2. O que é cirurgia torácica?
A Cirurgia Torácica é a especialidade que trata as
afecções dos
pulmões, brônquios, traquéia, diafragma, parede
torácica, esôfago e mediastino.
As cirurgias torácicas podem ser feitas através de
grandes cortes (Toracotomias) ou através da cirurgia
Video-Assistida .
3. Algumas das doenças tratadas pela cirurgia
torácica são:
Pneumotórax (Ar na pleura)
Derrame Pleural (Água na Pleura)
Hiperidrose - Simpatectomia (cirurgia para suor
excessivo)
Nódulo de pulmão
Tumores de pulmão (câncer do pulmão)
Tumores de parede torácica
Tumores de mediastino (Cistos, timoma,
tumores de células germinativas, tumores
neurais e neuroendócrinos, etc.)
Estenose de traquéia (estreitamento de traquéia)
4. Empiema pleural (pús na pleura)
Hemotórax (sangue na pleural)
Trauma torácico (tiros, facadas e pancadas no
tórax)
Deformidades torácicas (pectus escavatum e
carinatum)
Metástases pulmonares (Avaliação e retirada)
Bronquiectasias
Sequelas de tuberculose
Broncoscopia diagnóstica (rígida e flexível)
Broncoscopia terapêutica (rígida e flexível)
Retirada de corpos estranhos de via aérea
7. BRONCOSCOPIA
Definição:
A broncoscopia é um procedimento invasivo que
proporciona a visualização direta da árvore
traqueobrônquica, sendo realizada através de
aparelhos flexíveis ou rígidos.
Tem finalidade diagnóstica, terapêutica e de
pesquisa.
11. Indicação:
A visualização da traquéia é necessária em algumas
doenças do pescoço (como por exemplo da tireóide
e do esôfago), podendo identificar causas de
obstruções à passagem normal do ar.
Os brônquios precisam ser examinados nos casos
de hemoptise (escarro com sangue) e para se fazer o
diagnóstico do câncer de pulmão. Muitas vezes, no
entanto, a indicação da broncoscopia não é tanto
examinar os brônquios, mas sim colher material
dos pulmões.
12. Como é feita?
A anestesia local é imprescindível, tanto para evitar
dor como para inibir os reflexos de ânsia de vômito e
de tosse. Em algumas situações o médico utiliza o
recurso de sedar o paciente, nestes casos geralmente
através de medicação endovenosa.
Após a aplicação dos anestésicos (spray, geléia e
injetável), o aparelho é introduzido por uma das
narinas (ou pela boca) e, a seguir, segue o caminho
que o ar faz até entrar nos pulmões. O procedimento
todo de uma broncoscopia demora entre 5 a 10
minutos, dependendo das técnicas a serem
utilizadas para a coleta de material.
13. PNEUMOTORÁX
Definição:
Acúmulo de ar na cavidade pleural associado
a colapso pulmonar.
Classificação:
- Etiologia: espontâneo, traumático e iatrogênico
- Fisiologia: aberto, fechado e hipertensivo.
- Magnitude: de 5 a 100%.
14. Fisiopatologia:
Inicia-se com a ruptura do septo alveolar e
formação da bolha, seguida de ruptura da mesma
para a cavidade pleural livre.
Sintomas:
Dor torácica aguda e intensa (92%).
Dispnéia de início súbito (79%)
Diminuição do murmúrio vesicular e do frêmito
tóracovocal
Hipersonoridade à percussão
15. Tratamento:
Clínico (Conservador)
Pneumotórax < 25%, paciente oligo sintomático, no
primeiro episódio.
Drenagem pleural
pneumotórax > 25% , com ou sem sintomas, mesmo no
primeiro episódio
pneumotórax hipertensivo
pneumotórax com aumento progressivo
menor que 25%, segundo episódio
16. Dreno Pleural:
O tratamento é cirúrgico - colocar um dreno (um tubo),
geralmente sob anestesia local, acoplado a uma válvula
unidirecional que só permite o ar sair para fora do espaço
pleural e, assim, facilitar a reexpansão do pulmão.
Se o pneumotórax for pequeno, existe a opção do médico
não colocar o dreno, mas isto implica uma vigilância clínica
(e repetir o raio-x) para ter certeza de que a natureza vai
conseguir resolver sozinha este problema, reabsorvendo o
ar que vazou sem a ajuda do dreno.
Quem já teve pneumotórax espontâneo uma vez tem um
risco maior de ter outro episódio (outro vazamento de ar)
no futuro. Se este fenômeno ficar repetitivo demais, pode
ser necessária uma operação de maior porte para evitar que
isto continue acontecendo
18. Tipos de cirurgia:
Vídeo toracoscopia
A cirurgia torácica vídeo assistida representa
uma alternativa operatória para abordar várias
doenças torácicas.O avanço tecnológico na
câmera de vídeo melhorou o processamento
digital da imagem captada e aumentou as
opções operatórias por VATS, passando-se a
realizar cirurgias que, anteriormente, eram
somente feitas por toracotomia. A VATS têm a
vantagem de ser menos mórbida e ter menor
taxa de internação hospitalar
19. Videotoracoscopia
- Pequenas incisões serão feitas no lado que será operado.
- O cirurgião colocará um pequeno tubo com uma câmera através de um
pequeno corte. A câmera permitirá ver o pulmão e toda a cavidade em
um monitor de vídeo. Outros instrumentos cirúrgicos são colocados
através de outras incisões. Este tipo de cirurgia é chamada de Cirurgia
Torácica vídeo assistida (CTVA) ou VATS (em inglês).
- Quando o procedimento termina, um ou mais tubos são
temporariamente colocados no tórax (entre as costelas) para drenar
líquido ou ar. Esses tubos são chamados de DRENOS e conectados a um
frasco apropriado. As incisões são fechadas (suturadas).
20. Toracotomia
Compreende-se qualquer abertura
da cavidade torácica visando examinar
as estruturas expostas cirurgicamente, seja
para a coleta
de material para diagnóstico laboratorial ou
remoção/correção de partes lesadas.
21. TORACOTOMIA
- O cirurgião realizará uma incisão do lado que será operado. Será
colocado um instrumento (Finochetto) para afastar suas costelas para
que o pulmão possa ser exposto.
- Quando o procedimento terminar, um ou mais drenos poderão ser
colocados no tórax (entre as costelas) para retirar líquidos ou ar. As
costelas, os músculos e a pele serão suturados.
Devemos lembrar que, às vezes, a cirurgia inicia-se por toracoscopia,
mas pode ser necessário mudar a tática e mudar a incisão para uma
toracotomia. Isso depende do que é encontrado durante o
procedimento.
29. Colapso total de pulmão direito
Segmento pulmonar
(ápice) com bolha rota
30. Orientações em Cirurgia Torácica
Avaliação - Exames pré-operatório e diagnóstico
Para ajudar na avaliação e no diagnóstico da doença, uma
variedade de exames e testes podem ser realizados.
Exames para diagnóstico
Exames de imagem:
São métodos de auxílio no diagnóstico.
No entanto, elas não são capazes de dizer, com certeza, se uma
doença é benigna ou maligna.
Os exames de imagem incluem: radiografia de tórax (raio
x), tomografia computadorizada de tórax, PET-
CT, ressonância magnética e outros.
31. Exame para visualização direta e biópsias:
São exames que podem mostrar dentro do pulmão e as regiões ao
redor deles. Também são úteis para realizar as biópsias e
geralmente, feitos com anestesia local, sedação ou anestesia
geral. São eles:
- Broncoscopia: é feita com um tubo fino que é introduzido
pelo nariz ou boca para examinar a traqueia e brônquios.
- Mediastinoscopia: É uma operação, feita através de um
aparelho que é introduzido por uma incisão no pescoço para
examinar a região próxima aos pulmões, principalmente os
linfonodos.
- Biópsia por agulha: feita pela introdução de uma agulha pela
parede torácica ou pela broncoscopia. Permite retirar um
fragmento ou líquido para análise.
32. Exames para avaliação pré-operatório:
Você pode precisar fazer outros exames para avaliar a
sua função pulmonar e assim determinarmos a sua a
reserva funcional. Através deles podemos estimar o
quanto de pulmão pode ser ressecado.
Espirometria: avalia quanto ar consegue entrar e
quanto ar pode sair dos seus pulmões. Também mede
como os pulmões expandem ou contraem.
Difusão: avaliação da sua respiração através da
passagem dos gases entre o sangue e o pulmão.
33. Ergoespirometria: Avaliação completa do sistema
cardiorrespiratório. É feito com um teste de esforço
por esteira ou bicicleta, com medidas do consumo de
oxigênio por uma máscara.
Oximetria de pulso: mede a porcentagem de
oxigênio no sangue.
Gasometria arterial: mostra a pressão de oxigênio no
sangue
34. Intervenções de enfermagem Pré- Operatório
-Atender o paciente conforme suas necessidades
psicológicas (esclarecimento de dúvidas);
- Verificar sinais vitais;
- Pesar o paciente;
- Colher material para exames conforme solicitação
médica;
- Observar e anotar aceitação da dieta;
- Orientar higiene oral e corporal antes de
encaminhar o paciente para o centro cirúrgico;
35. - Manter o paciente em jejum, conforme rotina;
- Fazer tricotomia conforme rotina;
- Orientar o paciente a esvaziar a bexiga 30
minutos antes da cirurgia;
- Retirar próteses dentárias, jóias, ornamentos e
identificá-los;
- Encaminhar o paciente ao centro cirúrgico.
36. Intervenções de enfermagem Pós-Operatório
- Receber e transferir o paciente da maca para o leito com
cuidado, observando sondas e soro etc.
- Posicionar o paciente no leito, conforme o tipo de
anestesia;
- Verificar sinais vitais;
- Observar o estado de consciência (sonolência);
- Avaliar drenagens e soroterapia;
- Fazer medicações conforme prescrição;
- Realizar movimentos dos membros superiores ou
inferiores livres se possível;
37. - Controlar a diurese;
- Assistir psicologicamente o paciente e os
familiares;
- Observar e relatar as seguintes complicações:
.Pulmonares (cianose, dispnéia, agitação);
.Urinárias (infecção e retenção urinária);
.Gastrointestinais
(náuseas, vômitos, constipação
intestinal, sede);
.Vasculares (Cianoses e edemas);
.Ferida operatória (hemorragia, infecção e
deiscência)
.Choque.
38. Riscos e Complicações
Em cirurgia torácica nos temos uma taxa de
complicação que varia de 10 a 25%. Ou seja, em cada
10 paciente operados, de 1 a 4 deles apresentam
complicações.
Os exames pré-operatórios servem para avaliar o
risco desses eventos ocorrerem e assim tentarmos
minimizá-los através de medidas preventivas
antes, durante e após a cirurgia.
39. De um modo geral as complicações são divididas em:
Pulmonares
- Infecção pulmonar (pneumonia).
- Perda aérea (vazamento de ar pelo dreno), que
poderá prolongar a internação.
- Fistula bronco-pleural.
- Insuficiência respiratória (intubação prolongada,
traqueostomia)
- Atelectasia com necessidade de Broncoscopia.
40. Pleurais
- Infecção da pleura – empiema.
- Derrame pleural (liquido acumulado ao redor do
pulmão).
Cardiovasculares
- Trombose venosa e embolia pulmonar.
- Arritmias cardíacas.
- Infarto do miocárdio.
- Acidente vascular cerebral.
42. RECUPERAÇÃO NO HOSPITAL
- Depois da operação, você acordará na sala de RPA.
Você se sentirá sonolento, um cateter introduzido na
veia, infundirá S.F e medicamentos para aliviar a dor
e alguns aparelhos e cabos mostram a respiração e a
F.C.
- Para ajudar a prevenir infecções dos pulmões e
mantê-los limpos, um fisioterapeuta ensinará
exercícios para auxiliar a respiração. Dependendo de
sua condição, um enfermeiro ou fisioterapeuta o
ajudará a levantar e deambular o mais breve possível
para uma rápida recuperação.
43. FISIOTERAPIA RESPIRATÓTIA
A fisioterapia respiratória tem sido muito utilizada
antes e depois das cirurgias torácicas na prevenção
e tratamento de complicações, como retenção de
secreção, atelectasias e pneumonia. A necessidade
de cada paciente irá determinar o tempo de
duração e freqüência da fisioterapia respiratória.
Porém, alguns antecedentes como o
tabagismo, etilismo, obesidade, desnutrição, idade
e tempo prolongado de anestésicos podem tornar o
paciente mais suscetível a complicações no pós-
operatório.