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OS SONHADORES
1A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 António Mota nasceu a 16 de julho de 1957 em Vilarelho, Ovil, concelho de Baião.
Era um bom aluno na escola primária, deixando-se deslumbrar com os livros que a
carrinha da Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian regularmente
lhe trazia. As suas obras de referência são as que leu aos 14 anos – Por quem os
sinos dobram e O velho e o mar.
 As limitações económicas da família obrigaram-no a tirar um curso rápido de
Magistério Primário e aos 18 anos era já um professor do Ensino Básico, profissão
que continua a desempenhar. Começou por criar histórias para os seus alunos,
incentivado pelas palavras sábias de Ilse Losa.
AUTOR - BIOGRAFIA
2A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 Foi em 1979 que escreveu o primeiro livro intitulado A aldeia das flores e
atualmente tem dezenas de obras publicadas. Tem obras traduzidas em Espanha e
também na Alemanha, estando algumas incluídas em listas de obras literárias de
qualidade recomendada pela International Youth Library of Munich. Em Portugal,
tem mais de cinco dezenas de obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura.
 Desde 1980 tem sido solicitado a visitar escolas do Ensino Básico e Secundário,
assim como bibliotecas públicas, em Portugal e noutros países, fomentando deste
modo, o gosto pela leitura entre crianças e jovens.
AUTOR - BIOGRAFIA
3A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 António Mota colaborou com vários jornais e participou em diversas ações
organizadas por Bibliotecas e Escolas Superiores de Educação.
 O escritor nunca abandonou a sua terra natal e deixa transparecer na sua escrita,
claras marcas de ruralidade e de um aprofundado conhecimento dos sonhos, das
alegrias e tristezas que povoam o espírito das crianças que vivem no Portugal
Profundo. Nos últimos anos tem escrito livros para crianças mais pequenas,
utilizando uma linguagem clara e simples. António escreve sempre acompanhado
de música clássica ou celta.
AUTOR - BIOGRAFIA
4A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
Ficha Técnica do Livro
 Título: Os Sonhadores
 Autor: António Mota
 Editora: Gailivro
 Nº da edição: 14ª
 Local de edição: Rua Cidade de Córdova, nº 2, 2610-038 Alfragide
 Data de edição: março de 2016
As páginas constantes neste documento referem-se à 6ª edição, maio de 2003
5
A OBRA
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
Estrutura da obra
 Este livro divide-se em 3 grandes partes:
 1ª parte - O encontro (ou o reencontro)
 tem início no presente, quando Armando Rosas visita Hermenegildo Sousa, no Porto, que lhe
entrega o manuscrito de uma história, a história da sua vida.
 2ª parte – O manuscrito
 Conta a história da vida de Gilinho, Hermenegildo Sousa, e de como ele e o narrador principal,
Armando Rosas se conheceram. É uma narrativa encaixada, uma analepse.
 3ª parte – O desencontro
 O desaparecimento do texto datilografado.
6
INTRODUÇÃO
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
O ENCONTRO – 1, 2
1 - Armando Rosas chega ao Porto e apanha um táxi para ir a casa do amigo,
Hermenegildo Sousa, que já não via há 15 anos.
Falaram da carta que o Sousa escreveu ao Rosas, um mês antes, e da circunstância
que o motivou – “…na paragem do autocarro, vi passar um carro azul… com uma cara
que me pareceu conhecida… e gritei “Rosas!”(p. 20)
Falaram, sobretudo, do “bichinho a roer por dentro!” (…) “o da escrita!”(p.22).
2 – O Sousa, casado com Deolinda, o seu primeiro
amor, vivia agora no Porto e trabalhava na secretaria
de uma escola preparatória.
O Rosas vivia em Amarante onde trabalhava na
secretaria do tribunal.
7A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
3 - Armando Rosas conheceu o Sousa no 3º ano do liceu,
em Penafiel.
 Tinham paixões comuns “a dos livros e a da escrita…”
“Nessa altura(o Rosas) escrevia poemas e (o Sousa)
batalhava nos contos.”(p.24)
 O Rosas foi viver para Murça e nunca mais se viram.
Mantiveram contacto através das cartas, mas “…mesmo
essas foram rareando no tempo…” (p.25)
“…a conversa… encalhou nas nossas escritas.” (p.26).
O ENCONTRO - 3
8
Liceu de Penafiel
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 O Sousa tinha um sonho: escrever um
livro. Tinha um manuscrito ainda não
datilografado e sem título.
 O Rosas escrevia croniquetas para o
Flor do Tâmega
 O Sousa “escrevia para a gaveta”.
 Terminada a visita, o Sousa deu o
manuscrito ao Rosas.
 Rosas não descansou enquanto não
terminou de datilografar o manuscrito
do amigo Hermenegildo Sousa.
Amarante
9
O ENCONTRO - 3
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
E assim começa o livro de Hermenegildo Sousa, o narrador secundário da narrativa
encaixada:
“Um fadário. Era assim que a minha mãe dizia.” (p.35)
Gilinho vivia com a mãe, a avó Rosa e o avô Zeferino numa aldeia rural, Plameiro.
O MANUSCRITO – 1
10A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
O avô Zeferino vivia enclausurado num quarto.
 “A janela tinha um grande ferro, mandado colocar pela avó Rosa, depois de ele,
num acesso de fúria e em plena madrugada, partir em mil pedacinhos os vidros da
janela de guilhotina e ter-se mandado dali abaixo.”
 Mas às vezes tinha momentos de lucidez e foi num desses momentos que me pediu
que trouxesse da escola um pedacinho de giz.
 O avô não sabia ler nem escrever e Gilinho, ainda na 2ª classe, pouco sabia, mas
pediu-me para escrever numa “folha enferrujada que ainda hoje estou para saber
onde é que ele a desencantou.” (p.39)
11
O MANUSCRITO – 1
O AVÔ ZEFERINO
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
Só no dia seguinte, 1 de julho, percebeu o que tinha escrito.
“Vi as minhas palavras de giz pregadas na porta escancarada:
“Tive de confessar a autoria da prosa. E minha mãe, cega de raiva, bateu-me com o
cabo de uma enxada na frente de toda a gente.” (p.40)
O Guilhermino Bicho organizou buscas na serra, mas sem sucesso.
O MANUSCRITO- 1
A MENSAGEM DE DESPEDIDA DO AVÔ ZEFERINO
12
isquzais deme pocorar
o sinhor isperame
o relojo é para o jiló
que deos tenha im
cota o
que paçaste cumigo
Zefirino
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “Sugador de todo o tipo de histórias, eu gostava de estar
junto do avô Zeferino”
 Gilinho recordou, então, as histórias que o avô lhe
contava, histórias tradicionais reinventadas(1) . Contou-
as à avó Rosa, a troco de rebuçados.
 Continuaram as buscas, agora na serra do Marão e,
Gilinho sofria maus tratos de todos: da mãe e da
miudagem que o chamavam “neto do maluquinho do
Plameiro” (p. 48).
 As ossadas do avô foram descobertas na serra do Marão,
três meses depois.
O MANUSCRITO – 2
AS HISTÓRIAS DO AVÔ ZEFERINO
13A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
Serra do Marão
Gilinho foi aprender o ofício de
sapateiro com Guilhermino Bicho (
Guilhermino José de Carvalho).
Guilhermino era o único na aldeia
que lia o jornal. “Guilhermino
gostava muito de ler.”
E dizia-lhe: “Ler é dar pão ao
espírito” (p.34)
E foi assim que Gilinho conheceu
Júlio Verne (1) e António Aleixo…
14
O MANUSCRITO – 3
GILINHO VAI APRENDER UM OFÍCIO
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “Pela boca do Guilhermino Bicho fui sabendo coisas
que a minha mãe e a minha avó nunca me
contaram”.
 Era através do radio que ele ficava a saber o que se
passava no mundo.
“- Gilinho, o mundo é muito maior que o Plameiro, e a
gente precisa de saber o que acontece aos nossos
semelhantes.” (p. 57)
 Falou-lhe da ingratidão e das invenções do povo e
da causa da loucura do avô Zeferino: “um campo
(uma terra muito boa) que valia muitas notas de
conto (p.59) e que foi vendido a um rival.
15
O MANUSCRITO – 4
A CAUSA DA LOUCURA DO AVÔ ZEFERINO
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “No Plameiro muita gente não gostava de Guilhermino Bicho”(p.65).
 D. Rosinha Pinta era sua inimiga nº1.
 “Diziam que ele falava como um poeta e tinha mais conversa que um padre
pregador.”
 Guilhermino foi criado pela avó, e nunca conheceu a mãe, porque esta foi forçada
(pelo tio Caetano) a abandoná-lo.
 Guilhermino era apaixonado pela afilhada e criada da D. Rosinha Pinta, viúva do sr.
Xavier, Miquinhas Serôdia. Mas a madrinha não deixou que eles se casassem.
16
O MANUSCRITO – 5
A ORIGEM E A VIDA DE GUILHERMINO BICHO
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “Eu gostava do Guilhermino Bicho porque ela sabia criar
enredos.” (p.75)
 “Queria ter tempo para ler todos os livros que o Bicho
guardava dentro da caixa de castanho.” (p.76).
 Sem o consentimento da mãe, mas com a autorização
do “mestre” lá ia, à tardinha, tomar banho na ribeira e
conversar com a rapaziada.
 E Zé Carlos era o herói do Plameiro, porque
acompanhava o pai, Manuel Golias, que era engraxador,
pelas cidades. Contava histórias mirabolantes, e era
difícil perceber se era verdade ou mentira, mas “…o que
interessava era que ele nos desse pedacinhos de
sonho.”
17
O MANUSCRITO – 6
COMO ERA DIFÍCIL PASSAR O VERÃO NA OFICINA
AS MENTIRAS DO ZÉ CARLOS
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 O Zé Carlos levava sempre com as culpas de tudo o que de
mau acontecia na aldeia…
 “A D. Rosinha Pinta, que estava cega, não gostava do Zé
Carlos”, desde os tempo de escola.
 O Zé Carlos foi descoberto a roubar as cerejas pelo Joli, o
cão da D. Rosinha. E foi castigado pela dona das cerejas e
humilhado pela professora.
 Um dia, trouxe um cão enorme e doente e disse aos rapazes
que o bicho tinha morrido e que o tinha atirado ao poço da
D. Rosinha. Todos juraram ficar caladinhos… “Que grande
vingança!” (p. 92).
18
O MANUSCRITO –7
A HUMILHAÇÃO E A VINGANÇA DO ZÉ CARLOS
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 Foi parar aos ouvidos da D. Rosinha, que chamou a GNR e o Zé Carlos foi
preso.
 Esvaziaram o poço e não encontraram sinal do cão.
 Zé Carlos foi solto e confessou que escondera o cão num casebre. Trouxe
o cão esfomeado novamente para a aldeia, e deixou-o no quintal da D.
Rosinha.
 Resultado: o cão estava cheio de fome e estraçalhou o Joli.
 O Zé Carlos desapareceu e deixou um bilhete na oficina do Guilhermino
Bicho.
 Justificava os roubos, com a promessa de devolver tudo e despedia-se dos
rapazes do Plameiro.
 Escrevia bem, o Zé Carlos - na escola, era o melhor em redações…
19
O MANUSCRITO – 8
O SEGREDO NÃO FOI GUARDADO
A FUGA DA ALDEIA
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
“Poucos meses depois de o Zé Carlos ter partido, a Deolinda apareceu no
Plameiro” (p. 101)
 Vem com os pais e os irmãos para “fazer as terras do Joaquim Maneta…
 Gilinho, mais novo do que ela, ficou logo “apanhadinho” pela Deolinda
que trabalhava ao lado dos pais, no campo e, em casa, tomava conta
dos 4 irmãos mais novos como uma mulher adulta (p. 101).
 O Guilhermino Bicho contou-lhe como se pedia namoro no seu tempo.
 “No meu tempo de rapaz, escrevi muitas cartas de amor, com frases tão
floreadas…
- “Menina, os seus olhos são duas brasas vivas que têm a arte de
incendiar o meu coração!”
20
O MANUSCRITO –9
A DEOLINDA CHEGA À ALDEIA…
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
“Numa tarde de agosto, a Deolinda apareceu em casa
do Guilhermino Bicho.” (p.107)
 “Trazia umas sandálias castanhas descosidas na
parte da frente e pedia urgência na reparação.”
 Hermenegildo viu nas velhas sandálias de Deolinda
a oportunidade para se aproximar dela.
 Fez umas sandálias novas e foi levá-las a casa da
Deolinda
21
O MANUSCRITO –10
GILINHO ESTÁ PELA, PRIMEIRA VEZ, NA PRESENÇA DE DEOLINDA
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
“Palerma! Olha que rico serviço andaste a fazer!” (p. 115)
“Furiosa a minha mãe batia-me com o tamanco...”
Deixou-lhe nódoas negras por todo o corpo…
A mãe ficou com ciúmes por ele ter feito umas sandálias para alguém que não ela.
E disse-lhe que era parecido com
“ele” – o seu pai
Gilinho não sabia nada do seu pai, apenas que se chamava Deodato Pinto e que tinha
ido para o Brasil.
Um dia encontrou, por acaso, uma fotografia no meio de uns lençóis.
E quando perguntava à mãe pelo pai, apercebia-se que “o pai fazia parte de um
passado que a mãe se esforçava por esconder” (p.118).
Mas continuou a sonhar com o pai…
22
O MANUSCRITO –11
A REAÇÃO DA MÃE DE GILINHO A DESCOBERTA DA FOTOGRAFIA DO PAI
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “Inventava todos os pretextos para estar junto da Deolinda”.
 “Falávamos de tudo, dos trabalhos que fazíamos e dos sonhos que
queríamos ver realizados” (p.121).
 Arranjou coragem e pediu-lhe namoro.
“Deram um beijo.
 Combinaram escrever cartas porque ele gostava
muito de escrever” (p. 124).
“A escrever, a gente está mais à vontade”.
23
O MANUSCRITO –12
O NAMORO COM DEOLINDA
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “Nunca vi casamento mais bonito.”
 O sapateiro decide casar com o amor da sua vida.
 A Miquinhas Serôdia
 “Nas aldeias, os minutos e os segundos não têm grande
sentido. Quem comanda avida são o dia e a noite, a
chuva e o sol, as quatro luas de cada mês. Dividido
apenas em quatro tempos, o ano passa devagar” (p.
127).
 O casamento foi uma festa na aldeia e Gilinho começou
a sonhar com um igual.
 A mãe, finalmente acedeu a falar-lhe no pai,
no dia seguinte.
24
O MANUSCRITO –13 - 14
CASAMENTO DE GUILHERMINO BICHO E DE MIQUINHAS SERÔDIA
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 Algum tempo depois do casamento, D. Rosinha sentiu-se mal e morreu. Foi a
enterrar na véspera de Natal.
 No seu velório, apareceu o Zé Carlos completamente diferente. De roupa nova e bem
penteado. Contou a Gilinho como tinha sido a sua vida depois de sair do Plameiro.
Como foi parar ao Porto e encontrou o Sr. Eduardo.
25
O MANUSCRITO –15
A MORTE DE D. ROSINHA E O REGRESSO DE ZÉ CARLOS
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “Sr. Eduardo! Senhor Eduardo! – gritei, todo contente por tê-lo visto.”
 Como passou a noite tratado como um lorde e o emprego no Grande
Hotel da Batalha que o Sr. Eduardo lhe arranjou.
 De roupa nova e cabelo tratado, ia fazer o trabalho de um mandarete,
levava as malas dos clientes, engraxava os sapatos e ajudava nas
limpezas
 Inventou uma desculpa para vir ao funeral da D. Rosinha.
 Verificou-se uma grande mudança na vida do Zé Carlos. Tomou uma
boa decisão quando saiu do Plameiro, mas também porque encontrou
o Sr. Eduardo que acreditou nele e o ajudou.
 Os pais continuaram a ser muito pobres…
26
O MANUSCRITO –16 E 17
A VIDA DO ZÉ CARLOS, DEPOIS DO PLAMEIRO
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “- Ouve, meu filho, não te passe pela cabeça que teu pai é um santo. Ainda hoje,
passados tantos anos, por mais voltas que dê, não entendo as razões dele“ (p.157).
 O pai de Gilinho não gostava dos trabalhos do campo (amanhar a terra, matança do
porco…)
27
O MANUSCRITO –18
A MÃE DE GILINHO DECIDE CONTAR-LHE TUDO ACERCA DO PAI
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “Sem mestre e sem nada que fazer, comecei a aborrecer-me” (p. 163).
 “Os dias passavam devagar e Deolinda nem sempre tinha tempo para ouvir os
sonhos que eu lhe contava.”
 Queria montar uma oficina, mas o Guilhermino queria que eu fosse estudar…
 “Estudar era um sonho que eu guardava muito bem guardado, porque sabia que não
podia tornar-se realidade” (p.165).
 Contra a vontade da mãe, mas com a ajuda do orgulho da avó, porque Guilhermino
disse que pagaria os estudos, foi decidido que iria estudar e com os estudos pagos
pela mãe.
 “- Muito obrigada, mas se ele for estudar é às minhas custas” (p.167).
28
O MANUSCRITO –19
A DECISÃO DE IR ESTUDAR
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 A preparação para os estudos em Penafiel, com a professora de Louredo, a 1 Km do
Plameiro.
 A Deolinda:
“-Não quero que me escrevas. Esquece que eu existo” (p. 172).
29
O MANUSCRITO –20
PREPARAÇÃO PARA OS ESTUDOS NO LICEU
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “- Levanta-te, Gilinho! – disse minha mãe.”
 Nesse dia “chovia abundantemente. Os relâmpagos faziam riscos fosforescentes no
negrume do céu e os trovões punham a minha avó a rezar à Santa Bárbara.
 Guilhermino, que já tinha ido a Penafiel arranjar-lhe quarto, acompanhou-o também
nesta viagem.
30
O MANUSCRITO – 21
O DIA DA PARTIDA
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 Não simpatizei com a dona Sabina. Pareceu-me desconfiada, mandona…
“O quarto ficava nas águas furtadas e tinha uma pequena janela que dava acesso ao
telhado” (p.181).
 Os conselhos do Guilhermino:
 “Aproveita esta oportunidade”
 Vai escrevendo para o PLAMEIRO…
 O que tu precisas é de estudar!
31
O MANUSCRITO – 22
EM PENAFIEL – PRIMEIRAS IMPRESSÕES
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
A vida na pensão e no liceu
 O Sr. Alípio, que era de Boticas, e trabalhava na secretaria do tribunal de Penafiel…
 O Pinto, um jogador “ponta de lança” que de cada vez que jogava à bola ficava com
as pernas cheias de negras…
 O Francelino, um dos melhores alunos do liceu, passava os dias fechado no quarto.
 Gilinho ia ao seu quarto e comia as banana e os biscoitos que o pai de Francelino,
ourives em Lousada, lhe trazia - e um dia teve de pedir desculpa e passou uma
grande vergonha… e prometeu nunca mais entrar no quarto do Francelino
 Não cumpriu a promessa e foi apanhado (mas desta vez só tinha ido para ouvir o
“Yellow Submarine” no gira discos do Francelino. Houve uma grande luta entre os
dois rapazes e Gilinho saiu da pensão muito revoltado e a sentir-se “a pessoa mais
infeliz do mundo” (p. 193) e só voltou tarde da noite…
 Escreveu cartas à mãe e à Deolinda…
32
O MANUSCRITO – 23
NOVA VIDA, NOVOS “AMIGOS”, NOVAS EXPERIÊNCIAS
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 “No 3º ano do liceu, o Rosas apareceu em Penafiel, em janeiro, e sentou -se na
carteira que estava à minha frente.”(p. 195)
Rosas “era gorducho e pouco interessado nas aulas… mas gostava de ler livros de
poesia e romances, comecei a acompanhá-lo e a nossa amizade cimentada pelos
gostos muito parecidos, crescia com o passar do tempo”(p. 195).
 O Rosas … lera mais livros do que toda a turma junta.
 Escrevia poemas e Gilinho ficava deslumbrado “com os amores contrariados que os
versos carpiam.” (p. 197)
 No 5º ano o Rosas saiu de Penafiel. O pai, que era GNR, foi promovido e mudou
para Murça. Juraram ficar sempre unidos como os dedos das mãos e escrever
muitas cartas.
 Entretanto Gilinho continuava sonhar conhecer o pai.
33
O MANUSCRITO – 24
A CHEGADA E A PARTIDA DE ROSAS
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 No final do 5º ano do liceu (hoje 9º ano), a mãe anunciou que não podia pagar mais
os seus estudos, O seu sonho de ser doutor tinha sido interrompido.
 A avó não aceitou o dinheiro que o sr. Gulhermino lhe queria emprestar. Aquele
seria o seu último ano em Penafiel.
 Entretanto, o circo chegou à cidade.
Pediu dinheiro emprestado ao dono da pensão onde comia e não jantou, até pagar a
dívida.
 Quem mais lhe despertou a atenção foi o guitarrista Paco Moreno.
 Nome desconhecido, cara conhecida.
34
O MANUSCRITO – 25
UM SONHO INTERROMPIDO
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
Outro sonho realizado
 “No quarto, examinei demoradamente o panfleto do circo que continha no canto
inferior esquerdo o rosto triste de Paco Moreno.” (p. 209)
 Saiu em busca daquele rosto conhecido de uma fotografia e com traços do seu
próprio físico. Encontrou-o num café a jogar bilhar e foi fazendo a abordagem até
que pronunciou o nome da aldeia, Plameiro. Gilinho iniciou a sua história e
perguntou-lhe se ele era capaz de a terminar.
O reconhecimento
 “Houve um momento de silêncio que parecia não ter fim, e ambos engolíamos em
seco.” (p. 217)
35
O MANUSCRITO – 26
O PANFLETO E O RECONHECIMENTO
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
 O pai de Gilinho saiu do Plameiro em busca do seu sonho.
 Gilinho foi sabendo da vida do pai, que lhe contou tudo o que fez em busca de um
sonho, sem emoção, e sem arrependimento. Gilinho não estaria à espera de tanta
frieza e ficou dececionado, sobretudo, porque ele não o chamou de “meu filho”. Só
lhe disse para aceitar as coisas como elas eram e viver a sua vida…
 Deixou-o lavado em lágrimas e, no dia seguinte, sem voltar a falaR com ele, deixou-
lhe um embrulho com uma nota de 1.000$00 e uma viola.
36
O MANUSCRITO – 27
A HISTÓRIA DO PAI DE GILINHO – DEODATO PINTO (PACO MORENO)
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
O extravio do texto
Quando Armando Rosas acabou de dactilografar o texto, resolveu enviá-lo ao autor -
o Hermenegildo Sousa.
Enviou-lho pelo Sr. Manuel, o recoveiro(1), que conhecia o Porto como as suas mãos.
A carrinha do Sr. Manuel foi roubada e apareceu algum tempo depois, mas o texto
nunca mais apareceu.
O Rosas ficou arrasado, mas o Sousa desvalorizou o seu próprio texto “Aquilo era
conversa de caranguejo.”
“A conversa de caranguejo” terá mesmo desaparecido?
37
3ª PARTE
O DESENCONTRO – 1 - 2
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
Sonhos realizados
Guilhermino Bicho
- casou com Miquinhas Serôdia
Armando Rosas
- Reencontrou o amigo de liceu
Zé Carlos
- Saiu do Plameiro e arranjou
emprego
Hermenegildo Sousa
- casou com a Deolinda
- Escreveu um livro
- Reencontrou o pai
Sonhos não realizados
Hermenegildo Sousa
- não conseguiu ser doutor
- O reencontro com o pai não foi
como esperava
38
CONCLUSÃO
UMA MÃO CHEIA DE SONHOS À ESPERA DE REALIZAÇÃO,
OUTRA MÃO CHEIA DELES JÁ REALIZADOS.
E ASSIM A VIDA VAI SENDO VIVIDA…
A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
Seja qual for a dimensão do nosso sonho,
ele só se realiza se não desistirmos dele.
Lurdes Meneses
39A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses

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Os sonhadores capítulo a capítulo

  • 1. OS SONHADORES 1A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 2.  António Mota nasceu a 16 de julho de 1957 em Vilarelho, Ovil, concelho de Baião. Era um bom aluno na escola primária, deixando-se deslumbrar com os livros que a carrinha da Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian regularmente lhe trazia. As suas obras de referência são as que leu aos 14 anos – Por quem os sinos dobram e O velho e o mar.  As limitações económicas da família obrigaram-no a tirar um curso rápido de Magistério Primário e aos 18 anos era já um professor do Ensino Básico, profissão que continua a desempenhar. Começou por criar histórias para os seus alunos, incentivado pelas palavras sábias de Ilse Losa. AUTOR - BIOGRAFIA 2A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 3.  Foi em 1979 que escreveu o primeiro livro intitulado A aldeia das flores e atualmente tem dezenas de obras publicadas. Tem obras traduzidas em Espanha e também na Alemanha, estando algumas incluídas em listas de obras literárias de qualidade recomendada pela International Youth Library of Munich. Em Portugal, tem mais de cinco dezenas de obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura.  Desde 1980 tem sido solicitado a visitar escolas do Ensino Básico e Secundário, assim como bibliotecas públicas, em Portugal e noutros países, fomentando deste modo, o gosto pela leitura entre crianças e jovens. AUTOR - BIOGRAFIA 3A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 4.  António Mota colaborou com vários jornais e participou em diversas ações organizadas por Bibliotecas e Escolas Superiores de Educação.  O escritor nunca abandonou a sua terra natal e deixa transparecer na sua escrita, claras marcas de ruralidade e de um aprofundado conhecimento dos sonhos, das alegrias e tristezas que povoam o espírito das crianças que vivem no Portugal Profundo. Nos últimos anos tem escrito livros para crianças mais pequenas, utilizando uma linguagem clara e simples. António escreve sempre acompanhado de música clássica ou celta. AUTOR - BIOGRAFIA 4A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 5. Ficha Técnica do Livro  Título: Os Sonhadores  Autor: António Mota  Editora: Gailivro  Nº da edição: 14ª  Local de edição: Rua Cidade de Córdova, nº 2, 2610-038 Alfragide  Data de edição: março de 2016 As páginas constantes neste documento referem-se à 6ª edição, maio de 2003 5 A OBRA A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 6. Estrutura da obra  Este livro divide-se em 3 grandes partes:  1ª parte - O encontro (ou o reencontro)  tem início no presente, quando Armando Rosas visita Hermenegildo Sousa, no Porto, que lhe entrega o manuscrito de uma história, a história da sua vida.  2ª parte – O manuscrito  Conta a história da vida de Gilinho, Hermenegildo Sousa, e de como ele e o narrador principal, Armando Rosas se conheceram. É uma narrativa encaixada, uma analepse.  3ª parte – O desencontro  O desaparecimento do texto datilografado. 6 INTRODUÇÃO A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 7. O ENCONTRO – 1, 2 1 - Armando Rosas chega ao Porto e apanha um táxi para ir a casa do amigo, Hermenegildo Sousa, que já não via há 15 anos. Falaram da carta que o Sousa escreveu ao Rosas, um mês antes, e da circunstância que o motivou – “…na paragem do autocarro, vi passar um carro azul… com uma cara que me pareceu conhecida… e gritei “Rosas!”(p. 20) Falaram, sobretudo, do “bichinho a roer por dentro!” (…) “o da escrita!”(p.22). 2 – O Sousa, casado com Deolinda, o seu primeiro amor, vivia agora no Porto e trabalhava na secretaria de uma escola preparatória. O Rosas vivia em Amarante onde trabalhava na secretaria do tribunal. 7A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 8. 3 - Armando Rosas conheceu o Sousa no 3º ano do liceu, em Penafiel.  Tinham paixões comuns “a dos livros e a da escrita…” “Nessa altura(o Rosas) escrevia poemas e (o Sousa) batalhava nos contos.”(p.24)  O Rosas foi viver para Murça e nunca mais se viram. Mantiveram contacto através das cartas, mas “…mesmo essas foram rareando no tempo…” (p.25) “…a conversa… encalhou nas nossas escritas.” (p.26). O ENCONTRO - 3 8 Liceu de Penafiel A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 9.  O Sousa tinha um sonho: escrever um livro. Tinha um manuscrito ainda não datilografado e sem título.  O Rosas escrevia croniquetas para o Flor do Tâmega  O Sousa “escrevia para a gaveta”.  Terminada a visita, o Sousa deu o manuscrito ao Rosas.  Rosas não descansou enquanto não terminou de datilografar o manuscrito do amigo Hermenegildo Sousa. Amarante 9 O ENCONTRO - 3 A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 10. E assim começa o livro de Hermenegildo Sousa, o narrador secundário da narrativa encaixada: “Um fadário. Era assim que a minha mãe dizia.” (p.35) Gilinho vivia com a mãe, a avó Rosa e o avô Zeferino numa aldeia rural, Plameiro. O MANUSCRITO – 1 10A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 11. O avô Zeferino vivia enclausurado num quarto.  “A janela tinha um grande ferro, mandado colocar pela avó Rosa, depois de ele, num acesso de fúria e em plena madrugada, partir em mil pedacinhos os vidros da janela de guilhotina e ter-se mandado dali abaixo.”  Mas às vezes tinha momentos de lucidez e foi num desses momentos que me pediu que trouxesse da escola um pedacinho de giz.  O avô não sabia ler nem escrever e Gilinho, ainda na 2ª classe, pouco sabia, mas pediu-me para escrever numa “folha enferrujada que ainda hoje estou para saber onde é que ele a desencantou.” (p.39) 11 O MANUSCRITO – 1 O AVÔ ZEFERINO A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 12. Só no dia seguinte, 1 de julho, percebeu o que tinha escrito. “Vi as minhas palavras de giz pregadas na porta escancarada: “Tive de confessar a autoria da prosa. E minha mãe, cega de raiva, bateu-me com o cabo de uma enxada na frente de toda a gente.” (p.40) O Guilhermino Bicho organizou buscas na serra, mas sem sucesso. O MANUSCRITO- 1 A MENSAGEM DE DESPEDIDA DO AVÔ ZEFERINO 12 isquzais deme pocorar o sinhor isperame o relojo é para o jiló que deos tenha im cota o que paçaste cumigo Zefirino A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 13.  “Sugador de todo o tipo de histórias, eu gostava de estar junto do avô Zeferino”  Gilinho recordou, então, as histórias que o avô lhe contava, histórias tradicionais reinventadas(1) . Contou- as à avó Rosa, a troco de rebuçados.  Continuaram as buscas, agora na serra do Marão e, Gilinho sofria maus tratos de todos: da mãe e da miudagem que o chamavam “neto do maluquinho do Plameiro” (p. 48).  As ossadas do avô foram descobertas na serra do Marão, três meses depois. O MANUSCRITO – 2 AS HISTÓRIAS DO AVÔ ZEFERINO 13A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses Serra do Marão
  • 14. Gilinho foi aprender o ofício de sapateiro com Guilhermino Bicho ( Guilhermino José de Carvalho). Guilhermino era o único na aldeia que lia o jornal. “Guilhermino gostava muito de ler.” E dizia-lhe: “Ler é dar pão ao espírito” (p.34) E foi assim que Gilinho conheceu Júlio Verne (1) e António Aleixo… 14 O MANUSCRITO – 3 GILINHO VAI APRENDER UM OFÍCIO A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 15.  “Pela boca do Guilhermino Bicho fui sabendo coisas que a minha mãe e a minha avó nunca me contaram”.  Era através do radio que ele ficava a saber o que se passava no mundo. “- Gilinho, o mundo é muito maior que o Plameiro, e a gente precisa de saber o que acontece aos nossos semelhantes.” (p. 57)  Falou-lhe da ingratidão e das invenções do povo e da causa da loucura do avô Zeferino: “um campo (uma terra muito boa) que valia muitas notas de conto (p.59) e que foi vendido a um rival. 15 O MANUSCRITO – 4 A CAUSA DA LOUCURA DO AVÔ ZEFERINO A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 16.  “No Plameiro muita gente não gostava de Guilhermino Bicho”(p.65).  D. Rosinha Pinta era sua inimiga nº1.  “Diziam que ele falava como um poeta e tinha mais conversa que um padre pregador.”  Guilhermino foi criado pela avó, e nunca conheceu a mãe, porque esta foi forçada (pelo tio Caetano) a abandoná-lo.  Guilhermino era apaixonado pela afilhada e criada da D. Rosinha Pinta, viúva do sr. Xavier, Miquinhas Serôdia. Mas a madrinha não deixou que eles se casassem. 16 O MANUSCRITO – 5 A ORIGEM E A VIDA DE GUILHERMINO BICHO A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 17.  “Eu gostava do Guilhermino Bicho porque ela sabia criar enredos.” (p.75)  “Queria ter tempo para ler todos os livros que o Bicho guardava dentro da caixa de castanho.” (p.76).  Sem o consentimento da mãe, mas com a autorização do “mestre” lá ia, à tardinha, tomar banho na ribeira e conversar com a rapaziada.  E Zé Carlos era o herói do Plameiro, porque acompanhava o pai, Manuel Golias, que era engraxador, pelas cidades. Contava histórias mirabolantes, e era difícil perceber se era verdade ou mentira, mas “…o que interessava era que ele nos desse pedacinhos de sonho.” 17 O MANUSCRITO – 6 COMO ERA DIFÍCIL PASSAR O VERÃO NA OFICINA AS MENTIRAS DO ZÉ CARLOS A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 18.  O Zé Carlos levava sempre com as culpas de tudo o que de mau acontecia na aldeia…  “A D. Rosinha Pinta, que estava cega, não gostava do Zé Carlos”, desde os tempo de escola.  O Zé Carlos foi descoberto a roubar as cerejas pelo Joli, o cão da D. Rosinha. E foi castigado pela dona das cerejas e humilhado pela professora.  Um dia, trouxe um cão enorme e doente e disse aos rapazes que o bicho tinha morrido e que o tinha atirado ao poço da D. Rosinha. Todos juraram ficar caladinhos… “Que grande vingança!” (p. 92). 18 O MANUSCRITO –7 A HUMILHAÇÃO E A VINGANÇA DO ZÉ CARLOS A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 19.  Foi parar aos ouvidos da D. Rosinha, que chamou a GNR e o Zé Carlos foi preso.  Esvaziaram o poço e não encontraram sinal do cão.  Zé Carlos foi solto e confessou que escondera o cão num casebre. Trouxe o cão esfomeado novamente para a aldeia, e deixou-o no quintal da D. Rosinha.  Resultado: o cão estava cheio de fome e estraçalhou o Joli.  O Zé Carlos desapareceu e deixou um bilhete na oficina do Guilhermino Bicho.  Justificava os roubos, com a promessa de devolver tudo e despedia-se dos rapazes do Plameiro.  Escrevia bem, o Zé Carlos - na escola, era o melhor em redações… 19 O MANUSCRITO – 8 O SEGREDO NÃO FOI GUARDADO A FUGA DA ALDEIA A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 20. “Poucos meses depois de o Zé Carlos ter partido, a Deolinda apareceu no Plameiro” (p. 101)  Vem com os pais e os irmãos para “fazer as terras do Joaquim Maneta…  Gilinho, mais novo do que ela, ficou logo “apanhadinho” pela Deolinda que trabalhava ao lado dos pais, no campo e, em casa, tomava conta dos 4 irmãos mais novos como uma mulher adulta (p. 101).  O Guilhermino Bicho contou-lhe como se pedia namoro no seu tempo.  “No meu tempo de rapaz, escrevi muitas cartas de amor, com frases tão floreadas… - “Menina, os seus olhos são duas brasas vivas que têm a arte de incendiar o meu coração!” 20 O MANUSCRITO –9 A DEOLINDA CHEGA À ALDEIA… A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 21. “Numa tarde de agosto, a Deolinda apareceu em casa do Guilhermino Bicho.” (p.107)  “Trazia umas sandálias castanhas descosidas na parte da frente e pedia urgência na reparação.”  Hermenegildo viu nas velhas sandálias de Deolinda a oportunidade para se aproximar dela.  Fez umas sandálias novas e foi levá-las a casa da Deolinda 21 O MANUSCRITO –10 GILINHO ESTÁ PELA, PRIMEIRA VEZ, NA PRESENÇA DE DEOLINDA A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 22. “Palerma! Olha que rico serviço andaste a fazer!” (p. 115) “Furiosa a minha mãe batia-me com o tamanco...” Deixou-lhe nódoas negras por todo o corpo… A mãe ficou com ciúmes por ele ter feito umas sandálias para alguém que não ela. E disse-lhe que era parecido com “ele” – o seu pai Gilinho não sabia nada do seu pai, apenas que se chamava Deodato Pinto e que tinha ido para o Brasil. Um dia encontrou, por acaso, uma fotografia no meio de uns lençóis. E quando perguntava à mãe pelo pai, apercebia-se que “o pai fazia parte de um passado que a mãe se esforçava por esconder” (p.118). Mas continuou a sonhar com o pai… 22 O MANUSCRITO –11 A REAÇÃO DA MÃE DE GILINHO A DESCOBERTA DA FOTOGRAFIA DO PAI A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 23.  “Inventava todos os pretextos para estar junto da Deolinda”.  “Falávamos de tudo, dos trabalhos que fazíamos e dos sonhos que queríamos ver realizados” (p.121).  Arranjou coragem e pediu-lhe namoro. “Deram um beijo.  Combinaram escrever cartas porque ele gostava muito de escrever” (p. 124). “A escrever, a gente está mais à vontade”. 23 O MANUSCRITO –12 O NAMORO COM DEOLINDA A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 24.  “Nunca vi casamento mais bonito.”  O sapateiro decide casar com o amor da sua vida.  A Miquinhas Serôdia  “Nas aldeias, os minutos e os segundos não têm grande sentido. Quem comanda avida são o dia e a noite, a chuva e o sol, as quatro luas de cada mês. Dividido apenas em quatro tempos, o ano passa devagar” (p. 127).  O casamento foi uma festa na aldeia e Gilinho começou a sonhar com um igual.  A mãe, finalmente acedeu a falar-lhe no pai, no dia seguinte. 24 O MANUSCRITO –13 - 14 CASAMENTO DE GUILHERMINO BICHO E DE MIQUINHAS SERÔDIA A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 25.  Algum tempo depois do casamento, D. Rosinha sentiu-se mal e morreu. Foi a enterrar na véspera de Natal.  No seu velório, apareceu o Zé Carlos completamente diferente. De roupa nova e bem penteado. Contou a Gilinho como tinha sido a sua vida depois de sair do Plameiro. Como foi parar ao Porto e encontrou o Sr. Eduardo. 25 O MANUSCRITO –15 A MORTE DE D. ROSINHA E O REGRESSO DE ZÉ CARLOS A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 26.  “Sr. Eduardo! Senhor Eduardo! – gritei, todo contente por tê-lo visto.”  Como passou a noite tratado como um lorde e o emprego no Grande Hotel da Batalha que o Sr. Eduardo lhe arranjou.  De roupa nova e cabelo tratado, ia fazer o trabalho de um mandarete, levava as malas dos clientes, engraxava os sapatos e ajudava nas limpezas  Inventou uma desculpa para vir ao funeral da D. Rosinha.  Verificou-se uma grande mudança na vida do Zé Carlos. Tomou uma boa decisão quando saiu do Plameiro, mas também porque encontrou o Sr. Eduardo que acreditou nele e o ajudou.  Os pais continuaram a ser muito pobres… 26 O MANUSCRITO –16 E 17 A VIDA DO ZÉ CARLOS, DEPOIS DO PLAMEIRO A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 27.  “- Ouve, meu filho, não te passe pela cabeça que teu pai é um santo. Ainda hoje, passados tantos anos, por mais voltas que dê, não entendo as razões dele“ (p.157).  O pai de Gilinho não gostava dos trabalhos do campo (amanhar a terra, matança do porco…) 27 O MANUSCRITO –18 A MÃE DE GILINHO DECIDE CONTAR-LHE TUDO ACERCA DO PAI A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 28.  “Sem mestre e sem nada que fazer, comecei a aborrecer-me” (p. 163).  “Os dias passavam devagar e Deolinda nem sempre tinha tempo para ouvir os sonhos que eu lhe contava.”  Queria montar uma oficina, mas o Guilhermino queria que eu fosse estudar…  “Estudar era um sonho que eu guardava muito bem guardado, porque sabia que não podia tornar-se realidade” (p.165).  Contra a vontade da mãe, mas com a ajuda do orgulho da avó, porque Guilhermino disse que pagaria os estudos, foi decidido que iria estudar e com os estudos pagos pela mãe.  “- Muito obrigada, mas se ele for estudar é às minhas custas” (p.167). 28 O MANUSCRITO –19 A DECISÃO DE IR ESTUDAR A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 29.  A preparação para os estudos em Penafiel, com a professora de Louredo, a 1 Km do Plameiro.  A Deolinda: “-Não quero que me escrevas. Esquece que eu existo” (p. 172). 29 O MANUSCRITO –20 PREPARAÇÃO PARA OS ESTUDOS NO LICEU A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 30.  “- Levanta-te, Gilinho! – disse minha mãe.”  Nesse dia “chovia abundantemente. Os relâmpagos faziam riscos fosforescentes no negrume do céu e os trovões punham a minha avó a rezar à Santa Bárbara.  Guilhermino, que já tinha ido a Penafiel arranjar-lhe quarto, acompanhou-o também nesta viagem. 30 O MANUSCRITO – 21 O DIA DA PARTIDA A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 31.  Não simpatizei com a dona Sabina. Pareceu-me desconfiada, mandona… “O quarto ficava nas águas furtadas e tinha uma pequena janela que dava acesso ao telhado” (p.181).  Os conselhos do Guilhermino:  “Aproveita esta oportunidade”  Vai escrevendo para o PLAMEIRO…  O que tu precisas é de estudar! 31 O MANUSCRITO – 22 EM PENAFIEL – PRIMEIRAS IMPRESSÕES A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 32. A vida na pensão e no liceu  O Sr. Alípio, que era de Boticas, e trabalhava na secretaria do tribunal de Penafiel…  O Pinto, um jogador “ponta de lança” que de cada vez que jogava à bola ficava com as pernas cheias de negras…  O Francelino, um dos melhores alunos do liceu, passava os dias fechado no quarto.  Gilinho ia ao seu quarto e comia as banana e os biscoitos que o pai de Francelino, ourives em Lousada, lhe trazia - e um dia teve de pedir desculpa e passou uma grande vergonha… e prometeu nunca mais entrar no quarto do Francelino  Não cumpriu a promessa e foi apanhado (mas desta vez só tinha ido para ouvir o “Yellow Submarine” no gira discos do Francelino. Houve uma grande luta entre os dois rapazes e Gilinho saiu da pensão muito revoltado e a sentir-se “a pessoa mais infeliz do mundo” (p. 193) e só voltou tarde da noite…  Escreveu cartas à mãe e à Deolinda… 32 O MANUSCRITO – 23 NOVA VIDA, NOVOS “AMIGOS”, NOVAS EXPERIÊNCIAS A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 33.  “No 3º ano do liceu, o Rosas apareceu em Penafiel, em janeiro, e sentou -se na carteira que estava à minha frente.”(p. 195) Rosas “era gorducho e pouco interessado nas aulas… mas gostava de ler livros de poesia e romances, comecei a acompanhá-lo e a nossa amizade cimentada pelos gostos muito parecidos, crescia com o passar do tempo”(p. 195).  O Rosas … lera mais livros do que toda a turma junta.  Escrevia poemas e Gilinho ficava deslumbrado “com os amores contrariados que os versos carpiam.” (p. 197)  No 5º ano o Rosas saiu de Penafiel. O pai, que era GNR, foi promovido e mudou para Murça. Juraram ficar sempre unidos como os dedos das mãos e escrever muitas cartas.  Entretanto Gilinho continuava sonhar conhecer o pai. 33 O MANUSCRITO – 24 A CHEGADA E A PARTIDA DE ROSAS A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 34.  No final do 5º ano do liceu (hoje 9º ano), a mãe anunciou que não podia pagar mais os seus estudos, O seu sonho de ser doutor tinha sido interrompido.  A avó não aceitou o dinheiro que o sr. Gulhermino lhe queria emprestar. Aquele seria o seu último ano em Penafiel.  Entretanto, o circo chegou à cidade. Pediu dinheiro emprestado ao dono da pensão onde comia e não jantou, até pagar a dívida.  Quem mais lhe despertou a atenção foi o guitarrista Paco Moreno.  Nome desconhecido, cara conhecida. 34 O MANUSCRITO – 25 UM SONHO INTERROMPIDO A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 35. Outro sonho realizado  “No quarto, examinei demoradamente o panfleto do circo que continha no canto inferior esquerdo o rosto triste de Paco Moreno.” (p. 209)  Saiu em busca daquele rosto conhecido de uma fotografia e com traços do seu próprio físico. Encontrou-o num café a jogar bilhar e foi fazendo a abordagem até que pronunciou o nome da aldeia, Plameiro. Gilinho iniciou a sua história e perguntou-lhe se ele era capaz de a terminar. O reconhecimento  “Houve um momento de silêncio que parecia não ter fim, e ambos engolíamos em seco.” (p. 217) 35 O MANUSCRITO – 26 O PANFLETO E O RECONHECIMENTO A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 36.  O pai de Gilinho saiu do Plameiro em busca do seu sonho.  Gilinho foi sabendo da vida do pai, que lhe contou tudo o que fez em busca de um sonho, sem emoção, e sem arrependimento. Gilinho não estaria à espera de tanta frieza e ficou dececionado, sobretudo, porque ele não o chamou de “meu filho”. Só lhe disse para aceitar as coisas como elas eram e viver a sua vida…  Deixou-o lavado em lágrimas e, no dia seguinte, sem voltar a falaR com ele, deixou- lhe um embrulho com uma nota de 1.000$00 e uma viola. 36 O MANUSCRITO – 27 A HISTÓRIA DO PAI DE GILINHO – DEODATO PINTO (PACO MORENO) A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 37. O extravio do texto Quando Armando Rosas acabou de dactilografar o texto, resolveu enviá-lo ao autor - o Hermenegildo Sousa. Enviou-lho pelo Sr. Manuel, o recoveiro(1), que conhecia o Porto como as suas mãos. A carrinha do Sr. Manuel foi roubada e apareceu algum tempo depois, mas o texto nunca mais apareceu. O Rosas ficou arrasado, mas o Sousa desvalorizou o seu próprio texto “Aquilo era conversa de caranguejo.” “A conversa de caranguejo” terá mesmo desaparecido? 37 3ª PARTE O DESENCONTRO – 1 - 2 A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 38. Sonhos realizados Guilhermino Bicho - casou com Miquinhas Serôdia Armando Rosas - Reencontrou o amigo de liceu Zé Carlos - Saiu do Plameiro e arranjou emprego Hermenegildo Sousa - casou com a Deolinda - Escreveu um livro - Reencontrou o pai Sonhos não realizados Hermenegildo Sousa - não conseguiu ser doutor - O reencontro com o pai não foi como esperava 38 CONCLUSÃO UMA MÃO CHEIA DE SONHOS À ESPERA DE REALIZAÇÃO, OUTRA MÃO CHEIA DELES JÁ REALIZADOS. E ASSIM A VIDA VAI SENDO VIVIDA… A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses
  • 39. Seja qual for a dimensão do nosso sonho, ele só se realiza se não desistirmos dele. Lurdes Meneses 39A Professora Bibliotecária, Lurdes Meneses

Notas do Editor

  1. O Sousa, apesar de todas as privações, era bom aluno. (…) ”“não os livros de estudo, não, os outros que estavam a linhados nas prateleiras da biblioteca municipal….”
  2. (1) A história dos eremitas que vieram por termo aos abusos dos homens “desnaturados” que matavam o seu semelhante “como quem mata uma reles pulga”(p. 44).
  3. “Gilinho, os livros dão-nos a conhecer o mundo dos homens. Quando se lê, não se está perder tempo”. (1) A volta ao mundo em 80 dias / Vinte mil léguas submarinas/ Viagem ao centro da terra
  4. De vez em quando desapareciam dos estendais e coradoiros do Plameiro lenços, camisolas interiores e meias de lã. Apanhou duas bengaladas da dona das cerejas e meia dúzia de reguadas da professora, a D. Adosinda Lobo, quando a D. Pinta lhe foi falar do roubo. Jurou vingar-se, mas exigiu segredo aos rapazes do Plameiro.
  5. Fez umas sandálias e foi levá-las a casa da Deolinda
  6. “Depois do casamento, Guilhermino Bicho chegava tarde à oficina e eu, com o passar dos dias, fui-me apercebendo que ele já não era o mesmo”(p. 137).
  7. Ficou a saber que a mãe não guardava raiva do pai, apenas pena de si própria, por achar que não merecia.
  8. O Rosas tinha muita imaginação, e tinha um duplo. “É o meu duplo que escreve os poemas. Eu sou apenas a mão a mão de que ele se serva para tornar visível a sua existência.”(p.195)
  9. Indivíduo que recova, que transporta mercadorias em récua. = ALMOCREVE "recoveiro", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/recoveiro [consultado em 04-02-2017].