O documento é uma transcrição de uma longa entrevista com o escritor moçambicano Mia Couto. Ele fala sobre sua experiência como escritor em Moçambique, os principais problemas do país como a pobreza e histórico de guerra civil, e sua relação com Moçambique e Portugal.
Como parte do projeto A Cidade que é a nossa cara – A Arte e o Tempo, elaboramos um livro que narra a vida de um morador da cidade, pois entendemos que tão ou mais importante que o patrimônio arquitetônico e natural das cidades, são as pessoas que nela moram, com suas memórias, histórias e imaginários.
A cidade por excelência em meio a toda estrutura social atropela o humano, o particular e torna-nos de certa forma homogêneos e invisíveis.
Pretendemos voltar nosso olhar para as pessoas e suas histórias; ouvi-las e recontá-las por meio da sensibilidade artística de cada aluno envolvido no projeto.
Como parte do projeto A Cidade que é a nossa cara – A Arte e o Tempo, elaboramos um livro que narra a vida de um morador da cidade, pois entendemos que tão ou mais importante que o patrimônio arquitetônico e natural das cidades, são as pessoas que nela moram, com suas memórias, histórias e imaginários.
A cidade por excelência em meio a toda estrutura social atropela o humano, o particular e torna-nos de certa forma homogêneos e invisíveis.
Pretendemos voltar nosso olhar para as pessoas e suas histórias; ouvi-las e recontá-las por meio da sensibilidade artística de cada aluno envolvido no projeto.
Como parte do projeto A Cidade que é a nossa cara – A Arte e o Tempo, elaboramos um livro que narra a vida de um morador da cidade, pois entendemos que tão ou mais importante que o patrimônio arquitetônico e natural das cidades, são as pessoas que nela moram, com suas memórias, histórias e imaginários.
A cidade por excelência em meio a toda estrutura social atropela o humano, o particular e torna-nos de certa forma homogêneos e invisíveis.
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A cidade por excelência em meio a toda estrutura social atropela o humano, o particular e torna-nos de certa forma homogêneos e invisíveis.
Pretendemos voltar nosso olhar para as pessoas e suas histórias; ouvi-las e recontá-las por meio da sensibilidade artística de cada aluno envolvido no projeto.
Esta sequência didática foi elaborada a partir do texto “Meu primeiro beijo” de Antônio Barreto no curso Melhor Gestão Melhor Ensino da Secretaria de Educação de São Paulo, Diretoria de Ensino de São José do Rio Preto.
Esta sequência didática foi elaborada a partir do texto “Meu primeiro beijo” de Antônio Barreto no curso Melhor Gestão Melhor Ensino da Secretaria de Educação de São Paulo, Diretoria de Ensino de São José do Rio Preto.
Connecting in the Facebook Age: Development and Validation of a New Measure o...Jessica Vitak
Presentation of ICA paper, "Connecting in the Facebook Age: Development and Validation of a New Measure of Relationship Maintenance." This presentation includes details from additional validity and reliability testing using confirmatory factor analysis.
Link to paper: http://vitak.files.wordpress.com/2009/02/ica2014-relmaintenance-toshare.pdf
#Για να δείτε τα περιεχόμενα πηγαίνετε στους σελιδοδείκτες *Bookmarks)
# Έξι τόμοι με Μαθηματικές εργασίες, συν 7ος συμπληρωματικός
# Τρεις τόμοι με Εκπαιδευτική και τοπική για Μεσσήνη αρθρογραφία.
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Новости налогообложения
1. Ряд контролирующих органов на своих официальных сайтах разместили сообщения об участившихся случаях массовой рассылки писем с почтовых адресов, якобы принадлежащих ПФР, ФСС, ФНС или Роспотребнадзору. В письмах сообщается о задолженности (или иная информация) и содержится вложенный архивный файл (или ссылка), якобы поясняющий информацию. При получении таких писем ведомства рекомендуют не открывать приложенные к таким письмам файлы или ссылки, так как они могут содержать вредоносные программы.
2. Приказом ФНС России от 14.10.2015 № ММВ-7-11/450@ утверждена новая форма расчета сумм НДФЛ (форма 6-НДФЛ), порядок ее заполнения и представления. Сам приказ вступает в силу с 16.11.2015г.
Начиная с 2016г. налоговые агенты обязаны будут ежеквартально представлять сведения о доходах (форма 6-НДФЛ), в отношении которых ими был исчислен и удержан НДФЛ (соответствующие поправки в НК РФ предусмотрены в Федеральном законе от 02.05.2015 № 113-ФЗ).
Также с 1 января 2016г.:
За непредставление налоговым агентом в установленный срок расчета сумм налога на доходы физических лиц, исчисленных и удержанных налоговым агентом, в налоговый орган по месту учета п. 1.2. ст. 126 НК РФ предусмотрено взыскание штрафа с налогового агента в размере 1 000 рублей за каждый полный или неполный месяц со дня, установленного для его представления.
В случае непредставления формы 6-НДФЛ налоговый орган вправе принять решение о приостановлении операций по счетам в банке (п. 3.2 ст. 76 НК РФ).
За представление документов, содержащих недостоверные сведения, с 2016г. будет взыскиваться штраф в размере 500 рублей за каждый представленный документ, содержащий недостовер
NAVEGAR – Agenda do Porto da Figueira da Foz para 2015portofigueiradafoz
Edição de 2015 de “Navegar”, a agenda do Porto da Figueira da Foz para o ano corrente. Também se encontra disponível, para os interessados, no tradicional formato em papel (98 páginas).
Tabela de marés, dados astronómicos, serviço de comunicações e horários integram a mais recente edição de “Navegar”, agenda que inclui também outros conteúdos de interesse, referentes à localização do Porto da Figueira da Foz, às zonas portuárias, informações gerais sobre distâncias e ventos, contactos úteis e um calendário para 2015.
Literaturas africanas contemporâneas: o texto lendo o contexto.
Professor Viegas Fernandes da Costa
ppt da palestra proferida aos professores do SESI / Blumenau em 24/07/2014.
Moçambique - Mia Couto, Malangatana, Chichorro e NaguibRicardo Riso
A partir de textos selecionados do escritor Mia Couto, propomos um diálogo com o expressionismo de Malangatana, o lirismo e o onírico em Chichorro, e a bipolaridade ancestralidade/modernidade em Naguib
proposta curricular para educação de jovens e adultos- Língua portuguesa- anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). Planejamento de unidades letivas para professores da EJA da disciplina língua portuguesa- pode ser trabalhado nos dois segmentos - proposta para trabalhar com alunos da EJA com a disciplina língua portuguesa.Sugestão de proposta curricular da disciplina português para turmas de educação de jovens e adultos - ensino fundamental. A proposta curricular da EJa lingua portuguesa traz sugestões para professores dos anos finais (6º ao 9º ano), sabendo que essa modalidade deve ser trabalhada com metodologias diversificadas para que o aluno não desista de estudar.
livro em pdf para professores da educação de jovens e adultos dos anos iniciais ( alfabetização e 1º ano)- material excelente para quem trabalha com turmas de eja. Material para quem dar aula na educação de jovens e adultos . excelente material para professores
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Lições Bíblicas, 2º Trimestre de 2024, adultos, Tema, A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA, O CAMINHO DA SALVAÇÃO, SANTIDADE E PERSEVERANÇA PARA CHEGAR AO CÉU, Coment Osiel Gomes, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, de Almeida Silva, tel-What, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique, https://ebdnatv.blogspot.com/
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
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Caderno de Resumos XVIII Encontro de Pesquisa em Filosofia da UFU, IX Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU e VII Encontro de Pesquisa em Filosofia no Ensino Médio
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e MateusMary Alvarenga
A música 'Tem Que Sorrir', da dupla sertaneja Jorge & Mateus, é um apelo à reflexão sobre a simplicidade e a importância dos sentimentos positivos na vida. A letra transmite uma mensagem de superação, esperança e otimismo. Ela destaca a importância de enfrentar as adversidades da vida com um sorriso no rosto, mesmo quando a jornada é difícil.
proposta curricular da educação de jovens e adultos da disciplina geografia, para os anos finais do ensino fundamental. planejamento de unidades, plano de curso da EJA- GEografia
para o professor que trabalha com a educação de jovens e adultos- anos finais do ensino fundamental.
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoMateusTavares54
Quer aprender inglês e espanhol de um jeito divertido? Aqui você encontra atividades legais para imprimir e usar. É só imprimir e começar a brincar enquanto aprende!
1. Entrevista a Mia Couto
E se tivesse a oportunidade de entrevistar um escritor? Os
alunos do Colégio São Luís, em São Paulo, tiveram esta
oportunidade. Há duas semanas, os adolescentes estiveram com
o moçambicano Mia Couto no auditório da escola.
Em duas horas de conversa, os meninos fizeram perguntas
inteligentes e não deixaram espaço para silêncios
constrangedores.
Como é ser escritor em Moçambique?
Vou contar um pequeno episódio que pode ajudar a responder a essa questão. Certo dia, estava chegando a casa
e já estava escuro, já eram umas seis da tarde. Havia um menino sentado no muro à minha espera. Quando cheguei,
ele apresentou-se, mas estava sempre com uma mão atrás das costas. Eu senti medo e a primeira coisa que pensei
é que aquele menino me iria assaltar. Pareceu quase cruel pensar que no mundo em que hoje vivemos podemos ter
medo de uma criança de dez anos. Então ele mostrou o que estava escondendo. Era um livro, um livro meu. Ele
mostrou o livro e disse: “Eu vim aqui devolver uma coisa que o senhor deve ter perdido”. Então ele explicou a história.
Disse que estava no átrio de uma escola, onde vendia amendoins, e, de repente, viu uma estudante entrando na
escola com o livro. Na capa do livro, havia uma foto minha e ele me reconheceu. Então ele pensou: “Essa moça
roubou o livro daquele fulano”. Porque como eu apareço na televisão, as pessoas me conhecem. Então ele
perguntou: Esse livro que você tem não é do Mia Couto?”. E ela respondeu: “Sim, é do Mia Couto”. Então ele pegou
no livro da menina e fugiu.
Essa história é para dizer que, para uma parte dos moçambicanos, a relação com o livro é uma coisa nova. Nós,
escritores moçambicanos, sabemos que escrevemos para uma pequena percentagem da população, que são os que
sabem ler e escrever. O livro tem uma circulação muito restrita. Mas, mesmo assim, as tiragens dos meus livros em
Moçambique giram em torno de 6 mil, 7 mil exemplares, o que é um número alto.
Quais são os maiores problemas de Moçambique hoje?
Antes de responder à pergunta, vou dizer uma coisa. A imagem que nós temos uns dos outros é feita muito
de clichês, de estereótipos. Vocês (brasileiros) também têm uma imagem feita lá fora. A primeira vez que eu vim a
São Paulo, há alguns anos, fui protagonista de uma história engraçada. Quando eu estava a sair de Moçambique,
disseram-me que São Paulo era perigosíssima, que havia balas perdidas, pessoas a serem mortas nas ruas, e eu
comecei a ficar com medo. Na viagem de avião, que dura onze horas, eu vim pensando que era um perigo e que
seria assaltado. Tinham dito para ter cuidado quando chegasse ao aeroporto, porque havia falsos táxis que raptavam
as pessoas.
E, de facto, eu já estava contaminado com aquela coisa. Quando cheguei, havia um motorista da minha editora,
mas ele não estava a usar uniforme e não tinha identificação. Eu perguntei se ele tinha identificação e ele disse:
“Não, eu sou o Pepe”. Começámos a andar por um corredor e ele ia dizendo que o carro estava lá no fundo. E o
carro não era propriamente um táxi. E a ideia de que eu estava sendo raptado começou a soar na minha cabeça.
Quando entrei no carro e me sentei ao lado do motorista, já estava olhando para a frente e pensando “esses são os
últimos momentos da minha vida, vou reviver todo o meu passado, como nos filmes”. Até que o motorista pegou em
algo que estava no porta-luvas. Era uma coisa metálica. Ele estendeu essa coisa e disse: “Aceita uma balinha?”.
Vocês estão a rir, mas eu não tinha nenhuma vontade de rir, porque balinha lá não quer dizer a mesma coisa que
2. aqui. Quer dizer bala no sentido literal mesmo, projétil de bala. E eu só consegui pensar que estava sendo assaltado,
que aquele homem me iria matar.
Isso é para mostrar como construímos a imagem uns dos outros. A imagem que se tem da África fora da África é
sempre associada à fome, à miséria, à guerra. Mas os africanos não vivem todos assim. Eles são felizes, são
construtores de vida, têm uma vida social riquíssima, têm culturas diversas, é o lugar no mundo onde há mais
diversidade do ponto de vista linguístico e cultural. Os problemas que temos são os mesmos da maior parte dos
países africanos: estão relacionados com a miséria e com o facto da sua própria história ser muito recente.
Moçambique teve uma guerra civil de 16 anos, em que morreram muitas pessoas. Moçambique é ao mesmo tempo
uma grande história de sucesso, porque a guerra acabou em 1992 e, quando eu pensava que nunca mais ia ver a
paz, o governo conseguiu instalar a paz juntamente com a sociedade civil. E hoje Moçambique é um grande parceiro
internacional de investimento e de outros governos.
Com a sua obra, conseguiu apresentar a realidade de um país e até de um continente. Como é a sua relação
com Moçambique?
Eu não me considero representante de Moçambique, considero-me apenas representante de mim mesmo. Tenho
duas dificuldades: sou de um continente em que os brancos são minoria. Num país de 21 milhões, os brancos são 10
ou 20 mil. Portanto, eu não poderia ser o representante de qualquer coisa, se é que existe isso de representatividade.
E a outra dificuldade é que eu tenho nome de mulher. Agora já não acontece tanto, mas antes, quando eu ia visitar
um outro país, muitas vezes estavam esperando uma mulher negra. E eu ficava no aeroporto esperando que alguém
viesse falar comigo e nada. Já tive desentendimentos terríveis.
Uma vez fui visitar Cuba e tinham organizado um presente para cada membro da delegação de jornalistas. Voltei
com uma caixa de presentes. Na época, vivíamos em guerra. E, na guerra em Moçambique, nós vivíamos em uma
situação-limite, não tínhamos nada. Eu estava fascinado com aquela coisa de ter recebido um presente. Quando
cheguei a Maputo e abri a caixa vi que lá estavam vestidos e brincos. Eram coisas para uma mulher, para a senhora
Mia Couto. Então eu não me sinto representante nesse sentido, mas sinto que o facto de ser conhecido hoje fora de
Moçambique me obriga a ter uma responsabilidade para com o meu próprio país. Então, quando estou fora, eu tento
divulgar a cultura de Moçambique e os outros escritores.
E com Portugal?
Eu sou descendente, sou filho de portugueses e tenho uma relação com Portugal muito curiosa, porque não
conhecia Portugal até ser adulto. Só fui a Portugal quando comecei a publicar os meus primeiros livros. E era uma
coisa muito estranha, porque a conceção africana de lugar é que o lugar é nosso quando os nossos mortos estão
enterrados no lugar. E eu não tenho mortos em Moçambique, infelizmente. Então os meus mortos estão enterrados
em algum lugar no norte de Portugal. E eu fui ver esse lugar, pois queria ver justamente porque queria ter essa
relação quase religiosa com o lugar.
O que acontece é que os meus pais imigraram para Moçambique quando eram jovens, tinham 20 anos, e viveram
toda a sua vida lá, nunca mais tiveram relação com Portugal. E eles contavam histórias de um país que, ao mesmo
tempo que me fascinava, mas que era algo muito distante. O que acontecia é que a minha mãe, ao contar histórias
sobre a sua família, os seus tios e avós, trazia para mim e para os meus irmãos uma presença que nos fazia muita
falta, porque todos os meus amigos tinha avós, tios e falavam dos primos. Eu não tinha ninguém. A minha família
eram os meus pais e os meus três irmãos. Então o que a minha mãe fazia ao contar histórias era inventar a família
inteira. Eu precisava ter um sentimento de eternidade que era conferido por essas histórias que a minha mãe
contava.
www.esquerda.net,4 de fevereiro de 2012