SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Baixar para ler offline
968




  ATIVIDADE INTEGRADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: UMA
 EXPERIÊNCIA COM O ENSINO DE PLANO CARTESIANO PARA ALUNOS
                    COM CEGUEIRA TOTAL SIMULADA


                       Ailton Barcelos da Costa – UFSCar - GRADUAÇÃO - SP
                     Fernanda Scabio Gonçalves – UFSCar - GRADUAÇÃO - SP
                     Vanessa Cristina Angelotti – UFSCar - GRADUAÇÃO – SP
          Sabrina Gomes Cozendey – UFSCar - PPGEEs - SP (PROESP/CAPES)


Eixo Temático: Deficiência visual
Categoria: Comunicação

RESUMO: O presente trabalho surgiu durante uma disciplina oferecida na
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, denominada “ACIEPE:
APRENDER A ENSINAR DEFICIENTES VISUAIS”. A pesquisa consistiu em
uma aula expositiva apresentada a alunos com cegueira total simulada, isto é,
alunos com visão normal totalmente vendados. A aula teve como objetivo
trabalhar a localização no plano cartesiano, através de um material didático
desenvolvido pelo grupo. Para tal desenvolvimento, foi necessário uma breve
discussão a respeito dos sentidos remanescentes de pessoas com deficiência
visual. O recurso didático utilizado foi uma adaptação do jogo conhecido como
Batalha Naval. Durante a aula expositiva o material desenvolvido foi utilizado
como recurso ao ensino do conceito de plano cartesiano. Ao final da
experiência foi possível perceber que foram alcançados os objetivos propostos
e que o processo de ensino-aprendizado foi satisfatório.

PALAVRAS-CHAVE: 1. MATEMÁTICA                INCLUSIVA;     2.   FORMAÇÃO
CONTINUADA; 3. DEFICIENTES VISUAIS.
969




1.     INTRODUÇÃO
1.1 DEFINIÇÕES
      Esta    pesquisa      surgiu    durante    uma     disciplina   oferecida    na
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar), denominada
“ACIEPE: APRENDER A ENSINAR DEFICIENTES VISUAIS”.
      Uma ACIEPE é uma Atividade Curricular de Integração Ensino,
Pesquisa e Extensão, de acordo com UFSCar (2010a), ACIEPE é uma
experiência educativa, cultural e científica que, articulando o Ensino, a
Pesquisa e a Extensão, envolve professores, técnicos e alunos da UFSCar,
procurando viabilizar e estimular o seu relacionamento com diferentes
segmentos da sociedade. Dessa forma, de acordo com a UFSCar (2010a),
                      Pesquisa e extensão constituem-se em uma forma de diálogo
                      com segmentos sociais para construir e reconstruir
                      conhecimento sobre a realidade, de forma compartilhada,
                      visando à descoberta e experimentação de alternativas de
                      solução e encaminhamento de problemas. Como ensino,
                      constitui-se na possibilidade de reconhecimento de outros
                      espaços, para além das salas de aula e laboratórios, como locais
                      privilegiados de aprendizagem significativa.

      Já seus objetivos, segundo UFSCar (2010a), dentre outros, e de uma
forma geral, estão:
                      Promover meios de conhecimento de realidades específicas,
                      elaborando, cooperativamente, levantamentos, pesquisas de
                      campo,     diagnósticos,     projetos    e    colaborando no
                      encaminhamento de soluções de problemas.
                      Desenvolver atividades pedagógicas de intercâmbio de
                      conhecimentos entre a universidade e a população: ministrar
                      cursos, fazer ou promover conferências, palestras, ciclos de
                      estudos, debates, oficinas, seminários, exposições etc.

      Sendo assim, pode-se dizer que a ACIEPE: APRENDER A ENSINAR
DEFICIENTES VISUAIS, segundo a (UFSCar, 2010b) teve os seguintes
objetivos:
                        Contribuir com a formação de alunos de graduação dos
                        cursos de licenciatura da UFSCar e com professores da rede
                        pública estadual e municipal, com relação à descoberta de
                        formas e estratégias de ensino voltadas aos deficientes
                        visuais.
                        Estabelecer, objetivos voltados ao currículo da Secretaria de
                        Estado da Educação: dinamizar formas de aprendizagem de
                        todas as disciplinas do currículo, ao longo da escolaridade
                        básica.
970




                      • Buscar formas de promoção da competência leitora e
                        escritora dos deficientes visuais em todas as séries e
                        disciplinas.
                      • Ampliar formas de os professores desenvolverem a
                        competência leitora e escritora nos alunos.


       Neste contexto, percebemos a ACIEPE em questão como um meio de
Formação        Continuada   para   alunos   recém-formados   e   também   para
professores que trabalham na rede pública de São Carlos.
       Dessa forma, é preciso fazer algumas considerações a respeito da
Formação Continuada de Professores, que segundo FERREIRA (2005), visa a
melhoria do desenvolvimento profissional, trazendo contribuições para uma
mudança de atitude do docente frente ao conhecimento e à ação de educar, ou
seja, segundo BERNARDO (s/d), no que diz respeito à literatura educacional,
parece haver consenso em torno da ideia de que nenhuma formação inicial,
mesmo a oferecida em nível superior, é suficiente para o desenvolvimento
profissional.
       Ainda segundo BERNARDO (s/d), pode-se dizer que na perspectiva dos
estudos sobre a Formação Continuada é necessário não somente tentar
minimizar as lacunas da formação inicial. Nesse sentido, a ACIEPE pode ser
vista como um espaço em que se atualizam e se desenvolvem saberes e
conhecimentos, onde docentes e alunos da Universidade bem como com
professores da rede pública de São Carlos, realizando trocas de experiências.
       Depois de definidos o que é uma ACIEPE e seus objetivos gerais, bem
como tomarmos os objetivos gerais da disciplina citada acima, e sobre alguns
aspectos da Formação Continuada, passamos a dizer que, entre as atividades
obrigatórias definidas no inicio da ACIEPE, foi acordado que alunos e
professores formariam grupos e ministrariam uma aula simulada para os
colegas de classe. Nesta aula os alunos estariam em situação de cegueira
total, estando vendados. O objetivo desta atividade era simular uma aula em
uma classe com alunos deficientes visuais.
       Dessa forma, o grupo que desenvolveu a atividade aqui descrita era
formado por duas licenciandas e um licenciado do curso de Matemática da
UFSCar, e uma professora do ensino fundamental da rede municipal de São
971




Carlos-SP. O grupo escolheu ministrar uma aula que pudesse explicar o
conceito de Coordenadas Cartesianas e Quadrantes.


1.2 REFERENCIAL TEÓRICO
      Primeiramente serão organizadas algumas considerações sobre a
inclusão de alunos deficientes na escola regular, ou seja, segundo CEOLIN et
al., (2009), as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica entende que por educação especial como um processo educacional
definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços
educacionais especiais. Já MANTOAN (2005) nos diz que a inclusão é a nossa
capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de
conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós.
      Dessa forma, concordamos com VENTORINI & FREITAS (2002) que
vem nos dizer que o principio fundamental que rege as escolas integradoras, é
o fato de que todas as crianças devem aprender juntas, independente de suas
dificuldades e diferenças, proporcionando condições para participação ativa
nas atividades escolares. De acordo com MACHADO (2003), a criança
deficiente visual cresce e se desenvolve de forma semelhante àquelas que
enxergam devido ao crescimento ser sequencial e as etapas poderem ser
identificadas. Porém, apresenta diferenças, onde cada criança se desenvolve
de acordo com seu ritmo e potencialidades, apesar da limitação visual. Ainda
assim, as semelhanças entre todas as crianças são maiores do que as
diferenças.
      Considerando toda discussão anterior, pode-se perceber claramente que
o ritmo de aprendizado dos alunos com deficiências visuais é o mesmo dos
demais, contudo MACHADO (2003) diz que a falta de estímulos a estes alunos
faz com que eles apresentem um processo de desenvolvimento mais lento.
      Dessa forma, ao tratarmos da Educação Inclusiva na Matemática,
CEOLIN et al. (2009) nos mostra que este vem sendo um desafio para os
professores em formação inicial e continuada, da Educação Básica à Superior,
pois quando pensamos em trabalhar números, cálculos e até mesmo conceitos
matemáticos, logo vem a seguinte questão, e se na sala, tiver algum aluno com
deficiência, o que posso fazer para trabalhar com esse estudante sem excluí-
972




lo? Algumas pesquisas já estão sendo realizadas considerando esta área do
saber, como, GESSINGER (2006), que mostra relatos de professores de
Matemática que tiveram em suas classes ditas comuns, alunos com
necessidades educacionais especiais, a busca pela compreender a atuação
docente na perspectiva da inclusão, verificando quais práticas estão sendo
realizadas pelos diferentes professores, de modo a favorecer a construção de
conhecimentos matemáticos por esses alunos com necessidades especiais
inseridos no processo de inclusão.


   2. OBJETIVO
       Trabalhar o conceito de localização no plano cartesiano, junto a
estudantes com cegueira total induzida por uma venda.


   3. MÉTODO
   3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA
      Quanto à metodologia da pesquisa, esta consistiu em uma aula
expositiva e dialogada. Contudo, essa aula apresentou aos estudantes um
experimento desenvolvido pelo grupo que buscava ensinar o conceito de plano
cartesiano. Desta forma, a aula foi também experimental, no sentido em que
testou a utilização de um recurso educacional.
      Considerando a aula como sendo experimental, BENEDETTI (2003, p.
79) discuti diversos detalhes em nível de procedimentos para realização de um
experimento de ensino (ou atividade de ensino), e expressa uma série de
passos que têm sido utilizados na sua análise:
                     1. Ouvir os áudios durante os experimentos de ensino,
                     observando os alunos e o meu desempenho como
                     pesquisador;
                     2. Encerrados os EE [experimentos de ensino], desenvolver a
                     transcrição;
                     3. Construção de episódios, interligando algumas cenas e
                     descartando outras;
                     4. Estudo intensivo dos episódios, articulando suas cenas a
                     temas constantes na revisão de literatura e no referencial
                     teórico. (BENEDETTI, 2003, p. 79)


      Considerando essas questões BORBA (2004) apud COSTA (2010) diz
que devemos não apenas analisar ou desenvolver um experimento de ensino,
973




mas também suas limitações e suas possibilidades. Em outras palavras, deve-
se prestar atenção que os alunos que participam desta modalidade de
pesquisa estão fora da sala de aula, fora do contexto da avaliação que cerca a
sala de aula usual, e este fator tem que ser considerado ao analisar as
potencialidades da proposta.


3.2 METODOLOGIA DE SALA DE AULA
      Ao escolher uma metodologia para o ensino de deficientes visuais,
consideramos BARBOSA (2003, p. 19), que discorre:
                    Buscar os recursos mais adequados para trabalhar com alunos
                    portadores de deficiência visual é tarefa que exige do professor
                    enxergar além da deficiência, lembrando que há peculiaridades
                    no desenvolvimento de todas as crianças, tendo elas deficiência
                    ou não. A criatividade foi e continua sendo um elemento
                    indispensável para o homem superar problemas e desafios
                    gerados pelo seu ambiente físico e social.


      Dessa forma, optou-se por trabalhar com uma metodologia de jogos, por
favorecer o trabalho com a diversidade. FIORENTINI & MIORIM (1990)
afirmam que, antes de o professor optar por um jogo, deve refletir sobre a
proposta político-pedagógica, sobre o papel histórico da escola e sobre o tipo
de aluno que quer formar.
      Segundo FIORENTINI & MIORIM (1990), o professor não pode subjugar
sua metodologia de ensino a algum tipo de material porque ele é atraente ou
lúdico, isto é, nenhum material é válido por si só. A simples introdução de jogos
ou atividades no ensino da Matemática não garante uma melhor aprendizagem
desta disciplina, muito menos um 'aprender' que se esvazia em brincadeiras,
mas um aprender significativo do qual o aluno participe raciocinando,
compreendendo, reelaborando o saber historicamente produzido.
      Por se tratar de ensino de geometria, consideramos FAINGUELERNT
(1999), que nos diz que a geometria exige uma maneira específica de
raciocinar, uma maneira de explorar e descobrir, ou seja, a manipulação de
objetos é uma etapa que antecede o pensamento abstrato, importante para o
desenvolvimento da percepção espacial.


   4. DESENVOLVIMENTO
974




   4.1 PRÉVIAS DA DISCUSSÃO
       Ao propormos o tema ‘Coordenadas Cartesianas e Quadrantes’, vimos o
público alvo como uma turma do 7º ano do Ensino Fundamental, com o
objetivo especifico de trabalhar localização no plano cartesiano, utilizando
coordenadas, porém antes de definirmos o material didático é necessário ater-
nos à uma breve discussão a respeito dos sentidos remanescentes. De acordo
com SILVA (2008), o deficiente visual obtém informações do ambiente através
dos sentidos remanescentes como a audição, paladar, olfato e tato, onde o tato
é a principal via de acesso ao conhecimento.


   4.2 CONFECÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
       Tendo como ponto de partida as discussões suscitadas acima, um dos
componentes do grupo conhecendo o jogo Batalha Naval, em forma de
tabuleiro, sugeriu a adaptação deste para ser utilizado na introdução do
conceito localização de coordenadas cartesianas.
       Porém, antes de descrevermos a produção do material didático em si, é
importante ressaltar o que nos dizem os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) (MEC/SEESP, 2005), que na seleção, adaptação ou elaboração de
recursos didáticos, o professor deve obedecer alguns critérios, garantindo a
validade na utilização dos mesmos, tanto para alunos cegos quanto para
alunos de visão subnormal.
       Os critérios, de acordo com (MEC/SEESP, 2005) apud por SILVA
(2008), são: Tamanho, Significação tátil, Aceitação, Estimulação visual,
Fidelidade, Facilidade de manuseio, Resistência e Segurança.
       Assim, seguindo estas recomendações para a confecção do material
didático utilizamos para a produção deste os seguintes materiais: EVA, isopor,
alfinetes, barbante, lixa fina, lixa grossa, bolinhas de gude, cola quente, estilete,
régua, tesoura, martelo e furador, como segue na imagem 1, a seguir:
975




                        IMAGEM 1: MATERIAIS UTILIZADOS


      Partimos do principio que tínhamos 24 alunos matriculados na disciplina
e que poderiam participar de nossa aula simulada e, portanto, precisávamos
preparar material didático para todos estes alunos.
      Outra definição importante foi o tamanho do tabuleiro, ou jogo didático.
Optou-se por trabalhar com um quadrado de lado 20 cm, que mostrou-se
adequado após a elaboração de um protótipo e teste.
      O próximo passo para confecção do material didático foi cortar 24
quadrados de EVA e de isopor, e com uma régua desenharmos as retas do
plano cartesiano no EVA e graduarem-se as retas definindo uma escala de 2
cm da régua para 1 na graduação no EVA, e só depois colarem-se com cola
quente o barbante, simulando assim as retas do plano cartesiano em alto-
relevo.
      Depois, em cada ponto das coordenadas X e Y, furamos com marcador
e martelo cada coordenada dos 24 tabuleiros, como pode ser observado na
imagem 2, a seguir:




                          IMAGEM 2: FURANDO O EVA.
976




      Após cortar os quadrados de lado 20 cm de isopor, colou-se o EVA com
cola quente. Em seguida, se colocou alfinetes marcados de diversas cores em
cada ponto da graduação do plano cartesiano, em cima do barbante já fixado,
dando assim, um alto-relevo ao plano cartesiano, como ilustra a imagem 3:




                   IMAGEM 3: FIXANDO O BARBANTE E O ALFINETE


      Por fim, definimos a necessidade de colar-se um pequeno retângulo de
lixa na parte de cima e à direita, com texturas diferentes, para que o deficiente
visual possa dessa forma definir com facilidade o que é a reta do X e a do Y, e
depois cada um dos quadrantes, usando sempre estas texturas com pontos de
referência.
      A imagem 4, mostra o material didático pronto.




              IMAGEM 4: MATERIAL DIDÁTICO PRONTO NO INICIO DA AULA


   4.3 A AULA
      A partir da definição do tema e da turma, definimos como objetivos desta
aula trabalhar localização no plano cartesiano, utilizando coordenadas.
977




      Logo ao iniciar a aula, foi solicitado aos alunos que formassem duplas e
distribuídas vendas para todos, para que se vendassem, simulando cegueira
total. Só depois foram distribuídos os materiais didáticos para que fosse feito o
reconhecimento e o manuseio do material a ser utilizado na aula. Vale ressaltar
que a turma contava também com uma aluna com baixa visão.
      Iniciada a aula, foi descrita a existência de pré-requisitos que os alunos
já deveriam trazer, ou seja, a ideia de plano, reta, ângulo reto, números
inteiros, e números reais.
      O grupo que ministrou a aula era formado por quatro professores (as).
Uma delas ficou responsável pela condução da atividade, enquanto que os
outros ficaram no suporte monitorial. Então, disse a professora para a turma:
                    Se vocês manipularem bem as bordas desse material, vão
                    perceber que existe uma lixa na ponta do quadrado. Vocês vão
                    definir como a parte superior, e do direito vão sentir um
                    pedacinho de camurça, um material liso.
                    Todo mundo achou?
                    Vocês vão ter a lixa em cima, o liso do lado direito.
                    Essa é a orientação que vamos manter até o final da atividade...

      Logo que receberam o material para manuseio, podemos ressaltar um
importante dado no que diz que respeito à mudança de atitude dos alunos
entre a explicação oral e a fase do manuseio do material didático. De ouvintes
passivos passam a participativos e curiosos, tocando e conhecendo os objetos.
      A imagem 5, a seguir, mostra o reconhecimento tátil realizado pelos
alunos.




                       IMAGEM 5: RECONHECIMENTO TÁTIL


      De acordo com GRIFIN & GEBER (1996), as fases do desenvolvimento
tátil são adquiridas e construídas de forma sistemática. A consciência da
978




qualidade tátil, mencionada por este mesmo autor, está direcionada para as
texturas, temperatura, contorno, tamanho e peso. Isto foi observado, durante a
aprendizagem dos alunos, assim, constatamos a importância de utilizar
diferentes texturas para facilitar a identificação das estruturas de um objeto.
      Continuando a descrição da aula, foi feita a apresentação das retas do
plano cartesiano. Os estudantes, conforme planejamento prévio, tiveram tempo
para perceber o tabuleiro e verificar se haviam entendido os conceitos. Dessa
forma, o que não foi compreendido poderia ser esclarecido.
      A professora continuou explicando a atividade:
                    Vocês sentiram as retas? São de barbante e representam os
                    eixos cartesianos.
                    A reta vertical é chamada de eixo das ordenadas. E uma reta,
                    onde tema alguns valores... é representa uma reta real. Aqui só
                    colocamos os inteiros positivos, ou Naturais, 1,2,3,4, etc... e são
                    representados na tabuleiro por pontinhos em relevo, graduando
                    o plano.
                    Onde essas duas retas se encontram, vocês conseguem sentir?
                    Chamamos de origem do plano cartesiano, ou seja, é o zero da
                    reta vertical e o zero da reta horizontal.
                    A reta horizontal é que a gente chama de eixo das abcissas.
                    Agora a gente vai entender onde vai estar o lado positivo e o
                    negativo de cada uma dessas retas.
                    A gente não marcou para cima a lixa? Então, para cima, a partir
                    da origem, no sentido da lixa, vai aumentando, ou seja, 1, 2, 3, 4.
                    Para baixo da origem, ainda na reta vertical, os números são
                    negativos, ou seja, -1, -2, -3, -4.
                    A mesma coisa a gente tem na reta horizontal...

      A partir deste momento, a professora passou a descrever o material,
bem devagar, enquanto os outros professores verificavam a percepção e
aprendizado dos alunos, com enfoque na percepção tátil, conforme GRIFIN &
GEBER (1996). Também notamos que os alunos não ficaram passivos, e sim
sujeitos ativos na sua aprendizagem.
      Em seguida, foram distribuídas aos alunos três bolinhas de vidro num
copo, o que fez com que os alunos começaram a fazer barulho e baterem as
bolinhas nas mesas. Porém, o fato de existirem 20 alunos para quatro
professores, fez com que a situação fosse controlada.
      Pode-se dizer, a partir desta situação, que se a aula estivesse ocorrendo
em uma turma regular e somente uma professora fosse responsável por essa
979




turma, este fato poderia ser um indício da dificuldade de se manter o controle
disciplinar da turma.
       O passo seguinte da aula foi aprender a localizar-se no plano cartesiano.
A estratégia utilizada nesta etapa foi valorizar o conhecimento prévio do aluno,
como se pode perceber nas seguintes falas da professora:
                    Agora a gente vai aprender a se localizar no plano.
                    Vocês concordam comigo que os pontos o plano são as
                    coordenadas.
                    Vocês para acharem cada buraquinho, precisamos de duas
                    informações?
                    Imagina agora que vocês pediram quando pedimos informação
                    para chegar a alguma lugar e a pessoa fala para andar 2 e virar
                    3 é a mesma coisa que andar 3 e virar 2?
                    Não...
                    Então, a ordem é importante aqui.
                    O que definimos matematicamente uma coordenada, o primeiro
                    valor está na reta horizontal e o segundo na reta vertical. Por
                    exemplo: encontre o ponto (-3, 2).
                    O menos três está em qual reta?
                    Primeiro encontra a origem, vai na reta horizontal, para a
                    esquerda e conta três.
                    Agora na reta vertical, para cima e conta dois...


       Em seguida, passamos à atividade prática do jogo propriamente dito.
Neste momento, o material, como já descrito, tenta simular o conhecido jogo de
batalha naval, como descreve a professora:
                    Vocês conhecem o jogo batalha naval?
                    Então, a gente fez uma adaptação.
                    Agora cada uma vai distribuir as bolinhas no plano, como
                    quiserem, sem contar para o colega.
                    Agora, cada bolinha representa um navio e plano o mar.
                    O objetivo do jogo é dar as coordenadas corretas para atingir a
                    bolinha, que é o navio.
                    Quem eliminar três bolinhas, é o vencedor.
                    Agora é o seguinte: definam quem comece e tem que dar a
                    localização em coordenadas cartesianas.

       Ao final da aula, foi possível notar o aprendizado, avaliado através de
uma atividade prática, onde foram estabelecidos todos os cuidados referidos a
uma metodologia de jogo aplicada na sala de aula, já descrita na metodologia.
       Também notamos a introdução à abstração matemática, pois saindo do
concreto os alunos começavam a ter noção de coordenadas cartesianas na
forma (x, y).
980




4.4 ANÁLISES E RESULTADOS DA CONFECÇÃO DO MATERIAL
DIDÁTICO
       Após o final da aula, foram feitas algumas discussões referentes ao
material didático confeccionado. Dessa forma, avaliamos que a maior
dificuldade foi na preparação em si do material didático, como furar o EVA. Já
quanto à utilização deste, foi levantada a questão de que no cruzamento das
retas, representadas por barbantes, houve dificuldades de sua localização,
devido à homogeneidade tátil dos pontos, representados pelos alfinetes em
alto-relevo. Foi sugerido que nesse ponto central do plano cartesiano tivesse
um diferencial, como um alfinete com relevo mais auto para a diferenciação em
si em relação a outros pontos. Mesmo assim, quanto a esse aspecto, o material
foi bem aceito, possibilitando boa identificação tátil.
       Outro ponto discutido foi quanto à baixa profundidade dos pontos de
encontro das coordenadas representadas por furos no EVA, ao qual estava
colada no isopor. Foi sugerida, e bem aceita a sugestão para que tal
profundidade fosse aumentada, o que poderia ser resolvido simplesmente
apertando a bolinha contra o isopor, provocando uma pequena concavidade, o
que faria a bolinha ser retida com maior facilidade sobre o tabuleiro.
       Por fim, a pesar de não haver menção específica quanto à dificuldade ou
não da aluna com baixa visão no uso do material, mas ao relermos as
recomendações de (MEC/SEESP, 2005) apud SILVA (2008), fica claro o
cuidado nem sempre respeitado de cores contrastantes para maior facilidade
de identificação do material.
       Também vale ressaltar que o material utilizado durante a aula foi doado
para instituições responsáveis pela inclusão de deficientes visuais em São
Carlos, bem como para o NÚCLEO INCLUIR DA UFSCar e para o laboratório
de ensino do curso de graduação de Educação Especial.
       No mais, o material foi bem aceito, o que possibilitou um aprendizado
satisfatório.


   5. CONCLUSÕES
981




       Retomando nosso objetivo inicial, dissemos que tínhamos a intenção de
trabalhar a localização no plano cartesiano para alunos com cegueira total
simulada, através de material didático confeccionado por nós.
       Concluímos, primeiramente, que ao final da aula simulada que o material
foi bem aceito e possibilitou a aprendizagem dos alunos, sendo bem recebido
por estes e pelos coordenadores da disciplina “ACIEPE: APRENDER A
ENSINAR DEFICIENTES VISUAIS”, além de atender de forma satisfatória as
recomendações do (MEC /SEESP, 2005).
       Quanto à aula em si, notamos o processo de ensino aprendizado
satisfatório, até porque notamos que ao final das atividades os alunos
conseguiram localizar qualquer ponto, utilizando-se para isso uma metodologia
de jogo.
       Assim, concluímos que foram satisfeitos os objetivos iniciais propostos.


REFERÊNCIAS
BARBOSA, P. M. O estudo da Geometria. IBC: Rio de Janeiro, 2003.


BENEDETTI, F. Funções, Software Gráfico e Coletivos Pensantes.
Dissertação de Mestrado. UNESP: Rio Claro, 2003.


BERNARDO, E. S. Um Olhar Sobre a Formação Continuada de
Professores em Escolas Organizadas no Regime de Ensino em Ciclo(s),
s/d.        Disponível          em:          <http://www.unemat-net.br/prof/foto
_p_downloads/fot_1356bernado_-foumau_continuada_-_escola_ciclos_pdf>
Consultado em: 29/07/2010.


BORBA, M. Pesquisa qualitativa em educação matemática. In: 27ª Reunião
Anual da Anped. Caxambu, 2004.


CEOLIN, T.; MACHADO, A. R.; NEHRING, C. M. O Ensino de Matemática e a
Educação Inclusiva – uma possibilidade de trabalho com alunos
deficientes visuais. X Encontro Gaúcho de Educação Matemática -
Comunicação Científica, Ijuí/RS, 2009.
982




COSTA, A. B. A construção do conceito de seqüências na perspectiva
lógico-histórica. Revista Iberoamericana de Educación Matemática, N° 21,
p. 133-157, Marzo de 2010.


FAINGUELERNT,          E.   K.   Educação   Matemática:   Representação    e
Construção em Geometria. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.


FERREIRA, E. S. QUANDO A ATIVIDADE DE ENSINO DÁ AO CONCEITO
MATEMÁTICO A QUALIDADE DE EDUCAR. Dissertação de Mestrado.
Campinas: UNICAMP, 2005.


FIORENTINI, Dario; MIORIM, Maria Ângela. Uma reflexão sobre o uso dos
materiais concretos e jogos no ensino da matemática. In: Boletim SBEM-
SP, 4(7): 5-10, 1990.


GESSINGER, Rosana Maria. Alunos em situação de deficiência nas
classes comuns do ensino regular: relatos de professores de Matemática.
In: IX Encontro Gaúcho de Educação Matemática. Anais CCET-Virtual.
Florianópolis, 2006.


GRINFIN, C. H.; GERBER, J. P. Desenvolvimento Tátil e suas implicações
na Educação de crianças cegas. Revista Benjamin Constant, nº 5, 1996.


MACHADO, E. V.; et al. Orientação e Mobilidade: Conhecimentos básicos
para a inclusão do deficiente. MEC, SEESP: Brasília, 2003.


MANTOAN, M. T. E. Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças.
In: Fala Mestre! Meire Cavalcante. Edição, 182, Mai/2005. Disponível em:
<http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0182/aberto/mt_67180.shtml>
Consultado em: 22/08/2008.
983




MEC/SEESP.        Parâmetros   Curriculares    Nacionais    e    Adaptação
Curriculares, Brasília, 2005. Disponível em: <www.mec.gov.br> Consultado
em: 20/06/2010.


SILVA, T. A. R. DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA O
ENSINO DE VERMINOSES PARA DEFICIENTES VISUAIS. Monografia não
publicada. Campos dos Goytacazes/RJ, 2008.


UFSCar (a). PLANO DE ENSINO: “ACIEPE: APRENDER A ENSINAR
DEFICIENTES VISUAIS”. Disponível em:
<http://www.ufscar.br/aciepe/index.php> Consultado em: 18/06/2010.


UFSCar (b). O QUE É ACIEPE? Disponível em:
<http://www.ufscar.br/aciepe/index.php> Consultado em: 18/06/2010.


VENTORINI, S. E.; FREITAS, M. I. C. Cartografia Tátil: elaboração de
material didático de geografia para portadores de deficiência visual. I
Simpósio Ibero Americano de Cartografia para Criança, CD-ROM. Rio de
Janeiro, 2002.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

PNAIC - Unidade 8 sintese
PNAIC - Unidade 8   sintesePNAIC - Unidade 8   sintese
PNAIC - Unidade 8 sinteseElieneDias
 
Inclusão escolar o planejamento das aulas tem de prever atividades para todo...
Inclusão escolar  o planejamento das aulas tem de prever atividades para todo...Inclusão escolar  o planejamento das aulas tem de prever atividades para todo...
Inclusão escolar o planejamento das aulas tem de prever atividades para todo...SimoneHelenDrumond
 
Oficina - situações EJA
Oficina - situações EJAOficina - situações EJA
Oficina - situações EJAAndréa Thees
 
Antonio Novoa - novo livro
Antonio Novoa - novo livroAntonio Novoa - novo livro
Antonio Novoa - novo livromzylb
 
Sequencia didática eja sem. diagnóstica
Sequencia didática   eja sem. diagnósticaSequencia didática   eja sem. diagnóstica
Sequencia didática eja sem. diagnósticajosivaldopassos
 
Caderno plano e diário de classe de apoio pedagógico de matemática
Caderno plano e diário de classe de apoio pedagógico de matemáticaCaderno plano e diário de classe de apoio pedagógico de matemática
Caderno plano e diário de classe de apoio pedagógico de matemáticaSme Otacílio Costa
 
ApresentaçãO Do EstáGio
ApresentaçãO Do EstáGioApresentaçãO Do EstáGio
ApresentaçãO Do EstáGioEliane Vieira
 
Unidade6alfabetizaoeasreasdoconhecimento1 130929162545-phpapp02
Unidade6alfabetizaoeasreasdoconhecimento1 130929162545-phpapp02Unidade6alfabetizaoeasreasdoconhecimento1 130929162545-phpapp02
Unidade6alfabetizaoeasreasdoconhecimento1 130929162545-phpapp02Ritakiki
 
Relatório de estágio 11 (reparado) (1)
Relatório de estágio  11 (reparado) (1)Relatório de estágio  11 (reparado) (1)
Relatório de estágio 11 (reparado) (1)Natália Ferreira
 
Reflexões pedagógicas
Reflexões pedagógicasReflexões pedagógicas
Reflexões pedagógicasGelson Rocha
 
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basico
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basicoAtividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basico
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basicoisabel ferreira santos
 
ARTIGO – O PIBID COMO FERRAMENTA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.
ARTIGO – O PIBID COMO FERRAMENTA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.ARTIGO – O PIBID COMO FERRAMENTA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.
ARTIGO – O PIBID COMO FERRAMENTA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.Tissiane Gomes
 

Mais procurados (18)

Plano de trabalho em ed especial 2011 (relatório da demanda)
Plano de trabalho em ed especial   2011 (relatório da demanda)Plano de trabalho em ed especial   2011 (relatório da demanda)
Plano de trabalho em ed especial 2011 (relatório da demanda)
 
Livro aee
Livro aeeLivro aee
Livro aee
 
PNAIC - Unidade 8 sintese
PNAIC - Unidade 8   sintesePNAIC - Unidade 8   sintese
PNAIC - Unidade 8 sintese
 
Inclusão escolar o planejamento das aulas tem de prever atividades para todo...
Inclusão escolar  o planejamento das aulas tem de prever atividades para todo...Inclusão escolar  o planejamento das aulas tem de prever atividades para todo...
Inclusão escolar o planejamento das aulas tem de prever atividades para todo...
 
Oficina - situações EJA
Oficina - situações EJAOficina - situações EJA
Oficina - situações EJA
 
Como desenvolver o AEE
Como desenvolver o AEEComo desenvolver o AEE
Como desenvolver o AEE
 
Antonio Novoa - novo livro
Antonio Novoa - novo livroAntonio Novoa - novo livro
Antonio Novoa - novo livro
 
Sequencia didática eja sem. diagnóstica
Sequencia didática   eja sem. diagnósticaSequencia didática   eja sem. diagnóstica
Sequencia didática eja sem. diagnóstica
 
Caderno plano e diário de classe de apoio pedagógico de matemática
Caderno plano e diário de classe de apoio pedagógico de matemáticaCaderno plano e diário de classe de apoio pedagógico de matemática
Caderno plano e diário de classe de apoio pedagógico de matemática
 
ApresentaçãO Do EstáGio
ApresentaçãO Do EstáGioApresentaçãO Do EstáGio
ApresentaçãO Do EstáGio
 
Aee apresentacao completa_01_03_2008
Aee apresentacao completa_01_03_2008Aee apresentacao completa_01_03_2008
Aee apresentacao completa_01_03_2008
 
Unidade6alfabetizaoeasreasdoconhecimento1 130929162545-phpapp02
Unidade6alfabetizaoeasreasdoconhecimento1 130929162545-phpapp02Unidade6alfabetizaoeasreasdoconhecimento1 130929162545-phpapp02
Unidade6alfabetizaoeasreasdoconhecimento1 130929162545-phpapp02
 
Relatório de estágio 11 (reparado) (1)
Relatório de estágio  11 (reparado) (1)Relatório de estágio  11 (reparado) (1)
Relatório de estágio 11 (reparado) (1)
 
Eja 2010
Eja 2010Eja 2010
Eja 2010
 
Aee dm
Aee dmAee dm
Aee dm
 
Reflexões pedagógicas
Reflexões pedagógicasReflexões pedagógicas
Reflexões pedagógicas
 
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basico
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basicoAtividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basico
Atividades laboratoriais no 1 ciclo do ensino basico
 
ARTIGO – O PIBID COMO FERRAMENTA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.
ARTIGO – O PIBID COMO FERRAMENTA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.ARTIGO – O PIBID COMO FERRAMENTA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.
ARTIGO – O PIBID COMO FERRAMENTA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR.
 

Destaque

Atividade de matemática plano cartesiano
Atividade de matemática   plano cartesianoAtividade de matemática   plano cartesiano
Atividade de matemática plano cartesianoDanyGoncalves
 
Matematingo - O bingo da matemática
Matematingo - O bingo da matemáticaMatematingo - O bingo da matemática
Matematingo - O bingo da matemáticaProf. Materaldo
 
Cálculo de área e perímetro no plano cartesiano
Cálculo de área e perímetro no plano cartesianoCálculo de área e perímetro no plano cartesiano
Cálculo de área e perímetro no plano cartesianoroleila
 
Avaliação parcial 7 ano - pdf
Avaliação parcial   7 ano - pdfAvaliação parcial   7 ano - pdf
Avaliação parcial 7 ano - pdfjonihson
 

Destaque (8)

Modelo de..[1]
Modelo de..[1]Modelo de..[1]
Modelo de..[1]
 
Atividade de matemática plano cartesiano
Atividade de matemática   plano cartesianoAtividade de matemática   plano cartesiano
Atividade de matemática plano cartesiano
 
Matematingo - O bingo da matemática
Matematingo - O bingo da matemáticaMatematingo - O bingo da matemática
Matematingo - O bingo da matemática
 
Oficina 9º Ano PIP -CBC.
Oficina 9º Ano PIP -CBC.Oficina 9º Ano PIP -CBC.
Oficina 9º Ano PIP -CBC.
 
Cálculo de área e perímetro no plano cartesiano
Cálculo de área e perímetro no plano cartesianoCálculo de área e perímetro no plano cartesiano
Cálculo de área e perímetro no plano cartesiano
 
Avaliação parcial 7 ano - pdf
Avaliação parcial   7 ano - pdfAvaliação parcial   7 ano - pdf
Avaliação parcial 7 ano - pdf
 
Prova números inteiros - 7° ano
Prova números inteiros  - 7° anoProva números inteiros  - 7° ano
Prova números inteiros - 7° ano
 
Modelo de Projeto de Pesquisa
Modelo de Projeto de PesquisaModelo de Projeto de Pesquisa
Modelo de Projeto de Pesquisa
 

Semelhante a Ensino de coordenadas cartesianas para alunos cegos

Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágioLeilany Campos
 
AULA 04 - DUA (Desenho Universal da Aprendizagem)
AULA 04 - DUA (Desenho Universal da Aprendizagem)AULA 04 - DUA (Desenho Universal da Aprendizagem)
AULA 04 - DUA (Desenho Universal da Aprendizagem)LucianaAlves773996
 
Profª Graça:PNAIC-4º ENCONTRO-EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Profª Graça:PNAIC-4º ENCONTRO-EDUCAÇÃO INCLUSIVAProfª Graça:PNAIC-4º ENCONTRO-EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Profª Graça:PNAIC-4º ENCONTRO-EDUCAÇÃO INCLUSIVAGraça Sousa
 
Projeto estágio séries iniciais set-2014
Projeto estágio séries iniciais  set-2014Projeto estágio séries iniciais  set-2014
Projeto estágio séries iniciais set-2014Solange Coutinho
 
Orientaã§ãµes curriculares para alunos cegos
Orientaã§ãµes curriculares para alunos cegosOrientaã§ãµes curriculares para alunos cegos
Orientaã§ãµes curriculares para alunos cegosEspecial Mais
 
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati Pereira
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati PereiraRestinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati Pereira
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati PereiraCursoTICs
 
O Designer Instrucional Como Um Lapidário: Da Lapidação Do Conteúdo Bruto À T...
O Designer Instrucional Como Um Lapidário: Da Lapidação Do Conteúdo Bruto À T...O Designer Instrucional Como Um Lapidário: Da Lapidação Do Conteúdo Bruto À T...
O Designer Instrucional Como Um Lapidário: Da Lapidação Do Conteúdo Bruto À T...Fernanda Tess
 
Orientações curriculares do estado do acre ensino fundamental.
Orientações curriculares do estado do acre   ensino fundamental.Orientações curriculares do estado do acre   ensino fundamental.
Orientações curriculares do estado do acre ensino fundamental.Mauro Uchoa
 
Integrar ou incluir: desafios para o ensino de Física
Integrar ou incluir: desafios para  o ensino de FísicaIntegrar ou incluir: desafios para  o ensino de Física
Integrar ou incluir: desafios para o ensino de FísicaBIF UFF
 
Autonomia e flexibilidade curricular
Autonomia e flexibilidade curricularAutonomia e flexibilidade curricular
Autonomia e flexibilidade curricularjosematiasalves
 
Desenvolvendo Competências Para O Atendimento àS Necessidades Educacionais De...
Desenvolvendo Competências Para O Atendimento àS Necessidades Educacionais De...Desenvolvendo Competências Para O Atendimento àS Necessidades Educacionais De...
Desenvolvendo Competências Para O Atendimento àS Necessidades Educacionais De...asustecnologia
 
Desenvolvendocompetnciasparaoatendimentosnecessidadeseducacionaisdealunossurd...
Desenvolvendocompetnciasparaoatendimentosnecessidadeseducacionaisdealunossurd...Desenvolvendocompetnciasparaoatendimentosnecessidadeseducacionaisdealunossurd...
Desenvolvendocompetnciasparaoatendimentosnecessidadeseducacionaisdealunossurd...Assis- SP
 
~PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – UFSCAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE ...
~PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – UFSCAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE ...~PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – UFSCAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE ...
~PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – UFSCAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE ...ProfessorPrincipiante
 

Semelhante a Ensino de coordenadas cartesianas para alunos cegos (20)

Artigo ed esp prot.
Artigo ed esp prot.Artigo ed esp prot.
Artigo ed esp prot.
 
Artigo ed esp prot.
Artigo ed esp prot.Artigo ed esp prot.
Artigo ed esp prot.
 
Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágio
 
AULA 04 - DUA (Desenho Universal da Aprendizagem)
AULA 04 - DUA (Desenho Universal da Aprendizagem)AULA 04 - DUA (Desenho Universal da Aprendizagem)
AULA 04 - DUA (Desenho Universal da Aprendizagem)
 
Profª Graça:PNAIC-4º ENCONTRO-EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Profª Graça:PNAIC-4º ENCONTRO-EDUCAÇÃO INCLUSIVAProfª Graça:PNAIC-4º ENCONTRO-EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Profª Graça:PNAIC-4º ENCONTRO-EDUCAÇÃO INCLUSIVA
 
Teofanis eja
Teofanis ejaTeofanis eja
Teofanis eja
 
Projeto estágio séries iniciais set-2014
Projeto estágio séries iniciais  set-2014Projeto estágio séries iniciais  set-2014
Projeto estágio séries iniciais set-2014
 
Publ alunos cegos
Publ alunos cegosPubl alunos cegos
Publ alunos cegos
 
Orientaã§ãµes curriculares para alunos cegos
Orientaã§ãµes curriculares para alunos cegosOrientaã§ãµes curriculares para alunos cegos
Orientaã§ãµes curriculares para alunos cegos
 
Cartilhainclusao
CartilhainclusaoCartilhainclusao
Cartilhainclusao
 
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati Pereira
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati PereiraRestinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati Pereira
Restinga Sêca - Maria Nelcinda Forrati Pereira
 
O Designer Instrucional Como Um Lapidário: Da Lapidação Do Conteúdo Bruto À T...
O Designer Instrucional Como Um Lapidário: Da Lapidação Do Conteúdo Bruto À T...O Designer Instrucional Como Um Lapidário: Da Lapidação Do Conteúdo Bruto À T...
O Designer Instrucional Como Um Lapidário: Da Lapidação Do Conteúdo Bruto À T...
 
Orientações curriculares do estado do acre ensino fundamental.
Orientações curriculares do estado do acre   ensino fundamental.Orientações curriculares do estado do acre   ensino fundamental.
Orientações curriculares do estado do acre ensino fundamental.
 
FUNIBER. Sônia Regina Sena de Souza - A formação de professores de educação e...
FUNIBER. Sônia Regina Sena de Souza - A formação de professores de educação e...FUNIBER. Sônia Regina Sena de Souza - A formação de professores de educação e...
FUNIBER. Sônia Regina Sena de Souza - A formação de professores de educação e...
 
Integrar ou incluir: desafios para o ensino de Física
Integrar ou incluir: desafios para  o ensino de FísicaIntegrar ou incluir: desafios para  o ensino de Física
Integrar ou incluir: desafios para o ensino de Física
 
Aula do dia 03 de outubro
Aula do dia 03 de outubroAula do dia 03 de outubro
Aula do dia 03 de outubro
 
Autonomia e flexibilidade curricular
Autonomia e flexibilidade curricularAutonomia e flexibilidade curricular
Autonomia e flexibilidade curricular
 
Desenvolvendo Competências Para O Atendimento àS Necessidades Educacionais De...
Desenvolvendo Competências Para O Atendimento àS Necessidades Educacionais De...Desenvolvendo Competências Para O Atendimento àS Necessidades Educacionais De...
Desenvolvendo Competências Para O Atendimento àS Necessidades Educacionais De...
 
Desenvolvendocompetnciasparaoatendimentosnecessidadeseducacionaisdealunossurd...
Desenvolvendocompetnciasparaoatendimentosnecessidadeseducacionaisdealunossurd...Desenvolvendocompetnciasparaoatendimentosnecessidadeseducacionaisdealunossurd...
Desenvolvendocompetnciasparaoatendimentosnecessidadeseducacionaisdealunossurd...
 
~PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – UFSCAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE ...
~PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – UFSCAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE ...~PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – UFSCAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE ...
~PROGRAMA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – UFSCAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE ...
 

Mais de Ailton Barcelos

Palestra casa do caminho
Palestra casa do caminhoPalestra casa do caminho
Palestra casa do caminhoAilton Barcelos
 
2008 volpato - dicas para redação
2008   volpato - dicas para redação2008   volpato - dicas para redação
2008 volpato - dicas para redaçãoAilton Barcelos
 
Sensibilização de pessoas
Sensibilização de pessoasSensibilização de pessoas
Sensibilização de pessoasAilton Barcelos
 
Meios de acesso à literatura para pessoas cegas
Meios de acesso à literatura para pessoas cegasMeios de acesso à literatura para pessoas cegas
Meios de acesso à literatura para pessoas cegasAilton Barcelos
 
Levantamento repertório em adolescentes - dv
Levantamento   repertório em adolescentes -  dvLevantamento   repertório em adolescentes -  dv
Levantamento repertório em adolescentes - dvAilton Barcelos
 
Mapa conceitual lorenzato
Mapa conceitual lorenzatoMapa conceitual lorenzato
Mapa conceitual lorenzatoAilton Barcelos
 
Trabalhos produzidos sobre dv no brasil
Trabalhos produzidos sobre dv no brasilTrabalhos produzidos sobre dv no brasil
Trabalhos produzidos sobre dv no brasilAilton Barcelos
 
Trabalhos produzidos sobre dv no brasil
Trabalhos produzidos sobre dv no brasilTrabalhos produzidos sobre dv no brasil
Trabalhos produzidos sobre dv no brasilAilton Barcelos
 

Mais de Ailton Barcelos (20)

Palestra casa do caminho
Palestra casa do caminhoPalestra casa do caminho
Palestra casa do caminho
 
2008 volpato - dicas para redação
2008   volpato - dicas para redação2008   volpato - dicas para redação
2008 volpato - dicas para redação
 
Ailton painel cbmee
Ailton painel cbmeeAilton painel cbmee
Ailton painel cbmee
 
Sensibilização de pessoas
Sensibilização de pessoasSensibilização de pessoas
Sensibilização de pessoas
 
Meios de acesso à literatura para pessoas cegas
Meios de acesso à literatura para pessoas cegasMeios de acesso à literatura para pessoas cegas
Meios de acesso à literatura para pessoas cegas
 
Levantamento repertório em adolescentes - dv
Levantamento   repertório em adolescentes -  dvLevantamento   repertório em adolescentes -  dv
Levantamento repertório em adolescentes - dv
 
Mapa conceitual lorenzato
Mapa conceitual lorenzatoMapa conceitual lorenzato
Mapa conceitual lorenzato
 
Trabalho trigonometria
Trabalho trigonometriaTrabalho trigonometria
Trabalho trigonometria
 
Trabalho final pem
Trabalho final pemTrabalho final pem
Trabalho final pem
 
Multicultuiralismo
MulticultuiralismoMulticultuiralismo
Multicultuiralismo
 
Relatorio final puic
Relatorio final puicRelatorio final puic
Relatorio final puic
 
Tcc final ailton
Tcc final ailtonTcc final ailton
Tcc final ailton
 
Seminario dv
Seminario dvSeminario dv
Seminario dv
 
Cap. 2
Cap. 2Cap. 2
Cap. 2
 
Trabalhos produzidos sobre dv no brasil
Trabalhos produzidos sobre dv no brasilTrabalhos produzidos sobre dv no brasil
Trabalhos produzidos sobre dv no brasil
 
Trabalhos produzidos sobre dv no brasil
Trabalhos produzidos sobre dv no brasilTrabalhos produzidos sobre dv no brasil
Trabalhos produzidos sobre dv no brasil
 
Semana ed. 2010
Semana ed. 2010Semana ed. 2010
Semana ed. 2010
 
Semana ed. 2009
Semana ed. 2009Semana ed. 2009
Semana ed. 2009
 
Semana ed. 2008
Semana ed. 2008Semana ed. 2008
Semana ed. 2008
 
Artigo aprovado-ebrapem
Artigo aprovado-ebrapemArtigo aprovado-ebrapem
Artigo aprovado-ebrapem
 

Ensino de coordenadas cartesianas para alunos cegos

  • 1. 968 ATIVIDADE INTEGRADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: UMA EXPERIÊNCIA COM O ENSINO DE PLANO CARTESIANO PARA ALUNOS COM CEGUEIRA TOTAL SIMULADA Ailton Barcelos da Costa – UFSCar - GRADUAÇÃO - SP Fernanda Scabio Gonçalves – UFSCar - GRADUAÇÃO - SP Vanessa Cristina Angelotti – UFSCar - GRADUAÇÃO – SP Sabrina Gomes Cozendey – UFSCar - PPGEEs - SP (PROESP/CAPES) Eixo Temático: Deficiência visual Categoria: Comunicação RESUMO: O presente trabalho surgiu durante uma disciplina oferecida na UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, denominada “ACIEPE: APRENDER A ENSINAR DEFICIENTES VISUAIS”. A pesquisa consistiu em uma aula expositiva apresentada a alunos com cegueira total simulada, isto é, alunos com visão normal totalmente vendados. A aula teve como objetivo trabalhar a localização no plano cartesiano, através de um material didático desenvolvido pelo grupo. Para tal desenvolvimento, foi necessário uma breve discussão a respeito dos sentidos remanescentes de pessoas com deficiência visual. O recurso didático utilizado foi uma adaptação do jogo conhecido como Batalha Naval. Durante a aula expositiva o material desenvolvido foi utilizado como recurso ao ensino do conceito de plano cartesiano. Ao final da experiência foi possível perceber que foram alcançados os objetivos propostos e que o processo de ensino-aprendizado foi satisfatório. PALAVRAS-CHAVE: 1. MATEMÁTICA INCLUSIVA; 2. FORMAÇÃO CONTINUADA; 3. DEFICIENTES VISUAIS.
  • 2. 969 1. INTRODUÇÃO 1.1 DEFINIÇÕES Esta pesquisa surgiu durante uma disciplina oferecida na UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCar), denominada “ACIEPE: APRENDER A ENSINAR DEFICIENTES VISUAIS”. Uma ACIEPE é uma Atividade Curricular de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão, de acordo com UFSCar (2010a), ACIEPE é uma experiência educativa, cultural e científica que, articulando o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, envolve professores, técnicos e alunos da UFSCar, procurando viabilizar e estimular o seu relacionamento com diferentes segmentos da sociedade. Dessa forma, de acordo com a UFSCar (2010a), Pesquisa e extensão constituem-se em uma forma de diálogo com segmentos sociais para construir e reconstruir conhecimento sobre a realidade, de forma compartilhada, visando à descoberta e experimentação de alternativas de solução e encaminhamento de problemas. Como ensino, constitui-se na possibilidade de reconhecimento de outros espaços, para além das salas de aula e laboratórios, como locais privilegiados de aprendizagem significativa. Já seus objetivos, segundo UFSCar (2010a), dentre outros, e de uma forma geral, estão: Promover meios de conhecimento de realidades específicas, elaborando, cooperativamente, levantamentos, pesquisas de campo, diagnósticos, projetos e colaborando no encaminhamento de soluções de problemas. Desenvolver atividades pedagógicas de intercâmbio de conhecimentos entre a universidade e a população: ministrar cursos, fazer ou promover conferências, palestras, ciclos de estudos, debates, oficinas, seminários, exposições etc. Sendo assim, pode-se dizer que a ACIEPE: APRENDER A ENSINAR DEFICIENTES VISUAIS, segundo a (UFSCar, 2010b) teve os seguintes objetivos: Contribuir com a formação de alunos de graduação dos cursos de licenciatura da UFSCar e com professores da rede pública estadual e municipal, com relação à descoberta de formas e estratégias de ensino voltadas aos deficientes visuais. Estabelecer, objetivos voltados ao currículo da Secretaria de Estado da Educação: dinamizar formas de aprendizagem de todas as disciplinas do currículo, ao longo da escolaridade básica.
  • 3. 970 • Buscar formas de promoção da competência leitora e escritora dos deficientes visuais em todas as séries e disciplinas. • Ampliar formas de os professores desenvolverem a competência leitora e escritora nos alunos. Neste contexto, percebemos a ACIEPE em questão como um meio de Formação Continuada para alunos recém-formados e também para professores que trabalham na rede pública de São Carlos. Dessa forma, é preciso fazer algumas considerações a respeito da Formação Continuada de Professores, que segundo FERREIRA (2005), visa a melhoria do desenvolvimento profissional, trazendo contribuições para uma mudança de atitude do docente frente ao conhecimento e à ação de educar, ou seja, segundo BERNARDO (s/d), no que diz respeito à literatura educacional, parece haver consenso em torno da ideia de que nenhuma formação inicial, mesmo a oferecida em nível superior, é suficiente para o desenvolvimento profissional. Ainda segundo BERNARDO (s/d), pode-se dizer que na perspectiva dos estudos sobre a Formação Continuada é necessário não somente tentar minimizar as lacunas da formação inicial. Nesse sentido, a ACIEPE pode ser vista como um espaço em que se atualizam e se desenvolvem saberes e conhecimentos, onde docentes e alunos da Universidade bem como com professores da rede pública de São Carlos, realizando trocas de experiências. Depois de definidos o que é uma ACIEPE e seus objetivos gerais, bem como tomarmos os objetivos gerais da disciplina citada acima, e sobre alguns aspectos da Formação Continuada, passamos a dizer que, entre as atividades obrigatórias definidas no inicio da ACIEPE, foi acordado que alunos e professores formariam grupos e ministrariam uma aula simulada para os colegas de classe. Nesta aula os alunos estariam em situação de cegueira total, estando vendados. O objetivo desta atividade era simular uma aula em uma classe com alunos deficientes visuais. Dessa forma, o grupo que desenvolveu a atividade aqui descrita era formado por duas licenciandas e um licenciado do curso de Matemática da UFSCar, e uma professora do ensino fundamental da rede municipal de São
  • 4. 971 Carlos-SP. O grupo escolheu ministrar uma aula que pudesse explicar o conceito de Coordenadas Cartesianas e Quadrantes. 1.2 REFERENCIAL TEÓRICO Primeiramente serão organizadas algumas considerações sobre a inclusão de alunos deficientes na escola regular, ou seja, segundo CEOLIN et al., (2009), as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica entende que por educação especial como um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais. Já MANTOAN (2005) nos diz que a inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. Dessa forma, concordamos com VENTORINI & FREITAS (2002) que vem nos dizer que o principio fundamental que rege as escolas integradoras, é o fato de que todas as crianças devem aprender juntas, independente de suas dificuldades e diferenças, proporcionando condições para participação ativa nas atividades escolares. De acordo com MACHADO (2003), a criança deficiente visual cresce e se desenvolve de forma semelhante àquelas que enxergam devido ao crescimento ser sequencial e as etapas poderem ser identificadas. Porém, apresenta diferenças, onde cada criança se desenvolve de acordo com seu ritmo e potencialidades, apesar da limitação visual. Ainda assim, as semelhanças entre todas as crianças são maiores do que as diferenças. Considerando toda discussão anterior, pode-se perceber claramente que o ritmo de aprendizado dos alunos com deficiências visuais é o mesmo dos demais, contudo MACHADO (2003) diz que a falta de estímulos a estes alunos faz com que eles apresentem um processo de desenvolvimento mais lento. Dessa forma, ao tratarmos da Educação Inclusiva na Matemática, CEOLIN et al. (2009) nos mostra que este vem sendo um desafio para os professores em formação inicial e continuada, da Educação Básica à Superior, pois quando pensamos em trabalhar números, cálculos e até mesmo conceitos matemáticos, logo vem a seguinte questão, e se na sala, tiver algum aluno com deficiência, o que posso fazer para trabalhar com esse estudante sem excluí-
  • 5. 972 lo? Algumas pesquisas já estão sendo realizadas considerando esta área do saber, como, GESSINGER (2006), que mostra relatos de professores de Matemática que tiveram em suas classes ditas comuns, alunos com necessidades educacionais especiais, a busca pela compreender a atuação docente na perspectiva da inclusão, verificando quais práticas estão sendo realizadas pelos diferentes professores, de modo a favorecer a construção de conhecimentos matemáticos por esses alunos com necessidades especiais inseridos no processo de inclusão. 2. OBJETIVO Trabalhar o conceito de localização no plano cartesiano, junto a estudantes com cegueira total induzida por uma venda. 3. MÉTODO 3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA Quanto à metodologia da pesquisa, esta consistiu em uma aula expositiva e dialogada. Contudo, essa aula apresentou aos estudantes um experimento desenvolvido pelo grupo que buscava ensinar o conceito de plano cartesiano. Desta forma, a aula foi também experimental, no sentido em que testou a utilização de um recurso educacional. Considerando a aula como sendo experimental, BENEDETTI (2003, p. 79) discuti diversos detalhes em nível de procedimentos para realização de um experimento de ensino (ou atividade de ensino), e expressa uma série de passos que têm sido utilizados na sua análise: 1. Ouvir os áudios durante os experimentos de ensino, observando os alunos e o meu desempenho como pesquisador; 2. Encerrados os EE [experimentos de ensino], desenvolver a transcrição; 3. Construção de episódios, interligando algumas cenas e descartando outras; 4. Estudo intensivo dos episódios, articulando suas cenas a temas constantes na revisão de literatura e no referencial teórico. (BENEDETTI, 2003, p. 79) Considerando essas questões BORBA (2004) apud COSTA (2010) diz que devemos não apenas analisar ou desenvolver um experimento de ensino,
  • 6. 973 mas também suas limitações e suas possibilidades. Em outras palavras, deve- se prestar atenção que os alunos que participam desta modalidade de pesquisa estão fora da sala de aula, fora do contexto da avaliação que cerca a sala de aula usual, e este fator tem que ser considerado ao analisar as potencialidades da proposta. 3.2 METODOLOGIA DE SALA DE AULA Ao escolher uma metodologia para o ensino de deficientes visuais, consideramos BARBOSA (2003, p. 19), que discorre: Buscar os recursos mais adequados para trabalhar com alunos portadores de deficiência visual é tarefa que exige do professor enxergar além da deficiência, lembrando que há peculiaridades no desenvolvimento de todas as crianças, tendo elas deficiência ou não. A criatividade foi e continua sendo um elemento indispensável para o homem superar problemas e desafios gerados pelo seu ambiente físico e social. Dessa forma, optou-se por trabalhar com uma metodologia de jogos, por favorecer o trabalho com a diversidade. FIORENTINI & MIORIM (1990) afirmam que, antes de o professor optar por um jogo, deve refletir sobre a proposta político-pedagógica, sobre o papel histórico da escola e sobre o tipo de aluno que quer formar. Segundo FIORENTINI & MIORIM (1990), o professor não pode subjugar sua metodologia de ensino a algum tipo de material porque ele é atraente ou lúdico, isto é, nenhum material é válido por si só. A simples introdução de jogos ou atividades no ensino da Matemática não garante uma melhor aprendizagem desta disciplina, muito menos um 'aprender' que se esvazia em brincadeiras, mas um aprender significativo do qual o aluno participe raciocinando, compreendendo, reelaborando o saber historicamente produzido. Por se tratar de ensino de geometria, consideramos FAINGUELERNT (1999), que nos diz que a geometria exige uma maneira específica de raciocinar, uma maneira de explorar e descobrir, ou seja, a manipulação de objetos é uma etapa que antecede o pensamento abstrato, importante para o desenvolvimento da percepção espacial. 4. DESENVOLVIMENTO
  • 7. 974 4.1 PRÉVIAS DA DISCUSSÃO Ao propormos o tema ‘Coordenadas Cartesianas e Quadrantes’, vimos o público alvo como uma turma do 7º ano do Ensino Fundamental, com o objetivo especifico de trabalhar localização no plano cartesiano, utilizando coordenadas, porém antes de definirmos o material didático é necessário ater- nos à uma breve discussão a respeito dos sentidos remanescentes. De acordo com SILVA (2008), o deficiente visual obtém informações do ambiente através dos sentidos remanescentes como a audição, paladar, olfato e tato, onde o tato é a principal via de acesso ao conhecimento. 4.2 CONFECÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO Tendo como ponto de partida as discussões suscitadas acima, um dos componentes do grupo conhecendo o jogo Batalha Naval, em forma de tabuleiro, sugeriu a adaptação deste para ser utilizado na introdução do conceito localização de coordenadas cartesianas. Porém, antes de descrevermos a produção do material didático em si, é importante ressaltar o que nos dizem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (MEC/SEESP, 2005), que na seleção, adaptação ou elaboração de recursos didáticos, o professor deve obedecer alguns critérios, garantindo a validade na utilização dos mesmos, tanto para alunos cegos quanto para alunos de visão subnormal. Os critérios, de acordo com (MEC/SEESP, 2005) apud por SILVA (2008), são: Tamanho, Significação tátil, Aceitação, Estimulação visual, Fidelidade, Facilidade de manuseio, Resistência e Segurança. Assim, seguindo estas recomendações para a confecção do material didático utilizamos para a produção deste os seguintes materiais: EVA, isopor, alfinetes, barbante, lixa fina, lixa grossa, bolinhas de gude, cola quente, estilete, régua, tesoura, martelo e furador, como segue na imagem 1, a seguir:
  • 8. 975 IMAGEM 1: MATERIAIS UTILIZADOS Partimos do principio que tínhamos 24 alunos matriculados na disciplina e que poderiam participar de nossa aula simulada e, portanto, precisávamos preparar material didático para todos estes alunos. Outra definição importante foi o tamanho do tabuleiro, ou jogo didático. Optou-se por trabalhar com um quadrado de lado 20 cm, que mostrou-se adequado após a elaboração de um protótipo e teste. O próximo passo para confecção do material didático foi cortar 24 quadrados de EVA e de isopor, e com uma régua desenharmos as retas do plano cartesiano no EVA e graduarem-se as retas definindo uma escala de 2 cm da régua para 1 na graduação no EVA, e só depois colarem-se com cola quente o barbante, simulando assim as retas do plano cartesiano em alto- relevo. Depois, em cada ponto das coordenadas X e Y, furamos com marcador e martelo cada coordenada dos 24 tabuleiros, como pode ser observado na imagem 2, a seguir: IMAGEM 2: FURANDO O EVA.
  • 9. 976 Após cortar os quadrados de lado 20 cm de isopor, colou-se o EVA com cola quente. Em seguida, se colocou alfinetes marcados de diversas cores em cada ponto da graduação do plano cartesiano, em cima do barbante já fixado, dando assim, um alto-relevo ao plano cartesiano, como ilustra a imagem 3: IMAGEM 3: FIXANDO O BARBANTE E O ALFINETE Por fim, definimos a necessidade de colar-se um pequeno retângulo de lixa na parte de cima e à direita, com texturas diferentes, para que o deficiente visual possa dessa forma definir com facilidade o que é a reta do X e a do Y, e depois cada um dos quadrantes, usando sempre estas texturas com pontos de referência. A imagem 4, mostra o material didático pronto. IMAGEM 4: MATERIAL DIDÁTICO PRONTO NO INICIO DA AULA 4.3 A AULA A partir da definição do tema e da turma, definimos como objetivos desta aula trabalhar localização no plano cartesiano, utilizando coordenadas.
  • 10. 977 Logo ao iniciar a aula, foi solicitado aos alunos que formassem duplas e distribuídas vendas para todos, para que se vendassem, simulando cegueira total. Só depois foram distribuídos os materiais didáticos para que fosse feito o reconhecimento e o manuseio do material a ser utilizado na aula. Vale ressaltar que a turma contava também com uma aluna com baixa visão. Iniciada a aula, foi descrita a existência de pré-requisitos que os alunos já deveriam trazer, ou seja, a ideia de plano, reta, ângulo reto, números inteiros, e números reais. O grupo que ministrou a aula era formado por quatro professores (as). Uma delas ficou responsável pela condução da atividade, enquanto que os outros ficaram no suporte monitorial. Então, disse a professora para a turma: Se vocês manipularem bem as bordas desse material, vão perceber que existe uma lixa na ponta do quadrado. Vocês vão definir como a parte superior, e do direito vão sentir um pedacinho de camurça, um material liso. Todo mundo achou? Vocês vão ter a lixa em cima, o liso do lado direito. Essa é a orientação que vamos manter até o final da atividade... Logo que receberam o material para manuseio, podemos ressaltar um importante dado no que diz que respeito à mudança de atitude dos alunos entre a explicação oral e a fase do manuseio do material didático. De ouvintes passivos passam a participativos e curiosos, tocando e conhecendo os objetos. A imagem 5, a seguir, mostra o reconhecimento tátil realizado pelos alunos. IMAGEM 5: RECONHECIMENTO TÁTIL De acordo com GRIFIN & GEBER (1996), as fases do desenvolvimento tátil são adquiridas e construídas de forma sistemática. A consciência da
  • 11. 978 qualidade tátil, mencionada por este mesmo autor, está direcionada para as texturas, temperatura, contorno, tamanho e peso. Isto foi observado, durante a aprendizagem dos alunos, assim, constatamos a importância de utilizar diferentes texturas para facilitar a identificação das estruturas de um objeto. Continuando a descrição da aula, foi feita a apresentação das retas do plano cartesiano. Os estudantes, conforme planejamento prévio, tiveram tempo para perceber o tabuleiro e verificar se haviam entendido os conceitos. Dessa forma, o que não foi compreendido poderia ser esclarecido. A professora continuou explicando a atividade: Vocês sentiram as retas? São de barbante e representam os eixos cartesianos. A reta vertical é chamada de eixo das ordenadas. E uma reta, onde tema alguns valores... é representa uma reta real. Aqui só colocamos os inteiros positivos, ou Naturais, 1,2,3,4, etc... e são representados na tabuleiro por pontinhos em relevo, graduando o plano. Onde essas duas retas se encontram, vocês conseguem sentir? Chamamos de origem do plano cartesiano, ou seja, é o zero da reta vertical e o zero da reta horizontal. A reta horizontal é que a gente chama de eixo das abcissas. Agora a gente vai entender onde vai estar o lado positivo e o negativo de cada uma dessas retas. A gente não marcou para cima a lixa? Então, para cima, a partir da origem, no sentido da lixa, vai aumentando, ou seja, 1, 2, 3, 4. Para baixo da origem, ainda na reta vertical, os números são negativos, ou seja, -1, -2, -3, -4. A mesma coisa a gente tem na reta horizontal... A partir deste momento, a professora passou a descrever o material, bem devagar, enquanto os outros professores verificavam a percepção e aprendizado dos alunos, com enfoque na percepção tátil, conforme GRIFIN & GEBER (1996). Também notamos que os alunos não ficaram passivos, e sim sujeitos ativos na sua aprendizagem. Em seguida, foram distribuídas aos alunos três bolinhas de vidro num copo, o que fez com que os alunos começaram a fazer barulho e baterem as bolinhas nas mesas. Porém, o fato de existirem 20 alunos para quatro professores, fez com que a situação fosse controlada. Pode-se dizer, a partir desta situação, que se a aula estivesse ocorrendo em uma turma regular e somente uma professora fosse responsável por essa
  • 12. 979 turma, este fato poderia ser um indício da dificuldade de se manter o controle disciplinar da turma. O passo seguinte da aula foi aprender a localizar-se no plano cartesiano. A estratégia utilizada nesta etapa foi valorizar o conhecimento prévio do aluno, como se pode perceber nas seguintes falas da professora: Agora a gente vai aprender a se localizar no plano. Vocês concordam comigo que os pontos o plano são as coordenadas. Vocês para acharem cada buraquinho, precisamos de duas informações? Imagina agora que vocês pediram quando pedimos informação para chegar a alguma lugar e a pessoa fala para andar 2 e virar 3 é a mesma coisa que andar 3 e virar 2? Não... Então, a ordem é importante aqui. O que definimos matematicamente uma coordenada, o primeiro valor está na reta horizontal e o segundo na reta vertical. Por exemplo: encontre o ponto (-3, 2). O menos três está em qual reta? Primeiro encontra a origem, vai na reta horizontal, para a esquerda e conta três. Agora na reta vertical, para cima e conta dois... Em seguida, passamos à atividade prática do jogo propriamente dito. Neste momento, o material, como já descrito, tenta simular o conhecido jogo de batalha naval, como descreve a professora: Vocês conhecem o jogo batalha naval? Então, a gente fez uma adaptação. Agora cada uma vai distribuir as bolinhas no plano, como quiserem, sem contar para o colega. Agora, cada bolinha representa um navio e plano o mar. O objetivo do jogo é dar as coordenadas corretas para atingir a bolinha, que é o navio. Quem eliminar três bolinhas, é o vencedor. Agora é o seguinte: definam quem comece e tem que dar a localização em coordenadas cartesianas. Ao final da aula, foi possível notar o aprendizado, avaliado através de uma atividade prática, onde foram estabelecidos todos os cuidados referidos a uma metodologia de jogo aplicada na sala de aula, já descrita na metodologia. Também notamos a introdução à abstração matemática, pois saindo do concreto os alunos começavam a ter noção de coordenadas cartesianas na forma (x, y).
  • 13. 980 4.4 ANÁLISES E RESULTADOS DA CONFECÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO Após o final da aula, foram feitas algumas discussões referentes ao material didático confeccionado. Dessa forma, avaliamos que a maior dificuldade foi na preparação em si do material didático, como furar o EVA. Já quanto à utilização deste, foi levantada a questão de que no cruzamento das retas, representadas por barbantes, houve dificuldades de sua localização, devido à homogeneidade tátil dos pontos, representados pelos alfinetes em alto-relevo. Foi sugerido que nesse ponto central do plano cartesiano tivesse um diferencial, como um alfinete com relevo mais auto para a diferenciação em si em relação a outros pontos. Mesmo assim, quanto a esse aspecto, o material foi bem aceito, possibilitando boa identificação tátil. Outro ponto discutido foi quanto à baixa profundidade dos pontos de encontro das coordenadas representadas por furos no EVA, ao qual estava colada no isopor. Foi sugerida, e bem aceita a sugestão para que tal profundidade fosse aumentada, o que poderia ser resolvido simplesmente apertando a bolinha contra o isopor, provocando uma pequena concavidade, o que faria a bolinha ser retida com maior facilidade sobre o tabuleiro. Por fim, a pesar de não haver menção específica quanto à dificuldade ou não da aluna com baixa visão no uso do material, mas ao relermos as recomendações de (MEC/SEESP, 2005) apud SILVA (2008), fica claro o cuidado nem sempre respeitado de cores contrastantes para maior facilidade de identificação do material. Também vale ressaltar que o material utilizado durante a aula foi doado para instituições responsáveis pela inclusão de deficientes visuais em São Carlos, bem como para o NÚCLEO INCLUIR DA UFSCar e para o laboratório de ensino do curso de graduação de Educação Especial. No mais, o material foi bem aceito, o que possibilitou um aprendizado satisfatório. 5. CONCLUSÕES
  • 14. 981 Retomando nosso objetivo inicial, dissemos que tínhamos a intenção de trabalhar a localização no plano cartesiano para alunos com cegueira total simulada, através de material didático confeccionado por nós. Concluímos, primeiramente, que ao final da aula simulada que o material foi bem aceito e possibilitou a aprendizagem dos alunos, sendo bem recebido por estes e pelos coordenadores da disciplina “ACIEPE: APRENDER A ENSINAR DEFICIENTES VISUAIS”, além de atender de forma satisfatória as recomendações do (MEC /SEESP, 2005). Quanto à aula em si, notamos o processo de ensino aprendizado satisfatório, até porque notamos que ao final das atividades os alunos conseguiram localizar qualquer ponto, utilizando-se para isso uma metodologia de jogo. Assim, concluímos que foram satisfeitos os objetivos iniciais propostos. REFERÊNCIAS BARBOSA, P. M. O estudo da Geometria. IBC: Rio de Janeiro, 2003. BENEDETTI, F. Funções, Software Gráfico e Coletivos Pensantes. Dissertação de Mestrado. UNESP: Rio Claro, 2003. BERNARDO, E. S. Um Olhar Sobre a Formação Continuada de Professores em Escolas Organizadas no Regime de Ensino em Ciclo(s), s/d. Disponível em: <http://www.unemat-net.br/prof/foto _p_downloads/fot_1356bernado_-foumau_continuada_-_escola_ciclos_pdf> Consultado em: 29/07/2010. BORBA, M. Pesquisa qualitativa em educação matemática. In: 27ª Reunião Anual da Anped. Caxambu, 2004. CEOLIN, T.; MACHADO, A. R.; NEHRING, C. M. O Ensino de Matemática e a Educação Inclusiva – uma possibilidade de trabalho com alunos deficientes visuais. X Encontro Gaúcho de Educação Matemática - Comunicação Científica, Ijuí/RS, 2009.
  • 15. 982 COSTA, A. B. A construção do conceito de seqüências na perspectiva lógico-histórica. Revista Iberoamericana de Educación Matemática, N° 21, p. 133-157, Marzo de 2010. FAINGUELERNT, E. K. Educação Matemática: Representação e Construção em Geometria. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. FERREIRA, E. S. QUANDO A ATIVIDADE DE ENSINO DÁ AO CONCEITO MATEMÁTICO A QUALIDADE DE EDUCAR. Dissertação de Mestrado. Campinas: UNICAMP, 2005. FIORENTINI, Dario; MIORIM, Maria Ângela. Uma reflexão sobre o uso dos materiais concretos e jogos no ensino da matemática. In: Boletim SBEM- SP, 4(7): 5-10, 1990. GESSINGER, Rosana Maria. Alunos em situação de deficiência nas classes comuns do ensino regular: relatos de professores de Matemática. In: IX Encontro Gaúcho de Educação Matemática. Anais CCET-Virtual. Florianópolis, 2006. GRINFIN, C. H.; GERBER, J. P. Desenvolvimento Tátil e suas implicações na Educação de crianças cegas. Revista Benjamin Constant, nº 5, 1996. MACHADO, E. V.; et al. Orientação e Mobilidade: Conhecimentos básicos para a inclusão do deficiente. MEC, SEESP: Brasília, 2003. MANTOAN, M. T. E. Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças. In: Fala Mestre! Meire Cavalcante. Edição, 182, Mai/2005. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0182/aberto/mt_67180.shtml> Consultado em: 22/08/2008.
  • 16. 983 MEC/SEESP. Parâmetros Curriculares Nacionais e Adaptação Curriculares, Brasília, 2005. Disponível em: <www.mec.gov.br> Consultado em: 20/06/2010. SILVA, T. A. R. DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE VERMINOSES PARA DEFICIENTES VISUAIS. Monografia não publicada. Campos dos Goytacazes/RJ, 2008. UFSCar (a). PLANO DE ENSINO: “ACIEPE: APRENDER A ENSINAR DEFICIENTES VISUAIS”. Disponível em: <http://www.ufscar.br/aciepe/index.php> Consultado em: 18/06/2010. UFSCar (b). O QUE É ACIEPE? Disponível em: <http://www.ufscar.br/aciepe/index.php> Consultado em: 18/06/2010. VENTORINI, S. E.; FREITAS, M. I. C. Cartografia Tátil: elaboração de material didático de geografia para portadores de deficiência visual. I Simpósio Ibero Americano de Cartografia para Criança, CD-ROM. Rio de Janeiro, 2002.