1. UFCD 1531 - Gestão de conflitos
Gestão de Conflitos
Isabel Margarida Marques Pereira Lopes Moreira
Especializaçãoem
MarketingDigital
26-01-2017
2. OBJETIVOS GERAIS
Dotar os(as) formandos(as) de conhecimentos e
técnicas que lhes permitam:
Reconhecer a importância da gestão de
conflitos internos e externos a qualquer
organização.
Estimular a revisão de paradigamas e
comportamentos no sentido de melhorar o
desempenho pessoal e profissional.
3. CONTEÚDOS
1. O Conflito
1.1. Conceito
1.2. Partes Envolvidas num Conflito
1.3. Os Diferentes Tipos de Conflitos
1.4. Principais Origens
1.5. Efeitos Positivos e Negativos dos Conflitos
4. CONTEÚDOS
2. Modos de Lidar com os Conflitos
2.1. Comportamentos
(individuais e organizacionais)
2.2. Estratégias Básicas: Resolução de Conflitos
2.3. Estilos de Gestão de Conflitos
2.4. O Papel dos Gestores na Resolução de
Conflitos
9. CONFLITOS I CONCEITO
O que é um Conflito?
O conceito de conflito tem sido alvo de
múltiplas definições, não existindo porém uma
definição simples do mesmo.
“Conflito” vem do latim conflictu que significa
tensão, colisão, luta, choque entre duas coisas,
embate de pessoas ou grupos opostos, que
lutam entre si.
10. CONFLITOS I CONCEITO
Pruitt e Rubin, 1986
“Divergência de interesses ou da crença em
que as aspirações das partes não podem ser
atingidas simultaneamente.”
11. CONFLITOS I CONCEITO
Hampton, 1990
“É o processo que começa quando uma parte
percebe que a outra parte frustrou ou vai
frustrar os seus interesses.”
12. CONFLITOS I CONCEITO
Wisinski, 1994
“É um fenómeno normal e natural. É visto
como uma dinâmica interpessoal e, quando
tratado de maneira correta, pode ser gerido,
muitas vezes resolvido e, provavelmente, terá
resultados bastante criativos.”
13. CONFLITOS I CONCEITO
Almeida, 1995
“É uma situação que se caracteriza por
escassez de recursos e por um sentimento de
hostilidade. Por outras palavras, diria que é uma
situação em que dois ou mais objetivos,
pertencentes a uma ou mais pessoas, são
mutuamente exclusivos, gerando atitudes de
hostilidade.”
14. CONFLITOS I CONCEITO
Bilhim, 1996
“Processo no qual um esforço é
propositadamente feito por A para destruir o
esforço de B, com recurso a qualquer forma de
bloqueio que resulta na frustração de B, no que
concerne à prossecução das suas metas e ao
desenvolvimento dos seus interesses.”
15. CONFLITOS I CONCEITO
Chiavenato, 1999
“Significa a existência de ideias, sentimentos,
atitudes ou interesses antagónicos e colidentes
que podem se chocar.”
16. CONFLITOS I CONCEITO
Robbins, 2005
“Processo que tem início quando uma das
partes percebe que a outra afeta, ou pode
afetar, negativamente alguma coisa que a
primeira considera importante.”
17. CONFLITOS I CONCEITO
Dimas, 2005
“O conflito não é apenas um desacordo ou
divergência, pois implica um elevado
envolvimento na situação, a emergência de uma
certa intensidade de emoções e a perceção da
existência de oposição e de tensão entre as
partes.”
18. CONFLITOS I CONCEITO
McIntyre, 2007
“O conflito é o processo que começa quando
uma das partes percebe que a outra a afetou de
forma negativa, ou que a irá afetar de igual
forma. Deste modo, o conflito tem que ser
percebido, caso contrário não existe. Tem que
existir uma interação e tem que haver uma
incompatibilidade entre as partes.”
19. CONFLITOS I CONCEITO
Dicionário da Língua Portuguesa
“Choque, embate, luta, combate, desavença,
discórdia, disputa, atrito, antagonismo,
desarmonia, controvérsia, hostilidade, desunião,
guerra.”
20. CONFLITOS I CONCEITO
Nestas (e em outras) definições pode-se
constatar que abrangem tanto as confrontações
físicas, como fatores psicológicos, salientando-
se que se trata sempre de ações antagónicas.
Conflito é um fenómeno quotidiano, é um
processo natural de oposição e confronto entre
pessoas, grupos ou partes. É um estado
antagônico de perceções, ideias, objetivos e
interesses (percebidos como incompatíveis).
21. CONFLITOS I CONCEITO
Todas as situações de conflito perturbam a
ação ou a tomada de decisão por parte da
pessoa ou de grupos.
Muitos autores focalizam mais a definição de
conflito nos fatores psicológicos que são
percebidos pelos intervenientes do conflito, mas
que não conseguem ser alcançados
simultaneamente por ambos (como divergência
de ideias, interesses, desejos, etc).
22. CONFLITOS I CONCEITO
O conflito é uma forma de relacionamento ou
interação, em que os indivíduos ou grupos se
percecionam em algum tipo de situação
ameaçadora para os seus objetivos pessoais ou
coletivos.
As ameaças percecionadas podem ser reais ou
imaginadas/falsas.
23. CONFLITOS I CONCEITO
Muitas vezes o conflito é um fenómeno
subjetivo, inconsciente ou de difícil perceção.
As pessoas ou grupos agem de acordo com as
suas próprias perceções porque para estes, as
suas perceções são absolutamente verdadeiras.
24. CONFLITOS I CONCEITO
Conflito é o processo que inicia quando uma
das partes envolvidas julga estar a ser
negativamente influenciada por outra (visão
negativa do conflito).
Uma mera divergência de opiniões sobre
determinada matéria pode culminar num
conflito, cuja causa e objetivo é a luta pela
razão.
25. CONFLITOS I CONCEITO
Tradicionalmente, o conflito era visto como
resultado de comportamentos de indivíduos
indesejáveis, sempre associado à agressividade,
confronto físico, batalha verbal, violência,
guerra, sentimentos e comportamentos
negativos e prejudiciais aos grupos e
organizações.
26. CONFLITOS I CONCEITO
Mas… as ideias inovadoras são quase sempre
resultado de pontos de vista conflituosos que
são partilhados e discutidos abertamente…
assim, e de acordo com a visão atual do
conflito, reconhece-se a utilidade da existência
de um certo grau de conflito para manter a
vitalidade das organizações, dos grupos e das
relações interpessoais.
27. CONFLITOS I CONCEITO
Ao longo dos anos surgiram três Visões
distintas do Conflito nas organizações:
Visão Tradicional;
Visão Comportamental;
Visão Interacionaista.
28. CONFLITOS I CONCEITO
Visão Tradicional:
Todo o conflito é perigoso e prejudicial (mau).
Todo o conflito é destrutivo.
O conflito é sinónimo de violência e
irracionalidade.
É sinal de incompetência e desorganização.
29. CONFLITOS I CONCEITO
Visão Tradicional:
O conflito encontra-se associado a
sentimentos e comportamentos indesejáveis.
A ausência de conflitos é encarada como
expressão de bom ambiente, boas relações e no
caso das organizações, como sinal de
competência.
30. CONFLITOS I CONCEITO
Visão Tradicional:
O conflito é considerado contraproducente.
É por definição prejudicial para a organização
(com impacto negativo) e deve ser sempre
evitado!
31. CONFLITOS I CONCEITO
Visão Comportamental:
Todo o Conflito é natural e inevitável nos
grupos e nas organizações.
Pode ter um impacto positivo ou negativo,
dependendo do modo como o conflito é gerido.
Não podendo ser evitado ou eliminado, deve
ser aceite!
32. CONFLITOS I CONCEITO
Visão Interacionista (atual):
Motor de progresso e desenvolvimento.
Sinal de consciência crítica e conhecimentos
diversificados.
Sinal de tomada de consciência dos
problemas.
Intensificador da comunicação nas relações.
33. CONFLITOS I CONCEITO
Visão Interacionista (atual):
Causa mudanças.
Assume que o conflito é necessário para o
aumento do desempenho nas organizações.
Encoraja os líderes/gestores a manterem um
adequado nível (mínimo constante) de conflitos.
35. CONFLITOS I PARTES ENVOLVIDAS
Partes Envolvidas num Conflito:
Quem inicia o conflito.
Oponente a quem inicia o conflito, constituindo
a parte afetada.
É quem estabelece a existência de um conflito,
ao assumir as suas implicações, considerando as
ações de quem o iniciou.
36. CONFLITOS I PARTES ENVOLVIDAS
Partes Envolvidas num Conflito:
Aqueles que fazem parte do conflito e muitas
vezes constituem a equipa técnica, ou seja, é
composta por aqueles que procuram e geram as
informações para constituir a resolução dos
conflitos.
37. CONFLITOS I PARTES ENVOLVIDAS
Partes Envolvidas num Conflito:
Os que estão fora do processo de formação do
conflito, entre quem gerou e o oponente, mas
que de alguma forma estão envolvidos em
algum momento no processo de resolução de
conflitos.
Geralmente consistem em gestores, técnicos,
árbitros e mediadores.
38. CONFLITOS I PARTES ENVOLVIDAS
Partes Envolvidas num Conflito:
Aqueles que não fazem parte do conflito, mas
que são indiretamente afetados pelos resultados
da negociação e resolução do conflito.
40. CONFLITOS I TIPOS
A maioria dos autores, apesar de
apresentarem diferentes tipologias de conflito
ou de utilizarem diferentes nomenclaturas,
expõem que os conflitos se distinguem pela
relação entre os objetivos de interesses das
partes e o nível de interesses pessoais,
percebidos por cada uma das partes envolvidas
no conflito.
41. CONFLITOS I TIPOS
O Conflito pode ser:
Latente: não é declarado e as partes
envolvidas não têm clara consciência da sua
existência (está implícito, mas não ocorre).
Eventualmente não precisa ser trabalhado.
42. CONFLITOS I TIPOS
Percebido: os elementos envolvidos
percebem, racionalmente, a sua existência,
embora não haja ainda manifestações abertas
do mesmo.
Sentido: o conflito já atinge as partes
envolvidas, havendo emoção e forma consciente
de atuação.
43. CONFLITOS I TIPOS
Manifesto: o conflito já atingiu todas as
partes, é manifestado sem nenhuma
dissimulação e pode interferir na dinâmica do
grupo ou organização.
44. CONFLITOS I TIPOS
Tipos de Conflitos (Deutsch, 1973):
Destrutivos: quando o conflito tem
consequências destrutivas. Quando, pelo menos
um dos intervenientes, fica desgostoso com os
resultados e sente que perdeu a favor da outra
parte.
Processo competitivo, perspetiva de ganho-
perda.
45. CONFLITOS I TIPOS
Tipos de Conflitos (Deutsch, 1973):
Construtivos: quando o conflito tem
consequências produtivas. Quando ambos os
intervenientes ficam satisfeitos com os
resultados e sentem que ambos ganharam com
o conflito.
Processo cooperativo, perspetiva de ganho-
ganho.
46. CONFLITOS I TIPOS
Tipos de Conflitos (Chiavenato, 2002):
Construtivos: desperta os sentimentos,
estimula energias, fortalece sentimentos de
identidades com os objetivos e interesses,
chama atenção para os problemas e testa a
forma como são ajustadas as diferenças entre
as partes envolvidas.”
47. CONFLITOS I TIPOS
Níveis do Conflito:
A situação de conflito pode assumir o
caráter de:
Conflito Intrapessoal (interno).
Conflito Interpessoal (entre pessoas).
Conflito Organizacional (entre grupos).
48. CONFLITOS I TIPOS
Intrapessoal: situação que ocorre no âmbito
individual, na qual existem pelo menos duas
necessidades simultâneas em que a satisfação
da primeira implica a insatisfação da segunda
necessidade, impelindo a ação da pessoa para
direções diferentes (já que não podem ser
realizadas simultaneamnete), acarretando
desconforto, angústia, confusão, frustração,
entre outros.
49. CONFLITOS I TIPOS
Interpessoal: é a situação na qual duas ou
mais pessoas divergem na perceção ou na
proposta de ação sobre algum ponto em
comum.
O conflito interpessoal é resultado de
ausência de concordância no sistema de
interação entre as pessoas (valores, crenças,
objetivos, experiências e atitudes diferentes).
50. CONFLITOS I TIPOS
Interpessoal:
Começam a surgir pontos de vista, interesses
e opiniões diferentes em relação aos mesmos
problemas que, naquela etapa de
relacionamento, representa um perigo para a
interação saudável.
Ex.º: diferenças de idade, sexo, crenças,
valores, tradições, limitações de recursos,
diferentes papéis sociais.
51. CONFLITOS I TIPOS
Interpessoal:
Muitas vezes as pessoas recorrem a troca de
insultos, tentam responsabilizar o outro, tentam
humilhar, entre muitas outras situações.
Este tipo de comportamento desencadeia um
plano emocional negativo e pode mesmo levar
as partes a ações extremas.
52. CONFLITOS I TIPOS
Interpessoal:
Nestas circunstâncias, torna-se difícil às
pessoas lidar com as suas próprias emoções e,
mesmo após o conflito, muitas pessoas
continuam a sentir emoções negativas durante
um prolongado período de tempo.
53. CONFLITOS I TIPOS
Organizacionais: aquele que acontece entre
dois ou mais grupos de pessoas/ departamentos
da própria organização (intragrupal) ou entre
organizações (intergrupal).
54. CONFLITOS I TIPOS
O conflito emerge quando as decisões a tomar
comportam um grau de incerteza quanto às
consequências que podem gerar ou quando as
divergências existentes no interior do grupo são
concretas.
55. CONFLITOS I TIPOS
Existe ainda quem defenda o conceito de
conflito entre nações, denominado de
internações (relações internacionais).
57. CONFLITOS I DINÂMICA DE GRUPO
Objetivos: observar os comportamentos e
atitudes perante um conflito, no sentido de
melhorar a capacidade de intervenção e
resposta eficaz ao mesmo.
Intervenientes: ilimitado (3 voluntários e
restante audiência).
Duração: 45 mn.
58. CONFLITOS I DINÂMICA DE GRUPO
Desenvolvimento: o conflito desenrola-se
num hospital público, quando uma familiar de
um doente, preocupada e desesperada com a
falta de informação quanto ao seu estado de
saúde, entra em conflito com um enfermeiro
que ía a passar no corredor. No sentido de
tentar mediar e resolver a situação, o
enfermeiro requer a presença do segurança de
serviço.
60. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
O conflito é tão antigo quanto a sociedade
humana (existe desde o início da humanidade).
Fazem parte do processo de evolução dos
seres humanos e são necessários para o
desenvolvimento e o crescimento de qualquer
sistema familiar, social, organizacional e
político.
61. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Reichers, 1986
“Existe incompatibilidade entre objetivos,
valores e necessidades de duas pessoas ou de
uma pessoa e uma outra entidade.”
62. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Crawford & Bodine, 1996
“Geralmente quando se dá um conflito, uma
das preocupações inerente ao indivíduo é a
tentativa de satisfação das necessidades
básicas humanas, prolongando o conflito até à
existência de acordo ou satisfação da
necessidade.”
63. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Berg, 1999
“Para haver conflito, bastam apenas duas
pessoas.”
64. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Chiavenato, 2002
“O surgimento do conflito ocorre quando,
ideias, sentimentos ou interesses opostos se
chocam, ou quando uma parte percebe que a
outra pretende interferir no alcance dos seus
objetivos.”
65. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Deutsch, 2003
“Pode verificar-se conflito sem que haja
necessariamente incompatibilidade de
interesses. Por exemplo, quando dois membros
de uma equipa criativa de uma organização
entram em conflito por divergirem quanto ao
método a praticar no desenvolvimento de um
novo produto, embora os seus objetivos sejam
comuns.”
66. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
A compreensão da origem do conflito é um
requisito muito importante para a resolução do
mesmo.
O conflito surge quando há a necessidade de
escolher entre situações difíceis de conciliar.
Trata-se portanto de um choque de motivos ou
de informações díspares, de uma competição
entre pessoas, forças ou ideias.
67. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
A sociedade é constituída por organizações
sociais, grupos e indivíduos que possuem
perceções e perspetivas próprias da realidade
que os circunda, as quais podem colidir.
O modo como se tenta soluciona-lo poderá ser
uma experiência competitiva/destrutiva ou uma
oportunidade que possibilite o crescimento dos
envolvidos no conflito.
68. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Principais Fonte dos Conflitos:
Conflitos de Interesses/Necessidades:
quando existem diferenças entre as partes
devidas a um problema de conteúdo. Uma das
partes acha necessário que a outra sacrifique a
sua necessidade, para que possa satisfazer a
sua. Pretende-se procurar a forma de satisfazer
os interesses e as necessidades através de uma
solução alternativa de ganho-ganho.
69. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Principais Fonte dos Conflitos:
Conflitos de Relação/Comunicação:
ocorrem quando a comunicação não existe ou é
escassa ou falsa; devido a falsas perceções ou
estereótipos; a fortes emoções negativas ou a
repetidas condutas negativas, dando origem a
conflitos desnecessários.
70. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Principais Fonte dos Conflitos:
Conflitos por Recursos: conflitos baseados
no possuir, emprestar e ceder.
Conflitos por Atividades: conflitos gerados
a partir de desacordo na realização de tarefas
ou trabalhos.
71. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Principais Fonte dos Conflitos:
Conflitos de Informação: acontecem
quando os indivíduos não têm acesso a toda a
informação necessária para poderem tomar
uma decisão acertada em relação a um
determinado assunto, podendo realizar
interpretações desadequadas ou erradas.
72. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Principais Fonte dos Conflitos:
Conflitos Estruturais: ocorrem pela
distribuição desigual ou injusta do poder ou dos
recursos (limitações de tempo, escassez de
recursos físicos, fatores geográficos como
distância ou proximidade ou ambientes
desfavoráveis).
73. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Principais Fonte dos Conflitos:
Conflitos de Valores: conflitos baseados nas
diferenças de princípios, ideologias ou nos
difrentes padrões de avaliação das ideias e
comportamentos, surgindo apenas quando se
verifica a tentativa de imposição da diferença
face ao outro.
74. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Principais Fonte dos Conflitos:
Conflitos Falsos: acontecem quando não há
qualquer objetivo fundamentado para que tal
aconteça, ou seja, quando apenas existem
perceções dos indivíduos e não factos reais para
que ocorra o conflito. Têm origem em falsas
perceções, mas poderão originar um verdadeiro
conflito (ex.º causas emocionais).
75. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Principais Fonte dos Conflitos:
Conflitos Deslocados: sucedem quando as
partes discutem acerca de assuntos errados,
dado que o conflito manifesto e o assunto
discutido não é realmente o conflito que está
subjacente.
76. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Exemplos:
Interdependência de tarefas/funções no
trabalho.
Sequência das operações numa organização.
Estrutura organizacional.
Recursos partilhados, escassos ou não
(tempo, dinheiro, propriedade).
77. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Objetivos e metas divergentes ou
incompatíveis.
Ansiedade, stress e frustrações de uma ou de
ambas as partes.
Diferenças ideológicas ou diferentes padrões
de avaliação das ideias ou comportamentos.
78. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Ausência de informação, informação
insuficiente ou errónea, interpretação e
avaliação distinta de dada informação.
Emoções e comportamentos negativos
persistentes.
Má educação, mal entendidos.
Falta de compromisso/ responsabilidade
profissional.
79. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Falhas de comunicação ou comunicação
deficiente (lateral ou vertical).
Diferenciação de papéis nas organizações.
Diferenças de personalidade.
Frição interpessoal (falta de empatia).
Hostilidade e inveja.
80. CONFLITOS I PRINCIPAIS ORIGENS
Crenças, história pessoal, atitude e filosofia
perante a vida, maturidade, ambiente social.
Prioridades, luta pelo poder, desejo de êxito,
necessidade de status.
Existência de grupos.
Medo de mudanças.
…
82. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
Para além do processo de identificação da
origem do conflito, é também muito importante
saber lidar com as suas implicações/
consequências (positivas ou negativas).
Deve tentar-se minimizar ou evitar as
consequências negativas do conflito e potenciar
os seus aspetos positivos.
83. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
Principais Aspetos Positivos dos Conflitos:
Servem de termômetro indicando que algo
não está bem e necessita ser tratado.
Estimulam a inovação, a criatividade, a
mudança e a adaptação.
Evitam processos de estagnação.
84. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
Fonte de novas soluções, ideias (e de melhor
qualidade).
Evitam processos de estagnação.
Bons elementos de socialização (possibilita
aos participantes a sensação de envolvimento
com dada causa).
Meio para libertar tensões.
85. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
Chamam a atenção para os problemas
existentes, funcionando como mecanismo de
correção, no sentido de evitar problemas mais
sérios.
Tornam o clima organizacional mais
entusiasmante, mais dinâmico e pode mesmo
desvendar problemas escondidos.
86. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
Indivíduos e grupos ao ser forçados a
encontrar novas abordagens/alternativas para
os problemas, quebram rotinas e desafiam a
acomodação de ideias e posições.
Geram motivação e despertam sentimentos e
energia nos membros do grupo, contribuindo
para uma melhor execução das tarefas.
87. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
Indivíduos e grupos podem ser requeridos a
articular e esclarecer as suas posições e pontos
de vista.
O desempenho individual e de grupo podem
ser melhorados.
O processo de decisão organizacional pode ser
melhorado (as pessoas aprendem com o
confronto de ideias).
88. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
Estimulam sentimentos de identidade no
grupo e fortalecem relações (aumenta o nível
de lealdade e sentimentos de inclusão e coesão
no grupo).
Equilibram as relações de poder no seio da
organização e podem construir novas relações.
Reduzem a preguiça social.
89. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
Ajuda a estabelecer a nossa identidade
(particularmente nas fases iniciais da vida).
Crescimento individual e organizacional.
Cria ou modifica regras, normas, leis.
…
90. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
Principais Aspetos Negativos dos Conflitos:
Podem causar frustrações, hostilidades,
ansiedades, stress e insatisfação/desmotivação
no trabalho.
Podem reduzir a comunicação entre indivíduos
ou grupos.
Pode ser desenvolvido um clima de
suspeições, de desconfiança e de incerteza.
91. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
Podem reduzir o desempenho profissional e a
produtividade.
Podem reforçar a resistência à mudança.
Se destrutivo, pode romper relacionamentos.
As pessoas vêm os seus esforços bloqueados
e podem desenvolver sentimentos de
frustração, hostilidade e tensão.
92. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
A responsabilidade, o comprometimento e a
lealdade organizacional podem ser afetados.
Cria ambientes de trabalho desagradáveis.
Pode provocar desgaste nas relações
profissionais.
Criam situações que resultam em desperdício
de tempo e esforços.
93. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
A cooperação pode passar a ser substituída
por comportamentos que reduzem a coesão do
grupo e poderão prejudicar o normal
funcionamento da organização.
A energia criada pelo conflito é dirigida ao
próprio conflito e gasta nele mesmo (perda de
foco nos propósitos pessoais ou
organizacionais).
94. CONFLITOS I VANTAGENS E DESVANTAGENS
A energia/atenção é desviada dos objetivos
reais da organização.
Pode suscitar comportamentos irresponsáveis.
Se não resolvidos e prolongados no tempo
podem provocar danos físicos e mentais.
…
96. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Dadas as especificidades de cada indivíduo, o
conflito é algo inevitável na vida das pessoas
(ambiente familiar, social e profissional).
O conflito ocorre em relações próximas e/ou
interdependentes em que existe um estado de
insatisfação entre as partes.
97. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
É difícil imaginar uma pessoa ou uma
organização sem a presença de conflitos.
O modo como se tenta soluciona-lo poderá ser
uma experiência algo destrutiva ou uma
oportunidade que possibilite o crescimento
pessoal ou profissional dos envolvidos no
conflito.
98. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Fases do Conflito:
Inicial (perceção da sua existência).
Decisiva (tratamento do conflito).
De Manutenção (controlo das ações adotadas,
verificar resultados e eventuais correções).
Cessação.
99. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Modos de Encarar o Conflito:
Visão Negativa: o conflito é encarado como
sendo algo negativo, como sendo o resultado de
uma ação ou de um comportamento de pessoas
indesejáveis, prejudiciais ao bom
relacionamento entre as pessoas e ao bom
funcionamento da organização - devendo ser
evitado a todo o custo.
100. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Os conflitos não são necessáriamente
negativos, a maneira como lidamos com eles é
que pode gerar algumas reações negativas.
É importante compreender também o papel
das perceções no conflito. Embora estas não
causem o conflito em si, podem agrava-lo e
dificultar a sua resolução.
101. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Visão Positiva: verificar que o conflito pode
resultar em algo benéfico. Pode ser fonte de
ideias novas, podendo levar a discussões
abertas sobre determinados assuntos,
permitindo a expressão e exploração de
diferentes pontos de vista.
102. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
As perceções afetam a qualidade da
comunicação e a confiança mútua.
Um grupo normalmente compreende a
mensagem dos seus adversários segundo as
suas próprias perceções e não como os
emissores esperavam que fosse compreendida.
103. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Principais Perceções Negativas dos
Conflitos:
Destruição; Guerra
Raiva
Desentendimento
Hostilidade
Individualismo
106. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Oportunidade de crescimento
Íntimo
Corajoso
Revelador
Oportuno
Enriquecedor
107. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Conflito Construtivo
Pessoas mudam, tentam novas estratégias,
procuram comunicar de forma diferente,
alteram os objetivos.
Interação com objetivo de aprender em vez
de proteger.
Foco na relação.
108. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Contribui para aumentar o nível individual de
interesse e envolvimento numa questão.
As pessoas podem descobrir habilidades que
possuem, mas que não estavam evidenciadas.
Leva as pessoas ou os grupos a se tornarem
cooperativos entre si.
109. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Conflito Destrutivo
Sensação de insatisfação e desmotivação.
Sensação de perda no final.
Fuga do confronto direto, evitar as pessoas,
reclamar para terceiros, acumular de mágoas.
Manipulação do poder, ameaças, deceções,
vinganças.
110. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Conflito Destrutivo
Inflexibilidade e rigidez.
Sistema de dominação e subordinação (de
não cooperação).
Humilhação verbal.
O conflito torna-se mais significativo do que o
trabalho a realizar.
111. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Chiavenato, 1987
“Conflito e cooperação são elementos
integrados da vida de uma organização (…).
Hoje, considera-se cooperação e conflito como
dois aspetos de atividade social ou, melhor
ainda, dois lados de uma mesma moeda, sendo
que ambos são inseparavelmente ligados na
prática.”
113. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Principais Características Individuais:
Crenças
História pessoal
Filosofia de vida
Idade/ Maturidade
Hábitos
Educação
Ambiente social
114. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Tipos Básicos de “Pessoas Difíceis”:
O hostil, agressivo e ofensivo
O queixoso, rabugente e desagradável
O indiferente e calado
O superagradável e bajulador
O negativista
O sabichão
O indeciso, inseguro e hesitante
115. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
O Hostil, Agressivo e Ofensivo:
Dar tempo para que se acalme sózinho.
Não se preocupar em ser muito polido, agir
como de acordo com as nossas possibilidades.
Conseguir captar a sua atenção, chamando-o
pelo nome e optar pelo posicionamento frente a
frente.
116. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Fazer com que a pessoa se sente.
Manter o contacto visual.
Apresentar as nossas opiniões com clareza e
de modo firme.
Estar disponível para sermos amigáveis.
Mostrar que o levamos a sério.
117. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
O Queixoso, Rabugento e Desagradável:
Escutar atentamente as suas queixas.
Reconhecer a importância no que ele diz.
Não concordar nem se desculpar perante as
suas elegações, ainda que verdadeiras.
Evitar discussões do tipo ping-pong.
118. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Tentar passar para o modo “solução de
problemas”, colocando perguntas específicas e
requerendo informações.
Se tudo falhar perguntar “Como quer que esta
discussão termine?”.
119. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
O Indiferente e Calado:
Em vez de tentar interpretar o seu silêncio,
tentar fazer com que se abra consigo.
Fazer perguntas abertas.
Aguardar calmamente uma resposta.
Não preencher o silêncio com a nossa
conversa.
120. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Utilizar perguntas de aconselhamento para
ajuda-lo a mexer-se.
Conseguir uma resposta ou deixar claro o
tempo que tem afeto à conversa.
Quando a pessoa se abrir, prestar atenção e
controlar a sua ansiedade.
Caso continue calado, informar o que
desejamos.
121. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
O Superagradável e Bajulador:
Fazer esforço no sentido de vir à tona os
factos e problemas subjacentes, que o impedem
de agir.
Fazer saber que o valorizamos como pessoa.
Pedir para falar de algum aspeto do seu
trabalho ou sobre si mesmo, que naõ esteja tão
bem como deveria.
122. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
No caso de ameaça de conflito, estar
disponível para nos comprometermos e
negociar.
Observar o humor da pessoa, podem existir
mensagens ocultas nas indiretas ou nos
comentários irónicos.
123. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
O Negativista:
Fazer comentários otimistas (mas realistas)
sobre acontecimentos passados envolvendo
solução de problemas semelhantes.
Não discutir sobre o seu pessimismo.
Não solicitar ações se a pessoa não se sentir
pronta para isso.
124. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
O Sabichão:
Estar muito bem preparado para o diálogo.
Analisar com cuidado toda a informação
pertinente.
Ouvir com atenção e evitar o excesso de
explicações.
125. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Apresentar fatos concretos, corretos ou
opiniões alternativas da maneira mais descritiva
possível.
Oferecer meio de escape de modo à pessoa se
safar sem danos.
Se possível, tratar com a pessoa quando
estiverem sózinhos.
126. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
O Indeciso, Inseguro e Hesitante:
Falar sobre os conflitos e reservas que
impedem a pessoa de tomar uma decisão.
Ouvir as indiretas, hesitações e omissões que
possam fornecer pistas de situações
problemáticas.
Verificar se as reservas da pessoa não são
apenas conosco.
127. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Depois de fazer o problema vir à tona, ajudar
a pessoa a resolver o problema, através de uma
decisão/ação.
Se aplicável, enfatizar os aspetos qualitativos
e técnicos da própria questão.
Oferecer apoio após a resolução do conflito.
128. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Principais Características Organizacionais:
Estrutura organizacional
Cultura organizacional
Valores organizacionais
Cargos
Estratégia da organização
Sistema de incentivos e de recompensas
129. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Principais Características Organizacionais:
Sistemas de controlo e coordenação
Estilo de gestão e de liderança
Políticas de RH
…
130. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
As Organizações:
“Constituem-se em verdadeiras arenas para
conflitos individuais e grupais, nos quais os
participantes lutam pelos seus interesses.”
131. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Tecnicamente falando, gerir conflitos é
chegar a um acordo final que seja satisfatório
para as partes envolvidas (onde os dois lados
são ouvidos e respeitados).
Existem diversas formas de lidar com o
conflito. A forma como lidamos com o conflito
determina, quase invariavelmente, o seu
resultado.
132. CONFLITOS I COMPORTAMENTOS
Para que isso aconteça são selecionadas e
implementadas estratégias e táticas específicas
e adequadas a cada situação em concreto.
134. CONFLITOS I ESTRATÉGIAS
A escolha de uma determinada Estratégia de
Gestão de um Conflito depede essencialmente
de dois fatores:
A intensidade do conflito.
A importância relativa que a pessoa coloca no
binómio “manter boas relações vs. atingir
objetivos”.
135. CONFLITOS I ESTRATÉGIAS
Estratégias Básicas na Resolução do
Conflito:
Passividade: o indivíduo procura evitar o
conflito, mesmo que sofra com isso.
- Geralmente apresenta voz hesitante, atitude
defensiva, contacto visual mínimo e costuma ser
uma pessoa quieta.
136. CONFLITOS I ESTRATÉGIAS
Agressividade: o indivíduo aspira vencer,
mesmo que à custa de outras pessoas.
- Tende a ser individualista, dado estar mais
interessado nos seus próprios desejos ou
necessidades, do que com os outros.
- Este comportamento apresenta voz alta e
máximo contacto visual.
137. CONFLITOS I ESTRATÉGIAS
Passividade/Agressividade: o indivíduo
apresenta um comportamento misto.
- São as pessoas que se desejam afirmar, não
possuindo no entanto estrutura para tal.
- Este comportamento apresenta muita irritação,
postura fechada e lacónica.
138. CONFLITOS I ESTRATÉGIAS
Assertividade: o indivíduo aspira a defender
os seus direitos e aceita que as outras pessoas
também os tenham.
- Este comportamento apresenta um tom de voz
moderado.
- As pessoas com este tipo de comportamento
são neutras, imparciais e têm uma postura de
prudência e segurança.
139. CONFLITOS I ESTRATÉGIAS
Estratégias na Resolução do Conflito:
“Ganhar-Perder”: uma das partes alcança o
objetivo pretendido e a outra não. Uma das
partes é mais poderosa que a outra e através
do seu poder impõe-se à outra, ou seja, uma
ganha e a outra perde.
A longo prazo, esta estratégia tende por
enfraquecer a autoridade.
140. CONFLITOS I ESTRATÉGIAS
Estratégias na Resolução do Conflito:
“Perder-Perder”: os indivíduos em conflito
estão mais empenhados em impedir que o outro
ganhe do que em encontrar uma solução eficaz
para o problema. Pode existir cedência entre as
partes e a resolução final não estar de acordo
com nenhuma das posições.
Nenhuma das partes se pode considerar
vencedora.
141. CONFLITOS I ESTRATÉGIAS
Estratégias na Resolução do Conflito:
“Ganhar-Ganhar”: implica que as partes
envolvidas confrontem os seus pontos de vista e
estejam dispostas a resolver as suas diferenças.
Deve permanecer uma comunicação aberta, deve
existir sensibilidade em relação às diferenças e
semelhanças, deve haver uma atitude de confiança e
compreenção, assim como uma complementaridade
de esforços na resolução das questões em causa.
142. CONFLITOS I ESTRATÉGIAS
Nas estratégias de solucionar o conflito
“Ganhar-Perder” e “Perder-Perder” corre-se
o risco de dar continuidade ao mesmo, uma vez
que uma das partes ou as duas percebem que
não atingiram os seus objetivos e retomam o
conflito de modo a tentarem ganhar.
No caso da estratégia “Ganhar-Ganhar”, o
ciclo de continuidade é interrompido.
143. CONFLITOS I ESTRATÉGIAS
Perante cada tipo de conflito, as partes
envolvidas vão assumir diversas estratégias, as
quais vão dar origem e orientar o estilo de
gestão de conflitos.
Nota: À medida que se vai caminhando no
sentido da resolução de conflitos, estas
estratégias poderão mudar.
145. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
O papel de uma pessoa enquanto superior
hierárquico, colega ou subordinado pode
influenciar o estilo de gestão de conflitos a
adotar perante cada situação.
Existem diferenças significativas nos estilos de
gestão de conflito utilizados quer pelos chefes,
subordinados ou colegas.
146. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
Frequentemente, os gestores recorrem a
estilos diferentes de gestão de conflitos de
acordo com a pessoa com quem estão a
interagir.
O relacionamento hierárquico condiciona
muitas vezes o estilo utilizado pela pessoa
envolvida no conflito.
147. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
Estilos de Gestão na Resolução de
Conflitos:
Evitar.
Acomodar.
Confrontar.
Forçar/ Competir.
Comprometer.
Colaborar/ Negociar.
148. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
ESTILO DESCRIÇÃO EFEITO
Evitar
- Abordagem passiva (não
assertiva), de não cooperação.
- Recuar face a uma situação de
conflito real ou potencial.
- Ignorar, negar ou fugir do
conflito, não contactando os
outros ou não confrontando os
seus interesses.
- Colocar os problemas em
suspenso.
- Utilizado quando o assunto não é
importante; não há perspetiva de
ganhar o conflito; se necessita de
tempo para obter informações ou
quando um conflito pode ser
desvantajoso.
- Não resolve o
problema.
- Não lida com a causa
real do problema.
- Outros que resolvam
o conflito ou com o
tempo é esquecido ou
regressa mais forte.
- Revela-se positivo
quando o assunto é
pouco significativo,
existe falta de
informação, existe
falta de poder, etc.
149. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
ESTILO DESCRIÇÃO EFEITO
Acomodar
- Abordagem passiva (não
assertiva), mas cooperativa.
- Enfatizar os pontos de acordo,
em detrimento dos pontos de
desacordo.
- Uma parte tende a ceder e
apaziguar a situação,
chegando a colocar as
necessidades e os interesses
da outra parte acima dos
seus.
- Resolve os pontos menores de
discordância, deixando os
problemas maiores para
depois.
- Proporciona
apenas uma
solução de
curto prazo
(acalma o
conflito).
- Não lida com a
causa real do
problema.
- Mantem um
clima favorável
à cooperação.
- Uma parte sai
sacrificada e
prejudicada.
150. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
ESTILO DESCRIÇÃO EFEITO
Confrontar
- Trata o conflito através de uma
abordagem frontal.
- Trata o conflito como um problema
a ser resolvido, examinando
alternativas.
- Requer uma atitude de dar e
receber, assim como um diálogo
aberto.
- Proporciona
uma solução
definitiva,
ganho-ganho.
151. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
ESTILO DESCRIÇÃO EFEITO
Forçar/
Competir
- Abordagem assertiva, mas não
cooperativa.
- Abordagem mais agressiva, mais
autoritária, em que a pessoa
defende os seus próprios
interesses neglicenciando os dos
outros e o seu impacto.
- Atitude de dominação. Utiliza
jogos de poder e força a
submissão.
- Utilizado quando há necessidade
de tomar uma decisão rápida ou
impopular.
- Uma das partes ganha à custa da
outra. Oferece apenas situações
ganho-perda.
- Pode criar
ressentimentos
que vêm à tona
mais tarde.
- Não lida com a
causa real do
conflito.
- Pode levar a
outra parte a
aceitar a culpa
por um
problema
qualquer.
- Muito difícil de
chegar a uma
solução mútua.
152. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
ESTILO DESCRIÇÃO EFEITO
Comprometer
- Misto de assertividade e
cooperação.
- Procura negociar soluções
que tragam algum grau de
satisfação a todas as
partes envolvidas.
- Uma das partes desiste de
alguns pontos ou itens.
- Geralmente utilizada em
disputas laborais
(objetivos exclusivos).
- Necessidade de se atingir
soluções temporárias para
assuntos complexos.
- Proporciona uma
solução de
compromisso,
que pode não
satisfazer
ninguém.
- Distribuição de
resultados entre
ambas as partes
(satisfação
parcial).
- Pode acarretar
alguns problemas
adicionais (cada
parte abdica de
algo).
153. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
ESTILO DESCRIÇÃO EFEITO
Colaborar/
Negociar
- Abordagem assertiva e
cooperativa.
- Incorpora diversos pontos de
vista e interesses, olhando de
diferentes perspetivas,
procurando conciliar as
diferenças e resolver o
conflito.
- Contempla as necessidades e
interesses de ambas as
partes, levando ao concenso,
entendimento e compromisso.
- Encara o conflito como
desafio e opta pela
comunicaçao aberta.
- Não utilizar se o tempo for
curto.
- Proporciona um
resultado
benéfico ou
aceitável para
ambas as partes
e que minimiza
as perdas para
todos.
- Proporciona uma
solução de longo
prazo ganho-
ganho.
- É dos meios mais
eficazes de
resolução de
conflitos.
154. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
O estilo “colaborar/negociar” é muitas
vezes apontado como a melhor forma de gerir o
conflito de modo construtivo, estimulando a
criatividade e beneficiando todas as partes
envolvidas no conflito.
155. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
O comportamente agressivo não é nada
favorável, dado que dificulta o estabelecimento
de relações de confiança mútua, também
desencadeia respostas agressivas na parte,
criando tensão, ansiedade e insatisfação a longo
prazo.
Muitas vezes a agressividade é utilizada
quando se considera que o ataque é a melhor
defesa.
156. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
Ao nível das organizações, as medidas de
resolução dos conflitos devem ser adotadas com
a finalidade de minimizar as dificuldades
enfrentadas pelos trabalhadores quanto ao bem
estar orgânico e social, dado que a satisfação
no trabalho deve ser considerada como um
determinante para a produtividade e sucesso da
organização.
157. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
No entanto, na escolha de qualquer um destes
estilos na resolução de conflitos, deve ter-se
em consideração cada situação em concreto
(local físico e sua organização, presença de
audiência, existência de uma terceira parte, n.º
de partes envolvidas, etc.), a urgência na
tomada de decisão e a importância da questão
em análise.
158. CONFLITOS I ESTILOS DE GESTÃO
O melhor estilo a adotar numas situações
pode não ser o mais adequado noutras, não
existe uma fórmula ideal de resolução de
conflitos.
O importante é: inicialmente compreender a
natureza do conflito, a sua dinâmica e as suas
variáveis, ou seja, fazer o diagnóstico do
conflito para então poder confrontá-lo e
resolvê-lo adequadamente.
160. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Em qualquer organização a existência de
conflito com baixos níveis deixa a organização
mais vulnerável à estagnação, à tomada de
decisões empobrecidas e mesmo à falta de
eficácia, enquanto que a existência de conflito
em demasia encaminha a organização ao caos.
161. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Nesta perspetiva convém lembrar que o
conflito só por si não é “mau”, devendo existir
um certo nível de conflito para que a
organização tenha níveis máximos e otimizados
de eficiência e eficácia.
A gestão de conflitos revela-se necessária,
podendo passar pela negociação ou qualquer
uma das outras estratégias básicas.
162. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Entretanto, colocam-se então as
seguintes questões:
- Quem ajuda na gestão do conflito?
- Quem tem o poder e a influência necessária à
criação de uma situação em que o conflito se
constitua positivo ou construtivo?
163. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Funções do Gestor na Resolução do
Conflito:
Prever, coordenar e controlar a ocorrência de
conflitos.
Facilitar a conciliação de postura conflituantes.
Interagir com a equipa, tentando gerir os
aspetos que provocam concorrências internas.
164. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Tentar compatibilizar e otimizar a interação
entre objetivos organizacionais e pessoais.
Conhecer bem o seu ambiente de atuação, as
estruturas organizacionais, as redes de poder,
os processos políticos, etc.
Conhecer bem os membros da equipa e
promover a sua coesão na organização.
165. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Conhecer bem as causas e a forma dos
conflitos, os seus sintomas, a sua dinâmica,
atitudes e as diversas técnicas de atuação.
Garantir que os conflitos sejam utilizados de
forma positiva na organização.
Se envolvido no conflito, tentar não sofrer
pressões devido aos seus próprios interesses
pessoais e emoções.
166. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Agir como mediador, funcionando como uma
terceira parte que tem a finalidade de resolver
os conflitos interpessoais (entre pessoas),
procurando que as partes entrem em
cooperação.
Treinar os indivíduos para reconhecer e lidar
com o conflito, ensinando técnicas de
negociação, de trabalho em equipa, de
cooperação.
167. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Ter capacidade para perceber o conflito
atempadamente, de modo a geri-lo de um
modo mais eficiente e eficaz.
Efetuar uma boa gestão das diferenças de
conhecimentos, ideias, interesses e desejos e
em prol da organização.
Basear a tomada de decisão em factos.
168. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Ao nível da estrutura, pode redefinir papéis,
funções e interdependências; criar regras para
resolução ou mediação de conflitos; estabelecer
grupos de consulta e de participação para
formalizar os conflitos.
Transformar a competição num estímulo
saudável entre colaboradores.
…
169. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Principais Aptidões do Gestor:
Boa capacidade de comunicação.
Boa capacidade de negociação.
Capacidade de diagnosticar e avaliar
alternativas necessárias para a compreensão de
um conflito e para a definição de planos de
ação.
170. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Principais Aptidões do Gestor:
Facilidade no relacionamento interpessoal.
Assertividade.
Ter visão integral.
Congruência.
Neutralidade (análise objetiva e impessoal).
171. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Principais Aptidões do Gestor:
Saber ouvir (escuta ativa).
Saber colocar as questões.
Gerar confiança.
Empatia.
Ter bom senso.
172. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Principais Aptidões do Gestor:
Ser educado.
Ser disponível.
Ter paciência.
…
173. CONFLITOS I PAPEL DOS GESTORES
Resumindo, quando ocorrem conflitos numa
organização, sejam eles relacionados com o
trabalho, negociações com fornecedores,
clientes ou entre departamentos e pessoas, o
importante é o gestor ter a perceção do
conflito e agir atempadamente na tentativa
da sua resolução.