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PERÍODO: 4º 2011.2
DISCIPLINA: ONTOLOGIA
PROFESSOR: NALFRAN MODESTO BENVINDA
ALUNOS: FAUSTINO DOS SANTOS, FELIPE SERAFIM


                                 O PLATONISMO DE ARISTÓTELES
                                           (PorGwilym Ellis Lane Owen)

    1. Platão e Aristóteles e as Categorias e Formas noEudemo.
O termo “Platonismo” foi utilizado, sobretudo, por Thomas Case e Werner Jaeger. Existe um interesse muito peculiar de
ambos comentadores de apontar uma teoria do desenvolvimento onde Aristóteles emerge do platonismo a quem foi
fidelíssimo para uma filosofia própria, porém, na própria descrição do que o próprio platonismo há divergências entre
Case e Jaeger que o autor detecta e não quer cair no mesmo mal.
Aristóteles foi adepto à Academia (escola de Platão) por vinte anos que por sinal fora, além de longo muito importantes
pelos acontecimentos ocorridos na Grécia e pelos avanços filosóficos da Academia, e é nesse período da escola e nas
conquistas do fundador que se deve concentrar para entender a relação entre Platão e Aristóteles.
Diz-se que nesse período de vinte anos Aristóteles foi muito fiel aos ensinamentos de Platão, isso é provado nos
fragmentos dos escritos aristotélicos muito embora em muitos houvesse repetições daquilo que todos conheciam de
Platão e dos seus feitos.
Jaeger diz que existe uma separação entre a teoria filosófica de Aristóteles com os seus estudos sobre lógica e método
filosófico. Enquanto vida Aristóteles foi fiel pela teoria filosófica e depois da morte de Platão se preocupou em desenvolver
o seu interesse pela lógica e por demais temas já iniciado timidamente na Academia.
“O Platonismo se torna objeto não de argumentos, mas de teoremas; não de método filosófico, mas de convicção doutrinal.
Aristóteles já era mestre nos domínios do método e da técnica da logica em uma época em que ele ainda era dependente de
Platão quanto à metafísica”. Tendo em vista isso Jaeger diz que o platonismo não deve ser buscado na lógica, Case do
contrário, diz que se deve recorrer a analise das sentenças verdadeiras e falsas do Sofista para entender os primeiros
avanços da lógica de Aristóteles.
No diálogo Eudemode Aristóteles o tema abordado é sobre a imortalidade da alma, depois reforçado no De Anima
Aristóteles ataca a teoria que “a alma, o princípio da vida, é nada mais que uma harmonia, isto é, uma coordenação
apropriada de elementos do corpo. Quando a coordenação se desfaz, a vida – portanto, a alma- chega a seu fim”. A oposição
de Aristóteles a essa teoria é que toda harmonia tem um contrário. Mas a alma não tem contrário. Logo a alma não é
harmonia. Ela não tem contrário porque ela é uma substância. Dizer que substância não tem contrários é uma proposição
presente nas Categoriasmas não é somente as substâncias que não têm contrários mas também das quantidades, algumas
qualidades e alguns relativos. Há discussões que tentam enquadrar a alma não como substância, mas como Forma, sendo
assim a alma deixaria de ser eterna, imutável para ser transitória, separada e castigada com o seu alojamento a um corpo,
mas Aristóteles é ciente que a imortalidade da alma era uma questão de tradição e a teoria das Formas uma invenção de
filósofos.
Observando o exposto concluiu-se Aristóteles era dependente da metafísica de Platão, mas independente dele na lógica,
isto é, em sua teoria das categorias que, diga-se de passagem, surgiu das controvérsias da Academia bem como a sua teoria
da definição e a sua teoria do significado. E por isso é certo afirmar que muitos escritos do jovem Aristóteles tiveram
influência de Platão, mesmo que não tenha atingido maturidade quando Platão ainda vivia.

    2. Substância e a crítica às formas
Aristóteles possui uma variedade de argumentos contra a Teoria da Forma, mas a objeção que ele mais recorre é a
chamada “o terceiro homem”. Platão era, diz Aristóteles, quanto tentou explicar como usamos predicado para classificar e
descrever indivíduos reais (Suposição de não identidade) e quando tumultua a cena com outros indivíduos que eram
ficções (Suposição de auto-predicação).
Na proposição “Socrátes é um homem” Platão afirma que o predicado (homem) é totalmente diferente do sujeito
(Sócrates), pois se fosse idêntico ao sujeito eles seriam idênticos um ao outro, ou seja, se houvesse a=c, b=c, se concluiria
a=b.
A outra coisa pensada por Platão é que o predicado é sujeito da própria predicação “o homem é o homem”quando se diz
homem nessa proposição não se deve ver o homem como sujeito individual, mas que A (um homem) e B (um homem) não
podem ser algo comum que se procura mas um terceira coisa. E isso se aplica ad infinitum,se agora existe três passará a ter
quatro, e depois cinco e assim infinitamente, ele erra quando tenta construir toda sentença predicativa como sendo algo
relacional. Mas o erro grande nessas teorias quando Platão usa a expressão significado como “um isto” ao invés de “de tal e
tal tipo”, ou seja, ele restringe a expressão-predicado em partes ao invés de vê-los como tipos ou classes.
Mas Aristóteles não pode dar isso por diagnóstico final pois ele dificilmente esta mais esclarecido do que Platão no que diz
respeito a natureza das relações e ainda porque sua primeira e curta resposta – de que aquilo que é predicado de um
indivíduo não é outro indivíduo – é uma simplificação muito grande para refutar uma teoria tão grande como a de Platão.
Depois disso Aristóteles continua caminhando para uma nova teoria da predicaçãoe das categorias e tenta explicar que
uma análise não se aplica a todos os predicados, para isso ele se utiliza dos exemplos do HOMEM e do BRANCO. Ou seja, a
expressão “Homem” é usada em mesmo sentido para falar de Sócrates ou da classe ou espécie que Sócrates pertence, o
“Branco não”, pois não se pode predicar do sujeito a definição de branco, mas a palavra branco; o homem não pode ser o
que o branco é.
Conclui-se que numa predicação o sujeito é algo diferente dos atributos imputados a ele (predicação fraca), e noutra que
não existe essa diferença (predicação forte). Sendo que na predicação forte, a expressão-predicado nunca introduz um
indivíduo, sempre uma espécie ou um gênero, já na predicação fraca se pode dividir as partes de modo a separar
substâncias de não-substâncias.

    3. ACADEMIA: A autonomia das ciências
A Academia abrigava um grande número de atividades concernentes às ciências exatas, uma vez que a matemática tinha
feito um enorme progresso desde seu início no século sexto. A aritmética estava aquietada, mas a geometria floresceu.
Nos Segundos Analíticos Aristóteles estabelece o que pensa ser a estrutura lógica geral das ciências, é, naturalmente, a
matemática, e especialmente a geometria que contempla como modelo. É a matemática, então, que lhe dá a forma de
exposição em que a ciência será moldada, também é a matemática que lhe mostra a anatomia de uma ciência onde o
conhecimento é demonstrativo, e a demonstração exige um sistema axiomático no qual os teoremas são derivados por
formas válidas de argumentos a partir de princípios básicos à ciência. O modelo matemático deve ser adaptado aos
procedimentos e explicações da ciência natural.
O impulso de axiomatizar a matemática e seus ramos teve uma implicação na qual Aristóteles parece ter insistido com
mais veemência que seus contemporâneos: era um impulso de autonomia. No livro dos Segundos Analíticosele é
direcionado a estabelecer o que ele depois chama de “ciências exatas e autossuficientes”.

    4. ACADEMIA: A dialética
Com a direção de Platão sua escola não podia ser conduzida unicamente pela matemática ou não poderia tê-la como sua
preocupação principal. Em A Republica Platão argumenta que a educação nas ciências exatas seria preparatória para as
investigações filosóficas das Formas que não é o mundo físico, e os números e as figuras e ângulos tão explorados pelos
filósofos e que também não fazem parte do mundo físico. Mas embora valiosas as ciências matemáticas não eram a forma
mais elevada de investigação isso se justifica pelo desejo de independência tanto buscado por Aristóteles. Mas a forma de
investigação criada para examinar as suposições das pessoas, na matemática e na moral ou no que for chama-se dialética.
Ela é qualificada a governar todas as ciências departamentais e almejar, em contraste a elas, a uma explicação sinóptica da
realidade. Platão afirma que qualquer matemático em sã consciência entregaria suas descobertas para o dialético usar.
Dialética ainda é o nome da ciência-mestra que tem precedência na “verdade e exatidão” sobre os estudos matemáticos.
As proposições tratadas no argumento são o material paradigmático da discussão filosófica, sejam eles do senso comum ou
da visão dos intelectuais. Aristóteles em sua teoria da dialética as chama “coisas aceitas por todos os homens, pela maioria
ou pelos sábios”.
É tentador sugerir que pelo menos nesse ponto Aristóteles se mostra ser um platônico. Os métodos que vem a crescer nos
diálogos tardios de Platão são os métodos de Aristóteles. Mas não se pode dizer tão acertadamente essa tese uma vez que
pode existir um aristotelismo em Platão a um platonismo em Aristóteles. Mas de qualquer forma Aristóteles aceita
adialética.

    5. Retorno ou Avanço?
       (APRESENTAR O PONTO DE VISTA EMBASADO NO TEXTO)

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  • 1. PERÍODO: 4º 2011.2 DISCIPLINA: ONTOLOGIA PROFESSOR: NALFRAN MODESTO BENVINDA ALUNOS: FAUSTINO DOS SANTOS, FELIPE SERAFIM O PLATONISMO DE ARISTÓTELES (PorGwilym Ellis Lane Owen) 1. Platão e Aristóteles e as Categorias e Formas noEudemo. O termo “Platonismo” foi utilizado, sobretudo, por Thomas Case e Werner Jaeger. Existe um interesse muito peculiar de ambos comentadores de apontar uma teoria do desenvolvimento onde Aristóteles emerge do platonismo a quem foi fidelíssimo para uma filosofia própria, porém, na própria descrição do que o próprio platonismo há divergências entre Case e Jaeger que o autor detecta e não quer cair no mesmo mal. Aristóteles foi adepto à Academia (escola de Platão) por vinte anos que por sinal fora, além de longo muito importantes pelos acontecimentos ocorridos na Grécia e pelos avanços filosóficos da Academia, e é nesse período da escola e nas conquistas do fundador que se deve concentrar para entender a relação entre Platão e Aristóteles. Diz-se que nesse período de vinte anos Aristóteles foi muito fiel aos ensinamentos de Platão, isso é provado nos fragmentos dos escritos aristotélicos muito embora em muitos houvesse repetições daquilo que todos conheciam de Platão e dos seus feitos. Jaeger diz que existe uma separação entre a teoria filosófica de Aristóteles com os seus estudos sobre lógica e método filosófico. Enquanto vida Aristóteles foi fiel pela teoria filosófica e depois da morte de Platão se preocupou em desenvolver o seu interesse pela lógica e por demais temas já iniciado timidamente na Academia. “O Platonismo se torna objeto não de argumentos, mas de teoremas; não de método filosófico, mas de convicção doutrinal. Aristóteles já era mestre nos domínios do método e da técnica da logica em uma época em que ele ainda era dependente de Platão quanto à metafísica”. Tendo em vista isso Jaeger diz que o platonismo não deve ser buscado na lógica, Case do contrário, diz que se deve recorrer a analise das sentenças verdadeiras e falsas do Sofista para entender os primeiros avanços da lógica de Aristóteles. No diálogo Eudemode Aristóteles o tema abordado é sobre a imortalidade da alma, depois reforçado no De Anima Aristóteles ataca a teoria que “a alma, o princípio da vida, é nada mais que uma harmonia, isto é, uma coordenação apropriada de elementos do corpo. Quando a coordenação se desfaz, a vida – portanto, a alma- chega a seu fim”. A oposição de Aristóteles a essa teoria é que toda harmonia tem um contrário. Mas a alma não tem contrário. Logo a alma não é harmonia. Ela não tem contrário porque ela é uma substância. Dizer que substância não tem contrários é uma proposição presente nas Categoriasmas não é somente as substâncias que não têm contrários mas também das quantidades, algumas qualidades e alguns relativos. Há discussões que tentam enquadrar a alma não como substância, mas como Forma, sendo assim a alma deixaria de ser eterna, imutável para ser transitória, separada e castigada com o seu alojamento a um corpo, mas Aristóteles é ciente que a imortalidade da alma era uma questão de tradição e a teoria das Formas uma invenção de filósofos. Observando o exposto concluiu-se Aristóteles era dependente da metafísica de Platão, mas independente dele na lógica, isto é, em sua teoria das categorias que, diga-se de passagem, surgiu das controvérsias da Academia bem como a sua teoria da definição e a sua teoria do significado. E por isso é certo afirmar que muitos escritos do jovem Aristóteles tiveram influência de Platão, mesmo que não tenha atingido maturidade quando Platão ainda vivia. 2. Substância e a crítica às formas Aristóteles possui uma variedade de argumentos contra a Teoria da Forma, mas a objeção que ele mais recorre é a chamada “o terceiro homem”. Platão era, diz Aristóteles, quanto tentou explicar como usamos predicado para classificar e descrever indivíduos reais (Suposição de não identidade) e quando tumultua a cena com outros indivíduos que eram ficções (Suposição de auto-predicação).
  • 2. Na proposição “Socrátes é um homem” Platão afirma que o predicado (homem) é totalmente diferente do sujeito (Sócrates), pois se fosse idêntico ao sujeito eles seriam idênticos um ao outro, ou seja, se houvesse a=c, b=c, se concluiria a=b. A outra coisa pensada por Platão é que o predicado é sujeito da própria predicação “o homem é o homem”quando se diz homem nessa proposição não se deve ver o homem como sujeito individual, mas que A (um homem) e B (um homem) não podem ser algo comum que se procura mas um terceira coisa. E isso se aplica ad infinitum,se agora existe três passará a ter quatro, e depois cinco e assim infinitamente, ele erra quando tenta construir toda sentença predicativa como sendo algo relacional. Mas o erro grande nessas teorias quando Platão usa a expressão significado como “um isto” ao invés de “de tal e tal tipo”, ou seja, ele restringe a expressão-predicado em partes ao invés de vê-los como tipos ou classes. Mas Aristóteles não pode dar isso por diagnóstico final pois ele dificilmente esta mais esclarecido do que Platão no que diz respeito a natureza das relações e ainda porque sua primeira e curta resposta – de que aquilo que é predicado de um indivíduo não é outro indivíduo – é uma simplificação muito grande para refutar uma teoria tão grande como a de Platão. Depois disso Aristóteles continua caminhando para uma nova teoria da predicaçãoe das categorias e tenta explicar que uma análise não se aplica a todos os predicados, para isso ele se utiliza dos exemplos do HOMEM e do BRANCO. Ou seja, a expressão “Homem” é usada em mesmo sentido para falar de Sócrates ou da classe ou espécie que Sócrates pertence, o “Branco não”, pois não se pode predicar do sujeito a definição de branco, mas a palavra branco; o homem não pode ser o que o branco é. Conclui-se que numa predicação o sujeito é algo diferente dos atributos imputados a ele (predicação fraca), e noutra que não existe essa diferença (predicação forte). Sendo que na predicação forte, a expressão-predicado nunca introduz um indivíduo, sempre uma espécie ou um gênero, já na predicação fraca se pode dividir as partes de modo a separar substâncias de não-substâncias. 3. ACADEMIA: A autonomia das ciências A Academia abrigava um grande número de atividades concernentes às ciências exatas, uma vez que a matemática tinha feito um enorme progresso desde seu início no século sexto. A aritmética estava aquietada, mas a geometria floresceu. Nos Segundos Analíticos Aristóteles estabelece o que pensa ser a estrutura lógica geral das ciências, é, naturalmente, a matemática, e especialmente a geometria que contempla como modelo. É a matemática, então, que lhe dá a forma de exposição em que a ciência será moldada, também é a matemática que lhe mostra a anatomia de uma ciência onde o conhecimento é demonstrativo, e a demonstração exige um sistema axiomático no qual os teoremas são derivados por formas válidas de argumentos a partir de princípios básicos à ciência. O modelo matemático deve ser adaptado aos procedimentos e explicações da ciência natural. O impulso de axiomatizar a matemática e seus ramos teve uma implicação na qual Aristóteles parece ter insistido com mais veemência que seus contemporâneos: era um impulso de autonomia. No livro dos Segundos Analíticosele é direcionado a estabelecer o que ele depois chama de “ciências exatas e autossuficientes”. 4. ACADEMIA: A dialética Com a direção de Platão sua escola não podia ser conduzida unicamente pela matemática ou não poderia tê-la como sua preocupação principal. Em A Republica Platão argumenta que a educação nas ciências exatas seria preparatória para as investigações filosóficas das Formas que não é o mundo físico, e os números e as figuras e ângulos tão explorados pelos filósofos e que também não fazem parte do mundo físico. Mas embora valiosas as ciências matemáticas não eram a forma mais elevada de investigação isso se justifica pelo desejo de independência tanto buscado por Aristóteles. Mas a forma de investigação criada para examinar as suposições das pessoas, na matemática e na moral ou no que for chama-se dialética. Ela é qualificada a governar todas as ciências departamentais e almejar, em contraste a elas, a uma explicação sinóptica da realidade. Platão afirma que qualquer matemático em sã consciência entregaria suas descobertas para o dialético usar. Dialética ainda é o nome da ciência-mestra que tem precedência na “verdade e exatidão” sobre os estudos matemáticos. As proposições tratadas no argumento são o material paradigmático da discussão filosófica, sejam eles do senso comum ou da visão dos intelectuais. Aristóteles em sua teoria da dialética as chama “coisas aceitas por todos os homens, pela maioria ou pelos sábios”. É tentador sugerir que pelo menos nesse ponto Aristóteles se mostra ser um platônico. Os métodos que vem a crescer nos diálogos tardios de Platão são os métodos de Aristóteles. Mas não se pode dizer tão acertadamente essa tese uma vez que pode existir um aristotelismo em Platão a um platonismo em Aristóteles. Mas de qualquer forma Aristóteles aceita adialética. 5. Retorno ou Avanço? (APRESENTAR O PONTO DE VISTA EMBASADO NO TEXTO)