Este documento apresenta um modelo de análise de conflitos composto por 13 etapas. A análise começa com o contexto e antecedentes do conflito, seguido pela identificação das partes e suas incompatibilidades. Também descreve a dinâmica do conflito, propostas de resolução e estágio atual. O objetivo é fornecer um quadro analítico abrangente para compreender melhor os contornos e fatores subjacentes a qualquer conflito.
2. 1. Introdução
2. Background/antecedentes
3. Contexto
4. Partes em conflito
5. Sintomas/manifestação de conflito
6. Atitude
7. Comportamento
8. Incompatibilidade das Partes
9. Relações do poder
10. Dinâmica do conflito
11. Propostas de Resolução
12. Estagio do Conflito
13. Observações finais
3. 1. Introdução
Na análise de qualquer conflito temos que ter
em conta um conjunto de factores inerentes ao
conflito, os quais nos permitem compreender
melhor os contornos do conflito em estudo.
Assim, é importante para qualquer analista
explorar ao máximo factores fundamentais
que ajudam a identificar, conhecer e entender o
conflito em análise.
4. 2. Background/antecedentes
O analista deve procurar conhecer os
aspectos principais que marcaram o período
em que o conflito se iniciou.
Cobre um período que antecede a sua
resolução definitiva ou parcial (latente –
mitigação).
5. 3. Contexto do Conflito
Refere-se aos contextos em que ocorre o conflito:
Politico, económico, sócio-cultural
Geográfico,
Geopolítico; e
Geo-estratégico.
Abrange, por exemplo, a formação de alianças, estruturas
políticas e factores similares; o regime/normas (regionais e
internacionais); complexo de segurança.
6. 4. Partes em conflito
É imprescindível e necessário identificar as partes
principais e secundárias do conflito;
Verificar as relações de poder que podem ser simétricas
ou assimétricas;
Partes primárias constituem actores-chave do conflito
porque determinam o assunto e definem as
incompatibilidades;
Partes secundárias podem manifestar interesse na
Solução ou continuação do conflito. Estas prestam apoio às
partes
primárias (militar, económico e político-diplomático).
7. 5. Sintomas/manifestação de conflito
Descreve-se a atitude e comportamento das
partes em conflito. Identifica-se e analisa-se as
intransigências e (in)flexibilidades das parte;
Comportamento:
refere-se a forma de proceder dos actores o
que permite visualizar a forma de manifestação
do conflito se é violento ou não.
8. 6. Atitude das partes
Atitude: por definição tem a ver com a
avaliação afectiva ou seja o juízo de valor (o
que gosto e o que não gosto), situação pró-
contra.
Dá-nos uma dimensão cognitiva ou emotiva
das partes. Exemplo: Irracionalidade.
9. 7. Incompatibilidade das Partes
Descrevem-se as diferenças , interesses,
objectivos, perspectivas de cada uma das
partes (conjunto como em separado; e
Também se identifica e apresenta-se as
motivações, desejos e interesses das
partes secundárias
10. 8. Relações do poder
Procura-se conhecer as reais relações de
poder das partes principais e das partes
secundárias (assimetrias ou simétricas); e
Pode-se usar como indicador as capacidades ou
poder não só militares mas também políticos,
económicos e sociais de cada uma das partes.
11. Definição de relações de Poder
“Relações de poder: são relações assimétricas
entre actores individuais ou colectivos que
implicam algum grau de reconhecimento ou
legitimidade;
Resultam em autoridade e obediencia,
supremacia e subordinacão entre os actores que
detêm poder e os que lhes são submetidos”
(Albuquerque, jose, 2005:9)
12. 9. Dinâmica do conflito
O analista deve esforçar-se a verificar uma série
de coisas, sobretudo os componentes do modelo
dinâmico:
aviso prévio antes da manifestação do conflito;
O perfil das partes principais: as suas posições;
Verificar se em algum momento teria havido um
factor de dissuasão ou mesmo escalada de
conflito.
13. 10.1 Dinâmica do conflito (cont.)
Deve examinar se teria havido factores
internos (valores, interesses das partes) e
externos (pressão das 2as. Partes); e
Avalia-se também se teria havido alguma
intervenção da 3a. parte (bons ofícios,
negociação, mediação, facilitação).
14. 11. Propostas de Resolução
Temos que ver a origem das propostas de
resolução do conflito. Verificar que parte as
apresenta?
Qual é o alcance da proposta?
Em que medida ela pode contribuir para a
resolução do conflito?
Que tipo de mudanças ela introduz ou propões?
Em que medida o sistema de conflito muda?
15. 11.1 Propostas de Resolução (cont.)
Que tipo de valores são afectados com a
proposta apresentada?
Que tipo/natureza de valores se trata (materiais,
imateriais)?
Verificar os objectivos da proposta?
Que ela visa?
Visa regular/gerir o conflito?
Visa resolver ou eliminar as incompatibilidades
(remoção das causas)?
16. 12. Estagio do Conflito
Aqui pretende-se conhecer o estágio real do
conflito no momento de analise:
Terá sido alcançado algum cessar-fogo? (parcial
ou geral);
Estamos na fase de gestão do conflito?
Resolução: Negociação? Implementação de
algum acordo de paz? Grau de implementação?
Existem ameaças de retorno à guerra?
17. 13. Observações finais
O analista deve incluir informações relativas a
sua percepção sobre o conflito:
Deve fazer algum juízo de valor sobre o assunto;
Deve fazer recomendações; e
Deve desenhar alguns cenários:
2 pessimistas;
1 moderado; e
2 optimistas.