1. ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO | NÚCLEO DE PRÁTICAS | PORTFÓLIO
PROFESSOR DE ESCOLA MINEIRA FAZ USO DE APLICATIVO COM INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL PARA INTERAGIR COM ALUNOS SURDOS
Por João Luís da Silva Rios - RU 1598763
Polo – Sete Lagoas-MG
Data: 15/08/2017
Fonte: https://www.napratica.org.br/app/uploads/2016/03/handlalk-appcreditos-agencia-nalata.jpg
O professor de matemática, José Luiz de França, da Escola Estadual Marina Bastos (EEMB), em
Sete Lagoas, Minas Gerais, está utilizando o aplicativo “Hand Talk”, desde o início do corrente ano
letivo, nas aulas de sua disciplina, visando melhorar a comunicação com os alunos surdos.
Hand Talk é uma plataforma que traduz simultaneamente conteúdos em português, seja ele digitado,
falado ou até fotografado, para a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e tem por objetivo a inclusão
social de pessoas surdas. É um recurso gratuito, disponível para smartphones, tablets e
computadores que realiza traduções automática para Língua de Sinais através de um intérprete
virtual, o Hugo, e permite também que ouvintes possam aprender a se comunicar em LIBRAS.
Pioneira e referência como escola inclusiva do município, a EEMB é frequentada por estudantes do
5º ao 9º ano, e conta hoje, com cerca de 14 alunos com problemas de surdez. Apesar de possuir
professores de apoio, a comunicação entre os portadores da deficiência auditiva e os ouvintes
sempre foi uma grande barreira a ser vencida pela instituição.
Inicialmente o uso do aplicativo ficou restrito apenas à disciplina de matemática, sendo utilizado por
alunos de 12 a 16 anos. Porém, devido ao grande sucesso e benefícios alcançados, ele passou a
ser utilizado em todas as disciplinas a partir do 2º semestre do corrente ano.
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A diretora da escola, Ana Maria da Silva, disse que a utilização do aplicativo trouxe diversos
benefícios aos alunos portadores da surdez, pois, além de aumentar o interesse pela aula de
matemática, facilitou a comunicação destes com os ouvintes, proporcionando maior auto confiança e
interação com os colegas de classe e toda a equipe da escola.
O professor de matemática, José Luiz, conta que ao conhecer o aplicativo e verificar a eficiência e a
fascinação que o mesmo desperta nos jovens, solicitou à direção da escola autorização para utilizá-
lo em suas aulas, no que foi prontamente atendido.
A direção da escola mediante parcerias com a iniciativa privada e associação de pais conseguiu por
meio de dações, a aquisição de 14 tablets, que foram distribuídos aos deficientes auditivos para
serem utilizados nas aulas de matemática.
O professor explica que grava as aulas em áudio e texto, repassa para os alunos surdos que através
do aplicativo conseguem acompanhar a explicação das matérias bem como realizar as atividades
propostas, tornando a aula mais dinâmica.
Para ele, a utilização do aplicativo não só facilitou a comunicação com os alunos possuidores de
problemas de surdez, aumentando a confiança dos mesmos, tornando-os mais independentes, mas
também despertou o interesse dos alunos ouvintes em aprender LIBRAS. Além disso, com o uso do
aplicativo, eles passaram a se interessar e a participar das aulas, reduzindo a intervenção do
professor de apoio.
O professor destaca que é importante aproveitar o fascínio que as tecnologias despertam na
juventude. Fazer uso de aplicativos como este em sala de aula, além de integrar os alunos surdos
ao ambiente escolar, é uma maneira de despertar na juventude ouvinte o interesse em dominar
também a Língua de Sinais, e contribuir para a redução da distância que hoje existe em relação à
comunidade surda, provocada pela dificuldade na comunicação.
Ainda, segundo o professor, é preciso implementar algumas medidas, tais como, promover uma
formação continuada dos professores, baixar o custo dos aparelhos ou conseguir de graça para
aqueles que não tem como comprar, e realizar campanhas de incentivo aos jovens ouvintes para
aprender a LIBRAS.