[1] O documento descreve como elaborar perguntas clínicas adequadas usando a técnica PICO, que inclui Paciente, Intervenção, Comparação e Desfecho. [2] A técnica PICO ajuda a formular perguntas clínicas específicas e direcionadas para encontrar evidências que resolvam problemas clínicos. [3] O documento fornece exemplos de perguntas clínicas formuladas usando PICO em diferentes categorias como diagnóstico, etiologia e tratamento.
Campanha sobrevivendo à sepse 2012 mais atualizado
Exercício ESTRATÉGIA pico
1. COMO ELABORAR UMA PERGUNTA CLÍNICA ADEQUADA?
Prof. MsC. Braz Milanez Disciplina: Enfermagem Baseada em Evidências
Elaboração da pergunta científica é crucial para sucesso de todo o processo. Para elaborá-la
corretamente, utilizamos a técnica chamada PICO, acrônimo que descreve os quatro componentes
fundamentais da pergunta clínica, a saber:
Paciente: é preciso definir adequadamente o paciente ou a situação clínica de interesse. Isso orientará a
buscaporinformações.Quantomaisinformações incluirmos sobre o paciente, isto é, quanto mais precisa a
descrição,maisdirecionadasetornaa pergunta. O temada maioriadasquestõesde MBEé um pacientecom
um dadodiagnóstico.Procurecaracterizá-loomais exatamente possível: diagnóstico, estágio da doença (se
conhecido), idade, gênero, etc. O tema também pode ser um exame diagnóstico ou uma ação clínica.
Intervenção: a qualo pacientesesubmeterá;deve ser semprecolocadadeforma explícita. Intervenção pode
ser um medicamento, um procedimento, um material cirúrgico, um exame diagnóstico etc.
Comparação: em medicina, qualquer intervenção deve ser avaliada em termos comparativos. Não há nada
absoluto, não há tratamentos ou exames bons ou ruins, mas tratamentos e exames melhores, piores ou
iguaisa outros. Portanto, é extremamenteimportantedefiniradequadamente contra qual comparação nossa
intervenção deve mostrar-se melhor.
Outcome(desfechoclínico):quedesfechoclínicoéimportanteparanossocenárioclínico? Na elaboração da
pergunta é preciso definir qual é o resultado de interesse. Sobrevida, qualidade de vida e cura são os
principais e são chamados de desfechos orientados ao paciente. Outros desfechos, como melhora da
pressão arterial, diminuição do volume tumoral, controle do PSA, controle do valor de colesterol etc; são
chamadosdesfechosintermediáriosenem sempretêm relaçãocom desfechosclínicos principais. Em outras
palavras: nem sempre a melhora de um desses parâmetros se traduzirá em benefício ao paciente.
Depois de elaborada a pergunta é preciso classificá-la. As perguntas que mais fazemos podem ser
colocadas em quatro categorias básicas, que são:
Diagnóstico:nessaclasseestãoasperguntasque buscam saberse um teste diagnóstico aumenta a chance
de determinado paciente ter ou não uma patologia previamente escolhida.
Etiologia: aqui estão as perguntas direcionadas para saber a causa de uma doença ou estado clínico.
Prognóstico:nessacategoriaestão as perguntas sobre a evolução de uma doença ou de um estado clínico.
Tratamento:sãoas maisutilizadasno dia a dia e questionam se determinada intervenção é superior a outra.
Exercício:
Elabore perguntas clínicas de acordo com o método PICO. Veja o exemplo:
2. Hora de exercitar:
Adição de interferon e de interleucina ao tratamento com dacarbazina aumenta a sobrevida de
pacientes com melanoma metastático?
O teste ELISA tem melhor valor preditivo positivo que o Wetern-Blot para rastreamento populacional da
AIDS?
A N-acetilcisteína comparada com placebo previne a nefropatia induzida por contraste em pacientes de
alto risco submetidos a procedimento com contraste?
Avaliação da eficácia de um programa de cessação de tabagismo composto de sessões de terapia
congnitivo-comportamental mais vareniclina comparado apenas a estratégia medicamentosa.
Avaliação da eficácia da angioplastia guiada por ultrassonografia intra-coronária versus angioplastia
guiada por angiografia quantitativa na incidência de eventos cardiovasculares maiores.
Avaliação de um programa de intervenção educacional para melhorar a adesão às práticas clínicas
baseadas em evidências em pacientes com doença arterial coronariana.