva, vinculando entretenimento e informação numa estratégiaque dispensa a criticidade. O deleite que proporciona é fim em si mesmo. O empobrecimentodas relações humanas, que Adorno denomina pelo conceito de pseudocultura, desvela-se numaanálise um pouco mais detida dos vazios produzidos. A indústria cultural vale-se dos valoresiluministas para fortalecer-se sempre mais. Liberdade é usar uma calça jeans, que a publicidadefetichiza ao mostrá-la como sujeito histórico capaz de transformar também quem a usa.Igualdade – e não mercantilização da cultura - é uma conquista de quem freqüenta a mesmarede de alimentação estabelecida em todos os cantos do mundo. Fraternidade, diferente depromover ações de inclusão, é participar de happy hours regados à cerveja mais vendida com os 36