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ANDREUTT VASCONCELOS TABOSA
ESTUDO DE CASO – ALCOOLISMO
BRASILIA 2015
SUMÁRIO
1. Introdução............................................................................................. pág. 03
2. Identificação do Paciente...................................................................... pág. 04
3. Histórico de Enfermagem..................................................................... pág. 04
4. Estudo de Diagnóstico.......................................................................... pág. 05
5. Diagnóstico de Enfermagem................................................................. pág. 08
6. Sinais e Sintomas................................................................................. pág. 09
7. Classificação da Dependência Alcoólica.............................................. pág. 10
8. Fatores de Risco................................................................................... pág. 11
9. Dependência do Álcool......................................................................... pág. 11
10.Evolução do Paciente........................................................................... pág. 12
11.Tratamento............................................................................................ pág. 13
12.Psicoterapias........................................................................................ pág. 14
13.Tratamento Farmacológico................................................................... pág. 15
13.1.Tratamento Farmacológico - Dissulfiram......................................... pág. 15
13.2.Tratamento Farmacológico - Naltrexona......................................... pág. 16
13.3.Tratamento Farmacológico - Acamprosato..................................... pág. 17
14.Considerações Finais........................................................................... pág. 18
15.Referências Bibliográficas.................................................................... pág. 19
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 3
INTRODUÇÃO
O álcool é a droga mais consumida em todo o mundo e segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 2 bilhões de pessoas
consomem bebidas alcoólicas e seu uso é um dos principais fatores que degrada
a saúde mundial. Só na América Latina, o álcool tem uma importância gigantesca,
pois, o uso indevido dessa substância representa um índice quatro vezes maior do
que a média mundial, ou seja, enquanto que a média mundial é 4% esse mesmo
índice na America Latina é de 16%. Outros estudos têm demonstrado a ocorrência
significativa de mortes e doenças associadas ao uso indevido de álcool. Relatos
de violência doméstica, lesões corporais e homicídios, assim como outras
situações de conflitos interpessoais, são cada vez mais evidentes em contextos
nos quais o álcool se faz presente.
O governo brasileiro, ciente dessa realidade, iniciou uma política pública
para o álcool e objetivando garantir participação social instalou, por meio do
Conselho Nacional Antidroga (CONAD), a Câmara Especial de Políticas Públicas
sobre o Álcool (CEPPA). A CEPPA surgiu em 2003 pelo Ministério da Saúde, a
partir do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI). Em 2005, o Brasil promoveu 1ª
Conferência Pan-Americana de Políticas Públicas para o Álcool. Com o apoio da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Dessa conferência, surgiu a
Declaração de Brasília de Políticas Públicas sobre o Álcool. Este documento,
aponta que políticas baseadas em evidência sejam implantadas e avaliadas por
todos os países das Américas.
Mais recentemente, um estudo publicado pela OPAS considera o
alcoolismo um dos mais graves problemas que assolam as Américas,
especialmente em razão do elevado número de mortes relacionadas com o álcool
e por ser ele um fator de risco para a alta morbidade na região. A OMS, em 2011,
concluiu que “compete aos países a responsabilidade principal de formular,
aplicar, vigiar e avaliar as políticas públicas para diminuir o consumo de álcool.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 4
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
Paciente: IGOR JOÃO MURAD FLOYD
Iniciais: IJMF
Idade: 35 anos
Data de Nasc: 06/04/1980
Data de Admissão: 25/09/2015
Leito: 13.2 em clínica médica
Sexo: Masculino
Naturalidade: Brasília-DF
Procedência: Residência
Residência: Brasília-DF.
HISTORICO DE ENFERMAGEM
A mãe relata que o Paciente IJMF tem histórico de etilismo e uso de drogas,
fazendo uso somente da cannabis sativa (THC), apresentando transtorno de
comportamento social e domiciliar. A mãe relata também que além do paciente,
tem outro filho que sofre de transtorno mental e que a medicação tem que ser
extremamente cuidadosa por apresentar comportamento agressivo e por essa
razão, seria impossível acompanhar o paciente na internação de clínica médica,
deixando-o aos cuidados da equipe de enfermagem. A mãe apresenta sentimento
de culpa por não poder estar presente junto ao filho, além de fadiga extrema e
estresse visível, sendo também assistida pela assistência social.
Já na internação, o Sr. IJMF apresentou momentos de delirium tremens,
Síndrome de Abstinência Alcoólica (SAA), falta de coordenação motora,
alucinações com verbalizações desconexas. Nos três primeiros dias, ficou sob
contenção nos MMSS por não se encontrar colaborativo aos cuidados de
enfermagem.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 5
ESTUDO DE DIAGNÓSTICO
O álcool é uma droga psicotrópica que tem seu uso admitido e incentivado
pela sociedade. Quanto às suas implicações, o álcool exerce efeito depressor
sobre o sistema nervoso central (SNC), cuja gravidade depende de sua
concentração na corrente sanguínea. Entre os efeitos causados pelo consumo de
bebidas alcoólicas, destacam-se o aumento do risco para problemas sociais, de
trabalho, familiares, físicos e legais, o que o configura problema de saúde pública.
O álcool tem sido apontado como uma das drogas mais consumidas ou,
pelo menos, experimentada no Brasil e é percebida como uma doença crônica que
não tem cura, porém estaciona com a abstinência. A base literária do Grupo de
Alcoólicos Anônimos (AA) vê o alcoolismo como uma “doença progressiva e
incurável”, que pode ser resultado de uma “sensibilidade física ao álcool” e
obsessão mental pela ingestão de bebida, impedindo o alcoólico de parar de
beber. O uso do álcool é socialmente aceito, mantidos por fatores cognitivos, e
indicadores e pela interação do comportamento, incluindo também os fatores
genéticos. O ambiente familiar é visto como parte importante na determinação do
consumo do álcool, estando o alcoolismo consistentemente associado com
negligência, distanciamento emocional, rejeição dos pais.
O consumo de bebidas alcoólicas é tão comum que muitas pessoas não
imaginam que elas são drogas potentes. Além de agente causal de cirrose
hepática, em interação com outros fatores de risco, como, por exemplo, o vírus da
hepatite B, o alcoolismo está relacionado entre 2,0 a 4,0% das mortes por câncer.
Os estudos epidemiológicos têm demonstrado que o tipo de bebida é indiferente,
pois parece ser o etanol, propriamente, o agente agressor. Essa substância
psicoativa tem a capacidade de produzir alteração no SNC, alterando o
comportamento dos indivíduos e por ter efeito prazeroso, induz à repetição.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 6
O etanol, cuja fórmula química é C2H5OH, é um líquido incolor encontrado
em todas as bebidas alcoólicas. Nem todas as pessoas estão igualmente
propensas a se tornar dependentes do álcool. Para que a dependência alcoólica
ocorra, é fundamental que haja vulnerabilidade e suscetibilidade à dependência,
fomentadas por condições biológicas, psicológicas, sociais e ambientais. Da visão
holística da enfermagem, é de suma importância que as enzimas que são
responsáveis por metabolizar ou promoverem a quebra molecular dessa
substância, difere-se de organismo para organismo, o que se considera a
vulnerabilidade biológica. A farmacologia do álcool é um tema particularmente
importante, pois facilita o entendimento dos problemas decorrentes do uso dessa
substância em muitos indivíduos que o consomem. O etanol é uma molécula
simples que se move facilmente através das membranas celulares, equilibrando-
se rapidamente entre o sangue e os tecidos. O nível do álcool no sangue é
expresso em miligramas ou gramas de etanol por decilitro (Ex., 100 mg/dL); um
nível de 0,02 a 0,03, é o resultado da ingestão de duas doses de bebidas
alcoólicas. O organismo metaboliza e excreta em média uma dose por hora.
Além do etanol, são encontrados, nas bebidas alcoólicas, outros produtos
de sua maturação ou fermentação, como metanol, butanol, aldeídos, ésteres,
histaminas, fenóis, ferro, chumbo e cobalto, que são, em grande parte,
responsáveis pela diferenciação de sabor entre os tipos de bebidas.
Como consequência de sua alta solubilidade em água, o etanol cai
rapidamente na corrente sanguínea, de onde é distribuído para a maioria dos
órgãos e sistemas. É absorvido pelas membranas mucosas da boca e do esôfago
(em pequenas quantidades), do estômago e do intestino grosso (em quantidades
moderadas) e pela porção proximal do intestino delgado, local principal de sua
absorção e também onde as vitaminas B são essencialmente absorvidas. A taxa
de absorção é aumentada quando o esvaziamento gástrico está acelerado, como
na ausência de proteínas, gorduras ou carboidratos, que interferem na absorção,
além de outros produtos oriundos da fermentação do álcool.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 7
Cerca de 2 a 10% do etanol (baixas e altas concentrações de álcool no
sangue, respectivamente) é excretado diretamente pelos pulmões, urina ou suor,
mas a maior parte é metabolizada no fígado. A mais importante via de
metabolização, porém, ocorre no citosol das células hepáticas, em que o álcool
desidrogenase (ADH) produz o acetaldeído, que é rapidamente destruído pelo
aldeído desidrogenase (ALDH) no citosol e na mitocôndria do hepatócito. Em altas
doses, a aldeído desidrogenase pode produzir histamina e, por mecanismos
variados, causar diminuição dos níveis pressóricos, náusea e vômitos. A relativa
destruição da ALDH pelo dissulfiram é responsável pela intolerância ao álcool em
indivíduos alcoolistas tratados com esse medicamento. A segunda via de
metabolização ocorre nos microssomos do retículo endoplasmático liso e no
sistema microssomal hepático de oxidação do etanol (MEOS), que é responsável
por aproximadamente 10% da oxidação do etanol quando a concentração de
álcool no sangue está elevada.
Apesar do álcool fornecer calorias (uma dose contém 70 a 100 kcal), essas
calorias são desprovidas de nutrientes. Dessa forma, o álcool pode, interferir na
absorção de vitaminas no intestino delgado, diminuir seu armazenamento no
fígado com efeitos no folato, na piridoxina (B6), tiamina (B1), ácido nicotínico
(niacina, B3) e vitamina A. Alguns organismos metabolizam o álcool melhor que
outros. Além disso, é possível que ocorra algum tipo de alteração no sistema
biológico devido ao consumo frequente e abusivo do álcool ou ao esgotamento do
organismo, fazendo a pessoa que tolerava bem o álcool passe a reagir ao
consumo de forma patológica. É importante considerar, também, a quantidade
consumida diariamente por um período prolongado, sendo que a fronteira de risco
para os homens é aproximadamente 60 g de álcool puro/dia e para as mulheres,
40 g/dia. Isso significa que uma margem segura deve estar abaixo desses
limiares. Todavia, a dependência física, com suas consequências devastadoras,
aparece relativamente tarde, geralmente após 4 a 6 anos de consumo regular para
o adolescente e após 6 a 8 anos para o adulto.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 8
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
• Ansiedade manifestada por agitação, desamparo, irritabilidade e explosões
de raiva, relacionados à ameaça real ou percebida ao autoconceito
secundária a fracasso.
• Autoconceito perturbado caracterizado por comportamento autodestrutivo
relacionado a sentimentos de abandono ou de fracasso.
• Baixa autoestima situacional caracterizada por verbalização auto negativa
relacionada a relacionamentos insatisfatórios.
• Risco para angústia espiritual caracterizado por questionamento do
sofrimento relacionado a separação da pessoa amada.
• Processos familiares disfuncionais: Alcoolismo caracterizado por rejeição,
solidão, infelicidade e incapacidade de satisfazer as necessidades
emocionais.
• Interação social prejudicada caracterizada por sentimentos de rejeição e
afetividade baixa e triste, relacionados a afastamento dos outros secundário
a queixas constantes.
• Medo caracterizado por verbalização aumentada relacionado a incerteza
acerca de aparência e por não ser amado.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 9
SINAIS E SINTOMAS
Os indivíduos alcoolizados são portadores de um conjunto de sinais
comuns, entre os quais se destacam:
• Rubor e edema moderado da face;
• Edemas das pálpebras;
• Olhos lacrimejantes;
• Eritrose palmar;
• Hálito alcoólico;
• Falta de coordenação motora;
• Vertigens e desequilíbrio;
• Suores;
• Tremor fino nas extremidades..
Indivíduos com consumo excessivo do álcool revelam um conjunto de sintomas
físicos ou psicológicos. Os sintomas físicos manifestam-se como pequenos sinais
de abstinência, que podem ser neuromusculares, caracterizados por tremores,
cãibras ou parestesias; digestivos, caracterizados por náuseas ou vômitos;
neurovegetativos, por suores, taquicardia ou hipotensão; e psíquicos, tais como:
ansiedade, humor depressivo, irritabilidade, insônias ou pesadelos. A tolerância
também é sintoma latente e caracteriza-se pela resistência aos efeitos do álcool.
Quanto aos sintomas psicológicos, caracterizam-se três elementos principais: a
alteração do comportamento face ao álcool, a perda de controle e o desejo intenso
de consumi-lo. A perda de controle foi um conceito que ajudou na compreensão
da dependência alcoólica, pois a dificuldade de controle é um dos principais
fenômenos da dependência. O desejo obsessivo e intenso de consumir o álcool é
outro fenômeno da dependência, isto é, o indivíduo alcoolizado nunca está
satisfeito com a quantidade consumida.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 10
CLASSIFICAÇÃO DA DEPENDÊNCIA ALCOÓLICA
O alcoolismo é definido como qualquer comportamento alcoólico que cause
algum dano ao indivíduo, à sociedade ou ambos, faz a distinção entre alcoolismo
e comportamentos alcoólicos, onde alcoolismo passa por vários níveis, contando o
processo de doença e os seus sintomas. Usa-se letras do alfabeto grego.
• Alcoolismo Alfa: definido como alcoolismo social, no qual o álcool é utilizado
como fator desinibitório das relações interpessoais e os sintomas são pura e
exclusivamente físicos, ou seja, decorrentes da intoxicação. Nesse tipo, não se
coloca em questão a perda de controle, nem a dificuldade para manter
abstinência. Também é definido como a categoria de problemas decorrentes do
uso do álcool;
• Alcoolismo Beta: tipo de alcoolismo em que as complicações físicas são
maiores (p.ex., gastrites e hepatites) e podem persistir mesmo que não haja
dependência física ou psicológica;
• Alcoolismo Gama: espécie de alcoolismo em que existe um aumento de
tolerância ao álcool, adaptação ao metabolismo do álcool, craving e perda de
controle sobre o consumo. Nessa categoria, estão os alcoolistas crônicos;
• Alcoolismo delta: espécie de alcoolismo que reúne as três primeiras
características do tipo gama, mas com incapacidade de manter abstinência no
lugar da perda de controle;
• Alcoolismo Épsilon: considerado alcoolismo periódico no indivíduo que, após
intervalos de discreta interrupção, volta a beber por dias seguidos,
apresentando perda de controle e desenvolvimento de severa dependência
psicológica.
Essa classificação foi concebida para indicar os problemas sociais e terapêuticos
específicos de cada tipo. A necessidade de tratamento, no entanto, não depende
do tipo de alcoolismo.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 11
FATORES DE RISCO
A identificação precoce do alcoolismo é difícil, pois os prejuízos intelectuais,
psicológicos e físicos não se mostram tão evidentes nos estágios iniciais. Para
esse diagnóstico, é válido observar as seguintes indicações:
• A frequência de doenças menores (pequenos acidentes, inflamação da mucosa
gástrica, distúrbios vegetativos e dores); instabilidade na marcha como
expressão de um princípio de neuropatia;
• Sintomas de síndrome de abstinência de álcool (enjoos e náuseas matinais,
tremor, medo e apatia);
• Consumo de álcool pela manhã;
• Beber escondido;
• Mudanças de domicílio e de emprego sem motivo aparente.
DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL
A dependência do álcool é definida no IV Manual Diagnóstico Estatístico da
Associação Americana de Psiquiatria, como a repetição de problemas decorrentes
do uso do álcool em, pelo menos, três das sete áreas de funcionamento,
ocorrendo conjuntamente, em um período mínimo de doze meses. Ênfase
especial é atribuída à tolerância e aos sintomas de abstinência, condições
associadas a um curso clínico de maior gravidade. A dependência ocorre em
homens e mulheres de todas as raças e classes socioeconômicas.
O diagnóstico prediz um curso de problemas recorrentes oriundos do uso
do álcool e um consequente encurtamento da vida em uma década ou mais.
Quando a dependência ao álcool estiver ausente, o indivíduo pode receber o
diagnóstico de abuso se apresentar problemas repetidos decorrentes do uso do
álcool em pelo menos uma das quatro áreas relacionadas ao viver, isto é, nas
esferas social, interpessoal e legal, e problemas ocupacionais.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 12
EVOLUÇÃO DO PACIENTE
28/09/2015 – IJMF. Deu entrada na internação clínica desse hospital em:
25/09/2015 com queixa principal de etilismo. Paciente restrito ao leito, sob
contenção em MMSS, consciente, orientado, não cooperativo, verbalizando com
alucinações parciais, hidratado, corado, acianótico, anictérico. Ao exame físico:
Couro cabeludo integro sem presença de alopecia, sem pediculose, pupilas
isocóricas e fotorreagentes, escleróticas sem alterações, pavilhão auricular sem
presença de cerumes, fossas nasais em aspectos normais sem desvio de septo,
sem secreção, cavidade oral hidratada com dentição incompleta sem presença de
prótese, pescoço sem gânglios palpáveis, eupnéico, afebril, tórax simétrico em
expansibilidade normal, ausculta pulmonar com MVA S/RA em ambos os ápices,
ausculta cardíaca com BNF/2T, abdômen liso, indolor a palpação, ausculta com
ruídos hidroaéreos, percussão com sons timpânicos, ausência de massa palpável.
MMSS simétricos, pele com turgor e hidratada, sem presença de edemas, com
boa perfusão periférica (-2 segundos), AVP em MSD com SG 5%, dieta normal,
eliminações fisiológicas presentes. Sinais vitais: PA 130x90 mmHg, TAX: 37°C,
FR: 23 rpm , FC: 98 bpm, glicemia mg/dL, SpO2 95%.--------------------------------------Enfermagem
Andreutt Tabosa
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 13
TRATAMENTO
O tratamento da dependência alcoólica envolve intervenções em vários
níveis, já que a doença é bastante complexa, seja na etiologia ou nas implicações
sociais, profissionais e familiares. A intervenção terapêutica destina-se tanto à
dependência quanto à abstinência do álcool, contando com algumas intervenções
psicoterapêuticas dentro das quais se encontram as terapias de grupo, como os
Alcoólicos Anônimos (AA), e as intervenções psicofarmacológicas. O tratamento
do alcoolismo se dá a partir de dois tipos de abordagens:
• Ajuda individual: tentativa de construir uma relação que ajude a fortalecer o ego
do alcoolista por meio da oferta de cuidado e atenção sem restrições. Os meios
comprovados para isso são o estímulo, o compartilhamento de informações, o
alívio das pressões emocionais, a discussão dos problemas, o desenvolvimento
de comportamentos positivos, o confronto com reações comportamentais
inadequadas, a intervenção direta para mudar a situação real e o
estabelecimento de limites e barreiras;
• Ajuda de grupo: participação em grupos de ajuda mútua, com pessoas com
interesses em comum ou de indivíduos igualmente acometidos. Os
comportamentos problemáticos provocam reações nos demais integrantes do
grupo e tornam possíveis novas experiências e alterações no comportamento e
na maneira como as situações são vivenciadas. O grupo oferece amparo
emocional e aceitação; assim, os medos, as desconfianças, as agressões e as
frustrações podem ser assimiladas, possibilitando que o indivíduo lide de modo
mais positivo com a realidade e suas exigências, ganhe autoconfiança e
compreensão com os outros e se torne mais tolerante com os fracassos e as
decepções.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 14
PSICOTERAPIAS
É indispensável o acompanhamento psicoterapêutico do alcoolista. Discutir
com o doente as causas que levaram ao alcoolismo, estabelecer estratégias e
objetivos são essenciais para um tratamento eficaz e para a manutenção da
abstinência. Assim, as psicoterapias são fundamentais na intervenção terapêutica
da dependência e abstinência do álcool. Existem inúmeros métodos de
intervenção e, ainda que nenhum consiga comprovar total eficácia, continuam
tendo importante papel no acompanhamento da maturação psicológica e na
reinserção sociofamiliar dos doentes. Como o uso do álcool é capaz de produzir
consequências físicas, intelectuais, psicológicas e sociais para o dependente, os
programas de terapia são multidisciplinares e o tratamento é realizado em longo
prazo, com o objetivo de conseguir uma abstinência satisfatória. Vale ressaltar que
os tratamentos são voltados tanto para o paciente quanto para os familiares.
Por motivos bastante compreensíveis, o modelo multifatorial se mostrou o
mais útil para o trabalho na prática, pois não existe uma causa comum para o
consumo de drogas, assim como não existe um tipo de consumidor. Na verdade, o
que se encontra na história de vida do alcoolista e dos dependentes de outras
drogas são múltiplos fatores que se somam, formando uma rede de condições,
cuja única consequência ou solução possível encontra-se nos comportamentos
aditivos. Ao mesmo tempo, fica evidente que é raro desprender da história de vida
e do ambiente social do consumidor qual droga ele escolherá. Essa escolha
depende muito mais de ofertas e encontros fortuitos.
Há, na literatura científica, provas consistentes de que o tratamento da
dependência de álcool oferece resultados positivos àqueles que se submetem.
Aproximadamente 70% desses pacientes manifestam redução no número de dias
em que houve consumo de álcool e melhora dentro de um prazo de seis meses.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 15
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Durante vários anos, as intervenções farmacológicas ficaram restritas ao
tratamento da síndrome de abstinência do álcool e ao uso de drogas aversivas.
Nos últimos dez anos, a naltrexona e o acamprosato foram propostos como
importantes intervenções adjuvantes ao tratamento psicossocial da síndrome de
dependência do álcool. Mais recentemente, os medicamentos ondansetron e
topiramato surgiram como promissoras estratégias terapêuticas, estando em fase
de aprovação.
O tratamento do alcoolismo com medicamentos é feito baseado na
utilização do dissulfiram devido à sua capacidade na inibição da enzima
aldeídodesidrogenase, causando reações tóxicas, quando associada ao álcool
devido o acúmulo de acetaldeído no sangue. O acamprosato age de forma similar
ao GABA, diminuindo a hiperexcitabilidade da SAA e a naltrexona, com função na
inibição dos receptores opióides controlando, dessa forma, os efeitos causados
pela dopamina. O acamprosato e a naltrexona são drogas de escolha por não
apresentarem tantos efeitos adversos.
DISSULFIRAM
O dissulfiram (DSF) é um inibidor irreversível e inespecífico das enzimas
que decompõem o álcool no estágio de acetaldeído. Ao inibir a enzima
acetaldeído desidrogenase (ALDH), ocorre acúmulo de acetaldeído no organismo,
levando à reação etanol-dissulfiram. As contraindicações para seu uso são: cirrose
hepática com hipertensão porta; mulheres grávidas, devido ao risco de anomalias
congênitas, à síndrome mental orgânica e ao prejuízo da capacidade de
compreensão do risco da reação etanol-dissulfiram. O DSF foi a primeira
intervenção farmacológica aprovada para o tratamento da dependência de álcool.
Os pacientes devem se abster totalmente do álcool e possuir completo
entendimento acerca dos riscos e princípios do tratamento.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 16
O DSF é uma medicação com boa tolerabilidade, tendo a hepatite como um
efeito adverso raro que ocorre principalmente após dois meses de tratamento.
Recomenda-se monitorizar a função hepática a cada três meses na fase de
manutenção. No primeiro mês de tratamento, esses exames laboratoriais podem
ser realizados a cada duas semanas.
NALTREXONA
A naltrexona é um antagonista opióide utilizado como coadjuvante das
intervenções psicossociais no tratamento ambulatorial do alcoolismo devido à sua
atuação como atenuante dos efeitos prazerosos do consumo de álcool. Em 1995,
o FDA aprovou a naltrexona para o tratamento do alcoolismo, pois o álcool
estimularia indiretamente a atividade opióide endógena ao promover a liberação
dos peptídeos endógenos (encefalinas e beta-endorfinas) na fenda sináptica. As
principais contraindicações ao uso da naltrexona são doenças hepáticas agudas e
crônicas. O principal efeito adverso da naltrexona é a náusea, que geralmente
coincide com os níveis plasmáticos atingidos em um período de até 90 min. após a
ingestão do medicamento.
A posologia recomendada da naltrexona no tratamento do alcoolismo é de
50 mg/dia. O esquema terapêutico consiste na prescrição de 25 mg/dia na
primeira semana de tratamento, visando a diminuir a incidência e gravidade dos
efeitos adversos. Após esse período, pode-se elevar a dose para 50 mg/dia. Os
ensaios clínicos com naltrexona postulam o período de doze semanas para o
tratamento. A naltrexona parece manter as taxas de recaídas até o quinto mês
após a sua suspensão. Deve-se realizar a monitorização mensal dos valores da
bilirrubina total e suas frações e das transaminases séricas nos três primeiros
meses e, depois, a cada três meses. Se as elevações das transaminases
persistirem, a naltrexona deve ser suspensa.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 17
ACAMPROSATO
O acamprosato (acetil-homotaurinato de cálcio) inibe a atividade excitatória
glutamatérgica, agindo, provavelmente, em uma subclasse dos receptores de
glutamato (NMDA), especialmente quando há hiperatividade desses receptores, e
foi aprovado em países europeus para o tratamento da dependência alcoólica. O
acamprosato tem sido considerado um co-agonista parcial do receptor NMDA. Há
indícios de que essa medicação reduz a recaptação do cálcio induzida pelo
glutamato nos neurônios, suprime as respostas condicionadas ao etanol em
animais dependentes, reduz os efeitos aversivos da retirada do álcool e inibe a
hiperexcitabilidade cerebral do glutamato.
O acamprosato possui boa absorção oral que, no entanto, é prejudicada
com a ingestão concomitante de alimentos. Além disso, o acamprosato não
apresenta ligação protéica. Essas características sugerem que essa medicação
não exerce interações medicamentosas preocupantes. Pacientes com
insuficiência hepática também podem receber o acamprosato, uma vez
Que não há alteração na farmacocinética da droga. Em geral, os efeitos
adversos relatados são cefaléia, dor abdominal, náuseas e vômitos ou efeitos
dermatológicos como: prurido, erupção cutânea máculo-papular e reações
bolhosas. Enjoos, confusão mental, sonolência e alteração de libido também foram
relatados. O acamprosato deve ser administrado em pacientes dependentes de
álcool com mais de 60 kg, em três tomadas diárias, sendo dois comprimidos de
333 mg nos três períodos do dia, sempre antes das refeições. A maioria dos
estudos orienta a administração deste medicamento para pacientes com menos
de 60 kg em dose menor, ou seja, apenas um comprimido da mesma quantidade
nos três períodos do dia. O tempo de manutenção da medicação é variável; os
ensaios clínicos realizados utilizam a droga por 6 a 12 meses.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O álcool deixa o indivíduo impossibilitado de realizar seu papel na
sociedade tornando-se fator negativo, não somente para o indivíduo, mas para
todos que vivem a seu redor. Os multiplicadores negativos acontecem desde o
primeiro contato com a bebida, causando a tão conhecida ressaca, e em uso
frequente, sendo um dos principais motivos para a perda do emprego.
O enfermeiro em sua visão holística deve estar apto para lidar com
problemas relacionados ao alcoolismo, sabendo diagnosticá-lo e junto à equipe
poder acolher e orientar o paciente, como também, optar por uma conduta de
tratamento que mais se adequar ao paciente, visando sempre a segurança e o
bem estar tanto do paciente quanto dos seus familiares.
Aconselha-se manter uma harmonia entre os tratamentos psicoterápicos e
farmacológicos em função de minimizar ou zerar os possíveis riscos. Dessa forma,
a equipe de enfermagem deve manter os conselhos para o uso correto dos
medicamentos a fim de obter o resultado esperado. Orientar a família durante o
tratamento é de grande importância, pois, o indivíduo pode ter recaídas e nessa
fase a compreensão da família dá amparo as crises do paciente.
O enfermeiro contribui para o diagnóstico laboratorial, para complementar a
avaliação com o objetivo de investigar de forma adequada as alterações orgânicas
decorrentes da afecção que leva a SAA. Os exames solicitados são de níveis das
enzimas hepáticas através do hepatograma para dosagem de TGO, TGP e GGT.
Palestras educativas devem ser ministradas pelo enfermeiro a fim de poder
mostrar os grandes transtornos físico, mental, familiar e social causada pela
dependência alcoólica, objetivando a sua prevenção, auxiliando a família e dando
a capacidade a sociedade de agir diante dessa situação.
Estudo de Caso - Alcoolismo
Andreutt Tabosa - Enfermagem - 19
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influência sobre o câncer bucal. FIEP BULLETIN - Volume 83 - Special Edition -
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4. Barbosa NL, Mangueira SO, Albuquerque JG, Guimarães FJ. Cuidado de Enfermagem
a pacientes alcoolistas: percepções da equipe de enfermagem. Rev. Bras. Pesq.
Saúde, Vitória, 15(2):88-93, abr-jun, 2013.
5. Valentim O, Santos C, Ribeiro JP. Vulnerabilidade ao Stress em Pessoas com
Alcoolismo. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, ESPECIAL 1, ABR.,
2014.
6. Reis GA, et al. Alcoolismo e seu Tratamento. ISSN 1983-6708, Revista Científica do
ITPAC, Araguaína, v.7, n.2, Pub.4, Abril 2014.
7. Brasil, Ministério da Saúde. Política do Ministério da Saúde para atenção integral aos
usuários de álcool e outras drogas. Brasil, 2003.
8. Cella MG, Alencar TA. Sistematização de Assistência de Enfermagem ao
Paciente Alcoólatra. Tese de TCC de graduação de Enfermagem. Universidade
Federal do Piauí - UFPI, Picos, 2012.

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Estudo de caso alcoolismo

  • 1. ANDREUTT VASCONCELOS TABOSA ESTUDO DE CASO – ALCOOLISMO BRASILIA 2015
  • 2. SUMÁRIO 1. Introdução............................................................................................. pág. 03 2. Identificação do Paciente...................................................................... pág. 04 3. Histórico de Enfermagem..................................................................... pág. 04 4. Estudo de Diagnóstico.......................................................................... pág. 05 5. Diagnóstico de Enfermagem................................................................. pág. 08 6. Sinais e Sintomas................................................................................. pág. 09 7. Classificação da Dependência Alcoólica.............................................. pág. 10 8. Fatores de Risco................................................................................... pág. 11 9. Dependência do Álcool......................................................................... pág. 11 10.Evolução do Paciente........................................................................... pág. 12 11.Tratamento............................................................................................ pág. 13 12.Psicoterapias........................................................................................ pág. 14 13.Tratamento Farmacológico................................................................... pág. 15 13.1.Tratamento Farmacológico - Dissulfiram......................................... pág. 15 13.2.Tratamento Farmacológico - Naltrexona......................................... pág. 16 13.3.Tratamento Farmacológico - Acamprosato..................................... pág. 17 14.Considerações Finais........................................................................... pág. 18 15.Referências Bibliográficas.................................................................... pág. 19
  • 3. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 3 INTRODUÇÃO O álcool é a droga mais consumida em todo o mundo e segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 2 bilhões de pessoas consomem bebidas alcoólicas e seu uso é um dos principais fatores que degrada a saúde mundial. Só na América Latina, o álcool tem uma importância gigantesca, pois, o uso indevido dessa substância representa um índice quatro vezes maior do que a média mundial, ou seja, enquanto que a média mundial é 4% esse mesmo índice na America Latina é de 16%. Outros estudos têm demonstrado a ocorrência significativa de mortes e doenças associadas ao uso indevido de álcool. Relatos de violência doméstica, lesões corporais e homicídios, assim como outras situações de conflitos interpessoais, são cada vez mais evidentes em contextos nos quais o álcool se faz presente. O governo brasileiro, ciente dessa realidade, iniciou uma política pública para o álcool e objetivando garantir participação social instalou, por meio do Conselho Nacional Antidroga (CONAD), a Câmara Especial de Políticas Públicas sobre o Álcool (CEPPA). A CEPPA surgiu em 2003 pelo Ministério da Saúde, a partir do Grupo de Trabalho Interministerial (GTI). Em 2005, o Brasil promoveu 1ª Conferência Pan-Americana de Políticas Públicas para o Álcool. Com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Dessa conferência, surgiu a Declaração de Brasília de Políticas Públicas sobre o Álcool. Este documento, aponta que políticas baseadas em evidência sejam implantadas e avaliadas por todos os países das Américas. Mais recentemente, um estudo publicado pela OPAS considera o alcoolismo um dos mais graves problemas que assolam as Américas, especialmente em razão do elevado número de mortes relacionadas com o álcool e por ser ele um fator de risco para a alta morbidade na região. A OMS, em 2011, concluiu que “compete aos países a responsabilidade principal de formular, aplicar, vigiar e avaliar as políticas públicas para diminuir o consumo de álcool.
  • 4. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 4 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Paciente: IGOR JOÃO MURAD FLOYD Iniciais: IJMF Idade: 35 anos Data de Nasc: 06/04/1980 Data de Admissão: 25/09/2015 Leito: 13.2 em clínica médica Sexo: Masculino Naturalidade: Brasília-DF Procedência: Residência Residência: Brasília-DF. HISTORICO DE ENFERMAGEM A mãe relata que o Paciente IJMF tem histórico de etilismo e uso de drogas, fazendo uso somente da cannabis sativa (THC), apresentando transtorno de comportamento social e domiciliar. A mãe relata também que além do paciente, tem outro filho que sofre de transtorno mental e que a medicação tem que ser extremamente cuidadosa por apresentar comportamento agressivo e por essa razão, seria impossível acompanhar o paciente na internação de clínica médica, deixando-o aos cuidados da equipe de enfermagem. A mãe apresenta sentimento de culpa por não poder estar presente junto ao filho, além de fadiga extrema e estresse visível, sendo também assistida pela assistência social. Já na internação, o Sr. IJMF apresentou momentos de delirium tremens, Síndrome de Abstinência Alcoólica (SAA), falta de coordenação motora, alucinações com verbalizações desconexas. Nos três primeiros dias, ficou sob contenção nos MMSS por não se encontrar colaborativo aos cuidados de enfermagem.
  • 5. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 5 ESTUDO DE DIAGNÓSTICO O álcool é uma droga psicotrópica que tem seu uso admitido e incentivado pela sociedade. Quanto às suas implicações, o álcool exerce efeito depressor sobre o sistema nervoso central (SNC), cuja gravidade depende de sua concentração na corrente sanguínea. Entre os efeitos causados pelo consumo de bebidas alcoólicas, destacam-se o aumento do risco para problemas sociais, de trabalho, familiares, físicos e legais, o que o configura problema de saúde pública. O álcool tem sido apontado como uma das drogas mais consumidas ou, pelo menos, experimentada no Brasil e é percebida como uma doença crônica que não tem cura, porém estaciona com a abstinência. A base literária do Grupo de Alcoólicos Anônimos (AA) vê o alcoolismo como uma “doença progressiva e incurável”, que pode ser resultado de uma “sensibilidade física ao álcool” e obsessão mental pela ingestão de bebida, impedindo o alcoólico de parar de beber. O uso do álcool é socialmente aceito, mantidos por fatores cognitivos, e indicadores e pela interação do comportamento, incluindo também os fatores genéticos. O ambiente familiar é visto como parte importante na determinação do consumo do álcool, estando o alcoolismo consistentemente associado com negligência, distanciamento emocional, rejeição dos pais. O consumo de bebidas alcoólicas é tão comum que muitas pessoas não imaginam que elas são drogas potentes. Além de agente causal de cirrose hepática, em interação com outros fatores de risco, como, por exemplo, o vírus da hepatite B, o alcoolismo está relacionado entre 2,0 a 4,0% das mortes por câncer. Os estudos epidemiológicos têm demonstrado que o tipo de bebida é indiferente, pois parece ser o etanol, propriamente, o agente agressor. Essa substância psicoativa tem a capacidade de produzir alteração no SNC, alterando o comportamento dos indivíduos e por ter efeito prazeroso, induz à repetição.
  • 6. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 6 O etanol, cuja fórmula química é C2H5OH, é um líquido incolor encontrado em todas as bebidas alcoólicas. Nem todas as pessoas estão igualmente propensas a se tornar dependentes do álcool. Para que a dependência alcoólica ocorra, é fundamental que haja vulnerabilidade e suscetibilidade à dependência, fomentadas por condições biológicas, psicológicas, sociais e ambientais. Da visão holística da enfermagem, é de suma importância que as enzimas que são responsáveis por metabolizar ou promoverem a quebra molecular dessa substância, difere-se de organismo para organismo, o que se considera a vulnerabilidade biológica. A farmacologia do álcool é um tema particularmente importante, pois facilita o entendimento dos problemas decorrentes do uso dessa substância em muitos indivíduos que o consomem. O etanol é uma molécula simples que se move facilmente através das membranas celulares, equilibrando- se rapidamente entre o sangue e os tecidos. O nível do álcool no sangue é expresso em miligramas ou gramas de etanol por decilitro (Ex., 100 mg/dL); um nível de 0,02 a 0,03, é o resultado da ingestão de duas doses de bebidas alcoólicas. O organismo metaboliza e excreta em média uma dose por hora. Além do etanol, são encontrados, nas bebidas alcoólicas, outros produtos de sua maturação ou fermentação, como metanol, butanol, aldeídos, ésteres, histaminas, fenóis, ferro, chumbo e cobalto, que são, em grande parte, responsáveis pela diferenciação de sabor entre os tipos de bebidas. Como consequência de sua alta solubilidade em água, o etanol cai rapidamente na corrente sanguínea, de onde é distribuído para a maioria dos órgãos e sistemas. É absorvido pelas membranas mucosas da boca e do esôfago (em pequenas quantidades), do estômago e do intestino grosso (em quantidades moderadas) e pela porção proximal do intestino delgado, local principal de sua absorção e também onde as vitaminas B são essencialmente absorvidas. A taxa de absorção é aumentada quando o esvaziamento gástrico está acelerado, como na ausência de proteínas, gorduras ou carboidratos, que interferem na absorção, além de outros produtos oriundos da fermentação do álcool.
  • 7. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 7 Cerca de 2 a 10% do etanol (baixas e altas concentrações de álcool no sangue, respectivamente) é excretado diretamente pelos pulmões, urina ou suor, mas a maior parte é metabolizada no fígado. A mais importante via de metabolização, porém, ocorre no citosol das células hepáticas, em que o álcool desidrogenase (ADH) produz o acetaldeído, que é rapidamente destruído pelo aldeído desidrogenase (ALDH) no citosol e na mitocôndria do hepatócito. Em altas doses, a aldeído desidrogenase pode produzir histamina e, por mecanismos variados, causar diminuição dos níveis pressóricos, náusea e vômitos. A relativa destruição da ALDH pelo dissulfiram é responsável pela intolerância ao álcool em indivíduos alcoolistas tratados com esse medicamento. A segunda via de metabolização ocorre nos microssomos do retículo endoplasmático liso e no sistema microssomal hepático de oxidação do etanol (MEOS), que é responsável por aproximadamente 10% da oxidação do etanol quando a concentração de álcool no sangue está elevada. Apesar do álcool fornecer calorias (uma dose contém 70 a 100 kcal), essas calorias são desprovidas de nutrientes. Dessa forma, o álcool pode, interferir na absorção de vitaminas no intestino delgado, diminuir seu armazenamento no fígado com efeitos no folato, na piridoxina (B6), tiamina (B1), ácido nicotínico (niacina, B3) e vitamina A. Alguns organismos metabolizam o álcool melhor que outros. Além disso, é possível que ocorra algum tipo de alteração no sistema biológico devido ao consumo frequente e abusivo do álcool ou ao esgotamento do organismo, fazendo a pessoa que tolerava bem o álcool passe a reagir ao consumo de forma patológica. É importante considerar, também, a quantidade consumida diariamente por um período prolongado, sendo que a fronteira de risco para os homens é aproximadamente 60 g de álcool puro/dia e para as mulheres, 40 g/dia. Isso significa que uma margem segura deve estar abaixo desses limiares. Todavia, a dependência física, com suas consequências devastadoras, aparece relativamente tarde, geralmente após 4 a 6 anos de consumo regular para o adolescente e após 6 a 8 anos para o adulto.
  • 8. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 8 DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM • Ansiedade manifestada por agitação, desamparo, irritabilidade e explosões de raiva, relacionados à ameaça real ou percebida ao autoconceito secundária a fracasso. • Autoconceito perturbado caracterizado por comportamento autodestrutivo relacionado a sentimentos de abandono ou de fracasso. • Baixa autoestima situacional caracterizada por verbalização auto negativa relacionada a relacionamentos insatisfatórios. • Risco para angústia espiritual caracterizado por questionamento do sofrimento relacionado a separação da pessoa amada. • Processos familiares disfuncionais: Alcoolismo caracterizado por rejeição, solidão, infelicidade e incapacidade de satisfazer as necessidades emocionais. • Interação social prejudicada caracterizada por sentimentos de rejeição e afetividade baixa e triste, relacionados a afastamento dos outros secundário a queixas constantes. • Medo caracterizado por verbalização aumentada relacionado a incerteza acerca de aparência e por não ser amado.
  • 9. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 9 SINAIS E SINTOMAS Os indivíduos alcoolizados são portadores de um conjunto de sinais comuns, entre os quais se destacam: • Rubor e edema moderado da face; • Edemas das pálpebras; • Olhos lacrimejantes; • Eritrose palmar; • Hálito alcoólico; • Falta de coordenação motora; • Vertigens e desequilíbrio; • Suores; • Tremor fino nas extremidades.. Indivíduos com consumo excessivo do álcool revelam um conjunto de sintomas físicos ou psicológicos. Os sintomas físicos manifestam-se como pequenos sinais de abstinência, que podem ser neuromusculares, caracterizados por tremores, cãibras ou parestesias; digestivos, caracterizados por náuseas ou vômitos; neurovegetativos, por suores, taquicardia ou hipotensão; e psíquicos, tais como: ansiedade, humor depressivo, irritabilidade, insônias ou pesadelos. A tolerância também é sintoma latente e caracteriza-se pela resistência aos efeitos do álcool. Quanto aos sintomas psicológicos, caracterizam-se três elementos principais: a alteração do comportamento face ao álcool, a perda de controle e o desejo intenso de consumi-lo. A perda de controle foi um conceito que ajudou na compreensão da dependência alcoólica, pois a dificuldade de controle é um dos principais fenômenos da dependência. O desejo obsessivo e intenso de consumir o álcool é outro fenômeno da dependência, isto é, o indivíduo alcoolizado nunca está satisfeito com a quantidade consumida.
  • 10. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 10 CLASSIFICAÇÃO DA DEPENDÊNCIA ALCOÓLICA O alcoolismo é definido como qualquer comportamento alcoólico que cause algum dano ao indivíduo, à sociedade ou ambos, faz a distinção entre alcoolismo e comportamentos alcoólicos, onde alcoolismo passa por vários níveis, contando o processo de doença e os seus sintomas. Usa-se letras do alfabeto grego. • Alcoolismo Alfa: definido como alcoolismo social, no qual o álcool é utilizado como fator desinibitório das relações interpessoais e os sintomas são pura e exclusivamente físicos, ou seja, decorrentes da intoxicação. Nesse tipo, não se coloca em questão a perda de controle, nem a dificuldade para manter abstinência. Também é definido como a categoria de problemas decorrentes do uso do álcool; • Alcoolismo Beta: tipo de alcoolismo em que as complicações físicas são maiores (p.ex., gastrites e hepatites) e podem persistir mesmo que não haja dependência física ou psicológica; • Alcoolismo Gama: espécie de alcoolismo em que existe um aumento de tolerância ao álcool, adaptação ao metabolismo do álcool, craving e perda de controle sobre o consumo. Nessa categoria, estão os alcoolistas crônicos; • Alcoolismo delta: espécie de alcoolismo que reúne as três primeiras características do tipo gama, mas com incapacidade de manter abstinência no lugar da perda de controle; • Alcoolismo Épsilon: considerado alcoolismo periódico no indivíduo que, após intervalos de discreta interrupção, volta a beber por dias seguidos, apresentando perda de controle e desenvolvimento de severa dependência psicológica. Essa classificação foi concebida para indicar os problemas sociais e terapêuticos específicos de cada tipo. A necessidade de tratamento, no entanto, não depende do tipo de alcoolismo.
  • 11. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 11 FATORES DE RISCO A identificação precoce do alcoolismo é difícil, pois os prejuízos intelectuais, psicológicos e físicos não se mostram tão evidentes nos estágios iniciais. Para esse diagnóstico, é válido observar as seguintes indicações: • A frequência de doenças menores (pequenos acidentes, inflamação da mucosa gástrica, distúrbios vegetativos e dores); instabilidade na marcha como expressão de um princípio de neuropatia; • Sintomas de síndrome de abstinência de álcool (enjoos e náuseas matinais, tremor, medo e apatia); • Consumo de álcool pela manhã; • Beber escondido; • Mudanças de domicílio e de emprego sem motivo aparente. DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL A dependência do álcool é definida no IV Manual Diagnóstico Estatístico da Associação Americana de Psiquiatria, como a repetição de problemas decorrentes do uso do álcool em, pelo menos, três das sete áreas de funcionamento, ocorrendo conjuntamente, em um período mínimo de doze meses. Ênfase especial é atribuída à tolerância e aos sintomas de abstinência, condições associadas a um curso clínico de maior gravidade. A dependência ocorre em homens e mulheres de todas as raças e classes socioeconômicas. O diagnóstico prediz um curso de problemas recorrentes oriundos do uso do álcool e um consequente encurtamento da vida em uma década ou mais. Quando a dependência ao álcool estiver ausente, o indivíduo pode receber o diagnóstico de abuso se apresentar problemas repetidos decorrentes do uso do álcool em pelo menos uma das quatro áreas relacionadas ao viver, isto é, nas esferas social, interpessoal e legal, e problemas ocupacionais.
  • 12. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 12 EVOLUÇÃO DO PACIENTE 28/09/2015 – IJMF. Deu entrada na internação clínica desse hospital em: 25/09/2015 com queixa principal de etilismo. Paciente restrito ao leito, sob contenção em MMSS, consciente, orientado, não cooperativo, verbalizando com alucinações parciais, hidratado, corado, acianótico, anictérico. Ao exame físico: Couro cabeludo integro sem presença de alopecia, sem pediculose, pupilas isocóricas e fotorreagentes, escleróticas sem alterações, pavilhão auricular sem presença de cerumes, fossas nasais em aspectos normais sem desvio de septo, sem secreção, cavidade oral hidratada com dentição incompleta sem presença de prótese, pescoço sem gânglios palpáveis, eupnéico, afebril, tórax simétrico em expansibilidade normal, ausculta pulmonar com MVA S/RA em ambos os ápices, ausculta cardíaca com BNF/2T, abdômen liso, indolor a palpação, ausculta com ruídos hidroaéreos, percussão com sons timpânicos, ausência de massa palpável. MMSS simétricos, pele com turgor e hidratada, sem presença de edemas, com boa perfusão periférica (-2 segundos), AVP em MSD com SG 5%, dieta normal, eliminações fisiológicas presentes. Sinais vitais: PA 130x90 mmHg, TAX: 37°C, FR: 23 rpm , FC: 98 bpm, glicemia mg/dL, SpO2 95%.--------------------------------------Enfermagem Andreutt Tabosa
  • 13. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 13 TRATAMENTO O tratamento da dependência alcoólica envolve intervenções em vários níveis, já que a doença é bastante complexa, seja na etiologia ou nas implicações sociais, profissionais e familiares. A intervenção terapêutica destina-se tanto à dependência quanto à abstinência do álcool, contando com algumas intervenções psicoterapêuticas dentro das quais se encontram as terapias de grupo, como os Alcoólicos Anônimos (AA), e as intervenções psicofarmacológicas. O tratamento do alcoolismo se dá a partir de dois tipos de abordagens: • Ajuda individual: tentativa de construir uma relação que ajude a fortalecer o ego do alcoolista por meio da oferta de cuidado e atenção sem restrições. Os meios comprovados para isso são o estímulo, o compartilhamento de informações, o alívio das pressões emocionais, a discussão dos problemas, o desenvolvimento de comportamentos positivos, o confronto com reações comportamentais inadequadas, a intervenção direta para mudar a situação real e o estabelecimento de limites e barreiras; • Ajuda de grupo: participação em grupos de ajuda mútua, com pessoas com interesses em comum ou de indivíduos igualmente acometidos. Os comportamentos problemáticos provocam reações nos demais integrantes do grupo e tornam possíveis novas experiências e alterações no comportamento e na maneira como as situações são vivenciadas. O grupo oferece amparo emocional e aceitação; assim, os medos, as desconfianças, as agressões e as frustrações podem ser assimiladas, possibilitando que o indivíduo lide de modo mais positivo com a realidade e suas exigências, ganhe autoconfiança e compreensão com os outros e se torne mais tolerante com os fracassos e as decepções.
  • 14. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 14 PSICOTERAPIAS É indispensável o acompanhamento psicoterapêutico do alcoolista. Discutir com o doente as causas que levaram ao alcoolismo, estabelecer estratégias e objetivos são essenciais para um tratamento eficaz e para a manutenção da abstinência. Assim, as psicoterapias são fundamentais na intervenção terapêutica da dependência e abstinência do álcool. Existem inúmeros métodos de intervenção e, ainda que nenhum consiga comprovar total eficácia, continuam tendo importante papel no acompanhamento da maturação psicológica e na reinserção sociofamiliar dos doentes. Como o uso do álcool é capaz de produzir consequências físicas, intelectuais, psicológicas e sociais para o dependente, os programas de terapia são multidisciplinares e o tratamento é realizado em longo prazo, com o objetivo de conseguir uma abstinência satisfatória. Vale ressaltar que os tratamentos são voltados tanto para o paciente quanto para os familiares. Por motivos bastante compreensíveis, o modelo multifatorial se mostrou o mais útil para o trabalho na prática, pois não existe uma causa comum para o consumo de drogas, assim como não existe um tipo de consumidor. Na verdade, o que se encontra na história de vida do alcoolista e dos dependentes de outras drogas são múltiplos fatores que se somam, formando uma rede de condições, cuja única consequência ou solução possível encontra-se nos comportamentos aditivos. Ao mesmo tempo, fica evidente que é raro desprender da história de vida e do ambiente social do consumidor qual droga ele escolherá. Essa escolha depende muito mais de ofertas e encontros fortuitos. Há, na literatura científica, provas consistentes de que o tratamento da dependência de álcool oferece resultados positivos àqueles que se submetem. Aproximadamente 70% desses pacientes manifestam redução no número de dias em que houve consumo de álcool e melhora dentro de um prazo de seis meses.
  • 15. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 15 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Durante vários anos, as intervenções farmacológicas ficaram restritas ao tratamento da síndrome de abstinência do álcool e ao uso de drogas aversivas. Nos últimos dez anos, a naltrexona e o acamprosato foram propostos como importantes intervenções adjuvantes ao tratamento psicossocial da síndrome de dependência do álcool. Mais recentemente, os medicamentos ondansetron e topiramato surgiram como promissoras estratégias terapêuticas, estando em fase de aprovação. O tratamento do alcoolismo com medicamentos é feito baseado na utilização do dissulfiram devido à sua capacidade na inibição da enzima aldeídodesidrogenase, causando reações tóxicas, quando associada ao álcool devido o acúmulo de acetaldeído no sangue. O acamprosato age de forma similar ao GABA, diminuindo a hiperexcitabilidade da SAA e a naltrexona, com função na inibição dos receptores opióides controlando, dessa forma, os efeitos causados pela dopamina. O acamprosato e a naltrexona são drogas de escolha por não apresentarem tantos efeitos adversos. DISSULFIRAM O dissulfiram (DSF) é um inibidor irreversível e inespecífico das enzimas que decompõem o álcool no estágio de acetaldeído. Ao inibir a enzima acetaldeído desidrogenase (ALDH), ocorre acúmulo de acetaldeído no organismo, levando à reação etanol-dissulfiram. As contraindicações para seu uso são: cirrose hepática com hipertensão porta; mulheres grávidas, devido ao risco de anomalias congênitas, à síndrome mental orgânica e ao prejuízo da capacidade de compreensão do risco da reação etanol-dissulfiram. O DSF foi a primeira intervenção farmacológica aprovada para o tratamento da dependência de álcool. Os pacientes devem se abster totalmente do álcool e possuir completo entendimento acerca dos riscos e princípios do tratamento.
  • 16. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 16 O DSF é uma medicação com boa tolerabilidade, tendo a hepatite como um efeito adverso raro que ocorre principalmente após dois meses de tratamento. Recomenda-se monitorizar a função hepática a cada três meses na fase de manutenção. No primeiro mês de tratamento, esses exames laboratoriais podem ser realizados a cada duas semanas. NALTREXONA A naltrexona é um antagonista opióide utilizado como coadjuvante das intervenções psicossociais no tratamento ambulatorial do alcoolismo devido à sua atuação como atenuante dos efeitos prazerosos do consumo de álcool. Em 1995, o FDA aprovou a naltrexona para o tratamento do alcoolismo, pois o álcool estimularia indiretamente a atividade opióide endógena ao promover a liberação dos peptídeos endógenos (encefalinas e beta-endorfinas) na fenda sináptica. As principais contraindicações ao uso da naltrexona são doenças hepáticas agudas e crônicas. O principal efeito adverso da naltrexona é a náusea, que geralmente coincide com os níveis plasmáticos atingidos em um período de até 90 min. após a ingestão do medicamento. A posologia recomendada da naltrexona no tratamento do alcoolismo é de 50 mg/dia. O esquema terapêutico consiste na prescrição de 25 mg/dia na primeira semana de tratamento, visando a diminuir a incidência e gravidade dos efeitos adversos. Após esse período, pode-se elevar a dose para 50 mg/dia. Os ensaios clínicos com naltrexona postulam o período de doze semanas para o tratamento. A naltrexona parece manter as taxas de recaídas até o quinto mês após a sua suspensão. Deve-se realizar a monitorização mensal dos valores da bilirrubina total e suas frações e das transaminases séricas nos três primeiros meses e, depois, a cada três meses. Se as elevações das transaminases persistirem, a naltrexona deve ser suspensa.
  • 17. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 17 ACAMPROSATO O acamprosato (acetil-homotaurinato de cálcio) inibe a atividade excitatória glutamatérgica, agindo, provavelmente, em uma subclasse dos receptores de glutamato (NMDA), especialmente quando há hiperatividade desses receptores, e foi aprovado em países europeus para o tratamento da dependência alcoólica. O acamprosato tem sido considerado um co-agonista parcial do receptor NMDA. Há indícios de que essa medicação reduz a recaptação do cálcio induzida pelo glutamato nos neurônios, suprime as respostas condicionadas ao etanol em animais dependentes, reduz os efeitos aversivos da retirada do álcool e inibe a hiperexcitabilidade cerebral do glutamato. O acamprosato possui boa absorção oral que, no entanto, é prejudicada com a ingestão concomitante de alimentos. Além disso, o acamprosato não apresenta ligação protéica. Essas características sugerem que essa medicação não exerce interações medicamentosas preocupantes. Pacientes com insuficiência hepática também podem receber o acamprosato, uma vez Que não há alteração na farmacocinética da droga. Em geral, os efeitos adversos relatados são cefaléia, dor abdominal, náuseas e vômitos ou efeitos dermatológicos como: prurido, erupção cutânea máculo-papular e reações bolhosas. Enjoos, confusão mental, sonolência e alteração de libido também foram relatados. O acamprosato deve ser administrado em pacientes dependentes de álcool com mais de 60 kg, em três tomadas diárias, sendo dois comprimidos de 333 mg nos três períodos do dia, sempre antes das refeições. A maioria dos estudos orienta a administração deste medicamento para pacientes com menos de 60 kg em dose menor, ou seja, apenas um comprimido da mesma quantidade nos três períodos do dia. O tempo de manutenção da medicação é variável; os ensaios clínicos realizados utilizam a droga por 6 a 12 meses.
  • 18. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS O álcool deixa o indivíduo impossibilitado de realizar seu papel na sociedade tornando-se fator negativo, não somente para o indivíduo, mas para todos que vivem a seu redor. Os multiplicadores negativos acontecem desde o primeiro contato com a bebida, causando a tão conhecida ressaca, e em uso frequente, sendo um dos principais motivos para a perda do emprego. O enfermeiro em sua visão holística deve estar apto para lidar com problemas relacionados ao alcoolismo, sabendo diagnosticá-lo e junto à equipe poder acolher e orientar o paciente, como também, optar por uma conduta de tratamento que mais se adequar ao paciente, visando sempre a segurança e o bem estar tanto do paciente quanto dos seus familiares. Aconselha-se manter uma harmonia entre os tratamentos psicoterápicos e farmacológicos em função de minimizar ou zerar os possíveis riscos. Dessa forma, a equipe de enfermagem deve manter os conselhos para o uso correto dos medicamentos a fim de obter o resultado esperado. Orientar a família durante o tratamento é de grande importância, pois, o indivíduo pode ter recaídas e nessa fase a compreensão da família dá amparo as crises do paciente. O enfermeiro contribui para o diagnóstico laboratorial, para complementar a avaliação com o objetivo de investigar de forma adequada as alterações orgânicas decorrentes da afecção que leva a SAA. Os exames solicitados são de níveis das enzimas hepáticas através do hepatograma para dosagem de TGO, TGP e GGT. Palestras educativas devem ser ministradas pelo enfermeiro a fim de poder mostrar os grandes transtornos físico, mental, familiar e social causada pela dependência alcoólica, objetivando a sua prevenção, auxiliando a família e dando a capacidade a sociedade de agir diante dessa situação.
  • 19. Estudo de Caso - Alcoolismo Andreutt Tabosa - Enfermagem - 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Brasil, Secretaria Nacional Antidrogas. I Levantamento Nacional sobre os padrões de consumo de álcool na população brasileira. Elaboração: Ronaldo Laranjeira, et. al.; Revisão científica: Paulina do Carmo Arruda Vieira Duarte. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas, 2007. 2. Balbinot R, Dallari SG. Um panorama do tratamento do alcoolismo do direito brasileiro. Dossiê Alcoolismo, Revista USP, São Paulo, nº 96, P. 47-54, Dez-Fev, 2012-2013. 3. Sousa MNA, Bezerra ALD, Vieira AG, Silva ML, Silva EN. Tabagismo e Alcoolismo: influência sobre o câncer bucal. FIEP BULLETIN - Volume 83 - Special Edition - ARTICLE II – 2013. 4. Barbosa NL, Mangueira SO, Albuquerque JG, Guimarães FJ. Cuidado de Enfermagem a pacientes alcoolistas: percepções da equipe de enfermagem. Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 15(2):88-93, abr-jun, 2013. 5. Valentim O, Santos C, Ribeiro JP. Vulnerabilidade ao Stress em Pessoas com Alcoolismo. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, ESPECIAL 1, ABR., 2014. 6. Reis GA, et al. Alcoolismo e seu Tratamento. ISSN 1983-6708, Revista Científica do ITPAC, Araguaína, v.7, n.2, Pub.4, Abril 2014. 7. Brasil, Ministério da Saúde. Política do Ministério da Saúde para atenção integral aos usuários de álcool e outras drogas. Brasil, 2003. 8. Cella MG, Alencar TA. Sistematização de Assistência de Enfermagem ao Paciente Alcoólatra. Tese de TCC de graduação de Enfermagem. Universidade Federal do Piauí - UFPI, Picos, 2012.