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Drenagem torácica
Cirurgiã Geral
Cirurgiã Vascular
Professora de Urgência e Emergência - UFRN
Dra. Ana Cecília Angelo Matias
Natal-RN, 2023
Toracocentese
• Punção da parede torácica:
- Diagnóstica: con
fi
rma a presença de
coleções pleurais; injeção de ar para
pleuroscopia.
- Terapêutica: para esvaziamento da
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- Descompressiva: tratamento de
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Toracocentese diagnóstica e de alívio
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- Anestesia local nos tecidos: pele,
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Obs: a agulha deve fugir dos elementos
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na borda superior da costela inferior)
- Introduzir a agulha (jelco nº14) logo abaixo
da ponta da escápula no 8º ou 9º espaço
intercostal.
- Acoplar um equipo para drenagem de
contando líquido.
Toracocentese descompressiva
Realizada nos casos de pneumotórax hipertensivo.
Passo a passo:
- Administrar oxigênio de alto
fl
uxo e ventilar se necessário;
- Preparar cirurgicamente o local escolhido para a punção:
->Doentes pediátricos: Punção no 2º espaço intercostal na linha
hemiclavicular
->Doentes adultos: 4º ou 5º espaço intercostal anterior à linha axilar
média.
- Anestesiar o local se o tempo e a
fi
siologia permitirem;
- Inserir um cateter sobre a agulha de 5cm para adultos menores e
8cm para adultos maiores com uma seringa Luer-Lok de 10ml.
Conectada a pele, direcionar a agulha apenas sobre a costela para o
espaço intercostal, aspirando a seringa enquanto avança (adicional
3ml de solução salina pode ajudar na identi
fi
cação do ar aspirado)
- Perfurar a pleura;
- Retirar a seringa e ouvir a
fi
ga de ar quando a agulha entrar no
espaço pleural para indicar o alívio do pneumotórax hipertensivo.
Avance o cateter para i espaço interpleural.
Estabilize o cateter e prepare para a inserção do dreno torácico…
ATLS 10a Ed.
Toracostomia com drenagem pleural fechada
Indicação: evacuação de coleções
anormais de ar ou líquido do espaço pleural
Exemplo:
Pneumotórax
Trauma torácico penetrante
Hemotórax
Quilotórax
Empiema
Drenagem de derrame pleural recorrente
Prevenção de hidrotórax após cirurgia
cardiotorácica
Fístula broncopleural
Contraindicações (relativas):
- Anticoagulação ou discrasia sanguínea..
- Pneumotórax pequeno, estável (pode
melhorar espontaneamente).
- Acúmulo de
fl
uidos loculados.
Toracostomia com drenagem pleural fechada
Kits, bandejas de toracostomia e sistema de drenagem fechada
A seleção do dreno torácico de tamanho adequado é importante. Um dreno
torácico 18 ou 24 French é usado, tipicamente, para pneumotórax puro. Para
hemotórax, empiema ou outro acúmulo de líquidos, é usado com mais frequência
um cateter 28 a 40 French.
Equipamentos
Preparação
1- Informar ao paciente
2- Preparar todo o material
3- Posicionar o paciente
4- Reconhecer as referências anatômicas
Toracostomia com drenagem pleural fechada
1- Limpar a pele com solução de
iodopovidona ou clorexidina alcoólica.
2- Isolamento da área com campo
fenestrado.
3- Identi
fi
cação do local de inserção
Toracostomia com drenagem pleural fechada
4- Anestesia local com Lidocaína 1% com epinefrina
pele, subcutâneo e os espaços intercostais acima e
abaixo do espaço escolhido para inserção do dreno.
Devido ao desconforto do procedimento, quando
possível, poderá ser feito sob sedação + anestesia
local
Toracostomia com drenagem pleural fechada
4- Fazer uma incisão transversa de 2cm a 3cm na pele e
subcutâneo.
5- Estender a incisão por dissecção fechada com uma pinça
Kelly na fáscia em direção a borda superior da costela.
6- Ao atingir a borda superior da costela, fechar a pinça e
empurrá-la através da pleura parietal com uma pressão
consistente,
fi
rme e regular. Ao adentrar o espaço, abra a pinça
amplamente, feche e depois retire-a.
Toracostomia com drenagem pleural fechada
7- Inserir o dedo indicador para veri
fi
car se está
realmente no espaço pleural e veri
fi
car a
presença de achados não previstos como
aderências pleurais, massas ou o diafragma.
Toracostomia com drenagem pleural fechada
8-Segurar o dreno torácico de forma que a
ponta dele esteja além das garras da pinça
e avançá-lo pelo orifício para dentro do
espaço pleural usando o dedo como guia.
9- Direcionar a ponta do dreno
posteriormente para drenagem de
fl
uidos e
anteriormente e superiormente para
drenagem de pneumotórax.
Toracostomia com drenagem pleural fechada
10- Avançar o dreno até que o último orifício lateral
esteja 2,5cm a 5cm para dentro da parede
torácica.
11- Conectar o dreno ao sistema de drenagem
fechada (com selo d’água).
Toracostomia com drenagem pleural fechada
12- A con
fi
rmação da localização correta do dreno torácica
pode ser feita pela visualização da condensação dentro do
dreno com a respiração ou pela presença de
fl
uido no coletor.
Pedir para o paciente tossir e observar se há formação de
bolhas no nível do selo d’água e oscilação da coluna de água
durante a respiração
Toracostomia com drenagem pleural fechada
13- Suturar o dreno na pele com seda 1-0 ou 2-0 ou outro o
não absorvível. A sutura deve ser feita de modo a criar uma
vedação à entrada de ar.
Amarrar a primeira sutura lado a lado da incisão e depois
enrolar ambos os
fi
os em torno do dreno (bailarina).
Outra forma de
fi
xação é fazendo bolsa ou em “U"
Toracostomia com drenagem pleural fechada
14- Colocar gaze esterilizada em torno da ferida com
corte no centro e coloca-las em torno do dreno e
fi
xar
com esparadrapo.
15- Solicitar RX de tórax PA e Lateral para veri
fi
car a
posição do dreno e expansibilidade pulmonar após
drenagem.
▪Se o paciente for levado a outro local para radiogra
fi
a, não clampear o
dreno torácico porque qualquer continuação de vazamento de ar pode
colapsar o pulmão ou produzir um pneumotórax hipertensivo. Manter
um frasco de selo d’água 30 a 60 cm abaixo do tórax do paciente
durante o transporte.
•Os drenos torácicos costumam ser removidos quando a drenagem de ar
ou líquido é <100 mL/24 horas por mais de 24 horas.
Para a remoção do dreno torácico, colocar o paciente na mesma posição em que o dreno foi inserido
originalmente. Preparar a área, desamarrar a sutura com o laço, afrouxar a sutura em bolsa e cortar a
outra sutura perto da pele. Clampear o dreno torácico, pedir que o paciente inspire profundamente e
realize uma manobra de Valsalva. Colocar uma gaze sobre o local de inserção e remover o dreno com
um movimento rápido. Amarrar a sutura em bolsa. Aplicar gaze, colocar sobre a sutura e cobrir com
esparadrapo. Obter um raio X de tórax imediatamente e outro após 12 a 24 horas para excluir um
pneumotórax recorrente.
Se o paciente estiver em um ventilador, pausá-lo durante a remoção do dreno torácico.
Drenagem torácica percutânea Drenagem torácica percutânea
▪Lesão ao coração, grandes vasos ou pulmões
▪Perfuração do diafragma
▪Colocação subdiafragmática do dreno
▪Pneumotórax aberto ou hipertensivo
▪En
fi
sema subcutâneo
▪Vazamento de ar inexplicado ou persistente
▪Hemorragia (especialmente por lesão da artéria intercostal)
▪Pneumotórax recorrente
▪Empiema
▪Perfuração do parênquima pulmonar
▪Colocação subcutânea
▪Choque cardiogênico (por compressão do ventrículo direito pelo dreno torácico)
▪Infecção
Complicações Referências
GOFFI, Fábio Schmidt. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, siopatológicas e
técnica da cirurgia. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
MAYEAUX, E. J. Guia ilustrado de procedimentos médicos. Porto Alegre:
Artmed, 2012.

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  • 1. Drenagem torácica Cirurgiã Geral Cirurgiã Vascular Professora de Urgência e Emergência - UFRN Dra. Ana Cecília Angelo Matias Natal-RN, 2023 Toracocentese • Punção da parede torácica: - Diagnóstica: con fi rma a presença de coleções pleurais; injeção de ar para pleuroscopia. - Terapêutica: para esvaziamento da cavidade pleural (derrame pleural) ou injeção de substâncias. - Descompressiva: tratamento de pneumotórax hipertensivo. Toracocentese diagnóstica e de alívio • Técnica: - Paciente sentado - Assepsia + antissepsia - Anestesia local nos tecidos: pele, subcutâneo, intercostal e subpleural. Obs: a agulha deve fugir dos elementos vasculho-nervosos intercostais (puncionar na borda superior da costela inferior) - Introduzir a agulha (jelco nº14) logo abaixo da ponta da escápula no 8º ou 9º espaço intercostal. - Acoplar um equipo para drenagem de contando líquido.
  • 2. Toracocentese descompressiva Realizada nos casos de pneumotórax hipertensivo. Passo a passo: - Administrar oxigênio de alto fl uxo e ventilar se necessário; - Preparar cirurgicamente o local escolhido para a punção: ->Doentes pediátricos: Punção no 2º espaço intercostal na linha hemiclavicular ->Doentes adultos: 4º ou 5º espaço intercostal anterior à linha axilar média. - Anestesiar o local se o tempo e a fi siologia permitirem; - Inserir um cateter sobre a agulha de 5cm para adultos menores e 8cm para adultos maiores com uma seringa Luer-Lok de 10ml. Conectada a pele, direcionar a agulha apenas sobre a costela para o espaço intercostal, aspirando a seringa enquanto avança (adicional 3ml de solução salina pode ajudar na identi fi cação do ar aspirado) - Perfurar a pleura; - Retirar a seringa e ouvir a fi ga de ar quando a agulha entrar no espaço pleural para indicar o alívio do pneumotórax hipertensivo. Avance o cateter para i espaço interpleural. Estabilize o cateter e prepare para a inserção do dreno torácico… ATLS 10a Ed. Toracostomia com drenagem pleural fechada Indicação: evacuação de coleções anormais de ar ou líquido do espaço pleural Exemplo: Pneumotórax Trauma torácico penetrante Hemotórax Quilotórax Empiema Drenagem de derrame pleural recorrente Prevenção de hidrotórax após cirurgia cardiotorácica Fístula broncopleural Contraindicações (relativas): - Anticoagulação ou discrasia sanguínea.. - Pneumotórax pequeno, estável (pode melhorar espontaneamente). - Acúmulo de fl uidos loculados. Toracostomia com drenagem pleural fechada Kits, bandejas de toracostomia e sistema de drenagem fechada A seleção do dreno torácico de tamanho adequado é importante. Um dreno torácico 18 ou 24 French é usado, tipicamente, para pneumotórax puro. Para hemotórax, empiema ou outro acúmulo de líquidos, é usado com mais frequência um cateter 28 a 40 French. Equipamentos
  • 3. Preparação 1- Informar ao paciente 2- Preparar todo o material 3- Posicionar o paciente 4- Reconhecer as referências anatômicas Toracostomia com drenagem pleural fechada 1- Limpar a pele com solução de iodopovidona ou clorexidina alcoólica. 2- Isolamento da área com campo fenestrado. 3- Identi fi cação do local de inserção Toracostomia com drenagem pleural fechada 4- Anestesia local com Lidocaína 1% com epinefrina pele, subcutâneo e os espaços intercostais acima e abaixo do espaço escolhido para inserção do dreno. Devido ao desconforto do procedimento, quando possível, poderá ser feito sob sedação + anestesia local Toracostomia com drenagem pleural fechada 4- Fazer uma incisão transversa de 2cm a 3cm na pele e subcutâneo. 5- Estender a incisão por dissecção fechada com uma pinça Kelly na fáscia em direção a borda superior da costela. 6- Ao atingir a borda superior da costela, fechar a pinça e empurrá-la através da pleura parietal com uma pressão consistente, fi rme e regular. Ao adentrar o espaço, abra a pinça amplamente, feche e depois retire-a.
  • 4. Toracostomia com drenagem pleural fechada 7- Inserir o dedo indicador para veri fi car se está realmente no espaço pleural e veri fi car a presença de achados não previstos como aderências pleurais, massas ou o diafragma. Toracostomia com drenagem pleural fechada 8-Segurar o dreno torácico de forma que a ponta dele esteja além das garras da pinça e avançá-lo pelo orifício para dentro do espaço pleural usando o dedo como guia. 9- Direcionar a ponta do dreno posteriormente para drenagem de fl uidos e anteriormente e superiormente para drenagem de pneumotórax. Toracostomia com drenagem pleural fechada 10- Avançar o dreno até que o último orifício lateral esteja 2,5cm a 5cm para dentro da parede torácica. 11- Conectar o dreno ao sistema de drenagem fechada (com selo d’água).
  • 5. Toracostomia com drenagem pleural fechada 12- A con fi rmação da localização correta do dreno torácica pode ser feita pela visualização da condensação dentro do dreno com a respiração ou pela presença de fl uido no coletor. Pedir para o paciente tossir e observar se há formação de bolhas no nível do selo d’água e oscilação da coluna de água durante a respiração Toracostomia com drenagem pleural fechada 13- Suturar o dreno na pele com seda 1-0 ou 2-0 ou outro o não absorvível. A sutura deve ser feita de modo a criar uma vedação à entrada de ar. Amarrar a primeira sutura lado a lado da incisão e depois enrolar ambos os fi os em torno do dreno (bailarina). Outra forma de fi xação é fazendo bolsa ou em “U" Toracostomia com drenagem pleural fechada 14- Colocar gaze esterilizada em torno da ferida com corte no centro e coloca-las em torno do dreno e fi xar com esparadrapo. 15- Solicitar RX de tórax PA e Lateral para veri fi car a posição do dreno e expansibilidade pulmonar após drenagem.
  • 6. ▪Se o paciente for levado a outro local para radiogra fi a, não clampear o dreno torácico porque qualquer continuação de vazamento de ar pode colapsar o pulmão ou produzir um pneumotórax hipertensivo. Manter um frasco de selo d’água 30 a 60 cm abaixo do tórax do paciente durante o transporte. •Os drenos torácicos costumam ser removidos quando a drenagem de ar ou líquido é <100 mL/24 horas por mais de 24 horas. Para a remoção do dreno torácico, colocar o paciente na mesma posição em que o dreno foi inserido originalmente. Preparar a área, desamarrar a sutura com o laço, afrouxar a sutura em bolsa e cortar a outra sutura perto da pele. Clampear o dreno torácico, pedir que o paciente inspire profundamente e realize uma manobra de Valsalva. Colocar uma gaze sobre o local de inserção e remover o dreno com um movimento rápido. Amarrar a sutura em bolsa. Aplicar gaze, colocar sobre a sutura e cobrir com esparadrapo. Obter um raio X de tórax imediatamente e outro após 12 a 24 horas para excluir um pneumotórax recorrente. Se o paciente estiver em um ventilador, pausá-lo durante a remoção do dreno torácico.
  • 7. Drenagem torácica percutânea Drenagem torácica percutânea ▪Lesão ao coração, grandes vasos ou pulmões ▪Perfuração do diafragma ▪Colocação subdiafragmática do dreno ▪Pneumotórax aberto ou hipertensivo ▪En fi sema subcutâneo ▪Vazamento de ar inexplicado ou persistente ▪Hemorragia (especialmente por lesão da artéria intercostal) ▪Pneumotórax recorrente ▪Empiema ▪Perfuração do parênquima pulmonar ▪Colocação subcutânea ▪Choque cardiogênico (por compressão do ventrículo direito pelo dreno torácico) ▪Infecção Complicações Referências GOFFI, Fábio Schmidt. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, siopatológicas e técnica da cirurgia. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. MAYEAUX, E. J. Guia ilustrado de procedimentos médicos. Porto Alegre: Artmed, 2012.