Euclides da Cunha foi um engenheiro e escritor brasileiro nascido em 1866. Ele se notabilizou por seu livro "Os Sertões", que descreve a Guerra de Canudos e analisa a psicologia e os costumes dos sertanejos nordestinos. Considerada uma obra-prima da literatura brasileira, "Os Sertões" é considerada precursora do movimento modernista e revela o contraste entre o sertão e o litoral brasileiro.
2. QUEM FOI EUCLIDES DA CUNHA?
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha
nasceu no dia 20 de janeiro de 1866, em
Cantagalo (RJ).
Passou sua infância no Rio de Janeiro,
com suas tias, pois era órfão. Após alguns
anos, ingressou na Escola Militar, da qual
foi expulso por suas idéias republicanas
que o levaram a desacatar o Ministro de
Guerra, em 1888.
3. QUEM FOI EUCLIDES DA CUNHA?
Contudo, com a proclamação da
República, o autor voltou à Escola
Superior de Guerra e formou-se em
Engenharia Militar e Ciências
Naturais. Porém, Euclides da Cunha
começou a contestar as decisões
republicanas e resolveu desligar-se
totalmente da carreira militar.
4. QUEM FOI EUCLIDES DA CUNHA?
Era engenheiro, porém seu talento
literário não passava desapercebido, e,
logo recebeu um convite para ser
correspondente do jornal “O Estado de
S.Paulo”, este fato ocorreu durante o
período da Guerra de Canudos.
Posteriormente, escreveu sobre esta
revolta no livro: OS SERTÕES, obra
que atingiu um grande
sucesso. Nesta obra ele faz ainda uma
análise brilhante da psicologia do
sertanejo e de seus costumes.
5. PRÉ-MODERNISMO
O pré-modernismo foi um movimento
literário brasileiro que marca a passagem
entre o simbolismo e o e movimento
modernista.
As duas principais caracteristicas desse
movimento são:
conservadorismo – que cultivavam
os valores naturalistas;
renovação – falavam sobre a
realidade brasileira e as tensões vividas
pela sociedade do período5os dilemas
vivios pela sociedade na época
6. “OS SERTÕES”
Considerada uma das obras-primas da literatura
brasileira, Os Sertões, publicada em 1902, ano de
sua primeira edição, cinco anos após a campanha
de Canudos, cujo trágico desfecho Euclides da
Cunha testemunhou como repórter de O Estado de
São Paulo, apresenta não só um completo relato da
Campanha de Canudos, que foi a luta sangrenta
contra os fanáticos chefiados por Antônio
Conselheiro, os quais ameaçavam a segurança das
cidades e povoações vizinhas, mas apresenta ainda
um admirável estudo da terra e do homem do
sertão nordestino, das condições de vida do
sertanejo, da sua resistência e capacidade, de
acordo com a visão de Euclides da Cunha. Ele foi o
único jornalista que atentou para a valentia dos
jagunços.
Todos os importantes questionamentos e as
grandes formulações sociológicas, antropológicas,
históricas e políticas para compreender o Brasil,
antes e depois da República, tiveram seu embrião
nas páginas de Os Sertões.
7. “OS SERTÕES”
Os Sertões dá início ao que se chama de Pré-
Modernismo na literatura brasileira, revelando, às
vezes com crueldade e certo pessimismo, o
contraste cultural nos dois "Brasis": o do sertão e
o do litoral.
Euclides da Cunha critica o nacionalismo
exacerbado da população litorânea que, não
enxergando a realidade daquela sociedade
mestiça, produzida pelo deserto, agiu às cegas e
ferozmente, cometendo um crime contra si
própria; o que é o grande tema de Os Sertões.
Em tom crítico, também mostra o que séculos de
atraso e miséria, em uma região separada
geográfica e temporalmente do resto do país,
são capazes de produzir: um líder fanático e o
delírio coletivo de uma população conformada.
8. “OS SERTÕES”
A obra revela, às vezes com crueldade e certo
pessimismo, o contraste cultural nos dois
"Brasis": o do sertão e o do litoral. A transição
de valores tradicionais para modernos está na
denúncia que faz da realidade brasileira.
A objetividade científica na abordagem de um
problema leva o autor a buscar termos precisos
e, nesta escolha, sua linguagem torna-se
especializada e, por isso, às vezes difícil, mas
que se justifica pelo objetivo de tornar exata a
comunicação das idéias.
Vejamos um trecho a seguir...
9. “OS SERTÕES”
"O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não
tem o raquitismo exaustivo dos mestiços
neurastênicos do litoral.
A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance
de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica
impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima
das organizações atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-
Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos
fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase
gingante e sinuoso, aparenta a translação de
membros desarticulados. Agrava-o a postura
normalmente abatida, num manifestar de displicência
que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A
pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao
primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se
sofreia o animal para trocar duas palavras com um
conhecido, cai logo sobre um dos estribos,
descansando sobre a espenda da sela. Caminhando,
mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e
firme. Avança celeremente, num bambolear
característico, de que parecem ser o traço
geométrico os meandros das trilhas sertanejas”. (...)”
10. QUEM FOI EUCLIDES DA CUNHA?
Euclides da Cunha foi
assassinado em 1909,
devido a questões
familiares.