O documento discute a documentação, controle de documentos e monitoramento de riscos em sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional. Ele explica a estrutura documental em três níveis - estratégico, tático e operacional - e destaca a importância do controle efetivo dos documentos. Também descreve diferentes tipos de controles operacionais e métodos para monitorar riscos de forma a manter a segurança dentro de níveis toleráveis.
PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS – REVIT MEP -.pdf
Gerenciaderiscos uni4
1. 58
Tabela 1 - Exemplos de comunicação compartes interessadas. (Fonte: BENI-
TE, 2006, p. 66).
2. 59
3.6.4. Documentação
A documentação do SGSST pode ser ilustrada
pelo Triângulo da Documentação (vide Figura 10), ou
seja, é a forma triangular que usualmente representa a
documentação e os níveis hierárquicos de uma orga-
nização, os quais são (MELLO, 2008, p. 73):
• Estratégico: Política, objetivos e manual do
SGSST;
• Tático: Procedimentos sistêmicos (ou padrões
de processo);
• Operacional: Procedimentos operacionais,
instruções de trabalho, formulários e registros.
O Manual da SST é, comumente, o documento
que irá incluir: a descrição do escopo, a descrição
dos principais elementos, a inteiração e a referências
dos documentos associados ao SGSST. Enquanto
o registro é a comprobação que assegura o planeja-
mento, operação e o controle eficaz e eficiente dos
processos associados à gestão de risco da SST (OH-
SAS 18001, 2007, p. 22).
3. 60
Figura 10 - Estrutura documental de um SGSST. (Fonte: OHSAS 18001,
2007, p. 22).
A documentação do SGSST pode estar em pa-
pel ou em mídia eletrônica. É importante destacar
que a tecnologia moderna permite que toda a docu-
mentação do SGSST seja mantida em mídia eletrô-
nica (MARANHÃO, 2006, p. 59).
3.6.5. Controle de documentos
O controle de documentos é um dos pontos
críticos do SGSST. Historicamente o controle de
documentos é responsável pelo maior índice de não
conformidades nos processos auditoria. É importan-
te que a quantidade de documentos do SGSST seja
4. 61
devidamente dimensionada, evitando deste modo o
controle impraticável de documentos. É imprescin-
dível que documentos do SGSST sejam usados na
revisão correta, eliminando a possibilidade de práti-
cas incorretas (MARANHÃO, 2006, p. 61).
Objetivando eliminar as dificuldades em re-
lação ao controle de documentos do SST, a orga-
nização deve estabelecer, implementar e manter
procedimento para SST (OHSAS 18001, 2007, p.
223): aprovar documentação quanto a sua adequa-
ção antes de seu uso; analisar criticamente e atua-
lizar, quando necessário, e reaprovar documentos;
garantir que as eventuais alterações e a atual si-
tuação de revisão dos documentos seja revisada;
garantir que os documentos disponibilizados nos
pontos de consulta estejam atualizados; garantir a
identificação e legibilidade dos documentos; ga-
rantir o controle dos documentos de origem ex-
terna; garantir que os documentos obsoletos se-
jam utilizados indevidamente.
Os registros são um tipo especial de documen-
tos e devem ser devidamente controlados (OHSAS
18001, 2007, p. 223). A Figura 11 apresenta um
exemplo utilizado para o controle de distribuição de
cópias de documentos do SGSST.
5. 62
Figura 11 - Exemplo de planilha de controle de documentos. (Fonte: BENITE,
2006, p. 35).
3.7. Controle operacional
O controle operacional da SST3
deve estar ba-
seado na identificação de perigo e avaliação de ris-
cos, ou seja, devemos determinar o controle dos
processos necessários, objetivando a eliminação dos
perigos e/ou a redução dos riscos.
Na seleção dos controles operacionais são ne-
cessários que seja analisado vários fatores, entre eles:
o nível de risco existente, os custos, a praticidade do
controle, a possibilidade de se introduzir novos pe-
rigos; número de pessoas expostas ao perigo, índice
de utilização de equipamento de proteção individual
(EPI); exigências legais; exigências de clientes con-
tratantes; histórico de ocorrências de acidentes ou
quase acidentes. A Figura 12 apresenta um exem-
3
SST – Saúde e Segurança do Trabalho
6. 63
plo de aplicação de controle operacional (BENITE,
2004, p.69).
Figura 12 - Aplicação de controle operacional. (Fonte: BENITE, 2004, p.69).
Há três tipos de controle que devem ser levados
em consideração no processo de definição, os quais
são: fonte (perigo), meio e homem. É importante des-
tacar que quanto mais próximos da fonte estiverem os
controles, mais efetivos e eficientes serão os controles.
7. 64
Figura 13 - Eficiência dos controles operacionais. (Fonte: BENITE, 2004,
p.70).
Controle sobre as fontes
A eliminação dos perigos ou evitar que eles
existam é forma mais eficaz de não existir um aci-
dente, daí a necessidade do controle sobre as fontes.
Na impossibilidade da eliminação do perigo ou de
evitar que ele exista, é importante que se busque a
redução dos mesmos, de forma que se diminuía a
gravidade dos danos que possam acontecer ou da
probabilidade da sua ocorrência.
É importante enfatizar que na maior parte
dos casos de controle da fonte, haverá a necessi-
dade do emprego de novas tecnologias, alterações
significativas nos processos e, por conseguinte,
aumento nos investimentos; em contra partida
os resultados são positivos, gerando um impac-
to significativo na SST da organização. Exemplos
de tipos de controle sobre as fontes (BENITE,
2004, p.70):
8. 65
• Eliminação da necessidade de um equipamen-
to cortante em uma determinada atividade;
• Eliminação de atividades em que o trabalha-
dor esteja exposto à altura;
• Eliminação do uso de produtos inflamáveis,
explosivos e/ou tóxicos.
Controle sobre os meios
O controle sobre os meios está embasado na
prevenção da exposição do homem a um determi-
nado perigo, sem que o mesmo esteja extinto; é apli-
cação de barreiras devidamente mantidas e opera-
cionalizadas, de forma a impedir a ação do homem.
A grande dificuldade é que este tipo de con-
trole, em sua maioria, é dimensionado indevida-
mente, permitindo que sejam removidas ou torna-
das inoperantes, expondo o homem aos perigos.
Exemplos de tipos de controle sobre os meios
(BENITE, 2004, p.71):
• Colocação de cercas próximas às áreas de mo-
vimentação de veículos;
• Colocação de barreiras acústicas em fontes de
ruído;
• Guarda-corpos de escadas e de periferia de
lajes;
• Dispositivos de proteção de máquina e equi-
pamento.
9. 66
Controle sobre o homem
Este tipo de controle está embasado na cons-
cientização dos trabalhadores e diretamente vincula-
do a eficácia da implementação da “Consulta e Co-
municação” e do “Treinamento, Conscientização e
Competência”. Exemplos de tipos de controle sobre
o homem (BENITE: 2004):
• Utilização de EPI;
• Instruções de segurança documentada;
• Folhetos orientativos;
• Placas de segurança.
3.8. Metodologia de Controle e Gestão
de Riscos
A hierarquia de um processo de gerenciamento
de riscos perpassa pelas seguintes etapas e funções:
a) Identificar os perigos;
b) Avaliar os riscos;
c) Comparar se os riscos são tolerados;
d) Tratar os riscos.
A Figura 14 ilustra os processos de controle e
gestão de riscos.
10. 67
Figura 14 - Processo de Controle e Gestão de Riscos. Fonte: Cardella (2007).
Uma das formas de facilitar a análise e controle
de riscos na organização é criando uma metodologia
de análise baseada na escolha de técnicas de análise
de riscos e na separação didática de setores ou fun-
ções para o levantamento das informações. Desta
maneira, os membros de comitês ou de grupos de
trabalho podem capacitar e ser capacitados de uma
maneira padronizada em toda a organização, crian-
do-se padrões de análise e de modelos comparativos
de gravidade e probabilidade de riscos.
Figura 15 – Nível de atuação e pirâmide de riscos. Fonte: Brasiliano & As-
sociados. Disponível em: http://www.brasiliano.com.br/niveisatuacao.php.
Acessado em 30/07/2012.
11. 68
Exemplificando-se o ilustrado no parágrafo an-
terior, uma das metodologias de análise pode iniciar
dividindo-se a organização em algumas áreas e setores
de acordo com a natureza da tarefa ou a proximidade
das áreas. Ressalta-se que esta divisão é apenas para
facilitar a metodologia de análise, pois toda interven-
ção deve ser executada e pensada de maneira holística,
ou seja, completa e interligada, pois veremos que os
riscos mesmo que aparentemente de cunho unifocal
ou micro em geral possuem contribuintes macro ou
organizacionais, o que pode ser iniciado a partir de
outras áreas de onde ele foi mapeado inicialmente.
A divisão didática da organização para que se
faça uma análise inicial de riscos pode seguir os se-
guintes exemplos:
a) Atividades da organização:
a. Atividades inerentes a produção e à natureza
principal da empresa.
b) Atividades externas à organização:
a. Exemplo: acidentes durante um jogo de fute-
bol, acidentes com familiares de um empregado da
organização.
c) Transportes:
a. Por apresentar riscos especiais e específicos
relacionados à natureza da tarefa de transportes.
d) Atividades correlatas:
a. Exemplo: contratação de novos funcionários,
serviços executados por empresas terceirizadas.
12. 69
e) Produtos da organização:
a. Os produtos da organização possuem carac-
terísticas específicas de empresa para empresa, des-
ta forma, as atuações devem levar em consideração
às características do produto, como seu potencial
de risco, suas características intrínsecas, tamanho,
quantidade, forma de armazenamento e descarte,
volume, etc.
Daremos aqui alguns exemplos de divisão por
áreas físicas, mas cabe ressaltar que se trata apenas de
um exemplo, pois a divisão se for realizada deve le-
var em consideração o tipo de organização, número
de setores, tipos de riscos, similaridade entre setores
e riscos, etc. Desta maneira tem-se alguns exemplos:
• Por área funcional:
o Soldagem;
o Manutenção;
• Por sistema:
o Elétrico;
o Ar comprimido;
• Por fase do ciclo de vida de um produto ou
processo:
o Modelo de um produto;
o Lote de um produto; etc.
Discutindo-se mais sobre as fases do ciclo de
vida de um produto ou processo, podemos dizer
13. 70
que um ciclo de vida é o conjunto de estados pelos
quais um produto ou processo percorre desde o seu
nascimento/início até a sua desativação e finalmente
disposição no meio ambiente. Cada estado do ciclo
de vida é denominado de fase.
Segundo Cardella (2007), um sistema de con-
trole de riscos objetiva manter determinado risco
abaixo do valor tolerado. Este mesmo autor chama
de “filtro de riscos” todo e qualquer sistema que tem
por finalidade controlar um risco.
Podemos definir da seguinte maneira os ci-
clos de vida dos 03 tipos de objetos mais comuns
numa organização: instalações e equipamentos,
produtos e pessoas:
• Instalações e equipamentos:
o Implantação:
›Projeto conceitual, projeto básico de de-
talhamento, aquisição, construção e montagem,
condicionamento.
o Operação;
o Desativação.
• Produtos:
o Implantação:
› Desenvolvimento, produção, armazena-
gem, transporte, distribuição.
› Operação (uso)
›Desativação (disposição de resíduos).
14. 71
• Pessoas:
o Implantação:
› Seleção, transformação, treinamento;
o Operação:
› Trabalho normal;
o Desativação:
› Pré-desligamento e desligamento.
3.9. Programas de Controle e Gestão de
Riscos
Em geral, leva-se um tempo até que uma inter-
venção de controle de riscos surta efeitos positivos.
Isto porque uma das ações requeridas em pratica-
mente todo o plano de ação também deve contem-
plar as crenças e valores de cada indivíduo e, conse-
quentemente, da organização como um todo. Como
sabemos, mudar o comportamento humano é uma
tarefa que requer persistência e tempo.
Desta maneira, uma das formas mais efica-
zes para se solidificar uma cultura de segurança
é através de programas próprios e específicos de
SSO4
. Desta forma, podem-se levar meses e até
mesmo anos até que uma cultura de segurança
(de acordo com os objetivos da política organiza-
cional) alcance os resultados esperados pela co-
4
SSO – Saúde e Segurança Ocupacional
15. 72
munidade organizacional e seja aprovada e man-
tida pela alta direção.
3.10 Monitoramento de riscos
Para que haja um controle de riscos é ne-
cessário que a organização institua sistemas de
monitoramento dos mesmos. Veremos que o mo-
nitoramento contribui para a manutenção da se-
gurança em níveis aceitáveis e que contemplem
as metas e os objetivos estabelecidos nas etapas
de planejamento de controle de riscos. Algumas
destas metas e objetivos constam na Tabela 2.
O emprego de objetivos não mensuráveis
somente é aceito caso a organização não encon-
tre formas adequadas para realizar o seu acompa-
nhamento de forma quantitativa, ou seja, sempre
que possível os objetivos devem ser mensuráveis
(BENITE, 2004, p. 55).
Tabela 2 - Exemplos de objetivos se SST desdobrados em metas e objetivos
(Fonte:BENITE,2004,p.55)
16. 73
O monitoramento pode ser definido como “a
verificação periódica dos atributos de um objeto”
(CARDELA, 2007). Este objeto pode ser exempli-
ficado em nosso caso em máquinas, equipamentos,
instalações, setores, homens, processos, materiais
etc. Enfim, o monitoramento de segurança engloba
qualquer objeto que pode afetar o nível de saúde e
segurança numa organização.
Esta monitoração em geral requer a utilização
de ferramentas ou instrumentos para elucidação
diagnóstica. Em geral, usam-se softwares, instru-
mentos de medida, planilhas eletrônicas, indicadores
etc. para agilizar, dar rapidez aos monitoramentos e
padronizar metodologias de pesquisas.
Monitoramento de segurança é a verificação
periódica de atributos de um ou mais objetos que
afetam a saúde e segurança ocupacional.
É importante ressaltar que o monitoramento
é uma das principais etapas de um programa de
controle e análise de riscos. Isso se torna claro no
sentido que o monitoramento está intimamente
relacionado com a quantificação de riscos e seus
desvios estatísticos. O monitoramento de riscos
também contribui para se conhecer a realidade de
segurança organizacional.
A partir daí pode-se manter, adaptar, comple-
mentar, e/ou criar novas estratégias para que os re-
sultados encontrados sejam compatíveis ao que se
17. 74
espera ou ao que foi definido na fase de planejamen-
to de um programa de segurança na organização.
Monitoração proativa e reativa
Um sistema de monitoração precisa ser medido
para que se acompanhe seu desempenho. Para tal, a
análise do nível de desempenho de monitoração de
riscos em uma organização deve incorporar tanto a
monitoração proativa quanto à reativa.
As monitorações proativa e reativa são empre-
gadas para verificar o atendimento dos objetivos de
Saúde e Segurança Ocupacional da organização ou
para investigar, analisar e registrar as falhas do siste-
ma de gerenciamento de Saúde e Segurança Ocupa-
cional, incluindo os acidentes e incidentes.
Sugere-se que sejam utilizados os dados de am-
bos os tipos de monitoração como indicadores de
resultado. Estes são utilizados para determinar se os
objetivos estão sendo atingidos.
Desta forma, fica claro que as monitorações
proativa e reativa desempenham papéis complemen-
tares na avaliação e controle de riscos, pois dados
proativos são utilizados para monitorar o cumpri-
mento dos controles de risco. Estes devem também
ser utilizados em avaliações de risco subsequentes.
Já a monitoração proativa de controles de risco
faz parte em geral, do plano de controle organiza-
cional. Por exemplo, se o controle da soldagem no
18. 75
campo envolve uma autorização para trabalho, com
a monitoração proativa verifica-se se os termos desta
autorização estão sendo cumpridos e se a documen-
tação está preenchida corretamente.
As evidências provenientes da monitoração
proativa e da experiência operacional devem ser re-
troalimentadas e utilizadas para revisar e, se necessá-
rio, aperfeiçoar a implementação de controles.
Os dados da monitoração reativa, como relató-
rios de investigações de acidentes, contribuem para
os avaliadores de risco no sentido de fazer estimati-
vas subjetivas da probabilidade e consequências de
eventos perigosos e de selecionar controles de risco
apropriados.
Em seguida a uma avaliação de risco inicial, os
dados reativos podem ser usados em base contínua
para monitorar a eficácia dos controles.
Há vários exemplos de indicadores de medidas
de desempenho que uma organização pode adotar
para monitorar o desempenho de Saúde e Seguran-
ça Ocupacional. Cabe a cada organização definir ou
desenvolver seus indicadores de acordo com as suas
realidades e circunstâncias específicas.
As necessidades de informações variam em ní-
veis diferentes e em partes diversas de uma organi-
zação. Por exemplo, o pessoal de maior graduação
precisa de indicadores de resultado para confirmar
se o sistema de Saúde e Segurança Ocupacional está
19. 76
funcionando eficazmente (BS 8800, 1996). Já a nível
operacional, outros indicadores de desempenho po-
dem ser necessários para monitorar a implementa-
ção e eficácia de controles de risco.
A seleção de indicadores de resultado apropria-
dos depende dos objetivos escolhidos e das particu-
laridades da organização.
O que se segue são exemplos de indicadores de
resultado proativos e reativos relevantes para uma
gama de objetivos. As listas incluem exemplos de da-
dos de monitoração tanto qualitativos quanto quan-
titativos (BS 8800, 1996).
Dados de monitoração proativos
a) a extensão na qual os planos e objetivos fo-
ram estabelecidos e atingidos;
b) as percepções do pessoal quanto ao compro-
misso da gerência em relação à S&SO5
;
c) se um diretor para S&SO foi designado;
d) se um especialista em S&SO foi designado;
e) a extensão da influência dos especialistas de
S&SO;
f) se uma política de segurança foi publicada;
g) se uma política de segurança foi adequada-
mente comunicada;
h) os números de pessoas treinadas em S&SO;
5
S&SO – Saúde e Segurança Ocupacional
20. 77
i) a eficácia do treinamento em S&SO;
j) o número de avaliações de risco completadas
em proporção àquelas requeridas;
k) a extensão do atendimento aos controles de
risco;
l) a extensão do atendimento aos requisitos legais;
m) a quantidade e eficácia dos rodízios de ge-
rentes de alto nível nas posições de SSO;
n) a quantidade de sugestões do pessoal para
aperfeiçoamentos de SSO;
o) as atitudes do pessoal em relação a riscos e
controles de risco;
p) a compreensão do pessoal quanto aos riscos
e aos controles de risco;
q) a frequência das auditorias de SSO;
r) o tempo para implementar as recomendações
das auditorias de SSO;
s) a frequência e eficácia das reuniões dos co-
mitês de SSO;
t) a frequência e eficácia das reuniões de SSO
com o pessoal;
u) os relatórios dos especialistas em SSO;
v) o tempo para implementar ações relativas a
queixas ou sugestões;
w) os relatórios de vigilância de saúde;
x) relatórios de amostra sobre exposição pessoal;
y) os níveis de exposição do local de trabalho
(por exemplo, ruído, poeira, vapores);
21. 78
z) a utilização de equipamentos de proteção in-
dividual.
Dados de monitoração reativa
a) atos inseguros6
;
b) condições inseguras;
c) quase acidentes;
d) acidentes que só causam danos materiais;
e) ocorrências perigosas informadas;
f) acidentes causadores de perda de tempo -
quando pelo menos um turno de trabalho (ou outro
período de tempo) é perdido por uma pessoa como
resultado de um ferimento em acidente;
g) acidentes informados envolvendo a ausência
do trabalho por mais de três dias;
h) ferimentos informados de grande porte;
i) ausências por doença - ausências do empre-
gado em virtude de doença (relacionada ou não com
a ocupação);
j) queixas feitas; por exemplo, por membros do
público;
k) críticas feitas pelo pessoal de órgãos gover-
namentais;
l) ações de órgãos governamentais.
6
O temo “ato inseguro” foi extinto pela alteração na NR-01 em 04.03.2009
através da Portaria n° 84, alterou-se o item 1.7 da NR-01.
22. 79
Como explicamos anteriormente, o uso de in-
dicadores na padronização de metodologias de pes-
quisas de monitoramento é importante para o en-
tendimento e capacitação das equipes de trabalho,
bem como para facilitar a criação e/ou adaptação de
estratégias de controle de riscos.
Segundo Cardela (2007), podemos definir indica-
dor como um símbolo que é criado ou utilizado para
representar uma realidade. Interessante ressaltar que os
monitoramentos produzem indicadores. Apesar disso,
a organização poderá predefinir alguns indicadores que
serão utilizados na padronização quantitativa e qualita-
tiva dos programas de segurança organizacional.
Exemplo de Fatores de riscos:
• Estado físico das instalações industriais;
• Nível de agressividade dos agentes e/ou ma-
teriais utilizados;
• Cultura organizacional e políticas de segurança;
• Comportamento dos trabalhadores.
Os fatores de riscos, portanto, estão relaciona-
dos a três categorias ou classes:
• Ambiental (física);
• Organizacional;
• Comportamental (cognitiva).
Dentre as propriedades a serem consideradas
para seleção de indicadores de monitoramento
podemos citar:
23. 80
• Fidelidade – qualidade de um objeto de man-
ter-se sem desvios, ou seja, de não sofrer distorções.
Outra propriedade a ser considerada para a se-
leção de indicadores é a sensibilidade, a qual pode
ser definida por:
• Sensibilidade – qualidade de um objeto capaz
de identificar variações, mesmo que pequenas, da re-
alidade. Quanto maior for a sensibilidade, maior será
a capacidade de detectar as variações.
Outra propriedade a ser considerada para a se-
leção de indicadores está relacionada ao tempo de
resposta:
• Tempo de resposta – é a duração de tempo
necessária para identificarem-se variações do estado
da realidade.
SAIBA MAIS:
Indicador é um símbolo criado para representar uma realidade.
O monitoramento produz indicadores. Podem ser atributos do
objeto monitorado ou derivados por fórmulas, algoritmos ou
correlações. O atributo de maior interesse nos estudos de segu-
rança é o risco e este não pode ser conhecido de forma direta,
mas indireta, por meio de atributos e fenômenos da realidade que
possam ser observados. Alguns exemplos de indicadores de peri-
go incluem: agressividade, mobilidade, expansividade, exposição
e frequência. Os indicadores de segurança podem ser exemplifi-
cados como: atuação da liderança em saúde ocupacional, cultura
organizacional, sistemas de gestão, sistema de controlo de riscos
etc. Os indicadores de risco podem ser exemplificados como:
ocorrências anormais, acidentes, danos e perdas.
Texto baseado no livro: “Segurança no Trabalho e Prevenção
de Acidentes”, p. 76.
24. 81
Se um ou mais indicadores forem fiéis e sensí-
veis, porém possuem um tempo de resposta muito
baixo, talvez seja necessário que a organização opte
por escolher indicadores mais eficientes na elucida-
ção das informações buscadas pela organização. Ou
seja, para se definir os indicadores é importante que
a organização analise as propriedades dos mesmos
(fidelidade, sensibilidade e tempo de resposta) para
que contemple as necessidades organizacionais de
monitoração e controle de riscos.
Neste capítulo, estudamos que o controle de
riscos tem como objetivo manter os riscos dentro de
certos limites de tolerância. Vimos que em todas as
atividades existem riscos.
Definimos um sistema de gestão e controle de
riscos como um conjunto de instrumentos utilizados
por uma organização para planejar, operar e contro-
lar suas atividades com o objetivo de controlar seus
riscos (CARDELLA, 2007).
Estudamos, ainda, que o gerenciamento e con-
trole de riscos podem ser realizados em todas as or-
ganizações, sendo elas grandes, médias ou pequenas.
Estudamos sobre a importância de uma políti-
ca organizacional. Vimos que ela tem o objetivo de
estabelecer as principais regras de comportamento
de uma organização.
Descrevemos que um sistema organizacional
deve permitir e controlar os riscos de uma manei-
25. 82
ra macro e que o trabalhador deve, ao receber este
apoio, controlar os riscos de sua interação, ou seja,
um controle micro dos riscos.
Estudamos que a hierarquia de um processo de ge-
renciamento de riscos compreende as seguintes etapas:
• Identificar os perigos;
• Avaliar os riscos;
• Comparar se os riscos são tolerados;
• Tratar os riscos.
Por fim, identificamos a importância de um
monitoramento de segurança, o qual é definido
como a verificação periódica de atributos de um
ou mais objetos que afetam a saúde e segurança
ocupacional, e que dentre as propriedades a serem
consideradas para seleção de indicadores de mo-
nitoramento citam-se: a fidelidade, a sensibilidade
e o tempo de resposta.
26. 83
Exercícios
1. O que efetivamente é um sistema?
2. O que é o ciclo PDCA?
3. O que é 5S? Quais são suas fases?
4.Quais as diferenças entre educação, treina-
mento e experiência?
5. A comunicação é uma tarefa complexa e de
difícil operacionalização para muitas organizações. O
que a organização deve fazer para reduzir ou eliminar
as dificuldades de comunicação? Cite exemplos.
27.
28. 85
Unidade IV
4.Análise E Controle De Riscos
Neste capítulo, estudaremos sobre algumas me-
todologias de análise de riscos, modelos de mecanis-
mos de danos, identificação de perigos e finalizare-
mos estudando sobre formas de avaliação de riscos.
Para que haja um gerenciamento é necessário se
conhecer o objeto de estudo. No caso dos riscos há,
portanto, a necessidade de conhecê-los. A partir de
uma análise de riscos busca-se conhecê-los para, por
fim, gerenciá-los.
Podemos definir análise num estudo sistemáti-
co e detalhado de um objeto para identificar seus
perigos potenciais e avaliar seus riscos associados.
Alguns exemplos de objetos de análise de riscos são
exemplificados por (CARDELA, 2007):
• Organização;
• Área;
• Sistemas e subsistemas;
• Processos, funções, operações;
• Atividades, etapas;
•Intervenção.
Existem vários métodos de análises de riscos.
Grande parte deles divide o objeto e identificam
seus perigos associados. Devido a esta divisão, cada
elemento ou parte do risco pode ser sistematicamen-
29. 86
te analisado. A padronização de análise em cada par-
te ou elemento do risco é importante para futuras
comparações com outros riscos ou reanálise após
intervenções no risco primário.
Os mecanismos de produção de danos decor-
rem de relações entre o agente agressivo e o alvo, ou
de falhas nos sistemas que compõem a organização.
Na primeira relação (agente agressivo x alvo),
três fatores são concorrentes na produção dos pos-
síveis danos: o agente agressor, o alvo e a exposição.
Segundo Cardela (2007) pode-se utilizar a se-
guinte fórmula para compreensão desta relação:
D = Aa . E . Av
Onde:
D = dano decorrente da ação do agente agres-
sivo sobre o alvo;
Aa = agente agressivo;
E = exposição;
Av = alvo.
Analisando a equação, verifica-se que o dano
será produzido pelo agente agressivo, caso exista
um alvo e este alvo for exposto. Interessante ressal-
tar que danos não ocorrerão caso não haja o agente
agressivo, ou caso não haja exposição, ou mesmo um
alvo. Ou seja, se um dos fatores for nulo, o dano
também será.
30. 87
Desta maneira, fica claro que para o controle
do dano as intervenções podem ser focadas sobre
um ou mais fatores, anulando-se ou reduzindo-se
dentro de limites estabelecidos possíveis não con-
formidades relacionadas ao perigo.
Segundo Cardela (2007), como cenário, poderí-
amos exemplificar a seguinte situação: uma máquina
ruidosa. Para que ocorra algum dano é necessário
que: (a) a máquina esteja em atividade; (b) haja pes-
soas no campo de ação de ação agressiva do ruído;
(c) essas pessoas sejam expostas sem proteção.
Em relação aos possíveis danos causados por
falhas em sistemas da organização, podemos dizer
que toda organização possui sistemas, sejam eles
formais ou informais.
Estes sistemas podem ser organizacionais (cul-
tura organizacional, sistemas de gestão, liderança) ou
operacionais (ex.: sistemas de usinagem, de armaze-
namento, de transporte, etc.).
Segundo Cardela (2007), as falhas que ocorrem
em sistemas organizacionais são chamadas de causas
básicas, enquanto as falhas em sistemas operacionais
são chamadas de causas imediatas de danos.
4.1. Identificação de Perigos
Falamos em análise de riscos do termo “peri-
go”. Mas, qual a definição deste termo? Bem, o pe-
31. 88
rigo pode ser definido como aquilo que possui pro-
priedades para causar danos.
Algumas definições de perigo são:
“Perigo é uma condição ou um conjunto de
circunstâncias que têm o potencial de causar ou
contribuir para uma lesão ou morte” (Sanders e
McCormick, 1993, p. 675).
Propriedade ou capacidade intrínseca de mate-
riais, equipamentos, métodos e práticas de trabalho
que possuem potencial para causar danos.
Para se identificar perigos é necessário que a
organização e seus agentes identifiquem primeira-
mente situações de perigo, as quais são exemplifi-
cadas a seguir:
• Substâncias perigosas;
• Agentes perigosos;
• Produtos perigosos;
• Situações perigosas;
• Eventos perigosos;
• Operações perigosas;
• Etc.
Importante ressaltar que a definição dos tipos
de perigos está relacionada com a metodologia de
pesquisa adotada pela organização. Na análise, en-
tretanto, deve-se identificar prioritariamente as con-
sequências possíveis de danos e a probabilidade de
ocorrência destes eventos.
32. 89
Existem algumas técnicas bem difundidas na
comunidade acadêmica e profissional de análise ris-
cos e identificação de perigos.
4.2.Avaliação de riscos
Os riscos estão associados aos perigos. As di-
ferenciações podem ser elucidadas a partir da com-
paração entre algumas de suas definições (perigo e
risco), transcritas a seguir:
“Risco é a probabilidade ou chance de lesão ou
morte” (Sanders e McCormick, 1993, p. 675).
“Perigo é uma condição ou um conjunto de cir-
cunstâncias que têm o potencial de causar ou contri-
buir para uma lesão ou morte” (Sanders e McCormi-
ck, 1993, p. 675).
Risco “(...) é uma função da natureza do perigo,
acessibilidade ou acesso de contato (potencial de expo-
sição), características da população exposta (receptores),
a probabilidade de ocorrência e a magnitude da exposi-
ção e das consequências (...)” (Kolluru, 1996, p. 1.10).
“Um perigo é um agente químico, biológico ou
físico (incluindo-se a radiação eletromagnética) ou um
conjunto de condições que apresentam uma fonte de
risco, mas não o risco em si” (Kolluru, 1996, p. 1.13).
“ (…) risco é um resultado medido do efeito
potencial do perigo” (Shinar, Gurion e Flascher,
1991, p. 1095).
33. 90
Perigo é a situação que contém “uma fonte de
energia ou de fatores fisiológicos e de comporta-
mento/conduta que, quando não controlados, con-
duzem a eventos/ocorrências prejudiciais/nocivas”
(Shinar, Gurion e Flascher, 1991, p. 1095, apud. Gri-
maldi e Simonds, 1984, p. 236).
Perigo: Fonte ou situação com potencial para
provocar danos em termos de lesão, doença, dano à
propriedade, meio ambiente, local de trabalho ou a
combinação destes.
Risco: Combinação da probabilidade de ocor-
rência e da consequência de um determinado evento
perigoso.
Podem-se incluir outras definições relacionadas
ao tema. Algumas destas importantes definições são
transcritas a seguir:
Risco Tolerável: risco que foi reduzido a um
nível que pode ser suportado pela organização, le-
vando em conta suas obrigações legais e sua própria
política de SST7
.
Acidente: evento não planejado que resulta em
morte, doença, lesão, dano ou outra perda.
Avaliação de risco é um processo para estimar/
calcular o(s) risco(s) proveniente(s) de perigo(s), levan-
do em consideração a adequação de qualquer controle
existente, e decidindo se o risco é ou não aceitável.
7
SST – Saúde e Segurança do Trabalho
34. 91
Os riscos estão associados a eventos peri-
gosos. Os riscos possuem características de fre-
quência bem como de gravidade. Desta forma, é
primordial que durante a avaliação de riscos seja
avaliada a frequência de ocorrência dos mesmos,
bem como as possíveis consequências dos danos
que podem ser causados.
Esta análise, em geral, deve ser quantitativa,
na medida em que informações quantitativas po-
dem ser mais facilmente comparadas posterior-
mente após medidas de controle. Informações
qualitativas também são importantes, principal-
mente quando intervenções buscam reduzir fato-
res agressores, como as propriedades e caracte-
rísticas de agentes. Para uma completa análise e
monitoramento, os dados quantitativos e qualitati-
vos devem ser trabalhados em conjunto. A Tabela
3 ilustra um exemplo simples de categorização de
frequências de riscos.
Categoria Qualitativa Caracterização
0
Extremamente
baixa
Possível teoricamente,
mas altamente impro-
vável. Não se espera
que venha a ocorrer em
qualquer situação
1 Muito baixa
Não se espera que venha
a ocorrer. Pode ocorrer
em situações muito espe-
ciais. Ações de redução
tornariam inviável a
atividade.
35. 92
2 Baixa
Espera-se que possa
ocorrer raramente no
exercício da atividade ou
na vida útil da instalação.
3 Média
Espera-se que venha
a ocorrer com relativa
facilidade no exercício da
atividade ou na vida útil
da instalação.
4 Alta
Espera-se que venha com
muita facilidade no exer-
cício normal da atividade.
Tabela 3 – Categorias de frequência. Fonte: Cardela (2007, p. 112)
O evento danoso está associado a uma conse-
quência. A gravidade das consequências depende da
capacidade agressiva do agente, vulnerabilidade, sus-
ceptibilidade e capacidade de assimilação do alvo e
tempo de exposição (CARDELA, 2007).
Em relação à avaliação das consequências das
ações de agentes agressivos, em geral, deve-se prelimi-
narmente escolher o tipo de metodologia a ser empre-
gada e a categoria do evento perigoso a ser analisado.
A Tabela 4 apresenta uma classificação qualita-
tiva das consequências de possíveis eventos danosos.
Categoria Qualitativa Caracterização Eventos típicos
0 Desprezível
Incômodos
passageiros.
Cotoveladas, bati-
das leves.
1 Muito leve
Lesões de
recuperação
muito rápida,
queimaduras
de vermelhidão
passageira
Torções muito
leves, contato
com substâncias
quentes.
36. 93
2 Leve
Lesões que
provocam
sofrimentos
passageiros e
não levam à
incapacidade
para o trabalho
ou atividades
normais do
quotidiano;
queimaduras de
1º grau.
Torções muito
leves, cortes pro-
vocados por folha
de papel, picadas
de abelha, contato
com corpos ou
materiais quentes.
3
Média
baixa
Lesões que
não resultam
em danos
permanentes,
mas provocam
sofrimentos e
incapacidade
temporária por
período menor
que uma sema-
na. Fraturas,
queimaduras,
cortes.
Torções leves,
contato com subs-
tâncias quentes,
ação de corpos
cortantes ou per-
furantes.
4 Média
Lesões que
não resultam
em danos
permanentes,
mas provocam
sofrimentos
consideráveis
e incapacidade
temporária por
período maior
que uma sema-
na. Fraturas,
queimaduras,
cortes.
Quedas, contato
com corpos ou
materiais com
temperatura
elevada, ação de
corpos cortantes
ou perfurantes.
37. 94
5 Média alta
Lesões que re-
sultam em per-
da permanente
de funções, mas
não afetam de
forma acentu-
ada as essen-
ciais a uma
vida normal.
Surdez parcial,
queimaduras e
cicatrizes.
Exposição a
ruídos de elevado
nível de pressão
sonora, corpos e
materiais a tem-
peraturas muito
elevadas, ação de
corpos cortantes
ou perfurantes.
6 Grave
Lesões que
incapacitam
para o traba-
lho ou outras
atividades.
Cegueira, perda
de membros.
Projeções de líqui-
dos muito quentes
ou muito corro-
sivos sobre os
olhos; ação de má-
quinas prensantes
ou cortantes.
7
Muito
grave
Uma morte.
Descarga elétri-
ca em voltagem
elevada ou mesmo
baixa se a pessoa
estiver molhada;
inalação de gases
tóxicos em con-
centração elevada;
quedas.
8
Extre-
mamente
grave
Algumas mor-
tes.
Explosões, vaza-
mentos de gases
tóxicos, desaba-
mentos.
9 Catastrófica
Grande número
de mortes.
Explosões de
grandes quantida-
des de material,
bolas de fogo de
grandes dimen-
sões, radiações
por fontes de
elevada atividade.
Tabela 4 - Categorias de consequências. Fonte: Cardela (2007, p. 115).
38. 95
Entre as diversas metodologias existentes, na
identificação de perigos e avaliação de riscos, es-
taremos apresentando uma das mais usuais, a sa-
ber: Análise Preliminar de Riscos (APR). A APR
idealizada pelo Departamento de Defesa dos
Estados Unidos é uma técnica que consiste na
formação de grupos de trabalho, multifuncionais
(não apenas da equipe de SST), que utiliza um
formulário específico, objetivando a análise de
cada uma das origens levantadas, a fim de iden-
tificar os perigos existentes, em quais situações
estes perigos ocorrem, quais danos podem gerar
e realizar uma avaliação de riscos.
A APR é concluída por meio de raciocínio
coerente, ou seja, através de um processo base-
ado na realização de hipóteses através de dados
observáveis, permitindo indicar a ocorrência de
uma determina origem, mas jamais por intuição,
ou melhor, por hipóteses infundadas, as quais in-
dependem de raciocínio ou de análise (BENITE,
2006, p. 50). A Figura 16 e Figura 17 apresentam
exemplos de escalas para a avaliação de riscos
(BENITE, 2006, p. 51).
40. 97
Figura 17 - Exemplo de escalas para avaliação de riscos (Fonte: BENITE,
2006, p. 51).
41. 98
Implementação e manutenção
Para um domínio operacional eficaz e efi-
ciente das operações e atividades associadas ao(s)
perigo(s) identificado(s), no qual a implemen-
tação de controles for imprescindível para ge-
renciar o(s) risco(s) da SST, a organização deve
implementar e manter: todos os controles opera-
cionais aplicados à organização, bem como a inte-
gração de tais controles com o SGSST; controles
relacionados a produtos, serviços e equipamentos
adquiridos; controles relacionados a terceirizados
e outros visitantes no local de trabalho; proce-
dimentos documentados; critérios operacionais
(OHSAS 18001, 2007, p. 24).
4.2.1.Preparação e resposta a emergências
Segundo a OHSAS 18001 (2007, p. 24) “a or-
ganização deve estabelecer, implementar e manter
procedimento(s) para: identificar o potencial para si-
tuações de emergências; responder a tais situações de
emergência”. A OHSAS 18001 também determina
que a organização deve: responder às situações reais
e emergência, e prevenir ou mitigar as consequências
para a SST; ao planejar sua resposta de emergência,
considerar as necessidades das partes interessadas
pertinentes, como serviços de emergência e a vizi-
nhança; testar periodicamente seus procedimentos
42. 99
para responder as situações de emergência, quando
realizável, envolvendo as partes interessadas pertinen-
tes, conforme apropriado; sistematicamente analisar
criticamente e, onde necessário, revisar seus procedi-
mentos de preparação e resposta a emergências.
As emergências variam em escala e, exemplifi-
cando, podem incluir (OHSAS 18002, 2008, p. 72):
incidentes que ocasionam lesões ou doenças graves;
incêndios e explosões; liberação de materiais/gases
perigosos; desastres naturais; acidentes de transito;
entre outros.
Os procedimentos de emergência devem consi-
derar os seguintes elementos a cada hipótese identi-
ficada (BENITE, 2006, p. 35):
• Objetivo: qual o objetivo básico do plano,
considerando a hipótese de emergência;
• Preparação: definição de recursos necessários
que devem estar disponíveis para uma eventual situ-
ação de emergência;
• Atendimento: como a organização deve se
mobilizar para atuar em uma situação de emergên-
cia, ou seja, como é feita a detecção, comunicação,
avaliação e mobilização dos recursos disponibiliza-
dos para controlar a emergência.
43. 100
Figura 18 - Exemplos de definição de hipóteses de emergências
4.3.Verificação
4.3.1. Monitoramento e medição
do desempenho
Desempenho é uma avaliação da conjuntura
fundamentada na implementação de ações objeti-
vando alcançar níveis de SST considerados satisfató-
rios pela organização. É através do monitoramento
e medição do desempenho que avaliamos o SGSST
através dos indicadores reativos e proativos ou
pela avaliação da eficácia das ações propostas no(s)
programa(s), ou seja, é através do monitoramento e
medição do desempenho que verificamos se os ob-
jetivos e metas da SST foram alcançados. A medição
do desempenho é uma ferramenta essencial de se
obter subsídios sobre a eficácia do SGSST, uma vez
que em gestão só conseguimos gerenciar aquilo que
é medido (MORAES, 2006, p. 265).
Indicadores proativos e indicadores reativos
são definidos como (BENITE, 2004, p. 80):
44. 101
• Indicadores Proativos: são aqueles capazes de
detectar ou medir resultados ou impactos negativos
em fases suficientemente precoces, a fim de gerar
informações que levem a ações, que permitam ou
que possibilitem interromper o curso evolutivo, re-
verter o processo e evitar o fato ou sua ocorrência
(Hopkins, 1994);
• Indicadores Reativos: são aqueles capazes de
detectar ou medir resultados ou impactos após a
ocorrência cuja análise, ainda que post factium, auxi-
liem com informações para realimentar o processo
de melhoria contínua (Hopkins, 1994).
A OHSAS 18002 cita alguns exemplos de me-
didas proativas e medidas reativas. São exemplos
de medidas proativas: avaliações do atendimento a
requisitos legais e outros; avaliação da eficácia dos
treinamentos de SST; utilização de exames médi-
cos; avaliações das atividades, entre outras (OHSAS
18002, 2008, p. 79). São exemplos de medidas reati-
vas: monitoramento de doenças, ocorrências e taxas
de incidentes e doenças, taxas de incidentes com per-
da de tempo, taxas de doenças com perda de tempo;
ações requeridas após avaliações por órgãos de fis-
calização; e ações após recebimento de comentários
de partes interessadas (OHSAS 18002, 2008, p. 80).
Para Hopkins, os indicadores reativos são ques-
tionáveis, pois o fato de não ocorrer uma não con-
formidade (acidente) não indica que o ambiente de
45. 102
trabalho esteja seguro, em contrapartida os indica-
dores proativos proporcionam condições para ante-
cipar as não conformidades reais ou potenciais (BE-
NITE, 2004, p. 81).
A OHSAS 18001 faz as seguintes exigências
para atender ao requisito monitoramento e medição
do desempenho:
• A organização deve estabelecer, implementar
e manter procedimento para monitorar e medir sis-
tematicamente o desempenho da SST; e
• Caso seja requerido equipamento(s) para mo-
nitorar e medir sistematicamente o desempenho da
SST, a organização deve estabelecer, implementar e
manter procedimento para a calibração e manuten-
ção de tal(is) equipamento(s).
4.3.2. Avaliação do atendimento a requisitos
legais e outros
Segundo a OSHAS 18001 (2007, p. 25):
a organização deve estabelecer, implementar e
manter procedimento para avaliar periodicamente
o atendimento a requisitos legais aplicáveis. Igual-
mente, a organização deve: avaliar o atendimento a
outros requisitos necessários e determinados para a
SST; e reter todos os registros das avaliações perió-
dicas (OHSAS 18001, 2007, p. 25).
46. 103
4.3.3. Investigação de incidente, não conformi-
dade, ação corretiva e ação preventiva
Investigação de incidente
A investigação de acidente tem como objetivo
prevenir a repetição de incidentes e identificar opor-
tunidades de melhoria e também pode proporcionar
o aumento da conscientização global sobre a SST
na organização. Para tanto, todos os incidentes de-
vem ser investigados, sempre no momento apro-
priado, sendo recomendado que a organização defi-
na procedimento(s) para relatar, investigar e analisar
incidentes, e que tal(is) procedimento(s) enfoque a
eliminação da causa(s)-raiz subjacente(s) do inciden-
te (OHSAS 18002, 2008, p. 83).
A OHSAS 18001 determina que a organização
estabeleça, implemente e mantenha procedimento
para registrar, investigar e analisar criticamente inci-
dentes, com os seguintes desígnios (OHSAS 18001,
2007, p. 26):
• Determinar deficiências de SST que não se
manifesta claramente e outros fatores que possam
estar causando ou contribuindo para a ocorrência de
incidentes;
• Identificar a necessidade de ações corretivas;
• Identificar oportunidades para ações preventivas;
• Identificar oportunidades para a melhoria
contínua; e
47. 104
•Comunicar os resultados de tais investigações.
4.4. Não conformidade, ação corretiva e ação
preventiva
Como introdução ao assunto, estaremos apre-
sentando as seguintes definições para não confor-
midade, correção, ação corretiva e ação preventiva
(BENITE, 2006, p. 87).
• Não conformidade: não atendimento de um
requisito, ou seja, é qualquer desvio em relação às
normas de trabalho, práticas, procedimentos, regula-
mentos, desempenho do SGSST, que podem, direta
ou indiretamente, levar a lesões ou doenças, danos à
propriedade, prejuízo ao ambiente de trabalho ou à
combinação desses;
• Correção: ação tomada para eliminar uma não
conformidade identificada;
• Ação corretiva: ação tomada para eliminar a
causa de uma não conformidade identificada ou ou-
tra situação indesejável;
• Ação preventiva: ação tomada para eliminar a
causa de uma potencial não conformidade ou outra
situação potencialmente indesejável.
Para atendimento a este requisito, a organiza-
ção deve estabelecer, implementar e manter pro-
cedimento para tratar as não conformidades reais
48. 105
e potencias e executar ações corretivas e preventi-
vas pertinentes.
O referido procedimento deve definir: identifi-
cação e correção de não conformidades e executar
ações para mitigar as consequências para a SST; in-
vestigação de não conformidades, determinação de
suas causas e execução de ações para evitar a repeti-
ção da não conformidade; avaliação da necessidade
de ações para prevenir não conformidades e a imple-
mentação das ações apropriadas; registro e comuni-
cação dos resultados alcançados; e analise critica das
ações executadas.
A Figura 19 apresenta uma sequência e a inter-re-
lação entre os termos definidos (BENITE, 2006, p. 88).
Figura 19 - Inter-relação entre termos. (Fonte: BENITE, 2006, p. 88).
Como investigação de causas das não confor-
midades, podemos utilizar diversos métodos, entre
49. 106
as quais destacamos o Método de Análise e Solu-
ção de Problemas (MASP) e conhecidas ferramentas
como (BENITE, 2006, p. 88):
• Análise de Árvores de Falhas (AAF): a AAF
é uma forma lógica e dedutiva de se avaliar eventos,
permitindo visualizar como uma sequência de even-
tos pode conduzir a um determinado evento inde-
sejável. A construção da Árvore de Falhas inicia-se
pelo “evento topo” indesejável (Figura 20); a partir
deste ponto, definimos os eventos intermediários
que se inter-relacionam para gerar o “evento topo”
utilizando-se representações gráficas (Tabela 5).
Figura 20 - Exemplo simplificado de Árvore de Falhas. (BENITE, 2006, p. 88).
50. 107
Tabela 5 - Representação utilizada na Árvore de Falhas (BENITE, 2006, p. 88).
• Diagrama de Causa-Efeito: também conheci-
da com Espinha de Peixe ou Diagrama de Ishikawa
é uma ferramenta que explora as causas reais ou po-
tenciais (entradas) que resultam em um evento inde-
sejável. A Figura 21 apresenta um exemplo de Dia-
grama de Causa-Efeito para um acidente ocorrido
em um almoxarifado de produtos químicos.
51. 108
Figura 21 - Exemplo de aplicação do Diagrama Causa-Efeito (BENITE, 2006,
p. 88).
52. 109
• Brainstorming: técnica usada para ajudar a
criar o máximo de ideias possíveis em um curto perí-
odo de tempo. O objetivo é buscar sugestões/ideias
através de grupo de trabalho, para as interferências
sobre as causas e efeitos de problemas e sobre a to-
mada de decisão.
4.4.1. Controle de registros
O registro é o único meio de demonstrar que
os documentos (procedimentos e as instruções de
trabalho) relacionados ao SGSST estão sendo cum-
pridos dentro da organização, ou seja, os registros
são as únicas evidências objetivas do SGSST.
A principal diferença entre registro da do
SGSST e documento é que o registro relaciona-se ao
passado (registro de uma atividade realizada ou pra-
ticada), enquanto que o documento relaciona-se ao
presente e ao futuro (como tenho que fazer a minha
atividade e como irei fazê-la quando ela vier a ser
melhorada) (MELLO, 2008, p. 71).
A OHSAS 18001 determina que seja estabe-
lecido, implementado e mantido procedimento
para garantir a: identificação, armazenamento,
proteção, recuperação, retenção e descarte dos
registros. Além disso, os registros devem perma-
necer legíveis, identificáveis e rastreáveis (OH-
SAS 18001, 2007, p. 71)
53. 110
Os termos identificação, armazenamento, pro-
teção, recuperação, retenção e descarte dos registros,
são entendidos como (MELLO, 2008, p. 72):
• Identificação: código ou título pelo qual o
registro é conhecido. Os registros são identificados
como Anexos dos Procedimentos ou das Instruções
de Trabalho do SGSST.;
• Armazenamento: a forma e o local onde os
registros são guardados. Os registros em papel são
arquivados em pastas suspensas, entre outras, e os
magnéticos, são gravados em discos rígidos, CD-
-ROM ou disquetes;
• Proteção: o tipo de proteção necessária para
impedir uma possível perda ou deterioração do re-
gistro, como, por exemplo, backup distante de cam-
pos magnéticos, em ambiente com temperatura con-
trolada, etc.;
• Recuperação: a forma ou ordem como os re-
gistros são recuperados para consulta depois de ar-
mazenados. Os registros são arquivados seguindo a
indexação indicada no documento, de forma a faci-
litar a sua localização. Os registros podem ser inde-
xados por ordem alfabética, numérica, cronológica,
alfanumérica ou por assunto;
• Tempo de retenção: o tempo necessário que
o registro deve ser mantido para fins de comprova-
ção da SST praticada, como seis meses, cinco anos,
etc. O tempo de retenção do registro do SGSST no
54. 111
arquivo deve ser definido conforme a sua aplicabili-
dade, respeitando sempre o tempo mínimo exigido
por lei. O tempo de descarte do registro deve ser
identificado no SGSST;
• Descarte: a forma de disposição do registro da
SST depois de vencido o tempo de retenção, como,
por exemplo, lixo, picotamento, incineração, etc.
4.4.2.Auditoria Interna
O termo auditoria é definido como: processo
sistemático, documentado e independente para ob-
ter evidências de auditoria e avaliá-las objetivamente
para determinar a extensão na qual os critérios de
auditoria são atendidos (MELLO, 2008, p. 98).
Existem três tipos de auditorias, a saber (SEI-
FFERT, 2008, p. 116):
• Auditorias de Primeira Parte: Algumas vezes
chamadas de auditoria interna, são as auditorias con-
duzidas pela própria organização, ou em seu nome,
para análise crítica pela direção e outros propósitos in-
ternos e podem formar a base para uma autodeclara-
ção de conformidade do sistema de gestão. Em mui-
tos casos, particularmente em pequenas organizações,
a independência pode ser demonstrada pela liberdade
de responsabilidades pela atividade sendo auditada.
• Auditorias de Segunda Parte: são auditorias
externas que são realizadas por partes que um inte-
55. 112
resse na organização, tais como clientes, ou por ou-
tras pessoas em seu nome.
• Auditorias de Terceira Parte: são auditorias
externas que são realizadas por organizações ex-
ternas de auditoria independente, tais como or-
ganizações que provêem certificados ou registros
de conformidade.
Incontestavelmente, a auditoria interna é a me-
lhor ferramenta de avaliação do sistema de gestão. O
objetivo deste instrumento é aferir a conformidade
e monitorar a adequação do sistema de gestão, além
de promover a oportunidade da melhoria contínua
(MARANHÃO, 2006, p. 87).
Em relação à auditoria interna do SGSST a or-
ganização deve (OHSAS 18001, 2007, p. 27):
• Garantir que as auditorias internas do SGSST
sejam conduzidas em intervalos planejados para: de-
terminar se o SGSST está em conformidade com o
planejamento da SST, se foi implementado e manti-
do corretamente e se é eficaz no atendimento a po-
lítica e objetivos da SST; e fornecer informações a
Alta Direção sobre os resultados das auditorias;
• Definir um programa de auditoria planejado,
estabelecido, implementado e mantido pela organi-
zação com base nos resultados das avaliações de ris-
cos das atividades da organização e nos resultados
de auditorias anteriores;
56. 113
• Estabelecer, implementar e manter procedi-
mento para tratar: das responsabilidades, competên-
cias e requisitos para se planejar e conduzir audito-
rias, a fim de relatar os resultados e reter registros
associados; e da determinação dos critérios, escopo,
frequência e métodos; e
• Garantir que tanto a seleção de auditores
como a condução de auditorias sejam objetivas e im-
parciais.
A Figura 22 apresenta as etapas para o progra-
ma de auditoria, seguindo a mesma lógica do ciclo
PDCA (SEIFFERT, 2008, p. 115).
Figura 22 - Ilustração do processo de gerenciamento de um programa de audi-
toria. (SEIFFERT, 2008, p. 115).
57. 114
4.5.Análise Crítica Pela Direção
A análise crítica pela direção é um dos pro-
cessos-chave para a excelência de qualquer sistema
de gestão. O processo de análise crítica pela dire-
ção consiste em analisar todas as informações das
diferentes medidas realizadas (auditorias, monitora-
mento e medição de desempenho, atendimento aos
requisitos legais e outros, etc.) e efetuar as correções
de direção que o processo de análise crítica reco-
mendar, tais como: política da SST, objetivos, metas
e indicadores. A Figura 23 apresenta de forma sucin-
ta o processo de gestão sintetizado em três ativida-
des (MARANHÃO, 2006, p. 66).
Figura 23 - Processo de Gestão sintetizado em três atividades (MARANHÃO,
2006, p. 66).
58. 115
A Alta Direção da organização deve analisar
criticamente o SGSST, em intervalos planejados,
objetivando a sua contínua adequação, pertinência e
eficácia. As análises críticas pela Alta Direção devem
(OHSAS 18001, 2007, p. 28):
• Incluir a avaliação de oportunidades de me-
lhoria;
• A necessidade de alterações do SGSST;
• A necessidade de alterações da política de SST;
• A necessidadedealterações dos objetivos deSST;
• Ser registradas. Os referidos registros devem
ser arquivados, como, por exemplo, atas de reunião.
O processo da análise crítica pela Alta Direção
deve incluir as seguintes entradas: resultados das
auditorias e das avaliações do atendimento aos re-
quisitos legais aplicáveis e de outros determinados
pela SST da organização; resultados da participação
e consulta; comunicação das partes interessadas,
incluindo reclamações; o desempenho da SST; o
atendimento dos objetivos; situação das investiga-
ções de incidentes, das ações corretivas e das ações
preventivas; ações de acompanhamento de análises
críticas pela Alta Direção anteriores; mudanças que
impactem o SGSST; e recomendações de melhorias
(OHSAS 18001, 2007, p. 28).
A saída do processo de análise critica pela Alta
Direção devem ficar disponíveis para comunicação e
59. 116
consulta e devem: ser coerentes com o comprome-
timento da organização com a melhoria contínua da
SST; incluir quaisquer decisões e ações relacionadas
a possíveis mudanças no desempenho da SST, na
política de SST; nos objetivos de SST; nos recursos
e nos demais elementos do SGSST (OHSAS 18001,
2007, p. 28).
4.4. Melhoria Contínua do SGSST
Esta melhoria depende de girarmos constante-
mente o ciclo PDCA. Girar o ciclo PDCA significa
obter previsibilidade nos processos e melhoria do
SGSST e consequentemente permitir a organização
controlar os seus riscos de acidentes e doenças ocu-
pacionais e melhorar seu desempenho.
A previsibilidade acontece pelo atendimento
aos requisitos do SGSST, pois, quando a melhoria é
evidente, adota-se o método planejado, fundamen-
tando ainda mais o do SGSST adotado.
Para que o PDCA atue como uma ferramenta
de melhoria contínua no SGSST é preciso criar uma
cultura de esforços e padronização em toda a orga-
nização, a Alta Direção precisa ter coragem para mu-
dar, sendo essencial criar massa crítica em toda orga-
nização; não podendo os colaboradores ou mesmo
a alta administração agirem sozinhos (MARSHALL
JUNIOR, 2006, p. 95).
60. 117
Figura 24 - Esforços para melhoria contínua do SGSST. Fonte: MARSHALL
JUNIOR, 2006, p. 95
A OHSAS 18001 (2007, p. 14), descreve a se-
guinte definição para melhoria contínua: processo
recorrente de se avançar com o sistema de gestão da
SST, com o propósito de atingir o aprimoramento
do desempenho da SST geral, coerente com a políti-
ca de SST da organização.
A Figura 25 apresenta a dependência da me-
lhoria do desempenho em SST em relação à efeti-
va mudança na cultura na segurança da organização
(BENITE, 2006, p. 104).
Figura 25 - Melhoria contínua em SST. (Fonte: BENITE, 2006, p. 104).
61. 118
4.5. Certificação Do SGSST
Visando o aprimoramento do SGSST foram
desenvolvidas normas e guias para o assunto, tendo
a Grã-Bretanha com participação de destaque neste
processo, através da British Standards, seu organis-
mo normalizador. Como exemplo deste pioneirismo,
em 1996, foi publicada a norma BS 8800, a qual pro-
põe uma série de elementos que compõem o SGSST.
Em 1999, foi aprovada a BSI OHSAS 18001, a qual
é uma “especificação” para Sistemas de Gestão de
Saúde Ocupacional e Segurança - OH&S.
A OHSAS foi conjuntamente desenvolvida por
alguns organismos de certificação de terceira parte,
incluindo o LRQA, organismos nacionais de normas
da Irlanda, África do Sul, Espanha, Malásia, Austrá-
lia e outras partes interessadas de todo o mundo, in-
cluindo a Federação de Funcionários de Engenharia
do Reino Unido (BENITE, 2006, p. 19).
A certificação do SGSST é o reconhecimento
formal emitido por um órgão credenciado (acredi-
tado ou reconhecido formalmente), o Organismo
Certificador Credenciado (OCC), atestando a con-
formidade de itens, processo ou atividades avaliadas
durante uma auditoria ou inspeção contra os respec-
tivos requisitos especificados por uma norma, os cri-
térios de auditoria. A certificação da OHSAS 18001,
assim como da ISO 9001 e ISO 14001, é sempre
62. 119
voluntária e nenhuma empresa é obrigada a fazê-la.
A seguir apresentaremos alguns esclarecimentos e
curiosidades em relação às questões de certificação
(MARANHÃO, 2006, p. 120):
• A certificação existe desde o século XII (certi-
ficação da qualidade prata, na Inglaterra);
• O processo de certificação naval tem pelo me-
nos 300 anos;
• A certificação pode ser de empresa, produto,
processo, pessoa, etc., que resumimos pela palavra
“item”;
• A certificação pode ser mandatória ou voluntária:
o Certificação mandatória ou obrigatória: é
quando a certificação é exigida por legislação apli-
cável, como forma de proteger a sociedade (ris-
cos à saúde, segurança, meio ambiente, etc.). São
exemplos de certificação mandatória: certificação
ou “registro” de remédios no Ministério da Saúde;
certificação aeronáutica; certificação profissional
(médicos, advogados, engenheiros, etc.) para exer-
cício da profissão;
o Certificação voluntária: é quando a certifica-
ção é solicitada e realizada em benefícios de uma
determinada organização, para vários fins: aprova-
ção, registro, credenciamento, propaganda, etc.
O OCC emite um certificado ou registro, os
quais variam de país para país, reconhecendo a con-
63. 120
formidade do SGSST em relação à OHSAS 18001.
O contrato de certificação do SGSST, objeto do
nosso estudo, pode ou não incluir auditoria de pré-
-certificação. Não há regras previamente definidas
para recomendar ou não da certificação do SGSST,
em uma eventual auditoria de certificação de tercei-
ra parte. Em geral, as não conformidades são clas-
sificadas em maiores e menores e definem sobre a
aceitação da certificação. Normalmente, o Certifi-
cado de Registro ou Certificação tem a validade de
três anos, sendo que, após a emissão do certificado,
o SGSST da organização será submetido a audito-
rias de manutenção, semestrais ou anuais (variam
conforme o contrato).
É importante que a recomendação de certifi-
cação não seja o objetivo maior do projeto, mas o
funcionamento eficaz do SGSST e, por conseguinte,
a melhoria da SST (MARANHÃO, 2006, p. 121).
Em outras palavras, caso a SST não seja capital
para a organização e os seus profissionais não este-
jam motivados e convencidos da sua importância,
de nada irá adiantar, ter um SGSST certificado, uma
vez, que a certificação do SGSST não é o passapor-
te para o céu e tampouco a garantia que as pessoas
mudaram a forma de entender os conceitos da SST
(MORAES, 2004 p. 54).
Neste capítulo, identificamos alguns exemplos
de objetos de análise de riscos (CARDELA, 2007):
64. 121
• Organização;
• Área;
• Sistemas e subsistemas;
• Processos, funções, operações;
• Atividades, etapas;
• Intervenção.
Vimos que há uma relação entre os danos e
as falhas em sistemas da organização. Enfatiza-
mos que toda organização possui sistemas, sejam
eles formais ou informais. E que estes sistemas
podem ser organizacionais (cultura organizacio-
nal, sistemas de gestão, liderança) ou operacionais
(ex.: sistemas de usinagem, de armazenamento,
de transporte, etc.).
Por fim, definimos que a avaliação de risco é
um processo para estimar/calcular o(s) risco(s)
proveniente(s) de perigo(s), levando em considera-
ção a adequação de qualquer controle existente, e
decidindo se o risco é ou não aceitável.
Para que haja melhoria num sistema de gestão
é necessário girar o ciclo PDCA. Atitudes e coragem
para mudanças são imprescindíveis para a melhoria
contínua organizacional.
Visando o aprimoramento do SGSST foram
desenvolvidas normas e guias para o assunto, tendo
a Grã-Bretanha com participação de destaque neste
processo, através da British Standards seu organis-
mo normalizador.
65. 122
A certificação do SGSST é o reconhecimento
formal emitido por um órgão credenciado (acredi-
tado ou reconhecido formalmente), o Organismo
Certificador Credenciado (OCC), atestando a con-
formidade de itens, processo ou atividades avaliadas
durante uma auditoria ou inspeção contra os respec-
tivos requisitos especificados por uma norma, os cri-
térios de auditoria. A certificação da OHSAS 18001,
assim como da ISO 9001 e ISO 14001 é sempre vo-
luntária e nenhuma empresa é obrigada a fazê-la.
66. 123
Exercícios
1. O que é perigo?
2. O que é risco?
3. Os procedimentos de emergência devem
considerar alguns elementos hipotéticos. Quais são
eles? Explique.
4. O que é desempenho? Qual a finalidade do
monitoramento e da medição do desempenho?
5. O que é a certificação do SGSST?
67.
68. 125
Referências
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lho & gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2001.
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plementação da norma OHSAS 18001 e GUIA ILO
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venção de acidentes. São Paulo: Atlas, 2007.
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2000: manual de implementação: o passo-a-passo
para solucionar o quebra-cabeça da gestão. Rio de
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MELLO, C. H. P., et al.. ISO 9001:2000: siste-
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69. 126
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